Contributo das Técnicas de Engenharia Natural na Recuperação … · 2006-11-26 · inertes, na...
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Contributo das TContributo das Téécnicas de cnicas de Engenharia Natural na RecuperaEngenharia Natural na Recuperaçção ão
de Ecossistemasde Ecossistemas
*Martinho*Martinho, P.; , P.; **Silva**Silva, V.; , V.; *Freitas*Freitas, A.; , A.; *Teles*Teles, R.; , R.; *Sousa*Sousa, , R. & R. & *Ribeiro*Ribeiro, A., A.
*Engenharia*Engenharia Verde. Verde. ““Ajudar a Natureza a Fazer o Seu TrabalhoAjudar a Natureza a Fazer o Seu Trabalho””www.engenhariaverde.blogspot.comwww.engenhariaverde.blogspot.com
**Departamento**Departamento de Protecde Protecçção das Plantas e de ão das Plantas e de FitoecologiaFitoecologia, Instituto , Instituto Superior Agronomia.Superior Agronomia.
Castro Verde, 17 de Novembro de 2006Castro Verde, 17 de Novembro de 2006
Abordagem HistAbordagem HistóóricaricaPrPráática comum durante stica comum durante sééculos em diversas partes do culos em diversas partes do
globo.globo.
Abandono quase por completo apAbandono quase por completo apóós a chegada da s a chegada da RevoluRevoluçção Industrial.ão Industrial.
DescriDescriçção ão detalhada das detalhada das primeiras TENprimeiras TEN
MonitorizaMonitorizaçção de ão de ááreas reas recuperadas com TENrecuperadas com TEN
ContinuaContinuaçção do estudo das TEN ão do estudo das TEN Hugo Hugo SchiechtlSchiechtl
ConfirmaConfirmaçção das potencialidades e viabilidade da ão das potencialidades e viabilidade da
combinacombinaçção entre materiais de construão entre materiais de construçção vivos e ão vivos e
inertes, na restaurainertes, na restauraçção e ão e renaturalizarenaturalizaççãoão da paisagem.da paisagem.
Engenharia Natural no MundoEngenharia Natural no Mundo
IngegneriaIngegneria NaturalNaturalíística stica (It(Itáália)lia)
IngenieurbiologieIngenieurbiologie ((ÁÁustria e Alemanha)ustria e Alemanha)
IngenieriaIngenieria deldel PaisajePaisaje (Espanha)(Espanha)
GenieGenie EcologiqueEcologique (Fran(Françça)a)
BioengenhariaBioengenharia de Solos de Solos (Brasil)(Brasil)
SoilSoil BioengineeringBioengineering & & BiotechnicalBiotechnical StabilizationStabilization (UK & USA)(UK & USA)
NoNoçções Geraisões Gerais
De acordo com De acordo com SchiechtlSchiechtl (1991), o conceito (1991), o conceito IngenieurbiologieIngenieurbiologie
refererefere--se ao estudo das propriedades das plantas e avaliase ao estudo das propriedades das plantas e avaliaçção do ão do
seu comportamento, quando utilizadas como material de seu comportamento, quando utilizadas como material de
construconstruçção vivo ou em combinaão vivo ou em combinaçção com outros materiais inertes ão com outros materiais inertes
na arquitectura da paisagem. na arquitectura da paisagem.
DefiniDefiniççõesões
Objectivos TObjectivos Téécnicocnico--FuncionaisFuncionais
ConsolidaConsolidaçção em profundidade de margens fluviais e ão em profundidade de margens fluviais e
estabilizaestabilizaçção de vertentes pela acão de vertentes pela acçção das raão das raíízes zes (evitando a (evitando a
ocorrência de deslizamentos de terra, avalanches, queda de blocoocorrência de deslizamentos de terra, avalanches, queda de blocos, etc.);s, etc.);
ObjectivosObjectivos
ReduReduçção dos efeitos erosivos (ão dos efeitos erosivos (nas margens dos cursos de nas margens dos cursos de áágua gua
atravatravéés da diminuis da diminuiçção da velocidade de escoamento e nas vertentes pela ão da velocidade de escoamento e nas vertentes pela
diminuidiminuiçção de escoamento superficial);ão de escoamento superficial);
Aumento da infiltraAumento da infiltraçção e drenagem.ão e drenagem.
Objectivos EcolObjectivos Ecolóógicosgicos
ReposiReposiçção das condião das condiçções naturais atravões naturais atravéés da implementas da implementaçção de ão de
vegetavegetaçção autão autóóctone;ctone;
Melhoria das condiMelhoria das condiçções microões micro--climclimááticas; ticas;
ActivaActivaçção do potencial da microflora e microfauna do solo;ão do potencial da microflora e microfauna do solo;
CriaCriaçção de nichos ecolão de nichos ecolóógicos;gicos;
Incremento de Biodiversidade.Incremento de Biodiversidade.
Objectivos PaisagObjectivos Paisagíísticossticos
DiminuiDiminuiçção do impacto causado por diversas infraão do impacto causado por diversas infra--estruturas estruturas
(vias de comunica(vias de comunicaçção, gasodutos, etc.);ão, gasodutos, etc.);
RestauraRestauraçção da paisagem em zonas afectadas pela actividade ão da paisagem em zonas afectadas pela actividade
do Homem do Homem (ex.: Aterros, minas, pedreiras, etc.);(ex.: Aterros, minas, pedreiras, etc.);
CriaCriaçção e integraão e integraçção de obras a baixo impacto ambiental.ão de obras a baixo impacto ambiental.
Objectivos EconObjectivos Econóómicosmicos
ReduReduçção de custos na construão de custos na construçção ão (reaproveitamento de materiais);(reaproveitamento de materiais);
ReduReduçção de custos de manutenão de custos de manutençção;ão;
MateriaisMateriais
InertesInertes
Asseguram a estabilidade da estrutura Asseguram a estabilidade da estrutura
enquanto a vegetaenquanto a vegetaçção se desenvolve.ão se desenvolve.
Madeira Madeira (troncos, barrotes e estacas);(troncos, barrotes e estacas);
Pedra;Pedra;
Metais Metais (barras de a(barras de açço, pregos e arames);o, pregos e arames);
GeotêxteisGeotêxteis, mantas orgânicas e telas , mantas orgânicas e telas
impermeimpermeááveis.veis.
VivosVivos
Assumem a funAssumem a funçção estabilizadora, anteriormente ão estabilizadora, anteriormente
desempenhada pelos inertes.desempenhada pelos inertes.
Estacaria de arbustivas autEstacaria de arbustivas autóóctones;ctones;
Plantas em torrão;Plantas em torrão;
Sementes de herbSementes de herbááceas pioneiras.ceas pioneiras.
Comportamento BiotComportamento Biotéécnico das Plantascnico das PlantasEstudo do potencial das plantas como material de construEstudo do potencial das plantas como material de construçção ão
vivo.vivo.
Propriedades, capacidades tPropriedades, capacidades téécnicas e accnicas e acçção estabilizanteão estabilizante
ProtecProtecçção contra a erosão superficial;ão contra a erosão superficial;
RegulaRegulaçção do balanão do balançço ho híídrico do solo;drico do solo;
Desenvolvimento radicular;Desenvolvimento radicular;
Resistência ao desenraizamento;Resistência ao desenraizamento;
Elasticidade;Elasticidade;
Resistência ao corte.Resistência ao corte.
Propriedades e capacidades biolPropriedades e capacidades biolóógicasgicas
Capacidade regenerativa;Capacidade regenerativa;
Capacidade de adaptaCapacidade de adaptaçção;ão;
Resistência Resistência àà submersão;submersão;
Capacidade de propagaCapacidade de propagaçção vegetativa.ão vegetativa.
Campos de ActuaCampos de Actuaççãoão
RestauraRestauraçção de zonas hão de zonas húúmidas midas
(escarpas e dunas costeiras, rios, ribeiras (escarpas e dunas costeiras, rios, ribeiras
e lagoas);e lagoas);
IntervenIntervençções em zonas de ões em zonas de
montanha montanha (sistematiza(sistematizaçção de ão de
deslizamentos de terras);deslizamentos de terras);
Enquadramento paisagEnquadramento paisagíístico stico (auto(auto--
estradas, vias festradas, vias féérreas e gasodutos);rreas e gasodutos);
RenaturalizaRenaturalizaçção de minas, ão de minas,
pedreiras e aterros desactivados; pedreiras e aterros desactivados;
Controlo de erosão em zonas Controlo de erosão em zonas
ardidas.ardidas.
Gestão de ecossistemasGestão de ecossistemas
NNííveis de intervenveis de intervenççãoão
Adaptado de VENTI et al. (2003) cit in FREITAS (2006)
Tipos de IntervenTipos de Intervenççãoão
IntervenIntervençções Estabilizantes ões Estabilizantes (Grade Viva, Faixas de Vegeta(Grade Viva, Faixas de Vegetaçção);ão);
IntervenIntervençções de Suporte ões de Suporte (Muro de Suporte Vivo tipo (Muro de Suporte Vivo tipo ““CribwallCribwall””, ,
Gabiões com VegetaGabiões com Vegetaçção);ão);
IntervenIntervençções de Correcões de Correcçção Hidrão Hidrááulica ulica (Barragens de Correc(Barragens de Correcçção ão
Torrencial e Faxinas).Torrencial e Faxinas).
Sementeira e Revestimentos Sementeira e Revestimentos ((HidroHidro--ssementeirasementeiras, , Mantas Mantas
Orgânicas);Orgânicas);
Grade VivaGrade Viva
EstabilizaEstabilizaçção de taludes muito inclinados (atão de taludes muito inclinados (atéé 5555ºº););
Estrutura reticular de troncos, ancorada ao substrato;Estrutura reticular de troncos, ancorada ao substrato;
Preenchimento com terreno, plantaPreenchimento com terreno, plantaçção de estacas de arbustivas ão de estacas de arbustivas
autautóóctones ou arbustos em torrão e ctones ou arbustos em torrão e sementeirasementeira;;
O desenvolvimento radicular das plantas acaba por assumir a O desenvolvimento radicular das plantas acaba por assumir a
estabilizaestabilizaçção e a drenagem do talude.ão e a drenagem do talude.
AlAlççado frontal da Grade Vivaado frontal da Grade Viva Perfil da Grade VivaPerfil da Grade Viva
Faixas de VegetaFaixas de Vegetaççãoão
EstabilizaEstabilizaçção de taludes com inclinaão de taludes com inclinaçção atão atéé 4040ºº;;
PlantaPlantaçção de estacas vivas em socalcos;ão de estacas vivas em socalcos;
Nas zonas entre os socalcos poderNas zonas entre os socalcos poderáá utilizarutilizar--se uma cobertura se uma cobertura
com manta orgânica de modo a minimizar os danos causados com manta orgânica de modo a minimizar os danos causados
durante a obra e/ou realizar uma sementeira;durante a obra e/ou realizar uma sementeira;
O desenvolvimento radicular das plantas acaba por assumir a O desenvolvimento radicular das plantas acaba por assumir a
estabilizaestabilizaçção e a drenagem do talude.ão e a drenagem do talude.
FaxinasFaxinas
FormaFormaçção de um rolo, com a união de diversas estacas vivas;ão de um rolo, com a união de diversas estacas vivas;
Utilizada em margens de linhas de Utilizada em margens de linhas de áágua e lagos;gua e lagos;
ConsolidaConsolidaçção imediata e reduão imediata e reduçção da erosão na margem;ão da erosão na margem;
RealizaRealizaçção rão ráápida e simples.pida e simples.
Faxina em perspectivaFaxina em perspectiva Faxina em perfilFaxina em perfil
Muro de Suporte Vivo tipo Muro de Suporte Vivo tipo ““CribwallCribwall””
Estrutura em troncos com a forma de caixa, preenchida com Estrutura em troncos com a forma de caixa, preenchida com
terreno local, pedra e plantaterreno local, pedra e plantaçção de estacas vivas de arbustivas ão de estacas vivas de arbustivas
autautóóctones. ctones.
EstabilizaEstabilizaçção e suporte de taludes, escarpas e margens fluviais.ão e suporte de taludes, escarpas e margens fluviais.
ÉÉ uma obra deformuma obra deformáável e permevel e permeáável. vel.
Vantagens da AplicaVantagens da Aplicaçção das TENão das TEN
Baixo custo e reduzida manutenBaixo custo e reduzida manutençção a longo prazo;ão a longo prazo;
BenefBenefíícios ambientais ao ncios ambientais ao níível da criavel da criaçção de nichos ecolão de nichos ecolóógicos e gicos e
de enquadramento na paisagem;de enquadramento na paisagem;
Aumento das forAumento das forçças estabilizantes do solo, devido ao crescimento as estabilizantes do solo, devido ao crescimento
contcontíínuo das ranuo das raíízes das plantas;zes das plantas;
São estruturas elSão estruturas eláásticas e em constante evolusticas e em constante evoluçção, com a ão, com a
capacidade de absorver os movimentos do terreno, ao contrcapacidade de absorver os movimentos do terreno, ao contráário rio
das obras convencionais que são estdas obras convencionais que são estááticas;ticas;
Incremento de Biodiversidade.Incremento de Biodiversidade.
PerPerííodo de construodo de construçção normalmente condicionado ão normalmente condicionado àà éépoca poca
de dormência vegetativa;de dormência vegetativa;
MMéétodos de construtodos de construçção intensivos e especializados;ão intensivos e especializados;
Dificuldade em encontrar operDificuldade em encontrar operáários familiarizados com os rios familiarizados com os
princprincíípios construtivos das TEN pios construtivos das TEN (sendo necess(sendo necessáário promover rio promover
acacçções de formaões de formaçção).ão).
LimitaLimitaçções da Aplicaões da Aplicaçção das TENão das TEN
““A beleza de uma paisagem estA beleza de uma paisagem estáá no esplendor da sua no esplendor da sua
ordem, que se manifesta no equilordem, que se manifesta no equilííbrio biolbrio biolóógico dos gico dos
diversos factores que nela actuam e na sua perfeita diversos factores que nela actuam e na sua perfeita
adequaadequaçção aos interesses dos Homens que nela vivem. ão aos interesses dos Homens que nela vivem.
Trabalhando com matTrabalhando com matééria viva, temos de nos sujeitar ria viva, temos de nos sujeitar
ààs suas leis prs suas leis próóprias e servirmoprias e servirmo--nos da prnos da próópria pria
interacinteracçção desses factores para conseguir os efeitos ão desses factores para conseguir os efeitos
que desejamosque desejamos..””
Caldeira CabralCaldeira Cabral
FIMFIM
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