ALBI!(|ÍEHQIIE...Razão e se nobilita a cons ciência. Comprehende-se, por tanto, que todos os...
Transcript of ALBI!(|ÍEHQIIE...Razão e se nobilita a cons ciência. Comprehende-se, por tanto, que todos os...
I I A N N O DOMINGO, 26 DE JANEIRO DE 1903 N : 28
SEM A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R È O E A G R ÍC O L A
AssigsEííáaEra qAnno. iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado. HNa cobrança pelo correio, accresce o premio «.o vale. ÃAvulso, no dia da publicação, 20 réis. ><
EDITOR— José Augitslo Saloio
AfiOEIÍPOfillPOIA !?
LARGO DA M ISERICÓRDIA— iG a ^A L D K Í i A L l . l X i \ H
l Bts5r.II«ações tAnnuncios— i.” publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,
A 20 réis. Annuncios na 4. pagina, contracto espacial. Os auto- ~ graphos náo se restituem quer sejam ou não publicados.
P R O P R IK T A R IO - - José Augusto Saloio
e x p e d i e n t e
«*o«a g r a t idão (jnacs((iier itoU cias «jtie sejam «le in ío r c ssc ]inl>lieo.
ALBI!(|ÍEHQIIELá ticou déscançado, na
paz da sepultura, o homem que tanto honrou o seu paiz, que tão alto levantou, pelo seu prestigioso valor, o nome portuguez. O grande espirito evolou-se para as regiões mysterio- sas de onde nunca mais se volta, mas a sua memória ficará sempre, como um symbolo sagrado de brio e de valentia, no coração e no espirito de todos nós, que temos ainda, nestes tempos de egoísmo e de descrença, uns restos do antigo amor pátrio e de confiança no futuro.
Foi uma bella consagra- ção de honra, um grandioso tributo de pezar, o funeral de Mousinho. Todas as camadas sociaes se representaram naquella manifestação luetuosa em que a alma portugueza chorava um dos mais nobres dos seus filhos. Enalteceram- lhe a memória eloquentes oradores, em phrases repassadas de sentimento e de magua; no parlamento consagraram-se sessões em homenagem ao alto espirito que se despedia deste mundo de um modo tão triste, procurando a morte que sempre parecia fugir delle no campo da batalha; e se essa bella alma, boa e crente, que teve, como todos os grandes lu- ctadores, o seu momento de desespero, podesse ainda ouvir o echo das manifestações feitas á sua memória, ficaria de certo satisfeito por vêr que o paiz que tanto honrou soube agradecer-lhe em homenagens posthumas os altos serviços prestados como homem e como guerreiro.
A bandeira portugueza, coberta de crepes, lá seguiu até á ultima morada
o heroico militar; os seus irmãos de armas acompanharam-no, lacrimosos, até elle descer á sepultura, e o paiz deve guardar no Pan- theon dos seus homens mais illustres os restos d’es- se que até aos últimos momentos soube ser um valente e denodado batalha- dor.
Paz á sua alma e respeitos eternos á sua memória.
JOAQUIM DOS ANJOS.
UBERDADE
De todos os bens humanos nenhum é tão importante como a Liberdade.
Por ella logra o homem erguer-se ás mais brilhantes alíirmações da dignidade, por ella se expande a Razão e se nobilita a consciência.
Comprehende-se, portanto, que todos os seres animados a desejem, a defendam, e por ella arrisquem a própria existencia.
Sem Liberdade o ser humano perde o melhor das suas prerogativas, e equipara-se ao bruto. Quem não é livre não tem individualidade própria, e vive á mercê da vontade alheia. E por isso o maior dos crimes do homem contra o homem é prival-o desse thesouro que Deus lhe concedeu quando lhe consignou o livre arbítrio.
Toda a reluctancia das sociedades tem tido por mobil alforriarem-se da escravidão sob qualquer fórmula que pretendam man- tel-a.
O amor da Liberdade quebrou os grilhões do escravo, e libertou o servo da gleba. O amor da Liberdade derrubou o velho direito absolutista, e permanece em vigilante observação junto de cada povo para lhe recordar os santos princípios dos seus direitos e ensinar-lhe o evangelho liberal que faz de cada cidadão um sol .lado nas horas em que perigue a integridade da terra da Patria.
T o d o a q u e lle q u e s o u b e r c o m p r e h e n d e r O S b e n é - í ic io s d e s s e e v a n g e lh o d e c iv il is a ç ã o e p a z e s t a r á d e p o s s e d a s v ir t u d e s c ív ic a s p r ó p r ia s a h o n r a r u m a n a ç ã o e a fa z e l-a r e s p e it a d a d o m u n d o c u lt o .
O verdadeiro liberal começa por se alfastar de toda a intolerancia, de todo o auctoritarismo, e emprega na doutrinação dos seus princípios a maior cordura, tendente não a impor, porém a convencer com argumentos claros e persuasivos.
E' o que deve ser, mas não é como se pratica usualmente. ..
Por desgraça das boas causas aquelies que as predicam nem sempre são superiores a movimentos destemperados que altamente as prejudicam. Nas pugnas da palavra escripta ou fal- lada raro se manteem nos limites de uma serenidade capaz de argumentar sem assomos de vaidade nem de ares dogmáticos, sempre ridículos mesmo nos grandes mestres, e sobretudo irritantes e aggressi- vos.
As mais das vezes os defensores da Liberdade cegam-se e entram, ás cabe- cadas, nos domínios do in- sulco, com uma intolerancia deplorável, querendo levar a offensa á altura de argumento supremo, e des- te modo perdem a auctoridade moral, e comprò- mettem a causa longe de a levantarem acima dasincongruências antagónicas.
Ha dois modos de combater qualquer idéa, ou fórmula, ou instituição — a theorica e a pratica. Ora tratando-se da primeira, para que serve ameaçar com factos, cuja realisação é totalmente impossível ? No campo das íheorias deve haver todo o cuidado em não ultrapassar os limites do exequível e do bom senso. Temos assistido a combates de chumbos typographicos que nos fariam sorrir, se nos não inspirassem fundo desgos- o das cousas sociaes...
A cada passo uma inju ria sem argumentação convincente .. a proposito da falta de um indivíduo, o deseredito arrojado á face de quantos indivíduos com elle camaradeiam na opinião politica ou religiosa. Ha liberalões de prim o cartdlo que nem hypothe- licamente admittem a rni- nima probidade nos seus contrários...
Nem probidade, nem intelligencia, nem sciencia, nem cousa alguma capaz de grangear o respeito alheio...
Ora similhante processo de combate é tudo quanto de mais deplorável se pode imaginar.
Não menos estulto é o systema de ameaças urbi et orbi quando a verdade é que os mesmos que as fazem estão sobejamente conscientes da inanidade das arremettidas do gene ro ...
Resulta de tanta falta de critério a decadencia da opinião publica, e a desmo- ralisação da imprensa. Nem isto é Liberdade, mas injuria á Liberdade.
Como se entende que em nome dessa faculdade de pensar, expòr, associar se pretenda privar quem quer que seja de o fazer ? Que liberalismo vem a ser esse que náo reconhece a outrem direitos que proclama— direitos das gentes,— e cuja posse não lhe disputem em caso algum?... Acaso não será esse liberalismo photographia animada da mais despótica intolerancia? ...
A Liberdade é tal mente cousa grada que.— disse-o Edgard Quinot — a própria Liberdade imposta é um crime. — Tem de vencer pela persuação, pelo convencimento, e por isso mesmo lhe anda adstricta a mais completa moral e generosidade de conceitos.
E’ bom que se entenda que ella é formada de deveres e direitos em eguaes proporções, e portanto onde cada um tem os seus direitos tem outro os seus deveres, e vice-versa. Se assim fosse de todas as
pessoas entendida a Liberdade, quanto, lucrariam as sociedades, quanto se desenvolveriam as civilisações e se honraria o progresso l . ..
Mas não! Vulgarmente os homens deixam-se levar do feroz egoismo que lá lhes deixou nos imos da consciência a primitiva sel- vageria, e estragam as cearas do Pensamento cultivadas com o suor da seu rosto, e o sangue de numerosas gerações de antepassados. Vem dahi o peren- ne desaccordo das theorias com a execução das mesmas theorias.
E que de vezes o nome bemdito da Liberdade tem servido de pretexto para os mais escandalosos desacatos! Seja exemplo a burla da soberania do povo, o qual povo coitado começa por não saber ler, nem pensar, porque o liberalismo de seus donos ha por bem conserval-o amarrado ao poste da ignominia in- tellectual.
O espirito da Liberdade não pode padecer de ne- vroses tyrannicas e conse- quentemente não procede pela força nem com o ramo rismo do amor proprio intransigente em demasias de fanatismo.
Para muita gente Liberdade e licença são synoni- mos, e nessa conformidade desvirtuam o que devêra ser sagrado. O abuso sobe de ponto tal que por vezes ficamos na duvida sem saber se á liberdade de hoje seria preferível o despotismo de hontem.
A verdade é que o caracter nacional náo soube comprehender a obra de i 83q, nem se nutriu coma seiva democratica de 1820.. Desvairou-se nos labyrin- thos da desmoralisação, e chegou ao misérrimo estado em que o vemos. Sem educação, sem bases, mo- raes de bom senso, perverteu-se e arrastou na queda todo 0 ediíicio do futuro.
O resultado não podia ser mais desgraçado; individualmente cada qual vê. a Liberdade . pelo prisma das suas conveniencias,. e.
2 O D O M I N G O
assim procede com ioda a desfaçatez contra as garantias alheias.
Collec ti vãmente tornou- se catavento para indicar de que lado vem a nortada politica mais de feição para os grandes exploradores, da cousa publica.
E já agora assim iremos até final.
E’ claro que se não poderá aguentar a nau social em similhante mar de lama; todavia aos verdadeiros liberam, cumpre diligenciar salvar esse divino thesouro, manancial bem- dito de todos os fastos do •espirito ;humano— A Liberdade.
A , V.(Do «Diário de Lisboa».)
A gradecim entolIT C íi J’Ki 4* iif J Í l J i v-.fh |
A empreza deste jornal reconhecidamente grata a todas as pessoas que a tem auxiliado na sua ardua missão, vem por esta forma manifestar o seu reconhecimento publicamente, esperando a continuação da benevolencia que lhe tem sido dispensada.
Esta empreza continua a introduzir no seu semanario mais algumas secções afim dé tornar mais agra- davel > e variada a sua leitura.
Tambem mui reconhecidamente agradece quaesquer artigos que lhe sejam enviados para interesse publico.
R e lo jo a riaBrevemente inaugurar-
se-ha na rua do Poço n.° i , um novo estabelecimento de relojoaria, de primeira o r d e m , pertencente ao nosso amigo e distincto artista o sr. Avelino Marques Contramestre.
A variedade de diversos artigos e o fino gosto d’el- les, leva-nos e crer, que o respeitável publico visitará este estabelecimento e auxiliará o sr. Contramestre, pois torna-se digno d’isso, já pelo seu modo affavel e
delicado, já pelo seu -saber artístico, pois foi em Lisboa, numa das primeiras casas, onde o nosso amigo aprendeu a difficil arte a que se dedicou.
Agouramos-lhe um bom futuro.
S»as*a ® BraziSPartem por estes dias
para o Pará os nossos amigos os srs. Antonio José dos Santos e Manuel Tavares Paulada.
Desejamos-lhes, do intimo do coracão, uma feliz>: 7viagem.
Btelmçados peitoralcs de SlMSg®.O incançavel commer-
ciante,sr. José Antonio Nunes, com estabelecimento de mercearia, no largo da Egreja, n.° 19, acaba de receber uma nova remessa dos excellentes e acreditados Rebuçados peitoraes de musgo.
Os magníficos resultados obtidos por estes exce- pcionaes Rebuçados são tão manifestamente conhecidos, que a primeira remessa que o sr. Nunes mandou vir, exgotou-se rapidamente.
Aconselhamos ás pessoas que padecem do peito para os. tomarem,
Tambem. recebeu a çpt nhecida e finíssima manteiga da Praia d’Ançora,
Esta manteiga, que é a •segunda vez que apparece á venda neste estabeleci- mento, tem sido muito bem acceite pelo respeitável publico, o que prova a sua excellente qualidade.
. l o s a s o s s o s a s s i g c a i s t é s
Aos. nossos, estimáveis assignantes que ainda não satisfizeram a importancia do primeiro semestre do nosso jornal, vamos preve- nil-os que lhe remettere- mes o recibo de um anno, visto não o terem devolvido e consideral-os como assignantes.
A Julio Polycarpo Moreira de Sá
Rebrilha em ti a ardente mocidade,Toda uma bella primavera em f lo r;Tens os cantos serenos da amizade, - Da fam ilia o mais bello e santo amor.
A infância, a quem ensinas a trilhar O caminho espinhoso desta vida,Consagra-te um affecto singular No fundo da sua alma agradecida.
Tens os nobres brasões — trabalho e estudo —Que dão honra ao caracter dedicadoEu hoje, jubiloso, te saúdoN um abraço profundo e prolongado.
JOAQUIM DOS ANJOS.
PENSA M E NTOS
Quem disser que não tem medo da morte é mentiro- r o ; os valentes receiam-ha, mas teem força de vontade bastante para não fugir deante delia. - - General Sko- belef.
— Aprecia-se com mais segurança um homem pelo que elle di\ das outras pessoas do que pelo que essas pessoas di{em delle. — Eugéne Marbeau.
— Todas as felicidades- se parecem, mas cada infortúnio tem a sua physionomia particular.— Tolstoi.
— Julga-se melhor do homem pelos seus actos que do auctor pelos seus livros. — G. M. Valtour.
— A graça é o genio das mulheres. — Paul Courty.— 0 tacto é a graça dos homens.— Paul Courty.
A N E C D O T AS
— Bem, disse um photographo ao fregue%, suspendendo 0 panno que cobria 0 apparelho. Está prompto?
— Sim, senhor.— Então fixe a vista rí aquelle annuncio, sorria e pen
se, em alguma coisa agradavel.E-designava-lhe com o dedo um cartas no qual esta
vam escriptas em grandes leliras estas palavras: Não se fia.
iiiiMinniiiiiiMiiiii
Um pae queixa-se de que o filho trabalha pouco.— Tenho-lhe dito mil ve es que o trabalho é 0 maior
prazer que existe para 0 homem.— Sim, mas tambem me disse que não convem abusar
dos pra\eres.
Entrou um sujeito, muito afflicto, numa pharmacia■ — Dê-me um femedio para o eslornago.— Que tem o senhor ?—- Não sei; sinto aqui uma coisa que sobe e desce... 0 pharmaceutico, depois de reflectir:— Diga-me uma coisa: teria por acaso o senhor en-
gulido algum elevador?iimiii imunidiih
— Que me contas do B rasil?— Que tè hei de contar! Aquillo é que é pais'. A lli até
os pobres são brasileiros!
IIIsagninação e ie ctrica
A Camara Municipal deste Concelho representou aos poderes legislativos a isenção de quaesquer direitos sobre todo o material, machinas, appare- lhos e mais accessorios que os concessionários Cardoso, Dargent & C .a, carecerem de adquirir e empregar para o fornecimento da illuminação electrica desta villa e que tiverem de importar do estrangeiro. .
IPassl© de Moeis
A Empresa Editora de Publicações Illustradas, sita na rua da Rosa, n.° 162, i.°, em Lisboa, acaba de iniciar e vulgarisar as obras do celebre escriptor parisiense Paulo de Koch, ao preço baratíssimo de 60 réis cada volume.
Encetou essa publicação com o bonito e jocoso romance Cerejinha. romance este que tem sido. traduzido em todos os idiomas e portanto bem recebido por todos os públicos iílustra- dos.
Accusamos a recepção do primeiro volume, o que muito agradecemos.
TVceróIogia.
Finou-se no dia 19 do corrente, a sr.a Gertrudes de Jesus Magna, com 76 annos d’edade.
— Falleceu no dia 20, 0 menino Antonio, de 3 annos dedade, filho do sr. José Saraiva.
— Tambem no. dia 22 se finou o sr. Fernando. Francisco Serrador, de 21 annos dedade.
— No dia 23 d’este mez falleceu o sr. Antonio dos Santos Jacques, de 72 annos dedade.
— Falleceu no dia 24 do corrente, a exm.a sr.il D. Gertrudes Magna da Silva, na avançada edade de 93. annos, extremosa mãe do- nosso iilustre amigo, 0 exm.° sr. Francisco da Sil-
28 FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
Á ULTIMA CRUMDÁX X X lV
Estas reflexões acalmavam o bucolismo do conde como um douche de agua gelada. Ia escapando a pouco e pouco á sr.a de Taillemaure e ella. còm a surt fin tra instinctiva de mulher amante, coinprehe:.dia isso perfeitamente e esforçava-se para o p ren der.
A apprehenião, a idéa atormentadora de que, de um momento para o outro, estava exposta a perder o amante, tinham-n’a mudado comple tamente. O seu amor parecia-se com
um accesso de hysteria, e vingava-se no, marido das humilhações que consentia em supportar aos pés de Mohilow.
O sr. de Taillemaure ia -vivei?s-ò dos últimos restos arrancado; ao desastre. 0 palacio da rua de Lisbpa tinha arnda o seu ar de ca;a rica. As despezas náo haviam diminuído. Os criados eram numerosos e roubavqm á vontade.
O marquez enganava a esposa a respeito da sua situação material. F izera umas combinações na Bolsa cora os credores,
A submissão passiva de Regina produzia um c fiei to deplorável nó ;u.rtrn te. Sem o querer auxiliava to jogoida sr.a Stockford.
Mohilow a.ral-a h.ia ainda se se lhe
apresentasse como no passado, desdenhosa,. deixando-se desejar como uma rainha casta e encontrando a sua soberba de mulher honrada para lhe resistir. Mas assim,ajoelhada e suppili- cante, cahia' do seu pedestal.
Mohilow tinha comtudo o pudor de não confessar,á amante os moveis p rn íip a e s que o impediam para amores novos e menós apaixonados: — uma nessecidade de dinheiro quasi famélica e p medo de ficar sem recurs o d e m odiikar os seus hábitos inveterado ; de extravagante que qunra vê ó fundo ;í gàveta.
A rthur Krubstein tinha, com as acções-do Credito Continental, pago as dc-v.p zás .do rornanr.e. Quem faria o resto.? . . . .
Regin s oppunha-lhe uma enercia
paciente. Náo queria coínprehender as suas allusões mais ou menos veladas. Fechava os’olhos e tapava os ouvidos. |
A.; srenas violentas, ficavam sem resultado deante d’aquel'e dorso curvado e da serenidade d'aquélle"rosto. As próprias, panni.dgs não’ á tèriárrt in ipr ssionádo mais que as expressões pungentes com que Mohilow a flagelava com uma brutalidade de cossaco.
X X X V
Uma carta fortuitamente esquecida sobre um inovei desvendou a verdade ;i sr.a de, Taillemaure.
Lram quatro paginas, de letra miúda com qqe a sr.a Stocvford renovava as suas propostas. O negocio tinha a nitdez de um contracto conm cr- cial.
Ella pagaria aos credores d’elle, elle deixaria’a amante.
Alli estava o mysterio que Mohilow lhe ocçult; va. Tinha dividas. E aquella miserável mulher aproveitava-se d’isso para tentar esse rapto desleal Imitava os ladrões que se mettem por entre a multidão quando ha qualquer sinistro.
Mas náo venceria. Regina havia de salvar o amante.
Não a inquietava a importancia dai! dividas, pacientemente totalisadas Carta.
Como Ivan lhe agradeceria, como ficariam reconciliados!..
Mas a louca não pensara sequer u® instante em que os seus recursos pv diain ser limitados.
(Continuai
O DOMINGO 3
va, digno vice-presidente da Camara Municipal desta villa.
O funeral da desditosa senhora foi muito concorrido.
A todas as famílias enlu- ctadas as nossas condolências.
LÍTTERATURÂ
O V alle ílc Sangue
Depois de ter passado dois mezes nas margens do lago Çhamplain, resolvi-me sahir da colonia para visitar os districtos do occi- dente.
Deixei pois com prazer a minha tranquilla habitação, e fui caminhando para o meu destino__ Nooitavo dia de jornada cheguei a uma região selvagem denominada Valle de Sangue; este nome sinistro foi dado alguns annos antes a este lugar solitário, porque tinha sido o thea- tro de um acontecimento horrivel: as pelles encarnadas, (é este o nome que os inglezes davam aos indígenas) tendo surprehendido alli grande numero de inglezes, assassinaram-o com a maior crueldade, não exceptuando sexo nem idade.
Exhausto de forças, incapaz de ir mais longe, vi-me obrigado a passar a noite neste pavoroso valle; amarrei o meu cavallo a uma arvore, e depois de dar-lhe algumas folhas de milho, reuni uns abrolhos e juntamente ramos seccos, e ac- cendi fogo para fazer a minha ceia.
O sol acabava de trans- montar no seu maior ex- plendor; o céo estava sereno e limpo; o silencio solemne dessas vastas florestas tinham um não sei que de magestoso e terrível.
A minha imaginação recordava a mortandade que tingira as terras deste vàl- le, e em balde procurava desvanecer o sentimento de terror que me opprimia o peito. Comtudo, havia conseguido tranquiliisarum pouco a minha imaginação, e principiava a gosar’ algum repouso, quando vi um indio deante de mim estava silencioso e immo vel; dir-se-hia que era uma estatua.
Como os raios da luz cahiam sobre elle atravéz dos ramos e da folhagem, vi com facilidade o traje singular deste pelle encarnada. O seu corpo estava quasi nu, é a cabeça rapada tinha só o topete que osindigonascostumam conservar êni signa! de valen-i to, ornado de uma grande'
penna de avestruz, cuja extremidade lhe cahia sobre a espadua; em volta da cintura trazia uma faxa, d onde pendia um tomahawk (clava mui pesada) e uma faca de enormes dimensões; os pés estavam envoltos em uma especie de polainas de couro de ga- mo, que chegavam até aos joelhos; uma espingarda de munição e um arco completavam o seu traje. O indio era alto e robusto, e a sua attitude nobre e graciosa.
Mas os seus olhos scin- tillantes conservavam-se fitos em mim, e exerciam uma especie de fascinação, que não me permittia fazer movimento algum; respirava apenas, e as minhas faculdades perturbavam- se. Assim se passaram alguns minutos; o indio conservava-se sempre na mesma attitude, por fim pensei que esse guerreiro, que tanto temor me causara, não seria mais do que uma visão do meu cerebro.
Meus olhos fatigados fecharam-se por alguns instantes; quando os tornei a abrir, o terrível guerreiro havia desapparecido; e então convenci-me de que a minha imaginação perturbada tinha com effeito creado essa visão.
Em outras quaesquer circumstancias, um acontecimento desta natureza não me teria deixado pregar olho toda a noite; mas era tal o meu cansaço, que não tardei a adormecer de novo.
Torna-se-me impossível dizer se dormi muitas horas; mas quando despertei, o meu fogo estava quasi apagado, espessas nuvens cobriam a lua, e o céo estava carregado de vapores negros e sulfurosos; tudo annunciava uma violenta tempestade; ; mas qual foi a minha surpreza ao ver o indio no mesmo lugar e na mesma attitude em que tinha julgado vel-o antes de adormer!... Agarrei em uma das pistolas que tinha a meu lado, porém, no mesmo instante de armal-a precipitou-se o indio sobre mim, deu-me uma pancada com o tomahawk sobre o braço, que fez voar a pistola a vinte passos de distancia. Lançando-me então uma mão á garganta, apoderou-se da pistola, descar- regou-a ao ar, e pegou na minha espingarda.
i Continua).
AGRICULTURAA oxírim iação d os prados
Não ha, presentemente, nenhum agricultor que con
teste a efficacia dos es.rumes applicados á cultura dos cereaes, das plantas in- dustriaes e forragens. O mesmo não succede, porem, pelo que respeicaásua applicação nos pradoá. Hâ quem nunca os estrume e pretenda impôr as opiniões da velha escola, isto é, que os prados só por si se alimentam. Poucos admittem a estrumação e, entre estes, as discordancias são ainda flagrantes.
Muitos agronomos aventam que a flora dos prados naturaes, encerrando um ■sem numero de plantas que absorvem o azote atmos- pherico, este mesmo facto basta para produzir estrumes mineraes potassicc^ e phosphatados.
De tempos a tempos é, todavia, conveniente espalhar por sobre a terra uma leve camada de gêsso. Este, facilitando a destruição dos pedaços de pedras que conteem substancias mineraes fertilisantes e as reacções dos microorganismos, auxilia tambem a ab- sorpção de azote atmos- pherico.
O estrume animal é tambem util aos prados, principalmente se houver o cuidado de o espalhar antes das chuvas do outomno, e retirar na volta da primavera, todos os residuos de palha afim de tornar a acção produzida pelo sol mais efficaz.
O nitracto de soda parece egual mente util, sobretudo no tempo de sec- ca. Explica-se a sua acçao pelo motivo de que os ve- getaes dos prados que absorvem o azote são unicamente aquelles que possuem raizes superficiaes. Pelo contrario os de raízes profundas nada aproveitam delle.
Faltando as chuvas, o nitracto não protegerá as plantas de primeira cathe- goria, mas dará forças ás segundas assegurando-lhes uma victoria certa na lueta pela vida. Compridas raizes, vigorosas, enterrar-se- hão no sub-solo, procurando a agua e a humidade que a superfície lhes recusa. D’ahi esta formula ex cellente, que deve applicar se aos prados:
Na primavera:Por i hectare de terreno
3oo kilogrammas de nitra ta de soda.
No outomno:Por i hectare de terreno
65o kilogrammas de phos- phato de cal, 25o kilogrammas de kafnite e 3oo kilogrammas de sulphato de cal.
o--.- • ' . . . i . tÍ . í
.ISas-la SSHta €&5Iveira 38 a rocies c* A n lo isl» l la i1- qgjfes Sepisha agrailcciem pr©f5s»«IaiMei2áe reeóitbe- cÉdos a íodas as pessoas «geie durante a doença a qsse ssacessasaMãs seaa sami- ío cho rad© ssaarid© c pae Anáojslo Marffsaes Scpi- nSaa o v isitaram , oea egne d irecta oss in d irecta m e n te se IM oran a adagas «1© seaa estado e áípaellas íjsae nos trasases Miais affílicti- vos She dcraííia provas de estim a c condolência, as- sâaaa como ás qpe se ias- corjj^rarasn s ê © p re stitó apse © eojídBszto á saaa tsi- ttins exorada.
A todos. pois, a expressão iaáinaa de sum sisace- ro agradeclasseaíto.
II. £ ("
*Jasliáo da Veiga Mar- ques agradece in te lra - sii eu te re co n h ecid o ás pessoas 4jsae du ran te a doença a que saaccuínfoiu sua estrem ecida mãe íS ertm des de eJesaas Ma- gasa sc I s n f o r B s a a r a m do sesi estado, assisai como a todas as íjíbc a aconapaaslia- w m á sssa taMitaaa moa^da.
Aos sesas colSegas que jio r eiEgasao da lio ra Kão poder isaa aeoaaapaiiliar o préstito, peile desculpa e agradece a*econliecida- aiacaíe.
A todos, po is. se confessa suaaaBsaamente g ra to.
ANNUNCIOS^
A r n s T U N C i o
i l
Moita, desta comarca, livre de fòro, e 110 valor de 2403000 réis. — Uma porção de terreno, contiguo e que faz parte da mesma fazenda, arrendado a Antonio Marques da Silva que paga a renda annual de 2$25o réis pertencendo a este as bemfeitorias 110 valor de 453000 réis. São citados para a referida prada quaesquer credores incertos nos termos da lei.
Aldegallega do Ribatejo 10 de janeiro de 1902.
o ESCRIVÃ O
Antonio Julio Pereira Mou- tinho, o escrevi.
Verifiquei a exactidão.
0 JUIZ DE D IR EITO
N. Souto.
(S .a ! BaaMicação)
Por este juizo e cartorio do segundo ofhcio, e pela execução de sentença de Letra em que é exequente Joaquim Jorge Canastra e executados Antonio Rodrl gues Moço e sua mulher Marciana de Jesus, fazen deiros, residentes no sitio da Broega, freguezia da Moita, hade ter logar á porta do tribunal desta comarca no dia 2 de fevereiro proximo, pelo meio dia, e pelo maior preço sobre o abaixo declarado, a venda dos prédios penhorados pela m esma execução Um fazenda de terra de semeadura, vinha, urna casa, sita nos Brejos, freguezia da
aí
D O P O V OPara aprender a ler
por
TRINDADE COELHOcom desenhos de
Raphael Bordallo Pinheiro
paginas luxuosamente illustradas
A V U L S O 50 RS.P E L O C O R R E IO 0 0
Descontos para revenda: até 5oo exemplares, 2o°[0 de desconto; de 5oo até 1000 exemplares. 25°[0 ; de 1000 a Sooo, exemplares, 3o°j0.
A ’ v e s s d a esjs t o d a s a s II- v s - a s ia s do p a i s , i l h a s 1 e e íltra im aa* , e asa c a s a editoraLIVRARIA AILLAUD
Rua do Ouro, 242. i.° — LISBO A Acceitam-se correspondentes em to
da a p; rte.
4 O D O M I N G O
A N T I G A M E R C E A R I A DO P O 11V
D O M I N G O S A N T O N I O S A L O I OSre.ste esíafoelèèlííiciiíí© co co ssín -sc á vcatla j>ei#s preço s m sis eoavl-
datSvos. tani varlad© «©rtfiaejst© de goaeros jíp a p rio s <1© scei r;UK© de e«as- luerelo . ©ffereeead© p o r isso as mssiores garaatlas a©* seas estim áveis fre~ gísezes e a© re sp e ita re i pufeiieo.
R U A 3 3 0 C A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
r
-A .L D .H G -.A .L jXj E G - A . D O R I B A T E J OGrande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende
todos os seus arligvs pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns A I N D Á M A I S B A R A T O S
Grande colleccão dartigos de Reli 'ozeiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR 0 .Selins pretos e de cor para fó rro s de fatos para homem, assim como todos os
accessorios para os mesmos. _ 4Esta casa abriu uma SECCÃQ ESPECIAL que muito ulil é aos habitantes
desta villa, e que e aCOMPRA ÈM LISBOA d e todos e quaesquer arligvs ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o ~elo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capilal.
B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piugniinhas para creanças de todas as edades.
A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O É GARANTIDA A divisa desta casa é G A N H A R POUCO PARA V E N D E R M U I T O .
J O A O BENTO & NUNES SE CA UVA LHO88, R. D I R E I T A , 9 0 - 2 , R . DO C O N D E , 2
S A L C H í C H A R I A M E R C A N T I LD E
JOAQUIM PEDRO MM RELOGIOCarne cie porco., azeite de Casteilo Branco e mais
qualidades, petroleo, sabão, cereaes e legumes.
Todos estes generos sao de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.
«.Srajsdes dese©sf©s para ©s re v e a d e d o re s!
5 p a 5 0 , Largo da Praça Serpa Pinto, 5 4 a 5 0
Í L D E mi a b u m h i í k i
• Com «ffOeiaa d i -:
CORREEIRO E SELLEIRO 18, RUA DO FORNO, 18
', , , mnG LDK
lifKi
JOSE’ AUGUSTO SALOIOEncarrega-se de todos os
trabalhos lypograpliicos. iC. L A R G O DA M I S E R I C Ó R D I A . j6
D E P O S I T OD E
VINHOS, VINAGRES E AGUARDENTESE F A B R I C A D E L I C O . B E S
M H E D E P O S I T A D i A CIIEI) 1T A D A TAGI I I CÂ DEJ l i S E N & c / ~ 1 1 B M
D K
fI>rrÕmO>
mO>
C E R V E J A S , G A Z O Z A S , P I R O L I T O S VENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA
L U S A S & C.' —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
vialM ísViriho tinto cfêípa-ito de, i.:1. litro
» )> ■ m )> j» f 2;a. »» branco » » »d verde, tinto... í » »» abafado. braruô » »» dc Coljares, tinjo »• garra ta» Carcávellos br.?° » »« de Palmella. . ., -> »» do Porto, superior »» da Madeira. . . . . . . »
VimagresVinagre t nto de i.a. litro..........
» _ » » ;2.8, a ............» branco » t.“, »
» » » . 2.J, » ..........
fij coresLicor de ginja de i.a, litro.........
» » iiniz m » » ! . . . . .»' » canella.......... ........... ?..» » rosa............. .........)> » norteia pimenta ........
•.Granito\ .............................Com a garrafa mais 6o réis.
do rs. 40’ » 70 »
iOO »15o »16i> » •240 » 240 » 400 »
Alcoo! 40o.. AguaKiente
AgMardeates....... ..............litrode prova 3ò” . »ginja. ......... »de bagaço 20o » i.a » » 2.0o ». 2.a» » 18o.»>> tigo 20”. »» Evora 18’.»
Casta a 'ESraaieaç Pará l i .
60 rs. 5o d -
80 » õo »
2(10 » 180 » i8q 180 » 180 » 280 »
. . . . . . . ............ HtrOíCabo Verde................... »
; Cognac........... ■ - garrafa
: Genebra. ...................... »
J20'1’S. 1)20 >> 240 » 160 >1
15o u
140 » 120 » 140 »
7011 rs. 600 »
[$200 »1 S- 00 n
36 0 »
<oW—1H-J<OUJ
Q—1<
CERVEJAS, GAZOZAS E PIROLITOSPosto em casa do consu nidor
» Cerveja de M rço, d u /ia........» Pilcener, » ........d Ja pipa. meio barril .
; Gazozas, du/.ia.......................I Pirolitos, caixa, 24 garrafas. ..
4S0 rs.
(Tapilé. I5ts»« s*êl» e»»B garrafa 8 4 0 r é is E M A IS B E B ID A S D E D J F F E R E X T E S Q F. I L ID A D E S
PARA REYEM0ERV E N D A S A D I N H E I R O
PEDIDOS A LUCAS & C,A — ALDEGALLEGA
si M i
COMPANHIA FABlilL SINGERl )()r 5 00 rfis semanaes se adquirem as cele-
br es machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO Ã O DA CRUZ, cobrador
da casa «& C'.:i e concessionário em Portugal para a venda das ditas machinas.
Envia catalogos a quem os desejar, yo, rua do Ralo, yo — Alcochete.
M O V A S A L C H S C H Ã R I Ã1 >E
A N T O N I O J O A Q U I M R E L O G I O
O p ro p r ie tá r io d 'csíe estaS»e!eísImieret© pr©mette te r sem pre ffreseos. e dé p r im e ira cpíaSIdade iodos ©s g cae ro s qne dizem respelí© a saScljteharia.
'PRECOS AO ALCAKCE BE TODOS!o ■ 1 L~ !j * <o>— ■ ■ !
L A R G O D A E G R E J A — A L D E G A L L E G A
MERCEARIA ALMGALLENSEDK
José Antonio Nunes
Neste estabelecimento encontra-se à venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commerCio, podendo por isso ojferecer as maiores garantias aos seus estmia- veis fregueses e ao respeitável publico em geral.
Visite pois o publico esta casa.
1 9 - L À E G O D A E G R B J A - 1 9 - A
Aldegallega d© B&Ifratej©
HAVANE Z A DA PRAÇA 1 2 : 0 0 0 3 0 0 0 D E R É I S
Quarta loteria do anno em 3i de janeiro de 1902
Kncontra-se, dos princip; es cambistas, n'esta casa grande sortimento tk bihctes, meios bilhetes, quai tos >'e bilhete, décimos, vigésimos e cautellf- de todos os preços.
Ksta eása é a m ais fe liz ss© g eaero !
I 0 Ã 0 ANTONIO RIBEP R A Ç A S E R 1\ í P IN T O — A LD EG A LLEG A