TEOLOGIA BIBLICA DO NOVO TESTAMENTO II · 2018-10-20 · CEFORTE – POLO MURIAÉ TEOLOGIA BIBLICA...
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CEFORTE – POLO MURIAÉ
TEOLOGIA BIBLICA DO
NOVO TESTAMENTO II Material Baseado: LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. JUERP
Lívia Lacerda
TEOLOGIA BÍBLICA DO NOVO TESTAMENTO
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Justificativa: A Teologia do Novo Testamento é de grande auxílio para o estudante da
Bíblia entender o surgimento e desenvolvimento das doutrinas que marcaram a fé
cristã, pois várias delas foram aceitas após acurado estudo e depois de sã exame
doutrinário, para melhor entendimento da Teologia Sistemática e da Teologia
Contemporânea.
Ementa: Análise da Teologia dos livros do Novo Testamento, agrupados por seus
escritores, com atenção especial para o valor doutrinário de cada autor.
Objetivo Geral: Levar o aluno a conhecer a manifestação do reino de Deus revelado
nos Evangelhos Sinópticos, os pensamentos joanino, paulino e petrino, observando o
desenvolvimento da teologia na Igreja Primitiva e os acontecimentos futuros como
revelados no livro de Apocalipse.
TBNT II
2. AS EPÍSTOLAS GERAIS
1. Hebreus.
2. Tiago.
3. I e II Pedro.
4. Judas.
5. As Epístolas Joaninas.
As Epístolas Joaninas.
HEBREUS A epístola foi escrita a um grupo de cristão conhecido do autor, que estava enfrentando
perseguições (10:32; 12:4; 13:18, 19, 23) a ponto de abandonar a Cristo. O autor escreve a fim
de aconselhar esse grupo contra a apostasia.O autor tenta fortalecer a lealdade de seus
leitores a Cristo, pela linha de argumento de que as bênçãos que vieram aos homens em Cristo
são superiores a tudo o que precedeu.Ele encorajou os cristãos a permanecerem em uma fé
que asseguraria as promessas de Deus e as bênçãos que acompanham a presença de Cristo.
A vida cristã estava provando não ser uma garantia contra o mal e a aflição.O autor escreve
que precisam de paciência de modo que possam fazer a vontade de Deus e receber o que foi
prometido (10:39), e em fé manter suas almas (10:39).As bençãos Cristo é superior à antiga
revelação (1: 1-3), aos anjos (1:4 - 2:18), a Moisés (3: 1-19), a Josué (4: 1-13), e ao sacerdócio
do Antigo Testamento (4:14 - 10:31
Escatologia Elementos dela são encontrados em todo o livro. O objeto de todos os tratos de Deus
com os homens é “o mundo futuro” (2:5). Esse mundo futuro não estará sujeito aos anjos, mas
a Cristo. Contudo, Cristo está assentado à mão direita de Deus, já coroado com glória e honra,
mas não ainda feito Senhor de todas as coisas (2:8) Ele está esperando que seus inimigos
sejam postos por escabelo de seus pés (1:11; 10:13 e etc.).
O que Cristo fez na cruz, embora fosse um evento no tempo e no espaço, foi, em si
mesmo, um evento no mundo espiritual. Cristo veio na consumação dos séculos (9:26). Essa
expressão é similar à expressão paulina “ os fins dos séculos” (1 Co. 10:11), e é uma
expressão escatólogica que indica que a vinda de Cristo marcou a era do cumprimento da
esperança do Antigo Testamento. Por ter dado início a plenitude, a era presente é descrita
como os “últimos dias”. Hebreus reconhece o presente como o tempo da plenitude escatólogica
( escatologia realizada), embora a consumação espere pela segunda vinda de Cristo.
Nenhum livro do Novo Testamento enfatiza mais a humanidade de Jesus do que
Hebreus. Ele mostrou a mesma natureza daqueles a quem veio salvar (2:14). Teve de ser
semelhante a eles em todos os sentidos (2:17). Como eles, sofreu e foi tentado (2:18). Hebreus
enfatiza a ausência do pecado em Jesus, mas Ele foi tentado de todos os modos como os
outros seres humanos (4:15). Seus sofrimentos foram reais; arrancaram dele clamor e lágrimas
(5:7). Sua humanidade era real; teve de aprender o significado da obediência (5:8). Por meio
dos sofrimentos humanos aprendeu a perfeição - dedicação e completa confiança em Deus
(2:10, 5:9, 7:28)
O principal tema em Hebreus: pela obra expiatória de Cristo, podemos encontrar o
acesso à presença de Deus. Se esse for rejeitado, não restará outro caminho. Os Cristãos
entram no santuário pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho, que se abriu para nós
pelo véu, isto é, pela sua carne.
Enquanto estiverem na terra, os cristãos são como o santos do Antigo Testamento, que
“eram estrangeiros e peregrinos na terra” (11:13). Eles não tem cidade permanente, mas
buscam a futura (13:14). Existe uma tensão tripla: As formas do antigo Testamento, a
realização do Novo Testamento e a realidade Celestial.
1 . Cristologia
A preexistência de Cristo que Deus criou o mundo (1:2). Cristo, também pela palavra do
seu poder, sustenta o universo (1: 3). Ele reflete a glória de Deus e expressa a própria imagem
da sua natureza(1:3). Ele reflete a glória de Deus e expressa a própria imagem de sua natureza
(1:3). Não encontramos nenhuma discussão da encarnação, mas isto está claramente na
mente do autor quando fala da vinda de Cristo ao mundo (10:5)
A designação favorita de Hebreus, para Cristo é filho de Deus. Ele é herdeiro de todas
as coisas (1:2). O tema central na cristologia de Hebreus é Cristo como Sumo Sacerdote. O
principal argumento do livro é que a instituição eclesiástica do Antigo Testamento era apenas
uma sombra da realidade e não podia lidar com o problema do pecado. O pensamento do
autor, em que contrasta o sacerdócio de Cristo com o sacerdócio de Arão, é formado pelo
argumento dos capítulos 5 a 10. Ele argumenta que o ritual sacrificial do Antigo Testamento
1 DOCKERY, David. S. (Ed.) Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001, p. 798
realmente não fazia nada a respeito do verdadeiro problema, que era o da purificação da
consciência (9:9). Ele envolvia apenas o sacrifício de animais, e isto não pode alcançar o
problema real do pecado (10:4). Tudo que pode ser alcançado por meio disso é uma pureza
cerimonial exterior (9:13). Os sacerdotes do Antigo Testamento eram inadequados por serem
apenas homens mortais (7:24), que deveriam oferecer sacrifícios por seus próprios pecados,
como também pelos do povo (5:3; 7:27)
Em quatro diferentes ocasiões, Hebreus descreve a insuficiência da era do Antigo
Testamento, em termos de seu fracasso em trazer os homens à perfeição ( 9:9 ; 7:11, 19:
10:1). O sacerdócio do Antigo Testamento, e o sistema sacrificial eram apenas uma sombra da
realidade futura; não incorporavam a realidade em si (10:1). Em contraste com os sacerdotes
da linhagem de Arão, que morreram, Jesus mantém o sacerdócio de forma permanente,
porque continua a viver para sempre (7:23)
Hebreus explica a superioridade do Sumo Sacerdócio de Jesus em termos da ordem de
Melquisedeque, o qual era um sacerdote de Salém (Jerusalém), que Abraão encontrou ao
retornar de uma batalha bem sucedida (Gn. 14:17-20). Abraão reconheceu Melquisedeque
como verdadeiro sacerdote e, por conseguinte , deu-lhe o dízimo de tudo que possuía. O ponto
principal é que Abraão deu dízimos a Melquisedeque e recebeu sua bênção. Isso prova que
Abraão reconheceu Melquisedeque era maior que ele mesmo. Visto que Arão não havia ainda
nascido e estava ainda nos lombos de Abraão, Levi, em Abraão, deu dízimos a Melquisedeque,
provando assim, a superioridade deste. Cristo é o sumo Sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque e, portanto, é superior ao sacerdócio da linhagem de Arão (5:6, 10; 6:20; 7:1-
17.) Isto não seria um tipo de raciocínio apelativo à mentalidade crítica moderna, mas foi
persuasivo em seus próprios dias.Hebreus usa como um suporte escritural para Jesus como
sacerdote, que, como Filho de Deus, continua sacerdote para sempre. Jesus é tanto o sumo
sacerdote como o sacrifício que o Sumo sacerdote oferece a Deus (9.14; cf. 7:27). A missão
desse sumo sacerdote é efetiva. Três palavras, que aparecem muitas vezes em Hebreus,
descrevem o que Ele fez pelos homens: efetuou sua purificação, sua santificação e seu
aperfeiçoamento, as quais a ordem do Antigo Testamento não era capaz de fazer. A constante
repetição do sacrifício do antigo Testamento servia como uma lembrança de que eles não
seriam capazes de alcançar algo de valor eterno. “Doutra maneira , teriam deixado de se
oferecer, porque purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de
pecado” (10:2). Mas na obra de Cristo, o cristão tem a certeza de que Cristo eliminou o pecado
pelo seu próprio sacrifício (9:26). Logo podemos chegar-nos “com verdadeiro coração, em
inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água
limpa” (10:22).
A santificação não tem a conotação de isenção de pecaminosidade, mas de dedicação
a Deus. Os sacrifícios do Antigo Testamento santificavam os contaminados “quanto a
purificação da carne” (9:13), isto é, efetuavam a santidade cerimonial e dedicação a Deus;
porém somente o sacrifício de Cristo pode cumprir a verdadeira dedicação.
A nova Aliança Cristo é a inauguração de um novo pacto. “Pois mudando-se o sacerdócio,
necessariamente se faz também mudança da lei” (7:12). O pacto antigo transmitia uma
revelação inadequada de Deus. Nenhum ponto da revelação era capaz de transmiti-la como
um todo. A revelação era diversa, pelas visões, pelos sonhos, pelas teofonias, pelas aparições
angelicais e pelos profetas, nenhuma dessas formas era adequada para transmitir a revelação
como um todo.
Nos dias da plenitude messiânica, Deus passou a falar de um modo diferente: pelo seu
Filho, Nele Deus consegue dizer aquilo que deseja que os homens ouçam.
O novo pacto trará consigo uma nova dimensão de interioridade. O povo de Deus
obedecerá sua vontade por uma motivação interior, e não por uma lei externa, escrita.
Isto se cumprirá porque “serei misericordioso para com suas iniquidades e de seus
pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (8.12). O pacto do antigo testamento,
com seus sacrifícios repetidos, servia apenas como uma constante advertência contra
pecados. O novo pacto, feito no sangue de Cristo, possibilitará a Deus esquecer os pecados do
seu povo e assim fornecer um meio para purificar suas consciências do pecado (10:22). Em
suma o novo pacto trará duas coisas: um melhor sacrifício, que obtém o perdão perfeito para
os pecados, e um novo coração em cada adorador, de modo que seja capacitado a fazer a
vontade de Deus. Esse tema de um novo coração, paralelo à ideia joanina de um novo
nascimento e à idéia paulina da habitação de Cristo no Espírito, não é um tema proeminente
em Hebreus. O autor refere a ele apenas nessa citação de Jeremias. Sua principal
preocupação é a providência do novo pacto, para que o adorador se aproxime de Deus, e
tenha o verdadeiro acesso à presença divina, que o pacto antigo não era capaz de
proporcionar.
O autor de Hebreus também menciona uma outra realização de Cristo em sua morte,
através dela ele destruiu aquele que tinha o poder da morte, livrando os homens que pelo
medo da morte estavam sujeitos à escravidão por toda a vida (2:14-15). É no contexto da obra
sacerdotal de Jesus que Hebreus fala de sua segunda vinda (9.28). A obra do sumo sacerdote,
feita por Cristo, prossegue em sua intercessão no céu; e somente será concluída quando Ele
vier novamente.
2
A vida cristã A fé em Hebreus recebe uma ênfase diferente daquela em João e em Paulo.
1. Paulo percebe a Fé como a confiança pessoal e o compromisso com Jesus, que
traz a união com Cristo e,portanto, a salvação.
2. em Hebreus a fé é a faculdade de perceber a realidade do mundo invisível de
Deus e fazê-lo o objetivo básico de sua vida, em caráter transitório e, muitas
vezes, mau da existência humana presente. Hebreus nos dá o resumo dessa
definição de fé, como esse termo é usado no livro: “Ora a fé é o firme
fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem”
(11.1)
3. A fé é o que torna real, para o cristão, o mundo invisível de Deus.
Jesus estabeleceu o exemplo perfeito de um homem que resistiu a todos os males que a vida
poderia lhe impor, porque viveu em plena confiança naquele que é invisível.
No A.T o povo que fracassou, o fez porque não possuia fé, Deus prometeu um repouso
ao povo do Antigo Testamento, “mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto
não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” (4:2). Eles viam apenas o descanso na
palestina, e haviam esquecido do descanso verdadeiro em Deus.No capitulo dos Herois da Fé
2 DOCKERY, David. S. (Ed.) Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001, p.802
aqueles que tiveram fé olhavam para além de sua situação imediata e confiavam na promessa
de Deus. A confiança repousava na promessa de Deus , que “já lhes preparou uma cidade”
(11.16). Livramentos poderosos são citados em Hb. 11. mas eles não são o tema central, pois
uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor
ressurreição” (11.35). Isso é seguido por uma lista de homens de fé que não viram livramento,
mas apenas sofrimentos, violência e morte. “E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não
alcançaram a promessa” (11:39). Fé significa tomar posse da promessa de Deus, para que se
tenha a suprema salvação, quer esta vida traga bênçãos físicas quer traga males.
TIAGO
Tiago está escrevendo para encorajar companheiros judeus cristãos, que, em sua maior
parte, vinham do nível mais baixo da sociedade e estavam oprimidos por compatriotas judeus
ricos. Jesus é referido como um “o Senhor Jesus Cristo” (1:1), e em outra passagem é
chamado de “Senhor da Glória”. Essa expressão envolve claramente a fé na glorificação , isto
é, na ressurreição e ascensão de Jesus. Tiago mostra que a escatologia desempenha um
papel importante em seu pensamento. Há uma riqueza em seu livro sobre a vida cristã prática.
Tiago fala sobre a importância do papel que os mestres desempenham, mesmo sendo
uma posição considerada com apreço e desejada, ele alerta por cautela ao buscarem essa
posição (3:1), muitas vezes os mestres eram inteperantes e imprudentes no uso de sua
linguagem, mais interessados na eloquência das palavras do que na solidez de conduta. Tiago
revela pouco sobre a natureza e a estrutura da igreja. Faz referencia aos anciãos e os instrui
nos deveres pastorais cristãos.
Ele está interessado na Tentação. Parece que o autor estava familiarizado com os
cristãos que evitavam responsabilidades pessoais por seus pecados, culpando a situação em
que Deus os havia colocado e, desse modo, culpavam a Deus abertamente. Tiago insiste que
Deus não pode ser tentado nem tenta ninguém a pecar. Cada pessoa é tentada quando é
atraída e engodada por seus próprios desejos. Quando tiago fala de desejos, seria possível
interpretar por coisas que em si mesmas, não são más, como impulsos humanos. Não há nada
de errado com esses impulsos, até que o homem seja atraído e engodado por seus próprios
desejos. Suas realizações tornam-se um fim em si mesmas, de modo que anseia satisfazer
certos desejos mais do que a própria vontade. O rico fazendeiro, cuja grande ambição de
acumular tesouros terrenos levou-o a colocar o seu amor por esses bens à frente de sua
obrigação para com Deus (Lc. 12:16). Quando os desejos bons seduzem e tentam um homem
a se desviar da vontade de Deus, concebe-se o pecado, e a morte será seu fim. O desejo
torna-se pecaminoso quando o homem é atraído e engodado por ele. Embora Tiago veja a
fonte da tentação na natureza interior da humanidade, reconhece a existência de diabo, e
conclui que ele também é uma fonte de tentação; pois adverte seus leitores: resisti ao Diabo,
ele fugirá de vós” (4:7). Esta resistência pode fazer referência não apenas à tentação ao
pecado, mas a todas as astúcias , pelas quais satanás tenta desviar os homens da verdade.
Tiago também fala que é dever do cristão cumprir a lei real (2:7-8). A obediência a Lei
real redunda em liberdade (2:12). Ele discute sobre o peso dos vários pecados, e mostra que o
conteúdo essencial da Lei é resumido em termos cristãos: “Amarás a teu próximo como a ti
mesmo” (2.8). No exemplo citado chega-se a conclusão que se uma pessoa realmente cumpre
a Lei, mostrará amor igualmente ao pobre e ao rico.
3
Paulo e Tiago
A contradição verbal é inevitável. O amâgo da doutrina paulina da justificação era a
absolvição divina, inteiramente pela graça , baseada na fé, sem obras da Lei. Tiago parece
contradizer Paulo (2: 14-18).
1. Quando se refere a fé, Paulo quer dizer a aceitação do evangelho e o
compromisso pessoal ao evangelho proclamado
2. Tiago diz “Crês que há um só Deus? Fazes bem; até os dêmonios o crêem e
estremecem” Tiago esta usando o conceito da fé segundo a afirmação rabinica
do monoteismo.
3. A fé para Paulo é confiança pessoal, cordial
4. Para Tiago é a opnião ortodoxa
5. Paulo se refere as obras designa os feitos judaicos de obediencia a Lei, que
fornecem ao homem uma base para ostentações em suas realizações pessoais
3 DOCKERY, David. S. (Ed.) Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001
6. Tiago fala de obras como atos baseados no amor cristão - atos que cumprem a
“lei real” do amor ao próximo.
Paulo e Tiago estão lidando com duas situações diferentes: Paulo, com a auto-justiça da
piedade legal judaica, e tiago com a ortodoxia morta.
PEDRO
A autoria é atribuída a pedro, apóstolo, que foi testemunha das aflições de Cristo. Ele
tem um companheiro, seu “filho” Marcos, usou como amanuense Silvano.
Escrita em Roma - designada como Babilônia (5:13), exatamente antes da perseguição
de Nero. A carta foi escrita, em grande parte para encorajar os cristãos diante das
perseguições nas mãos da população pagã (4.12; veja 5:9), com a possibilidade de
enfrentarem uma perseguição oficial, por serem cristãos (4.15). Isto foi o que aconteceu no
tempo de Nero. A carta é dirigida aos “estrangeiros dispersos”, nas províncias da Ásia (1:1),
mas fica claro que estes são gentios (2.10; 4:3). Provavelmente a primeira Epístola de Pedro
seja uma carta circular, como Efésios. Embora a Epístola tenha sido escrita para ir ao encontro
das necessidades práticas, para fortalecer os cristãos no sofrimento, e não para dar instruções
doutrinárias, foi chamada de “epístola doutrinária”.
Dualismos temporal 1. A linguagem nos evangelhos e em Paulo fala sobre este século e o século futuro, e
também as referências ao Reino de Deus
2. Em Pedro encontramos a tensão escatologica entre presente e futuro, de forma
cronológica e soteriológica.
A morte de Cristo não é meramente um evento que promete uma salvação escatológica; é, em
si mesma, o objetivo da profecia messiânica. A ênfase sobre o cumprimento da profecia
significa que, de algum modo, a era messiânica começou.
O Mundo continua sendo um lugar mal; O diabo “anda em derredor, bramando como
leão, buscando a quem possa tragar” (5:8). Por meio dessa vivida métafora, Pedro descreve a
situação do cristão no mundo - aberto a perseguições e sofrimentos; a salvação é uma questão
de esperança (1:3). O que acontece no novo nascimento é apenas a primeira obra; a última
obra será uma herança - uma salvação que está guardada no céu para cada um de nós (1.5).
“Esperança” é uma importante palavra-chave em Pedro.
Pedro fala da esperança cristã de capacitar os cristãos a enfrentar o sofrimento nesta
vida vitoriosamente.
A ideia de um mundo mau, hostil a Cristo e, portanto, hostil aos cristãos, é a base de
seu pensamento. Contudo, o mundo é o mundo dos homens que estão dedicados a vidas
pecaminosas (4:3). Pedro não nega o mundo, mas nega a sociedade má, assim os cristãos são
considerados como peregrinos e forasteiros no mundo (2:11). Como povo de Deus os cristãos
devem se considerar santos (1:15), um sacerdócio santo (2:5), a geração eleita e a nação
santa, o povo adquirido (2:9). Eles foram santificados pela aspersão do sangue de Jesus
Cristo.Quando Pedro cita Lv 11:44-45, “Sede santos; porque eu sou santo” (1 Pe 1:16), a idéia
básica é que, como Israel foi separado de todas as nações para ser o povo de Deus, assim a
igreja é o novo povo de Deus em contraste com o mundo. Santidade significa basicamente
dedicação, separação para Deus. A igreja está no mundo, porém considera-o, juntamente com
seus costumes malignos, hostis à vida cristã. Pedro ainda exorta à submissão às instituições
do mundo - dos cidadãos ao Estado (2|:13-14), das esposas aos seus maridos (3:1) e dos
escravos aos seus senhores (2:18).
O sofrimento Humano A ênfase mais importante no pensamento de Pedro a respeito de Deus é a da
providência divina no sofrimento humano. Os sofrimentos a que Pedro se refere não são
aflições físicas, mas sofrimentos que os homens são chamaos a suportar por serem cristãos.
As provações, que são chamados a suportar (1:6) são falsas acusações, como se fossem
malfeitores (1:12), que podem ser tão fortes de moso a serem chamadas de “ardente prova”
(4:12). Podemos sofrer simplesmente por serem cristãos (4.16), essa é uma experiência normal
em uma sociedade perversa (5:9). Embora as provações possam ser atribuídas a Satanás
(5:8), Pedro enfatiza que essas acontecem segundo a vontade de Deus. “Porque melhor é que
padeçais fazendo o bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo o mal” (3:17).
Estamos seguindo o exemplo de Cristo (4.13) “Porque para isto fostes chamados, pois também
Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (2.21). Pelo
fato do sofrimento de Cristão estar de acordo com a vontade de Deus e de apenas seguir o
exemplo de Cristo, a resposta cristã não deveria ser meramente uma resposta de passividade,
mas de regozijo. Assim, Pedro deseja que seus leitores enfrentam os males que lhes sobrevêm
não com pessimismo estóico ou mero fatalismo passivo, mas com uma afirmação de que
desempenham um papel positivo na vontade de Deus para a vida Cristã. Então na vida Cristã a
ênfase é a firmeza em meio aos sofrimentos. E a segunda é a do bom comportamento,
“fazendo o bem”. Uma conduta justa, em contraste com a pecaminosidade pagã (4:2) Esse
bom comportamento é, em si mesmo, um testemunho aos incrédulos que frustrará sua
hostilidade (2:15) e, possivelmente, os ganhará para Cristo. (3:1) Essa atitude inclui um
relacionamento justo com as demais pessoas, e a submissão às instituições estabelecidas do
Estado (2:13-14), da família (3:1,6) e até mesmo dos escravos para com seus senhores (2:18).
A vida do cristã deve se expressar no verdadeiro amor aos irmãos (1:22), e em mansidão e
humildade de espírito (3:8; 5:6)
O efeito expiatório para a morte de Cristo é que “mortos para os pecados ,
pudéssemos viver para a justiça” (2:24). A palavra empregada para morrer
nesse sentido quer dizer “estar quites, não ter parte em algo”. Pedro não esta
tão preocupado com a remoção da culpa, quanto a mudança de vida desses
antigos pagãos.
Pedro considera a igreja como o verdadeiro Israel, o antigo Israel tropeçou
naquele a quem Deus designou como pedra angular de seu templo espiritual, o
lugar de Israel foi assumido pela igreja , que é “a geração eleita”, o povo
adquirido.”(2:9). Eles constituem o verdadeiro templo de Deus, sendo edificados
, como pedras vivas em uma casa espiritual (2:5). Pedro reflete uma simples
organização da igreja . Ela é liderada por presbíteros (5:1), a quem Pedro
exorta a apascentar “o rebanho de Deus” (5:2) com disciplina e doutrina. Pedro
não se refere a Eles como bispos.Não há referência a Ceia do Senhor, e apenas
uma vez ao batismo
“Como uma verdadeira figura, agora vos salva, batismo, não do despojamento da imundícia da
carne, mas da indagação de uma boa consciência para com Deus, pela ressureição de Jesus
Cristo” (3:21) Embora de uma forma ou de outra podemos dizer que o batismo nos salva, o
contexto deixa claro que ele nega enfaticamente que os elementos externos do batismo
constituam sua essência ou seu poder. O significado do batismo não é uma purificação externa
da carne com água; é a súplica a Deus por uma consciência purificada. Seu poder não se
encontra na água , mas na ressurreição de Jesus Cristo. Podemos dizer que o batismo salva
tão somente “pela ressurreição”.
No qual (Isto é, no Espírito) também foi, e pregou aos espíritos em prisão;
Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de
Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água;
1 Pedro 3:19,20. Podemos esboçar três principais interpretações:
1. Interpretação patrística: No estado intermediário Cristo, no Espirito, foi e pregou o
evangelho aos espíritos dos homens mortos, aprisionado no Hades, os quais viveram
ou nos dias de Noé ou nos tempos antes de Cristo. - Essa opnião logo perdeu sua
sustentação, pois abria as portas à possibilidade de salvação após a morte.
2. Opinião de Agostinho e alguns reformadores, é que Cristo, antes de vir fisicamente ao
mundo, pregou o evangelho, por intermédio de Noé, aos contemporâneos, os que
estavam vivos, de Noé.
3. No estado intermediário, Cristo proclamou a vitória do evangelho a anjos caídos,
aprisionados no Hades. A pregação envolvida pode não significar uma oferta de
salvação, mas o anúncio triunfante de que, pela sua morte e pela sua ressurreição,
Cristo derrotou todo o poder maligno do mundo espiritual.
4
A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO E JUDAS
A segunda epístola de Pedro tem um propósito diferente da primeira carta. A segunda
carta foi escrita para preveni-los dos falsos mestres (2: 1-2). Esses eram claramente mestres
dentro da igreja que se apostataram da verdadeira fé (2:21). Esses falsos mestres gnósticos,
reivindicavam ter acesso especial à verdade divina. Fica claro que esses falsos mestres
declaravam haver alcançado a verdadeira liberdade (2.19), mas fica claro que sua liberdade
consistia na exclusão das disciplinas cristã e na liberdade para a satisfação do seus apetites,
ou para a liberdade antinômica.
Sabemos que o gnosticismo antigo se movia em duas direções: ou para o controle
ascético dos apetites, ou para a liberdade antinômica.A segunda tinha a heresia que negava a
parousia de Cristo; e Pedro dedica grande parte do terceiro capítulo a essa questão.
A segunda epístola de Pedro , coloca uma forte ênfase sobre os apóstolos como
portadores e divulgadores da verdade em refutação a declaração dos gnósticos que eles
tinham um novo acesso à verdade divina. Em Pedro o conhecimento não é o conhecimento da
verdade teológica nem a união mística com Deus, como no gnosticismo, mas é o
conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. (1:2). Embora Pedro utilize a o
vocabulário Gnóstico, seu propósito é refutar as pretensões gnósticas.
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.2 Pedro 1:20,21
4 DOCKERY, David. S. (Ed.) Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001. p.816
5
Inspiração das Escrituras A primeira parte da passagem parece estar refutando os entusiastas gnósticos que
reivindicavam ter uma nova palavra de Deus, que suplementava o evangelho recebido.A
interpretação não pode ser particular, ela pertence a igreja como um todo, que tem sob sua
custódia a verdade apostólica. Pedro está se referindo à autenticação da Escritura e não da
sua interpretação.
Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade. 2 Pedro
1:16. Pedro esta comparando a verdade das escrituras com as fábulas dos gnósticos com a
inspiração das escrituras dada aos seus autores.
Palavra Profética: É a verdade de Deus, porém apenas uma verdade parcial, a verdade
completa será revelada quando “o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso
coração” (1:19).
Anjos Pedro nos diz que há uma classe de anjos que pecou (Judas diz que deixaram sua
habitação v.6), e que por esta razão foi lançada no seol, onde ficará aprisionada até o dia do
Juízo. Essa é a fonte no NT em que a idéia de que os espíritos maus sejam anjos caídos se
baseia.
5 5 DOCKERY, David. S. (Ed.) Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001, p.818
A demora na Parousia Os gnósticos ridicularizavam a idéia da parousia, provavelmente a favor da idéia da
salvação na morte. Pedro responde que Deus não conta o tempo como nós, para Ele um dia é
como mil anos. Essa demora tem um propósito misericordioso: dá aos pecadores mais tempo
para se arrependerem(3:9). A proclamação universal do evangelho deve preceder o fim e
acelerará a sua vinda.
JUDAS
Judas trata do mesmo problema em relação aos gnósticos libertinos como faz 2
Pedro, e escreve para encorajar seus leitores a lutarem por uma fé ortodoxa (v.3).
Chegaram a igreja falsos mestres que “negam a Deus, único dominador e
Senhor nosso, Jesus Cristo”
Rejeitam e ultrajam as autoridades, os anjos (v.8), que são os anjos.
São escarnecedores (v.18)
Reivindicam ter uma iluminação especial do Espírito, mas são na
verdade, destituídos deste Espírito (v.19).
Seu erro se manifesta na licenciosidade sexual (v.4 e 12)
Declaram estar cheios do Espírito, que não havia espaço para a Lei em
suas vidas cristãs.
Os dois tópicos de interesse teológico são a referência de Judas aos anjos:
Anjos que não guardam seu principado, mas deixaram sua própria habitação, reservou
na escuridão e em prisões eternas até ao Juízo daquele grande dia.
Citação de Enoque: Não chama Enoque de escritura. Não fica em absoluto, claro, que
Judas tenha usado esse livro por tê-lo considerado como uma Escritura inspirada.
Paulo faz uso da midrash em ICo. 10:4, Quando fala a respeito da pedra que seguia os
Israelitas no deserto. Cita um poeta pagão no seu discurso em Atenas (At. 17:28)
(1Cor. 15:33). O apóstolo menciona os mágicos que resistiram a Moisés, como Janes e
Jambres (2Tm. 3:8), e, provavelmente, extraiu seus nomes de alguma fonte não-
canônica.
AS EPÍSTOLAS JOANINAS A maioria concorda que as epístolas Joaninas compartilham uma autoria comum com o
Quarto evangelho.
A primeira Epístola é endereçada a uma igreja ou a igrejas que manifestam falsos
profetas, os quais iniciaram uma cisma na igreja (2:19). Reivindicam uma iluminação especial
pelo Espírito (2:20,27) que lhes concedia o verdadeiro conhecimento de Deus. Isso explica a
forte ênfase de João sobre o verdadeiro conhecimento de Deus. Ele defende que o
conhecimento apenas pode vir por intermédio da tradição Cristã. Os erros éticos dessa seita
parece ser arrogância , que os levaram a desprezar os cristãos comuns, que não declaravam
haver alcançado o mesmo patamar de iluminação dos gnósticos. Por essa razão João coloca
tanta ênfase no amor aos irmãos.
O principal erro deles era cristológico, pois negavam a encarnação (2:22; 4:1).
Uma forma de gnosticismo era o docestismo.
Os docéticos gnósticos se atinham ao típico contraste grego entre espírito e a
matéria, e pensavam que, visto que a matéria era ipso facto má, Deus não
poderia ter entrado em contato direto com o mundo material ou fenomenal em
Cristo. Logo ou negavam a encarnação em termos gerais ou ensinavam que o
corpo de Cristo era apenas uma aparência e não era real. Assim criam que o
Cristo celestial apenas pareceu tomar forma humana.
Negavam a realidade dos sofrimentos de Cristo, aceitavam seu batismo, mas
recusava-se a a aceitar a paixão como parte da obra messianica.
Admitiam que Ele veio por agua, porém não por sangue.
Ao refutar a negação gnóstica da paixão de Jesus. João enfatiza o efeito expiatorio da morte
Dele, e faz varias vezes alusão a eficacia da cruz.
É pelo seu sangue que somos purificados do
pecado (1:8-9)
Ele deus sua vida por nós (3:16)
Pela sua morte, realizou uma obra de propiciação
por nossos pecados, até mesmo pelos pecados de
todo o mundo (2:2).
Sua morte propiciatória é a prova suprema do
amor de Deus (4:10).
E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas.1 João 2:20. Eles não
deveriam seguir aquele movimento visando alcançar o verdadeiro conhecimento. O dom do
Espírito é, em si, mesmo, uma unção que capacita o cristão a alcançar o verdadeiro
conhecimento. O Espírito é dado a todos os crentes; todos compartilham o verdadeiro
conhecimento de Deus, e não apenas alguns poucos que tenham sido especialmente
iluminados.
E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que
alguém (como os gnosticos pneumaticos) vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina
todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele
permanecereis.1 João 2:27
1. Os gnosticos não aceitavam uma real união entre o Cristo celestial e o Jesus
humano. Os dois se conectavam temporariamente e externamente. Em algum
ponto da vida Jesus, por exemplo, em seu batismo, o Cristo divino desceu sobre
ele, mas deixou novamente após sua paixão. João está refutando algumas
opiniões como essas, e insistindo em uma encarnação real do Filho de Deus.
Jesus e Cristo são um e o mesmo.
2. Os gnosticos acreditavam que Deus era Luz , mas o mundo material visível era
o reino das trevas. O caminho da salvação consistia em obter Gnosis , envolvia
uma experiência mística completa., por meio da qual o homem poderia escapar
da servidão às trevas e , ao morrer, voar ´para o mundo da luz.
Para João, as trevas não são o mundo físico; é tudo uma questão de ética. “Aquele que esta na
luz e aborrece ao seu irmão até agora está em trevas” (2.9).
O mundo, em 1 João, como no evangelho, não é criação, mas o mundo o mundo dos seres
humanos, visto em sua rebelião e hostilidade para com Deus. Os crentes ainda estão no
mundo (4:17), mas todo o mundo está no maligno (5:19). Porém o uso que prevalece é o
mundo da sociedade pagã daquela época, viciado na busca:
Da satisfação dos prazeres sensuais (concupiscência da Carne).
Visão materialista da Vida e dos Valores (Concupiscência dos olhos)
Ansioso pela auto-glorificação (Soberba da vida 2:16)
João faz um contraste absoluto entre este mundo maligno e a nova ordem inaugurada por
Cristo.
Tudo aquilo que é do mundo, não é de Deus (2:16)
Os falsos profetas são do mundo, e o mundo os ouve (4:5)
O mundo não entende os cristãos mais do que entendeu a Cristo (3:1)
O mundo os odeia (3:13)
Em resposta, o cristão não deve amar o mundo. Deve posicionar suas afeições em um
conjunto de valores completamente diferente do prazer sexual, do materialismo e da auto-
glorificação (2:16)
Vida Eterna Um dos propósitos da epístola é reassegurar aos cristãos que rejeitaram a Luz superior
gnóstica, que eles tinham a vida eterna. Em Cristo, Deus já nos deu a vida eterna ; aquele que
tem o Filho tem vida (5:11 -12). Embora tenhamos recebido a vida e embora tenhamos nascido
de novo (2:29), ainda não somos como Cristo.
O Anticristo No novo Testamento, a palavra antichistos só ocorre nas epístolas joaninas (2:18, 22;
4:3; 2Jo. 7), porém a ideia se encontra em outras passagens (Mt 24:24). O Anticristo são
falsos profetas, que negam Jesus é o Messias (2:22) e que se separam da igreja (2:19), tentam
enganar e desviar todos os que ouvem.
O espírito do anticristo,se manifesta em todos os lugares, em mestres heréticos,
cismáticos, mas que será por fim, nos últimos dias, incorporado por uma única pessoa má.
O Pecado O fato de João falar muito sobre o pecado deve-se a doutrina gnostica de que aquele
que foi espiritualmente iluminado pode alcançar uma perfeição que o coloca além da
tentação e do pecado. Nem mesmo o cristão mais maduro é capaz de alcaçar a perfeição
sem pecado nesta vida. (1:8). João se preocupa que sua oposição a idéia gnóstica de
perfeição e isenção de pecados, não transmita aos seus leitores uma atitude conscendente em
relação ao pecado. “ Estas coisas vos escrevo para que não pequeis” (2:1)
PARAKLETOS- Essa palavra aparece apenas nessa epístola. O Espírito Santo será
enviado aos discípulos de Jesus, para ser seu ajudador. Aqui Jesus é nosso parakletos no céu
na presença de Deus. O termo também se enquadra no significado mais tecnico de advogado:
aquele que representa outrem e pleteia sua causa.
Quem comete o pecado é do diabo;. 1 João 3:8. Qualquer que é nascido de Deus não comete
pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de
Deus.1 João 3:9. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de
Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. 1 João 5:18.
Esses versículos parecem contradizer o que havia dito sobre o pecado na vida cristã.
Pode ser que o autor esteja dizendo que aquele que nasceu de novo não pode continuar a
viver em pecado, porque um novo princípio de vida foi implantado em sua vida. Deve haver
uma mudança óbvia em sua vida. Em uma tradução literal o versículo 3:8 diz “Quem comete o
pecado é do diabo. o verbo no presente do indicativo pode sugerir essa tradução. uma sutileza
gramatical. Pois o tempo dos verbos no grego tem grande significado. Na prática o domínio e o
jugo do pecado estão vencidos; mas isto não significa perfeição sem pecado.
O AMOR
A ética de João é uma repetiçãodo que se encontra no evangelho, é o novo
mandamento do amor (Jo. 13:34). O verbo amar ocorre pelo menos vinte e oito vezes . A vida
cristã se resume em não amar ao mundo (2:15), em amar a Deus (4:21) e em expressar este
amor a Deus amando os irmãos cristãos (4:20). Este novo amor significa seguir o exemplo de
Cristo, a ponto de estar disposto a “dar a vida pelos irmãos” (3:16). Esse amor não é uma mera
realização humana; é a resposta humana ao amor de Deus. Nisto está o amor, não em que nós
tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para
propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nòs devemos
amar uns aos outros.1 João 4:10,11
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A SEGUNDA E A TERCEIRA EPÍSTOLA DE JOÃO A segunda é uma carta sincera a uma determinada igreja chamada de “senhora eleita” e
“seus filhos” (v.1), para aconselhá-los a não oferecer hospitalidade, como era o costume, a
qualquer suposto mestre cristão itinerante que não proclame a são doutrina (v. 8-11). Esses
não são os verdadeiros profetas, mas enganadores, porque “não confessam que Jesus Cristo
veio em carne” (v.7).
A terceira epístola de João foi escrita para aconselhar Gaio quanto à maneira de lidar
com Diótrefes (v.9), um cismático. Não fica claro se seu separatismo se devia ao fato de ter
aderido à doutrina gnóstica, ou devido a razões primariamente pessoais. A verdadeira causa
pode muito bem ter sido segurança.
6 DOCKERY, David. S. (Ed.) Manual Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2001, p.820