Laboratorio de Cardiologia

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8/16/2019 Laboratorio de Cardiologia http://slidepdf.com/reader/full/laboratorio-de-cardiologia 1/18 CAPÍTULO 1 © Todos os direitos reservados a Editora Atheneu Ltda. Organização de um Laboratório de Cardiologia Invasiva – Atuação da Enfermeira  Aparecida Irian Guidugli Cunha  Jane Fischer Vital dos Santos Viviane da Conceição Balbieris Edna Valéria da Silva

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CAPÍTULO 1

© Todos os direitos reservados a Editora Atheneu Ltda.

Organização de um Laboratório deCardiologia Invasiva – Atuação daEnfermeira

 Aparecida Irian Guidugli Cunha

 Jane Fischer Vital dos Santos

Viviane da Conceição Balbieris

Edna Valéria da Silva

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2 © Todos os direitos reservados a Editora Atheneu Ltda.

INTRODUÇÃO

Como o laboratório de cateterismo invasivo (LCI) tem aparato tecnológico sosticado,

onde se realizam procedimentos diagnósticos e terapêuticos na área cardiovascular, e

 possui características de unidade de cuidados críticos1, o perl dos funcionários de enfer -magem exige treinamentos especícos ao atendimento de emergências que podem serdesencadeadas durante o procedimento, seja pelo estado clínico do paciente, seja pelacaracterística invasiva do procedimento.

O desempenho da enfermeira no seu papel envolve conduta, identidade pessoal,comportamento prossional e desenvolvimento técnico e cientíco. É necessário desen-volver habilidades cognitivas e motoras, além de outras especícas relacionadas à cardio-

logia invasiva2.

Devem-se conhecer também as características de um estabelecimento de assistência à

saúde para poder desempenhar bem as suas atividades. A liderança requer o comprome-timento com as metas da organização e o aperfeiçoamento prossional no desempenhode suas atividades para os objetivos e metas do hospital.

A enfermeira já tem um desenvolvimento formal adquirido na escola. Porém, por mais

que a escola procure formá-la para desempenhar o seu papel efetivamente, quando elachega ao LCI, percebe que existiram muitas falhas na sua formação.

O seu conhecimento técnico e cientíco, muitas vezes, é insuciente para desempe-nhar seu papel perante pacientes, instituição, médicos, funcionários etc.

Devem-se procurar atitudes que a identiquem como prossional, aprimorando

seus conhecimentos em relação ao LCI. Espera-se dela capacidades gerencial (recursoshumanos e materiais) e técnico-cientíca adequada ao LCI (preparos formal e informal).

Como líder de uma equipe, deve também prestar assistência direta ao paciente utilizando

a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) – histórico de enfermagem, exame

físico, diagnóstico de enfermagem, prescrição de enfermagem, evolução da assistênciade enfermagem e relatório de enfermagem (Resolução COFEN no 272/2002)3, alémde preocupar-se também com o ensino de residentes e estagiários de enfermagem e a pesquisa.

Para a enfermeira, o saber é muito complexo, vindo desde as tarefas mais simples atéas que exigem uma formação técnico-cientíca adequada para sua atuação2.

 Na enfermagem, as tarefas são distribuídas em diferentes categorias. À enfermeiracabe denir os limites das funções de cada categoria em seu setor. O que se torna difícilé diferençar o simples do complexo, entretanto o que interessa é que as tarefas, simplesou complexas, são todas importantes e visam diretamente ao bem-estar do paciente.

É a enfermeira que treina seu pessoal, disciplinando as atribuições dos prossionaissob sua responsabilidade, denindo seu espaço e sua liderança. Para o desempenho dasatividades no LCI, a enfermeira necessita atualizar-se constantemente dentro da área decardiologia intervencionista (desenvolvimento prossional especíco) e, assim, transmitir

seus conhecimentos por meio de reciclagem constante da sua equipe. Só desempenhará

 bem o seu papel quando houver concordância entre o modo que o vê e as exigênciasexternas a respeito dele.

A ENFERMAGEM NA CARDIOLOGIA INVASIVA

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A ENFERMAGEM NA CARDIOLOGIA INVASIVA

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A união e o sincronismo da equipe de enfermagem bem treinada com a equipe multipro-

ssional beneciam o paciente, a instituição e valorizam a equipe perante a comunidade.

A IMPORTÂNCIA DA PLANTA FÍSICA EM UM LABORATÓRIO DE CARDIOLOGIAINVASIVA (LCI)

Dentro da organização físico-funcional dos estabelecimentos assistenciais de saúde,existem várias atribuições e atividades desenvolvidas.

 Num estabelecimento assistencial de saúde, temos atribuições m e atribuições meio4.

As atribuições m têm funções diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde e asatribuições meio têm funções para o desenvolvimento das atribuições m e de si próprias.

São atribuições m:

• Atendimento eletivo de promoção e assistência à saúde em regime ambulatorial ede hospital-dia: atenção à saúde com promoção, prevenção, vigilância à saúde dacomunidade e programas continuados de atendimento a pacientes externos.

• Atendimento imediato de assistência à saúde: atende pacientes externos em situa-ções de sofrimento, sem risco de vida (urgência) ou com risco de vida (emer -gência).

• Atendimento de assistência à saúde em regime de internação: atende pacientesque necessitam de assistência direta por período superior a 24 horas (pacientesinternos).

• Atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia: atende pacientes internos e externos

em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado da saúde(contato direto).

São atribuições meio:

• Serviços de apoio técnico: atendimento direto à assistência à saúde em funções deapoio (contato indireto).

• Formação e desenvolvimento de recursos humanos e de pesquisa: atendimentodireto ou indireto à assistência à saúde em funções de ensino e pesquisa.

• Serviços de apoio logístico: atende o estabelecimento em funções de suporte opera-

cional.

Para cada tipo de atribuição, existem atividades especícas que devem ser levadas emconsideração no momento do planejamento físico-funcional do estabelecimento de saúde.

Para o Laboratório de Cardiologia Invasiva, o planejamento deve ser feito em concor -

dância com as atividades especícas da área, ou seja, planeja-se a planta física após terconhecimento das atividades que se desenvolverão nele. Exemplos: área adequada parao aparato tecnológico, local de preparo do paciente, lavagem das mãos, armazenamentode materiais, banheiro para pacientes e funcionários etc.

Quando se analisa a classicação de atividades m e atividades meio, verica-se que asatividades do LCI são classicadas nas atividades m com atendimento direto ao paciente,

externo ou interno, com ou sem risco de morte, em que a atenção deve ser exclusiva a eles, edesviar-se dessas atividades pode muitas vezes comprometer a qualidade do atendimento.

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Para melhor entendimento desta questão, sabemos que, para o atendimento do paciente,

acompanhando sua trajetória desde a marcação do procedimento, a sua realização outransprocedimento, o pós-procedimento até a sua internação, existem as atividades meioque são incorporadas e imprescindíveis ao atendimento ao paciente na seção, mas, serealizadas dentro do LCI, requerem maior contingente de funcionários e estrutura físico-funcional mais adequada para o uxo de materiais e de pacientes, funcionários e preparodos materiais especícos e não especícos do laboratório.

Materiais especícos são os cateteres-guia e diagnósticos, balões, os-guia e introdu-

tores, entre outros de uso exclusivo nos procedimentos invasivos do LCI.

Materiais não especícos são os materiais que não são de uso exclusivo do LCI, como,

 por exemplo, os instrumentais, bandejas, campos e aventais cirúrgicos.

Todos esses materiais, segundo a Vigilância Sanitária, são de competência exclusivada Central de Materiais, pois ela é responsável pelo apoio técnico e contato indireto como paciente do estabelecimento de saúde.

Portanto, para desenvolver essa atividade meio dentro do Laboratório de CardiologiaInvasiva, deve-se, então, ter uma estrutura físico-funcional que se compare à de umaCentral de Materiais com todas as precauções de uxo de pessoas e de materiais sujos elimpos, e um laboratório nos mesmos moldes de um centro cirúrgico.

Para a assessoria de projetos físicos de estabelecimentos de saúde, devem-se seguiras normas preestabelecidas pela Vigilância Sanitária, mas a compreensão dos objetivose do uxo de cada atividade da instituição onde se realizará o projeto se torna tão impor -tante quanto qualquer norma preestabelecida.

O entrosamento com a equipe multiprossional (médicos, arquitetos, engenheiros) éfator imprescindível para o bom planejamento.

Conhecer a estrutura organizacional, o uxograma dos pacientes, funcionários e demateriais é fator fundamental para o bom planejamento do LCI.

INSTALAÇÕES DO LABORATÓRIO DE CATETERISMO INVASIVO

O atendimento no LCI, de acordo com a Portaria 277, de 5/4/2002, da Secretaria deAssistência à Saúde do Ministério da Saúde (SAS-MS), deve ser realizado em Centros

de Referência em Assistência Cardiovascular de Alta Complexidade4.Esses centros devem possuir materiais e equipamentos necessários, em perfeito estado

de conservação e funcionamento para assegurar a qualidade da assistência aos pacientese possibilitar o atendimento diagnóstico, terapêutico, com médicos com títulos de espe-cialistas em Hemodinâmica, conferidos pela AMB em convênio com a Sociedade Brasi-leira de Cardiologia (SBC), devendo ser membros titulares da Sociedade Brasileira deHemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).

A enfermeira que atua na Assistência Cardiovascular de Alta Complexidade deve tertítulo de especialista em Cardiologia reconhecido pelo Ministério de Educação e Cultura

(MEC) ou em Enfermagem Cardiovascular, este último conferido pela Sociedade Brasi-leira de Enfermagem Cardiovascular (Sobenc).

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A equipe multiprossional do hospital (médicos, enfermeiras, nutricionistas e siotera- peutas) deve garantir a qualidade da assistência com atendimento global ao cardiopata.

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DA EQUIPE DE ENFERMAGEMAo organizar um LCI, a enfermeira necessita priorizar que, na seção de cardiologia

intervencionista, pela característica invasiva dos exames, deverá haver aparato paraatendimento a pacientes críticos, como, por exemplo, geradores de marcapasso, os demarcapasso, desbriladores cardíacos, carrinhos e acessórios de anestesia, monitorescardíacos, oxímetros de pulso, medicamentos para atendimento de emergências, apare-lhos para medida de tempo de coagulação ativada (TCA)5.

Durante os exames, algumas complicações podem ocorrer e a equipe de enfermagemdeve estar apta e treinada para atendê-las. Temos como exemplos edema agudo de pulmão,infarto agudo do miocárdio, parada cardiorrespiratória, arritmias graves, choque cardio-gênico, choque analático (ocorrências maiores); bradicardias, náuseas e vômitos (ocor -rências menores).

A equipe deve fazer uso de equipamentos de proteção individuais (EPI), tais comoluvas de procedimentos, gorros, máscaras e óculos de proteção, de uso geral no hospitale EPI especícos para o LH, como aventais e óculos plumbíferos, dosímetros e protetoresde tireóide. Toda a equipe que trabalha no LCI deve fazer os exames periódicos exigidos por lei, semestralmente: hemograma completo e contagem de plaquetas6.

Para o desenvolvimento das atividades, são necessárias algumas medidas administra-tivas, como confecção da escala mensal de trabalho, que habitualmente é feita por qual-quer equipe de enfermagem, independentemente da seção ou hospital e da escala de salae das tarefas desenvolvidas nos plantões, com ou sem supervisão direta da enfermeira2.

A escala de sala por nós confeccionada observa as seguintes características, queachamos importantes para um bom desenvolvimento de trabalho em equipe:

• Rodízio semanal dos funcionários pelas salas, ou seja, não xar funcionários em umasó sala, proporcionando maior envolvimento com a seção como um todo e fazendodesaparecer a característica de “dono do lugar”; todo funcionário deverá ter condiçõese capacidade de trabalhar em qualquer sala e atender a qualquer tipo de exame.

• Rodízio semanal dos funcionários entre si, ou seja, remanejamento entre colegasdo grupo de uma determinada sala, o que aumenta o comprometimento mútuo e

aperfeiçoa o relacionamento.A escala de tarefas para os plantões (Anexo 1) permite a exibilidade de transferir astarefas que não foram executadas pelo turno correspondente para outro turno, na existênciade atendimento a alguma emergência, não havendo tempo para realizá-las no plantão.Todas as tarefas são importantes, mas, na vigência de uma emergência, os funcionários sãoorientados a dirigir toda a atenção ao atendimento rápido às necessidades do paciente.

Cabe à enfermeira administrar conitos, pois são inerentes aos seres humanos e exacer - bados pelo desenvolvimento tecnológico. Para isso, deve ser consciente e ter predispo-sição para lidar com eles, tendo como objetivo o bom entrosamento e aprimoramento das

 pessoas, estabelecendo um ambiente de cooperação, esclarecendo as expectativas delas

e as metas da equipe aos seus subordinados, orientando-os a direcionarem as forças detrabalho visando aos objetivos da empresa.

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TAREFAS A SEREM EXECUTADAS EM PLANTÃO COM OU SEM SUPERVISÃO DIRETA

  Na ausência de campos

descartáveis, a prioridade deverá

ser o preparo de roupa cirúrgica:

( ) dobrar roupas cirúrgicas;

( ) empacotar e identificar;

( ) anotar a quantidade de materiais

no caderno de plantão;

( ) encaminhar os pacotes para CME;( ) recolher o material processado e

checar quantidade;

( ) distribuir materiais esterilizados,

conforme a necessidade do setor.

  Preparo de materiais:

( ) bandejas, instrumentais;

( ) anotar os itens e quantidades

encaminhados no caderno de

plantão;

( ) encaminhar ao CME;

( ) distribuir conforme a

necessidade do setor.Obs.: Esta atividade deverá ser

realizada diariamente, inclusive nas

sextas-feiras.

  Reposição das salas de acordo

com a necessidade, conforme a

identificação preexistente:

( ) repor medicações e carrinho de

PCR conforme protocolo;

( ) repor materiais descartáveis.

Obs.: A reposição deverá ocorrer de

forma racional, evitando excessos

que ocasionam desperdício.

( ) realizar limpeza dos aventais de

chumbo;

( ) preparar os cateteres

para encaminhamento ao

reprocessamento (lavagem e

secagem);

( ) encaminhar os cateteres para o

CME;( ) realizar a limpeza do banho-maria;

( ) realizar checagem dos materiais

de emergência nas salas de

hemodinâmica:

  • Drogas;

  • Materiais de intubação

orotraqueal;

  • Umidifcadores;

  • Extensores;

  • Gerador de MPP;

• Carrinho de anestesia.

( ) acompanhar a limpeza

terminal e observar ao final seo resultado foi satisfatório, se os

equipamentos estão nos locais

predeterminados e ligados de

forma correta;

( ) promover a limpeza e arrumação

dos armários e equipamentos

do setor, lembrando-se das

identificações preestabelecidas;

( ) promover a arrumação

sistemática do almoxarifado

(setor), validade de materiais/

medicamentos etc.;

( ) realizar limpeza dos colchões emacas do setor;

( ) realizar troca dos Descartex®

das salas de exames e expurgo

semanalmente;

( ) organizar os cateteres recebidos

do óxido, guardando-os nas

gavetas conforme identificação;

( ) recolher os introdutores retirados

na enfermaria e lavá-los;

( ) promover a limpeza dos

armários da sala de material

semanalmente;( ) promover a lavagem das

comadres e papagaios;

( ) promover a limpeza dos suportes

de soros, equipamentos e

colchões das salas de exames.

Obs.: Todas as atividades executadas

durante o plantão deverão ser

checadas e anotadas no caderno

de relatório dos plantões,

discriminando o período e os

funcionários do plantão com o

Coren.

As chaves da Hemodinâmica são

também de responsabilidade da

enfermagem.

Os funcionários dos plantões

noturnos e dos plantões dos finais

de semana têm de checar todas as

salas, inclusive se as portas estão

trancadas e se as chaves estão nos

devidos lugares.

Caso haja emergência e

não dê para cumprir as tarefas

determinadas para um dado plantão,os funcionários do plantão deverão

anotar no caderno de relatório e

os plantões subseqüentes serão

responsáveis pelas tarefas.

Não esquecer também que

as embalagens dos materiais

usados nas emergências deverão

ser afixadas à folha de débito

do paciente, a qual deverá estar

preenchida corretamente.

Escala de Atividades

ANEXO 1.1

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PLANEJAMENTO DOS MATERIAIS ESPECÍFICOS DO LABORATÓRIO DECATETERISMO INVASIVO

Os planejamentos de materiais devem ser adaptados de acordo com os tipos de exames

a serem realizados no LCI.Para planejar os equipamentos é necessário conhecê-los, como também seus acessó-

rios, para solicitá-los adequadamente, visando a um atendimento com qualidade. São eles:

 polígrafo, transdutor de pressão e domus, extensores do transdutor e de bomba ejetorade contraste, torneiras de três, quatro e cinco vias, válvulas hemostáticas, agulhas de punção, manômetros de pressão, rotores, jelcos, escalpes, bombas de infusão, equipos(gotas, microgotas), bureta, agulhas de inserção etc. A adaptação dos acessórios deveter conexão “macho e fêmea” para garantir que o sistema transdutor/extensão/cateter/ paciente seja isento de bolhas de ar que possam prejudicar o paciente (Figs. 1.1 a 1.3).

Além disso, não podem faltar cateteres-guias de variadas curvas e diâmetros (5, 6, 7 e8 F), introdutores com válvulas, os-guia de diversas exibilidades, torques e diâmetros(0,038”, 0,035”, 0,032”, 0,014” e 0,009”), com pontas retas e em “J”7.

INTRODUTORES

Os introdutores arteriais devem ser adquiridos de acordo com os procedimentos queforem da rotina diária. É composto de uma bainha, um dilatador e um o-guia. Algunssão acompanhados por uma agulha de punção.

FIG. 1.1

 Torneiras de quatro e cinco vias; extensor de alta pressão, flexível com conexão macho/fêmea.

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FIG. 1.2

Sistema conectado.

FIG. 1.3

Válvula hemostática em Y, rotor e fio-guia dirigível 014” (steerable).

       1 2 3 4 5 6 7 8 9       1       0

       1 2 3 4 5 6 7 8 9       1       0

 Torneiras de 5 vias

Introdutor arterial

Balão

Fio guia

coronário

Cateter guia

Rotor

Manômetro depressão

Y

Seringa com luer lock 

Cateter balão

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FIG. 1.4

 Nas intervenções infantis, deve-se lembrar que os materiais são mais delicados emenos calibrosos e seus diâmetros variam entre 4 e 6 F com os-guia e dilatadores pediátricos.

 Nas intervenções de adultos, os introdutores mais comuns variam de 5 a 8 F de

diâmetro e 11 cm de comprimento, com os-guia e dilatadores de adulto.Introdutores mais calibrosos devem ser obtidos caso haja intervenções cujos cateteres-

guia (para suporte) sejam mais calibrosos (9, 10, 11 e 12 F).

Introdutores longos (23 cm) podem ser necessários para artérias femorais tortuosas eartéria ilíaca, para facilitar o suporte do cateter-guia e o controle do torque deste e, paraa via de acesso radial, temos o introdutor radial especíco para essa técnica, tendo comodiferenciais o o-guia mais no que se assemelha aos infantis e o dilatador de menordiâmetro (Fig. 1.4).

Conjunto introdutor.

CATETERES

Há uma enorme variedade de cateteres de diversas curvas para serem utilizados nasintervenções coronarianas e seus diâmetros variam de 4 a 10 F.

Observar o diâmetro interno desses cateteres é muito importante para o planejamento

e desempenho do exame, visto que a indústria de manufatura desses cateteres tem aumen-

tado o lúmen interno e diminuído o diâmetro deles.

Ao se fazer a escolha de materiais para o LCI, os cateteres de 6 F com lúmen interno

acima de 0,060” são considerados cateteres-guia ou terapêutico e os abaixo desse valorsão os cateteres diagnóstico.

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FIG. 1.5

 Tipos de curvas (foto reproduzida e autorizada por Freedet al .)7.

As congurações das curvas são variadas tanto para exames diagnósticos como paraexames terapêuticos (Fig. 1.5).

 Nas coronariograas pela técnica de Judkins, é importante lembrar a necessidade deusar três tipos de cateteres e um introdutor arterial: um cateter com curva para coronáriadireita, um cateter com curva para coronária esquerda, um cateter para ventriculograa,que chamamos de pig tail , e um introdutor arterial. Todos devem possuir o mesmo calibre,

ou seja, se o cateter é de diâmetro 6 F, o introdutor deve ter o mesmo calibre (Fig. 1.6).

 Nos exames de cateterismo direito são utilizados cateteres do tipo Lehman® e angio-gráco (NIH) e estes devem também fazer parte do planejamento de materiais do LCI.

Cateteres mais especícos para procedimentos extracardíacos devem ser adquiridosde acordo com os exames que serão feitos no laboratório. O entrosamento com a equipemédica é muito importante, pois a escolha do material será de acordo com os tipos de procedimentos que se realizam no serviço.

FIOS-GUIA METÁLICOS

São extremamente necessários para manter os cateteres reticados ao serem introdu-zidos na aorta torácica8.

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FIG. 1.6

Conjunto de cateteres para cinecoronariografia (JL/JR/ pig tail ).

Variam de comprimento, exibilidade, torque e diâmetro (polegadas) com pontasretas e em “J”.

Os seus diâmetros variam de acordo com o exame e o suporte que o médico vai precisar

 para a realização do exame. São encontrados no mercado os de diâmetros variados:

0,038”, 0,035”, 0,032”, 0,025”, 0,021”, 0,018”, 0,014” e 0,009”. Os dois últimos, maiscomumente usados em intervenções coronarianas, são chamados os-guia steerable, ouseja, os-guia dirigíveis.

A escolha no momento de planejar os materiais deve ser bem diversicada tanto nocomprimento como no diâmetro.

Os os-guia mais longos são chamados guias de troca (acima de 260 cm) e são muitoúteis quando não se quer perder o posicionamento do cateter no exame e precisa-se fazera troca deste.

CATETERES BALÃO DE ANGIOPLASTIA

Os cateteres balão de angioplastia utilizados são os com sistema monorail  ou de rápida

troca e o sistema sobre a guia ou over-the-wire, com marcas radiopacas e sempre acom- panhados com os-guia metálicos de 180 ou 300 cm, “J” ou reto, hidrofílicos ou não,com diversidade na capacidade de navegação dentro da artéria coronária.

Os balões coronários são cateteres de baixo perl disponíveis no mercado em diâme-tros (1,5 a 4 mm) e comprimentos variados (8, 9, 10 e 15 mm), sendo denominados balões curtos; os de 20 mm são standard  e os balões longos (30 a 40 mm). Os balõescom diâmetros superiores a 4 mm são utilizados em angioplastias de pontes de safena,

outros ainda maiores em relação ao calibre e comprimento são utilizados nas valvoplas-tias, terapêuticas congênitas ou extracardíacas (vasos mais calibrosos) (Fig. 1.7).

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Balão de angioplastia coronária.

FIG. 1.7

STENTS CORONÁRIOS

 Modelos

Os stents ou próteses intracoronárias estão sendo amplamente utilizados em nossomeio e estão disponíveis em vários modelos e tamanhos.

Encontram-se, no mercado, o stent  auto-expansível, o balão expansível e o stent  commemória térmica9.

Devem ser biocompatíveis, menos trombogênicos e resistir à corrosão. Os mais utili-zados em nosso meio são os de aço inoxidável, mas encontramos também os de nitinol,tântalum, cromo, cobalto etc.

A exibilidade é muito importante por causa das angulações e da tortuosidade dasartérias coronárias.

A visibilidade depende do material e do desenho do stent , sendo o de tântalum maisradiopaco, ao passo que o de aço inoxidável dependerá da densidade do material e dodesenho deste.

Devem proporcionar segurança e força radiais adequadas ao se expandirem.

Encontramos vários comprimentos, diâmetros e modelos atualmente no mercado eum LCI deve ser provido de uma gama deles, pois os tipos de lesões e suas complexi-dades são variados e, para atender com qualidade às necessidades dos pacientes, devem-se

adquirir vários stents de diversos modelos (Fig. 1.8).

Hoje temos no mercado os stents farmacológicos (sirolimus, paclitaxel, zotarolimus

etc.), mas que ainda não estão disponíveis para serem adquiridos pelo paciente peloSistema Único de Saúde (SUS).

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Alguns modelos de stent coronário.

FIG. 1.8

Cabe explanar mais sobre os campos descartáveis estéreis que são utilizados em nossoLCI. Tais campos têm facilitado nosso atendimento ao paciente, pois já estão prontos para o uso, não necessitando passar por todo o processo de lavagem, preparo para esteri-lização e esterilização propriamente dita. Possuem duas fenestras para punção na regiãoinguinal e são de comprimento e largura adequados ao tamanho da mesa de exames.

Campos mais simples e para cobertura da mesa de instrumentais também estão disponí-veis, assim como aventais descartáveis.

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A utilização de materiais de barreira para aventais e campos cirúrgicos e de tecidos reuti-

lizáveis (de algodão) deve seguir as orientações desenvolvidas pelo Comitê de Coordenação

das Recomendações Práticas da Association of Operating Room Nurses (AORN)10.

Campos e aventais descartáveis são muito seguros e apresentam boa barreira contramicrorganismos, particularmente no que diz respeito a uidos corpóreos, pois são resis-tentes à penetração de sangue e de outros uidos em condições normais.

 Sugestão para o preparo de bandejas e instrumentais1

Bandeja completa:

• 1 bandeja de aço inoxidável

• 1 cuba rim

• 2 cúpulas (uma para o contraste e outra para o vasodilatador)

• Gazes• Compressas

Caixa de instrumentais:

• 6 pinças Backaus

• 1 tesoura de íris

• 1 tesoura de Mayo

• 1 porta-agulhas Derf 

• 3 pinças micromosquito curvas

• 2 pinças micromosquito retas• 1 pinça de dissecção

• 1 pinça dente de rato

• 1 pinça Semken

• 1 pinça Pean

• 1 cabo de bisturi no 3 para lâmina no 11

• 1 estilete biolivar 

• 1 tentacânula

• 1 caixa de inox com tampaO tamanho do instrumental e da caixa que o acondicionará deverá ser médio para

adultos e menor para crianças.

Sugerimos à enfermeira que, ao fazer o pedido dos materiais, consulte previamenteo catálogo destes e o médico intervencionista que irá utilizá-los.

PRINCIPAIS FÁRMACOS UTILIZADOS NO LCI

Relacionamos, a seguir, fármacos que não podem faltar no LCI, cabendo à enfermeira

checar a existência e fazer a reposição deles quando necessário, pois alguns são essen-ciais e usados em caráter de emergência2:

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• Adenosina

• Analgésicos e psicotrópicos (dolantina e benzodiazepínicos)

• Anestésicos locais (xilocaína a 2% sem vasoconstritor e marcaína)

• Antagonistas dos canais de cálcio (verapamil)• Antiagregantes plaquetários (ticlopidina, clopidogrel, abciximab e tiroban)

• Antiarrítmicos (amiodarona)

• Anticoagulantes (heparina)

• Anti-heméticos

• Anti-histamínicos

• Azul de metileno

• Betabloqueadores (metoprolol)

• Corticóides• Digitálicos (cedilanide)

• Diuréticos (furosemida)

• Drogas para parada cardiorrespiratória (adrenalina e atropina)

• Drogas vasoativas (dopamina, dobutomina e noradrenilina)

• Glicose hipertônica (a 25% e 50%)

• Inibidor da ECA (captopril e enalapril)

• Protamina

• Vasodilatadores (nitratos e nitroglicerina)Deve-se acrescentar a esse arsenal: soro siológico a 0,9%, glicosado a 5% e contraste

iodado.

DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM

O LCI exige equipe de enfermagem altamente qualicada e com treinamento especí-co em virtude dos equipamentos sosticados de alta complexidade1,2,11 e da característica

invasiva dos procedimentos para diagnóstico e tratamento de problemas cardiovasculares,às vezes em pacientes críticos e de alto risco. Essa sosticação do aparato técnico, commateriais especícos, exige treinamento demorado, pois a equipe de enfermagem tem deter preparo suciente para acompanhar evolutivamente as mudanças e habilidade e agili-dade para identicar problemas e/ou complicações, adotando medidas, com as equipesmédicas, que possam evitar o agravamento da situação.

Muitas variáveis interferem no dimensionamento da equipe e a classicação dacomplexidade assistencial deve sempre existir 12.

Para o LCI, as características invasivas dos procedimentos deveriam ser classi-

cadas de acordo com o tipo de exame, a complexidade do diagnóstico médico e o graude evolução do paciente em relação à doença.

A falta de parâmetros bem denidos para o dimensionamento de recursos humanosem enfermagem do LCI muitas vezes causa polêmica com a direção do hospital. Deve

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haver uma correlação entre os tipos de exames realizados e a categoria da equipe quecompõe a equipe de enfermagem, de acordo com suas complexidades. Deve-se levar emconsideração a losoa do hospital, pois hospitais de referência, hospitais-escola e comtecnologia de ponta exigem equipe altamente capacitada e treinada.

As características invasivas dos procedimentos já possuem conotação diferente ao se pensar em Sistema de Classicação de Pacientes13,14, adotado pelo COFEN na Resolução

COFEN no 293/200415.

Essa Resolução tem como objetivo estabelecer parâmetros para o quantitativo mínimo

dos prossionais de enfermagem, recomendando-se que o dimensionamento do quadrode prossionais de enfermagem fundamente-se nas características da instituição, noserviço de enfermagem e no perl da clientela16. Adotou-se o Sistema de Classicaçãodo Paciente (SCP) desenvolvido por Fugulin et al . (1994): mínima ou autocuidado, inter -

mediária, semi-intensiva e intensiva13.

Para efeito de cálculo, consideraram-se o SCP, as horas de assistência de enfermagem,os turnos e a proporção funcionários/leito15.

 No LCI, as horas de assistência não são calculadas por leito, devendo ser objeto deestudo mais aprofundado. O dimensionamento deve estar adequado à necessidade decada serviço.

É importante priorizar a planta física do hospital. A descentralização de setores exigemaior número de funcionários para transporte de materiais e pacientes. Muito freqüen-temente se transportam pacientes com introdutores arteriais e/ou venosos, curativoscompressivos e pacientes críticos com IAM, choque cardiogênico etc.

Em resumo, para o dimensionamento da equipe do LH, devemos nos deter:• na complexidade das atividades que estão direta ou indiretamente ligadas à assis-

tência;

• na necessidade de treinamento especíco;

• na análise da dinâmica das atividades nos turnos de trabalho (manhã, tarde enoite);

• na distribuição da equipe em 24 horas;

• no cálculo da taxa de absenteísmo, em que devemos levar em consideração queuma funcionária grávida deve, por causa da radiação ionizante, car afastada daseção cerca de um ano.

 Não podemos esquecer o porcentual de ausência da equipe de enfermagem, conside-rando as licenças, férias e faltas2,17.

A complexidade da assistência que deve ser prestada ao cliente exige da equipede enfermagem conhecimentos, habilidades, competências e atitudes que chegam aser um desao para os gestores de enfermagem quando vão fazer planejamento doquantitativo de pessoal para trabalhar nas áreas de alta complexidade. O desconheci-mento de parâmetros para o planejamento e avaliação dodimensionamento dos recursos

humanos de enfermagem tem sido feito de maneira empírica, baseado na experiência e

na intuição, sem contudo compreender as variáveis que envolvem o dimensionamentode pessoal18.

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Se nas atividades diárias estiver incluído o preparo de materiais especícos e não especí-

cos (bandejas, instrumentais, cateteres etc.), cabendo à Central de Materiais (CM) somente

a esterilização deles, essa atividade deverá ser considerada para o cálculo da equipe, obser -

vando-se a quantidade de exames e de materiais especícos utilizados diariamente.

 Numa planta física centralizada, deve-se avaliar o tipo de exame realizado, a comple-

xidade deste, a quantidade de exames por dia, o horário de maior uxo de exames e asatividades realizadas pela equipe de enfermagem, sejam estas direta ou indiretamenteligadas à assistência.

Sugere-se que dois auxiliares de enfermagem por turno são sucientes para atendercom qualidade e segurança a uma sala durante exames diagnósticos:

• Um será responsável pelo preparo dos materiais (mesa de instrumentais, cateteresetc.), do paciente com campos estéreis e injeção de contraste com bomba.

• O outro puncionará a veia periférica, ajudará na anti-sepsia, responsabilizar-se-á pelas medicações solicitadas pelo médico durante o exame e também irá manusear

 polígrafo e desbrilador.

Uma enfermeira por turno supervisionará o LCI e se dirigirá às atividades que requerem

maior complexidade.

As atividades devem ser avaliadas conforme referido anteriormente, e se a demandado hospital for grande, um funcionário extra deverá estar à disposição para outras tarefas,

como trocar e transportar pacientes.

Outra atividade que depende também das exigências da rotina diária e da demandado hospital é o preparo de materiais especícos e não especícos. A necessidade de maisum funcionário por turno deve ser cuidadosamente avaliada pela enfermeira.

 No atendimento a exames terapêuticos e emergenciais, como, por exemplo, infartoagudo do miocárdio (IAM), a enfermeira deverá avaliar o risco da situação e vericarse dois ou três funcionários serão sucientes para proporcionar atendimento adequadoao paciente.

Devemos nos preocupar com problemas ergonômicos que os funcionários possam vir a

sofrer, decorrentes da utilização de aventais plumbíferos durante a realização de exames,

assim como do esforço físico muscular realizado durante o transporte de pacientes, prin-cipalmente de obesos, tornando-se necessário o deslocamento de dois funcionários paraessa tarefa.

Dependendo da estrutura organizacional do hospital, outra enfermeira deverá ser aresponsável pela parte administrativa, ou seja, confecção das escalas de distribuição do

 pessoal (mensal, de sala e de férias), programação de reciclagem e treinamento da equipe,

 pedidos de compras, planejamento da assistência, supervisão e avaliação do desempenho

da equipe. Em hospitais-escola, as enfermeiras também estão envolvidas com o ensinoe a pesquisa.

A enfermeira deve realizar uma avaliação contínua da sua equipe, das necessidades aoatendimento do paciente, da instituição e da comunidade, fazendo uma correlação com

os recursos humanos disponíveis. A melhoria da qualidade do atendimento ao pacientedepende da previsão e avaliação adequadas dos recursos humanos e materiais em quanti-

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dade e qualidade. Prover e prever recursos humanos e materiais é processo dinâmico, reque-

rendo da enfermeira experiência e atualização constantes na área de atuação e gerência.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. Friedman HZ, Bennett A, Kelko KL. Special considerations for cath lab personnel. In: Saan RD, Freed

M, eds. The manual of intervencional cardiology. Birmingham: Physicians’ Press; 2001, p. 929-44.

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3. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 272 de 2002. Dispõe sobre a Sistematização da Assis-tência de Enfermagem (SAE) nas instituições de saúde brasileiras.

4. Ministério da Saúde. Anvisa. Resolução – RDC no 50, de 21 de fevereiro de 2002. D.O de 20/03/2002.Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos

físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

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6. NR7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (Portaria no 24, de 29/12/1994, e Portariano 8, de 8/5/1995). Norma Regulamentadora do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

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10. Baf SH. Práticas recomendadas para o uso e a seleção de materiais de barreira para aventais e campos

cirúrgicos. Rev. SOBECC 2001;5(6):12-3.11. Yamada AT, Mansur AJ, Chizzola PR, et al. Atendimento cardiológico ambulatorial: comparação entre

 pacientes atendidos em hospital de referência e em centro de saúde comunitário. Arq Bras Cardiol. 1990;

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12. Gaidinzki RR. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições hospitalares [Tese de livre-docência]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; 1998. 118p.

13. Fugulin FMT, Silva SH, Shimizu HE, et al. Implantação do sistema de classicação de pacientes naunidade de clínica médica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Rev. Med HU-USP1994;4:63-8.

14. Fugulin FMT. Sistema de classicação de pacientes: análise das horas de assistência de enfermagem[dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 1997. 75p.

15. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução no 293/2004. Estabelece parâmetros para dimensionamentodo quadro de prossionais de enfermagem em instituições de saúde.

16. Fugulin FMT, Gaidinski RR. Horas de assistência de enfermagem: análise comparativa de parâmetros. Nursing 2000;30-34.

17. Gaidzinski RR. Dimensionamento de pessoal de enfermagem. In: Kurkgant P, coord. Administração emenfermagem. São Paulo: E.P.U.; 1991, p. 91-6.

18. Gaidzinski RR, Fugulin FMT, Castilho V. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituiçõesde saúde. In: Kurkgant P, coord. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan;2005, p. 125-37.