Brasile è strategicamente importante per l´Italia · Rio de Janeiro, agosto de 2005 Ano XII –...

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Brasile è strategicamente importante per l´Italia Paulo Betti fala sobre cinema e analisa crise política ISSN 1676-3220 R$ 7,50 www.comunitaitaliana.com.br Gianfranco Fini: A MAIOR MÍDIA DA COMUNIDADE ÍTALO-BRASILEIRA

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Rio de Janeiro, agosto de 2005 Ano XII – Nº 87

Brasile è strategicamente importante per l´Italia

Paulo Betti fala sobre cinema e analisa crise política

ISS

N 1

676-

3220

R$

7,50

www.comunitaitaliana.com.br

Gianfranco Fini:

A M A I O R M Í D I A D A C O M U N I D A D E Í T A L O - B R A S I L E I R A

EDITORIAL

DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR:Pietro Domenico Petraglia

(RJ23820JP)

DIRETOR:Julio Cezar Vanni

VICE-DIRETOR EXECUTIVO:Adroaldo Garani

PUBLICAÇÃO MENSAL E PRODUÇÃO:Editora Comunità Ltda.

TIRAGEM:30.000 exemplares

ESTA EDIÇÃO FOI CONCLUÍDA EM:11/08/2005 às 16:30h

DISTRIBUIÇÃO:Brasil e Itália

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO:Rua Marquês de Caxias, 31

Centro – Niterói – RJ – BrasilCEP: 24030-050

Tel/Fax: (21) 2722-0181 /(21) 2719-1468

E-MAIL:[email protected]

SUBEDIÇÃOLuciana Bezerra dos Santos

REDAÇÃO:Giordano Iapalucci (repórter especial),

Luciana Bezerra dos Santos e Nayra Garofl e

REVISÃO / TRADUÇÃOCristiana Cocco

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:Alberto Carvalho

FOTO DE CAPADomingos Tadeu

COLABORADORES:Franco Vicenzotti – Braz Maiolino

– Lan – Giuseppe D’Angelo (in memoriam) – Pietro Polizzo –

Giovanni Crisafulli – Venceslao Soligo – Marco Lucchesi –

Domenico De Masi – Franco Urani – Francesco Alberoni – Giovanni

Meo Zilio - Guido Sonino - Fernanda Maranesi - Giuseppe Fusco

CORRESPONDENTES:Guilherme Aquino (Milão)

Comunità Italiana está aberto às contribuições e pesquisas de estudiosos

brasileiros, italianos e estrangeiros. Os artigos assinados são de inteira

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La rivista Comunità Italiana è aperta ai contributi e alle ricerche di studiosi ed esperti brasiliani, italiani e estranieri. I collaboratori esprimono, nella massima

libertà, personali opinioni che non rifl ettono necessariamente il pensiero

della direzione.

ISSN 1676-3220

Filiato all’Associazione

Stampa Italiana in Brasile

FUNDADO EM MARÇO DE 1994

Com os escândalos e a conseqüente crise de governo no Brasil, é quase evidente pensar-se na Operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália, há 13 anos.

Em 17 de fevereiro de 1992, a cidade de Milão foi rebatizada de “Tangentopoli”. Com a prisão do presi-dente do mega hotel-hospital Pio Albergo Trivulzio, Mario Chiesa, as investigações do Ministério Públi-co milanês encontraram corrupção, concussão, evasão de divisas e fi nanciamentos ilícitos de partidos. Depois de ter seu pomposo patrimônio – erguido através do pagamento de tangenti – Chiesa entregou todo o esquema que envolvia expoentes políticos e empreendedores. Toda a coisa pública estava infes-tada: empresários fi nanciavam campanhas em troca de prestações de serviços superfaturados.

A ação da Operação Mãos Limpas foi exemplar, culminando na prisão de centenas de parlamen-tares, ministros e empresários em todo o país. Foi decretado o fi m de partidos como o PSI (Partido So-cialista Italiano), que teve seu secretário Bettino Craxi acusado de envolvimento em maracutáias. Para escapar da cadeia, Craxi blefou: “podem investigar à vontade, no máximo vão descobrir histórias de mulheres”. Na calada da noite fugiu para sua mansão cinematográfi ca na Tunísia, onde morreu em 19 janeiro de 2000, aos 65 anos.

A Mani Pulite começou no gabinete do procurador Antonio Di Pietro, hoje eurodeputado. Um certo capitão Roberto Giuliani teria lhe confi denciado a história a cerca do golpe aplicado no Trivulzio. Para renovar o contrato de limpeza, seu presidente, Chiesa, que foi indicado ao cargo pelo PSI, exigiu cerca de 1 milhão de euros da empresa de Luca Magni.

Ao ser supreendido em fl agrante delito, Chiesa correu até o banheiro, onde jogou um maço de velhas liras na privada, não dando descarga.

É verdade que a Itália passou por um período constrangedor em sua história. Porém a vergonha foi necessária para colocar atrás das grades “peixes graúdos” do cenário nacional.

Dos que conseguiram escapar, talvez o réu mais surpreendente seja o premier Silvio Berlusconi. Habilmente, entrou na política e com todo o seu poderio fi nanceiro ganhou as eleições de 1994. A suspeita de que ele queria proteger seu imenso patrimônio não demorou a aparecer: em 11 de fevereiro o fi lho de Berlusconi admite crimes de corrupção envolvendo empresas como a Fininvest. Mas em 13 de julho o seu pai primeiro-minis-tro promulga uma lei para evitar a prisão dos criminosos.

A intensa Operação Mãos Limpas perdura na Itália, onde qualquer magistrado, em função no Ministério Público, pode investigar e processar, com autorização do Parlamento, chefes de Estado, de governo, deputados, senadores, pois qualquer ci-dadão é igual como reza a Constituição.

Aqui no Brasil, a grande preocupação é com o envolvimento do presidente Luís Inácio Lula da Silva no esquema de mesadas a parlamentares. Não podemos admitir que o presidente se cale diante de tanta lama, assim como não podemos julgá-lo como chefe da quadrilha. Já são tantas as histórias de golpes contra governos da América Latina.

O jornalista e escritor italiano Enzo Biagi disse certa vez que “os pessimistas pensaram que a Itália estivesse doente de um câncer. Em vez disso, o diagnóstico correto era metástase”.

Não podemos admitir que a população deste Grande País, com 80 milhões de miseráveis, pague para assistir essa cena, sem que se faça justiça.

Pode ser que os italianos residentes no exterior votem já em abril de 2006. Isso porque a maioria do governo não quer que as eleições aconteçam junto com a eleição para presidente da República, em

junho do mesmo ano. Mas existem rumores também de que as eleições para o exterior aconteçam so-mente em 2011, o que é pouco provável. O importante mesmo é que aqueles que têm direito ao voto comecem a conhecer mais da política para o italiano no exterior e façam análise do perfi l de candida-to que gostariam que representasse-nos em Roma. É difícil a tarefa de escolher esse líder, mas existem compatriotas dignos do cargo.

Nova Editoria. A partir desta edição, publicaremos notícias sobre o que há de novo para benefi ciar sua Saúde. Experiências italianas e brasileiras que dão certo, curiosidades, entrevistas exclusivas

com especialistas, fórmulas que ajudam na qualidade de nosso dia-a-dia fazem parte desta receita.

A metástase da corrupção

Entretenimento com cultura e informação

Julio Vanni

COSE NOSTRE

CENTRO CULTURAL FALABELLA

Será inaugurado em Mar de Espanha, Minas Gerais, em setembro, o Centro Cultural Falabella, numa justa homenagem a duas famílias

homônimas, pioneiras da imigração italiana naquela cidade. O curioso é que os imigrantes Nicola Falabella e Michele Falabella, originários da Basilicata, não se conheciam. Viajaram no mesmo vagão do trem que os levou até Hamburgo, na Alemanha, onde embarcaram no mesmo navio com destino ao Brasil. Descendem de Michele Falabella, o ator e tea-trólogo da Rede Globo, Miguel Falabella, o Monsenhor Miguel Falabella da Diocese de Juiz de Fora e o historiador e escritor Celso Falabella, ex presidente do Instituto Histórico de Minas Gerais.

MORTE NA IGREJA

Fiéis de uma igreja de Oristano, ao norte da Itália, presenciaram uma trágica cena

no início do mês. Durante uma missa pelo dia de San Lorenzo, um crucifi xo de um metro de altura e muito pesado. Despencou de uma al-tura de seis metros sobre, Paoletta Urru, uma das fi eis. Com grave traumatismo craniano ela morreu minutos depois do acidente.

SEMINÁRIO CONTRA GLOBALIZAÇÃO

A Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro vai promover, de 29 a 31 de agosto, o seminário “O Império Contra A Glo-

balização”. Entre os palestrantes estarão presentes os professo-res, Pierangelo Catalano, da universidade La Sapienza, de Roma, e Giacomo Marramão, da Universidade Roma Tre. As palestras serão ministradas no Auditório Machado Guimarães, situado a Rua Dom Manuel, 25 – Centro – Rio de Janeiro. Mais informações pelo site: www.pge.rj.gov.br.

BUSH E BLAIR, OS ‘MENTIROSOS’

Pinóquio perdeu o posto de maior mentiroso do mundo para... Geor-

ge W. Bush e o premier britânico, Tony Blair. E qual a mentira? Ambos, em 2003, afi rmaram - para justifi car a in-vasão ao Iraque - que Saddam Hussein estaria produzindo armas para destrui-ção em massa. A constatação surgiu no último dia 8 de agosto durante os dois dias do Festival da Mentira de Champo-luc, na Itália, organizado pelos irmãos Claudio e Vincenzo Cali.

Sobrou também para o premier da Itália, Silvio Berlusconi. A frase “Menos impostos para todos” o inseriu na lista da categoria “Grandes Mentirosos”, que também inclui o ex-ditador da extinta União Soviética, Josef Stalin (“Nossas eleições são livres e democráticas”), e o cineasta Orson Welles, que em 1938 pro-vocou pânico na população americana ao afi rmar, em um programa de rádio, que “os extraterrestres pousaram” na terra.

Parece intacta, mas a estátua no centro da fonte de Nettuno, na Piazza della Signoria, em Firen-

ze, na Itália construída - há cinco séculos - por Ba-tolomeo Ammanni foi danifi cada por vândalos no início do mês de agosto. As câmeras da vigília ur-bana do Palazzo Vecchio fl agraram a ação do grupo no momento em que subiam e quebravam a mão di-reita do monumento. Além de patrimônio histórico do lugar, a estátua é carinhosamente conhecida de Bianconi pelos fl orentinos.

FALTA DO QUE FAZER

O publicitário italiano Ciro Eugenio Mila-ni, de 26 anos, narrou o próprio suicídio

pela internet, após anunciar e comentar com vários internautas, em seu blog, durante três meses. O fato ocorreu na localidade de Pader-no D’Adda, norte da Itália. Segundo o diário Correio della Sera, Milani mantinha um site chamado “Antes de partir” (“Prima di parti-re”), que registrava várias visitas, até o ponto de se transformar em um dos chats (debates por Internet) mais concorridos da rede de computadores. Em seu blog, Milani publicou a técnica que usaria para se matar, data e diver-sas perguntas sobre pequenos problemas que surgiam enquanto planejava o ato macabro. A principal causa de seu suicídio, segundo suas confi ssões, era a de não estar satisfeito com sua vida. O jovem publicitário era um dos “blogueiros” mais famosos da Itália.

Ans

a

MOSTRA “EM PARALELO”

A Mostra “Em Paralelo”, um dialogo vir-tual, entre as operas de Eugenio Mo-

linari e Giovani Repossi, inaugurada em agosto, retratam 13 pinturas a oléo com a arquitetura contemporânea da Toscana e 14 fotografias com visão romântica e sen-sual. A exposição ficará aberta até 25 de setembro, no Museu Histórico Nacional, no Centro do Rio de Janeiro.

VÁ SER DISTRAÍDO ASSIM...

Se há falta de carinho, não se sabe, mas que é, no mínimo, esquisito... ah, isso é.

Saiu na Ansa nota sobre um macedônio, di-gamos, no mundo da lua, que simplesmente esqueceu a esposa em um posto de gasolina. A inusitada história aconteceu em uma estra-da de Pesaro a 340 quilômetros de Milão. O casal parou para abastecer o carro. A mulher foi ao banheiro sem que o marido percebesse, quando retornou, o camarada tinha ido em-bora. Ele só foi encontrado pela polícia horas depois e alegou “imaginar” que a esposa esti-vesse com a fi lhinha no banco traseiro.

PONTE AÉREA

O comissário administrativo Massimo Sassi deixa o Consulado do Rio de Ja-

neiro em setembro para assumir o mesmo posto, em São Paulo. E Adriano Stefanat-ti assumirá o seu lugar. Sassi se desta-cou por desempenhar com dedicação sua função na Casa D´Itália, do Rio.

CINEMA ITALIANO

O Istituto Italiano di Cultura do Rio de Janeiro exibe todos os meses diver-

sos filmes aos amantes do cinema da Bo-ta. Este mês os filmes programados são: (18)L’uomo delle stelle” di Giuseppe Tor-natore; (23)”La vita è bella” di Roberto Benigni; (25)”Nuovo Cinema Paradiso” di Giuseppe Tornatore e (30)”Pane e Tulipani” di Silvio Soldini.

Pietro Petraglia Editor

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lingua internazionale è Schifano che ha sentito la necessità di portare la sua esperienza in un rapporto stretto con la città visitando una favela e quindi lavorando su un tema particolare. Forse questa è la cosa interessante, cioè applicare un artista italiano ad una tematica ed una condi-zione esistenziale che è quella dell’America Lati-na con i suoi fortissimi contrasti che hanno una rappresentazione parallela in città come Napoli. Ecco quindi, dove esiste questo chiaro-scuro. E qui è in maniera accentuata. Però non ho la sen-sazione che vi sia da parte del governo e da par-te dell’amministrazione dello Stato una politica culturale bilaterale specifi ca con il Brasile.

Questa, che è una esposizione di arte ita-liana. Ma non solo. Con il soggetto Il Male cer-cheremo di fare qui una mostra di impegno più costruito, cioè un´idea che è diventata una mo-stra. Più che presentare un pittore, perchè alla fi ne puoi sceglierne a grappoli, questo evento sembra un segnale che qualcosa si stà muoven-do. Vi sono rapporti continui tra l’America Latina e l’Italia, come Borges. Vi sono inevitabilmente affi nità naturali, però, che vi sia una promozione e un rapporto utile e previlegiato non mi sembra di poterlo dire. C.I. – In Brasile vi sono circa 25 milioni di persone che hanno un’ origine italiana. Il po-tenziale per sviluppare un rapporto bilaterale nell’ambito della cultura e dell’arte con l’Ita-lia è forte.Sgarbi – Si, è vero, è molto forte il potenziale. Dopo l’esperimento di alcuni singoli pittori ed ora con la mostra Il Male sembra incominciare una nuova stagione. Possiamo quindi immagina-re di fare dei gemellaggi e delle operazioni co-struite apposta per il Brasile. C.I. Per quanto riguarda i fi nanziamenti dello Stato italiano a livello di sostegno e promo-zione dell’arte e della pittura nel mondo co-me siamo messi?Sgarbi – Semplicemente ridicoli. Mi sembra di capire che non ci sia nessuna attenzione. Se non vengono fuori i fi nanziatori privati non mi pare che lo Stato abbia la forza e la volontà di fare qualcosa. C.I. – Mi sembra di capire che anche per quanto riguarda la preservazione dell’arte in Italia non siamo messi tanto meglio. Ovvero, anche l’arte italiana in Italia incontra molte diffi coltà nell’essere tutelata.Sgarbi – Beh, per quanto riguarda il territorio nazionale, lì esiste un programma di tutela del patrimonio che passa attraverso i fi nanziamenti dello Stato. Vi è una struttura che porta il no-me di Arcus, del Ministero dei Lavori Pubblici, la quale può contare sul 3% dei fi nanziamenti totali destinati alle grandi opere. Quindi vo-lendo si potrebbero fare e si fanno interventi importanti, certo che in Italia esiste un certo squilibrio tra gli interventi alle opere insigni e la minore attenzione per le opere minori. Trovia-mo, per esempio, molti edifi ci in una condizione molto inquietante e non si vede la prospettiva per il loro recupero. C.I. Lei, proprio sotto questo aspetto, disse qualche tempo fa che viene dedicata molta

Critico d’arte, forse il più famoso in italia, sicuramente il più appariscente e ricercato dai media televisivi italiani, professore d’arte e politico. Vittorio Sgarbi, nato a Ferrara l’8 maggio 1953 e laureato in filosofia, si definisce “polemista e anti-qualunquista. La sua figura viene spesso associata ad apparizioni mediatiche in cui combina analisi politiche e culturali di incontenibile irruenza con critiche di estrema autorevolezza nell’ analisi artistico-pittorica. Dal 1992 è deputato del parlamento italiano e dall’attuale governo, poi successivamente dimesso, fu chiamato a rivolgere l’incarico di sottosegretario ai Beni e alle Attività Culturali. Su invito dell’IIC-RJ ha presenziato l’inaugurazione della mostra di Salvatore Emblema al Museo delle Belle Arti. A ComunitàItaliana ha rilasciato una intervista in esclusiva durante la sua breve visita alla città meravigliosa.

attenzione a lavori come il ponte sullo stretto di Messina invece che ad opere che avrebbero bisogno di essere ristrutturate o valorizzate.Sgarbi – Si è vero. Il ponte sullo stretto, la restituzione dell’Obelisco di Axum sono una quantità di denari buttati via che potrebbero essere più utilmente spesi in qualche altra ma-niera. Non è da sottovalutare la situazione eco-nomica dello Stato e la sottovalutazione della utilità al fi nanziamento di opere di restauro. Non c’è dubbio. C.I. - Qual’è il suo giudizio sulla recezione dell’arte e della cultura italiana nel mondo e qui in Brasile? Sgarbi – L’arte italiana nel mondo è recepita in due modi. L’arte classica come l’espressione più alta dello spirito umano; parlo dell’arte an-tica come Raffaello, Leonardo e l’arte moderna, contemporanea. Quest´ultima, escludendo alcuni episodi consacrati che sono Morandi, De Chiri-co, Fontana, viene sostituita dagli stilisti, cioè dalla moda. La moda, con artisti, ovvero stili-sti che hanno nel nome di battesimo quello di Leonardo, Tiziano ecc. Questi hanno, in realtà sostituito, più del cinema e dell’arte fi gurativa, l’idea dell’arte e della creatività italiana. Il che è positivo. Da Bulgari ad Armani, a Valentino so-no ciò che resta dell’arte italiana tradotta in una identità diversa ma tuttosommato legata sempre al tema della creatività. C.I. - Quali sono i nuovi volti della pittura ita-liana in questo inizio secolo?Sgarbi – I nuovi volti della pittura italiana so-no numerosi artisti e generalmente non con-sacrati dal riconosciemento delle istituzioni e delle biennali. Ci sono alcuni artisti, come quelli che fanno capo ad un gruppo che è de-rivato da alcune mie proposte di alcuni anni fa: Italian Factory; entro il quale si possono trovare artisti come Frongia, Bergomi, Robusti, Crocicchi, Guida, Velasco, Frangi, Bernardo Si-ciliano. Sono coordinati da un giovane quale è Alessandro Loriva, con una mia tutela. Ho dato la prima spinta a questo movimento nel quale una parte di artisti mi interessano particolar-mente ed altri di meno. Ci sono però alcuni buoni pittori e nella loro promozione è previ-sto un viaggio in Cina. C.I. – Di progetti in Brasile in questo senso non ce ne sono?Sgarbi - Progetti in Brasile non ce ne sono. L’único che mi pare di capire abbia qualche am-bizione è questo qui della mostra de ‘Il Male’. Perchè in questo caso ci sono pittori come An-tonello, Caravaggio e Artemisia, fi no ai contem-poranei in un respiro piuttosto vasto. Ma non è che sia stata pensata come una mostra che do-veva fi nire in Brasile. Il Brasile è probabilmente una tappa legata all’ipotesi di un fi nanziamento della Tim e sulla scia delle mostre che abbiamo detto di Schifano, Emblema Lodola e Cascella. Che poi sono le mostre portate nelle due sedi di Rio e San Paolo. Quindi si è aperta una strada, sia pure con un margine di casualità. C.I. Mi corregga se sbaglio, lei qualche me-se fa disse che i primi anni di un millennio contengono i germi futuri di quello che sarà la cultura e l’arte negli anni successivi. Cosa aspettarsi da questo XXI secolo per ciò che riguarda l’arte?

Sgarbi – Si, si è vero l’ho detto. Niente! Il XXI sec. si apre con un’immagine catastrofi ca di distruzione. Allo stato attuale non abbia-mo nessun segnale positivo, se non quelli che sopravvivono dal secolo passato. Ed invece, il segnale, la guida, la colonna sonora di que-sto secolo è per l’appunto quello che da me è stato individuato nella rappresentazione di Stokhausen nel crollo delle due torri. Essendo stati lunghi momenti di televisione si è disso-ciata l’immagine che noi vedevamo nella sua apocalittica suggestione dal sentimento della realtà. Pochi hanno, in quel momento, avuto la sensazione di vedere una tragedia e parte di noi hanno visto uno spettacolo che la tv ha rappresentato con una freddezza di reazione che non si può dire ci abbia particolarmente coinvolti. Se uno guarda il fi lmato del crollo delle due torri, è una cosa talmente al di là dell’immaginazione che sembrava un fi lm. In questo senso, Stokhausen ha fatto quelle con-siderazioni ed io ho interpretato quell’evento come la sigla del nuovo millennio. C.I. – Qual’è il suo rapporto con il Brasile e con la pittura brasiliana?Sgarbi – Il mio rapporto con il Brasile è un rap-porto di curiosità di luoghi e di arte come il ba-rocco di Ouro Preto, Bahia e Recife.

Per quanto riguarda la pittura brasiliana faccio una considerazione che non só quali con-seguenze potrà avere, sulle formidabili qualità di un artista che ho trovato a Recife. Si chia-ma Reinaldo Fonseca, allievo di Cavalcanti, la cui ispirazione è fortemente legata alla pittura classica italiana e stabilisce una identità stili-stica che è a metà strada tra Baltus e Botero, avendo più autenticià di Botero e più mistero di Baltus. Quindi è molto probabile che un ar-tista come questo avrebbe una certa fortuna in Europa visto il formidabile risultato di Botero e il fatto che in fondo lui ha una cultura cosi profondamente europea.

Sulla sua scrivania vi erano le monografi e di Caravaggio, Velasquez. Quindi questo entroterra o retrogusto fortemente europeo legato ad una pittura in qualche modo calda, piena come quel-la di Botero, benchè più colta, non che Botero non sia colto, ma qui la cultura è più dichiarata, ne fanno un artista con molte potenzialità. Ed è certamente uno dei pochi che ho visto qui in Brasile che possa essere esportato in Europa con effetti positivi per lui. C.I. Qual’ è il suo giudizio su colui che viene considerato il più grande pittore brasiliano, ovvero Candido Portinari?Sgarbi – È un pittore di grande impegno per ciò che riguarda la pittura monumentale. È come un pittore europeo antico. Vale per il Brasile come per noi vale un pittore del seicento o settecen-to, in quanto ha consolidato una tradizione. C.I. Lei è stato sottosegretario ai Beni e alle Attività Culturali dell’attuale governo Berlu-sconi. Quali sono attualmente i suoi rapporti con la politica italiana?Sgarbi – Attualmente sono nel gruppo misto, in una posizione di opposizione alla maggio-ranza e di opposizione alla opposizione. Sono, quindi in una posizione abbastanza eccentrica. Ma nel futuro sarò molto più vicino alla sini-stra che alla destra.

il territorio migliore dell’Italia resti l’America del nord o l’Europa stessa. Qui, nell’America del sud ci sono degli episodi e l’episodio di oggi rientra in una occasionale presenza di artisti italiani determinata da rapporti di un mercante che è Cimatti, il quale da tempo viene in America Lati-na. Ha proposto così, alcuni artisti che potrem-mo defi nire ‘non prevedibili’, cioè non ha propo-sto Morandi, De Chirico, Savinio. Ma ha messo in luce Cascella, Lodola e lo stesso Emblema. Forse quello che risponde di più ad una dimensione di

“Il mio rapporto con il Brasile è un

rapporto di curiosità di luoghi e di arte

come il barocco di Ouro Preto,

Bahia e Recife”

Marco Lucchesi - Intervista

Giordano Iapalucci

Comunità Italiana – Le sembra che la cultura e l’arte italiana nel mondo, nello specifi co in Brasile stia passan-do un periodo diffi cile, nonostante

questa mostra di Salvatore Emblema che sta riscuotendo un grande successo?Vittorio Sgarbi – Non credo che il Brasile sia il luogo dove la cultura italiana abbia più possibi-lità di manifestarsi. È più probabile che la cul-tura italiana abbia avuto occasioni più propizie nella Europa dell’est o in Scandinavia. Credo che

Il difficile rapporto tra arte e politica

Vittorio Sgarbi conversa con Paolo Dal Pino, presidente della Telecom-Brasile, durante il pranzo a Santa Tereza

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Comunità Italiana - Você é um oriundi de car-teirinha (e passaporte). Fale um pouco de sua infância e de suas raízes italianas?Paulo Betti - Meu avô e minha avó por parte de mãe vieram de Bergamo. Chamavam-se João Fon-tanelli e Celeste Maffei. Fui criado com eles. Meus avós paternos Giovanni Bet e Santa Bet vieram de Treviso. Foi através dos documentos deles que consegui minha cidadania italiana. Mas fui criado com meus avós maternos. Meu avô era um imi-grante italiano que trabalhava a meia nas terras de um fazendeiro negro. Essa situação é singular. Eu ia à roça de meu nono e via na Casa Grande a fi gura de um homem negro do qual meu avô era empregado. Isso marcou muito minha infância. Fui criado num bairro negro, noventa por cento da população de meu bairro era formada por ne-gros, então ouvia três escolas de samba ensaian-do no meu bairro, as três únicas que existiam em Sorocaba, no fi nal dos anos 50. Sou um descen-dente de italianos que tem uma profunda ligação afetiva com a cultura dos negros. De um lado eu ouvia minha avó falando: “orecchia bella, sosso-rela...” e por outro ouvia samba de pé no chão. Hoje tenho meu passaporte tirado com muito es-forço, pois o nome do meu avô no passaporte era diferente do meu, grafava “Bet”, daí tive que mu-dar os documentos meus, das minhas fi lhas, do meu pai, de minha mãe... foi uma trabalheira.CI - Como começou sua carreira?Betti - Com 19 anos fazia teatro amador e ga-nhei um prêmio (Governador do Estado) de me-lhor ator num festival. O prêmio era importante, dava direito a uma bolsa na EadUSP (Escola de arte dramática da Universidade de São Paulo). Fui aprovado no teste com 600 concorrentes pa-ra 20 vagas, cursei a escola e não parei de tra-balhar. Foi muito importante na minha formação o movimento de teatro amador que havia em So-rocaba e estado de São Paulo na época. Era uma boa porta de entrada na carreira, devo muito a esse movimento. Saindo da EadUSP fui contrata-do pela Unicamp como professor teatral. Quem me levou para lá foi o diretor Celso Nunes. Fiquei lá sete anos. Aí fui para a televisão, primeiro na TV Bandeirantes, onde fi z a novela “Os imigran-tes”, Interpretava o neto da família italiana, o personagem chamava-se André Amadeu. Depois vim para a (TV) Globo em 84, fazendo a nove-la de Lauro Cesar Muniz “Transas e caretas”. Fiz também, na Bandeirantes, uma minissérie da Pa-trícia Mello, com direção do Hugo Barreto, cha-mada “A Colonia Cecilia”. Ali eu fazia o papel do anarquista Giovanni Rossi. Fiz Também o fi lme “Oriundi”, onde era o neto de Anthony Quinn.CI - O novo programa que apresenta no Canal Brasil é uma descoberta de uma faceta sua até então desconhecida: a de entrevistador? Até agora, quem mais o surpreendeu durante as entrevistas?Betti - Adorei fazer as entrevistas. Não sabia que era tão complicado entrevistar. Adorei os entrevistados, fi quei apaixonado por todos. Fi-quei impressionado com os atores dessa nova geração. São responsáveis. E como se preocu-pam em fazer por merecer o sucesso que têm es-tudando e se preparando para a profi ssão.CI - Que análise faz da atual situação do Go-verno Lula, do PT, e qual o destino do partido após essa onda denuncista sobre corrupção?

Betti - Acho que todas as denúncias têm que ser investigadas e os culpados têm que ser punidos. Construímos um partido que não pode compac-tuar com a corrupção e com formas escusas de se fazer política. Havendo culpados eles têm que ser punidos.CI - A patrulha ideológica ainda assombra a classe artística?Betti - A patrulha ideológica faz parte, hoje, de uma patrulha maior, que se debruça também so-bre nossa intimidade. É a época da celebridade. Pagamos por sermos conhecidos e há um nivela-mento geral, por baixo. Mas aos poucos as pes-soas vão percebendo e separando o joio do trigo. Às vezes somos joio, às vezes somos trigo para a opinião pública, a única verdade é que no fi nal morreremos todos.

CI - Você passou por um momento incômodo durante o episódio em que foi acusado de se deixar seduzir por Fernando Henrique Cardo-so para deixar o PT porque Lula disse que não ia assistir às suas peças. Que lição você tirou daquele contexto? Aliás, você realmente que-ria deixar o PT?Betti - Eu estava produzindo meu fi lme “Cafun-dó” e estava chateado com algumas instâncias do PT que poderiam ter ajudado a conseguir apoios fi nanceiros para o fi lme e não o fi zeram. Prin-cipalmente porque governávamos os estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo eu era segregado pelas empresas pelo fato de ser do PT. Olha a sinuca. FHC tinha uma aproximação natural com o fi lme por conta do trabalho feito pelo mestre Florestan Fernandes sobre o assunto. Florestan tinha 22 anos quando

escreveu “Contribuição para o estudo de um líder carismático” sobre o personagem que abordamos no fi lme, o taumaturgo João de Camargo. FHC ha-via editado o livro de Florestan e tinha sido alu-no dele. Isso o aproximava do fi lme. Eu precisava disso, precisava que FHC apoiasse o fi lme e falas-se dele para os empresários da região de Sorocaba neutralizando o fato de eu ser petista. Fui à inau-guração de uma fábrica e a imprensa cobrou, eu respondi que o Lula não ia ao teatro e isso causou uma rebordosa danada. Eu não devia ter falado do Lula naquela ocasião. Foi um erro, sufi ciente para ser crucifi cado na época. Já passou, mas até hoje ele ainda não foi ao teatro. Acham que é perigo-so [Lula]. No entanto o colocam dentro de uma gaiola numa plataforma petrolífera, sobre o mar, na companhia da Rosinha, e acham que não tem perigo nenhum [risos]. A situação com o FHC foi simples: eu precisava de apoio para meu fi lme. Gosto muito do Lula e adoraria que ele fosse ao teatro, seria uma forma bacana de distrair-se e ilustrar-se ao mesmo tempo.CI - Alguns comentam que você perdeu mui-to tempo à frente de campanhas partidárias quando poderia estar mais envolvido com produções artísticas, inclusive acelerando seu antigo sonho, o fi lme “Cafundó”. Em que palco deve pisar o artista, no político ou no artístico?Betti - O Zeca Pagodinho diz “deixa a vida me levar...”. Sempre fui muito impulsivo e trilhei os caminhos que decidi trilhar. Muitos se revelaram becos-sem-saída, outros abriram imensas possi-bilidades. Fiz muita política por razões ideológi-cas, não me arrependo de ter me dedicado tanto à política, acho que alguma contribuição devo ter dado. Nunca me envolvi profi ssionalmente com a política, sempre foi por ideologia, por vontade de mudanças, por melhorias. Acho que o artista deve ir onde manda sua razão, seu coração e sua éti-ca. Fiz 25 fi lmes; outro tanto de peças como ator, umas 15 como diretor; criei com meus amigos a Casa da Gávea e o Instituto Cultural Vila Leão; fi z umas 15 novelas, inúmeros especiais e minissé-ries. Fiz tudo junto com política, da forma mais clara e transparente. Poderia ter feito só ativida-des artísticas, mas teria sido outra pessoa. Não me arrependo do que fi z, me arrependo de certas coisas que deixei de fazer. Mas ainda tenho, se Deus quiser, muito tempo para isso. CI - A Casa da Gávea [centro cultural funda-do por Paulo Betti na década de 90, no Rio

“Sou um descendente de

italianos que tem uma profunda ligação afetiva com a cultura dos negros”

“Meu coração sempre bate mais forte quando falo na

Itália”. Nem precisa discorrer muito sobre como o ator e diretor de cinema e teatro, Paulo Betti, se relaciona com as raízes italianas. De família humilde, com pais analfabetos, Betti herdou de seus antepassados que aportaram no Brasil altivez e perseverança que o ajudaram a desenhar uma carreira composta por 25 filmes, dezenas de peças como ator, umas 15 como diretor, e 15 novelas. Atualmente, ele está lançando o filme “Cafundó”, seu xodó. O enredo narra a trajetória do ex-escravo João de Camargo e da diversidade cultural da região onde Camargo viveu e Betti cresceu: Sorocaba, no interior paulista.

Considerado um dos artistas brasileiros politicamente mais engajados, Betti, durante essa entrevista à Comunità, esboça uma análise sobre a crise de seu partido, o PT, e as relações entre arte e política e empresas e cultura. Hoje, Betti, também arrisca-se como entrevistador, no ótimo “Novos nomes em cena”, transmitido todos os domingos às 22h, no Canal Brasil, da Globosat:

- Fiquei impressionado com os atores dessa nova geração. São responsáveis – comenta Betti, sem esconder um ar paternal, o ator, que foi casado com a atriz Eliane Giardini (com quem tem duas filhas) e atualmente é marido da também atriz Maria Ribeiro, com quem também tem um filho.Luciana Bezerra dos Santos

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Entrevista

NO SET – “o cafundó”, já estreou em festivais internacionais

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de Janeiro] é um exemplo de equilíbrio entre ativismo político e cultural?Betti - A Casa da Gávea é uma necessidade de retribuir à sociedade em participação social. Uma forma prática de criar cultura, refl exão, produção. Uma escola. Um centro de produção. Um lugar onde se busca novos autores e onde se oferece oportunidades para eles mostrarem seus trabalhos. Está completando 15 anos! É alguma coisa, não?CI - Por falar em “Cafundó”, quando o fi lme deve entrar em circuito no Brasil? A sua rela-ção com o fi lme é mais que artística, é emo-cional...Betti - É um fi lme sobre um taumaturgo que construiu uma igreja e criou uma religião. Um ex-escravo que seguiu sua lenda pessoal. O nome dele é João de Camargo. É um fi lme sobre o que aconteceu com os escravos quando acabou a es-cravidão. Um fi lme sobre o sincretismo religioso brasileiro. A igreja fi cava no caminho da roça de meu avô. Hoje é tudo cidade e a igreja continua lá. O fi lme está pronto [Nota do editor: a estréia foi em julho, no Festival de Cinema Brasileiro, em Nova Iorque]. Será lançado em abril de 2006. Até lá participa de festivais e sessões especiais. Dia 21 de julho foi apresentado [Pela primeira vez no Brasil] no Festival Internacional de Brasília.CI - Por que as empresas ainda resistem em apoiar o cinema, mesmo que as leis de incen-tivo lhes garantam renúncia fi scal? No caso de “Cafundó”, você precisou bater em portas ou derrubá-las? Betti - Bati em muitas portas. Foi um longo percurso. Hoje só lembro daquelas que se abri-ram: “Lharabrás”, Petrobras, Eletrobrás, Luk, Coopertools, banco Safra, Previ, Nossa Caixa, Santander, Construbase, BNDES, A Prefeitura de Sorocaba, A Prefeitura de Ponta Grossa, Orqui-dea, Correios.. com as empresas que entraram em “Cafundó”, vou procurar estreitar a relação com elas. Quero que todos os funcionários as-sistam ao fi lme, quero que eles se orgulhem de ter participado. Foram uns 10 anos levantando a produção. Quando eu desanimava, pensava em Guimarães Rosa: “O real não está nem na partida

nem na chegada, mas na travessia” e “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.CI - Afi nal, as empresas usam o dinheiro alheio (do imposto, que é público) para faze-rem marketing? Você conhece algum caso em que a empresa desista de apoiá-lo porque o projeto não a interessa por “não estar voltado para seu público-alvo”? Já passou por isso?Betti - Fui a mais de 400 empresas! A histó-ria de um ex-escravo não parecia palatável pa-ra o público-alvo da maioria delas, mas as que mencionei antes acharam que tinha a ver. Estou feliz com elas, são minhas “parceiras”. Sabe o que signifi ca parceria? De acordo com Antonio Candido, em “Parceiros do Rio Bonito”, o caipira cria relações de compadrio. Quando ele mata o porco, ele não tem geladeira e distribui a carne entre os compadres que fazem o mesmo quando matam seus porcos. Eles sempre têm mistura na refeição. Essas empresas são minhas comadres, somos parceiros. Espero poder dar minha parte do porco para elas também.

CI - Você interpretou Getúlio Vargas no po-lêmico “Chatô”, de Guilherme Fontes. Há al-guma previsão de quando o fi lme entrará em circuito? Aliás, ele já está pronto, editado?Betti - Não tenho idéia de quando o fi lme virá a público, mas quem viu gostou muito das ima-gens, torço para que dê certo!CI - É mais difícil compor uma personagem fi ctícia ou uma histórica, como Vargas, Barão de Mauá e Lamarca, interpretados por você?Betti - Quando se faz um personagem que exis-tiu há referências claras, modo de falar, foto-grafi as etc.. Por outro lado, há a responsabili-

dade com o, digamos assim, espírito da pessoa. Procuramos fazer jus ao que ela foi. Acabamos incorporando um pouco do carisma dela e de-vemos fazer merecer por isso. No caso dessas três personagens, são pessoas que admiro, portanto as fi z com muito respeito. Quando o personagem é absolutamente fi ccional, procuro emprestar a ele uma vida baseada em pessoas que conheço, que conheci, em memórias etc.. No fi nal das contas, é tudo igual. Decorar o tex-to e não esbarrar no cenário.CI - Qual papel considerou mais difícil até hoje?Betti - O Lamarca me exigiu muito. Tive que emagrecer 15 quilos! Mas adorei interpretá-lo!CI - Prêmio é tudo ou apenas um detalhe na carreira de um ator?Betti - É uma recompensa maravilhosa. Aquece o ego. Faz muito bem. Mas não devemos se des-lumbrar com eles, nem acreditar que são abso-lutamente justos.CI - O fato de as novas gerações lerem cada vez menos, serem mais envolvidas pelo au-diovisual, de certa forma, se aculturarem me-nos, as afastam do teatro, que geralmente é mais refl exivo que o cinema?Betti - Acho que sempre foram poucos os que lêem. Não é diferente hoje. Mas são eles os que contam. A leitura desenvolve a imaginação. A TV e o cinema não deixam espaço para a imagina-ção, vem tudo deglutido, facilitado. Os leitores sempre serão aqueles que farão a diferença. É o que digo sempre para minhas fi lhas.CI - O que a Itália representa para você? Quan-tas vezes visitou a bota? Tem parentes lá?Betti - Não tenho parentes lá. Mas meu coração sempre bate mais forte quando falo na Itália. Ouço o italiano, que estou procurando aprender mais. Fui à Itália pela primeira vez em 1975, para um festival de teatro Universitário em Pa-lermo. Adorei. Voltei mais umas cinco vezes. Gostaria muito de dirigir uma peça na Itália. Já dirigi aqui no Rio de Janeiro “Assim é se lhe pa-rece”, de Pirandello. Uma peça linda. Tinha um elenco fabuloso, acertei na veia, foi um tremen-do sucesso. Há um autor italiano chamado Ugo Betti, de que também gosto muito. Estou tor-cendo para meu fi lme “Cafundó” ser convidado para o festival de Veneza, ou Taormina, para eu ir para lá!

“Não pode compactuar com a corrupção e com formas escusas de se fazer política”

SOBRE O PT

BETTI ACREDITA que seu novo longa, filmado em Sorocaba (acima) entre em cartaz em abril de 2006

ESPULSIONE DELLO STRANIERO IRREGOLARE

Come abbiamo visto nell`edizione precedente, l`immigrazione daí Paesi extra U.E. é disciplinata dal Texto Único n.286 del 25 luglio

1998 modifi cato dalla legge .2002 del 30 luglio 2002 e integrato con d.l. 4 aprile 2002, n.51 convertito con l. 7 giugno 2002 n.106 che ha aggiunto al T.U. il comma 5-bis all`art.13 disponendo che il <<Questore comunica immediatamente, e comunque, entro quarantotto ore dalla sua adozione al Tribunale in composizione monocratica territorialmente competente il provvedimento con il quale é disposto l`accompagnamento alla frontiera>>, il quale, verifi cata la sussistenza dei requisiti, convalida il provvedimento entro le quarantotto ore successive alla comunicazione. ( é il Giudice di Pace).

Dicevamo anche che quando lo straniero si é trattenuto in Italia sen-za aver richesto il permesso di soggiorno entro otto giorni dall`ingresso, é espulso salvo che il ritardo sia dipeso da forza maggiore.

Tuttavia (art.19 prima e secondo comma del d.lgs.25 luglio 1998, n.286) esistono cause che impediscono tassativamente l`espulsione.

Si tratta in primo luogo dell`espulsione o del respingimento ver-so uno Stato in cui lo straniero puo` essere perseguitato per motivi di razza,sesso,lingua, religione,opinioni politiche,condizioni sociali o per-sonali o puo` rischiare di essere inviato verso um altro Stato in cui non sia protetto dalla persecuzione, operanti anche nel caso di espulsione

[email protected] con l’Avvocato Giuseppe Fusco

fatta dal Ministero degli Interni Questa dispo-sizione é conforme sai col dettato dell`art.19 della Carta dei diritti fundamentali dell`Unione Europea del 26 settembre 2000 secondo cui é vietato allontanare, espel-lere o estradare uno straniero “ verso uno Stato in cui esista um rischio serio di essere sottoposto alla pena di morte, alla tortura o ad altre pene o trattamenti inumani o degradanti, sai com l`art.33 della Con-venzione relativa allo status di rifugiato secondo cui non é consentita l `espulsione o il respingimento di um rifugiato verso le frontiere e luoghi ova la sua vita o la sua libertá sarebbero minacciate a causa della sua razza,religione, nazionalitá, appartenenza ad uma determinata categoria sociale e delle sue opinioni politiche In secondo luogo, altra causa osta-tiva all`espulsione delineata dall`art.19 comma 2, riguarda l`espulsione di stranieri minorenni, salvo il diritto a seguire il genitore o l`affi datario espulsi, di stranieri in possesso della carta di soggiorno, di stranieri conviventi com parenti entro il quarto grado o com il coniuge di nazio-nalitá italiana, di donne in stato di gravidanza e nei sei mesi dalla na-scita del fi glio e, per effetto della sentenza della Corte Costituzionale n. 376 del 2000, di chi sai coniuge di donna in tali condizioni.

Tuttavia, attenzione, sia la sussistenza della forma maggiore che delle suddette cause ostative deve essere comprovata dall`Interessato in sede di ricorso.

Continuero a parlarne nel prossimo numero.Intanto che dire: scrivete, scrivete e ancora scrivete.

Música e dança pela paz

Comunidade

“Louvado seja Deus pela Natureza, mãe gloriosa e beladona da beleza, e com todas as suas criaturas; pelo irmão sol,

o mais bondoso e glorioso irmão pelas alturas, o verdadeiro, o belo, que ilumina criando a pura glória - a luz do dia”. Esse é um trecho do poema de louvor à natureza, com oito séculos de exis-tência, escrito por São Francisco de Assis, que se tornou um dos maiores musicais, o “Ecoshow - cântico das criaturas”, na Itália, e que agora retorna aos palcos da cidade do Rio de Janeiro.

Dirigido pelo coreógrafo brasileiro Ciro Bar-celos - que atuou no badalado “Dzi Croquettes”, nos anos 70 -, o musical fi cará em cartaz até

PROMOÇÃO:PARA OS ASSINANTES DO

RIO DE JANEIRO

OS VINTE PRIMEIROS ASSINANTES QUE LIGAREM PARA O NÚMERO

(21) 2722-0181 GANHARÃO CONVITE INDIVIDUAL

PARA O ESPETÁCULO. A PROMOÇÃO É VÁLIDA ENQUANTO O ESPETÁCULO ESTIVER EM CARTAZ.

17 de agosto, no Teatro Carlos Gomes, e até 30 de setembro, no Teatro Miguel Falabella, ambos no Rio.

O show é um concerto-pop, com textos que re-velam uma das principais dicotomias deste século: ser humano/ natureza. O roteiro aborda fatos an-tigos e pertubadores, porém ainda mantidos pelo homem contra o meio ambiente, como o extermí-nio dos povos indígenas, a miséria e o desamor.

As canções, denominadas de “música ver-de”, dão força à coreografi a, acompanhada pe-los sons de instrumentos acústicos, inserções eletrônicas, cantos tribais e da própria natu-reza. (L.B.S.)

Data: de 04 a 17 de agosto (quinta a sábado) às 19h30, (domingo), às 19h.Local: Teatro Carlos Gomes (Rua Pedro I, nº 4 – Praça Tiradentes - Centro)Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)Informações: (21) 2232-8701 / (21) 2224-3602* Até 30 de setembro - Teatro Miguel Falabella

Ciro Barcelos atuou no Dzi Croquettes

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Presentato il 27 di luglio, presso l’Istitu-to Italiano di Cultura di Rio de Janeiro, il libro “Non riconciliati - politica e so-cietá nel cinema italiano dal neorealismo

ad oggi”, del saggista cinematografi co Maurizio Fantoni Minnella.

– È stato pensato non solo come una scom-messa, ma anche come una provocazione, nel tentativo di ricordare, rievocare e stabilire un confronto tra presente e passato nell’ambito del cinema politico – ha confessato l’autore.

Il libro, in sé stesso, si dipana su due fi lo-ni, quello politico e quello prettamente cinema-tografi co. Vengono analizzati in maniera quasi simbiotica con l’obiettivo di scoprire come la politica sia entrata e come attualmente entra nel cinema italiano. Ma la presentazione è stata il prestesto per un seminario molto interessante su uno degli aspetti che maggiormente hanno fatto conoscere la capacità critica e artistica italiana all’estero, appunto il cinema.

Affrontare l’analisi del cinema non è compito facile, se poi a questo si aggiunge la componen-te trasversale della politica diventa una impresa

Dov´è finito il cinema politico italiano?

estremamente ardua. In questo senso vi sono mol-te opinioni a riguardo di quello che è un fi lm poli-tico. Sarà che politico è il fi lm che si defi nisce tale perchè nasce proprio a scopi politici, oppure poli-tico è qualcosa di più sottile che in qualche modo può attraversare anche fi lm che apparentemente politici non sono? Sicuramente molto dipende an-che da come il pubblico lo interpreta e da come questo sia in grado di “leggerlo”. Come il saggista italiano ha voluto più volte far presente:

– facile è affrontare un autore o un cinema di genere, i confi ni sarebbero più precisi. Ma io, occupandomi di come l’elemento politico entra nell’immaginario cinematografi co, mi trovo nella situazione di dover stabilire dei confi ni concreti su ciò che è politico e ciò che non lo è. I confi ni in questo caso sono molto labili e il concetto di politico viene continuamente argomentato – ha commentato Minnella.

Tra le correnti più importanti del cinema po-litico mondiale troviamo il neo-realismo italia-no. Ma più che un movimento cinematografi co, il neo-realismo è da considerarsi un sentimento, un comune sentire che fu di alcuni registi di

grande talento come Luchino Visconti e Vittorio de Sica, i quali tentavano, nella forma della im-provvisazione e della instantaneità, di intercet-tare in maniera diretta i problemi sociali e poli-tici dell’epoca. Era un clima di sperimentazioni politiche, di lotte e sopratutto le speranze poli-tiche e senza dubbio la formulazione neorealista era molto legata al tempo, alla guerra, alla resi-stenza e ad un momento storico particolare.

Dove è fi nita quindi quella forza propulsiva, quella voglia di sperimentalismo e di instanta-neità che ha reso cosi importante il cinema ita-liano nella storia della cinematografi a mondia-le? Il cineasta Fantoni Minnella ha voluto essere chiaro a riguardo:

– Il cinema nostrano preferisce abbandonarsi a narrazioni più intime e consolatorie. Oggi non esiste quasi più la volontà di sperimentazione di nuovi linguaggi fi lmici e visivi. Si è fatto posto ad una visione classicista, narrativa e più tradiziona-le, dopo il bagno di post-modernismo.

Secondo il saggista italiano questa im-potenza del cinema italiano la si avverte sia nel capire, come nel rappresentare il presente. Esempi che dimostrano questo atteggiamento sono le pellicole, tra l’altro premiate, di Marco Tullio Giordana (I cento passi) e di Marco Bel-locchio (La meglio gioventù), in cui si raccon-tano fatti passati con una mancanza di corag-gio e di capacità nel guardare il mondo politi-co-sociale attuale.

Il cinema neo-realista italiano diventò inter-nazionale per il contenuto e per la poeticità del-le immagini. In tal senso si è messo in gioco da un punto politico, poetico e sperimentale.

– Oggi vengono a mancare le condizioni sto-rico-politiche. Credo che nei registi non ci sia più questa tensione, questa urgenza. Non vi è nean-che più la voglia nel pensare alla poesia. Il ripie-go sul privato e sulla dimensione intima a volte è privo di poeticità. Facciamo cinema per smer-ciare il maggior numero di copie. Ci accontentia-mo di letteratura non di qualità, ma di genere, che qualche anno fa l’avremmo catalogata come paccottiglia. Bisogna allontanare l’intimismo masturbatorio e capire chi siamo e dove andiamo – ha voluto sottolineare Fantoni Minnella.

Giordano Iapalucci

Già avevo richiamato lo scorso anno l’at-tenzione dei lettori sui problemi dell’ insuffi cienza di infrastruttura brasilia-na che – tra l’altro - avrebbero potuto

frustrare una congiuntura internazionale parti-colarmente favorevole per l’esportazione moti-vata dal boom cinese e indiano, dal graduale allentamento del protezionismo Europa e USA, nonché dal buon andamento e modernizzazione delle produzioni brasiliane indotti da moderniz-zazione, nuove tecnologie avanzate e processi accelerati di privatizzazione che, con nuove ra-zionali gestioni e adeguati investimenti, aveva-no reso rapidamente redditizie imprese pubbli-che defi citarie.

La tendenza espansiva viene confermata an-che quest’anno, prevedendosi un aumento del-le esportazioni di quasi il 20% rispetto al 2004 (un 114 miliardi di dollari) ed un saldo della bilancia commerciale record, dell’ordine di un 38 miliardi di dollari. Risultato sorprendente, dato che si trattato fi nora di un anno anomalo da punto di vista cambiario, con rivalutazione del Real – rispetto ai livelli 2004 - di un 10% sul Dollaro e di un 20% sull’EURO, fenomeno questo forse di carattere transitorio e in gran parte motivato dalla forte entrata dall’estero di capitali speculativi in funzione degli elevatissi-mi interessi brasiliani. Un’ulteriore conferma del grande potenziale di esportazione del Brasile, sempre che si mettano rapidamente a posto le indispensabili infrastrutture.

Purtroppo, persiste - da parte pubblica - l’ormai cronica diffi coltà fi nanziaria ad ottene-re dei superavit di gestione atti a consentire la ripresa delle opere pubbliche che, in passato, erano imponenti. I motivi sono noti e riassu-mibili nella cattiva amministrazione, mancanza di professionalità e di programmi, diffi coltà nel governare e di far approvare le leggi, corru-zione, evasione fi scale, grosso indebitamento pubblico dell’ordine di 520 miliardi di dolla-ri (120 all’estero perlopiù dilazionati a lungo termine e 400 interni con gli elevati tassi di interesse brasiliani, stimandosi in circa 64 mi-liardi di dollari all’anno gli esborsi a questo titolo di Stato).

Il settore pubblico si appropria ogni anno di ben il 40% del PIL brasiliano equivalente a 800 miliardi di dollari e riesce con questi cespi-ti imponenti, equivalenti a circa 320 miliardi di dollari, a: pagare le Istituzioni, i suoi funzio-nari, Forze Armate, Polizia (peraltro insuffi cien-te), l’istruzione in parte, la sanità, le pensioni, gli interessi sul debito, le opere idro-sanitarie (insuffi cienti), realizzare opere di infrastruttu-ra per appena un 5 miliardi di dollari, lavori di manutenzione insuffi cienti e produrre ancora un defi cit nominale di circa il 4%.

Il fabbisogno nazionale di nuove infra-strutture per la costruzione di strade, ferrovie, idrovie, porti, idro-elettriche ed altri sistemi di

generazione di energia, carceri, ospedali, ca-se popolari (anche per contenere l’espansione delle favelas), opere idro-sanitarie, protezione ecologica dell’Amazzonia, rinforzo della polizia, è imponente anche perché si tratti di settori trascurati da vari anni e può valutarsi, secondo gli esperti, in circa 30 miliardi dollari all’anno per un periodo di almeno 5 anni, quindi in un 150 miliardi di dollari nel quinquennio.

Da parte delle imprese private, talvolta si sono fatte strada idee per provvedere in modo autonomo alla realizzazione delle infrastrutture

per esse necessarie. Classici i casi delle ferro-vie nel Minas Gerais e Carajas della Cia VALE DO RIO DOCE e della MBR, delle piccole idro-elettriche della Voturantim, dei consorzi di vari coltivatori di soia del Mato Grosso per realizza-re strade asfaltate per il trasporto dei raccolti i cui costi di costruzione sono risultati di circa la

metà rispetto a quelli pubblici. Purtroppo, un ambizioso programma di impresari paulisti per realizzare una ferrovia nel Brasile Centrale per il trasporto dei raccolti non ha avuto seguito, dopo molti studi e speranze.

Posto che questo cruciale ed urgente proble-ma è essenzialmente pubblico e che è in gioco l’espansione dell’economia brasiliana, ci si pone la domanda di come il Governo intenda risol-verlo e da dove potrà ottenere le ingenti risorse fi nanziarie necessarie.

Anche considerata l’attuale situazione po-litica, tenderemmo ad escludere le seguenti possibilità:

• Denuncia del debito, come clamorosamente fatto di recente dall’Argentina;• Aumento delle aliquote fi scali che già sono a livello eccessivo;• Ulteriori privatizzazioni di società pubbliche;• Razionalizzazione dell’apparato amministra-tivo;• Revisione delle pensioni, considerando che quelle degli alti funzionari pubblici sono ele-vatissime;• Affi dare a privati - o quanto meno a grandi imprese straniere - la realizzazione, proprietà e gestione defi nitiva di opere considerate d’im-portanza nazionale.

Parrebbero invece perseguibili le seguenti strade:

• Riduzione dei tassi d’interesse interni, dato che – con un’infl azione ormai a livello 6% - il tasso di sconto prossimo al 20% all’anno pa-re del tutto eccessivo. L’auspicata diminuzione potrebbe comportare una ripresa dell’economia interna con maggiori vendite e conseguenti imposte, nonché la riduzione per il Governo dell’onere sull’ingente debito interno pubblico brasiliano;• Cercare di uffi cializzare gradualmente l’eco-nomia sommersa che deve essere notevole, con conseguente ricevimento di nuove imposte;• Reperire – anche sulla base di esperienze già realizzate in Australia, Canada e Cile – soluzio-ni al fi ne di costituire associazioni pubblico/private per la realizzazione di infrastrutture, con affi damento della gestione alle stesse a lungo termine, o comunque per un periodo suf-fi ciente per ottenere il rimborso con lucro dei capitali investiti, procedura questa denominata PPP (parcerias publico-privadas).

Parrebbe quindi necessario semplifi care quanto più possibile l’iter burocratico, offri-re garanzie governative di assoluta affi dabili-tà ed infi ne, dati i ridotti interventi pubblici, ottenere per questo genere di iniziative fi nan-ziamenti a lungo termine ed a tasso d’inte-resse agevolato da parte del BNDES, Banca Mondiale, BID, Istituti di Credito Europei e Giapponesi.

Brasile: nuove formule per contribuire a risolvere i problemi di infrastrutura

Il settore pubblico si appropria ogni

anno di ben il 40% del PIL brasiliano equivalente a 800 miliardi di dollari

Opinione - Franco Urani

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ual o destino de todos os locais do mundo que não possuem nem as leis/instituições apropriadas nem pré-requisitos sociológicos para confi ança? Estariam esses

locais, que considero serem maioria no mundo, destinados a um futuro de pobreza, subdesenvol-vimento, corrupção e governos inefi cientes?”. Em tempos de descrédito dos povos em suas autori-dades – situação muito peculiar a nós, brasilei-ros, perdidos numa tsunami de corrupção –, essa máxima de Richard M.Locke, professor do depar-tamento de ciência política do MIT (Massachuset-ts institute of technology), escrita no “Building trust” [Formação de confi ança], leva a crer que as sociedades precisam – apesar dos pesares – não desanimar e impedirem qualquer contaminação rumo ao amadurecimento do espírito empreen-dedor. Essa é a inequívoca medida que já era ex-perimentada pelos italianos no século passado e que, mais tarde, receberia o pomposo nome de “arranjos produtivos locais’, simplesmente APL’s, também conhecidos como clusters.

Esses mecanismos têm como bandeira o coo-perativismo e estenderam esse ideal para vários outros mercados. Como Locke afi rma, confi an-ça é quando um sujeito acredita que não será prejudicado por outro, mesmo quando a este “outro” for oferecida a chance de ser um opor-

tunista. O cooperativismo evita isso. Mina esse problema antes mesmo de se tornar raiz porque consolida uma cultura colaboracionista.

Os APL’s fortalecem de baixo para cima a economia e, caso sejam implantados em larga escala no Brasil, jogarão por terra arquétipos falsos dirigidos ao modelo empresarial brasilei-ro, como “clientelista”, “arcaico socialmente” e, de forma mais agressiva, “incompetente na-to”. Esse é o juízo que o mercado internacional, sem eufemismos, faz - apesar dos índices eco-nômicos extremamente favoráveis nos últimos 10 anos - da economia brasileira. A atual crise política em Brasília não pode desencadear uma crise de confi ança no país, em suas raízes sócio-culturais. Essa confi ança tem de ser mantida pri-meiramente aqui, entre nós.

ADEQUADO À REALIDADE LOCAL

No Brasil, o conceito das APL’s ainda engatinha. Há, contudo, iniciativas, como a do Sebrae, pa-ra fortalecer arranjos produtivos locais pelo país em áreas onde, até então, era inimaginável a potencialização de negócios.

- O Sebrae tem diversos programas voltados para as APL’s, inclusive um deles foi feito com os italianos, em Nova Friburgo, no Rio de Janei-ro, onde fi zemos um convênio com o BID (Ban-

co Interamericano de Desenvolvimento) e com a Promos (Divisão da Câmara de Comércio de Milão). A partir daí fi zemos o transbordamento desse trabalho com mais seis APL’s de moda no Rio. Além dos APL’s do setor de construção civil, metal-mecânico, de tecnologia da informação, de petróleo e de gás – destaca o Gerente de De-senvolvimento Industrial do Sebrae, Renato Re-gazzi, há 12 anos na instituição.

Para obter um projeto para as APL’s no Bra-sil, o Sebrae bebeu em fontes italianas, mais precisamente nas regiões noroeste e norte da Itália. Foi no Veneto, Emiglia Romana e Tosca-na - a partir do fi nal da Segunda Guerra mundial – que o cooperativismo ganhou paulatinamen-te contornos mais consistentes, quando tudo conspirava contra. Um pós-guerra onde predo-minavam crise agrícola, fome e uma luz cada vez mais distante no fi nal do túnel. Prevaleceu o bom senso do povo italiano, traduzido pelo ditado latino “Inveniemos viam aut faciemos” [“Encontraremos um caminho ou faremos um”]. Na década de 70 os APL’s já eram uma realidade indispensável para a economia italiana.

- Fizemos uma análise para, de alguma for-ma, implantá-lo [o conceito de APL] ao modelo brasileiro que deve ser próprio. O estudo foi re-alizado em 1999 e implantado em 2001. Identi-fi camos no Rio cerca de 62 concentrações eco-

nômicas, sendo que do total, consideramos 17 como APL’s – enumera Regazzi.

COOPERAÇÃO MULTILATERAL

No estado do Rio de Janeiro, o Sebrae conseguiu identifi car regiões que apresentam forte intera-tividade entre empresas e comunidades, propor-cionando um nível aceitável de governança simi-lar ao dos APL’s italianos.

- O setor de confecção tem a maior insemina-ção de cultura, de associativismo e de trabalho. A Firjan [Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro] coordena alguns pólos de moda. Eles são considerados pólos ainda porque não se pode usar para todos a denominação de APL´s. O APL consiste em um arranjo que tenham vin-culados diversos elos da cadeia produtiva. E, no Rio, nem todos ainda chegaram a esse grau de profi ssionalização da sua produção. Alguns são mais evoluídos é o caso de Nova Friburgo, Cabo Frio e Petrópolis – explica João Paulo Alcântara Gomes, especialista da Firjan nos setores têxtil e de confecções. Segundo ele, a Câmara de Co-mércio Italiana vai promover, em novembro, um evento em Milão, do qual participará um grupo de 20 empresários brasileiros interessado em parcerias com empresas italianas nas áreas de TI (Tecnologia da Informação), moda e alimentos.

Os APL’s não são como os tradicionais cen-tros industriais, como o ABC paulista e as regi-ões metropolitanas de Belo Horizonte e Porto Alegre, onde não há sinergia entre as empresas. Passa ao largo disso. O cooperativismo nos ar-ranjos italianos não é uma conseqüência compe-titiva entre as empresas, que poderiam até ser concorrentes, mas atuam sob uma cooperação multilateral e não bilateral, como é o caso de grandes empresas. Elas desenvolvem-se tecnolo-gicamente em conjunto.

Alcântara Gomes, quando esteve, no ano pas-sado, em Florença e em Milão para pesquisar os APL’s, constatou, que apesar do modelo coopera-tivista ter dado certo na Itália, tanto lá, quanto aqui, o associativismo entre as empresas não é tão forte quanto se imaginava. Há competição, mas o que estabelece o sucesso dos distritos ita-lianos é exatamente a interdependência que se criou entre os elos da cadeia. Ele explica:

- Quem costura depende do fornecedor de in-sumos, do aviamento, da comercialização é essa interdependência entre as empresas que permite que alcancem o mercado externo. Agora, quan-do as empresas são concorrentes, a sinergia não é a mesma. Não há uma associação entre elas. A partir do momento em que se encontram no mesmo patamar de produção, são concorrentes.

Segundo ele, o Sul é um exemplo a ser segui-do por outras regiões:

- Eles têm alguns anos à frente do Rio de Ja-neiro e reúnem um universo maior de empresas organizadas em distritos.

VIDA FORA DO EIXO RIO-SÃO PAULO

Vejamos Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde há um APL metal-mecânico, para muitos o mais inovador e insinuante do setor automotivo no pa-ís, superando inclusive o complexo de indústrias da região metropolitana de Belo Horizonte, for-mado, em sua maioria, por multinacionais, entre as quais a italiana Fiat. Alagoas também deverá ter seu projeto de APL’s consolidado este ano. Se-rão 10 arranjos, que deverão funcionar ainda este ano. Dos R$ 25 milhões previstos para o projeto, já estão disponíveis R$ 17 milhões.

A sociedade e órgãos privados vão se arti-culando. Em junho passado, foi realizada, em Salvador, a III Rede de Projetos de Fomento à Integração Produtiva entre Micro e Pequenas Empresas na América Latina e Caribe, promovido

pelo Banco Interamericano de Desenvolvimen-to (BID), com apoio do Sebrae. O encontro faz parte de uma série de eventos que o BID vem fazendo com o objetivo de unifi car ações dos 32 projetos de integração produtiva em arranjos produtivos locais realizados na América Latina.

O encontro serviu também para alinhar as es-tratégias de ação entre Bahia, Minas Gerais, Per-nambuco e São Paulo – estados que vão executar este ano projetos para o desenvolvimento de APL com o fi nanciamento do Banco – e o fortalecimen-to do programa Promos.

MASSIFICAR O CONCEITO

Atualmente os baixos índices de exportações dos países em desenvolvimento, comparados ao ta-manho das populações que abrigam, é um dos problemas mais graves destas nações que pre-tendem implantar APL’s.

O Brasil está entre eles. Aqui, das 15 mil em-presas exportadoras, apenas 2% são pequenas e médias. Na Itália, graças aos APL’s, ocorre o in-verso. Lá, cerca de 170 mil pequenas e médias empresas dominam o mercado exportador italia-

no, redondos 92% da fatia do bolo exportado.Por aqui, já há uma preocupação em rever

esse quadro, mas ainda esbarramos na difi cul-dade de acesso ao crédito e na burocracia para abertura e manutenção de microempresas.

- Esse [acesso ao crédito] é o maior proble-ma que as microempresas brasileiras enfrentam. Muita burocracia, muitas exigências, dinheiro do BNDES, então, nem pensar! Não conheço nin-guém que tenha conseguido! Só se consegue “dinheiro caro”, que em vez de te ajudar acaba te quebrando - esbraveja Gisele Mehl, 38 anos, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestu-ário do Sul do Estado do Rio de Janeiro e coor-denadora do pólo de moda local.

Em entrevista à Comunità, em abril, o minis-tro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, garantiu que haverá uma desburocratização para criação de microempresas e para o acesso a créditos. Algumas ações estão sendo implementadas, mas sem o alarde que me-receria. Na ocasião da entrevista, Furlan disse que o Governo estava “criando, em um primei-ro momento, uma fi cha única”, contendo todos os documentos exigidos por vários órgãos para abertura de empresas e que também estaria em andamento “a integração eletrônica de todas as juntas comerciais”, para facilitar a comunicação de dados entre as entidades governamentais.

Furlan esteve recentemente em Asolo, na Itália, para mais uma visita aos APL’s italianos. Segundo sua assessoria, a missão “não teve ne-nhum resultado específi co”, servindo apenas pa-ra “estreitar relacionamentos” e para “quem sa-be fechar alguma parceria daqui para frente”.

Segundo relatório do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social (BNDES), de agosto de 2004, “nas cidades (brasileiras) onde os APL’s são parte importante da economia, a política parece ser feita de maneira muito mais consensual”. Longe, portanto, do modelo políti-co brasileiro, independentemente de vieses de esquerda ou direita, predominantemente mani-queísta, onde prevalece, como estamos presen-ciando em Brasília, a desgastada política coro-nelista caracterizada pelo “ou nós ou eles”.

Outro aspecto do estudo frisa: “O APL não pode ser comprado, não pode se mudar de país em busca de incentivos fi scais (como acontece com muitas multinacionais) ou de mão-de-obra barata”.

A contrapartida dos APL’s é ótima: reforçam a economia local com mecanismos de exporta-ções conjuntos, incrementam a indústria cultu-ral da região - devido a forte característica coo-perativista, que reforça a importância da cultu-ral local - e, sobretudo, induzem os governos a investirem em infra-estrutura nas regiões onde situam-se os clusters.

Várias instituições fi nanceiras estão criando mecanismos para facilitar o acesso do peque-

no empreendedor às linhas de crédito. O Banco do Brasil, por exemplo, vem assistindo alguns arran-jos produtivos locais (APL’s) através de um balcão de comércio exterior, onde o empresário faz um

CRÉDITO E RELAÇÃO ESTREITA COM MERCADO EXTERNO

cadastro no site do banco (www.bb.com.br) para ter visibilidade junto ao importador. Trata-se do Projer Exportação, uma linha de crédito em reais com recursos do FAT direcionada para o microem-presário. Outras linhas de crédito do BB são a ACC (Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio) e a

ACE (Adiantamentos sobre Cambiais Entregues).- Cobradas em dólar, comum entre os

exportadores, porém, o pequeno empresário brasileiro tem medo de optar por elas devido ao balanço do dólar. Foi por isso que o banco desenvolveu o Projer Exportação – afi rma Deni-

se Meziat, Gerente de NegóciosO balcão de comércio exterior do BB integra

promoção, logística e ambiente para negociar. O fi nanciamento é o projeto de exportação do FAT restrito a micro e pequenas empresas com fatura-mento até R$ 5 milhões por ano. Se uma empresa

detém mais do que isso, ela não pode recorrer ao Projer Exportação. O fi nanciamento é de até 12 meses com carência de seis meses a contar da data de assinatura do contrato de fi nanciamento. Encar-go fi nanceiro é o somatório de TJLP (Tarifa de juros a longo prazo) mais encargos adicionais.

O BB tem também uma bolsa de negócios di-recionada ao empresário estrangeiro interessado nos produtos brasileiros. O investidor externo se cadastra no balcão de negócios e obtém infor-mações completas sobre o exportador com quem poderá fechar negócio. (L.B.S.)

Os APL’s fortalecem de

baixo para cima a economia“Q

Quem trabalha junto, confia... e lucra!

Brasil começa a amadurecer o debate sobre arranjos produtivos locais, os APL’s, mas o caminho a ser percorrido ainda é muito longo

Luciana Bezerra dos Santos

Economia

Ger

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A G O S T O 2 0 0 5 / C O M U N I T À I T A L I A N A 1312 C O M U N I T À I T A L I A N A / A G O S T O 2 0 0 5

O público se deleitou com obras de cerca de 500 artistas

“Não sou barqueiro de vela, mas sou um bom remador: no Lago de São Lourenço, dei prova do meu valor! Remando contra a corrente, ligeiro como a favor, contra a neblina enganosa, con-tra o vento zumbidor! Sou nortista destemido”. Nada melhor

que parte deste poema de Manuel Bandeira – no caso, “Desafi o” – para ilus-trar a trajetória da baiana Luciene Fortuna, de 40 anos, que fez dos fundos de uma pequena casa em Maricá, na Região dos Lagos, a sua singela “poesia” empreendedora, que, no lugar de versos, sobram agulhas, linhas e panos. Dessa “poesia”, Luciene extrai o sustento de sua família e de mais outras três mulheres. Juntas, esculpem seus “versos” em seis máquinas de costura ex-postas na varanda da casa de Luciene. São estampas inspiradas na África que ajudaram a colorir de Brasil o Fashion Rio 2005, que, para muitos, foi uma das versões com a cara mais brasileira dos últimos anos.

Há 15 anos que a artista produz estamparias com temáticas africanas. Antes, porém, peregrinou por várias lojas de Salvador até despertar sua autonomia. Luciene, entretanto, não obteria sucesso sozinha. Foi por meio dos cursos e do apoio da ONG Criola, que a nossa poetisa das agulhas con-seguiu o seu ateliê e, juntamente com outras estilistas, fez parte da mos-tra “Operárias da Moda” no Fashion Rio, no Museu de Arte Moderna (MAM), organizada pela Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Fir-jan), Senai-RJ e Dupla Assessoria, que aconteceu em junho passado.

Considerando-se uma vencedora, por ter saído de Salvador há oito anos com uma mão na frente e outra atrás, Luciene, que já tem entre suas clien-tes grifes como Maria Bonita e Corpo e Alma, garantiu seu espaço, tão so-nhado por outros retirantes.

- Esses oito anos de artesanato no Rio de Janeiro me possibilitaram ter casa própria e uma vida digna. Espero que isso continue e com essa aber-tura do mercado, que estamos adquirindo com esse projeto Firjan vamos crescer ainda mais. Para nós que vivemos sempre nos bastidores do mundo

fashion participar desse catálogo é uma honra, até mesmo pela valorização do nosso trabalho. Essa visibilidade do mercado também aumentou a auto-estima das artesãs – assinala a artesã, cuja renda mensal é de, aproxima-damente, R$ 1300, com as 800 peças produzidas por mês.

AS “MULHERES DE ATENAS” DO RIO

Pesquisa da Firjan e do Senai obteve o perfi l das mulheres que trabalham nas indústrias têxteis e de confecção no Estado do Rio. Segundo o estudo, estas operárias da moda, parafraseando Chico Buarque, verdadeiras “mu-lheres de Atenas”, representam 70% do setor.

- As cerca de 2.300 mulheres ouvidas, parte da força de trabalho na indústria e confecção fl uminenses, revelam sua face guerreira tecendo so-nhos à rotina de chefes de família – enalteceu o presidente da Firjan, Edu-ardo Eugenio Gouvêa Vieira. Dados da própria Firjan indicam que a indús-tria da moda é o terceiro maior empregador do Rio de Janeiro.

Com o perfi l destas operárias, a maioria considerada de baixa em-pregabilidade nos outros setores da indústria, Gouvêa Vieira espe-ra ampliar e aperfeiçoar as ações de qualifi cação profi ssional destas profi ssionais.

A metade das trabalhadoras ouvidas para a pesquisa está na faixa dos 35 anos, tem em mé-dia dois fi lhos, vive sem compa-nheiros. Já 54% desempenham o papel de chefe de família, sendo sua renda a principal fonte de re-cursos. Outra metade deste con-tingente é formada por mulheres mais velhas que chegam a ultra-passar os 60 anos. Algumas come-çaram cedo, outras depois dos 50 anos. Os salários, em sua maioria, ou 84% das entrevistadas, não passam dos R$ 500.

- Esse projeto é importante por-que inclui pessoas de baixa renda que estavam excluídas da socieda-de e hoje querem mostrar que fazem produtos para as passarelas. Sem elas o mundo fashion não existiria. Não é apenas o artista, nem a plástica, nem o marketing que fazem o evento ser um sucesso, mas sim, a mão-de-obra dessas operárias. A meu ver é essa é a substância – destaca o presidente da Firjan.

Para ele, no entanto, há muito ainda a ser feito. A pesquisa serviu pa-ra apontar que o número de pessoas envolvidas no projeto ainda possui renda muito baixa.

- Portanto, precisamos continuar trabalhando para melhorar esse qua-dro – alerta Gouvêa Vieira.

ELA VESTIU MARTA ROCHA

Em 1954, o auge para as jovens da época era participar do concurso Miss Uni-verso. Encanto que hoje desapareceu, a não ser para os mais antigos que ain-da guardam na memória o glamour dos concursos. Outra artesã que se orgulha de participar do catálogo da moda é Sirlene Tesch, 65 anos, da ONG Catalina, de Petrópolis. Certamente Sirlene é uma das que jamais esqueceram dos con-cursos de miss, até porque foi ela a responsável pela confecção do maiô que vestiu a Martha Rocha naquele concurso em que a maior miss brasileira de todos os tempos perdeu a coroa por apenas poucos centímetros.

Sirlene começou a trabalhar na confecção do pai, em Petrópolis, aos 15 anos e, cinqüenta anos depois, se orgulha de continuar no mesmo em-prego. Hoje é especialista em protótipos, responsável pela primeira peça de cada modelagem fabricada pela confecção.

Segundo ela, a empresa deixou de produzir os maiôs para as miss há cinco anos. Mas abriram uma exceção em 2004, quando o concurso come-morou bodas de ouro.

- Sinto-me importante até hoje em fazer o maiô das miss, valeu a pena aquele tempo – diz a saudosista Sirlene. (L.B.S.)

Pesquisa aponta que 70% da indústria têxtil e das confecções do Rio dependem das “operárias da moda”

“Esses oito anos de

artesanato no Rio de

Janeiro me possibilitaram

ter casa própria e uma

vida digna”LUCIENE FORTUNA, ARTESÃ (NA FOTO)

Sem elas, ser fashion seria impossível

ANGELETTI E ‘FORZA SINDICAL’

È arrivato a San Paolo Luigi Angeletti, segretario generale della UIL per partecipare al congresso di “Forza Sindical”, la confederazione sindacale che da anni mantiene un

rapporto privilegiato con il sindacato italiano.Angeletti ha partecipato ad un dibattito sul tema della riforma delle relazioni

industriali.

VISITA DI PITTELLA

Gianni Pittella, europarlamentare e responsabile Ds per gli Italiani nel Mondo, ha visitato il Brasile per una serie di incontri politici con le comunità italiane, con il

mondo universitario e imprenditoriale e con importanti rappresentanti del governo e dei partiti della sinistra sudamericana. Pittella ha incontrato il gruppo dirigente Ds brasilia-no, il coordinamento de l’Unione in Brasile e un’associazione di imprenditori italo-brasi-liani. Si è trattato di incontri di preparazione e di sensibilizzazione in vista dell’appun-tamento elettorale del 2006.

SENATORE PIANETTA IN BRASILE

Il senatore Enrico Pianetta, presidente della Commissione Straordinaria per la Pro-mozione dei Diritti Umani, è stato, dal 2 all’8 agosto a Rio, Brasilia e San Paolo.

Tra gli incontri a Rio quello con Aldo Chianello, presidente dell’Ospedale Italiano, per un programma di scambio di personale medico con ospedali italiani. Nel pomeriggio il senatore, alla presenza del console Massimo Bellelli, è stato ricevuto alla Camera Municipale dove ha ricevuto gli onori per l’attività svolta a favore della costruzione dell’Ospedale San Raffaele a Salvador di Bahia.

A Brasilia, incontri istituzionali con Severino Cavalcanti e Renan Calheiros sui temi della democrazia e della libertà.

L’agenda di San Paolo prevedeva gli incontri con il vice sindaco Andrea Mataraz-zo, il vice governatore Claudio Lembo e il console Gianluca Bertinetto. Ha inoltre visitato la FIESP, il SENAI paulistano e l’ICE.

CONTINENTALE CGIE

Si svolgerà a San Paolo il 6-7-8 ottobre prossimo la riunione continentale del Consiglio Generale degli Italiani all’Estero (CGIE) per l’America Latina. Per la pri-

ma volta nella città paulista, l’incontro riunirà i membri del CGIE d’area ed esperti. Il programma della riunione prevederà proposte per la prossima Conferenza Stato-Regioni-Provincie Autonome-CGIE, la divergenza dati fra iscritti all’anagrafe conso-lare e alle liste del Ministero degli Interni, la cooperazione italiana e le politiche di assistenza sanitaria per gli italiani in America Latina.

NUOVO AUDITORIUM DI NIEMAYER

Il prossimo anno sorgerà a Ravello, in Italia, una grande opera architettonica; un nuo-vo auditorium fi rmato dall’architetto Oscar Niemeyer. L’investimento per l’Auditorium

è di 18 milioni e mezzo di euro, la prima pietra dei lavori sarà posta entro l’anno.

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ção

Economia

A G O S T O 2 0 0 5 / C O M U N I T À I T A L I A N A14 C O M U N I T À I T A L I A N A / A G O S T O 2 0 0 5

1 2 3 4 5 6 7 8 9Controlar o

peso e altura (pelo menos uma vez a

cada 6 meses)

O ideal é que a criança e o adolescente faça as cinco

refeições diárias

Se possível consumir

cinco porções de frutas e de verduras diariamente

Beber bastante líquido. Excluir bebidas com

alto teor calórico

Reduzir o consumo alimentos gordurosos

Evitar dar alimentos

como “prêmio”

Praticar esportes pelo menos uma hora ao dia

Caminhar sempre que

possível

Permanecer no máximo duas horas por dia diante da TV ou do Vídeo

Game

LEITE CONTRA INFARTO

Uma dieta alimentar rica em lei-te protege contra infartos e ataques

cerebrais. É o que aponta um estudo cientí-fi co realizado por pesquisadores da Univer-sidade de Gales, na Grã-Bretanha. Segundo o estudo, as pessoas que consomem muito leite durante a adolescência têm cerca de 12% menos probabilidade de sofrer de ata-ques cardíacos e 50% menos chances de so-frer ataques cerebrais em sua idade adulta.

BULA SEM LUPA

A leitura das bulas de remédios poderá fi car mais fácil caso o Projeto de Lei 5504/05

seja aprovado pelo Congresso. A proposta, do senador Romeu Tuma (PFL-SP), determina a uti-lização do corpo 12 nas bulas, que normalmente vêm impressas em corpo 7 ou 8. Os fabricantes terão prazo de um ano, quando a lei entrar em vigor, para adaptar seus produtos.

SaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

Saúde

BRINQUEDOS PROIBIDOS

O Parlamento Europeu proibiu defi nitivamente o uso de seis subs-tâncias químicas, que tornam os brinquedos infantis mais male-

áveis, sobretudo os objetos para morder que aliviam o período da dentição. O centro da discussão era o ftalato de dietilo, isto é, o material usado para a fa-bricação de brinquedos de PVC que, segundo vários estudos, pode provocar al-terações no fígado ou nos rins, entre outros efeitos indesejados. (Ansa)

CORAÇÃO FRÁGIL

O excesso de álcool pode levar à cardiomiopatia alcólica, uma das prin-cipais causas de morte entre os alcólatras.

Pesquisadores americanos descobriram que o abuso de bebidas alcó-licas altera o metabolismo proteico do miocárdio e compromete a capa-cidade de sintetizar as proteínas necessárias para manter a estrutura do músculo cardíaco e garantir o seu bom funcionamento.

As mesmas alterações não aparecem nas mulheres.

OSSOS FORTES COM CEBOLA

Além de dar sabor aos pra-tos, a cebola também dá

força aos ossos, reduzindo a perda de cálcio. O efeito foi descoberto por acaso por pes-quisadores suiços, que adicio-nando um grama apenas de cebola à dieta de alguns ratos, constatou que era o sufi ciente para in-terromper a normal desmineralização e a erosão do esqueleto. O mérito seria mais especifi camente de um ingrediente, o gama-glutamil pepti-de, um fragmento proteico que se encontra nas cebolas brancas.

ANTICORPOS PARA ALZHEIMER

Trata-se de anticorpos para bloquear a proteína beta-amiloide tida como a principal respon-sável pelo mal de Alzheimer.

Por enquanto foram injetados somente em oito doentes, nos EUA, mas os resultados foram surpreendentes: os anticorpos realmente conseguem impedir que a proteína se acumule no cérebro e formem as placas que estrangulam as células nervosas. Em poucos meses, em sete dos pacientes o declínio das faculdades mentais foi bloqueado e em seis as funções cogniti-vas inclusive melhoraram.

Saúde

SaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSaluteSaúdeSalute

Acima deste índice de massa corpórea

é sobrepeso

Acima deste índice de massa corpórea

é obeso

Idade Masculino Feminino Masculino Feminino

2 18.41 18.02 20.09 19.81

3 17.89 17.56 19.57 19.36

4 17.55 17.28 19.29 19.15

5 17.42 17.15 19.30 19.17

6 17.55 17.34 19.78 19.65

7 17.92 17.75 20.63 20.51

8 18.44 18.35 21.60 21.57

9 19.10 19.07 22.77 22.81

10 19.84 19.86 24.00 24.11

11 20.55 20.74 25.10 25.42

12 21.22 21.68 26.02 26.67

13 21.91 22.58 26.84 27.76

14 22.62 23.34 27.63 28.57

15 23.29 23.94 28.30 29.11

16 23.90 24.37 28.88 29.43

17 24.46 24.70 29.41 29.69

18 25 25 30 30

MEDIDA EXATA

Índice de massa corpórea é o nome da fórmula que nos diz se estamos acima do peso ou obesos. Fazer o cálculo é simples: peso (expresso em quilos) dividido pelo quadrado da altura (expresso em

metros). Para os adultos, se o resultado for maior que 25, é considerado acima do peso, caso seja maior que 30, obesos. Os valores 25 e 30 são referências para uma pessoa adulta (homem ou mulher). Para as crianças e adolescentes, as referências mudam de acordo com idade e sexo. Vejam a tabela:

Lanche infeliz

O alerta é para a turma adep-ta de um fast food. Um

quinto da popualção brasileira tem colesterol elevado, ou seja cerca de 39 milhões de pessoas priorizam frituras nas refeições e são sedentárias. A pesquisa foi realizada pela Sociedade Brasilei-ra de Cardiologia (SBC/ Funcor) em 74 cidades. O levantamento mediu o colesterol de 1.239 pes-soas e apontou um índice (exatos 21,6%) da taxa de colesterol no País que nos aproxima do pata-mar dos americanos (25%).

O colesterol alto (acima de 200 mg/dl) é uma das principais cau-sas de problemas cardiovasculares, como infarto e derrame cerebral.

Entre os jovens até os 24 anos, o índice foi de 8%, cosiderado muito elevado para a idade. A região Norte/ centro-Oeste é a que apresenta um número de jovens menos saudáveis.

A pesquisa foi patrocinada pelo laboratório AstraZeneca e feita com metodologia do Instituto Vox Populi.

Conheça outros dados considerados alarmantes pela SBC/ Funcor:

POR IDADE

POR REGIÃO

REGIÃO ONDE OS CASOS SÃO MAIS GRAVES

Faixa EtáriaÍndice com

problemas de pessoas com o colesterol alto

Acima dos 54 anos 32,3%

45 a 54 anos 28,8%

Região Homens Mulheres

Sul 26,4% 22,2%

Norte/Centro-Oeste 18,4% 21,4%

Sul 24,3%

RISCO DE NÃO ACORDAR

Estudo divulgado por pesquisadores ameri-canos da Universidade da Califórnia e pu-

blicado na revista “Nature Neuroscience” aponta que a perda de células cerebrais que controlam a respiração pode ser a causa da morte por apnéia de algumas pessoas durante o sono. A apnéia do sono é defi nida por paradas repetidas e temporá-rias da respiração, ocorrendo como resultado de uma disfunção do sistema nervoso central.

A SOCIEDADE ITALIANA DE PEDIATRIA APONTA ITENS PARA PREVENIR OBESIDADE INFANTO-JUVENIL

16 C O M U N I T À I T A L I A N A / A G O S T O 2 0 0 5

Limone sul Garda teve o seu momento de fama internacional em 1979, quando uma proteína especial, importante no combate às doenças do coração, foi encontrada na corrente sanguínea de alguns moradores. Quase trinta anos depois um remédio está para ser lançado por uma

indústria farmacêutica americana, a Pfi zer, que conseguiu sintetizar em labo-ratório a mutação genética ocorrida no cromossomo dos descendentes do casal Cristoforo Pomarolo e Rosa Giovanelli.

Eles se casaram em 14 de novembro de 1644 e deram origem a uma dinastia com saúde de ferro. Onze gerações depois, os integrantes da árvore genealógica do casal continuam a reproduzir nos fi lhos e netos o mesmo erro genético, nes-te quase único e raro caso, favorável ao organismo do homem. Normalmente, quando os erros ocorrem na cadeia do DNA eles provocam problemas graves no desenvolvimento do corpo e da mente.

Por um capricho da natureza, o equívoco no sangue de alguns moradores de Limone jogou a favor. A proteína mutante tem a capacidade de desentupir, com velocidade espantosa, as artérias comprometidas com as placas de gordura. Não é por acaso que a cidade tem um dos mais baixos níveis de pessoas com proble-mas cardiovasculares na Itália. E a expectativa de vida ultrapassa os 80 anos.

No mês de outubro, Limone deverá sediar o Congresso Internacional de Te-rapia HDL (alta densidade de lipoproteínas). Na ocasião, os moradores da cida-de, principalmente aqueles que não têm a proteína geneticamente modifi cada, esperam ouvir dos pesquisadores quando o remédio vai chegar às farmácias. A expectativa é de que isso ocorra dentro de dois ou três anos. Mas vai depender

de vários fatores, entre eles a es-tratégia de marketing da empre-sa que criou o medicamento e da autorização do US Food and Drug Administration (FDA).

De qualquer forma, a terapia já foi testada com sucesso em seres humanos e continua sendo experimentada em cobaias com sérias doenças do coração, como a arteriosclerose. Em Limone, os cerca de 50 portadores da pro-teína turbinada comemoram os avanços da medicina graças à do-ação de litros e litros de sangue realizada nos últimos 20 anos.

Todos foram voluntários para ajudar nas pesquisas e não ganha-ram nenhum centavo pela partici-pação que incluiu até viagens nos Estados Unidos, mas muitos “limo-neses” se perguntam o porquê de o governo italiano não ter investi-do na descoberta da proteína.

O professor de farmacologia da Universitá degli Studi di Milano, Cesare Sir-tori, responsável pela identifi cação da proteína foi obrigado a conduzir os es-tudos com o apoio de instituições americanas e, ao fi nal, o remédio que poderá combater o mal que mata 17 milhões de pessoas anualmente no mundo, vai ganhar o selo de made in USA.

Para amenizar os ressentimentos, os americanos doaram 14 mil euros para a construção de um museu que preserve os arquivos da cidade que permitiram buscar a origem da mutação da proteína. Ele vai ser inaugurado no outono ita-liano e conterá as certidões de casamento do casal Pomarolo e Giovanelli, além de registros de nascimentos de seus descendentes.

Como último pedido, os habitantes de Limone gostariam de ver o nome da proteína, atualmente conhecida como Apo A1 Milano, porque foi identi-fi cada durante um exame de rotina em Milão, rebatizado como Apo A 1 Li-mone. (G.A.)

solini. O asfalto abriu passagem pela montanha e criou um labirinto de túneis numa impressionante obra de engenharia. E como natural conseqüên-cia, a economia do vilarejo - antes baseada na pesca e no cultivo de limões e azeite de oliva - passou a dar maior importância ao turismo.

Hoje, milhares de turistas de toda a Europa, principalmente da Alemanha, escolhem Limone sul Garda para passar as férias de verão, tomar banho de lago, caminhar pelas trilhas nas mon-tanhas e temperar a salada do prato com o azei-te e o limão cultivados na cidade.

A cidade é pequena e não cabe todo mun-do. As ruas são estreitas e sinuosas e o traçado urbano lembra o de um pequeno burgo, com as casas e as lojinhas lado a lado ocupando um exíguo espaço, numa faixa de terra fi rme entre a estrada Gardesana e o lago. Por isso, mui-tos turistas se alojam nas vizinhas Saló e até mesmo em Brescia. Limone sul Garda é o ponto principal da famosa Riviera dei Limoni e um dos passeios mais interessantes é ir de barco de Saló

até o portículo de Limone. A viagem dura cerca de uma hora e vai beirando a margem do lago de Garda. Ao longo da navegação o turista pode admirar as vilas incrustadas na montanha ou de-bruçadas sobre a costa.

As mansões nos estilos neoclássicas e li-berty revelam toda a ostentação e riqueza de uma época. Jardins monumentais servem de ornamentos naturais às imponentes fachadas arquitetônicas.

Guilherme AquinoCorrespondente • MILÃO

‘Meu limão, meu limoeiro’

Turismo

A cidade é pequena e não cabe todo

mundo. As ruas são estreitas e sinuosas e o traçado urbano

lembra o de um pequeno burgo

Esbanjando saúdeMoradores trazem no sangue proteína que ajuda no combate às doenças cardíacas

Cesare Sirtori, responsável pela

identificação da proteína, foi obrigado

a conduzir os estudos com o apoio de instituições americanas

Limone sul Garda, Itália - Espremida entre o homônimo lago e as encostas, Linome Sul Garda é a cidade aonde está localizado o pé de limão mais ao nor-

te da Europa. Os moradores se orgulham desta fronteira da natureza, caprichosamente traçada aqui, neste povoado de apenas mil habitantes. Dos Alpes para cima o limoeiro existe apenas na imaginação e nos livros de agronomia e história. Nem mesmo na outra margem do lago de Garda a plantação fi ncou raízes no solo. Por causa da falta das condições climáticas ideais, tal como o tempo de exposição aos raios de sol, o cultivo fi cou resumido ao lado oposto que não se furtou a adubar e preparar o campo com a terra extraí-da das margens de todo o Garda.

Sacos e mais sacos eram transportados pe-los mochileiros/camponeses num árduo e in-cessante trabalho feito de barco e no lombo de animais. Pouco a pouco até a geografi a urbana da cidade foi se moldando às necessidades dos plantadores de limão. Enormes paus de madeira - material mais tarde substituído pelo cimento - serviam de esquadrias para a construção de uma imponente rede de estufas gigantes, com gran-des janelas de vidro, para proteger a plantação do inverno rigoroso.

Um complexo sistema de irrigação garantia o fl uxo de água para cada limoeiro. Boa parte des-tas estruturas está de pé e são testemunhas da

história de Limone sul Garda. Elas podem ser vis-tas à distância e, de longe, lembram um enorme paliteiro. Algumas estão sendo recuperadas pelo comune, transformadas em museu e já são atra-ções turísticas no local. Fotografi as e ferramen-tas antigas ilustram as paredes e fazem parte do precioso acervo cultural da cidade.

O pequeno povoado era isolado do mundo até 1932, quando a estrada de Gardesana foi constru-ída ao redor do lago de Garda, por ordem de Mus-

Navegando da Saló ao

portículo de Limone e

admirando vilas incrustadas na

montanhaNa foto superior, flagrantes do povo e arquitetura rústica de Limone sul Garda. Abaixo, descendentes de Pomarolo.

Um “erro” genético que deu certo.

O povoado de Limone sul Garda, que ficou isolado até 1932, atrai tantos turistas que muitos se alojam em cidades vizinhas

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Notícias

CURSO EM MILÃO

A Universidade Bocconi, a Câmara de Comércio milanesa e o Sistema Universitário de Milão oferecem três bolsas de estudos a estrangeiros

de vários países, incluindo o Brasil, para os cursos Master in International Health Care Management, Economics and Policy e Master in Public Manage-ment. As aulas serão em inglês e começam a partir de setembro. A bolsa, no valor de 10 mil euros, inclui despesas com acomodação, alimentação e todo programa do curso. Para se inscrever é necessário o preenchimento do formulário de inscrição que servirá como uma pré-seleção. Mais infor-mações através do site www.italiabrasil.com.br/bandomilao.swf ou pelo e-mail: [email protected].

CAFÉ ITALIANO

A Lavazza a maior empresa italiana de café está chegando ao Brasil. A princípio abrirá seu primeiro escritório no Rio. A empresa, com mais de

US$ 800 milhões de faturamento anual, tentou ingressar no País no início da década, mas não conseguiu devido a problemas com o distribuidor. Flo-rença, no Rio, e Dab, em São Paulo, são as novas distribuidoras da Lavazza, que compra no Brasil quase metade do café que processa.

ÁGUA NA BOCA

De 19 a 28 de agosto vai acontecer a 8ª edição do Festival Internacional de Cultura e Gastronomia de Tiradentes, em Minas Gerais. A edição reu-

nirá grandes personalidades das culinárias nacional e internacional, entre as quais italianos. Durante o festival os turistas poderão desfrutar de uma extensa programação cultural, com apresentações musicais, teatro de rua, exposições artísticas e outros. Entre as estrelas que ministram os festins, cursos e degustações no evento estão os renomados chefs Flávia Quaresma, Jaya Loyola, Thierry Pszonka, Mara Alcamin, Le Squer, Pablo Morandé, Cris-tian Bertol, Paulo Pinto entre outros. Mais informações pelo telefone (32) 3355-1142.

SAI DESSA, RAPAZ

Pesquisa realizada pelo Parlamento italiano sobre o estado dos tóxico-dependentes na Itália aponta que os adolescentes entre 15 e 19 anos

percebem cada vez menos o uso da droga como um risco para a própria saú-de. Segundo informações da agência Ansa, em quatro anos, de 2000 para 2004, o percentual de jovens que demonstra preocupação passou de 90% para 60%, um terço a menos. Foram entrevistados jovens do ensino médio. As classes de idades mais elevadas são os que mais percebem os perigos para a saúde.

PARLA ‘BIG BROTHER’O governo da Bota já monitora os italia-

nos no exterior pela Internet. Acalmem-se. Não se trata de um novo ‘big brother’. No portal www.dovesiamonelmondo.it, segundo a chefe da Unidade de Crises do Ministério das Relações Exteriores italiano, Elisabet-ta Belloni, haverá o registro completo dos italianos que moram no exterior ou saem do país em turismo ou a negócios. Os próprios cidadãos podem fazer o cadastro no site. O objetivo, informa a agência Ansa, é permitir à chancelaria cruzar todos os dados úteis em caso de emergências e crises.

- Se este serviço já estivesse ativo, poderíamos ter monitorado melhor a situ-ação italiana em Sharm el Sheik, no Egito - admitiu Belloni, referindo-se à cidade onde houve um atentado terrorista que matou dezenas de pessoas.

PINÓQUIO

Um estudo divulgado na Bienal do Humor de Tolentino, na Itália, revelou que os

italianos contam 4 milhões de mentiras por dia. São vários os motivos, entre eles obter vantagem no trabalho e viver “em paz”. Mil adultos foram entrevistados. Destes, quarenta e cinco por cento confessaram que mentiram mais de 60 vezes no último ano, o que dá uma média de cinco mentiras por mês. Das duas, uma: ou os italianos mentem muito, ou eles apenas são mais honestos que os demais.

MENINADA POLIGLOTA

Uma semana após a Câmara dos Deputados aprovar a obrigatoriedade do Espanhol como dis-ciplina optativa em todas as escolas do país, o governo de Santa Catarina fechou um acordo

com o Consulado-Geral da Itália para oferecer a língua italiana como matéria optativa na rede pública. A nova disciplina deverá ser implantada até 2007. Uma das maiores comunidades de descendentes italianos do país se concentra em Santa Catarina.

Risco Itália

Agosto não começou bem para a economia italiana. A agência de classifi cações eco-

nômica Standard & Poor’s rebaixou de “estável” para “negativa” a avaliação de risco (redução de rating) Itália em 18 meses. Isso porque o mer-cado insinua que – a um ano de eleições italia-nas – não há estratégia para redução da dívida.

Bola de cristal

Apesar de 64% das reservas mundiais - hoje em US$ 3,81 trilhões - estarem em dólares e ape-

nas 20% em euros, a moeda européia deverá, em 20 anos, suplantar o dólar como a moeda forte do pla-neta. Mas, para isso, a Grã-Bretanha precisaria ade-rir ao euro. Além disso, outro fator conspira a favor da moeda européia: o câmbio americano permanece em queda.

O exercício de futurologia parte de dois conter-râneos de Bush: Jeffrey Frankel, da Universidade de Harvard, e Menzie Chinn, da Universidade de Wiscon-sin. O estudo de ambos foi divulgado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, em Washington.

Parole, parole, parole

A Secretaria municipal de Edu-cação, Cultura e Desportos de

Farroupilha, no Rio Grande do Sul, está oferecendo curso de italiano a 130 professores da rede pública de ensino da cidade.

O idioma da Bota vem sendo difundido pela Associação Cultural Italiana no Rio Grande do Sul em três escolas da cidade gaúcha para alunos da 1ª a 4ª séries.

Dieci anni! Si, sono passati dieci an-ni dall’ultima volta che un ministro degli affari esteri ha calcato il suo-lo brasiliano per una visita uffi cia-le. Forse questo spiega, almeno in parte, il perchè della mancanza di

vigore nei rapporti istituzionali e nelle politiche comuni di rilancio delle attività economiche, fi nanziarie e culturali tra i due paesi in questi anni. Una collaborazione che sarebbe dovuta essere più profonda visto anche le fondamenta su cui poggia: un’antica amicizia ed una grande vicinanza culturale.

Il portavoce del ministro, Pasquale Terrac-ciano, ha affermato che non si può parlare di una vera e propria caduta dei rapporti, ma cer-tamente il ministro ha voluto colmare un vuoto tra i due paesi.

-Quello che non si è fatto in questi anni è l’aver dato una priorità necessaria nei rapporti Italia/Brasile. L’unione tra i due paesi non ha ancora raggiunto il suo potenziale, anzi si può dire che ha fatto un passo indietro a quello che è il sentimento delle due popolazioni. L’ultima visita di un rappresentante della Farnesina fu nell’aprile 1995 dell’allora ministro degli Esteri Susanna Agnelli - ha affermato Terracciano.

La comunità italiana in Brasile, integrata nel mondo economico, sociale e culturale, aveva da tempo percepito questo vuoto di presenza del-le Istituzioni italiane. Aveva, infatti, anticipato l’arrivo del ministro con “cori” per una rapida ri-presa dei rapporti bilaterali e di sostegno anche nell’ambito fi nanziario.

Ma allo stesso tempo non ci si può non es-sere accorti che da qualche mese a questa parte, da quando l’appuntamento elettorale del giugno 2006 si avvicina, la politica italiana si è ricor-data, o forse meglio accorta, che in Brasile si contano milioni di discendenti di italiani. Certa-mente non è stato il caso della visita del mini-stro Fini, che di politica interna o tanto meno di propaganda politica non ha fatto neanche men-zione. Il ministro, infatti, è stato in Brasile co-me rappresentante dello Stato italiano e non di uno schieramento politico.

La missione del rappresentante del gover-no italiano rientra comunque in un più ampio contesto di rilancio e rafforzamento diploma-tico dei rapporti con tutta l’America Latina, come conferma la riunione che il ministro ha tenuto con tutti gli ambasciatori dell’America del Sud presso il palazzo dell’Ambasciata ita-liana a Brasilia.

Nella mattinata del 5 luglio il vice-premier Fini è atterrato con l’aereo del governo italiano a Brasilia. L’agenda prevedeva verso mezzogior-no l’incontro con il suo corrispettivo brasiliano, Celso Amorim.

LA RIFORMA DEL CONSIGLIO DI SICUREZZA DELL’ONU

La riunione di lavoro tra i due cancellieri all’Ita-maraty rientra nel progetto di intensifi cazione della cooperazione economica e di rilancio del dialogo politico. I colloqui istituzionali hanno toccato varie questioni tanto sugli attuali svilup-pi politici in Brasile e negli altri paesi sudameri-cani, con particolare accento sulle crisi regionali di Ecuador e Bolivia, come il differente posizio-

Unico media italo-brasiliano di carta stampata presente alla “due giorni” del ministro degli affari esteri Gianfranco Fini, ComunitàItaliana, con interviste ed approfondimenti esclusivi ha seguito tutti gli incontri che il ministro ha sostenuto con le istituzioni brasiliane e la comunità italiana di San Paolo. Visita molto intensa e ricca di dichiarazioni importanti e mai scontate: dal rilancio dei rapporti diplomatici a quelli commerciali; dalla proposta di voto agli extracomunitari in Italia fino a quella di proporre l’insegnamento basico della lingua e cultura italiana a chi richiede la cittadinanza.

namento di vedute per quanto riguarda la riforma del Consiglio di Sicurezza delle Nazioni Unite.

Su quest’ultimo argomento Terracciano ha sottolineato che Italia e Brasile condividono le scelte fondamentali a livello mondiale, con l’uni-ca eccezione della riforma delle Nazioni Unite.

- Vi sono posizioni differenti sul modo di arrivare al risultato, ma abbiamo una comu-nanza di vedute sull’obiettivo fi nale: ovvero avere una ONU più effi ciente, più rappresen-tativa e più democratica – ha sottolineato il portavoce della Farnesina.

Attualmente il Consiglio di Sicurezza, orga-no delle Nazioni Unite, chiamato a svolgere un ruolo signifi cativo nella difesa della pace e della stabilità internazionale, è composto da cinque membri permanenti con diritto di veto (Stati Uniti, Russia, Francia, Regno Unito e Cina) e da dieci non permanenti.

Il Brasile, che ambisce ad un ruolo di gui-da non solo in America meridionale ma anche sulla scena internazionale, fa parte del gruppo chiamato G4, composto anche da Germania, Giappone e India. Questi ritengono, legittima-mente, dal loro punto di vista, di avere i numeri necessari per sedere permanentemente nel CdS. Richiedono, infatti, un allargamento del nume-ro dei seggi da 15 a 25, aggiungendo sei nuovi seggi permanenti senza diritto di veto e quattro seggi non permanenti.

L’Italia, da parte sua, appoggiata da Corea, Pakistan, Messico ed ultimamente anche dagli Stati Uniti, presenta una proposta che lasce-rebbe immutati il numero degli attuali seggi permanenti. Allo stesso tempo crede, però, che per raggiungere gli obiettivi di una maggior partecipazione, rappresentatività geografi ca ed effi cienza, si dovrebbe allargare a diciotto-venti seggi il numero di quelli non permanen-ti, sui quali dovrebbero ruotare in maniera più frequente (due anni ogni sei) 24-30 paesi, con una durata più lunga (circa 2 anni) e abolire il divieto di rielezione continuativa. I paesi pre-scelti per la rotazione più frequente, inoltre, sarebbero tenuti ad assumere maggiori respon-sabilità nel fi nanziamento dell’ONU, fornendo un contributo supplementare al bilancio delle operazioni di pace, pari alla metà di quella do-vuta dai membri permanenti.

Si è trattato di un confronto di posizione fermo ma sincero. Come ha enfatizzato lo stes-so Fini, la cosa più importante è la necessità di rispondere alle nuove sfi de, che non sono solo sfi de di sicurezza militare, ma anche sfi de che riguardano il benessere e la stessa soprav-vivenza dei cittadini, cioè la lotta alla fame e il degrado ambientale.

- È necessario mettere l’ONU nella condi-zione di rispondere effi cacemente a tutte le questioni a cui si trova di fronte. Questa di-vergenza di posizioni non impedirà uno scam-bio costruttivo di idee durante la mia visita in Brasile. Sarebbe profondamente sbagliato por-re l’attenzione su ciò che divide e trascurare ciò che unisce - ha commentato il ministro.

LA COOPERAZIONE BILATERALE

La riunione tra i due cancellieri, non si è fer-mata alla discussione sul riassetto delle Nazioni

Bentornato Ministro!

Unite. Partendo dal fatto che l’Italia è oggi il quinto paese che maggiormente investe in Bra-sile, l’ottavo per valore nelle esportazioni bra-siliane e il nono per le importazioni in Brasile, con un giro d’affari che raggiunge i 5 miliardi di dollari all’anno, è risultato inevitabile parlare di interscambio commerciale e collaborazione eco-nomica, dando seguito anche a quanto assunto durante l’importante Conferenza sulla Coopera-zione alla Sviluppo svoltasi a Salvador nell’apri-le passato.

Negli ultimi 5 anni, lo sforzo italiano, a tale riguardo, si è concretizzato in iniziative multila-terali e a gestione diretta si è raggiunta la cifra di 18 milioni di euro nello sviluppo di progetti di cooperazione con il Brasile oltre ai 24 milioni di euro di co-fi nanziamenti destinati alle inizia-tive promosse dalle Ong italiane.

Al centro dei colloqui sono state trattate materie legate al campo dell’alta tecnologia come il bio-diesel e dell’industria aeronautica. L’esperienza congiunta su quest’ultimo aspet-to ha radici lontane. È datato 1984 il proget-

to incrociato Italia/Brasile dell’aereo di adde-stramento AMX, costruito in collaborazione tra Aermacchi e Embraer. L’obiettivo ora è quello di rinvigorire questo “gemellaggio” per sviluppare nuovi progetti aerospaziali.

Non è stata tralasciata, poi, l’importanza dei rapporti tra la comunità italiana in Brasile e gli imprenditori italiani, profi cuo vincolo per un potenziamento dei numerosi progetti di coo-perazione per ciò che riguarda le infrastrutture, l’ambiente e lo sviluppo locale. Su quest’ultimo punto, come ha affermato Terracciano, il Brasile ha particolarmente insistito affi nché l’attenzio-ne italiana fosse indirizzata sulla valorizzazione di un bene di cui il paese sud-americano è il maggior produttore mondiale, ovvero l’etanolo.

Per dare concretezza a questa cooperazio-ne imprenditoriale, il vice-premier Fini ha an-nunciato (come Comunità aveva dato notizia in esclusiva nel num. 86 – ndr) che il ministero degli esteri sta organizzando una missione della Confi ndustria guidata dal presidente Monteze-molo per il prossimo marzo 2006. Questa ini-ziativa avrà l’obiettivo di riunire imprenditori di piccole e medie imprese italiane e brasiliane che abbiano interesse a stabilire tra di loro delle join-ventures.

L’ambasciatore Valensise ha risaltato l’appun-tamento come un fatto molto importante sul pia-no dello sviluppo delle relazioni economiche.

- Stiamo cercando di selezionare delle impre-se italiane e brasiliane che per settore, per com-petenza e per dimensione siano compatibili con le altre. La nostra speranza è che dagli incontri nascano delle cooperazioni e collaborazioni nel-l’interesse dei due paesi e delle due imprendito-rie - ha sostenuto l’ambasciatore.

LULA E L’AFFARE LOLLO

Nell’incontro tra il vice-premier Gianfranco Fi-ni e il presidente brasiliano Lula si è parlato di raggiungimento delle mete del millennio, come lo sviluppo del protocollo di Kyoto (accordo in-ternazionale per ridurre le emissioni di anidri-de carbonica prodotta dall’uso di combustibili

Giordano Iapalucci

CAPA

“Si tratta di una situazione politica

certamente difficile, ma in altri paesi del Sud-America

ciò avrebbe determinato rivoluzioni e

colpi di stato”MINISTRO FINI

Italia e Brasile: si stringono le relazioni bilaterali

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fossili), la lotta al crimine organizzato e l’aiuto ai paesi più poveri contro la povertà. Oltre a questi, l’aspetto politico ha, poi, occupato spa-zio importante nello scambio di vedute.

Il ministro degli esteri ha voluto risaltare un aspetto secondo lui molto importante relativo alla situazione politica brasiliana.

- Quando l’Italia guarda al Brasile vede un paese in cui esiste un sistema democratico ir-reversibile. In Sud-America, questo elemento può fare la differenza. Quando dico che siamo di fronte ad una democrazia irreversibile mi riferi-sco anche al fatto che in un momento oggetti-vamente diffi cile come questo, nessuno mette in discussione il mancato rispetto dei canoni della democrazia. Si tratta di una situazione politica certamente diffi cile, ma in altri paesi del Sud-America ciò avrebbe determinato rivoluzioni e colpi di stato. In Brasile nessuno pensa che que-sto possa accadere - ha enfatizzato Fini.

Il capo della diplomazia italiana, già quando era in Italia, aveva annunciato di voler parlare con il presidente Lula anche sulla posizione giu-diziaria di Achille Lollo. L’ex militante dell’orga-nizzazione Potere Operaio venne condannato nel 1987 a 12 anni e 10 mesi di carcere dalla giu-stizia italiana per quello che fu denominato “il rogo di Primavalle”, in cui persero la vita i fi gli di Mario Mattei, segretario della sezione locale del Movimento Sociale Italiano.

Venti anni dopo tale efferato crimine (il 16 aprile 1973) esattamente nel febbraio 1993 l’Italia ricevette disco rosso dal Supremo Tribu-nale Federale brasiliano alla richiesta di estra-dizione per avvenuta prescrizione della pena in conformità alla legge brasiliana. (l’intervista esclusiva di Comunità a Lollo sul nr. 78).

Achille Lollo vive ormai da circa trenta an-ni in Brasile dove, oltre a svolgere la profes-sione di giornalista ed editore di tre testate di analisi politica, è anche presidente della ADIA (Associação para o Desenvolvimento da Im-prensa Alternativa).

L’ex-leader di Potere Operaio, alcuni mesi fa, esattamente il 10 di febbraio, in una intervista al giornale “Corriere della Sera” aveva fatto di-chiarazioni importanti sul coinvolgimento, nei fatti di Primavalle, di altre persone come Diana Perrone, Elisabetta Lecco e Paolo Gaeta. La pro-cura di Roma ha cosi iniziato un procedimento

penale a loro carico, aprendo una rogatoria a carico dello stesso Lollo. Ma quest’ultimo ha già messo nero su bianco che non è disposto a ri-spondere alle domande dei magistrati romani.

Oggi, dopo 32 anni la pretesa italiana è cambiata. Poiché l’accordo bilaterale tra Italia e Brasile prevede l’impossibilità di presenta-re una nuova richiesta di estradizione per gli stessi reati, qualora la prima istanza non fos-se stata accettata, il Ministero degli Esteri ha

espresso l’auspicio che la magistratura italiana fosse autorizzata a porre in Brasile delle do-mande a Lollo.

- Lollo non è imputato, è solo oggetto di una rogatoria della magistratura italiana che sta indagando anche sulla base delle sue recenti dichiarazioni - ha precisato l’ambasciatore Va-lensise.

Fini ha sottolineato la sua scelta di argo-mentare l’affare Lollo con il presidente Lula in maniera molto decisa:

- Ho voluto mettere l’argomento nell’agen-da per sottolineare come si prescrivano i tempi della giustizia, ma non l’esigenza morale della giustizia. Bisogna fare in modo di garantire giu-stizia e accertare le responsabilità.

Il capo della Farnesina ha poi dichiarato che il presidente Lula gli ha garantito il suo interes-samento e nella prospettiva di accelerare i tem-pi ne parlerà direttamente con il ministro della giustizia brasiliano.

- Si è mostrato d’accordo sui principi evi-denziati e non vedo perché i giudici brasiliani dovrebbero negare la collaborazione ai giudici italiani - ha rivelato Fini.

Sicuramente sarà un argomento che rientrerà nuovamente nella agenda del leader brasiliano durante la sua visita in Italia prevista per il 17 e 18 ottobre prossimo.

- Non posso terminare il mio mandato sen-za venire in Italia. Sarà un viaggio non solo protocollare, ma pieno di contenuti. Ci con-sentirà di tradurre la fortissima amicizia tra i nostri popoli in una collaborazione più stretta in campo politico, culturale ed economico - ha affermato Lula a termine del colloquio con il vice-premier italiano.

L’INCONTRO CON GLI AMBASCIATORI

L’incontro presieduto dal ministro Fini, svoltosi nel pomeriggio del 5 luglio con i 10 ambasciato-ri italiani nei paesi dell’America del Sud, è stato giudicato dallo stesso Valensise “molto operati-vo e approfondito”.

- È stato fatto il punto sia sulle relazioni bilaterali con l’Italia nei rispettivi paesi, come

sulle prospettive di sviluppo dei rapporti con ciascun paese – ha dichiarato l’ambasciatore

Ogni ambasciatore ha redatto una relazio-ne sulla situazione politica del proprio paese e delle prospettive economiche, con particola-re riguardo alla possibilità di aumentare l’inter-scambio col l’Italia. È stato, inoltre dedicato un capitolo speciale alla formazione e consistenza della collettività italiana in ogni paese, ai pro-blemi incontrati dai servizi consolari e all’eser-cizio del voto all’estero. Il portavoce della Far-nesina è stato chiaro:

- ci sono paesi che hanno una situazione di emergenza politica come Equador e Bolivia ed altri che hanno dei problemi nei rapporti con l’Italia come l’Argentina. Ma il Brasile e questa visita lo evidenzia, è considerato come priorita-rio all’interno dell’agenda italiana nella prospet-tiva di sviluppo dei rapporti bilaterali.

Sappiamo tutti molto bene che esistono delle ottime relazioni tra i due paesi, ma esiste anche un notevole spazio per migliorarle e approfondirle ulteriormente. “Questo può avvenire soprattutto in due campi: il campo economico e il campo cul-turale”, ha affermato l’ambasciatore Valensise.

Per quanto riguarda il primo aspettoi il capo dell’ Uffi cio America Meridionale del Ministero degli Esteri, Daniele Rampazzo, ha voluto far presente che da parte delle istituzioni italiane esiste la presa di coscienza nella necessità di creare “sistema”, ovvero mettere in rete tutte le risorse, seppur limitate, di cui il “sistema pae-se” dispone.

- Questo però non può avvenire solo dalle istituzioni centrali, ma anche da quelle regio-nali e comunali, con particolare attenzione al ruolo della formazione e dello scambio di espe-rienze di tipo scientifi co e tecnologico - ha so-stenuto Rampazzo.

Il secondo aspetto, quello culturale, ha ri-scontrato molto interesse tra gli interlocutori. La grande domanda di lingua e cultura italiana in Brasile, come in quasi tutto il continente, è sotto gli occhi di tutti.

- A questa domanda stiamo rispondendo con uno sforzo rinnovato per offrire più corsi di lin-gua e cultura ad un paese che la gradisce molto – ha sottolineato Valensise.

Roberto De Mattei, consigliere culturale del ministro Fini, ha aggiunto che i due paesi sono legati da qualcosa che va al di là di una pura e semplice amicizia o fratellanza:

- hanno proprio delle radici comuni. Non esiste, forse, paese al mondo più vicino cultu-ralmente all’Italia come il Brasile. Quindi questi rapporti, a tutti i livelli, dal campo dell’univer-sità, della ricerca e dello scambio culturale in genere, andranno sempre più valorizzati e incre-mentati. Il Brasile - continua De Mattei - è stato trascurato dal punto di vista politico e gli scam-bi culturali ne hanno inevitabilmente risentito.

Quando si parla di cultura è inevitabile par-lare di fi nanziamenti. E di questi tempi se ne ve-dono sempre di meno. L’ambasciatore Valensise cerca di non drammatizzare e consiglia nuove strade per superare questa fase storica di ridu-zione generalizzata di forze fi nanziarie dedicate ai programmi culturali.

- Non dobbiamo fermarci. Dobbiamo com-pensare questa minore disponibilità di risorse,

lineato, e questa potrebbe essere l’altra parte della soluzione del problema, l’apporto ag-giuntivo di altre istituzioni come le Regioni, il CNR (Consiglio Nazionale delle Ricerche) e le università, al fi ne di creare quella massa criti-ca necessaria per poter realizzare dei progetti di maggior impatto.

Secondo il consigliere culturale di Fini non si tratta tanto di investire maggiori risorse, ma quanto di razionalizzare meglio quelle di cui ab-biamo a disposizione.

- Posso assicurare, per esempio che il CNR ha già un rapporto di collaborazione in atto con l’omologo ente di ricerche brasiliano. Questo, tradotto in impegno concreto vuol dire investi-mento ma anche ottimizzazione di risorse fi nan-ziarie e di uomini - sostiene De Mattei.

Il capo della Farnesina ha voluto entrare in merito all’argomento asserendo che un investi-mento nel futuro debba essere legato a politiche culturali più che a misure economico-sociali.

- È chiaro che ognuno di voi ha insegnato al fi glio, al nipote la lingua italiana, ma non ci può essere un passaggio di questa identità nazionale soltanto per via familiare. Se come si dice, gli italiani all’estero sono una risorsa, è lo Stato italiano che deve investire anche in ter-mini fi nanziari perché la lingua italiana sia stu-diata, perché sia una lingua di veicolo e perché torni ad essere, come nel passato in Brasile, una lingua per l’ammissione a corsi universitari. Là dove si parla la medesima lingua poi è più facile mettere le radici di una politica commerciale - ha voluto enfatizzare il ministro Fini.

IL DISALLINEAMENTO DELLE ANAGRAFI

La discussione con gli ambasciatori ha messo a focalizzato, poi, il disallineamento delle anagra-fi consolari con quelle degli elettori predisposte dal Ministero dell’Interno sulla base dell’Aire, riguardante la prossima scadenza politica del voto degli italiani all’estero. Questione sentita molto dagli ambasciatori in America Latina co-me dal ministro degli esteri, sia per il fatto di ottemperare alla legge costituzionale, sia perché un eventuale mancato voto inciderebbe notevol-mente nel rapporto con le comunità italiane all’estero: le uniche che sarebbero veramente penalizzate.

Durante l’incontro di lavoro il ministro ha infatti chiesto suggerimenti a riguardo. L’am-basciatore Valensise non si è tirato indietro ed ha fatto presente la necessità di lavorare in maniera molto più intensa su questo problema di allineamento anagrafi co, affi nché gli italia-ni all’estero possano svolgere il proprio diritto al voto. Il capo del distaccamento del mini-stero degli esteri/sezione del Sud-America, Daniele Rampazzo, ha cercato di rassicurare su questo aspetto.

- Vi è una forte volontà da parte delle comu-nità italiane in Sud-America di andare al voto. Alla riunione con gli ambasciatori è stato fatto presente che la soluzione di questo problema sta già essendo in itinere e che la differenza tra le due anagrafi si sta riducendo – ha commentato Rampazzo.

Tra meno di 10 mesi l’ardua “sentenza” sarà svelata.

“Quello che non si è fatto in questi anni è aver dato

una priorità necessaria nei rapporti Italia/

Brasile”PASQUALE TERRACCIANO

soprattutto minore introspettiva, con dei fi -nanziamenti supplementari, con delle sponso-rizzazioni che rendano possibile la realizzazio-ne delle iniziative che ci stanno al cuore – ha affermato Valensise.

In questo senso, qui in Brasile, grazie all’im-pegno delle imprese italiane si sono fatti buoni passi. L’ambasciatore ha voluto sottolineare che questo impegno esiste quando vi sono buoni progetti, quelli cioè che danno una buona im-magine dell’arte e della cultura italiana e che consentano un buon ritorno di immagine per le stesse imprese o magari delle facilitazioni fi sca-li. Le imprese private possono quindi essere una parte della soluzione al problema dei fi nanzia-menti, ma come ha voluto sottolineare l’amba-sciatore non della soluzione totale.

Non si è parlato comunque di cifre. Sono ormai troppo notorie a tutti le condizioni del bilancio dello Stato italiano. Si è però sotto-

“Quando l´Italia guarda al Brasile

vede un paese in cui esiste un sistema

democratico irreversibile”GIANFRANCO FINI

Tavola rotonda al Palazzo del Planalto

Il G4 si riunische per parlare sulla riforma del Consiglio di Sicurezza dell´ONU

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Notizie

Il giorno 6 luglio, il vice-premier Fini si è spostato a San Paolo, dove, in mattinata ha visitato il Centro di Recupero ed Educazione Nutrizionale (CREN), fi nanziato dall’orga-

nizzazione non governativa Avsi (Associazione volontari per il servizio internazionale).

trattasi di un caso esemplare di progetto per la tutela e l’assistenza ai minori. Tale Cen-tro sviluppa una metodologia per la cura della denutrizione, mediante il sistema delle adozioni a distanza. Impiantato nel 1993, conta ad oggi su più di 68 mila assistiti. Attualmente ha sotto custodia circa 50 bambini, ma ne assiste fi no a 700 l’anno tra ambulatorio e visite domiciliari. Il ministro ha inoltre approfondito alcuni aspetti della implementazione del nuovo centro che sarà situato nella zona est dello estato di San Paolo.

IL PARTITO UNICO DELLA DESTRA

La giornata è proseguita con la visita al Pa-lazzo dos Bandeirantes, sede del governo dello Stato di San Paolo. Il ministro ha incontrato il governatore Geraldo Alkmin e il suo vice Clau-dio Lembo.

Il governatore Alkmin, molto probabilmen-te prossimo candidato anti-Lula alle prossime elezioni presidenziali, ha aperto il dialogo con queste parole:

- Se il Brasile è fi glio del Portogallo, San Paolo è fi glia dell’Italia. 15 milioni di discen-denti vivono qui nello Stato di San Paolo.

Sarà quindi per questo che alla domanda di un giornalista di quale fosse stato il momento più emozionante del viaggio, il ministro italiano ha risposto senza ombra di dubbio:

- È stato con la nostra comunità che risiede qua da tanti anni, con i fi gli e nipoti di coloro che sono giunti in Brasile agli inizi del secolo passato.

Il Brasile e i suoi ‘figli’ italiani

Attualmente esistono circa 310 mila cittadini brasiliani con passaporto italiano, 25 milioni di discendenti e 80 mila famiglie che sono in attesa di ottenere la cittadinanza italiana in Brasile.

- Si tratta di una comunità numerosa ed in-serita molto bene nella società brasiliana. Una comunità che è anche un punto di riferimento culturale ed economico. In qualche modo rap-presenta una possibilità ulteriore di penetrazio-ne per le nostre imprese - ha voluto sottolineare il ministro al governatore.

Durante la conferenza stampa, Fini ha detto di essere rimasto sorpreso quand1o il vice-go-vernatore Lembo gli ha chiesto informazioni su un tema di politica interna che sta tenendo ban-co in Italia: il partito unico della destra.

- Mi sono stupito della richiesta di illustra-re tale progetto, al quale, però noto che anche l’opposizione brasiliana, il Pdf, è interessato. Il ministro italiano ha poi continuato ribadendo la sua convinzione nell’andare avanti su que-sta strada:

- credo nel partito unico, anche se ci vuole tempo. Tale idea deve avere alla base dei valo-ri condivisi. Dobbiamo prima parlare di valori, poi delle strutture. Ma ritengo che sia un pro-

getto da portare a termine nell’interesse della vita politica italiana e del bipolarismo – ha di-chiarato Fini.

IL MINISTRO FINI INCONTRA GLI IMPRENDITORI ITALIANI

Durante il pranzo offerto dal GEI (Gruppo Espo-nenti Italiani, composto da dirigenti delle più grandi imprese italiane in Brasile come Telecom, Pirelli, Generali e Technimont), al Circolo San Paolo, il ministro ha fatto un rapido giro di oriz-zonte su ciò che rappresenta la comunità italia-na all’interno del paese sud-americano e soprat-tutto sulle possibilità economiche di espansione italiana per uscire dalla economia stagnante che ormai da qualche tempo colpisce il Belpaese.

- Disponiamo di una comunità, qui in Bra-sile, formata da esponenti politici, giornalisti, imprenditori, professori; non vi è una categoria in cui non ci sia un italiano o discendente. Cre-do che queste siano delle ottime ragioni per le quali, chi dall’Italia pensa di investire all’estero, prima di andare a cercare chissà quali prospetti-ve lontane, dovrebbe guardare con maggiore at-tenzione ad una terra come questa in cui ci sono tutte le condizioni per raccogliere i frutti di ciò che si investe - ha commentato il vice-premier.

Al pranzo di lavoro era presente anche Paolo Dal Pino, il presidente della Telecom-Brasile.

- Non posso fare che un ottimo bilancio di questa visita, perché il ministro ha detto cose estremamente importanti. Abbiamo bisogno di una presenza molto più assidua, qui in Brasile, delle istituzioni italiane. Vi sono paesi come la Spagna che hanno un contatto molto più forte nei rapporti politico-economici con il Brasile ri-spetto all’Italia. Questa visita signifi ca un cam-biamento in questo approccio - ha dichiarato l’imprenditore italiano.

Sulla stessa onda di frequenza si trova Edoardo Pollastri, presidente della Camera di Commercio di San Paolo.

- Lo scambio commerciale Italia/Brasile è buono e sta ancora aumentando. Ma è sicura-mente al di sotto di quelle che sono le possibili-tà che hanno i due paesi. Si potrebbe fare, quin-di, molto di più. L’Italia è una delle grandi po-tenze mondiali, il Brasile è il leader dell’America Latina: due nazioni che potrebbero sviluppare delle sinergie maggiori. Questa visita può essere l’inizio di un nuovo colloquio, di un nuovo dia-logo per aumentare gli standard di intercambio tra i due paesi - ha sostenuto Pollastri.

Ma non tutto ciò che luccica è oro. Il presi-dente dell’ICE (Istituto per il Commercio Estero), Riccardo Landi ha voluto, lanciare una critica in maniera molto diretta sulla mancanza del soste-gno fi nanziario alle aziende.

- Le aziende italiane vanno bene qui in Bra-sile. Ma potrebbero andare meglio. Questo per-ché sono sostenute dal sistema bancario italiano in maniera molto ridotta. Anche noi, dell’ICE, le stesse camere di commercio e tutte le attività promozionali che creano i contatti possibili tra le imprese italiane e brasiliane, al momento di strin-gere gli accordi, e gli accordi hanno sempre più una componente fi nanziaria, ci dobbiamo rivolge-re a banche non italiane - ha commentato Landi.

Il rapporto qualità/prezzo favorevole di un prodotto o tecnologia italiana viene spesso in-

fi ciato dallo sfavorevole costo fi nanziario della transazione, ovvero dalle condizioni di paga-mento. E’ chiaro che una piccola impresa ita-liana ha bisogno di un pagamento rapido. Natu-ralmente le banche servono proprio a consentire che il fornitore italiano ottenga il pagamento subito e il cliente brasiliano possa dilazionare. Questo anello da parte italiana, secondo il pre-sidente dell’ICE, non funziona bene .

ITALIANO POPOLO XENOFOBO?

– Questa comunità italiana di S.Paolo, non rap-presenta soltanto il gruppo più numeroso nella immensa comunità italiana in Brasile, ma anche la più ambita in Brasile. Qui a San Paolo, gli ita-liani hanno sempre avuto un punto di approdo in cui mettere radici, mettere su famiglia, un punto in cui cominciare a lavorare e garantire attraverso il loro sudore, le loro fatiche, un av-venire migliore.

Con questo discorso il ministro Fini ha aper-to il seminario al Circolo Italiano, strapieno di oriundi e italiani. Il ministro ha voluto imposta-re la propria oratoria su un argomento piuttosto sentito, sia in Italia che tra la comunità italiana in Brasile: l’emigrazione italiana e l’immigrazio-ne in Italia. Già durante il pranzo con gli im-prenditori aveva ricordato che l’Italia da paese che esportava lavoratori è diventato un paese che oggi ne importa. Era terra di emigranti ed ora è una terra che si deve confrontare con de-gli immigrati.

A ben guardare non esiste molta differenza tra gli immigrati che oggi arrivano in Italia da paesi sottosviluppati e gli italiani che sbarca-vano nei porti dell’America Latina con le valigie di cartone: entrambi in cerca di lavoro. Proprio per questo il Fini ha voluto sottolineare che gli italiani tutto possono essere, tranne che un po-polo xenofobo.

- È un popolo che ha conosciuto la necessità di emigrare per trovare lavoro, ora noi dobbiamo avere il massimo rispetto per chi viene a cerca-re lavoro in Italia; per l’immigrato che paga le tasse e rispetta le leggi. Noi dobbiamo puntare all’integrazione e all’assimilazione degli immi-grati onesti. Dobbiamo evitare di discriminarli solo perché parlano un’altra lingua. È necessario trarre esperienza dalla nostra immigrazione che si è integrata all’estero facendo propri i valori e le leggi dei paesi ospiti – ha ammonito il mini-stro italiano.

Un argomento sicuramente scottante, ma il ministro ne ha voluto parlare senza retorica e paura di provocare brutti scossoni anche all’in-terno della stessa maggioranza. La Lega lombar-da, di Umberto Bossi, pretende, infatti, il pugno duro per una legislazione più rigida nella pro-tezione delle coste italiane e delle istituzioni italiane dalla presenza di immigrati. Proprio su questo, la stampa italiana ha chiesto se queste sue frasi non ponessero un problema all’interno della coalizione di governo.

- Dico quello che considero giusto, moral-mente giusto. Se qualcuno non è d’accordo, ven-ga qui a spiegarlo, a queste persone che oggi sono imprenditori ma i cui padri vennero a so-stituire gli schiavi. Bisogna conoscere la storia per fare politica. Ci sono alcune forze politiche

che usano la xenofobia, la paura nei confronti dello straniero come mezzo per ottenere effi me-ro consenso. Ma non è la paura la soluzione dei problemi - ha affermato Fini.

LA CITTADINANZA ITALIANA

Il ministro, poi, nel difendere il diritto degli im-migrati di parlare la propria lingua e coltivare le proprie tradizioni, come da parte italiana di man-tenere le proprie, ha raccolto la proposta già lan-ciata del ministro Tremaglia. Un argomento di cui ne abbiamo già sentito discutere e sicuramente ne risentiremo parlare: l’acquisizione della citta-dinanza italiana jure sanguinis legata alla cono-scenza della lingua e della cultura italiana.

Il fatto di essere italiani nel mondo ed avere il passaporto italiano signifi ca in qualche modo

una condizione, non tale da essere privilegio, ma sicuramente una condizione che apre le por-te. L’Italia è un paese completamnete integrato nell’Unione Europea, è diventato un paese che pesa, incide ed è presente nel G8 con i grandi della terra.

Il vice-premier ha sostenuto che essere ita-liani non signifi ca essere di uno dei tanti paesi nel mondo e che prima di riconoscere la citta-dinanza italiana è necessario avere la certezza che si tratti di una cittadinanza non soltanto rivendicata in ragioni di antiche e certamente nobilissime radici, ma che sia una cittadinanza in qualche modo vissuta, attiva e partecipe della vita della nazione.

Il parlamento dovrà confrontarsi con questo problema visto che il numero di coloro che chie-dono di acquisire la cittadinanza sta diventando estremamente rilevante.

- Sappiamo perfettamente che in alcuni casi si tratta di uomini e donne che non parlano più nemmeno la nostra lingua. Si può riconoscere la cittadinanza a chi non parla la lingua italiana? Si può pensare che l’Italia debba essere genero-sa nella concessione della cittadinanza come se il numero fosse ancora potenza? – ha domanda-to Fini.

Sulla scia del diritto al voto per gli italiani all’estero, il ministro italiano aveva presentato qualche tempo fa una proposta di voto agli im-migrati in Italia. Su questo argomento ha co-munque aggiunto che non ritene ci siano le con-dizioni per approvare in questa legislatura la sua proposta di legge per la concessione del diritto al voto amministrativo agli immigrati regolari.

LE ELEZIONI POLITICHE 2006

Nel concludere il proprio discorso al Circolo Ita-liano, il vice-premier ha voluto fare accenno al prossimo appuntamento politico che porterà alle urne gli italiani residenti all’estero. Con parole forti e signifi cative, ha fatto capire che non è più il periodo dell’immigrazione diffi cile

“Disponiamo di una comunità, qui in Brasile, formata

da esponenti politici, giornalistici,

imprenditori, professori; non vi è una categoria in cui non ci sia

un italiano o discendente”

MINISTRO FINI

Giordano Iapalucci

“Si può riconoscere la cittadinanza

a chi non parla la lingua italiana?”

GIANFRANCO FINI

Fini visita il centro nutrizionale Cren a Mirandópolis (SP)

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Giordano Iapalucci

Subito dopo il seminario sulle sfi de dell’Unione Europea, alla Fun-dação Getulio Vargas di San Paolo, il ministro degli affari esteri, Gianfranco Fini, con dichiarazioni quasi premonitrici di quello che di li a meno di 24 ore avrebbe visto coinvolta la capitale inglese

negli attentati terroristici rivendicati dalle frange estremiste islamiche, ha parlato sia del coinvolgimento bellico italiano nel medio oriente che di integrazione commerciale tra i due blocchi continentali quali Mercosul e Unione Europea.

CI - Quale è il senso della sua visita in Brasile?Gianfranco Fini – Il Brasile è un paese strategicamente importante per l’Italia. Ci sono enormi possibilità di mogliorare i nostri rapporti economi-co-commerciali. Esiste una comunità italiana di circa 30 milioni di unità. Quindi sarebbe veramente sbagliato non guardare al Brasile con interesse, sopratutto perchè il Brasile in Sud-America è un paese che ha un sistema democratico strutturato, irreversibile e molto ben strutturato.CI - Si è parlato di un possibile ritiro di 3000 soldati italiani dall’Iraq. Quali ha da dirci a riguardo?Fini - I soldati italiani andranno via quando saranno gli iracheni a chieder-celo, perché vi sono ancora tante diffi coltà in Iraq. Si è comunque avviato un processo politico che può portare alla nascita di un sistema democra-tico e ad un governo eletto direttamente dal popolo iracheno in tempi relativamente brevi.CI - Il segretario alla difesa degli Stati Uniti Donald Rumsfeld ha rila-sciato delle dichiarazioni secondo le quali la guerra in medio-oriente potrebbero durare anche 12 anni. L’Italia l’accompagnerà per tutto questo tempo?

Fini – Che l’azione militare in Iraq non sia breve non lo metto in dubbio, ma non credo che ci vorranno dodici anni. Quando sono stato a Bagdad, nel mese di giugno, ho parlato con il primo mi-nistro Ibrahim al-Jafari. Mi ha detto che loro pensano di rispettare il limite di tempo deciso dalla risoluzione ONU nr. 1546 relativa allo svolgi-mento delle elezioni politi-che generali entro l’anno e la redazione della costituzione entro settembre prossimo. Ci

può essere qualche mese di differenza, ma certamente non dodici anni.CI - Qual’è la situazione attuale in Iraq e secondo lei è cambiato qual-cosa dall’inizio del confl itto ad oggi?Fini - In Iraq esistono ancora sacche di violenza e di terrorismo consisten-ti. Però, attenzione a non fare l’errore di pensare che non sia cambiato nulla e che tutto l’Iraq sia come era qualche tempo fa. L’Iraq è un paese grande e oggi il terrorismo è in grado di colpire in alcune zone molto ri-strette dell’Iraq. A Nassyria, per esempio, la sicurezza è garantita al 95%. La stessa cosa vi è al nord, dove c’è la minoranza curda. Il terrorismo, at-tualmente colpisce a Bagdad e nel triangolo sunnita. Il terrorismo cerca di delegittimare il governo iracheno. Oggi colpisce sempre meno gli ameri-cani, anche perchè si sono barricati, e colpisce sempre di più gli iracheni che si aruolano nella polizia e nell’esercito. Cerca, inoltre di colpire quei paesi mussulmani che collaborano con Al Jafari. Non a caso hanno rapito

l’ambasciatore egiziano. La struttura del terrorismo è dimostrare che il go-verno iracheno non rappresenta gli iracheni.CI - Quanti soladati italiani sono i Iraq e quanti hanno perso la vita?Fini – In Iraq sono presenti circa 3000 soldati italiani, e fi no ad oggi (6 luglio n.d.r.)hanno perso la vita 25 uomini.CI - Quali sono, secondo lei le differenze tra l’11 di settembre ed i fatti dell’11 di marzo 2003 in Spagna?Fini – Innanzi tutto non credo si possa fare una scala di gravità tra questi due fatti. Sicuramete, posso dire che l’11 di marzo è stato la conseguenza dell’11 di settembre.CI - Si è parlato spesso della presenza inglese all’interno della Unione Europea come un occhio indiscreto e quasi spia a favore dell’altra par-te dell’Atlantico, ovvero degli USA. Cosa ne pensa a riguardo?Fini - Blair ha detto, parlando al parlamento europeo assumendo la presi-denza di turno, alcune settimane fa: “Sono un europeista convinto”. Il fat-to ceh la Gran Bretagna non abbia accettato l’euro non è un motivo per di-re che non faccia una politica europeista. Bisogna pensare ceh di 25 paesi dell’Unione solo 10 hanno la moneta única europea. Chi è contro l’Europa in Inghilterra, non è Blair o i laburisti, ma i conservatori.CI - L’Unione Europea e il Mercosul stanno negoziando un accordo eco-nomico-commerciale ormai da qualche tempo. Con questa crisi all’in-terno della UE, ritiene sarà più diffi cile arrivare a questo accordo?Fini - Si, con onestà dico che l’UE soffre, è un momento di diffi coltà e quindi anche l’accordo con il Mercosul, che già è un accordo complicato non credo si possa fi rmare in tempi brevi. Questo non vuol dire ceh non si farà mai, ma i tempi programmatici, oggi, sono davvero diffi cili da de-fi nire. Sopratutto perchè l’accordo è molto ampio e ambizioso da parte sud-americana. Se dipendesse da me, abbasserei il livello dell’ambizione, quindi farei un accordo più limitato e cosi si potrebbe ridurre i tempi di accordo. Anziché di pensare a raggiungere il massimo dopo-domani, par-tiamo dal minimo adesso, poi pian piano cresciamo.CI - Ritiene che il fallimento della costituzione europea abbia qualche le-game con la sua laicità molto marcata? Crede cioè che fosse troppo laica?Fini - La costituzione deve essere laica, ma poiché la costituzione europea si era posta l’obiettivo di dare una identità,un’anima all’Europa, il mancato riferimento a queste radici religiose, secondo me, è stato un errore.

Italia in Iraq. Cominciano ad uscire le truppe

“La struttura del terrorismo è dimostrare che il governo iracheno non rappresenta

gli iracheni.”

e dell’emarginazione, ma che si tratta di un pe-riodo certamente di protagonismo. Il grande ri-sultato, che il parlamento ha raggiunto con una larga maggioranza, nel riconoscere non solo pie-na legittimità agli italiani all’estero, ma anche il sacrosanto diritto-dovere di essere rappresenta-ti, porta alla grande conquista di avere 12 depu-tati e 6 senatori al Parlamento italiano.

– Non credo di dovervi dare consigli, ma vo-glio farvi un auspicio, quale che sia la scelta che farete: questa è l’occasione storica da non per-dere, il voto è una conquista che a volte com-porta sacrifi ci, il voto non è una banalità nella vita democratica, il voto va onorato soprattutto con la partecipazione – ha commentato il capo della Farnesina.

LA CRISI ECONOMICA E COSTITUZIONALE EUROPEA

Il ministro italiano ha concluso la sua “due gior-ni” brasiliana con un seminario, presso la Scuo-la di Amministrazione d’Impresa della Fundação Getulio Vargas, sia sul processo di integrazio-ne europea, come anche della integrazione tra i due modelli politici ed economico-sociali: UE e Mercosul.

Il ministro ha parlato del momento di crisi politica, con il rifi uto della costituzione europea da parte di Francia e Olanda, ed economica della Unione Europea. Su quest’ultimo aspetto, Gian-franco Fini ha voluto ribadire che il voto fran-cese e olandese è stato sopratutto di protesta, di reazione. Non tanto per bocciare il trattato europeo, ma per esprimere una profonda insod-disfazione nei confronti della condizione econo-mica, della ingiustizia sociale.

– Secondo me – ha sostenuto Fini – nei cittadini francesi e olandesi, come in altri di altri paesi, cresce il timore per le immigrazioni di dimensioni bibliche, il timore della lesione di una identità. Credo che la risposta a que-sto sentimento di diffi endaza e di paura non è meno Europa, ma esattamente il contrario, più Europa.

Dove, quindi, l’UE deve agire affi nché il cittadino europeo ritrovi fi ducia in questo progetto di unione? Il ministro degli esteri ha posto su un piano prioritario la necessità del cittadino europeo nell’intendere che la Comu-nità Europea ha un’anima, una prospettiva po-

litica e che l’Europa non è una serie di regole o di politiche.

– I nostri valori sono quelli dell’occidente, che portano l’Europa a guardare come interlo-cutore primario, non solo il nord del mondo, ma anche al sud. Ma quando parlo di occidente non intendo un modello di vita, di società, di democrazia da prendere e da calare sulla realtà mondiale; intendo una serie di valori legati alle rispettive tradizioni – ha sottolineato Fini.

Secondo il ministro italiano, che ha ripreso le parole di uno dei grandi personaggi del pro-cesso di unifi cazione europea, Robert Schuman, vi è una unica risposta affi chè i popoli europei, che fi no a 60 anni fa si facevano la guerra, si possono saldare e sentire fi gli di una stessa co-munità:

- se vogliamo avere un’idea dell’Europa che non sia soltanto economico-commerciale, dob-biamo pensare all’immagine delle cattedrali eu-ropee. È quella tradizione di identità cristiana che fa si che in Portogallo, come nei Paesi balti-ci, il cittadino si senta di appartenere alla mede-sima comunità di valori - ha ribadito Fini.

TURCHIA IN EUROPA?

Il ministro italiano, rispondendo alla domanda sull allargamento della Unione Europea nei con-fronti della Turchia ha risposto in maniera favo-revole, appoggiando la candidatura del paese.

- L’iniziativa è partita proprio da lei. Si tratta di un paese che è un pilastro della NATO (Allean-za Militare Occidentale) e sta facendo dei passi avanti notevoli nell’ambito politico per avvici-narsi ai parametri europei. È stato approvata la fi ne della pena di morte e sono state adottate delle leggi che garantiscono il rispetto delle mi-noranze. Ho paura che una risposta negativa, da parte della UE alla sua entrata possa creare un effetto boomerang nella politica internaziona-le. Lasciare fuori la Turchia vuol dire rompere il ponte tra il mondo cristiano e quello musulmano – ha dichiarato Fini.

MERCOSUL E EUROPA

Durante il seminario il ministro Fini ha parlato del rapporto tra le due organizzazioni continen-tali sotto l’aspetto politico della democrazia.

Nonostante il Brasile abbia, come ha sostenuto Fini, una democrazia strutturata, quando in Eu-ropa si parla di Sud-America si pone sempre il problema della stabilità dei valori democratici.

Secondo il ministro, la democrazia non può essere esportata, ma deve “nascere dal basso”, deve essere sentita come propria dalle popola-zioni. Ritiene però, che per radicare sempre di più in Sud-America i valori occidentali di de-mocrazia, serve proprio la presenza europea Per Fini, l’Europa è rispettosa in questo, in quanto ricca nelle sue diversità, dove la democrazia non è un modello, ma dei valori.

- Il processo di integrazione del Sud-America è molto più recente e non ha alle spalle tutte le divisioni, le tragedie che hanno vissuto i paesi europei. Credo, quindi sarebbe sbagliato imma-ginare un processo di integrazione sud-ameri-cana analogo a quello europeo. Il Mercosul è una unione che vede al centro il punto di vista economico, commerciale, più che quello politico – ha commentato il vice-premier.

La crisi europea è dunque una crisi di valo-ri. In questo senso è necessario ripercorrere il cammino della identità religiosa della tradizio-ne ebraica e cristiana che è stata, forse, troppo frettolosamente allonata. Anche in questo esi-ste un ponte culturale tra Europa e Sud-America perchè il principio di appartenenza ad una iden-tità religiosa è uno degli elementi che caratte-rizza le due sponde dell’Atlantico.

Per quanto riguarda l’accordo economico commerciale tra Mercosul (nello specifi co Brasi-le, Argentina, Paraguay e Uruguay) e UE, fermo dall’ottobre 2004, i leader dei due blocchi si ri-troveranno a Bruxelles in settembre per tornare a discutere sulla convenzione. Ma Fini non ha espresso ottimismo in tal senso.

- Non credo che questo accordo possa essere fatto in tempi stretti. L’accordo, da parte sud-americana è molto ambizioso e ampio.

Anche il presidente della FGV, Carlos Ivan Si-monsen Leal, ha le idee molto chiare e non po-chi dubbi sul proseguimento in tempi stretti su tale trattativa:

- Penso che non ci possa essere in un futuro prossimo, forse medio. Almeno fi no a quando i paesi europei non risolvono la questione della politica agricola – ha commentato Simonsen.

L’accordo sulla liberalizzazione graduale del commercio tra i due blocchi si trascina ormai da cinque anni. Da parte europea vi è una pro-posta di liberalizzare circa il 96% dei prodotti commerciali. Nel 4% , però, rimarrebero, però, fuori prodotti come zucchero e carne, due dei prodotti più competititvi dei paesi appartenenti al Mercosul.

Nonostante queste divergenze commerciali, l’invito di una importante istituzione brasiliana, come la FGV, a dibattere su questioni di integra-zione europea, lascia intuire come l’Europa, no-nostante tutti i suoi problemi e battute di arre-sto, rimanga ancora un modello a cui vari paesi continuano a guardare con interesse.

Il presidente della Fondazione, a tale riguar-do, ha dichiarato che la visita del ministro ita-liano è stata motivo di grande orgoglio e feli-cità, anche perchè ha reso possibile il contatto con qualcuno che ha un potere reale all’interno dell’Unione Europea.

Intervista

Il ministro discute di integrazione europea alla Fundação Getúlio Vargas

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Nayra Garofle

Quem resiste a este prato da gastronomia italiana que conquistou o mundo? O que muitos comensais não sabem é a história desta iguaria que pode ser encontrada em qualquer canto do planeta, nos mais variados sabores e tamanhos

A redonda italiana surgiu em Nápoles, em 1650, mas foi somente em 1889 que ela se popularizou. Inúmeras histórias contam o surgi-mento da pizza, mas a mais conhecida é a de que um comerciante napolitano aperfeiçoou a massa de pão, recheando com torresmos,

azeitona e queijo e, assim, vendia este alimento abastecendo as mesas das famílias pobres de Nápoles.

O comerciante se tornou famoso, sua receita conquistou toda a Itália deixando o rei Umberto I e a Rainha Margherita curiosos sobre a iguaria de que tanto ouviam falar. Assim, o pizzaiolo e sua mulher foram apre-sentados ao casal real para que preparassem a especialidade. De todas as pizzas preparadas a que mais agradou a rainha foi uma em que seus in-gredientes irradiavam as cores nacionais da Itália – verde, branco e ver-melho, representados pela mussarela, pelo tomate e pelo manjericão. Em homenagem à Rainha a pizza foi batizada de Pizza Alla Margherita.

Há todo um modo especial de preparo, uma vez que a massa da pizza não deve nunca ser esticada com a ajuda de um instrumento, mas com as mãos. A mesma massa é dividida em porções redondas que descansam por horas para que cresçam. Depois do recheio, o azeite de oliva extra-virgem é o último e principal toque para ressaltar o sabor da margherita. O forno, à lenha, já deve estar aquecido a 480ºC.

A autêntica pizza napolitana possui um só tamanho, não mais que 35cm de diâmetro e até a altura é controlada, 2,5cm.

A escritora italiana naturalizada brasileira, Rosalba Facchinetti, de 55 anos, há 50 morando no Brasil, acredita em outra versão sobre a história da pizza. Para ela, a redonda italiana estabelece sua origem no Cilento, região da Campania. As mulheres da Idade Média preparavam o pão em conjunto em torno do forno construído no centro da vila.

- A pizza surgiu do teste com a temperatura do forno e para alimentar os fi lhos. Esticavam-se pedaços de massa de pão, com as mãos, sobre a pá do forno e jogava-se sobre ela tomate previamente picado, misturado ao alho também picado, o orégano fresco e cobria-se com pedaços de muzzarela ou pedaços fi ninhos bem espalhados de alice.

OS DIVERSOS SABORES QUE EXISTEM NO BRASIL

Se na Itália existem as melhores pizzas, no Brasil também é possível experi-mentar seu sabor autêntico. Só no Rio de Janeiro há cerca de 80 restauran-tes de gastronomia italiana, segundo o Sindicato de Bares e Restaurantes. Em São Paulo, no Brás, um dos bairros mais italianos da cidade, a primeira

DE ONDE VEM A EXPRESSÃO “TUDO ACABA EM PIZZA?”

Em seu livro, que tem lançamento previsto para setembro pela Editora Angellara, “Antes que tudo acabe (só) em pizza. Um olhar brasileiro nas histórias e nas receitas do sul da Itália”,

Rosalba Facchinetti explica a expressão que popularizou-se por todo o Brasil:“As mulheres da Idade Média faziam a massa do pão e colocavam-na para descansar en-

quanto o forno ia sendo preparado. Esse era o momento das conversas acontecerem. A con-versa inicialmente versava sobre alguém que estava ausente e tudo ia bem. De repente res-valava em alguém presente, que retrucava. Logo, todos falavam ao mesmo tempo e gritavam. Até aí tudo bem, faz parte do convívio. Mas quando a discussão era entre mulheres entrava em questão a sua competência feminina – nunca sobre a honestidade, isso dá morte. Então, todos os defeitos de dona de casa eram expostos: a roupa de cama mal lavada, as panelas maltratadas... a coisa esquentava quando a frase letal era lançada na discussão: ‘Tu num tiene manco na petula re sutana soto´a vesta’ [Você não tem nem uma fralda combinando embaixo do vestido]. E tudo virava uma confusão com as mulheres levantando as saias pa-ra mostrar que a combinação existia e que era de boa qualidade. Aí aparecia a platéia, em geral, garotos adolescentes que rodeavam as mulheres esperando por aquele momento para aplaudir, gritar e incitar mais ainda.

Mas, então, aquele cheiro maravilhoso expandia-se pelo ar e todos paravam. A pizza estava pronta. E todos corriam para comer e, por incrível que pareça, em perfeita harmonia. E era assim que tudo acaba maravilhosamente em pizza”.

VOCÊ PREFERE PIZZA ITALIANA OU BRASILEIRA?

A pizza brasileira agrada bastante, mas a italiana, por incrível, que pareça,

ainda é a preferência nacional. É o que aponta pesquisa realizada entre os leitores desta revista.

- Gosto muito de pizza e já experimentei a boa e verdadeira pizza italiana. Por incrível que pareça, a melhor pizza que já experi-mentei foi em um bar simples, na estação de trem Santa Lucia, em Veneza. Achei sim-ples e de qualidade superior.

Leocir Dal Pai, ítalo-brasileiro, 42 anos, Major do Exército e professor universitário

(Niterói-RJ)

- Experimentei este prato na Itália. Since-ramente, prefi ro a pizza brasileira. As doces eu ainda não experimentei, mas acredito que as salgadas são melhores.

Luiz Callegaro, ítalo-brasileiro, 58 anos, aposentado (São Paulo-SP)

- Gosto muito da pizza italiana, principal-mente a de Nápoles. Eu acho que os bra-sileiros descaracterizaram a pizza italiana. Mas não deixo de saborear as pizzas doces.

Lizete Maria Campagnaro Toscani, ítalo-brasileira, Diretora do Centro Estadual

de Capacitação em Artes Guido Viaro (Curitiba-PR)

pizza foi assada no início do século 20. Desde então, o prato é uma das especialidades da terra da garoa e sair para comer uma pizza é um dos programas preferidos dos paulistanos.

Dos sabores italianos mais conhecidos, entre os quais a margherita, a napolitana, quatro es-tações, calabresa e marinara, surgiu a idéia dos brasileiros de inventarem outros tipos. Hoje, por aqui, há pizza de carne seca, de camarão e até mesmo pizza doce, que para muitos deveria ser chamada de sobremesa.

- No Brasil há mais variedades e ótimas pizzas, mas eu prefi ro as tradicionais. Portanto fi co com as italianas. Quanto às pizzas doces, bem, acho que são outra coisa. Apesar de bo-as, não as considero pizzas – disse a professora universitária Maria Gloria Mazzi, italiana de 50 anos, há 47 no Brasil.

Para o chef italiano Bruno Marasco, de 37 anos, a pizza doce é bem-vinda, mas também não a considera pizza.

- Como todas as coisas, a gastronomia tam-bém evolui. Acho os sabores doces ótimos, mas para mim são como sobremesa – concluiu o chef.

Gostos e histórias à parte, todos sabemos que é complicado resistir à essa especialidade que sai quentinha do forno. O queijo derretido no molho borbulhando com um aroma agradável, aguçando ainda mais o paladar. A verdade é que esta foi uma invenção que deu certo.

Vai terminar em pizza?!Gastronomia

Pizza Margherita

Ingredientes para a massa1 kg de farinha de trigo10 gr fermento biológico1⁄2 xícara de chá de leite 1 colher de sopa de sal1 colher de sopa de azeite1 colher de café de açúcar1⁄2 litro de água

Modo de preparo da massaMisturar todos os ingredientes e amassar com as mãos por 15 minutos até resultar numa massa lisa e homogênea. Fazer uma bola, cobrir com um pano úmido e deixar descansar por seis horas.Amassar de novo e dividir em seis bolas, descansar por mais seis horas e esticar a massa na espessura desejada.Rechear com os ingredientes desejados, temperar a gosto e assar no forno médio por 15 minutos.

Ingredientes para o molho1Kg de tomate pelati (sem pele)1Kg Mussarela 4 dentes de alho2 Molhos de manjericão

Modo de preparo do molho- Espremer o tomate pelati, peneirar e temperar com sal a gosto

Tempo de cozimento e temperatura do forno- De três a quatro minutos com temperatura em torno de 400° a 500° graus.

O italiano Luigi Solimena chegou ao Bra-sil com 21 anos de idade como trapezis-

ta do circo Orlando Orfei. Quando saiu do pica-deiro foi trabalhar num parque de diversão do Rio chamado Tivoli Park, bastante conhecido na época. O parque acabou, mas “Seu Gino”, co-mo é mais conhecido, não quis voltar pa-ra a Itália, e depois de trabalhar em vários restaurantes resolveu abrir o Spaccanapoli há quatro anos. Lá é possível experimentar a pizza margherita com o verdadeiro sabor napolitano.

O restaurante tem uma decoração original. Inúmeras fotos de Nápoles em diversas épo-cas decoram a parede dividindo espaço com o prêmio conquistado na visita do Ministro de Italianos para o mundo, Mirko Tremaglia, em maio deste ano. Seu Gino conquistou o “Estre-la de Prata”, pela divulgação da cultura italia-na mundo a fora.

O cardápio do restaurante possui varieda-des de peixes e carnes, além das massas e dos antepastos.

- Todas as nossas receitas são napolitanas. É um restaurante regional – disse o proprietá-rio cheio de orgulho.

O nome Spaccanapoli é uma homenagem à rua mais antiga de Nápoles, que divide a cida-de em duas partes. O restaurante tem 27 funcio-nários e 75 lugares. Segundo Seu Gino, a pizza mais pedida da casa é a margherita, preparada por um pizzaiolo, que foi treinado durante um ano por um outro oriundo que veio da Itália.

Para saborear a pizza da rainha, você po-de ir ao restaurante ou seguir a receita. Vale ressaltar que o Seu Gino recomenda um bom chope gelado. Buon appetito!!!

A pizza da rainha feita em Copacabana

O RESTAURANTE FUNCIONA DE SEG. A DOM., EM HORÁRIOS ALTERNADOS. MAIS INFORMAÇÕES ATRAVÉS DO TEL.:21. 2513-2434

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