MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO · 2020. 6. 5. · Noli me tangere – não me toques é a...

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Nº 003 POSTULANTADO VERBITA BRN CONTAGEM MG JUNHO/2020 PÁGINA 1 MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO Festa de São João, de Alfredo Volpi -1953. Editorial Grandes santos e grandes profetas Caríssimos irmãos e irmãs, viva o Coração de Jesus no seu coração. Um mês de grandes Santos para a Igreja se iniciou e já corre avançado, mais um mês que teremos que permanecer com as normas de isolamento social, reclusos, para o nosso próprio bem. Teríamos em junho festas, quermesses, quadrilhas, novenas com suas barraquinhas e tudo aquilo que nos deixa alegres por compartilhar a vida em comunhão fraterna. Mas a pandemia, tão falada e tão pouco compreendida, não nos permitiu que nos reuníssemos como irmãos, de forma física e autêntica nas comunidades de fé. Se analisarmos o calendário de Santos da Igreja, celebramos em junho mais de 15 santos populares, entre eles Santo Antônio de Lisboa, São Barnabé Apóstolo, São João Batista, São Luiz Gonzaga, São Pedro, São Paulo, São José de Anchieta, etc., isso sem falar nas Festas Móveis: do Sagrado Coração de Jesus que tem o seu lugar especial no coração de Santo Arnaldo Janssen e da Congregação do Verbo Divino, do Imaculado Coração de Maria, de Corpus Christi e da Santíssima Trindade. Nosso informativo deste mês traz um pouquinho de tudo isso... O artigo do P. Ar- Distribuição de barracas para o Povo de Rua em São Paulo. Foto cedida por: Arlindo Dias COVID-19, UMA OPORTUNIDADE DE MUDANÇA! PÁGINA 3 lindo Pereira Dias, SVD, reflete sobre a oportunidade de mudança que veio junto com o COVID-19; Wesley Sousa nos relata das festas dos santos juninos; e quem disse que futebol e vida religiosa não se completam, Arnaldo Lobato vai discorrer sobre o tema e nos mostra algumas curiosidades interessantes; Dom Helder, nosso Intercessor também está em destaque este mês, pela notícia no avanço do seu processo de beatificação; P. Bernardo Asmon, SVD, nos fala sobre o amor e o toque; P. Tomás Cheruplavil, SVD, traz a devoção ao Sagrado Coração de Jesus como característica de nossa espiritualidade Verbita; somado a tudo isso, nossa seção Cultura, trazendo neste mês novidades, e muita coisa boa. Sigamos o exemplo de Santo Arnaldo Janssen e sua profunda devoção ao Sagrado Coração de Jesus que não cansava de repetir: “Viva o Coração de Jesus no coração de toda a humanidade”. Que todas as pessoas possam sentir esse ardor de Cristo em seu coração. Boa Leitura! José Moraes A pandemia de COVID-19 tem sido um grande e inesperado acontecimento na história. A pandemia vem produzindo repercussões não apenas de ordem também repercussões e graves impactos sociais, Parece um paradoxo, no momento que mais e se aproximar mais das pessoas sofridas; , recentemente publicado, Slavoj Zizec, o filósofo Noli Palavra do Formador “NOLI ME TANGERE” Não me toque A pandemia de COVID-19 tem sido um grande e inesperado acontecimento na história. A pandemia vem produzindo repercussões não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também repercussões e graves impactos sociais, econômicos e políticos. Parece um paradoxo, no momento que mais precisamos “segurar as mãos e não soltar a mão de ninguém” e se aproximar mais das pessoas sofridas; a ferramenta mais eficaz a combater o vírus é o isolamento social. Na introdução do seu novo livro “Pandemic”, recentemente publicado, Slavoj Zizec, o filósofo esloveno, remete ao evangelho de João 20,17. Noli me tangere (me mou haptou, em Grego) é uma expressão latina que significa “não me toque”. É a fala de Cristo ressuscitado à Maria Madalena, na alegria de reencontrar com o Mestre ressuscitado,

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  • Nº 003 POSTULANTADO VERBITA – BRN CONTAGEM – MG JUNHO/2020

    PÁGINA 1

    MISSIONÁRIOS DO VERBO DIVINO

    Festa de São João, de Alfredo Volpi -1953.

    Editorial

    Grandes santos e grandes profetas

    Caríssimos irmãos e irmãs, viva o Coração

    de Jesus no seu coração.

    Um mês de grandes Santos para a Igreja se

    iniciou e já corre avançado, mais um mês

    que teremos que permanecer com as normas

    de isolamento social, reclusos, para o nosso

    próprio bem. Teríamos em junho festas,

    quermesses, quadrilhas, novenas com suas

    barraquinhas e tudo aquilo que nos deixa

    alegres por compartilhar a vida em

    comunhão fraterna. Mas a pandemia, tão

    falada e tão pouco compreendida, não nos

    permitiu que nos reuníssemos como irmãos,

    de forma física e autêntica nas comunidades

    de fé.

    Se analisarmos o calendário de Santos da

    Igreja, celebramos em junho mais de 15

    santos populares, entre eles Santo Antônio

    de Lisboa, São Barnabé Apóstolo, São João

    Batista, São Luiz Gonzaga, São Pedro, São

    Paulo, São José de Anchieta, etc., isso sem

    falar nas Festas Móveis: do Sagrado Coração

    de Jesus que tem o seu lugar especial no

    coração de Santo Arnaldo Janssen e da

    Congregação do Verbo Divino, do

    Imaculado Coração de Maria, de Corpus

    Christi e da Santíssima Trindade.

    Nosso informativo deste mês traz um

    pouquinho de tudo isso... O artigo do P. Ar-

    Distribuição de barracas para o Povo de Rua em São Paulo. Foto cedida por: Arlindo Dias

    COVID-19, UMA OPORTUNIDADE DE MUDANÇA! PÁGINA 3

    lindo Pereira Dias, SVD, reflete sobre a

    oportunidade de mudança que veio junto com o

    COVID-19; Wesley Sousa nos relata das festas

    dos santos juninos; e quem disse que futebol e

    vida religiosa não se completam, Arnaldo

    Lobato vai discorrer sobre o tema e nos mostra

    algumas curiosidades interessantes; Dom

    Helder, nosso Intercessor também está em

    destaque este mês, pela notícia no avanço do

    seu processo de beatificação; P. Bernardo

    Asmon, SVD, nos fala sobre o amor e o toque;

    P. Tomás Cheruplavil, SVD, traz a devoção ao

    Sagrado Coração de Jesus como característica

    de nossa espiritualidade Verbita; somado a tudo

    isso, nossa seção Cultura, trazendo neste mês

    novidades, e muita coisa boa.

    Sigamos o exemplo de Santo Arnaldo Janssen

    e sua profunda devoção ao Sagrado Coração de

    Jesus que não cansava de repetir: “Viva o

    Coração de Jesus no coração de toda a

    humanidade”. Que todas as pessoas possam

    sentir esse ardor de Cristo em seu coração.

    Boa Leitura!

    José Moraes

    Palavra do Formador

    “NOLI ME TANGERE” Não me toque

    A pandemia de COVID-19 tem sido um grande e

    inesperado acontecimento na história. A pandemia

    vem produzindo repercussões não apenas de ordem

    biomédica e epidemiológica em escala global, mas

    também repercussões e graves impactos sociais,

    econômicos e políticos.

    Parece um paradoxo, no momento que mais

    precisamos “segurar as mãos e não soltar a mão de

    ninguém” e se aproximar mais das pessoas sofridas;

    a ferramenta mais eficaz a combater o vírus é o

    isolamento social.

    Na introdução do seu novo livro “Pandemic”,

    recentemente publicado, Slavoj Zizec, o filósofo

    esloveno, remete ao evangelho de João 20,17. Noli

    me tangere (me mou haptou em Grego)

    Palavra do Formador

    “NOLI ME TANGERE” Não me toque

    A pandemia de COVID-19 tem sido um grande e

    inesperado acontecimento na história. A

    pandemia vem produzindo repercussões não

    apenas de ordem biomédica e epidemiológica em

    escala global, mas também repercussões e graves

    impactos sociais, econômicos e políticos.

    Parece um paradoxo, no momento que mais

    precisamos “segurar as mãos e não soltar a mão

    de ninguém” e se aproximar mais das pessoas

    sofridas; a ferramenta mais eficaz a combater o

    vírus é o isolamento social.

    Na introdução do seu novo livro “Pandemic”,

    recentemente publicado, Slavoj Zizec, o filósofo

    esloveno, remete ao evangelho de João 20,17.

    Noli me tangere (me mou haptou, em Grego) é

    uma expressão latina que significa “não me

    toque”. É a fala de Cristo ressuscitado à Maria

    Madalena, na alegria de reencontrar com o Mestre

    ressuscitado,

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    PÁGINA 2

    Missionários do Verbo Divino – 125 anos no Brasil

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    UM POUCO DIFERENTE

    estava prestes a tocá-Lo. Zizek acredita

    que a afirmação de Jesus é confusa ou

    paradoxal. Como Jesus que em sua vida

    sempre falou de amor, compaixão e

    solidariedade, proibiu aquela que o

    amava de se aproximar e tocá-Lo? Zizek

    explica que Cristo estará presente não

    como uma pessoa a ser tocada, mas

    como a conexão entre o amor e a

    solidariedade entre as pessoas. Ele está

    simbolicamente presente no meio dos

    que vivem o amor e a solidariedade. Por

    isso diz o filósofo “Não me toque, mas

    toque e viva no espírito do amor”.

    É preocupante ver, que estamos

    vivendo uma cultura de indiferença no

    momento que precisamos unir forças e

    juntos combater o vírus. O Papa Fran-

    cisco nos alertou sobre “a globalização

    da indiferença”.

    Segundo o Pontífice, essa é a

    característica que marca a sociedade

    contemporânea. Esta característica se

    percebe em nossa incapacidade de

    estabelecer relações genuinamente

    humanas, de cuidar do irmão solitário,

    abandonado, doente e marginalizado. É

    uma cultura que só pensa em si, que nos

    faz viver dentro de uma bolha, e isso

    parece ser agradável, pois podemos

    "bloquear" quem nos incomoda ou nos

    critica. Estamos perdendo a

    sensibilidade em sentir o sofrimento do

    outro e nosso senso de coletividade e

    irmandade.

    O Concílio Vaticano II, em seu

    documento GAUDIUM ET SPES, fala

    sobre a Igreja no mundo, exorta que “as

    alegrias e as esperanças, as tristezas e as

    angústias dos homens de hoje, sobretudo

    dos pobres e de todos aqueles que

    sofrem, são também as alegrias e as

    esperanças, as tristezas e as angústias

    dos discípulos de Cristo.” A Doutrina

    Social da Igreja nos ajuda a traduzir e

    encarnar os ensinamentos de Cristo em

    nossa vida. Ela brota do coração do

    Evangelho, brota do próprio Jesus. Ele é

    em pessoa a Doutrina Social de Deus.

    Enquanto família que habita a casa

    comum, não podemos combater o

    Covid-19 com a mesma mentalidade e

    característica da indiferença. A gente se

    encontra frágil frente à pandemia. O

    vírus desmascara a nossa

    vulnerabilidade. Isso não nos pode levar

    ao desespero, mas sim a solidariedade e

    a esperança. O reconhecimento da nossa

    fragilidade nos une, independente das

    nossas diferenças. Essa humanidade

    vulnerável é a base da fraternidade e da

    solidariedade entre nós.

    A solidariedade global e a ética só

    podem sobreviver se forem traduzidas

    em um sistema sócio-político.

    Precisamos rever com seriedade a nossa

    atitude e posicionamento como

    indivíduo social e político, pois, o

    objetivo da política é o bem comum e

    isso deve nortear as políticas públicas. A

    pandemia nos fez reconhecer a

    fragilização das estruturas sociais e

    como deve ser ampliada e mais

    investida,

    investida, não podemos somente culpar a

    COVID-19 pelas vítimas, também é

    culpado o próprio sistema e as políticas

    públicas não eficazes.

    É urgente pensarmos e construirmos um

    novo modelo político norteado pelo

    objetivo principal da política, o bem

    comum. Assim sendo, as palavras do Papa

    Francisco nos ajudarão a reconstruir a

    sociedade pós-pandemia, devemos "passar

    da destruição da natureza para a sua

    contemplação" e "diminuir o ritmo de

    produção e consumo"; ainda mais, iniciar

    “uma economia menos materialista e mais

    humana, um mundo mais virtuoso em todas

    as áreas".

    Quando não temos o “poder que se traduz

    em serviço” com o impacto muito maior,

    ainda podemos fazer os pequenos gestos de

    solidariedade que brota do amor ao

    próximo, estes pequenos gestos

    transformam a sociedade. Jesus reforça e

    concretiza o mandamento do amor mútuo

    na medida em que o vincula a si mesmo e à

    doação da sua vida: “Amai-vos uns aos

    outros como eu vos amei” (João 15,12).

    Este amor é orientado tanto para a

    comunidade como para a pessoa: cada um

    é uma pessoa única, insubstituível e amada

    por Deus. O amor de Deus é o princípio de

    uma “civilização do Amor” (São João

    Paulo II), para o qual todos os homens

    podem contribuir.

    Nesse tempo de pandemia, a nossa

    comunidade de formação do Postulantado

    Verbita tem se empenhado bastante na

    Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo

    Horizonte. Aos finais de semana saímos da

    nossa comunidade e nos juntamos com

    outros voluntários e vamos ao encontro dos

    irmãos que estão em situação de rua. Noli

    me tangere – não me toques é a orientação

    principal, tanto para os voluntários quanto

    para as pessoas em situação de rua.

    Encontro sem toque! Prova-nos que o

    amor vai além dos nossos contatos físicos.

    Através das máscaras, mas, para além

    delas, encontramos o olhar daqueles que

    amamos, daqueles que queremos bem. O

    conselho do John Wesley (1703-1791)

    serve para nós hoje: “fazei o bem a quem

    puderes, com todos os meios, de todos os

    modos, em todos os lugares, em todos os

    tempos, por todos os homens, por todo o

    tempo que puderes”. Certamente, fazer o

    bem nos faz bem.

    Encerro com a sábia palavra do filósofo

    existencialista francês Gabriel Marcel, ao

    dizemos “eu te amo” significa dizer “tu não

    deves morrer.” A pandemia é a

    manifestação da força da morte que mata,

    por isso, precisamos nos unir com a força

    do amor como “anticorpo” para combater o

    Covid-19 e todas outras doenças sociais e

    políticas da nossa sociedade. Vamos nos

    unir e continuar lutando contra o vírus, pois

    o Deus da vida está ao nosso lado.

    Saudações,

    P. Bernardo Asmon.

    Quadro Noli me tangere de Ticiano (1512).

    Antônio, dia 13, São João Batista, dia 24, e São

    Pedro, dia 29. As festividades do mês de junho de

    norte a sul é uma das mais belas expressões culturais

    do Brasil desde o século XVI.

    As maiores festas juninas do país acontecem no

    Nordeste, sendo as mais conhecidas as de Campina

    Grande, Paraíba, e Caruaru, Pernambuco. São dias e

    noites com muito forró, sorriso no rosto, muitas cores

    e muitas iguarias típicas da época, como milho verde,

    amendoim, bolo de macaxeira, bolo de fubá, quentão

    e muitas outras.

    A alegria toma conta, o coração bate a mil quando se

    ouve o canto da sanfona, cada um toma seu par, a

    quadrilha começa e ninguém fica parado – Isso é

    “São João!” –. Infelizmente, este ano será um pouco

    diferente, muita coisa mudou. Não podemos nos

    aglomerar, não podemos fazer a nossa quadrilha,

    dançar entre amigos e desconhecidos e nem pular

    fogueira. As festas juninas foram canceladas devido

    a pandemia causada pela Covid-19. Tudo aquilo que

    já estava programado foi adiado na esperança de dias

    melhores. E assim esperamos e confiamos.

    Contudo, não podemos deixar que a nossa alegria

    seja cancelada junto com as grandes festas. E como

    diz a canção de Victor Espadinha, “recordar é viver” ...

    Recordemos as festas juninas anteriores e vivamos a

    mesma alegria. Ouça as famosas músicas de São

    João, e, em casa, dance, brinque e faça a sua pequena

    fogueira. Rezemos para que os nossos santos juninos

    intercedam por todos nós neste momento de

    enfrentamento da pandemia. E confiemos que isso

    tudo vai passar. E quando o mal passar, aí sim,

    poderemos dançar forró e nos encher de alegria.

    Viva São João, São Pedro e Santo Antônio!

    Wesley Sousa

    Muita alegria e

    devoção fazem parte

    das tradicionais festas

    juninas no Brasil.

    Celebramos três

    grandes santos da

    Igreja Católica: Santo

    f

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    Missionários do Verbo Divino – 125 anos no Brasil

    COVID-19, UMA OPORTUNIDADE DE MUDANÇA!

    ARLINDO PEREIRA DIAS, SVD

    tencemos a uma geração que nunca havia

    convivido com semelhante tragédia.

    De repente os nossos templos se fecham, o

    medo toma conta de muitos, e, outros

    observam de maneira cética. Durante uma

    das principais festas de nossa Igreja, a

    Semana Santa, vimos o nosso pastor maior,

    o Papa Francisco, celebrando

    solitariamente para Roma e o mundo,

    deixando aos católicos uma única

    mensagem: “é tempo de prudência.

    Fiquemos em casa, cuidemos uns dos

    outros! Deixemos que os profissionais da

    saúde façam a sua parte e nos orientem

    sobre como proceder”.

    Ciência e religião ocupam lugares

    importantes e diferentes no tecido social.

    Para os cristãos, ouvir, respeitar e deixar-se

    orientar pelos cientistas, em momentos

    como este, é sinal de reverência ao Criador

    que dotou suas criaturas de capacidade e

    inteligência para enfrentar os problemas,

    administrá-los e encontrar soluções

    apropriadas.

    O vírus atravessou todas as fronteiras,

    derrubou todos os muros e mostrou-nos as

    grandes desigualdades sociais,

    especialmente nos países do chamado

    “terceiro mundo”. A pandemia traz consigo

    a pergunta crucial: o “dinheiro ou a vida?”

    e obriga os responsáveis pelos cofres

    públicos a se posicionarem. No Brasil, de

    uma hora para outra, caíram todas as

    teorias de que as grandes reformas, que

    sempre arrancam o couro dos mais pobres,

    seriam a salvação do país. Parte do dinheiro

    guardado nos cofres públicos, com muito

    pesar por parte dos que detêm o poder, tem

    que ser disponibilizado para socorrer as

    famílias que vivem da renda mínima.

    Alguns afirmam de forma equivocada que

    finalmente “estamos todos no mesmo

    barco”. Pura falácia! O mar é o mesmo,

    mas os barcos são bem diferentes. Basta

    tomar os dados em relação às pessoas mais

    atingidas pela pandemia.

    PALAVRA-CHAVE

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    Obviamente são os que vivem nas

    periferias abarrotadas de gente e os que não

    tem acesso a planos de saúde. Em São

    Paulo, entre os membros da Rede Rua, o

    qual prestamos serviços às pessoas em

    situação de rua, quando se ouvia a

    recomendação mais do que justa do “fique

    em casa!” nos perguntávamos: para quem

    vive na rua, que sentido faz esta

    recomendação? Felizmente, em alguns

    municípios a prefeitura decidiu contratar

    hotéis e disponibilizar vagas para estas

    pessoas. Em São Paulo, o decreto foi

    assinado, mas acho que até que se faça a

    realidade, a pandemia ja terá sido superada.

    No Brasil, infelizmente, o drama do

    Coronavírus (COVID-19), criou um

    abismo ainda maior, gerando visões

    antagônicas do problema e de como

    enfrentá-lo. O mundo observa com

    surpresa o modo como quem governa o

    país encara o desafio. O grupo que se soma

    a ele tem adotado posturas que soam como

    afronta ao bom senso. A queda dos últimos

    ministros da saúde diz muito a este

    respeito. Os representantes desta forma de

    pensar parecem querer preservar a

    economia a qualquer custo, e por isso,

    deixam que ocorra o inevitável, a morte dos

    mais frágeis, a começar pelos idosos. O

    momento pede sintonia com os

    governadores e prefeitos no seu dever de

    cuidar da vida dos cidadãos e cidadãs,

    conforme determina a Constituição. O

    respeito pelo outro começa a partir de

    pequenos gestos como uso de máscaras,

    distanciamento adequado, evitar

    aglomerações, coisa que parece longe do

    proceder de algumas autoridades.

    Felizmente contamos com a grande

    maioria dos brasileiros que tomam a vida

    como o dom mais precioso e estão

    convencidos de que a economia deve estar

    a serviço do ser humano e não o contrário.

    Essas pessoas estão atentas às orientações

    da ciência e buscam adotar as medidas

    recomendadas pelos médicos, tais como o

    uso de máscaras; a prática da higiene e a

    permanência em casa como forma de evitar

    a propagação da doença. Tenho por

    mim, que deste grupo brota enorme

    número de pessoas que de forma

    criativa e generosa encontram

    caminhos de solidariedade e

    proximidade com os que mais sofrem

    através de gestos concretos de partilha

    de todos os tipos. Em muitos lugares e

    situações, tem saído o melhor que

    temos dentro de nos!

    Rogo a Deus, que depois desta

    pandemia, saiamos todos melhores do

    que entramos. Que a vida de todos

    tenha primazia e cresça o respeito e o

    cuidado pela nossa querida mãe terra.

    Que saiamos imunes do Coronavírus,

    mas também alunos de uma escola de

    vida onde todos se amem, se

    respeitem e tenham as condições

    necessárias para viver com alegria e

    dignidade.

    E is que uma grande pandemia

    surpreende-nos a todos e se alastra

    por todos os rincões do planeta. Per-

    PASTORAL VOCACIONAL – BRN

    - WhatsApp: (31) 998171986 - Facebook/pastoralvocacionalsvdbrasil

    - Tel: (31) 3913-5379 - Instagram/missionáriosdovervodivino

    - E-mail: [email protected] - Facebook/postulantadoverbita-brn

    P. Arlindo Pereira Dias é religioso da Congregação

    dos Missionários do Verbo Divino e desenvolve

    trabalho com o Povo de Rua em São Paulo.

    mailto:[email protected]

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    PÁGINA 4

    Missionários do Verbo Divino – 125 anos no Brasil

    Vida Religiosa e Futebol

    Sempre foi imperativo para a humanidade a

    colaboração, não é diferente para a Vida

    Religiosa, um dos nossos maiores testemunhos

    é a colaboração entre nós. Devemos aprender

    a sutil arte do colaborar para afastar de nós o

    mal do individualismo, tão disseminado em

    nossa sociedade competitiva.

    Para quem pensa que a vida de um seminarista

    é somente ler filosofia e vida de santo e rezar,

    está muito enganado, também nos exercitamos

    e jogamos futebol...

    O futebol como paixão do brasileiro, como es-

    porte coletivo, possibilita para quem dele

    desfruta, não a intensa competição, todavia, a

    alegre disposição do estar junto, do saber “jogar

    em equipe”, de conduzir a bola, como

    conduzimos a vida, driblando a tristeza e o

    sofrimento com maestria, em colaboração com

    todos. Porque não seria futebol se existisse

    apenas um jogador, muito menos existiria

    comunidade e congregação religiosa se apenas

    uma única pessoa quisesse sozinha fazer o gol,

    aliás, o caminho do gol, ou melhor do Céu, é

    sempre ao lado do outro.

    Precisamos em todas as esferas da vida, da co-

    laboração do outro, o próprio Deus, contou

    com a ajuda de Maria e José, imaginemos nós...

    Por isso, para treinar não somente o nosso

    corpo, mas a nossa habilidade colaborativa,

    nós, formandos Verbitas, jogamos muito,

    quem sabe para o futuro, sejamos atletas e

    enfrentaremos e ganharemos de 7 a 1 o Atlético

    Mineiro. Ao esperarmos por isso, exercitemos

    com o futebol, o grande desafio da

    humanidade: a colaboração!

    Arnaldo Lobato

    Em pé, da esquerda para a direita: Francisco, Marcio, Jefferson, Douglas e Arnaldo;

    Agachados, da esquerda para a direita: Yulles, Darlan, P. Bernardo, Wesley e P. Tomás.

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    PÁGINA 5

    Missionários do Verbo Divino – 125 anos no Brasil

    Dom da paz

    Dom Helder Pessoa Câmara é o

    patrono e intercessor da Casa do

    Filosofado Verbita, em Contagem,

    o Dom da paz, ou simplesmente,

    “Dom” como era conhecido, foi

    arcebispo da Arquidiocese de

    Olinda e Recife e um dos

    fundadores da CNBB

    (Conferência Nacional dos Bispos

    do Brasil), falecido em 1999, era

    um grande defensor da não-

    violên- violência, pregava uma Igreja simples voltada para os pobres, sem

    luxos ou vaidades. Por conta disso, foi bastante perseguido e nos

    deixou um legado sem igual.

    Em 2015, a Santa Sé reconhecendo as virtudes em vida do “Dom da

    paz” o declara “Servo de Deus”, que é a primeira etapa de um

    processo de canonização. Cinco anos após, a Igreja e a comunidade

    em geral se alegra novamente com a notícia de que a qualquer

    momento a Congregação para a Causa dos Santos deve expedir o

    decreto de validade jurídica reconhecendo que toda documentação

    minunciosamente estudada na fase arquidiocesana está de acordo

    com as normas da Igreja.

    Permaneçamos em oração e pedindo a sua intercessão sobre todos

    nós. Salve o “Dom da vida”, salve o “Dom da paz”!

    Oração pela beatificação e canonização de Dom

    Helder Câmara

    Ó Deus altíssimo, boníssimo e terníssimo, que

    quisestes se revelar em toda vossa plenitude, na

    generosidade, doação, renúncia e criatividade do

    vosso servo Dom Helder Câmara. Vivendo agora a

    expectativa da beatificação e canonização do vosso

    místico e Dom da Paz, suplicamos com humildade e

    confiança que venhais em socorro da humanidade,

    nas injustiças, dores e angústias de toda natureza por

    que passa a criatura humana e todo o universo. Que

    o nosso bom Deus seja sempre mais louvado, através

    do Servo de Deus Dom Helder, instrumento da vossa

    paz e do vosso amor. Usando as palavras do Santo

    Padre, o Papa Francisco: “No fim, encontrar-nos-

    emos face a face com a beleza infinita de Deus e

    poderemos ler, com jubilosa admiração, o mistério

    do universo, o qual terá parte conosco na plenitude

    sem fim”, na mais viva esperança, ó Pai, de vermos

    todas as coisas renovadas. Por Nosso Senhor Jesus

    Cristo Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.

    Amém.

    (Pedir a graça)

    Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

    O Sagrado Coração na vida de Santo Arnaldo Janssen

    Pequeno Mensageiro do Sagrado Coração foi uma das formas de divulgar os

    trabalhos do Apostolado da Oração e ao mesmo tempo divulgar o mundo

    missionário para seus assinantes.

    A sua devoção ao Sagrado Coração se torna mais visível, quando ele escolhe

    o dia 16 de junho de 1875 – na comemoração do 200º aniversário da aparição

    do Sagrado Coração a Santa Margarida Maria – para dar o pontapé espiritual

    da sua obra missionária. Nesta data, ele realizou a compra do terreno para sua

    obra missionária. E Arnaldo, junto com outros três futuros membros da

    congregação fazem a sua consagração ao Sagrado Coração de Jesus. Sua

    paixão pelo Sagrado Coração de Jesus se tornou uma das orações e um dos

    lemas da família Arnaldina: Viva o Coração de Jesus no coração dos homens!

    Por isso, desde o início da fundação da Congregação, como sinal de gratidão,

    Santo Arnaldo deixou esta grande herança e exortou deste modo: “A Casa das

    Missões nunca se esquecerá desta sua origem. Todos os seus objetivos a

    orientam a trabalhar pelo cumprimento das múltiplas intenções do Sagrado

    Coração de Jesus.” Deste modo, os Missionários do Verbo Divino são

    chamados e convidados, constantemente e conscientemente, a renovar e viver

    esta grande exortação e herança do seu Fundador.

    Compilação de P. Tomás Cheruplavil

    A devoção ao Sagrado

    Coração na vida de Arnaldo

    Janssen tomou novos rumos em 1865 quando ele se tornou

    membro e logo diretor do

    Apostolado da Oração na sua

    diocese de Müenster, Alemanha.

    Seguindo a tradição familiar de

    oração à Santíssima Trindade e

    uma devoção especial ao Espírito

    Santo, Arnaldo aprofundou a sua

    espiritualidade com a devoção ao

    Sagrado Coração de Jesus e

    veneração ao Verbo Divino.

    Ele começou a difundir e a

    divulgar com grande zelo, fervor e

    entusiasmo o Apostolado da

    Oração e sobretudo a devoção ao

    Sagrado Coração de Jesus,

    compondo muitas orações ao

    Coração Divino. A revista O

    Pequeno

    ANIVERSARIANTES DA COMUNIDADE

    14/06 – Marcio Vieira

    17/06 – Jefferson Oliveira

    Damos graças a Deus pelo dom da vida de nossos

    irmãos e pedimos as suas orações por eles!

    Parabéns!

    Na onda da Transmissão ao Vivo Live

    A música sempre embalou nossos sonhos e nossas mais íntimas emoções, somos seres musicais: cantamos para nos alegrar, para festejar e, também, para curar determinadas tristesas.

    A música faz parte dos nossos ritos mais importantes. Ressignificando a vida e mesmo distante do povo, encontramos uma maneira de sempre estar perto dele, nossa maior missão e razão. Por isso, realizamos duas Transmissões ao Vivo, com intensa participação de nossos amigos, familiares e pessoas que conhecemos nesse nosso mundo de meu Deus, cantamos para afastar a tristeza e nos conectarmos uns com os outros.

    DA REDAÇÃO

  • LOGOS – DHC A Palavra é nossa maior missão

    PÁGINA 6

    Missionários do Verbo Divino – 125 anos no Brasil

    Cultura Modo avião

    Quanto tempo eu passo no meu celular?

    Um filme jovem, com pegada contemporânea, é a nossa sugestão de “cine” desta edição. “Modo

    avião” é um filme nacional, saindo quentinho, dirigido por César Rodrigues e tem no elenco

    Larissa Manoela (Ana), Erasmo Carlos (Germano), André Frambach (João), Katiuscia Canoro

    (Carola) e outros atores/artistas consagrados do cenário nacional.

    A relação e a dependência do “eu” com o celular é o tema central do filme, ótimo para ser

    assistindo em família para discutir as necessidades que envolvem os laços familiares: ao

    deixarmos o celular descobrimos o “mundo”.

    A sinopse do filme é a seguinte: o castigo de Ana – uma influenciadora digital – por ter batido

    o carro enquanto falava ao celular é ser mandada à casa do avô (Germano) no campo, sem sinal

    de celular e sem direito a selfie, lá numa série de acontecimentos, ela muda radicalmente a sua

    vida.

    “Ana entra em um profundo processo de autoconhecimento e estabelece mais proximidade e

    afeto pela sua família e por ela própria”.

    “Modo avião” bateu recorde de audiência via Netflix em diversos países, sendo o primeiro filme

    nacional de comédia da plataforma digital. Uma pena que esteja disponível somente pelo meio

    digital Netflix, pois vale muito a pena todos terem acesso a este longa que é mais uma das obras

    nacionais de reflexão do “eu” que nem todos têm acesso.

    Anedotas

    Nunca usei bombacha, não gosto de

    chimarrão e nem de me lembrar da

    última vez que subi num cavalo.

    Aliás, o cavalo também não gosta.

    Luís Fernando Veríssimo.

    Quando nasci era tão feio que

    minha mãe perguntou ao meu pai:

    "Ele não é um tesouro?" E meu pai

    respondeu: "É sim, vamos

    enterrar!" (Desconhecido)

    Interatividade Nosso endereço eletrônico para críticas, sugestões e

    comentários: [email protected]

    Editorial

    Editor e diagramador: Wesley Sousa

    Editor: José Moraes

    Revisão ortográfica: Arnaldo Lobato

    INFORMATIVO

    DIGITAL

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Influenciador_digitalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Selfiehttps://www.pensador.com/autor/luis_fernando_verissimo/mailto:[email protected]