ALBI!(|ÍEHQIIE...Razão e se nobilita a cons ciência. Comprehende-se, por tanto, que todos os...

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II ANNO DOMINGO, 26 DE JANEIRO DE 1903 N : 28 SEMANA RIO NOTICIOSO, LITTERARÈO E AGRÍCOLA AssigsEííáaEra q Anno. iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. H Na cobrança pelo correio, accresce o premio «.ovale. Ã Avulso, no dia da publicação, 20 réis. >< EDITOR— José Augitslo Saloio AfiOEIÍPOfillPOIA !? LARGO DA MISERICÓRDIA— iG a ^ ALDKÍiALl.lXi \ H lBts5r.II«ações t Annuncios— i.” publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, A 20 réis. Annuncios na 4.^ pagina, contracto espacial. Os auto- ~ graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIKTARIO- - José Augusto Saloio expediente «*o«a g r a t i dão (jnacs((iier itoUcias «jtie sejam «le iníorcssc ]inl>lieo. ALBI!(|ÍEHQIIE Lá ticou déscançado, na paz da sepultura, o homem que tanto honrou o seu paiz, que tão alto levantou, pelo seu prestigioso valor, o nome portuguez. O grande espirito evolou-se para as regiões mysterio- sas de onde nunca mais se volta, mas a sua memória ficará sempre, como um symbolo sagrado de brio e de valentia, no coração e no espirito de todos nós, que temos ainda, nestes tem pos de egoísmo e de des crença, uns restos do anti go amor pátrio e de con fiança no futuro. Foi uma bella consagra- ção de honra, um grandio so tributo de pezar, o fu neral de Mousinho. Todas as camadas sociaes se re presentaram naquella ma nifestação luetuosa em que a alma portugueza chorava um dos mais nobres dos seus filhos. Enalteceram- lhe a memória eloquentes oradores, em phrases re passadas de sentimento e de magua; no parlamento consagraram-se sessões em homenagem ao alto espiri to que se despedia deste mundo de um modo tão triste, procurando a morte que sempre parecia fugir delle no campo da bata lha; e se essa bella alma, boa e crente, que teve, co mo todos os grandes lu- ctadores, o seu momento de desespero, podesse ain da ouvir o echo das mani festações feitas á sua me mória, ficaria de certo sa tisfeito por vêr que o paiz que tanto honrou soube agradecer-lhe em homena gens posthumas os altos serviços prestados como homem e como guerreiro. A bandeira portugueza, coberta de crepes, lá se guiu até á ultima morada o heroico militar; os seus irmãos de armas acompa nharam-no, lacrimosos, até elle descer á sepultura, e o paiz deve guardar no Pan- theon dos seus homens mais illustres os restos d’es- se que até aos últimos mo mentos soube ser um va lente e denodado batalha- dor. Paz á sua alma e respei tos eternos á sua memó ria. JOAQUIM DOS ANJOS. UBERDADE De todos os bens huma nos nenhum é tão impor tante como a Liberdade. Por ella logra o homem erguer-se ás mais brilhan tes alíirmações da dignida de, por ella se expande a Razão e se nobilita a cons ciência. Comprehende-se, por tanto, que todos os seres animados a desejem, a de fendam, e por ella arris quem a própria existen cia. Sem Liberdade o ser hu mano perde o melhor das suas prerogativas, e equi para-se ao bruto. Quem não é livre não tem indivi dualidade própria, e vive á mercê da vontade alheia. E por isso o maior dos cri mes do homem contra o homem é prival-o desse thesouro que Deus lhe con cedeu quando lhe consi gnou o livre arbítrio. Toda a reluctancia das sociedades tem tido por mobil alforriarem-se da es cravidão sob qualquer fór mula que pretendam man- tel-a. O amor da Liberdade quebrou os grilhões do es cravo, e libertou o servo da gleba. O amor da Li berdade derrubou o velho direito absolutista, e per manece em vigilante ob servação junto de cada po vo para lhe recordar os santos princípios dos seus direitos e ensinar-lhe o evangelho liberal que faz de cada cidadão um sol .la do nas horas em que peri gue a integridade da terra da Patria. Todo aquelle que sou ber comprehender OSbené- íicios desse evangelho de civilisação e paz estará de posse das virtudes cívicas próprias a honrar uma na ção e a fazel-a respeitada do mundo culto. O verdadeiro liberal co meça por se alfastar de to da a intolerancia, de todo o auctoritarismo, e empre ga na doutrinação dos seus princípios a maior cordura, tendente não a impor, po rém a convencer com ar gumentos claros e persua sivos. E' o que deve ser, mas não é como se pratica usualmente. .. Por desgraça das boas causas aquelies que as pre dicam nem sempre são su periores a movimentos des temperados que altamente as prejudicam. Nas pugnas da palavra escripta ou fal- lada raro se manteem nos limites de uma serenidade capaz de argumentar sem assomos de vaidade nem de ares dogmáticos, sem pre ridículos mesmo nos grandes mestres, e sobre tudo irritantes e aggressi- vos. As mais das vezes os de fensores da Liberdade ce gam-se e entram, ás cabe- cadas, nos domínios do in- sulco, com uma intoleran cia deplorável, querendo levar a offensa á altura de argumento supremo, e des- te modo perdem a aucto ridade moral, e comprò- mettem a causa longe de a levantarem acima das incongruências antagóni cas. Ha dois modos de com bater qualquer idéa, ou fórmula, ou instituição — a theorica e a pratica. Ora tratando-se da primeira, para que serve ameaçar com factos, cuja realisação é totalmente impossível ? No campo das íheorias de ve haver todo o cuidado em não ultrapassar os li mites do exequível e do bom senso. Temos assisti do a combates de chum bos typographicos que nos fariam sorrir, se nos não inspirassem fundo desgos- o das cousas sociaes... A cada passo uma inju ria sem argumentação con vincente .. a proposito da falta de um indivíduo, o deseredito arrojado á face de quantos indivíduos com elle camaradeiam na opi nião politica ou religiosa. Ha liberalões de primo cartdlo que nem hypothe- licamente admittem a rni- nima probidade nos seus contrários... Nem probidade, nem in telligencia, nem sciencia, nem cousa alguma capaz de grangear o respeito alheio... O ra similhante processo de combate é tudo quanto de mais deplorável se pode imaginar. Não menos estulto é o systema de ameaças urbi et orbi quando a verdade é que os mesmos que as fa zem estão sobejamente conscientes da inanidade das arremettidas do ge ne ro... Resulta de tanta falta de critério a decadencia da opinião publica, e a desmo- ralisação da imprensa. Nem isto é Liberdade, mas inju ria á Liberdade. Como se entende que em nome dessa faculdade de pensar, expòr, associar se pretenda privar quem quer que seja de o fazer ? Que liberalismo vem a ser esse que náo reconhece a outrem direitos que pro clama— direitos das gen tes,— e cuja posse não lhe disputem em caso algum?... Acaso não será esse libera lismo photographia anima da da mais despótica into lerancia? ... A Liberdade é tal mente cousa grada que.— disse-o Edgard Quinot — a própria Liberdade imposta é um crime. — Tem de vencer pela persuação, pelo con vencimento, e por isso mes mo lhe anda adstricta a mais completa moral e ge nerosidade de conceitos. E’ bom que se entenda que ella é formada de de veres e direitos em eguaes proporções, e portanto on de cada um tem os seus direitos tem outro os seus deveres, e vice-versa. Se assim fosse de todas as pessoas entendida a Liber dade, quanto, lucrariam as sociedades, quanto se des envolveriam as civilisações e se honraria o progres so l ... Mas não! Vulgarmente os homens deixam-se levar do feroz egoismo que lá lhes deixou nos imos da consciência a primitiva sel- vageria, e estragam as cea ras do Pensamento culti vadas com o suor da seu rosto, e o sangue de nume rosas gerações de antepas sados. Vem dahi o peren- ne desaccordo das theorias com a execução das mes mas theorias. E que de vezes o nome bemdito da Liberdade tem servido de pretexto para os mais escandalosos desa catos! Seja exemplo a burla da soberania do povo, o qual povo coitado começa por não saber ler, nem pensar, porque o liberalis mo de seus donos ha por bem conserval-o amarrado ao poste da ignominia in- tellectual. O espirito da Liberdade não pode padecer de ne- vroses tyrannicas e conse- quentemente não procede pela força nem com o ra mo rismo do amor proprio intransigente em demasias de fanatismo. Para muita gente Liber dade e licença são synoni- mos, e nessa conformida de desvirtuam o que devêra ser sagrado. O abuso sobe de ponto tal que por vezes ficamos na duvida sem sa ber se á liberdade de hoje seria preferível o despotis mo de hontem. A verdade é que o ca racter nacional náo soube comprehender a obra de i 83q, nem se nutriu coma seiva democratica de 1820.. Desvairou-se nos labyrin- thos da desmoralisação, e chegou ao misérrimo esta do em que o vemos. Sem educação, sem bases, mo- raes de bom senso, perver teu-se e arrastou na queda todo 0 ediíicio do futuro. O resultado não podia ser mais desgraçado; indi vidualmente cada qual vê. a Liberdade . pelo prisma das suas conveniencias,. e.

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I I A N N O DOMINGO, 26 DE JANEIRO DE 1903 N : 28

SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R È O E A G R ÍC O L A

AssigsEííáaEra qAnno. iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. HNa cobrança pelo correio, accresce o premio «.o vale. ÃAvulso, no dia da publicação, 20 réis. ><

EDITOR— José Augitslo Saloio

AfiOEIÍPOfillPOIA !?

LARGO DA M ISERICÓRDIA— iG a ^A L D K Í i A L l . l X i \ H

l Bts5r.II«ações tAnnuncios— i.” publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

A 20 réis. Annuncios na 4. pagina, contracto espacial. Os auto- ~ graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.

P R O P R IK T A R IO - - José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

«*o«a g r a t i­dão (jnacs((iier itoU cias «jtie sejam «le in ío r c ssc ]inl>lieo.

ALBI!(|ÍEHQIIELá ticou déscançado, na

paz da sepultura, o homem que tanto honrou o seu paiz, que tão alto levantou, pelo seu prestigioso valor, o nome portuguez. O grande espirito evolou-se para as regiões mysterio- sas de onde nunca mais se volta, mas a sua memória ficará sempre, como um symbolo sagrado de brio e de valentia, no coração e no espirito de todos nós, que temos ainda, nestes tem­pos de egoísmo e de des­crença, uns restos do anti­go amor pátrio e de con­fiança no futuro.

Foi uma bella consagra- ção de honra, um grandio­so tributo de pezar, o fu­neral de Mousinho. Todas as camadas sociaes se re­presentaram naquella ma­nifestação luetuosa em que a alma portugueza chorava um dos mais nobres dos seus filhos. Enalteceram- lhe a memória eloquentes oradores, em phrases re­passadas de sentimento e de magua; no parlamento consagraram-se sessões em homenagem ao alto espiri­to que se despedia deste mundo de um modo tão triste, procurando a morte que sempre parecia fugir delle no campo da bata­lha; e se essa bella alma, boa e crente, que teve, co­mo todos os grandes lu- ctadores, o seu momento de desespero, podesse ain­da ouvir o echo das mani­festações feitas á sua me­mória, ficaria de certo sa­tisfeito por vêr que o paiz que tanto honrou soube agradecer-lhe em homena­gens posthumas os altos serviços prestados como homem e como guerreiro.

A bandeira portugueza, coberta de crepes, lá se­guiu até á ultima morada

o heroico militar; os seus irmãos de armas acompa­nharam-no, lacrimosos, até elle descer á sepultura, e o paiz deve guardar no Pan- theon dos seus homens mais illustres os restos d’es- se que até aos últimos mo­mentos soube ser um va­lente e denodado batalha- dor.

Paz á sua alma e respei­tos eternos á sua memó­ria.

JOAQUIM DOS ANJOS.

UBERDADE

De todos os bens huma­nos nenhum é tão impor­tante como a Liberdade.

Por ella logra o homem erguer-se ás mais brilhan­tes alíirmações da dignida­de, por ella se expande a Razão e se nobilita a cons­ciência.

Comprehende-se, por­tanto, que todos os seres animados a desejem, a de­fendam, e por ella arris­quem a própria existen­cia.

Sem Liberdade o ser hu­mano perde o melhor das suas prerogativas, e equi­para-se ao bruto. Quem não é livre não tem indivi­dualidade própria, e vive á mercê da vontade alheia. E por isso o maior dos cri­mes do homem contra o homem é prival-o desse thesouro que Deus lhe con­cedeu quando lhe consi­gnou o livre arbítrio.

Toda a reluctancia das sociedades tem tido por mobil alforriarem-se da es­cravidão sob qualquer fór­mula que pretendam man- tel-a.

O amor da Liberdade quebrou os grilhões do es­cravo, e libertou o servo da gleba. O amor da Li­berdade derrubou o velho direito absolutista, e per­manece em vigilante ob­servação junto de cada po­vo para lhe recordar os santos princípios dos seus direitos e ensinar-lhe o evangelho liberal que faz de cada cidadão um sol .la­do nas horas em que peri­gue a integridade da terra da Patria.

T o d o a q u e lle q u e s o u ­b e r c o m p r e h e n d e r O S b e n é - í ic io s d e s s e e v a n g e lh o d e c iv il is a ç ã o e p a z e s t a r á d e p o s s e d a s v ir t u d e s c ív ic a s p r ó p r ia s a h o n r a r u m a n a ­ç ã o e a fa z e l-a r e s p e it a d a d o m u n d o c u lt o .

O verdadeiro liberal co­meça por se alfastar de to­da a intolerancia, de todo o auctoritarismo, e empre­ga na doutrinação dos seus princípios a maior cordura, tendente não a impor, po­rém a convencer com ar­gumentos claros e persua­sivos.

E' o que deve ser, mas não é como se pratica usualmente. ..

Por desgraça das boas causas aquelies que as pre­dicam nem sempre são su­periores a movimentos des­temperados que altamente as prejudicam. Nas pugnas da palavra escripta ou fal- lada raro se manteem nos limites de uma serenidade capaz de argumentar sem assomos de vaidade nem de ares dogmáticos, sem­pre ridículos mesmo nos grandes mestres, e sobre­tudo irritantes e aggressi- vos.

As mais das vezes os de­fensores da Liberdade ce­gam-se e entram, ás cabe- cadas, nos domínios do in- sulco, com uma intoleran­cia deplorável, querendo levar a offensa á altura de argumento supremo, e des- te modo perdem a aucto­ridade moral, e comprò- mettem a causa longe de a levantarem acima dasincongruências antagóni­cas.

Ha dois modos de com­bater qualquer idéa, ou fórmula, ou instituição — a theorica e a pratica. Ora tratando-se da primeira, para que serve ameaçar com factos, cuja realisação é totalmente impossível ? No campo das íheorias de­ve haver todo o cuidado em não ultrapassar os li­mites do exequível e do bom senso. Temos assisti­do a combates de chum­bos typographicos que nos fariam sorrir, se nos não inspirassem fundo desgos- o das cousas sociaes...

A cada passo uma inju ria sem argumentação con­vincente .. a proposito da falta de um indivíduo, o deseredito arrojado á face de quantos indivíduos com elle camaradeiam na opi­nião politica ou religiosa. Ha liberalões de prim o cartdlo que nem hypothe- licamente admittem a rni- nima probidade nos seus contrários...

Nem probidade, nem in­telligencia, nem sciencia, nem cousa alguma capaz de grangear o respeito alheio...

Ora similhante processo de combate é tudo quanto de mais deplorável se pode imaginar.

Não menos estulto é o systema de ameaças urbi et orbi quando a verdade é que os mesmos que as fa­zem estão sobejamente conscientes da inanidade das arremettidas do ge­ne ro ...

Resulta de tanta falta de critério a decadencia da opinião publica, e a desmo- ralisação da imprensa. Nem isto é Liberdade, mas inju­ria á Liberdade.

Como se entende que em nome dessa faculdade de pensar, expòr, associar se pretenda privar quem quer que seja de o fazer ? Que liberalismo vem a ser esse que náo reconhece a outrem direitos que pro­clama— direitos das gen­tes,— e cuja posse não lhe disputem em caso algum?... Acaso não será esse libera­lismo photographia anima­da da mais despótica into­lerancia? ...

A Liberdade é tal mente cousa grada que.— disse-o Edgard Quinot — a própria Liberdade imposta é um crime. — Tem de vencer pela persuação, pelo con­vencimento, e por isso mes­mo lhe anda adstricta a mais completa moral e ge­nerosidade de conceitos.

E’ bom que se entenda que ella é formada de de­veres e direitos em eguaes proporções, e portanto on­de cada um tem os seus direitos tem outro os seus deveres, e vice-versa. Se assim fosse de todas as

pessoas entendida a Liber­dade, quanto, lucrariam as sociedades, quanto se des­envolveriam as civilisações e se honraria o progres­so l . ..

Mas não! Vulgarmente os homens deixam-se levar do feroz egoismo que lá lhes deixou nos imos da consciência a primitiva sel- vageria, e estragam as cea­ras do Pensamento culti­vadas com o suor da seu rosto, e o sangue de nume­rosas gerações de antepas­sados. Vem dahi o peren- ne desaccordo das theorias com a execução das mes­mas theorias.

E que de vezes o nome bemdito da Liberdade tem servido de pretexto para os mais escandalosos desa­catos! Seja exemplo a burla da soberania do povo, o qual povo coitado começa por não saber ler, nem pensar, porque o liberalis­mo de seus donos ha por bem conserval-o amarrado ao poste da ignominia in- tellectual.

O espirito da Liberdade não pode padecer de ne- vroses tyrannicas e conse- quentemente não procede pela força nem com o ra­mo rismo do amor proprio intransigente em demasias de fanatismo.

Para muita gente Liber­dade e licença são synoni- mos, e nessa conformida­de desvirtuam o que devêra ser sagrado. O abuso sobe de ponto tal que por vezes ficamos na duvida sem sa­ber se á liberdade de hoje seria preferível o despotis­mo de hontem.

A verdade é que o ca­racter nacional náo soube comprehender a obra de i 83q, nem se nutriu coma seiva democratica de 1820.. Desvairou-se nos labyrin- thos da desmoralisação, e chegou ao misérrimo esta­do em que o vemos. Sem educação, sem bases, mo- raes de bom senso, perver­teu-se e arrastou na queda todo 0 ediíicio do futuro.

O resultado não podia ser mais desgraçado; indi­vidualmente cada qual vê. a Liberdade . pelo prisma das suas conveniencias,. e.

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2 O D O M I N G O

assim procede com ioda a desfaçatez contra as garan­tias alheias.

Collec ti vãmente tornou- se catavento para indicar de que lado vem a nortada politica mais de feição pa­ra os grandes explorado­res, da cousa publica.

E já agora assim iremos até final.

E’ claro que se não po­derá aguentar a nau social em similhante mar de la­ma; todavia aos verdadei­ros liberam, cumpre dili­genciar salvar esse divino thesouro, manancial bem- dito de todos os fastos do •espirito ;humano— A Liber­dade.

A , V.(Do «Diário de Lisboa».)

A gradecim entolIT C íi J’Ki 4* iif J Í l J i v-.fh |

A empreza deste jornal reconhecidamente grata a todas as pessoas que a tem auxiliado na sua ardua mis­são, vem por esta forma manifestar o seu reconhe­cimento publicamente, es­perando a continuação da benevolencia que lhe tem sido dispensada.

Esta empreza continua a introduzir no seu sema­nario mais algumas secções afim dé tornar mais agra- davel > e variada a sua lei­tura.

Tambem mui reconheci­damente agradece quaes­quer artigos que lhe sejam enviados para interesse pu­blico.

R e lo jo a riaBrevemente inaugurar-

se-ha na rua do Poço n.° i , um novo estabelecimento de relojoaria, de primeira o r d e m , pertencente ao nos­so amigo e distincto artista o sr. Avelino Marques Con­tramestre.

A variedade de diversos artigos e o fino gosto d’el- les, leva-nos e crer, que o respeitável publico visitará este estabelecimento e au­xiliará o sr. Contramestre, pois torna-se digno d’isso, já pelo seu modo affavel e

delicado, já pelo seu -saber artístico, pois foi em Lisboa, numa das primeiras casas, onde o nosso amigo apren­deu a difficil arte a que se dedicou.

Agouramos-lhe um bom futuro.

S»as*a ® BraziSPartem por estes dias

para o Pará os nossos ami­gos os srs. Antonio José dos Santos e Manuel Ta­vares Paulada.

Desejamos-lhes, do inti­mo do coracão, uma feliz>: 7viagem.

Btelmçados peitoralcs de SlMSg®.O incançavel commer-

ciante,sr. José Antonio Nu­nes, com estabelecimento de mercearia, no largo da Egreja, n.° 19, acaba de re­ceber uma nova remessa dos excellentes e acredita­dos Rebuçados peitoraes de musgo.

Os magníficos resulta­dos obtidos por estes exce- pcionaes Rebuçados são tão manifestamente conheci­dos, que a primeira remes­sa que o sr. Nunes mandou vir, exgotou-se rapida­mente.

Aconselhamos ás pes­soas que padecem do peito para os. tomarem,

Tambem. recebeu a çpt nhecida e finíssima mantei­ga da Praia d’Ançora,

Esta manteiga, que é a •segunda vez que apparece á venda neste estabeleci- mento, tem sido muito bem acceite pelo respeitável pu­blico, o que prova a sua excellente qualidade.

. l o s a s o s s o s a s s i g c a i s t é s

Aos. nossos, estimáveis assignantes que ainda não satisfizeram a importancia do primeiro semestre do nosso jornal, vamos preve- nil-os que lhe remettere- mes o recibo de um anno, visto não o terem devolvi­do e consideral-os como assignantes.

A Julio Polycarpo Moreira de Sá

Rebrilha em ti a ardente mocidade,Toda uma bella primavera em f lo r;Tens os cantos serenos da amizade, - Da fam ilia o mais bello e santo amor.

A infância, a quem ensinas a trilhar O caminho espinhoso desta vida,Consagra-te um affecto singular No fundo da sua alma agradecida.

Tens os nobres brasões — trabalho e estudo —Que dão honra ao caracter dedicadoEu hoje, jubiloso, te saúdoN um abraço profundo e prolongado.

JOAQUIM DOS ANJOS.

PENSA M E NTOS

Quem disser que não tem medo da morte é mentiro- r o ; os valentes receiam-ha, mas teem força de vontade bastante para não fugir deante delia. - - General Sko- belef.

— Aprecia-se com mais segurança um homem pelo que elle di\ das outras pessoas do que pelo que essas pessoas di{em delle. — Eugéne Marbeau.

— Todas as felicidades- se parecem, mas cada infortú­nio tem a sua physionomia particular.— Tolstoi.

— Julga-se melhor do homem pelos seus actos que do auctor pelos seus livros. — G. M. Valtour.

— A graça é o genio das mulheres. — Paul Courty.— 0 tacto é a graça dos homens.— Paul Courty.

A N E C D O T AS

— Bem, disse um photographo ao fregue%, suspen­dendo 0 panno que cobria 0 apparelho. Está prompto?

— Sim, senhor.— Então fixe a vista rí aquelle annuncio, sorria e pen­

se, em alguma coisa agradavel.E-designava-lhe com o dedo um cartas no qual esta­

vam escriptas em grandes leliras estas palavras: Não se fia.

iiiiMinniiiiiiMiiiii

Um pae queixa-se de que o filho trabalha pouco.— Tenho-lhe dito mil ve es que o trabalho é 0 maior

prazer que existe para 0 homem.— Sim, mas tambem me disse que não convem abusar

dos pra\eres.

Entrou um sujeito, muito afflicto, numa pharmacia■ — Dê-me um femedio para o eslornago.— Que tem o senhor ?—- Não sei; sinto aqui uma coisa que sobe e desce... 0 pharmaceutico, depois de reflectir:— Diga-me uma coisa: teria por acaso o senhor en-

gulido algum elevador?iimiii imunidiih

— Que me contas do B rasil?— Que tè hei de contar! Aquillo é que é pais'. A lli até

os pobres são brasileiros!

IIIsagninação e ie ctrica

A Camara Municipal deste Concelho represen­tou aos poderes legislati­vos a isenção de quaesquer direitos sobre todo o ma­terial, machinas, appare- lhos e mais accessorios que os concessionários Cardo­so, Dargent & C .a, carece­rem de adquirir e empre­gar para o fornecimento da illuminação electrica desta villa e que tiverem de importar do estran­geiro. .

IPassl© de Moeis

A Empresa Editora de Publicações Illustradas, si­ta na rua da Rosa, n.° 162, i.°, em Lisboa, acaba de iniciar e vulgarisar as obras do celebre escriptor pa­risiense Paulo de Koch, ao preço baratíssimo de 60 réis cada volume.

Encetou essa publicação com o bonito e jocoso ro­mance Cerejinha. romance este que tem sido. traduzi­do em todos os idiomas e portanto bem recebido por todos os públicos iílustra- dos.

Accusamos a recepção do primeiro volume, o que muito agradecemos.

TVceróIogia.

Finou-se no dia 19 do corrente, a sr.a Gertrudes de Jesus Magna, com 76 annos d’edade.

— Falleceu no dia 20, 0 menino Antonio, de 3 an­nos dedade, filho do sr. José Saraiva.

— Tambem no. dia 22 se finou o sr. Fernando. Fran­cisco Serrador, de 21 an­nos dedade.

— No dia 23 d’este mez falleceu o sr. Antonio dos Santos Jacques, de 72 an­nos dedade.

— Falleceu no dia 24 do corrente, a exm.a sr.il D. Gertrudes Magna da Sil­va, na avançada edade de 93. annos, extremosa mãe do- nosso iilustre amigo, 0 exm.° sr. Francisco da Sil-

28 FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

Á ULTIMA CRUMDÁX X X lV

Estas reflexões acalmavam o buco­lismo do conde como um douche de agua gelada. Ia escapando a pouco e pouco á sr.a de Taillemaure e ella. còm a surt fin tra instinctiva de mu­lher amante, coinprehe:.dia isso per­feitamente e esforçava-se para o p ren ­der.

A apprehenião, a idéa atormenta­dora de que, de um momento para o outro, estava exposta a perder o amante, tinham-n’a mudado comple tamente. O seu amor parecia-se com

um accesso de hysteria, e vingava-se no, marido das humilhações que con­sentia em supportar aos pés de Mohi­low.

O sr. de Taillemaure ia -vivei?s-ò dos últimos restos arrancado; ao de­sastre. 0 palacio da rua de Lisbpa tinha arnda o seu ar de ca;a rica. As despezas náo haviam diminuído. Os criados eram numerosos e roubavqm á vontade.

O marquez enganava a esposa a respeito da sua situação material. F i­zera umas combinações na Bolsa cora os credores,

A submissão passiva de Regina pro­duzia um c fiei to deplorável nó ;u.rtrn te. Sem o querer auxiliava to jogoida sr.a Stockford.

Mohilow a.ral-a h.ia ainda se se lhe

apresentasse como no passado, des­denhosa,. deixando-se desejar como uma rainha casta e encontrando a sua soberba de mulher honrada para lhe resistir. Mas assim,ajoelhada e suppili- cante, cahia' do seu pedestal.

Mohilow tinha comtudo o pudor de não confessar,á amante os moveis p rn íip a e s que o impediam para amo­res novos e menós apaixonados: — uma nessecidade de dinheiro quasi famélica e p medo de ficar sem recur­s o d e m odiikar os seus hábitos in­veterado ; de extravagante que qunra vê ó fundo ;í gàveta.

A rthur Krubstein tinha, com as ac­ções-do Credito Continental, pago as dc-v.p zás .do rornanr.e. Quem faria o resto.? . . . .

Regin s oppunha-lhe uma enercia

paciente. Náo queria coínprehender as suas allusões mais ou menos vela­das. Fechava os’olhos e tapava os ou­vidos. |

A.; srenas violentas, ficavam sem resultado deante d’aquel'e dorso cur­vado e da serenidade d'aquélle"rosto. As próprias, panni.dgs não’ á tèriárrt in ipr ssionádo mais que as expres­sões pungentes com que Mohilow a flagelava com uma brutalidade de cossaco.

X X X V

Uma carta fortuitamente esquecida sobre um inovei desvendou a verda­de ;i sr.a de, Taillemaure.

Lram quatro paginas, de letra miú­da com qqe a sr.a Stocvford renova­va as suas propostas. O negocio tinha a nitdez de um contracto conm cr- cial.

Ella pagaria aos credores d’elle, elle deixaria’a amante.

Alli estava o mysterio que Mohilow lhe ocçult; va. Tinha dividas. E aquel­la miserável mulher aproveitava-se d’isso para tentar esse rapto desleal Imitava os ladrões que se mettem por entre a multidão quando ha qualquer sinistro.

Mas náo venceria. Regina havia de salvar o amante.

Não a inquietava a importancia dai! dividas, pacientemente totalisadas Carta.

Como Ivan lhe agradeceria, como ficariam reconciliados!..

Mas a louca não pensara sequer u® instante em que os seus recursos pv diain ser limitados.

(Continuai

Page 3: ALBI!(|ÍEHQIIE...Razão e se nobilita a cons ciência. Comprehende-se, por tanto, que todos os seres animados a desejem, a de fendam, e por ella arris quem a própria existen cia.

O DOMINGO 3

va, digno vice-presidente da Camara Municipal des­ta villa.

O funeral da desditosa senhora foi muito concor­rido.

A todas as famílias enlu- ctadas as nossas condolên­cias.

LÍTTERATURÂ

O V alle ílc Sangue

Depois de ter passado dois mezes nas margens do lago Çhamplain, resolvi-me sahir da colonia para visi­tar os districtos do occi- dente.

Deixei pois com prazer a minha tranquilla habita­ção, e fui caminhando pa­ra o meu destino__ Nooitavo dia de jornada che­guei a uma região selva­gem denominada Valle de Sangue; este nome sinistro foi dado alguns annos an­tes a este lugar solitário, porque tinha sido o thea- tro de um acontecimento horrivel: as pelles encarna­das, (é este o nome que os inglezes davam aos indíge­nas) tendo surprehendido alli grande numero de in­glezes, assassinaram-o com a maior crueldade, não ex­ceptuando sexo nem idade.

Exhausto de forças, inca­paz de ir mais longe, vi-me obrigado a passar a noite neste pavoroso valle; amar­rei o meu cavallo a uma arvore, e depois de dar-lhe algumas folhas de milho, reuni uns abrolhos e junta­mente ramos seccos, e ac- cendi fogo para fazer a mi­nha ceia.

O sol acabava de trans- montar no seu maior ex- plendor; o céo estava se­reno e limpo; o silencio solemne dessas vastas flo­restas tinham um não sei que de magestoso e terrí­vel.

A minha imaginação re­cordava a mortandade que tingira as terras deste vàl- le, e em balde procurava desvanecer o sentimento de terror que me opprimia o peito. Comtudo, havia conseguido tranquiliisarum pouco a minha imaginação, e principiava a gosar’ al­gum repouso, quando vi um indio deante de mim estava silencioso e immo vel; dir-se-hia que era uma estatua.

Como os raios da luz cahiam sobre elle atravéz dos ramos e da folhagem, vi com facilidade o traje singular deste pelle encar­nada. O seu corpo estava quasi nu, é a cabeça rapa­da tinha só o topete que osindigonascostumam con­servar êni signa! de valen-i to, ornado de uma grande'

penna de avestruz, cuja ex­tremidade lhe cahia sobre a espadua; em volta da cin­tura trazia uma faxa, d on­de pendia um tomahawk (clava mui pesada) e uma faca de enormes dimen­sões; os pés estavam en­voltos em uma especie de polainas de couro de ga- mo, que chegavam até aos joelhos; uma espingarda de munição e um arco com­pletavam o seu traje. O indio era alto e robusto, e a sua attitude nobre e gra­ciosa.

Mas os seus olhos scin- tillantes conservavam-se fitos em mim, e exerciam uma especie de fascinação, que não me permittia fazer movimento algum; respi­rava apenas, e as minhas faculdades perturbavam- se. Assim se passaram al­guns minutos; o indio con­servava-se sempre na mes­ma attitude, por fim pensei que esse guerreiro, que tanto temor me causara, não seria mais do que uma visão do meu cerebro.

Meus olhos fatigados fe­charam-se por alguns ins­tantes; quando os tornei a abrir, o terrível guerreiro havia desapparecido; e en­tão convenci-me de que a minha imaginação pertur­bada tinha com effeito creado essa visão.

Em outras quaesquer circumstancias, um acon­tecimento desta natureza não me teria deixado pre­gar olho toda a noite; mas era tal o meu cansaço, que não tardei a adormecer de novo.

Torna-se-me impossível dizer se dormi muitas ho­ras; mas quando despertei, o meu fogo estava quasi apagado, espessas nuvens cobriam a lua, e o céo es­tava carregado de vapores negros e sulfurosos; tudo annunciava uma violenta tempestade; ; mas qual foi a minha surpreza ao ver o indio no mesmo lugar e na mesma attitude em que ti­nha julgado vel-o antes de adormer!... Agarrei em uma das pistolas que tinha a meu lado, porém, no mesmo instante de armal-a precipitou-se o indio sobre mim, deu-me uma pancada com o tomahawk sobre o braço, que fez voar a pisto­la a vinte passos de distan­cia. Lançando-me então uma mão á garganta, apo­derou-se da pistola, descar- regou-a ao ar, e pegou na minha espingarda.

i Continua).

AGRICULTURAA oxírim iação d os prados

Não ha, presentemente, nenhum agricultor que con­

teste a efficacia dos es.ru­mes applicados á cultura dos cereaes, das plantas in- dustriaes e forragens. O mesmo não succede, po­rem, pelo que respeicaásua applicação nos pradoá. Hâ quem nunca os estrume e pretenda impôr as opiniões da velha escola, isto é, que os prados só por si se ali­mentam. Poucos admittem a estrumação e, entre es­tes, as discordancias são ainda flagrantes.

Muitos agronomos aven­tam que a flora dos prados naturaes, encerrando um ■sem numero de plantas que absorvem o azote atmos- pherico, este mesmo facto basta para produzir estru­mes mineraes potassicc^ e phosphatados.

De tempos a tempos é, todavia, conveniente espa­lhar por sobre a terra uma leve camada de gêsso. Es­te, facilitando a destruição dos pedaços de pedras que conteem substancias mine­raes fertilisantes e as rea­cções dos microorganis­mos, auxilia tambem a ab- sorpção de azote atmos- pherico.

O estrume animal é tam­bem util aos prados, prin­cipalmente se houver o cui­dado de o espalhar antes das chuvas do outomno, e retirar na volta da prima­vera, todos os residuos de palha afim de tornar a ac­ção produzida pelo sol mais efficaz.

O nitracto de soda pa­rece egual mente util, so­bretudo no tempo de sec- ca. Explica-se a sua acçao pelo motivo de que os ve- getaes dos prados que ab­sorvem o azote são unica­mente aquelles que pos­suem raizes superficiaes. Pelo contrario os de raízes profundas nada aproveitam delle.

Faltando as chuvas, o ni­tracto não protegerá as plantas de primeira cathe- goria, mas dará forças ás segundas assegurando-lhes uma victoria certa na lueta pela vida. Compridas rai­zes, vigorosas, enterrar-se- hão no sub-solo, procuran­do a agua e a humidade que a superfície lhes recu­sa. D’ahi esta formula ex cellente, que deve applicar se aos prados:

Na primavera:Por i hectare de terreno

3oo kilogrammas de nitra ta de soda.

No outomno:Por i hectare de terreno

65o kilogrammas de phos- phato de cal, 25o kilo­grammas de kafnite e 3oo kilogrammas de sulphato de cal.

o--.- • ' . . . i . tÍ . í

.ISas-la SSHta €&5Iveira 38 a rocies c* A n lo isl» l la i1- qgjfes Sepisha agrailcciem pr©f5s»«IaiMei2áe reeóitbe- cÉdos a íodas as pessoas «geie durante a doença a qsse ssacessasaMãs seaa sami- ío cho rad© ssaarid© c pae Anáojslo Marffsaes Scpi- nSaa o v isitaram , oea egne d irecta oss in d irecta m e n ­te se IM oran a adagas «1© seaa estado e áípaellas íjsae nos trasases Miais affílicti- vos She dcraííia provas de estim a c condolência, as- sâaaa como ás qpe se ias- corjj^rarasn s ê © p re stitó apse © eojídBszto á saaa tsi- ttins exorada.

A todos. pois, a expres­são iaáinaa de sum sisace- ro agradeclasseaíto.

II. £ ("

*Jasliáo da Veiga Mar- ques agradece in te lra - sii eu te re co n h ecid o ás pessoas 4jsae du ran te a doença a que saaccuínfoiu sua estrem ecida mãe íS ertm des de eJesaas Ma- gasa sc I s n f o r B s a a r a m do sesi estado, assisai como a to­das as íjíbc a aconapaaslia- w m á sssa taMitaaa moa^da.

Aos sesas colSegas que jio r eiEgasao da lio ra Kão poder isaa aeoaaapaiiliar o préstito, peile desculpa e agradece a*econliecida- aiacaíe.

A todos, po is. se con­fessa suaaaBsaamente g ra ­to.

ANNUNCIOS^

A r n s T U N C i o

i l

Moita, desta comarca, li­vre de fòro, e 110 valor de 2403000 réis. — Uma por­ção de terreno, contiguo e que faz parte da mesma fazenda, arrendado a Anto­nio Marques da Silva que paga a renda annual de 2$25o réis pertencendo a este as bemfeitorias 110 va­lor de 453000 réis. São ci­tados para a referida prada quaesquer credores incer­tos nos termos da lei.

Aldegallega do Ribatejo 10 de janeiro de 1902.

o ESCRIVÃ O

Antonio Julio Pereira Mou- tinho, o escrevi.

Verifiquei a exactidão.

0 JUIZ DE D IR EITO

N. Souto.

(S .a ! BaaMicação)

Por este juizo e cartorio do segundo ofhcio, e pela execução de sentença de Letra em que é exequente Joaquim Jorge Canastra e executados Antonio Rodrl gues Moço e sua mulher Marciana de Jesus, fazen deiros, residentes no sitio da Broega, freguezia da Moita, hade ter logar á porta do tribunal desta co­marca no dia 2 de fevereiro proximo, pelo meio dia, e pelo maior preço sobre o abaixo declarado, a venda dos prédios penhorados pela m esma execução Um fazenda de terra de semea­dura, vinha, urna casa, sita nos Brejos, freguezia da

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4 O D O M I N G O

A N T I G A M E R C E A R I A DO P O 11V

D O M I N G O S A N T O N I O S A L O I OSre.ste esíafoelèèlííiciiíí© co co ssín -sc á vcatla j>ei#s preço s m sis eoavl-

datSvos. tani varlad© «©rtfiaejst© de goaeros jíp a p rio s <1© scei r;UK© de e«as- luerelo . ©ffereeead© p o r isso as mssiores garaatlas a©* seas estim áveis fre~ gísezes e a© re sp e ita re i pufeiieo.

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-A .L D .H G -.A .L jXj E G - A . D O R I B A T E J OGrande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende

todos os seus arligvs pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns A I N D Á M A I S B A R A T O S

Grande colleccão dartigos de Reli 'ozeiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR 0 .Selins pretos e de cor para fó rro s de fatos para homem, assim como todos os

accessorios para os mesmos. _ 4Esta casa abriu uma SECCÃQ ESPECIAL que muito ulil é aos habitantes

desta villa, e que e aCOMPRA ÈM LISBOA d e todos e quaesquer arligvs ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o ~elo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capilal.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piugniinhas para crean­ças de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa é G A N H A R POUCO PARA V E N D E R M U I T O .

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Neste estabelecimento encontra-se à venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commerCio, podendo por isso ojferecer as maiores garantias aos seus estmia- veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

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Aldegallega d© B&Ifratej©

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Quarta loteria do anno em 3i de janeiro de 1902

Kncontra-se, dos princip; es cambistas, n'esta casa grande sortimento tk bihctes, meios bilhetes, quai tos >'e bilhete, décimos, vigésimos e cautellf- de todos os preços.

Ksta eása é a m ais fe liz ss© g eaero !

I 0 Ã 0 ANTONIO RIBEP R A Ç A S E R 1\ í P IN T O — A LD EG A LLEG A