Teologia do novo testamento Professor Sandro Valentin

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Disciplina: THEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO - MÉDIO

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Teologia do Novo Testamento

Disciplina:THEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO - MDIO

PROF SANDRO VALENTIN

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O Dicono Sandro Valentin Pregador, Palestrante e Conferencista.Congrega na Assemblia Deus Min. Belo Horizonte Regio da Pampulha (Sta Mnica),Bacharel em Theologia pela Faculdade Unida de Vitria ES,Professor de Theologia na Escola de Theologia Minas Gerais,Casado com Suliane Camila, exerce seu ministrio Denominado Voando Como guia, onde Ministra a Palavra De Deus em Todo o Brasil.

Teologia do Novo Testamento a compreenso das questes relativas a Deus expressas pelo Novo Testamento, nele subentendidas ou dele dedutveis. Ela no se traduz necessariamente sempre em termos usados pelos escritores do Novo Testamento, mas est implcita no que eles disseram, pois o que eles dizem sempre tem por base sua compreenso dos caminhos de Deus.

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Teologia do Novo Testamento Sumrio: Introduo Teologia dos Sinticos Teologia de Joo Teologia de Atos O Kergma O Jesus Histrico A Igreja Teologia Paulina Relato Biogrfico de Paulo

Teologia dos Hebreus e Epistolas Gerais Epstola de Tiago Primeira Epstola de Pedro Segunda Epstola de Pedro Teologia de Judas Epstola Joanina Teologia do Apocalipse Consideraes Finais Bibliografia

Teologia do Novo TestamentoIntroduonfase e Enfoque da Teologia do Novo Testamento: - necessrio fazer a tentativa sincera de encontrar o sentido que os autores transmitiram quando escreveram seus livros numa situao histrica especfica. de extrema importncia entender que os escritores dos livros do Novo Testamento no estavam escrevendo obras teolgicas completas. Eles estavam concentrados nas necessidades das igrejas s quais escreviam.

Teologia do Novo Testamento O Novo Testamento no uma histria dos tempos do Novo Testamento, nem uma descrio da religio do Novo Testamento. Ele tambm no parte da idia de que o Novo Testamento foi escrito como Teologia, como j foi dito acima. - O que os escritores escreveram no deva ser visto como uma coleo aleatria. Por traz de todos os livros est profunda convico teolgica, de que Deus agiu em Cristo, em outras palavras, h teologia por trs de todos os textos do Novo Testamento.

Teologia do Novo Testamento- Nenhum escrito do Novo Testamento nasceu com etiqueta cannica. A declarao de que um escrito cannico significa em primeiro lugar apenas que ele foi declarado cannico mais tarde, pelas autoridades da Igreja segundo ao quarto sculo, e em alguns casos apenas depois de muita hesitao e desentendimento. - A Teologia do Novo Testamento est preocupada com f, esperana e amor; pecado e salvao; vida aqui e agora, as esperanas para o futuro; e acima de tudo com Deus e o que ele faz em Cristo.

Teologia do Novo Testamento A Teologia do Novo Testamento est preocupada tambm com o produto final e no com o detalhamento dos passos ao longo do caminho, ela analisa o que distingue os primeiros cristos do que criam o judasmo ou helenismo da sociedade do primeiro sculo em geral. - A Teologia do Novo Testamento tem como precauo combater qualquer tipo de pragmatismo religioso. - Doutor Morgan afirma que o telogo no tem a mesma liberdade do historiador, pois o telogo deva est fundamentado nas doutrinas da antiga Igreja.

Teologia do Novo TestamentoCaminhos Histricos da Teologia do Novo Testamento.2.1 Das Origens da Igreja Idade Mdia. Este perodo marcado pela hegemonia da Religio. No h desenvolvimento da TNT, a canonizao dos livros do N.T. foi de grande preocupao nesta poca. Focalizao apologtica dos dogmas da igreja estava em debates conciliais. 2.2 Da Idade Mdia a Reforma. O catolicismo Romano considerava o N.T. como o A.T., uma parte da tradio eclesistica. A tradio formada no seio do escolasticismo, era o meio de interpretao da Bblia.

Caminhos Histricos da Teologia do Novo Testamento 2.3 Da Reforma ao Modernismo. Libertao da Hegemonia da Religio. As Escrituras libertou-se da tradio eclesistica usou como um brado de guerra sola scriptura. Neste Perodo houveram duas fatos positivos em relao s escrituras: 1) Reconhecimento das Escrituras como tendo autoridade superior tradio. 2) Com isto, resultou-se na auto-interpretao da Escritura e se tornou a fonte de desenvolvimento subseqente da teologia bblica. Lutero, Calvino e outros, foram grandes expoentes da teologia bblica.

Caminhos Histricos da Teologia do Novo Testamento 3. Era do Modernismo Marcado por dois momentos crticos. Sc. XVIII. 3.1 Reao racionalista. a) Perodo marcado pelo Exlio da Religio - Reao Racionalista. b) A interpretao bblica influenciada sob diversas influencias (Renascimento, Racionalismo e Iluminismo). c) Desenvolvimento de uma nova Hermenutica por mtodo histrico - critico.d) Do NT temos os expoentes desta interpretao: Lessing e Eiechhorn.e) Um racionalista chamado Johann Salomo Semler, declarou que: a palavra de Deus e a Escritura Sagrada no so absolutamente idntica. Isto implicava em que nem todas as partes da Bblia eram inspiradas.

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f) Os registros bblicos deixam de ser Palavra de Deus; inspirao do Esprito; so registros histricos humanos, como qualquer literatura antiga. g) Libertao do controle Eclesistico e teolgico.h) No se deve mais procurar uma teologia na Bblia, mas apenas da religio.i) Divrcio da Teologia Bblica coma a Dogmtica J.P. Glaber (1787).j) Teologia Bblica preocupa-se somente com aquilo que os homens criam h tempos atrs. k) Teologia Dogmtica aquilo que um telogo particular decide sobre assuntos divinos, considerados racionais e filosoficamente de acordo com a perspectiva e exigncias de sua prpria poca.

3.2 - Surgimento da Filosofia da Religio: Idealismo. a) Fundador da escola de Tubingen, movimento teolgico que aplicou ao estudo da Bblia uma viso anti - sobrenaturalista e uma metodologia histrico - critico.b) Utilizador da dialtica helegiana no estudo da histria do cristianismo, onde: (o padro de uma posio chama-se TESE; o padro de oposio chama-se ANTTESE, um novo discernimento ou aspecto de realidade chama-se SNTESE).

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c) O padro helegiano usado na teoria de Baur: Tese: Teologia Paulina o cristo est livre da Lei.Anttese: Teologia Judaica a lei tem valor permanente e deve permanecer como um elemento essencial na igreja crist.Sntese: O resultado desse conflito resolvido pela a igreja catlica do segundo sculo, a qual realiza uma harmonizao entre os conflitos.

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3.3 Reao conservadora. a) Estruturada por J.C.K. Hofmann, (1841) Telogo alemo, geralmente considerado como o expoente da escola de Erlangen. Focalizou o que mais tarde veio ser conhecido como Heilsgeschchte, (Histria da Salvao).b) Sua abordagem aos estudos bblicos foram os mtodos histricos combinado com a f da revelao bblica. Vindicao a autoridade e inspirao da Bblia por meios histricos, desenvolvendo sua teologia da histria da salvao, conforme dito acima.d) Cada livro da Bblia tem seu lugar lgico no esquema da histria da redeno. e) No consideram a Bblia basicamente coleo de textos-prova ou um repositrio de doutrina, mas como um testemunho que Deus havia realizado na histria da Salvao. f) As Escrituras foram designadas para serem s portadoras dos testemunhos e atos redentores de Deus.

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3.4 Perspectiva Histrica e Liberal na Teologia do Novo Testamento. a) A Teologia liberal anti-sobrenatural. No se aceita nem como hiptese os Milagres bblicos.b) Embora enfatize a autoridade da Bblia e um relacionamento pessoal com Cristo, est aberto s perspectivas intelectuais modernas, especialmente quanto a critica bblica e s doutrinas de uma expiao diferente da substituio pessoal.c) Consideram a verdade bblica subjetiva nas relatividades de histria.

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3.5 A Vitria da Religio sobre a Teologia.a) Wrede ataca o mtodo prevalecente de interpretar a Teologia do Novo Testamento como uma srie de sistemas doutrinrios, pois a f crist religio, e no uma teologia ou um sistema de idias.b) Mais uma vez sobre o Wrede, ele espera da teologia do Novo Testamento que ela mostre o carter especial das idias e da percepo dos antigos cristos, profundamente elaboradas, e nos ajude compreend-las historicamente.c) Weinel no demonstrou interesse de valor ou na verdade do cristianismo, mas somente em sua natureza estudada em comparao com as outras religies. Estabeleceu tipos de religies com as quais o cristianismo deveria ser comparado, para ser compreendido como uma religio tica de carter redentor.

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d) Weinel afirma que no lugar de uma teologia bblica do Novo Testamento deve ser colocada uma histria da religio do cristianismo primitivo... ele tambm veementemente contra o carter teolgico especial, que foi negado por Wrede.e) Sendo Jesus e Paulo, os dois maiores precursores da religio crist, muitos eruditos argumentaram em favor da religio de forma mstica e gnstica, entre eles est Wilhelm Bousset (1865-1920). Ele supera a poca de Baur atravs de uma sutil histria da origem e desenvolvimento do cristianismo, quando declara: muitos cristos eram adoradores de mistrios antes de se converterem. O que aconteceu foi uma transferncia dos conceitos dos deuses mitolgicos para Jesus de Nazar...

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3.6 O Retorno Contemporneo Teologia Bblica.a)Durante a dcada de 1920 um novo ponto de vista comeou a ganhar corpo. O resultado disso foi um reavivamento da teologia bblica.b) A Razo do reavivamento se deve a trs fatores: 1) Descrdito no naturalismo evolucionista; 2) Reao contra o mtodo histrico 3) Recuperao da idia da revelao e que a Bblia de fato autoridade perante a histria. c) Martin Kahler em uma obra muito avanada certifica que o Jesus considerado verdadeiramente real o Cristo descrito na Bblia no o Jesus histrico enunciado pelo liberalismo.d) Wrede revela a divina natureza de Jesus no Evangelho de Marcos.

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e) C.H. Dodd encontra a unidade da mensagem do Novo Testamento no Kerigma, cujo centro encontra-se proclamao de que a nova era chegada na pessoa e na misso de Jesus.f) Filson argumenta que a teologia do Novo Testamento deve compreender a histria do Novo Testamento sob o ponto de vista Teolgico, isto , do Deus vivo que age na histria, e cujo evento mais notvel a ressurreio de Jesus.g) Hunter desenvolve a unidade do Novo Testamento dizendo em termos de um Senhor, uma Igreja, uma Salvao. Sua interpretao inclui na totalidade daquilo que a vinda de Jesus Cristo envolveu. Certamente sua pessoa, sua obra e suas palavras, mas tambm a ressurreio, o advento do Esprito e a criao do novo Israel (Igreja).

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h) Oscar Cullmann Segue a interpretao da histria da Salvao... dando uma viso nova que o principio da Heilsgeschchte, o centro unificador da teologia do Novo Testamento. i) Alan Richardson assume a abordagem Kerigmtica, usando uma brilhante interpretao do esquema de salvao do Antigo Testamento encontrada nas pginas do novo Testamento originadas no prprio Jesus e no foi o produto da comunidade da f. j) Kmmel disserta que a mensagem central encontra-se no ato salvador de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Em Cristo, Deus iniciou sua salvao prometida para o fim dos tempos e nesse evento relacionado a Cristo Deus nos encontra para resgatar-nos.

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3.7 A Escola Bultmaniana.a)Os expoentes da abordagem Kerigmtica assumem a continuidade entre o Cristo proclamado no Kerigma e o Jesus Histrico.b) Rudolf Bultmann, o chamado telogo Kerigmtico, reinterpreta o Jesus histrico em termos mitolgicos... O Kerigma a expresso do significado que Cristo teve paras os cristos primitivos, formulado em termos mitolgicos.c) H trs fatores que fundamentais da interpretao de Bultmann.

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d) Deus jamais compreendido por meios de eventos histricos visveis, logo, todos os atos sobrenaturais a encarnao real, o nascimento virginal, os milagres, a ressurreio corprea, etc., so fatos no histricos, mas mitolgicos.e) Os Evangelhos Sinticos nos fornecem tal descrio teolgica de Jesus a ponto de os eventos mencionados no poderem ser histricos.f) O Kerigma foi expresso em termo mitolgico e precisa ser desmistificado a fim de haver o seu significado existencial.

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3.8 O Surgimento da Teologia Neotestamentrio em Torno da Pessoa e do Ensino de Jesus. 3.8.1 Fundamento: a) Jesus cristo, como pessoa histrica e divina o fundamento da verdadeira teologia.b) Jesus o Padro de aferio. (Efsios 2.21 a pedra angular do Edifcio).c) Jesus a convergncia da interpretao das Escrituras. (primitiva, medieval, reformada, contempornea).

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3.8.2 O Surgimento da Teologia em torno da Pessoa e do Ensino de Jesus. No princpio, tudo acerca de Jesus os fatos e os ensinos eram transmitidos oralmente. (Jesus escreveu uma nica vez!). 3.8.3 Causas que Provocaram a Origem da Formao Teolgica: Cartas de instruo dos lderes cristos para o doutrinamento dos novos crentes. a)O Rpido Crescimento do Nmero de Crentes: 1) Dificuldades para instruir oralmente; 2) Conflitos de natureza mltipla: (heterogeneidade: judeus X proslitos (gentios) Atos 6. b) Disperso dos Crentes: Os primeiros 25 anos da histria crist, com perseguies, impulsionaram a igreja na implantao do Evangelho pela sia e pela Europa, culminando no surgimento de muitas igrejas e instruo escrita a qual era lida perante a Congregao, copiada e enviada a outras igrejas.

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a) Surgimento de problemas de natureza comportamental: Embates acerca dos costumes pagos entre os convertidos, a moral do cristianismo. Os Escritos surgiram para orientar objetivamente, fundamentados no ensino de Jesus como os cristos deveriam se portar entre os irmos o corpo de Cristo e entre os de fora, com um viver digno, segundo a vontade e o padro de Cristo. Ex.: Indisciplina nos cultos, a imoralidade sexual, o faccionismo entorno de nomes de pregadores, a crena nos dons espirituais e a falta de discernimento do sentido da Ceia do Senhor. b) Choque das esperanas crists com a hostilidade e crueldade do mundo que tinham de enfrentar: Como entender violncia at o martrio, diante das promessas de Jesus. Escrever para consolar os cristos assoados pela perseguio e a perseverar na f at o fim. Caminhos Histricos da Teologia do Novo Testamento

e) Choque entre a mentalidade judaica e a gentlica no encontro de cristos judeus e cristos gentios: 1) Entrava-se em choque de ponto de vista (sistema) religioso originrio (Atos 15); 2) Ex.: A ressurreio dos mortos, a volta de Jesus, a justificao pela f sem as obras da lei, etc.f) Infiltrao de heresias nas fileiras crists: 1) Fbulas criadas pela mente humana, movida por fanatismo e superstio, infiltraram-se entre os cristos e ameaava a f, ou no mnimo, confundia os crentes. 2) Ex.: O legalismo. O nicolaitismo. O gnosticismo, combatido no Evangelho do Senhor Jesus Cristo conforme Joo para provar que Jesus no era uma simples emanao de Deus, ou mera apario incorprea, mas sim a encarnao do Verbo.

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3.8.4 Os Escritos que hoje formam o Novo Testamento.a)A formao do Novo Testamento, no originou com os Evangelhos, outros escritos surgiram primeiro, foram s cartas. Paulo, por exemplo, desenvolveu sua teologia a partir da pessoa, obras e ensinos de Jesus, e buscou alicerar sua autoridade nessas realidades. Quando Paulo disse aos Corntios Porque eu recebi do Senhor o que tambm vos ensinei (1 Co 11.23) ele estava revestido de autoridade em seu ensino por base-lo naquilo que havia recebido do prprio Senhor Jesus. Em outras palavras, Paulo no quis construir um edifcio por si mesmo, de sua prpria sabedoria e inveno, mas ensinou o que aprendera de Jesus Cristo. Ver tambm Glatas 1.11,12; 2 Co 13.3; ver tambm o testemunho de Pedro em 2 Pedro 1.13-16.

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b) Os Escritos do Novo Testamento so autnticos e revestidos de autoridade, pois em ltima anlise, fluram da pessoa, obras e ensino de Cristo Jesus. c) Qualquer teologia que colida com a pessoa de Jesus em sua historicidade e divindade carter milagroso de sua obra falsa e perniciosa ao Reino de Deus.

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Teologia do Novo Testamento3.9 - Divises da Teologia do Novo Testamento. fundamental que estudo da Teologia elaborada em cursos teolgicos fundamentais, exera um papel mais didtico, isto , um estudo parte a parte de cada classe. So eles: a) Teologia dos Sinticos; b) Teologia de Joo (Evangelhos e Cartas); c) Teologia de Atos; d) Teologia Paulina; e) Teologia de Hebreus e as Epstolas Gerais; f) Teologia Apocalptica.

Teologia dos Sinticos1. Joo Batista 1.1 O Preparo de Joo Batista. Joo Batista um dos personagens de grande importncia, ele faz a ponte de ligao do Antigo Testamento e o inicio do Novo Testamento registrado pelos quatro evangelistas. Deus no falava ao povo de Israel profeticamente cerca de quatrocentos anos, Joo foi o protagonista deste maravilho evento, que a mensagem proftica dando assim origem a uma nova etapa das promessas divinas. O preparo de Joo notificado por interveno divina. Tudo origina com marcas das providencias de Deus na histria humana. O nascimento de Joo foi um evento miraculoso de Deus. Seus pais, Zacarias e Isabel, eram velhos, principalmente, a mulher marcada pelo infortnio e a desgraa de um preconceito de ser amaldioada por ser estril, mesmo assim no abandonara a Deus e no nenhum vestgio de murmuraes (Lc.1:6); Como Deus o Deus das coisas impossveis (Lc.1:37).

Teologia dos SinticosEsta no a primeira vez que Deus age assim, temos exemplos notveis de Abrao e Sara j avanados de Idade, sendo Isaque o continuador da promessa; Ana que era estril e aps a beno do sumo sacerdote Eli, cujo seu primeiro filho Samuel foi profeta, sacerdote e juiz de Israel. Sanso, onde sua me tivera a experincia da esterilidade, e Deus deu Sanso com a finalidade de libertar o povo de Israel. Estas experincias e testemunhos nos servem de consolo para os momentos de crises que vivemos no decorrer da vida crist. Deus enviou o anjo Gabriel, o mesmo que em pouco tempo falaria com Maria sobre outro miraculoso nascimento, talvez de todos que so evidenciados na histria do povo de Deus, este seria o maior e impar. Em (Lc.1:80), disserta sobre o desenvolvimento e o modo de vida de Joo Batista. Ele crescia e se fortalecia em Esprito. Egidio Gia Comenta: O lar do precursor estava incrustado nas montanhas da Judia.

Teologia dos SinticosEm contato com a natureza e vivendo num lar piedoso e humilde, Joo, ensinado por seus pais, poderia alimentar na sua mente e no seu corao as radiosas esperanas do nascimento do Messias. Estudando o livro santo, crescia e se fortalecia no esprito, para servir a Deus. Em contato com a natureza, aprendia tambm a ilustraes preciosas para sua futura misso e obra de precursor, vivendo uma vida simples, no vestir e no comer. Crescia, assim, no fsico, normalmente como outro menino qualquer, vivendo no deserto, isto , em stios pouco habitados, durante trinta anos. Que pensaria na sua meninice e juventude? Pela sua vida, como precursor, podemos deduzir que pensava nas coisas de cima e as buscava, e a prova disso est no prprio texto: e se fortalecia em esprito. Como? Pela meditao nas Santas Escrituras, pela comunho constante com Deus e pela f genuna que Deus, na sua grande misericrdia, lhe prodigalizara,

Teologia dos SinticosAlguns estudiosos argumentam que a vida no deserto, significaria tambm, est em contato com um grupo separatista, os essnios, isto se deve a semelhana da apresentao da sua mensagem e ritmo de vida,. A forma de Joo se vestir e como se alimentava trs ao nosso conhecimento a simbologia de vida proftica, Adolf Pohl estabelece a seguinte afirmao: no oriente o cinto uma pea de roupa importante e especialmente caracterstica. Ele serve para levantar e amarrar as roupas espaosas, e tambm para prender armas e ferramentas, guardar dinheiro e at como sinal de posio social. Pode ser feito de l, linho ou couro, eventualmente bordado, trabalhado e ornamentado. Quando Quiseram descrever Elias em 2 Rs. 1:7,8, falaram do seu cinto de couro.

Teologia dos SinticosA lembrana do seu manto tambm estava arraigada na tradio (1Rs.19:13, 2Rs.2:8,13s). claro que o cinto de couro, a roupa grosseira de plos de camelo e a alimentao com gafanhotos cozidos ou torrados e o mel tirado de fendas. Nas rochas ou rvores ocas, se viam para caracterizar qualquer morador comum do deserto (Mt. 11:8). Eram tudo coisas que se conseguia fora do mundo civilizado. O que chama a ateno abstinncia de carne e vinho. Tudo isso mencionado aqui com destaque e aponta para a simplicidade proverbial dos homens de Deus (Is.20:2; Zc.13:4; Mt.7:5;Hb.11:37). Naturalmente nem todas as pessoas simples so profetas, na medida do possvel independentes em sua vida exterior. Eles no precisam o que a gente precisa. Afinal, o que pessoas envolvidas com o mundo teriam a dizer ao mundo?!

Teologia dos Sinticos1.2 A Vocao de Joo Batista Joo foi preparado por Deus, em cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Alguns ttulos designados a ele, denotando-se relevncia do seu ministrio. Termos como anjo (M.1:2); apstolo de Deus (Jo1: 6); Elias (Mt: 11:14) a Voz (Jo: 1:23; Mc: 1:3). Todos estes designativos refere-se a relevncia do seu ministrio proftico. Adolf Pohl comenta com preciso a relevncia do seu ministrio retratado nas profecias do Antigo Testamento: A citao da profecia de Isaas apresentada uma parte de Ex. 23:20: Eis a envio diante da tua face o meu mensageiro (anjo), e outra parte de Ml.3:1: O qual preparar o teu caminho. Estas combinaes de palavras bblicas so comuns no judasmo... Desta maneira, a palavra de Is. 40.3 que segue recebe direo: Voz do que clama no deserto:

Teologia dos Sinticos1.3 A Misso de Joo Batista. A misso de Joo o Batista destaca-se na mensagem que ele transmite e o ritual do batismo, Cujo a mensagem est inserida no significado de preparao para o segundo batismo que do messias evidenciando dois aspectos significativos da sua mensagem. Goppelt comenta que sua pregao tem quatro temas teolgicos, a saber: 1) A proximidade do Juzo da Ira; 2) A convocao para o arrependimento; 3) O ritual do batismo como ato de preparao e iniciao; 4) O Advento do Messias trazendo a proximidade do Reino de Deus (Cus).

Teologia dos Sinticos1.3.1 - A pregao da Proximidade do Juzo da Ira: Este o primeiro dito, Mt. 3:7, Quem vos instruiu a fugir da ira vindoura?, e a metfora final de 3:10 elucida, de maneira drstica, a situao dos ouvintes,: J est posto o machado raiz das rvores; toda rvore, pois que no produz fruto cortada e lanada ao fogo. Segundo essa metfora, os israelitas, sem distino, se assemelha as rvores cujas razes foram descobertas para o corte que as derrubar. Essa figura destaca dois aspectos.

Vamos pensar!!

Teologia dos Sinticos1.3.2 - A convocao para o arrependimento: A idia que a Bblia traz da justia de Deus est contextuada no significado de Deus executar seus juzos, e mesmo neles, seu foco central a redeno, o meio pelo qual s se alcana pelo arrependimento (Mt.3:8) Produzi frutos dignos do arrependimento. Significa que a rvore deve receber um cultivo melhor para produzir frutos, seno ela cortada(...) segundo Joo, o chamado do arrependimento no se precipita numa nova organizao sob a lei, mas vai direo ao encontro escatolgico definitivo com Deus. E de fato a escatologia de Joo se concentra na vinda do Messias e a implantao do Reino de Deus.

Vamos pensar!!

Teologia dos SinticosTeologicamente:O que Batismo?Qual o valor do Batismo?Quais os tipos de Batismo?O Batismo garantia de algo?Qual o simbolismo do Batismo?

Teologia dos Sinticos1.3.3 - O Ritual do Batismo: Goppelt comenta que o batismo de Joo no era um ato simblico de confisso, mas um sinal da condescendncia do Deus que perdoa. Para Ladd, o batismo de Joo rejeitou todas as idias de uma justia legalista ou nacionalista e exigiu um retorno moral e religioso a Deus. Adolf Pohl entende que o batismo acontece tendo em vista a remisso de pecados, no de transgresses espordicas de mandamentos... Nem purificao regular de pecados prevista pela lei mosaica, mas para a criao de um novo conserto com o Deus de Israel. Kmmel reporta que o batismo joanino, pode-se dizer, com grande probabilidade, que o batismo era compreendido como sacramento relacionado com o iminente juzo final, o qual equipava e purificava a pessoa que se arrependia e se deixava batizar por Joo, para que assim pudesse subsistir diante do juzo final. Dentro deste contexto que aborda Kmmel, ele est coberto de razo, em virtude Joo imaginar que o juzo seria to iminente quanto ao machado posto na raiz da rvore. Mesmo Joo no entendendo, isto em certo sentido, aconteceu de forma espiritual, na mensagem de Jesus quando esta era rejeitada, a situao de quem rejeito j era o juzo iminente, (Jo. 3:18-19).

Teologia dos Sinticos1.3.4 - O Advento de Cristo: Os evangelhos renem as expresses designativas de como Joo referia o Messias que haveria de vir e qual seria o ponto culminante de sua misso. Mt 3.11-12 e Lc 3.15-17 o designa como aquele que mais poderoso do que Joo; em Mc. O Messias e mais forte do que Joo; em Jo 1.29-32 reporta como o Cordeiro de Deus e aquele que viria depois dele era antes dele. Em que sentido Jesus seria mais poderoso? Kmmel diz que Joo reconhece ser o precursor do juiz celestial, o qual ser enviado por Deus depois dele. Na condio de vulto celestial, esse juiz divino estar muito acima dele, no que refere tambm a qualidade do seu batismo que bem superior e definitivo.

Teologia dos SinticosTeologicamente:O que Batismo com o Esprito e com fogo?Qual o valor deste Batismo?Qual o simbolismo deste Batismo de elementos distintos?

Teologia dos SinticosEm se tratando da misso de Jesus o batismo com Esprito Santo e com fogo referida por Joo a misso que o Messias executaria na vida dos homens. Segundo Ladd, a proclamao de Joo ficou sujeita as diversas interpretaes: Primeiro: o ponto de vista da maioria de que Joo anunciou somente um batismo de fogo. Ele proclamou um juzo iminente de fogo purificador. A idia do batismo co o Esprito encarada como um acrscimo cristo luz da experincia do Pentecostes. Segundo: um ponto de vista alternativo que quanto ao batismo do pneuma, no se trata do Esprito Santo, mas, sim do sopro flamejante do Messias, que destruir seus inimigos (Is. 11:4).

Teologia dos SinticosTerceiro: Joo anunciou um nico batismo que inclui dois elementos a punio dos mpios e a purificao dos justos. Quarto: que este ponto de vista sugerido pelo prprio contexto. Aquele que estava por vir batizaria os justos com o Esprito Santo e os mpios com o fogo... ... Se for analisar dentro de um estudo indutivo a quarta interpretao a mais coerente com a verdade... Principalmente o que Cristo promete em At. 1:5, o texto aqui no menciona o batismo com fogo. Certamente este fogo estar reservado para o grande dia da ira de Deus.

Teologia dos Sinticos1.4 O local da Pregao de Joo Batista. O texto de Mc 1.4, nos diz que Joo apareceu no deserto.

Adolf Pohl, explica que a expresso deserto tem um sentido mais que geogrfico. O deserto se diferencia de terra cultivada por ser pouco habitado, razo pela qual considerado um lugar de encontro intenso com Satans (V12)

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2.1 A Vocao de Jesus.2.1.1 A vocao de Jesus no batismo. Por que Jesus deveria ser batizado, visto que nele no havia pecado? Goppelt aponta para duas explicaes: a primeira a identificao com o batismo de Joo (11), isto , penso eu luz de Goppelt e outros eruditos, Jesus estava confirmando a misso de Joo o batista, e conforme Kmmel esta confirmao est ligada com a pregao de Joo Batista, onde Jesus concorda com a pregao da iminncia do juzo e a necessidade do arrependimento. (12) A segunda e talvez a mais suma (grifo meu) ... no batismo de Jesus ocorreu a confirmao de sua vocao para atividade messinica. (12). Com certeza isto justifica quando Ele diz que toda justia estava sendo cumprida (Mt. 3:15). Manson com muita propriedade chega a dizer que: raiz da autoridade de Jesus est na experincia do Jordo com que se iniciou a sua atividade pblica... (13). J. Jeremias est de acordo com Manson quando diz que: Ali Jesus feito o mensageiro do Senhor (14).

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2.1.2 Ministrio de Jesus. Certamente seu ministrio era trplice. (Mt 4.23), e ele estava em conexo com as necessidades elementares que justifica a misso de Jesus (Lc 4.18-21). assim que Ladd interpreta quando diz: No podemos compreender a mensagem e os milagres de Jesus, a menos que os interpretamos no contexto de sua perspectiva do mundo e da humanidade, assim como da necessidade da vinda do Reino. (15). Jesus veio com esta misso, implantar o reino de Deus na terra revelando a sua vontade, subjugar o diabo; e buscar e salvar o homem perdido. Contudo, as duas principais instrumentalidades de Jesus se consistem na sua pregao e seus milagres. Vejamos as duas separadamente:

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a) A pregao de Jesus. O modo como que Jesus fala com as pessoas diferenciado, justamente pelo estilo e a maneira como ele falava. Quanto ao estilo, J. Jeremias levanta uma dificuldade, em relao QUESTO DA CREDIBILIDADE DA TRADIO DAS PALAVRAS DE JESUS. Veja o que ele diz sobre isto: ... no possumos nem sequer uma s linha escrita pela mo do prprio Jesus. S (cerca de - grifo meu) trinta anos depois da sua morte que comeou a exarar por escrito, e no intuito de se obter uma viso abrangente, as palavras de Jesus, j h muito tempo traduzido para o grego. inevitvel que a tradio tenha sofrido alteraes durante um to longo perodo de transmisso oral... No s temos que contar com o fato de que as palavras de Jesus tenham sofrido alteraes no perodo que vai at sua forma escrita, mas temos que contar, alm disto, com a possibilidade de novas criaes, como por exemplo, as sete cartas do Apocalipse do capitulo (2-3). (16).

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b) Os Milagres de Jesus. Quando se faz um estudo analtico geral sobre milagres, percebem-se algumas correntes que cujas propostas so em muitos casos para trazer interpretaes diferentes daquilo que conhece como bblico. Em se tratando dos milagres de Jesus, a teologia moderna posicionou-se basicamente em dois extremos. Primeiro, em dizer que todo o evento miraculoso feitos por Cristo partiu de um mal entendido dos discpulos, sendo que, toda ocorrncia foram efeitos naturais cientficos que os discpulos desconheciam em sua poca, como por exemplo, o problema da catalepsia. Segundo, que os milagres so apenas narrativos criados pela tradio oral da igreja das origens tornando assim um revestimento mtico de idias. O mundo moderno no concebe mais esta busca do taumaturgo, pois est provida da medicina bem avanada e qualificada em suas especializaes. Em contrapartida a Teologia Bblica trs para a experincia no somente para o mundo antigo, como tambm o nosso que os milagres de Jesus foram reais dentro de uma proposta fundamental de servir como instrumentalidade a motivao da f.

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3. O Reino de Deus.3.1 O que o Reino de Deus? O Reino de Deus o domnio redentor de Deus, ativo dinamicamente, visando estabelecer seu governo entre os homens, e que este Reino, que aparecer como um ato apocalptico na consumao dos tempos, j entrou para a histria humana na pessoa e misso de Jesus com a finalidade de sobrepujar o mal, de libertar os homens do seu poder e propiciar-lhes a participao das bnos da soberania de Deus sobre suas vidas. A vs vos confiado o mistrio do reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parbolas; para que vendo, vejam, e no percebam; e ouvindo, ouam, e no entendam; para que no se convertam e sejam perdoados. (Marcos 4.11-12). Deve-se entender que o Reino de Deus, principalmente nos ensinos de Jesus, no compreendido em sentido geogrfico ou poltico. No corresponde a um imprio ou a um estado. No se trata de um distrito sobre o qual se exera poder, nem possui qualquer estrutura poltica. No se trata de um Reino em oposio a uma democracia ou a uma oligarquia. Biblicamente o Reino de Deus aponta para uma compreenso de constituio do direito que Deus se atribui de governar, da parte do homem e o ato de reconhecer aquele governo.

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Doutor Ladd ao definir o Reino de Deus quando diz: o Reino de Deus o domnio real de Deus, que tem dois momentos; um o cumprimento das promessas do Antigo Testamento na misso histrica de Jesus, e o outro a consumao no final dos tempos, inaugurando o sculo futuro. Ao analisar esta definio, podemos dividir e dissertar da seguinte forma: O Reino de Deus como domnio real de Deus; O processo histrico do Reino de Deus at o cumprimento da misso histrica de Jesus; e o Reino de Deus como consumao no final dos tempos.

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3.2 O Reino de Deus como domnio Real. Neste caso posso inferir que o Reino de Deus tudo. Que todas as coisas esto sob o seu controle. Que Ele domina sobre toda sua criao. Que esta criao histrica e futuramente ser redimida.3.3 O Reino de Deus no processo Histrico. O fato de conceber que Deus reina desde a criao, no suficiente para todos humanos. Deus quer fazer-se conhecido na realidade e histria dos homens, por isso, a necessidade do processo histrico.

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3.3.1 Idias das Pr-Profticas. A realeza eterna e absoluta de Deus era parte integrante da herana do povo no meio do qual nosso Senhor viveu e trabalhou. Estava presente nas suas Sagradas Escrituras, nos discursos das sinagogas, implcita nas suas oraes dirias. Isaias, em sua viso proftica, vira o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono. Mica, filho de Imla, viu o Senhor assentado sobre o seu trono e todo o exercito do cu junto dele, sua direita e sua esquerda. O ministrio proftico de Ezequiel inaugurou-se com a viso da carruagem real de Jeov. ( Is 6; 1 Rs 22.19; Ez 1.)... Esta viso de Deus como Rei, que tinha sido a inspirao dos grandes profetas do passado, tornou-se, nos dias de Jesus, num artigo de f para todo judeu piedoso.

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3.3.2 Profetas Posteriores. Aos grandes profetas do oitavo sculo coube purificar a idia de soberania de Deus, extirpando-a daquelas limitaes. Elias defendera as fronteiras de Israel contra as incurses das divindades extrangeiras, mas a Ams e a seus sucessores coube proclamar a supremacia de Jeov sobre todo o mundo, tanto dos homens como das coisas. Deus o nico arbitro dos destinos humanos, e todas as naes da terra, saibam-no elas ou no, esto sujeitas sua vontade.

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3.3.3 O ensino do Reino no Judasmo Ps-Exlico. Quando Jeov era apenas um Deus regional, era s em ocasies de perturbao ou desastre nacional que os homens preocupavam com o problema de Deus, e alguma explicao poderia ser encontrada ao menos satisfatria: alguns tabus, alguns rituais no observados corretamente foram postos margem. Mas ao descobrir-se que o Reino divino abrange o mundo inteiro, surgiu o problema de se compreender o sentido de toda histria.

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Trs fatores principais podem ser observados em ao: A influencia da velha mitologia semtica. Crena em seres peludos, sobre-humanos que atacam a noite, eles moram em ambientes de avestruzes e chacais. Outra superstio era, crena em seres de formas humanas, mas so espritos, que habitam na terra e no ar. So causadores de males e sofrimentos aos humanos. O radical dualismo da religio persa. A organizao de toda coorte de espritos maus em reino do mal com um arquidemnio frente parece que foi devida principalmente a influencia de idias inspiradas na religio persa com a sua bem elaborada doutrina dos reinos opostos de Ahura-Mazda e Ahriman. A prova mais evidente da influencia persa sobre a teologia judaica, o uso do nome Asmodeus para o prncipe dos demnios. Esse nome foi colhido diretamente na Eshma Daeva persa, o demnio da violncia e da ira no ultimo Avesta. Os resultados da reflexo sobre certas passagens do Antigo Testamento. A doutrina de um reino satnico foi, a reflexo sobre algumas passagens do Velho Testamento, a mais importante das quais Gn 1-4, que se refere ao nascimento de gigantes, resultantes da unio realizada contra a natureza entre os filhos de Deus (anjos) e as filhas dos homens (humanas). Acrescentam-se as passagens nas quais, Satans mencionado: 1 Cr 21.1; J 1 e 2; Zc 3.

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3.3.4 Reino de Deus nos ensinos de Jesus. Existem alguns pontos abordados por Manson, quando Jesus ensina sobre Reino. Primeiro o que Jesus ensina a respeito do Reino imediata apreenso e aceitao de Deus como Rei na sua vida... Veja que a frase seja feita a tua vontade assim na terra como no cu pode ser considerada uma parfrase de Venha o teu Reino, onde tal orao pode significar, antes de tudo: Que a tua vontade seja feita por mim... luz dessa exclusiva devoo e lealdade ao Rei celestial que todas as palavras de Jesus acerca do Reino dos cus devem ser interpretadas. Segundo conceito que Jesus tem do senhorio de Deus sobre a natureza no so as ocasionais manifestaes de estupendo poder, como geralmente visto no A.T., mas as coisas mais simples e comuns do campo, como a sebe de arbustos, as quais nos passam despercebidas. Em lugar da tempestade e do terremoto, fala-nos das flores do campo e do alimento dos passarinhos.

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4 Necessidade do Reino. H trs motivos fundamentais porque o Reino de Deus necessrio. Estes pontos j foram de certa forma abordada acima, mas ser necessrio de novo para melhor assimilao. 4.1 O mundo. Nossa era atual est comprometida com a runa. Nossa era uma convivncia de uma sociedade mista... O carter desta era tal que permanece em oposio com o sculo futuro e o Reino de Deus... As preocupaes da vida (material, secular, ausente de Deus), so motivos principais para confrontar a mensagem do Reino, resultando assim numa era pecaminosa. Paulo registra que esta era maligna e ignorante quanto a Deus (Gl.1:4; 1 Co.2:6). Esta era marcada pela existncia humana em fraqueza e mortalidade, do mal, do pecado e da morte.

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4.2 Satans. No A.T. e no perodo intertestamentrio h um contexto histrico sobre a existncia de Satans. Principalmente a apocalptica, trs interpretaes polmicas e desenvolve um vasto assunto sobre espritos e demnios. No entanto, dentro do Novo Testamento que ser feito a abordagem sobre a necessidade do Reino de Deus. Nos evangelhos, a principal funo de Satans opor-se ao propsito redentor de Deus... A tentao consistiu no esforo de desviar Jesus de sua misso divinamente concedida como servo sofredor, para que Satans ganhasse poder caso Jesus se submetesse a ele. Este episdio pode ser visto durante o ministrio de Jesus em formas bem sutis. Observa-se no Evangelho de Joo (6.14-15) d para perceber uma possibilidade de desvio da verdadeira misso de Jesus. Outro exemplo o de Pedro em (Mt. 16.22-23), Pedro se encontrava dentro da esfera de Satans, em querer impedir a crucificao. Confundimos-nos quando durante a sua priso o povo pede a sua crucificao, pois, no deixa de ser uma forma de Satans motivar ao povo a gritar que Cristo fosse crucificado.

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4.3 A Humanidade. H quatro ensinos bsicos do ser humano em relao a Deus. Em primeiro lugar, os seres humanos tm um valor supremo como filhos de Deus. Aos olhos de Deus a vida humana de valor nico e inestimvel. Em segundo lugar, est obrigao do homem como filho de Deus. A humanidade deve a Deus uma relao de confiana e obedincia filial. Em terceiro lugar, uma deduo natural, est irmandade dos homens. Este um fato universal por que a paternidade de Deus universal. Em quarto lugar, est o reconhecimento que o pecado quebrou a relao de filiao, mas de forma alguma alterou a Paternidade de Deus. A misso de Jesus tem como objetivo a restaurao daquilo que idealmente pertencia humanidade. A Paternidade de Deus um dom do Reino de Deus. H tambm algumas consideraes que Jesus faz sobre a humanidade cuja finalidade torn-las conhecidas aos homens. Primeira, o valor do homem em relao natureza toda (Mt. 6:26-30; 10:30-31), segundo, Deus tem direitos sobre a humanidade por isto ela deve servi-lo (Lc.17:7-10); terceiro, todos so pecadores e precisam de salvao (Lc.19:10).

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O lugar de Jesus no Reino de Deus na Terra. A Confisso de Pedro A questo decisiva est na declarao de Pedro: Tu s o Cristo. A partir desse momento, a vida e o ensino movem-se numa nova direo. Esta declarao confessional trs grandes mudanas bem profundas, quanto ao ensino, relao, exigncias e atividades no tratamento dos discpulos, pois antes, Jesus utiliza esses meios para trazer um anseio de percepo e compreenso. Aps a confisso tais pontos assinalados tornam-se exigncia de praticidade. Motivos da Exigncia de Jesus: Ele quer que seus discpulos usufruam de uma maior intimidade entre eles. Esta intimidade se modela na relao que o Pai tem com o filho. Tal relao era mais que familiar social e moral.

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O PAI NOSSO RBITRO SOBERANO DA HISTRIA DO MUNDO.,A santificao do seu nome. Mt 5.16, Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que ests nos cus. A vinda do seu Reino. Mc 8.38 O Filho do Homem... Quando vier na glria de seu Pai. Mc 13..32 S o Pai conhece o tempo da Parsia Lc. 12.32. O vosso Pai agradou dar-vos o Reino. Lc 22.29 Eu vos destino o reino como meu Pai mo destinou. Seja feita a tua vontade. O melhor comentrio sobre esta suplica orao de Jesus no Getsemani: Mc 14.36, No o que eu quero, mas que tu queres. O PAI CUIDA DE SEUS FILHOS E LHES SUPRE AS NECESSIDADES.O po de cada dia. Lc 11.13 = Mt 7.11 se vs, pois, sendo maus, sabeis dar boas ddivas aos vossos filhos, quanto mais dar o Pai celestial o Esprito Santo aqueles que pedirem Lc 12.30 = Mt. 6.32, Vosso Pai bem sabe que necessiatais todas estas coisas, (alimento, bebida, vertido).Perdo aos pecadores. Mc 11. 25, E quando estiverdes, orando, perdoai, se tendes alguma coisa conta algum, para que vosso Pai que est nos cus perdoe as vossas ofenas. Mt 6.14s. Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, tambm vosso Pai celestial vos perdoar vs; se, porm, no perdoardes aos homens as suas ofensas, tambm vosso Pai vos no perdoara as vossas ofensas. Proteo e livramento. Mt 17.14 No a vontade de vosso Pai que est nos cus que um destes pequeninos se perca. Conf. Mt 18.10.

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O Modo de Ingressar e viver no Reino de Deus. a) Formulaes paradoxais. Estas formulaes tm como objetivo de descobrir a verdadeira natureza de quem deve ingressar e permanecer no Reino de Deus. Tal utilizao causa no homem a reao para tal deciso, veja as frases: Quem quiser salvar a sua vida, perd-la-;quem perder a sua vida salv-la-Quem quiser ser o maior ser o servo de todosOs ltimos sero os primeiros; os primeiros os ltimos.

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b) Ingresso e permanncia no Reino. Ingresso: Ser como menino Mc 10.15Pronto para o sacrifcio : bens materiais Mc 10.23 e Lc 12.29; bem estar fsico Mc 9.47; Relaes familiares Lc 9.61 Absoluta obedincia vontade de Deus Mt 5.20; 7.21.Permanncia Discipulado:Inteiro sacrifcio de si mesmo Mc 8.34; Lc 14.28-33; Compreendendo relaes familiares Mt 10.37; Lc 14.26; e at a prpria vida Mc 8.35; Mt 10.39; Lc 17.33.Obedincia a Jesus Mc 8.34; Mt 10.38; Lc 14.27. Perseverante fidelidade a Jesus, em todas as circunstncias Mc 8.38; Mt 10.32; Lc 12.8.

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O Titulo Messinico (Filho do Homem), ocorre exclusivamente depois da Confisso. Aps a confisso de Pedro que Jesus reconhecido Filho do Homem (sentido messinico). Quando este termo aparece entre a confisso deve ser analisado exegeticamente em que sentido est sendo empregado. O Filho do homem quando empregado comum (hebrasmo), isto , O Homem; Aquele Homem, Certo Homem. Estas expresses so substitudas em lugar de Eu. Quando Jesus ensina sobre a vinda e a manifestao Filho do Homem no futuro. Mesmo que este ensino seja antes da confisso. Quando Jesus se intitula como Filho do Homem (sentido messinico), mesmo sendo antes da confisso.

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Duas coisas devem ser observadas: Primeiro: Talvez os textos no estejam assinalados corretamente na ordem cronolgica do tempo preciso um estudo exegtico e harmnico. Segundo: Pode ter havido interpolaes nos escritos ps-cristos. fundamental saber que o uso da expresso Bar Nasha significa simplesmente um homem. O termo Galileu, Hahu gabra (aquele homem ou certo homem empregada em lugar de Eu algumas vezes), este uso foi interpetado para o grego para Filho do Homem. Chega-se a uma concluso que Filho do Homem depois de um estudo exegtico, um estudo do harmonioso dos sinticos a fim de uma localizao do texto e uma analise teolgica mesmo que no atinja a perfeio ser um grande caminho para o conhecimento mais prximo da verdade

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1. O DUALISMO JOANINO.1.1 Os Dois Mundos. Na teologia Joanina, encontramos um dualismo aparentemente diferente ao dos Sinpticos. Nos Evangelhos Sinpticos, o dualismo primariamente horizontal: um contraste entre duas eras a era presente e a era vindoura. Nos Sinpticos a era presente ou esta era equivale a expresso este mundo (ver uso Paulino em I Co. 1.20; 2.6-8; 3.19 onde estes termos so usados alternadamente) O dualismo de Joo primariamente vertical, um contraste entre dois mundos o mundo superior ( de cima ) e o mundo inferior ( de baixo ), (Ladd, p.209). Vs sois de baixo, eu sou de cima; vs sois deste mundo, eu no sou deste mundo (Jo. 8.23).

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O dualismo Joanino representa quase sempre um contraste entre este mundo como mal, sob o governo do Diabo (16.11) e o mundo de cima de Deus (18.36). Jesus veio para ser a luz deste mundo (11.9). A autoridade de sua misso no procede deste mundo, mas do mundo de cima de Deus (18.36). Quando a sua misso estiver cumprida, ele deve partir deste mundo(13.1)... Jesus veio dos cus para cumprir uma misso que ele recebeu de Deus (6.38). 1.2 Trevas e Luz. O mundo de baixo do mal, recusa-se a aceitar a luz, governado pelas trevas (Mal), mas o mundo de cima de Deus da luz, Jesus veio trazer a verdadeira luz para os homens no permanecerem mais nas trevas, a fim de praticarem a verdade sem tropeo (1.5; 8.12; 9.5; 11.9; 12.35.46). Os que desprezam a luz, descrem em Jesus, coroam o Mal.

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1.3 Carne e Esprito. Outro contraste no dualismo Joanino est no sentido em que Carne pertencente ao reino de baixo; e Esprito, ao que de cima. A carne (no pecaminosa, pois o "Verbo se fez carne" 1.14 ) representa a fraqueza e impotncia do reino (inferior) humano, limitado, gerado na "vontade da carne" (1.13) e que incapaz de elevar-se vida do mundo de cima ( 6.63). 'O que nascido da carne carne'(3.6); o homem mortal precisa nascer de cima do Esprito, para compreender, experimentar e participar do Dom e das Bnos do reino de Deus (3.12). Jesus, (vindo de cima) instituiu uma nova ordem de adorao, sem Jerusalm ou Gerizim, substituiu escatologicamente instituies temporais (humanas) como o Templo, ao introduzir que a adorao espiritual "em esprito e em verdade" (Jo.4.24).

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1.4. O Kosmos. Joo fez uso deste termo ("mundo", kosmos): - Para designar a obra criada como um todo (17.5, 24); como a terra em particular (11.9; 16.1; 21.25), como designando (por metonmia) o gnero humano (12.19; 18.20; 7.4; 14.22). Destaque especial ao uso como sendo a humanidade o objeto do amor e salvao de Deus (3.16, 17; 4.42; 1.29 e 6.33) Deixa transparecer que o mundo criado no mal, pois "Todas as coisas foram feitas por intermdio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez" (1.3), o mundo criado, continua sendo de Deus. 1.5. Kosmos: O Homem em Inimizade com Deus. Um uso diferente do termo, no encontrado nos Sinpticos, que alm de habitantes e objeto do amor de Deus, kosmos caracteriza a humanidade decada, rebelde e alienada de Deus(7.7; 15.18; 17.25).

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O kosmos (humanidade) se afastou de Deus para servir aos poderes malignos, isto sim mal (12.31; 14.30; 16.11; ver I Jo 5.19). A vinda de Jesus originou uma diviso entre os homens do kosmos (15.19), os escolhidos por Jesus, formam uma nova comunidade organicamente em Cristo (17.15) no mundo, no pertencendo ao mundo (17.16), mas aborrecida pelo mundo (15.18; 17.14). Os discpulos tm uma misso (continuao da misso de Jesus) so enviados ao mundo (17.18), atravs da obedincia e santificao, Deus os guarda do mal (17.6,17,19,15). Esta separao do gnero humano em povo de Deus e povo do mundo o portanto, uma diviso bsoluta. Os homens podem ser transferidos do mundo para a condio de povo de Deus por ouvir e responder misso e mensagem de Jesus (17.6; 3.16).

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Dessa forma, os discpulos devem perpetuar o ministrio de Jesus no mundo a fim de que os homens possam conhecer o evangelho e ser salvos (20.31) do mundo. O mundo no pode receber o Esprito (14.17), pois, de outra forma, ele deixaria de ser o mundo, mas muitos, no mundo, aceitaro o testemunho dos discpulos de Jesus (17.20,21), e crero nele, mesmo sem jamais o terem visto (20.39). 1.6 Satans. Joo no registra a luta de Jesus com os poderes das trevas (Satans e demnios), ele simplesmente descreve a existncia sobrenatural de um poder maligno (8.44; 13.2), que prncipe(archon governador, senhor, assim que ele denominado nos Sinpticos cf. Mt 12.24) deste mundo (12.31; 14.30; 16.11), que est procurando vencer Jesus, embora seja impotente para tal (14.30), como derrotado (expulso) por Jesus em sua cruz (12.31,32; 16.11).

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1.7 Pecado. Nos Sinpticos hamartia foi utilizado para descrever os atos de pecado, manifestaes de pecado. Em Joo h uma nfase maior, colocada sobre o princpio do pecado. O Esprito Santo deve convencer o mundo do pecado (no de pecados) (16.8). O pecado um princpio que, neste estgio, se manifesta na descrena em Cristo. Todo aquele que vive na prtica do pecado est em escravido um escravo do pecado (8.34). O pecado humano servido ao poder demonaco e, conseqentemente, completa separao de Deus. A menos que os homens creiam que Jesus o Cristo, morrero em seus pecados (8.24). Trevas sinnimo de pecado, indicando que o carter do mundo pecaminoso(trevas) (1.5), o mundo procura engolfar (apanhar) os que andam na luz (12.35), mas quem anda nas trevas ignora como e onde vai (12.35), Jesus o Logos de Deus, o nico que dissipa as trevas, quem nele cr, recebe a luz e torna-se filho da luz (12.36).

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1.8 Pecado de Incredulidade - A frase, crer em Cristo (pisteuoeis), aparece apenas uma vez nos Sinpticos (Mt. 18.6), mas em Joo, 13 vezes nas palavras de Jesus, e 29 vezes na interpretao de Joo. Ela importante porque expressa a essncia da justia, por outro lado, a descrena a essncia do pecado (16.9), se os homens no crerem perecero (3.16) permanecendo a ira de Deus sobre eles (3.36) morrero em seus pecados (8.24). 1.9 A Morte. Joo no fala muito sobre a morte, a no ser como um fato a respeito da existncia do homem no mundo. Ele no oferece especulaes a respeito da origem, quer de Satans, do pecado, ou da morte. parte da vida trazida por Cristo, a raa humana est entregue morte, e responsvel por este fato, em virtude de ser pecaminosa. A morte caracterstica deste mundo, mas a vida veio a este mundo procedente de cima, a fim de que todos os homens possam escapar da morte e entrar para a vida eterna (5.24).

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A Vida Eterna: O Presente e o FuturoEmbora a vida eterna seja escatolgica, a nfase central do Quarto Evangelho no mostrar aos homens o modo de vida no sculo futuro, mas lev-Ios a uma experincia presente dessa vida futura. Esse um ensinamento que no se encontra de forma explcita nos Sinpticos, ou seja, que a vida do sculo futuro j outorgada ao crente. O propsito da misso de Jesus foi trazer aos homens uma experincia presente da vida futura (10:10). Ele desceu dos cus para dar vida ao mundo (6:33), para satisfazer a fome e a sede espiritual do mundo (6:35). Esse tipo de vida no resultado de uma acelerao de quaisquer tipos de poderes inatos da humanidade; a outorga de uma nova vida, mediada por intermdio de Jesus Cristo; e aqueles que no comem sua carne e no bebem o seu sangue no podem compartilhar sua vida (6:35).

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Essa vida mediada por intermdio da pessoa e das palavras de Jesus. Suas prprias palavras so vida (6:63), porque suas palavras procedem do Pai, que lhe ordenou o que deveria dizer, e o mandamento de Deus a vida eterna (12:49-50).Essa vida no somente mediada por Jesus e sua palavra; ela habita em sua prpria pessoa (5:26). Ele o po vivo que d vida (6:51 e ss.) e a gua viva (4:10,14). Deus a fonte suprema da vida; mas o Pai conferiu ao Filho ter vida em si mesmo (5:26). Por essa razo Jesus podia dizer: "Eu sou a vida" (11 :25; 14:6). Essa vida que habita em Jesus no outra seno a vida do sculo futuro, um fato que ilustrado pela ligao feita entre o recebimento da vida na era presente, e o usufruir dela no futuro. Beber da gua viva que Jesus d significa que o indivduo ter, dentro dele, uma fonte de vida que jorrar para a vida eterna escatolgica (4:14). O que desfruta da vida em Jesus viver para sempre (6:51). Aqueles que recebem a vida eterna nunca perecero (10:28).

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Tanto nos Sinpticos como em Joo a vida eterna a vida escatolgica do sculo futuro. Nos Sinpticos, essa vida tambm a vida do Reino de Deus, que pertence ao sculo futuro. Entretanto, o elemento nico e diferenciador na pregao do Reino de Deus que Jesus fez, conforme encontrado nos Sinpticos, que o Reino escatolgico invadiu a era presente. O Reino chegado (Mt. 12:28), embora o sculo futuro permanea como algo futuro. Do mesmo modo, Joo considera que a vida pertencente ao sculo futuro veio aos homens na era antiga. "Neste sentido, [vida eterna] em Joo, assemelha-se ao Reino de Deus nos Evangelhos Sinpticos. Aquilo que seria uma bno caracteristicamente futura torna-se um fato presente, em virtude do futuro em Cristo" .13 Por conseguinte, embora a fraseologia seja diferente, e no devamos identificar o Reino de Deus com a vida eterna, a estrutura teolgica subjacente aos conceitos a mesma, embora seja expressa em categorias diferentes. Se a vida eterna , de fato, a vida do Reino escatolgico de Deus, e se o Reino se fez presente, segue-se que podemos esperar que o Reino traga aos homens uma anteviso da vida da era futura.

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Observamos claramente que h pouca semelhana entre a idia Joanina da vida eterna, e o conceito gnstico-Hermtico. Para Joo, a vida encontra-se na figura histrica concreta de Jesus; a vida recebida pela f; e a posse da vida eterna assegura ao crente a participao na ressurreio escatolgica. Nos escritos Hermticos, a vida pertence a Deus, e pode ser consegui da pelos homens aps a morte, por meio do controle asctico e pela supresso dos apetites e dos impulsos do corpo. Essa gnsis parece estar ao alcance de todos os homens, pois o autor de Poimandres conclui sua obra com uma nota evangelstica, na qual desafia os homens que se entregaram embriaguez e ignorncia de Deus, a despertarem para a sobriedade, deixarem de se embriagar com bebidas fortes e de falarem coisas sem nexo, e, assim, aprenderem a beleza da piedade e do conhecimento de Deus. Ele considera os homens como pessoas que se entregaram morte, quando tm o poder de participar da imortalidade. O autor de Poimandres conclama todos a libertarem-se das trevas, a apegarem-se Luz e, assim, a participarem da imortalidade abandonando a corrupo (Corp. Herm. 1. 27-29).

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A F A nica exigncia que Jesus fez aos homens, a fim de que estes recebessem sua ddiva de vida eterna, foi que tivessem f, que cressem. Esse fato torna-se explcito em Joo de um modo que no evidente nos Sinpticos: Na realidade, a f desempenha um papel importante nos Sinpticos, mas ao menos em terminologia, a f primariamente em Deus, de cujo governo real Jesus proclamou a presena e o poder. Os Sinpticos falam com freqncia de ter f ou de crer sem um objeto especfico. A f particularmente associada aos milagres de cura de Jesus. Ao homem que tinha a filha doente Jesus declarou: "No temas, cr somente" (Me. 5:36). Novamente, "tudo possvel ao que cr" (Me. 9:23). Em certa passagem, o objeto de f declarado: "Tende f em Deus" (Me. 11 :22). Essa f significa completa confiana no poder e na bondade de Deus, e em sua disposio de abenoar aqueles que nele confiam.

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Contudo, h passagens em que a f claramente direcionada a Cristo. Mateus 18:6 fala dos "pequeninos" que crem em Jesus.! Pelas palavras de zombaria dos sacerdotes e escribas: "o Cristo, o rei de Israel, desa agora da cruz, para que o vejamos e acreditemos" (Me. 15:32), percebemos que Jesus procurou que as pessoas tivessem f nele como o Messias. Esse fato tambm est refletido na exigncia, da parte de Jesus, de ser confessado diante da humanidade (Mt. 10:32; Lc. 12:8; d. Me. 8:38). O destino dos seres humanos no dia da vinda do Filho do Homem ser determinado por seu relacionamento com Jesus. Essas poucas declaraes somente refletem aquilo que est implcito em toda parte nos Sinpticos, ou seja, que Jesus demandou f em si mesmo.

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F E SINAIS Duas palavras caractersticas, em Joo, relacionadas ao ato de crer, so "sinais" (semeia) e "obras" (erga). Ambas so usadas com referncia a milagres. Essa expresso diferente daquela encontrada nos Evangelhos Sinpticos, em que os milagres de Jesus so usualmente chamados de "atos de poder" (dynameis) - uma palavra que no ocorre em Joo. Algumas vezes os Sinpticos fazem referncia aos milagres de Jesus como "obras" (Mt. 11 :2; Lc. 24: 19), e usam a palavra semeion para milagres (Mt. 12:38-39; 16:1-4; Lc. 23:8). Entretanto, os milagres desempenham papis diferentes em Joo e nos Sinpticos. 8 Nos Sinpticos dynameis so atos de poder manifestando a irrupo do reino de Deus na histria. Os milagres de Jesus no so provas externas de suas afirmaes, porm mais fundamentalmente ato pelos quais Ele estabelece o reino de Deus e derrota o reino de Satans. Em Joo, os milagres so feitos poderosos que autenticam a pessoa e a misso de Jesus e demonstram a presena operadora de milagres de Deus em suas palavras e atos

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Nos Sinpticos, a expulso de demnios a evidncia mais notvel da presena do domnio soberano de Deus (Mt. 12:28). Em Joo no so relatadas expulses de demnios, e ele no associa os milagres destruio do poder de Satans, muito embora esse fato esteja presente (Jo. 12:31). As "obras" de Jesus so os seus feitos, primariamente seus feitos miraculosos (5:20; 9:3). Embora a palavra erga no seja usada claramente para fazer referncia a obras no-miraculosas, provvel que tais feitos no miraculosos estejam inclusos, em virtude do vocbulo erga ser usado para referir-se aos atos bons e maus dos judeus, que mostram que eles so tanto filhos de Abrao como filhos do diabo (8:39, 41).Em tal passagem, erga designa a qualidade bsica da vida do indivduo manifestada por meio de sua conduta. Dessa forma, os feitos de Jesus refletem o fato de que o Pai est presente neles (10:32). Na realidade, so as obras do prprio Deus (10:37-38), pois Deus est presente e ativo em Jesus (14:10). Tais obras testemunham do fato de que Jesus aquele que foi enviado por Deus (5:36; 10:25). Os feitos de Jesus devem levar, aqueles que os presenciaram, a crer nele (10:38,14:11).

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Gloria Os sinais que testemunham de Jesus tambm revelam a doxa divina - a glria de Deus. Esse um vocbulo que tem suas razes no Antigo Testamento. O significado bsico de doxa "louvor", "honra", e a palavra aparece em Joo com esse sentido, ao fazer referncia ao desprezo demonstrado por Jesus em relao ao louvor e honra dos homens (5:41; 7:18). A nica doxa digna aquela dada a Deus (7:18; 12:43). Entretanto, doxa foi a traduo do vocbulo hebraico kal2.g, o qual referia-se s manifestaes visveis da presena e do poder de Deus. O prprio Deus invisvel, mas tornou sua presena conhecida por atos visveis de glria (x. 16:10; 24:16; 1 Rs 8:11). A glria de Deus tambm um conceito escatolgico. No Dia do Senhor, a glria do Senhor ser manifestada e encher a terra (Is. 60:1-3; 66:18; Ez. 39:21; 43:1). No Novo Testamento, glria primeiramente um conceito escatolgico, pois faz referncia manifestao visvel de Deus no final dos tempos para estabelecer seu Reino (Me. 8:38; 10:37; 13:36). Essa glria ser compartilhada pelos crentes (Rm. 8:18; CI. 3:4). Em Joo, doxa tem conotaes escatolgicas, mas no no mesmo sentido dos demais escritos do Novo Testamento. O evento morte-ressurreio-ascenso de Jesus sua glorificao (7:39; 12:16,23; 13:31).

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Em sua ltima orao, Jesus orou para ser glorificado "junto de ti mesmo, com aquela glria que tinha contigo antes que o mundo existisse" (17:5). Jesus veio da glria da presena de Deus, e a ela retomou aps sua morte. Um dia seus discpulos compartilharo essa glria (17:24). Essa expresso refere-se consumao futura, quando os seguidores de Jesus contemplaro sua glria revelada na Trindade.15 Entretanto, em Joo, diferentemente dos Sinpticos, a glria de Deus manifestada no ministrio de Jesus. De fato, os Sinpticos relatam a histria da transfigurao, quando a glria de Jesus tornou-se visvel (Me. 9:28 e passagens paralelas) - um relato que no se encontra em Joo. Mas Joo difere dos Sinpticos por fazer de todo o ministrio de Jesus uma manifestao de glria. Essa uma outra idia chave em Joo. "E o Verbo se fez carne... e vimos a sua glria" (1:14). Depois do primeiro milagre em Can, Joo explica que na miraculosa produo de vinho, Jesus manifestou sua glria, "e os seus discpulos creram nele" (2:11). Sua morte na cruz foi seu ato mais notvel de glorificao a Deus (21:19).

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Essa glria, manifesta em Jesus, era obviamente uma glria velada.16 Somente poderia ser vista pelos olhos da f. "No te hei dito que, se creres, vers a glria de Deus?" (11:40). Porm, ela tambm induz f; "e os seus discpulos creram nele" (2: 11). E bvio que o milagre em Can e a crucificao no foram atos gloriosos para muitos observadores. No h indicao alguma sobre se os servos, que encheram as grandes talhas com a gua que foi transformada em vinho em Can, perceberam a glria de Jesus nesse ato; foi dito somente que os seus discpulos creram nele. A crucificao no foi um ato de glria na poca, at mesmo para os discpulos. Joo enfatiza o quo difcil foi para Tom crer que Jesus havia ressuscitado (20:25). Para ele, a cruz significava somente a morte cruel e ignominiosa de seu Mestre. A glria de Deus foi manifesta em humilhao e sofrimento, sendo visvel somente aos olhos da f. E claro que quando Joo fala de Jesus manifestao da sua glria, est falando a partir de uma perspectiva ps-ressurreio. E a compreenso da vida de Jesus do ponto de vista de sua exaltao.

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F e Conhecimento. Existe, obviamente, uma conexo ntima entre f e conhecimento no Quarto Evangelho, pois ambos os termos so aplicados aos mesmos objetos. As duas idias, algumas vezes, so afirmadas e mantidas em ntima associao. Os discpulos de Jesus "...verdadeiramente conhecido que sa de ti, e creram que me enviaste" (17:8). Jesus ora em favor da unidade dos seus discpulos a fim de que o mundo possa crer (17:21) e saber (17:23) que Ele o enviado da parte de Deus. Contudo, os dois conceitos no so estritamente sinnimos. Est escrito que Jesus conhece o Pai, mas no que Ele cr ou tem f no Pai. Dois versculos sugerem que o conhecimento a certeza qual a f conduz. "E ns temos crido e conhecido, que tu s o Cristo, o Filho de Deus" (6:69). Para Jesus, o conhecimento de Deus uma propriedade inata, mas, para os homens, o resultado do discipulado.

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"Se vs permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discpulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertar" (8:31-32). O fato de que o conhecimento algumas vezes precede a f (16:30; 17:8) torna impossvel diferenciar a f do conhecimento, como os estgios inicial e final da experincia crist. Certamente esse fato elimina a possibilidade de se estabelecer dois tipos de cristos: principiantes que so crentes, e crentes mais avanados que so conhecedores. E aparente que "o conhecimento no pode nunca levar-nos a um ponto alm da f ou deixar a f para trs. Como todo conhecimento comea com f, da mesma forma permanece em f. Semelhantemente, toda f deve torna-se conhecimento. Se todo conhecimento s pode ser um conhecimento de f, a f, de si mesma, transforma-se em conhecimento. O conhecimento, dessa forma, um elemento constituinte da f genuna"

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Predestinao Algumas declaraes em Joo parecem refletir uma perspectiva elevada da predestinao - que somente os escolhidos por Deus so capazes de vir a uma vida de f. Os discpulos de Jesus constituem um rebanho que lhe foi dado por seu Pai. "Todo o que o Pai me d vir a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lanarei fora" (6:37). "Ningum pode vir a mim, se o Pai que me enviou no o 'trouxer" (6:44; veja 6:65). "No me escolhestes vs a mim, mas eu vos escolhi a vs, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permanea" (15: 16). Somente aqueles que so de "Deus" que ouvem sua voz com f (8:47; 18:37). Lado a lado com tais declaraes, existem outras nas quais a descrena atribuda ao fracasso moral humano. O apego dos homens ao mal impede que venham para a luz (3:19). Procuram sua prpria glria, e no a glria de Deus (5:44). Suas aes provam que so filhos do diabo (8:44). So cegos em virtude de sua recusa voluntria de enxergar (9:39-41).

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Joo no se esfora para reconciliar de modo sistemtico essas declaraes sobre a predestinao divina e a responsabilidade moral. Ele no acha que haja contradio no fato da f ser apresentada como uma deciso da vontade do indivduo e, ao mesmo tempo, ser o dom da graa de Deus. Fica claro, portanto, que a deciso da f no uma realizao meritria humana, como, por exemplo, as obras judaicas da Lei, mas simplesmente a resposta adequada revelao de Deus dada por Jesus, que se tornou possvel pela graa de Deus.

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A Permanncia. Se a f o caminho de entrada da vida, a permanncia a principal exigncia para que algum continue na f. A palavra permanncia usualmente denominada como misticismo, porm difcil de ser definida. H uma relao de permanncia recproca do crente em Cristo (16:56; 14:20-21; 15:5; 17:21) e de Cristo no crente (6:56; 14:20, 23; 15:5; 17:23,26). Essa relao anloga ao fato do Filho ser um com o Pai e de permanecer nele (10:38; 14:10, 11,20,21; 17:21) e do Pai permanecer no Filho (10:38; 14:10, 11,21; 17:21,23).21 Foi declarado que os crentes esto tanto no Pai como no Filho (17:21); e foi afirmado tambm que ambos, o Pai e o Filho, fazem morada nos crentes (14:23).

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Esse misticismo Joanino bem do misticismo das religies helenistas, conforme representado na literatura hermtica, pois, essa literatura indica que o adorador torna-se um com Deus no sentido de se tornar divino. Em Joo no h absoro de personalidades ou a perda da identidade humana. No h evidencia de que o misticismo Joanino envolva o xtase. Ao contrario, um misticismo de comunho tica e pessoal, envolvendo a vontade, em lugar das emoes. A idia de comunho pessoal. Uma idia mais especifica daquilo que outras referencias em que aparece o verbo. Permanecer em Jesus significa permanecer em sua palavra (8.31), no permanecer em trevas (12.46), permanecer na luz (1 Jo 2.10), permanecer na doutrina (2 Jo 9), permanecer no seu amor (15.9-10), guardar seus mandamentos (1 Jo 3.24), amar uns aos outros (1 Jo 14.16). Para Jesus, o permanecer que o amor de Deus permanece neles (1 Jo 3.17). Permanecer ou estar em Cristo, significa manter uma comunho inabalvel com Ele.

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A tica Joanina. A descrio que Joo apresenta da vida crist bem diferente da encontrada nos sinpticos, especialmente em Mateus, que demonstra grande preocupao com a justia do Reino de Deus (Mt. 5.20), e expe em profundidade no Sermo do Monte. Joo. Da mesma forma que os Sinptico, est preocupado com a conduta crist, mas a expressa em termos bem diferentes. Os seguidores de Jesus devem praticar a verdade (3.21). Essa expresso de origem completamente estranha mentalidade grega, mas possui um fundo histrico vetereotestamentrio (Is. 26.10), e ela aparece com freqncia nos escritos de Qumran. Em Joo, a palavra verdade assume seu significado particular, com base no fato de Jesus incorporar o propsito redentor de Deus, assim como praticar a verdade significa viver na luz da revelao que Cristo trouxe ao mundo. Analisando o texto de Jo 1.17, fica evidente que Jesus inaugurou uma nova era, que maior do que a era da lei mosaica. Jesus aquele a quem tanto a lei quanto os profetas apontam (1:45; 5:39). Em lugar da lei como um guia para orientar a conduta, colocam-se as palavras de Jesus (8:51; 12:47; 15:7), as quais so, de fato, as palavras do prprio Deus (17:8).

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Os discpulos de Jesus devem ouvir essas palavras, receb-Ias, e guard-Ias. Jesus fala tambm dos seus mandamentos, que devem ser guardados pelos seus discpulos (14:15,21; 15:10). Alm do mais, a f em Jesus que conduz vida eterna obedincia a Ele (3:36). Esse tipo de vida tambm pode ser descrito como fazer a vontade de Deus (7:17). Essas declaraes levaram um estudante de tica concluso de que Joo considera Jesus como um segundo outorgador da lei, tendo autoridade plena "na f e na mora!", e que as palavras de Jesus constituem uma segunda lei, dada por um segundo Moiss.28 Um exame mais acurado das passagens, entretanto, torna claro que tudo aquilo que Joo deseja express?,r pelas palavras e mandamentos de Jesus, resume-se em uma simples palavra: amor. "O meu mandamento este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (15:12). "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vs" (13:34). No seria exagero dizer que toda a tica de Jesus em Joo se resume no amor.

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O mandamento do amor em si mesmo no novo. A lei mosaica ordena: "Amars o teu prximo como a ti mesmo" (Lv. 19:18). Entretanto, o escopo desse mandamento, no Antigo Testamento, limitado em seu contexto, e, "sem dvida alguma, aplica-se inequivocamente aos membros da aliana de Jeov, e no, de um modo autoevidente, a todos os homens". 29 O amor fraternal teve um importante papel no judasmo. 3D O Manual de Disciplina, descoberto em Qumran, ordena o amor a todos os "filhos da luz", e o dio a todos os "filhos das trevas".31 Nos Sinpticos, Jesus apresenta um aspecto novo. Ele resume todo o conjunto das exigncias da Lei por meio dos mandamentos: "Amars, pois, o Senhor teu Deus, com todo o teu ser" e "Amars o teu prximo como a ti mesmo" (Mt. 12:30-31). Porm, Jesus d uma nova definio quanto a quem o prximo na Parbola do Bom Samaritano. O prximo no um membro da famlia da aliana, mas qualquer pessoa que se encontre em necessidade de ser ajudada com amor (Lc. 10:30 e ss.). Jesus levou as implicaes do seu ensino ainda alm, ao dizer: "Ouvistes que foi dito: Amars o teu prximo e aborrecers o teu inimigo. Eu, porm, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendize i os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem" (Mt. 5:43-44). Ele acrescenta que natural que as pessoas amem seus amigos; at mesmo os gentios fazem isto. Mas aqueles que so filhos do Pai celestial devem amar at mesmo seus inimigos.

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A luz desse contexto, o que pode haver de novo no mandamento do amor, de acordo com as palavras de Jesus registra das por Joo (13:34)? A resposta encontrada nas palavras: "como eu vos amei avs". O amor cristo tem como exemplo o amor de Jesus, que, por sua vez, um reflexo do amor de Deus. "Deus amor" (1 Jo 4:8), e esse amor manifesta-se na entrega de seu Filho at mesmo morte (3:16). "H pouca informao no grego profano, ou na Septuaginta, para esclarecer o significado do termo agapa no Novo Testamento".32 "Como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os at o fim" (13:1). A expresso, eis telos, pode muito bem significar "at o ponto mais extremo" - ou seja, a morte. A revelao do amor de Deus pela humanidade e a profundidade do amor de Jesus pelos seus discpulos so encontradas na cruz. Este o significado do "novo" mandamento de amor: que algum d a sua vida pelos seus amigos (15:13).

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O Esprito Santo em Joo. Seguramente, h alguma importncia no fato de Joo no descrever Jesus como realizando seus sinais miraculosos pelo poder do Esprito, como nos Sinpticos, em que descrito como dominando os poderes demonacos por intermdio desse poder. Um dos fatos que atestam a historicidade de Joo seu relato da descida do Esprito, luz de sua plena compreenso da filiao e da divindade de Jesus. Por que o Filho de Deus encarnado necessitaria o Esprito para cumprir sua misso messinica? A resposta deve estar na convico, demonstrada por Joo, da plena humanidade de Jesus. A declarao citada acima, "Pois no lhe d Deus o Esprito por medida" (3:34) de exegese difcil, porque nem o sujeito nem o objeto do verbo "dar" declarado. No entanto, esse versiculo deve ser compreendido luz da declarao que vem logo a seguir. "O Pai ama o Filho e todas as coisas entregou nas suas mos" (3:35). Isso sugere que o Pai que d ao Filho a plena medida do Esprito. Essa a nica declarao, em Joo, que implica ter sido pelo poder do Esprito que Jesus desenvolveu seu ministrio - uma nota que proeminente nos Sinpticos.'

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Fica provado que Joo assume o pensamento de que Jesus desenvolveu sua misso no poder do Esprito pelo fato de que, aps sua ressurreio, Ele conferiu o Esprito Santo aos discipulos, a fim de equip-Ias para o ministrio, que envolveria o perdo dos pecados dos homens. "E, havendo dJto isso, as soprou sobre eles e disse-Ihes: Recebei o Esprito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, Ihes so perdoados; e, queles a quem os retiverdes, lhes so retidos" (20:22,23). Qualquer que seja a forma de interpretar esse versculo, no mnimo Ele quer dizer que Jesus estava conferindo aos seus discipulos, o mesmo Esprito que descera sobre ele por ocasio de seu batismo e que o enchera durante seu ministrio. Ele os dota com o Esprito, porque est enviando seus discipulos ao mundo a fim de continuarem a misso, para a qual Ele foi enviado (20:21).

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Essa passagem suscita algumas dificuldades luz da vinda do Esprito Santo no Pentecostes, que podem ser resolvidas de uma das trs formas seguintes: 1) Joo nada sabia sobre o Pentecostes e o substitui por essa histria de forma que ela se torna de fato o Pentecostes Joanino; 2) houve realmente duas oportunidades em que o Esprito foi outorgado; 3) o sopro de Jesus sobre os discpulos foi uma parbola viva, promissora e antecipatria da vinda real do Esprito, por ocasio do pentecostes. E difcil imaginar que qualquer cristo escrevendo em feso no primeiro sculo, nada soubesse do Pentecostes. E igualmente difcil a suposio de que houve realmente duas outorgas do Esprito. O Esprito no poderia ter sido dado seno aps a ascenso de Jesus (7:39) e, se Jesus realmente deu o Esprito aos seus discpulos antes do Pentecostes, devemos admitir duas ascenses (veja 20: 17). Alm do mais, no h evidncia de que os discpulos comearam sua misso crist seno aps o Pentecostes.

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No h objeo substancial de assumirmos o incidente relatado por Joo como uma parbola viva que foi realmente cumprida no Pentecostes. A ddiva do Esprito Santo e a subseqente bno aos homens encontra-se refletida em uma outra declarao: "Quem cr em mim, como diz a Escritura, rios de gua viva correro do seu ventre" (7:38). Essa declarao citada como de Jesus. Joo acrescenta esse comentrio: "E isso disse ele do Esprito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Esprito Santo ainda no fora dado, por ainda Jesus no ter sido glorificado" (7:9). Jesus era a fonte de gua viva. Aqueles que bebessem dessa gua jamais teriam sede novamente (4:14). Contudo, Jesus estava voltando para o Pai, e os homens j no mais poderiam ouvir sua palavra. Em lugar de sua presena pessoal, seus discpulos continuariam seu ministrio, e o Esprito Santo lhes seria dado de forma que suas palavras e feitos no mais seriam considerados como atos meramente humanos, mas canais da graa divina

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. Eles prprios, com efeito, se tornariam fontes de vida para aqueles que ouvissem sua palavra e cressem nela. No entanto, esse novo ministrio no poderia comear enquanto o Esprito Santo no fosse dado aos homens; e, no plano divino, isso no poderia acontecer seno depois da morte e glorificao de Jesus. O Esprito viria para assumir o lugar de Jesus e para capacitar os discpulos, a fim de que estes fizessem o que no poderiam fazer por si mesmos, a saber, levar os homens f e vida eterna. Todas as declaraes sobre o Esprito refletem um dualismo. O Esprito vem do alto - da parte de Deus - mas o Esprito vem para inaugurar uma nova era da histria redentora, em contraste antiga era da Lei. Joo no reflete conscientemente esse dualismo, mas percebemos claramente que esse dualismo est subjacente estrutura de seu ensino sobre o Esprito.

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O Paracleto. No discurso do cenculo (14-16), encontramos um grupo de cinco expresses singulares, que tm a ver com a vinda do Esprito Santo, que chamado de Paracleto. O significado essencial do vocbulo parakletos veementemente discutido. Alguns derivam a palavra grega e encontram seu significado no verbo parakale,24 ao passo que outros negam essa possibilidade.25 Em uma verso em ingls, AV, encontramos "confortador", um termo que vem desde a traduo antiga de Wycliffe (sculo XIV) quando a palavra, derivada do latim confortare, significava "tornar forte" ou "fortalecer". Poucos estudiosos contemporneos encontram uma boa base para a idia de conforto nas declaraes sobre o Paracleto.26 A palavra grega possui um significado inequvoco de "advogado" (BS), no sentido forense, e aplicada nesse sentido em 1 Joo 2:1 (RC), para designar a pessoa de Jesus, que o advogado diante do Pai nos cus, de seus discpulos na terra. Essas so as nicas referncias em que a palavra ocorre no Novo Testamento, na verso RC.

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Na realidade, no Evangelho, o Paracleto exerce um ministrio forense de convencer o mundo, mas, nesse caso, ele realiza o trabalho de um advogado de acusao (16:8), e no o de um advogado de defesa. O problema lingstico encontra-se no fato de que o Paracleto joanino primariamente um mestre, para ensinar e guiar os discpulos, e no um advogado, para defend-los. A soluo lingstica pode ser encontrada na palavra hebraica melfs. Ela usada em J 33:23, com o significado de "intrprete/mediador". A idia de intrprete/mediador, embora a palavra melfs no seja usada, encontrada em J 16: 19 e 19:25, com o significado de vindicador. Nessas duas referncias, a passagem em J usa a palavra emprestada peraqlit'. A palavra hebraica melis tambm aparece nos escritos de Qumran, com o significado de intrprete do conhecimento ou mestre27 e, em outra referncia, como mediador.28

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Fica evidente que melfs combina a idia de mediador e mestre. Uma vez que a palavra emprestada peraqlit' aparece no Targum, bem possvel, se no for quase certo, que ela tenha tido ampla divulgao no judasmo grego, da mesma forma que no judasmo palestino, durante o primeiro sculo d.e. e em perodos posteriores.29 Alm do mais, encontramos as idias de advogar e instruir combinadas na figura de anjos mediadores, na literatura do perodo intertestamentrio,3D assim como no Testamento de Jud 20:1, o "esprito de verdade" na humanidade "testifica todas as coisas e acusa a todos".3! Portanto, h uma fundamentao histrica no pensamento judaico para combin-lo as funes de advogar e de instruir, que, de alguma forma, so paralelos ao uso dual do vocbulo parakletos em Joo.

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- A Natureza do Paracleto. Jesus falou da vinda do Esprito como "outro (allon) Paracleto" (14:16). Isso implica que Jesus j tinha sido um Paracleto para seus discpulos, e que o Esprito viria para assumir seu lugar e continuar seu ministrio com os discpulos. Esse fato fica muito evidente na similaridade de linguagem usada com relao tanto ao Esprito quanto a Jesus. O ParacIeto vir; como tambm Jesus veio ao mundo (5:43; 16:28; 18:37). O Paracleto vir da parte do Pai; da mesma forma que Jesus (16:27, 28) veio da parte do Pai. O Pai dar o Paracleto a pedido de Jesus; da mesma forma que o Pai deu o Filho (3:16). O Pai enviar o Paracleto; como tambm Jesus foi enviado pelo Pai (3:17). O Paracleto ser enviado em nome de Jesus; como tambm Jesus veio em nome do Pai (5:43). "De muitas e variadas maneiras o Paracleto est para Jesus assim como Jesus est para o Pai" .Se o ParacIeto o Esprito da Verdade, Jesus a Verdade (14:6). Se o ParacIeto o Esprito Santo, Jesus o Santo de Deus (6:69). "Em um 'outro ParacIeto', o ParacIeto , como se fosse, um outro Jesus". Jesus estivera com os discpulos apenas um perodo curto de tempo, o Paraleto vir para estar sempre com eles (14:16).

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provvel que a promessa de Jesus, "No vos deixarei rfos; voltarei para vs." (14:18), signifique que ele viria a eles no Esprito.34 Isso significa que a obra de Jesus no ser interrompida em conseqncia de sua morte e glorificao; tampouco a comunho que seus discpulos chegaram a experimentar ser interrompida com sua partida da presena deles. Ele continuar sua obra e sua comunho com seus discpulos na pessoa do Esprito. "Ouvistes o que eu vos disse: vou e venho para vs. Se me amsseis, certamente, exultareis por ter dito: vou para o Pai, porque o Pai maior do que eu" (14:28). O fato de que h uma vinda de Jesus na vinda do Esprito de forma alguma milita contra sua parousia ou "Segunda Vinda", no final dos tempos. Alguns comentaristas vo longe demais, ao identificarem o Cristo glorificado com o Esprito. No entanto, embora exista de fato uma identidade de funo, Joo mantm a diferenciao: o Esprito no Jesus; o Esprito um outro Paracleto. Caso Joo houvesse refletido sobre o fato, provavelmente diria que Cristo estava presente no Esprito.

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Na realidade, a fraseologia que Joo utiliza sugere que o Paracleto uma personalidade separada, superior ao poder divino expresso no pensamento do Antigo Testamento. A palavra para esprito, pneuma, do ponto de vista gramatical, neutra e deveramos esperar que, de acordo com as regras de concordncia gramatical, os pronomes e adjetivos estivessem no gnero neutro (assim aconteceu em 14:17,;26; 15:26). Esse procedimento de concordncia gramatical, por ser correto, no testemunharia quer a favor quer contra a personalidade do Esprito Santo. Mas, os pronomes que tm pneuma como seu antecedente imediato encontram-se no gnero masculino, portanto, s podemos concluir que h a pretenso de sugerir a personalidade do Esprito

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. "Mas o parakletos, o Esprito Santo, a quem o Pai enviar em meu nome, esse (ekeinos) vos ensinar todas as coisas" (14:26, RA). A mesma linguagem encontrada em 15:26 (RA): "...0 Esprito da verdade, que (ho) dele procede, esse (ekeinos) dar testemunho de mim". A expresso ainda mais vvida em 16:13: "Quando vier... o Esprito da verdade, ele (ekeinos) vos guiar em toda a verdade." Aqui, o vocbulo neutro pneuma est em conexo direta com o pronome, mas a forma masculina utilizada, e no a forma neutra como seria natural. A partir dessa evidncia devemos concluir que o Esprito considerado como uma personalidade.

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A Misso do Esprito em Relao aos Discpulos. O Esprito Santo vir para habitar nos discpulos de Jesus. H, no Antigo Testamento, indubitavelmente, uma obra interior do Esprito de Deus no corao do povo de Deus. Contudo, claro que, sob a nova aliana, a obra do Esprito envolveria uma nova ao interior. O Esprito far uma obra no interior do corao dos redimidos, que ser muito alm de qualquer coisa previamente experimentada. "Quem cr em mim, como diz a Escritura, rios de gua viva correro do seu ventre. E isso disse ele do Esprito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Esprito Santo ainda no fora dado, por ainda Jesus no ter sido glorificado" (7:38,39). Devido a essa nova obra dentro dos coraes dos homens, eles seriam habilitados a outorgar o poder de correntes de gua viva a outros. Esse novo aspecto da ao interior do Espirito contrastado com a obra do Espirito na antiga dispensao.

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A obra mais notvel do Esprito no Antigo Testamento foi um "ministrio oficial", isto , o Esprito dotou certas pessoas, porque preencheram ofcios particulares na teocracia, pois a pessoa que estava no ofcio necessitava da energia do Esprito para seu trabalho oficial.).O smbolo para essa outorga oficial do Esprito era a uno com leo. O Esprito conferiu poder aos juzes (Jz. 3: 10; 6:34; 11:29; 13:25; 14:6), capacitou com sabedoria e habilidade os que edificaram o tabernculo (x. 31 :2-4; 35:31) e os que construram o templo de Salomo (1 Rs. 7:14; 2 Cr. 2:14). Essa capacitao oficial do Esprto no est associada a qualificaes morais e ticas, pois, algumas vezes, o Esprito capacitou com dons sobrenaturais, algum que no era uma boa pessoa. Balao, o mau profeta (2 Pe. 2:15; Ap. 2:14), na realidade, foi o porta-voz do Esprito de Deus (Nm. 24:2)

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Em razo do Esprito dotar pessoas para cumprirem funes oficiais na teocracia, quando elas deixavam de ser til para esse fim, o Esprito poderia deix-Ias. Dessa forma, o Esprito apartou-se de Saul (1 Sm. 16:14), quando ele se tornou intil a Deus. O Esprito de Deus abandonou Sanso, quando ele violou seu voto (Jz. 14:6 e 16:20). Considerando esse contexto histrico, deveramos, provavelmente, compreender a orao de Davi, para que Deus no retirasse dele o seu Esprito (SI. 51: 11). Davi estava orando a fim de que no fosse deixado de lado como um instrumento do Esprito de Deus, o que acontecera com Sanso e Saul. A nova obra do Esprito envolver uma habitao permanente dEle dentro do povo de Deus. "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dar outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Esprito da verdade, que o mundo no pode receber, porque no o v, nem o conhece; mas vs o conheceis, porque habita convosco e estar em vs" (14:16, 17). Haver um novo poder habitando nos discpulos, que ser o privilgio de todo o povo de Deus, no somente dos lderes oficiais.

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O Esprito glorificar Cristo. Seu ministrio chamar a ateno para aquele que ele representa, revelar aos homens as coisas de Cristo ( 16: 14). Seu propsito dar testemunho de Cristo, que j no estar mais corporalmente no mundo (15:26). Ele o Esprito da verdade (14:17; 16:13), e, como tal, dar testemunho da verdade e guiar os homens a uma revelao mais ampla da verdade redentora. Jesus prometeu que o Esprito guiaria seus discpulos em toda a verdade (16:13), isto , plena revelao da mente de Deus e do seu propsito na redeno. Jesus falou com autoridade divina e reivindicou para seus ensinamentos a mesma autoridade que era desfrutada pela Lei. Contudo, h uma revelao maior que ainda dever ser dada, e o Esprito guiar os discpulos completa revelao da verdade. Jesus estava cnscio de que sua instruo estava incompleta, porque os discpulos no foram capazes de receber tudo o que Ele Ihes poderia dar a conhecer. Antes da ressurreio, os discpulos no haviam compreendido que a morte do Filho era o propsito de Deus.

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Mas, aps a morte e ressurreio do Messias, o Esprito interpretaria o significado dessas coisas aos discpulos (16:12, 13). Ele Ihes mostraria "o que h de vir" (16: 13). Essa expresso, provavelmente, refere-se no somente aos eventos profticos pertencentes ao fim dos tempos, mas aos que ainda eram futuros, na experincia dos discpulos: a formao da Igreja e o depsito da verdade que deveria ser dado por intermdio dos apstolos e profetas. Temos aqui, in nuce, a plena revelao contida nos Atos dos Apstolos, epstolas e Apocalipse. Esse ministrio do Esprito incluiria a memria do que Jesus Ihes havia ensinado e a orientao em novas reas da verdade divina (14:25, 26). O Esprito dar poder aos crentes. A primeira vista, surpreendente que Jesus tenha dito que os discpulos estariam melhor depois que Ele os deixasse (16:7). Mas o~ homens seriam capazes de fazer