“Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias...

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Nº 1241 / 20 Março de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20www.vidaeconomica.pt DIRECTOR João Peixoto de Sousa �����������������������������������9 720972 000037 01241 Paulo Guichard, presidente da comissão executiva do BPP, afirma “Vamos aumentar o investimento no BCP” A REQUALIFICAÇÃO DAS URGÊNCIAS HOSPITALARES FOI MAL AVALIADA A requalificação da rede de urgências hospitalares foi ba- seada num estudo que tem falhas gra- ves. O tra- balho não foi feito de forma multidis- ciplinar e não envol- veu as po- pulações e os representantes das autar- quias — afirma Paulo Kuteev Moreira, professor da Univer- sidade Nova de Lisboa. Pág. 7 A cotação actual do BCP em bolsa é encarada como uma oportunidade de investimento. O BPP elevou de 100 para 200 milhões de euros o investimento no banco presidido por Carlos Santos Ferreira, com o objectivo de acompanhar o aumento de capital e reforçar a posição enquanto accionista de referência. Págs. 40 e 41 Executive MBA da Escola de Negócios Caixanova defendem “Devemos deixar cair a tentação de criarmos marcas próprias a todo o custo” Pág. 16 João Mendes. Jorge Teixeira. MERCADOS CRÉDITO NO PONTO DE VENDA CAI 12% Pág. 36 SEGUROS SEGUROS DE SAÚDE APOIAM DOENTES GRAVES Pág. 38 VIDA ECONÓMICA ANTECIPA EDIÇÃO Devido ao feriado de Sex- ta-feira Santa, a Vida Eco- nómica antecipa a sua data de publicação, sendo dis- tribuída na quinta-feira, dia 20 de Março.

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Nº 1241 / 20 Março de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€

www.vidaeconomica.pt

DIRECTORJoão Peixoto de Sousa

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9 720972 000037

0 1 2 4 1

Paulo Guichard, presidente da comissão executiva do BPP, afirma

“Vamos aumentar o investimento no BCP”

A REQUALIFICAÇÃO DAS URGÊNCIAS HOSPITALARES FOI MAL AVALIADA

A requalificação da rede de urgências hospitalares foi ba-seada num estudo que tem falhas gra-ves. O tra-balho não foi feito de forma multidis-ciplinar e não envol-veu as po-p u l a ç õ e s e os representantes das autar-quias — afirma Paulo Kuteev Moreira, professor da Univer-sidade Nova de Lisboa.

Pág. 7

A cotação actual do BCP em bolsa é encarada como uma oportunidade de investimento. O BPP elevou de 100 para 200 milhões de euros o investimento no banco presidido por Carlos Santos Ferreira, com o objectivo de acompanhar o aumento de capital e reforçar a posição enquanto accionista de referência.

Págs. 40 e 41

Executive MBA da Escola de Negócios Caixanova defendem

“Devemos deixar cair a tentação de criarmos marcas próprias a todo o custo”

Pág. 16 João Mendes. Jorge Teixeira.

MERCADOS

CRÉDITO NO PONTO DE VENDA CAI 12%

Pág. 36

SEGUROS

SEGUROS DE SAÚDE APOIAM DOENTES GRAVES

Pág. 38

VIDA ECONÓMICA ANTECIPA EDIÇÃO

Devido ao feriado de Sex-ta-feira Santa, a Vida Eco-nómica antecipa a sua data de publicação, sendo dis-tribuída na quinta-feira, dia 20 de Março.

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EMPRESAS CITADAS

EDP .....................................03

BPI ......................................03

Banco Primus ........................06

H. Hagen ..............................10

Allbecon Portugal ..................10

DBK .....................................10

Escom ..................................13

OKI ......................................13

Chiquita ...............................13

Larforma ...............................18

M. n. arquitectura ..................18

J. Gomes ..............................19

PT ........................................20

Lanidor .................................20

Imperial ................................21

Grupo Duarte ........................22

DTZ ......................................23

Imorendimento ......................23

CB Richard Ellis ....................23

Abertis .................................23

Corticeira Amorim ..................26

Air Berlin ..............................28

Deloitte ................................28

Gartner .................................30

Software AG ..........................30

GFT ......................................30

Lameirinho ...........................31

Crispim & Abreu ....................31

EDP .....................................32

BPN .....................................32

Tranquilidade ........................38

Montepio ..............................43

LJ Carregosa .........................43

Teixeira Duarte ......................43

Cimpor .................................43

BCP .....................................43

VW .......................................46

Norauto ................................46

Renault ................................46

Civiparts ...............................46

ACTUALIDADE

NESTA EDIÇÃO

Abertura

HUMOR ECONÓMICO

quinta-feira, 20 Março de 2008ACTUALIDADE2

Pág. 34Pág. 7 Pág. 10

DUAS EMPRESAS NACIONAIS ENTRE

AS MAIORES DA CONSTRUÇÃO

Os grupos Mota-Engil e Soa-res da Costa estão no ranking das 100 maiores empresas de construção da Europa, com os 67º e 100º lugares, respecti-vamente. Também a Somague faz parte, este ano, da listagem da Deloitte, integrada na espa-nhola Sacyr Vallehermoso, com a 24ª posição.Ainda que com difi culdades, o sector da construção conti-nua a ter um peso importante na economia nacional, repre-sentando ainda mais de 10% da força de trabalho do país. Quanto ao estudo, revela que as empresas francesas são aquelas que mais têm cres-cido, sendo que a VINCI e a Bouygues ocupam o primeiro e o segundo lugares da tabela, respectivamente. De notar ain-da que a maioria das empresas tem registado um crescimento em termos de receitas, sinal que a gestão é desenvolvida de forma mais cuidada.

PME

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415 E-mail [email protected]; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail [email protected]; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail [email protected] • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009

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4000 Município (Porto) TAXA PAGARegisto na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

NORTE QUER INVESTIMENTO DE DOIS MIL MILHÕES EM INOVAÇÃO

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) apresentou um plano para a inovação. O valor previsto ascende a dois mil milhões de euros, dos quais cerca de metade fi nanciada por verbas comu-nitárias.O objectivo é consolidar um sistema regional de inovação que impulsione as vantagens competitivas da Região Norte. Foi também apresentado o Plano para o Acolhimento Empresarial, também no âmbito do Pacto Re-gional para a Competitividade. A previsão aponta para um investimento na ordem dos 171 milhões de euros, em cinco anos, mais de metade por via de verbas comunitárias.

“REQUALIFICAÇÃO DA REDE DE URGÊNCIAS BASEOU-SE NUM ESTUDO COM FALHAS GRAVES”A reorganização da rede de urgências hospitalares teve como base um estudo com falhas graves. Não foi realizado de forma multidisci-plinar, revela Paulo Kuteev Moreira, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.

EMPRESAS DE CALÇADO REFORÇAM PRODUÇÃO E AUMENTAM EMPREGOA indústria do calçado nacional continua a revelar um optimismo fora do comum nos tempos que correm. As empresas estão a planear aumentar a produção e até colocam a possibilidade de criarem pos-tos de trabalho. Defi nitivamente, o sector soube adequar-se à nova realidade do mercado.

CRÉDITOS FISCAIS DEVERIAM COMPENSAR ATRASOS NOS PAGAMENTOS DO ESTADOReis Campos, presidente da AICCOPN, caracteriza-se pela sua fron-talidade. Mais uma vez, lamenta a atitude do Estado com o progra-ma Pagar a Tempo e Horas. De facto, o Governo está a reconhecer que é mau pagador e até legitima esse comportamento. Entretanto, deveria estabelecer com as empresas uma conta corrente que lhes permitisse compensar os créditos.

BREVE

FISCALIDADE

BREVE

Como é que se pode atingir a excelência pessoal? Ora, é caso para dizer que a empresa “I Have the Power” tem parte da resposta. Pelo menos, é isso que se propõe fazer ao assumir-se como autora do primeiro sistema integrado de formação contínua em excelência pessoal em Portugal. O objectivo é claro: levar os profi ssionais das mais diversas áreas – alguns jorna-listas participaram, há pouco tem-po, num seminário sobre o assunto - a “libertarem-se dos medos e dos factores que os impedem de triun-far” e, claro está, “projectar toda a sua capacidade, iniciativa, talento e vontade de vencer”. E como?, poderá o leitor perguntar.

Aqui, a “I Have the Power”, como já vimos, fala de um siste-ma, mas, agora, “capaz de conci-liar a aprendizagem com a prática, através de eventos, ferramentas e acompanhamento personaliza-do”. Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual, mas tam-bém de seminários, workshops ou de palestras. O que se pode

aprender neste tipo de eventos? Como constatámos “in loco”, diversas coisas. Entre elas, como melhorar o nosso desempenho, como defi nir metas e objectivos, relacionamentos duradoiros ou como liderar no século XXI.

Os interessados neste tipo de ensinamentos são também eles os mais diversos. Como o leitor há-de adivinhar, estamos a falar de empresas, mas também de clubes de futebol e até mesmo de insti-tuições sem fi ns lucrativos. Atrás de tudo isto está o fundador da empresa, Adelino Cunha. Licen-ciado em Matemáticas Aplicadas, este empresário já foi professor universitário e esteve na admi-nistração de prestigiadas empre-sas nacionais. Até que, um dia, decidiu virar de rumo e, desde então, está ligado a esta área de formação, assumindo-se, agora, como consultor e “coach”. Esta última qualidade já lhe valeu a certifi cação internacional pelo ICC (Comunidade Internacional de Coaching).

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Empresa de formação ajudaprofi ssionais a atingir a excelência

A Leche Celta, empresa da Lac-togal, está a viver um momento conturbado. Cerca de quatro mil produtores invadiram a fábrica da leiteira em Pontedeume, na Corunha, e destruíram centenas de pacotes e garrafas de leite. Esta acção representou, segundo informam os sindicatos galegos, um manifesto de protesto con-tra a decisão da Lactogal, baixar em seis cêntimos o preço pago ao produtor por litro de leite.

Recorde-se que a indústria láctea Puleva e a Pascoal tinham

já anunciado uma descida seme-lhante, também contestada por manifestação de 1500 produto-res. Em Portugal, o facto tam-bém não é novo. Lembre-se que esta descida de preço do leite foi também imposta aos agriculto-res portugueses pela Lactogal, no mês de Janeiro, sem qual-quer descida de preço ao consu-midor.

Pena é que, em Portugal, não haja manifestações contra estas concertações de preço tão enér-gicas quanto em Espanha.

Concertação de preços no sector leiteiro contestada em Espanha

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Fonte: APFIPP

Fonte: INE

Fonte: INE

1000 dólares

Valor da onça de ouro ultrapassa barreira dos mil

dólares

27Número

de projectos em carteira

da Sonae Sierra

1,3 milmilhões de euros

Valor das obras ganhas pela Bento Pedroso na Líbia

EXPANSIÓN

Comissão adopta norma única para televisão digital nos móveisA Comissão Europeia decidiu adoptar a tecnologia DVB-H (Digital Vi-deo Broadcasting Handheld) para a difusão da televisão digital nos mó-veis, enquanto norma da União Europeia. A decisão vai beneficiar um serviço harmonizado de telecomunicações electrónicas em todo o espaço comunitário.Bruxelas prevê que a televisão via móvel vá movimentar cerca de 20 mil milhões de euros, em 2011, e terá mais de 500 milhões de clientes. A decisão formal justifica-se para aproveitar as importantes manifestações desportivas que vão ter lugar e que vão favorecer o seu lançamento. A indústria sempre defendeu a existência de um padrão único.

FINANCIAL TIMES

Cidadãos europeus querem figura de topo para presidenteA maioria dos cidadãos da União Europeia acha que deve ser escolhida uma figura de relevo para seu primeiro presidente. Trata-se da escolha de alguém que deverá representar a União de forma efectiva.No entanto, se a este respeito existe consenso, o mesmo já não se passa com a personagem que deverá ser escolhida. Apenas Angela Merkel e Tony Blair são os dois políticos que garantem um vasto apoio para além dos seus próprios países de origem (...).

TENDÊNCIAS

FERREIRA DE OLIVEIRAO empresário está a revelar-se um homem de acção e que quer apro-veitar o facto de a Galp dispor de liquidez. As oportunidades têm que ser aproveitadas, pelo que Ferreira de Oliveira não está disposto a perder de tempo. Desta vez, o objectivo principal é garantir quota no mercado espanhol. A intenção é ultrapassar o gigante BP, o que é possível através da aquisição de partes da Repsol. É revelador também da atenção dada pela Galp ao plano estratégico definido pela petrolífera espanhola.

FERNANDO ULRICHO BPI foi a empresa que mais desceu desde o início do ano, entre as 20 cotadas no PSI20. A entidade financeira teve perdas superiores a 20%, pelo que será obrigada a mudar o seu plano estratégico. É verdade que essas perdas se ficam a dever sobretudo ao contexto dos mercados financeiros, mas o banco também acumulou perdas com o processo desencadeado relativamente ao BCP. E afinal não houve resultados efectivos. Aliás, é curioso verificar que foram precisamente estas duas instituições a registarem as perdas mais elevadas. Todavia, tudo indica que o BPI tem condições para recuperar rapidamente.

MANUEL PINHOQuem ouve o ministro da Economia fica a pensar se estará no mes-mo país daquele responsável político. Parece evidente que o Gover-no colocou a máquina da propaganda a alta rotação para transmitir a ideia que tudo está bem, temos condições para resistir aos tempos difíceis e esta legislatura é quase perfeita. Ainda que o pessimismo exagerado seja um erro crasso, não é menos verdade que as pessoas gostam de saber o que se passa para estarem preparadas.

JOSÉ SÓCRATESO Primeiro-Ministro dá sinais de estar algo confuso. Depois do comí-cio de sábado passado, que chegou a ser rídiculo, quer em termos de aparato, quer ao nível das intervenções, Sócrates optou por um caminho absolutamente errado. O Primeiro-Ministro decidiu atacar a política de Guterres para a Educação. É sabido que culpar quem esteve antes no poder não é a via adequada para melhorar o futuro. Para além que não será uma atitude elegante, para mais vinda de quem deve dar o exemplo.

ECONÓMETRO

FACTOS RELEVANTES

FINANÇAS GARANTEM DIREITOS DE TRANSMISSÃO NOS CERTIFICADOS DE AFORRO

O Ministério das Finanças veio rejeitar as afirmações que davam como certa a perda de direitos dos herdeiros em caso de transmissão, por morte do titular originário, de certifica-dos de aforro.

É dada a garantia que o novo regime “assegura o direito dos herdeiros de receberem os certificados de aforro que per-tenciam ao titular originário, com as mesmas característi-cas e no respeito pelos direi-tos adquiridos”, é referido em

comunicado. Adianta o Minis-tério das Finanças que resulta do decreto-lei publicado o re-gime de transmissãp dos cer-tificados de aforro o objectivo de garantir os direitos adqui-ridos em caso de transmissão por morte. “O novo regime, em caso algum, determina que os herdeiros recebam novo certi-ficado com características da série C.

Ao abrigo do regime anterior, em caso de morte do titular do certificado de aforro eram emi-

tidos novos certificados com características idênticas. Com o encerramento das subscri-ções da série B isso deixaria de ser possível.”

Face ao cenário descrito, avança aquele ministério que, para acautelar os direitos ad-quiridos, a opção do Governo passou por eliminar a neces-sidade de emissão de novos certificados, assegurando-se assim a sucessão dos titula-res nos certificados das séries A e B existentes.

InCI ESCLARECE CÓDIGO DOS CONTRATOS PÚBLICOSO Instituto da Construção e

do Imobiliário (InCI) está a de-senvolver um conjunto de ses-sões de esclarecimento para apresentar aos responsáveis das entidades envolvidas na contratação pública uma expli-cação sobre os novos procedi-mentos.

O primeiro conjunto de ses-sões tem lugar até meados de Abril e cobre todas as capitais

de distrito. É exclusivamente destinado aos responsáveis da administração pública, envol-vidos nos procedimentos de contratação.

As sessões são conduzidas por uma equipa de juristas que esteve envolvida na elabora-ção do código e compostas por uma primeira partre destinada a uma exposição de carácter técnico-jurídico sobre a gene-

ralidade dos principais aspec-tos do Código dos Contratos Públicos.

A segunda parte está estru-turada no sentido do esclareci-mento de dúvidas.

Os temas são o âmbito de aplicação do código, os tipos de procedimentos, os crité-rios de escolha dos procedi-mentos, entre vários outros aspectos.

PRODUÇÃO NA CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS TORNA A DESCER (média móvel de três meses, em %)

TAXA DE INFLAÇÃO EM QUEDA(em %)

REVISTA DE IMPRENSA

FUNDOS EUROPEUS DESACELERAM (em mil milhões de euros)

quinta-feira, 20 Março de 2008ACTUALIDADE4

Janeiro07

Fevereiro 07

Março07

Abril 07 Maio 07 Junho07

Julho07

Agosto07

Setembro 07

Outubro 07

Novembro 07

Dezembro 07

Janeiro07

-8-7-6-5-4-3-2-101

2003 2004 2005 2006 20073500

4000

4500

5000

5500

6000

3654

4072

5006

57575997

2005 2006 20070

1

2

3

4

2.3

3.1

2.5

Janeiro 07 Janeiro 08

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Lista dos credores do Estado obriga a preenchimento de requerimento

O Governo emitiu uma portaria que regulamenta a lista dos credores do Estado. Uma medida há muito reclamada pelos agentes de mercado. No entanto, estes criticam o fac-to de ser obrigatório os credores pedirem um requerimen-to, junto do Ministério das Finanças, para que possam ver as suas dívidas incluídas na referida lista.

De facto, os agentes de mercado contac-tados pela “Vida Económica” chamaram a atenção para o facto de o Estado não necessitar de qualquer pedido para publi-car a lista dos devedores, sabendo-se que muitos destes o são devido a atrasos nos pagamentos por parte das entidades pú-blicas. Por outro lado, sabem que quem pedir essa inclusão se arrisca a ser sujeito a fiscalizações sucessivas. Ou seja, continua a verificar-se uma enorme falta de con-fiança dos contribuintes face ao fisco.

Fica evidente que os contribuintes mais não querem que exista a devida equidade fiscal. O Estado deveria co-locar em pé de igualdade o que lhe devem e aquilo que deve. Sendo o contribuinte a fazer o pedido, isso signi-fica que o Estado não tem competência para verificar as

contas e revelar quais são os seus credores. Este tipo de sistema denota falta de lisura por parte da administra-ção fiscal. O Estado continua a “cozinhar” as coisas à sua maneira. O que vai acontecer é que a maior parte dos agentes económicos não vai pedir a inclusão na lista dos

credores do Estado, pelas mais variadas razões. Portanto, é um processo que está inquinado logo à partida e que é reve-lador da postura da administração fiscal face aos contribuintes.

O diploma adianta que, no caso de dí-vidas a pessoas singulares, são passíveis de integrarem a lista as dívidas iguais ou superiores a 3500 euros, enquanto para as pessoas colectivas as dívidas são iguais ou superiores a sete mil euros. Mediante o preenchimento do requerimento, por via electrónica, os credores do Estado

deverão identificar-se e identificar as dívidas que preten-dem ver divulgadas. Têm que dar o consentimento para que os dados sejam incluídos na lista e a autorização para que a dívida seja apresentada na lista dos credores do Es-tado.

A maior parte dos agentes económicos não vai pedir a inclusão na lista dos credores do Estado

ARESP defende tradição dos galheteiros de azeite

A Associação da Restauração e Similares de Portugal (ARESP) considera uma “vergonha nacional” a proibição de utilização dos tra-dicionais galheteiros de azeite, dos estabelecimentos de restauração e bebidas. Uma medida que, segun-do diz, “transforma Portugal, no único país do Mundo que ostenta este monstruoso atentado à gastro-nomia património cultural”.

Relativamente à Portaria n.º

24/2005, proposta e aprovada pelo XVI Governo Constitucional de Maioria PSD/CDS, entende que o diploma é “o infame resultado do poderoso lobby dos embaladores de azeite, que assim conseguiram o monopólio da sua comercialização, e a consequente, e imediata, tripli-cação do respectivo preço”.

A ARESP informa que vai exi-gir a sua imediata revogação, no próximo dia 31, durante o seu

congresso em Lisboa, perante vá-rios deputados que vão participar no Painel de Higiene e Segurança Alimentar.

No momento em que o CDS-PP traz à ribalta a necessidade de se re-ver a legislação sobre Higiene e Se-gurança Alimentar, tentando colo-car o ónus desta situação na ASAE, a ARESP entendeu que é chegado o momento de tomar uma posição firme sobre o assunto.

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Novos juízes aprendem a lidar com tecnologias de informação

Os formandos do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), donde saem juízes e magistrados do Mi-nistério Público, vão receber for-mação específica em tecnologias da informação e da comunicação, ao abrigo na nova lei orgânica do CEJ, publicada no início deste ano. “Com a Justiça a viver um processo intenso de modernização tecnológica é preciso que os juizes e magistrados do Ministério Pú-blico estejam aptos a acompanhar esta evolução. O CEJ vai fornecer um computador portátil a cada formando, que vai trabalhar nele durante todo o curso e depois le-vará o mesmo computador consi-

go, quando acabar o curso”, reve-lou Conde Rodrigues, secretário de Estado Adjunto e da Justiça, à “Vida Económica”.

Para Conde Rodrigues, a in-clusão de formação específica em tecnologias da informação é uma novidade relevante dos novos cur-sos, tal como a inclusão de forma-ção numa língua estrangeira. Neste caso, o CEJ proporcionará forma-ção em inglês.

Mas uma das grandes novida-des curriculares dos cursos do CEJ prende-se com a separação da for-mação de juízes e magistrados do Ministério Público.

ANA SANTOS [email protected]

Teixeira dos Santos vai precisar de encontrar novos argumentos para convencer os agentes económicos.

quint-feira, 20 Março de 2008 5ACTUALIDADE

ANIL contesta ministro da Agricultura no aumento das quotas leiteiras

A União Europeia (EU) aprovou esta semana uma proposta da Co-missão de aumento de 2% das quo-tas leiteiras a partir de 1 de Abril de 2008, o que representa um total de 2,84 milhões de toneladas de leite, repartido equitativamente entre os 27 Estados membros. Este au-mento significa para Portugal mais 38000 toneladas de leite, o que permitirá voltar a dar aos Açores 70 mil toneladas, em vez das actu-ais 50 mil, restando ainda 18 mil toneladas por distribuir.

Em declarações à entrada da reunião, o ministro português da Agricultura explicou que Portugal aceita este aumento de quotas, mas adverte que “não aceita” ser pre-judicado após 2015. Declarações prontamente contestadas pela As-sociação Nacional dos Industriais de Lactícinios (ANIL), que diz que, “ao contrário do que se veri-fica noutros países, há uma quase unanimidade em Portugal em re-lação à defesa do prolongamento do sistema de quotas para além

de 2015”, pelo que “apoiar este aumento de 2% é conceder que se entrou no período de transição para o respectivo desmantelamen-to e aumentar, ainda mais, as de-sigualdades competitivas existentes no espaço europeu”. Por outro lado, diz a ANIL, dizer que “estes 2% poderão ajudar a estabilizar os preços mas [que] não há que ter ilusões sobre descidas substanciais de preços” até porque “os produto-res estiveram 9 anos sem actualizar os preços” é ilustrativo de que o ministro ignora que “os preços no sector do leite não são controlados administrativamente” e que “nos 9 anos por si referidos os preços do leite (e os rendimentos dos produ-tores) sofreram diversas oscilações e que há muitos outros factores – para além do aumento de quotas agora aprovado — que contribui-rão (ou não) para a estabilização dos preços, seja no espaço europeu, seja no território nacional”.

TERESA [email protected]

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O programa televisivo “Eco-nomia do Mês”, editado men-salmente, no terceiro domin-go de cada mês na RTP2, às 12h30, conferiu um especial destaque ao crescimento da componente de produtos e serviços de elevado valor acres-centado nas exportações nacio-nais. Em paralelo foi também decifrada como a liberalização do sistema económico, aliada a uma elevada iniciativa do ca-pital humano e a um alto nível de exigência justificam as con-tínuas e elevadas taxas de cres-cimento económico da Índia.

No último “Economia do Mês”, Jorge Vasconcellos e Sá, editor do programa, analisou, ao longo de quatro secções (“O Importante”, “O Bom”, “O Mau” e “O Herói do Mês”), alguns temas nacionais e inter-nacionais, caracterizados so-bretudo pela sua relevância e menor cobertura por outros órgãos de comunicação social.

As exportações portuguesas estão a ter uma componente cada vez maior de produtos de alto valor acrescentado e de crescente sofisticação técni-ca. Na verdade, a electrónica, os produtos farmacêuticos e a maquinaria representam já cerca de 15% das exportações nacionais.

Segundo Caldeira Cabral, professor universitário, convi-dado de Vasconcellos e Sá para comentar esta temática eleita para a secção “O Bom”, “a ba-lança tecnológica, pela primei-ra vez em 2006, passou a ser equilibrada”.

Esta é uma “novidade bas-tante positiva”, pois, para além de “um aumento da compo-nente dos produtos sofistica-dos, temos também o aumento de serviços de alto valor acres-centado e ainda um aumento da diversificação geográfica das exportações nacionais”, referiu. Tudo isto “deve-se a uma maior dinâmica das ex-portações e a factores internos. O mercado interno não está a crescer e, portanto, os empre-sários procuram mais o merca-do externo”.

Por outro lado, Caldeira Ca-bral assinalou também que, “pela primeira vez desde 1986, as exportações para mercados extracomunitários represen-tam cerca de 25%, o que in-verte uma tendência de exces-siva concentração no mercado europeu”.

Na opinião deste professor

universitário, e no sentido de acelerar o crescimento das ex-portações nacionais, deveria proceder-se, “no curto prazo, a uma contenção salarial. Já no médio prazo, uma diplo-macia económica forte na área do Investimento Directo Es-trangeiro (IDE) mas também no apoio directo às empresas exportadoras, principalmente das pequenas e médias empre-sas”, conclui.

“Qual o segredo do modelo indiano”?

Eleita como tema da secção “O Importante” deste mês, a Índia tem sido, nos últimos anos, o segundo país com maior taxa de crescimento económico. Para comentar esta realidade, Jorge Vascon-cellos e Sá convidou Eugénio Viassa Monteiro, professor universitário, e a embaixadora da Índia em Portugal, Nilima Mitra.

Na generalidade, a opinião de ambos os convidados foi convergente, indicando a libe-ralização do sistema económi-co indiano, a elevada iniciativa do capital humano e a elevada exigência por parte dos empre-gadores, dos empregados, “que trabalham com muita dedica-ção e profissionalismo”, e dos mercados, como explicações para este “milagre indiano”.

“O segredo da economia da Índia já não é um segredo”, sublinhou a embaixadora in-diana em Portugal. “Temos uma população muito jovem”,

sendo que “54% dos indianos têm menos de 25 anos de ida-de. São cerca de 555 milhões de pessoas que representam um grande dividendo em ter-mos de juventude”.

Ainda segundo Nilima Mi-tra, “os indianos sempre idola-traram o conhecimento, como a matemática e as ciências”, pois reconhecem que “a úni-ca forma de sair da pobreza é através da educação”. Neste

sentido, “os pais colocam uma grande ênfase no conhecimen-to” e admitem que “a excelên-cia é a única via para sair da pobreza. E, assim, penso que o segredo é ‘trabalhar no duro’”, referiu.

Para Viassa Monteiro, a libe-ralização económica posterior a 1992, que renegou “um mo-delo muito ‘soviético’, de pla-neamento centralizado, com elevada burocracia e também muita corrupção à mistura”, permitiu tirar partido de “um grande conjunto de capital hu-mano formado, que, por falta de criação de emprego, ou emigravam ou eram subapro-veitados”.

Em conclusão, a embaixa-dora indiana assinalou ainda as boas relações políticas e eco-nómicas entre os dois países, especialmente após as visitas presidenciais e governamen-tais de 2007, e indicou “a área das energias renováveis, especificamente a energia eó-lica, e a indústria alimentar e vinícola, além de, naturalmen-te, o sector de tecnologias de informação”, como os sectores económicos onde uma coope-ração mais intensa poderia re-presentar um maior conjunto de benefícios mútuos.

Endividamento tem crescido aceleradamente

O endividamento das fa-mílias portuguesas e o seu acelerado crescimento, apre-

sentando valores de cerca de 7% superior à média europeia, foi comentado por Francisco Dias, Presidente da Capital Credit, e Cunha Rosa, Presi-dente da Comissão Executiva do Banco Primus, na secção “O Mau”.

Para Francisco Dias, “o cres-cente endividamento das famí-lias explica-se pela facilidade de acesso ao crédito quando as taxas de juro eram ainda mui-

to baixas e pela falta de cultura financeira”.

Na opinião de Cunha Rosa, e de este acreditar “existir algum espaço de crescimento face aos indicadores de países como a Holanda ou o Reino Unido”, “seria importante reduzir o desemprego, reduzindo tam-bém desse modo as situações de sobreendividamento, uma vez que o acesso ao crédito em excesso é uma consequência e não a causa do problema”, de-fendeu.

“Acertar é humano”

“O Herói do Mês” foi des-ta vez uma heroína brasileira: Leila Navarro, presidente do Instituto de Pesquisa e Desen-volvimento do Capital Huma-no Brasileiro.

Para esta investigadora, é importante criar uma atitude individual que conduza a uma cultura empresarial que se traduza em resultados. Neste sentido, “o optimismo, a re-trospecção e a exigência”, ba-seados no autoconhecimento, na autoconfiança e na auto-es-tima”, são fundamentais”. “Na realidade actual, temos de ser o nosso próprio ‘coach’, praticar o ‘self-coaching’”, defendeu.

Em conclusão, e em oposi-ção a “errar é humano”, Leila Navarro defende a ideia de “acertar é humano”, pois “na vida ou eu acerto ou eu apren-do”.

FERNANDA SILVA TEIXEIRA

Programa “Economia do Mês” faz balanço optimista

Exportações portuguesas têm maior valor acrescentado

Algarve regista terceiro ano

de crescimento consolidado

A Turismo do Algarve apresentou no Porto, pela primeira vez, o novo programa de animação turística para 2008, no âmbi-to da realização da feira de turismo “Algar-ve Convida”, que teve lugar no Edifício da Alfândega. Enquadrada no projecto “All-garve”, este certame apresentou-se como “uma feira de entrada gratuita dedicada ao Algarve enquanto destino de férias”, tendo

como principal objectivo estimular a quota de turismo interno daquela região a qual ronda, actualmente, os 30% a 33%, referiu António Pina, presidente da RTA.

Neste sentido, “o Grande Porto e Nor-te, como responsáveis de uma grande fatia deste turismo interno”, são alvos naturais da iniciativa. “Em vários países europeus, mais de 50% do seu turismo é interno. Sa-bemos que temos ainda uma grande mar-gem de progressão”, assinalou. Em 2007, cerca de 970 mil hóspedes registados no Algarve eram portugueses, originando quase 25% do total das dormidas regis-tadas no destino, ou seja, 3,3 milhões de dormidas. A estada média dos portuguesas cifra-se nas 3,5 noites, pelo que, a seguir ao Reino Unido, o mercado interno é o mais importante para o Algarve.

O certame registou, segundo a organi-zação, entre 15 mil e 20 mil visitas, que tiveram oportunidade de conhecer a oferta dos 60 expositores presentes, que ocupa-ram uma área de dois mil metros quadra-dos. A importância do mercado nortenho para o Algarve é evidente: os residentes da região Norte preferem aquela região quan-do visitam Portugal, com 32% do total das escolhas. Daí que a RTA tenha investido 250 mil euros na organização do terceiro “Algarve Convida”.

Allgarve 2008 com calendário variado

O programa Allgarve 2008 aposta so-bretudo na realização de um calendário de eventos variado, quer temporalmente, quer no que se refere à animação, com um total de 65 eventos, que vão desde a música, a arte, o golfe, vela ou desportos motoriza-dos. De acordo com o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, o progra-ma marca o sucesso desta iniciativa, que consegue, “sem onerar a Administração Central, integrar a participação das autar-quias e da iniciativa privada”.

O balanço turístico de 2007 mostra uma região em pleno crescimento, com uma su-bida de 3,2% nas dormidas face a 2006, num total de 14,6 milhões de dormidas, o que equivale a 37% do total nacional. O número de hóspedes, por sua vez, cresceu 5,2%, para quase três milhões, ocupando 22% do total nacional. A receita de hotela-ria ascendeu a 575 milhões de euros, num crescimento de 8,2% face a 2006, sendo a receita média por hóspede de 196,67 euros e a receita média por dormida de 39,39 euros. Segundo a RTA, estes dados configuram o terceiro ano consecutivo de crescimento e consolidação da actividade turística do Algarve.

MARC [email protected]

quinta-feira, 20 Março de 2008ACTUALIDADE6

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MERCADOS EXTRACOMUNITÁRIOS GANHAM PESO NAS EXPORTAÇÕES PORTUGUESAS

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) * - Valor previsional

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007*

15,8%

18,54% 18.91% 19,85% 19,24% 19,60%

21,01%

23,54%24,3%

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Vida Económica – Como é que surgiu a possibili-dade de lançar este livro e porquê nos EUA?

Paulo Kuteev Moreira – Surgiu do interesse suscitado a partir de um prémio que ganhei em 2005, e do interes-se da editora [BookSurge Publising] e do Kooper Comu-nication Institute. É um contributo para uma prática na área da saúde pública numa perspectiva global, embora no livro não seja feita qualquer referência ao nosso país. O trabalho e o livro constata que temos um número crescente de crises - mais de 400 anualmente - de saúde pública no mundo, como a gripe das aves, por exemplo, mas também daquelas que acontecem quando há cheias, um terramoto, as próprias situações de terrorismo ge-ram convulsões que associamos a uma intervenção de saúde pública e que é, no fundo, aquilo que há já uns anos se assume como um movimento da nova saúde pública. É um movimento que procura modernizar a relação entre os agentes, abandonando estes preconcei-tos ideológicos do passado de que as multinacionais e o sector privado não têm qualquer papel no contexto do desenvolvimento das políticas de saú-de. E esse papel tem de ser pensado, tem de ser estruturado.

VE – A publicação do livro em Portugal está prevista, ou não?

PKM – Duvido. Em Portugal não só o mercado é peque-no como há um certo alheamento das questões. Há muitos movimentos europeus nesta área das políticas de saúde que nos passam completamente ao lado. Vemos isso em várias vertentes da economia portuguesa, mas nesta área da saúde esse facto é muito claro. Passamos ao lado de muitos fenó-menos importantes e este é um deles.

VE - E isso é mau, creio?PKM – Podemos sempre perguntar se os outros estão to-

dos errados e nós é que estamos certos. Não quero classifi-car de mau ou bom, mas em toda a Europa há um repensar da tutela sobre política de saúde, inclusive sobre política de sustentabilidade dos sistemas de saúde e da intervenção multisectorial, que é fundamental para a sustentabilidade do sistema. Nós vemos isso em várias áreas, nomeadamente no apoio aos idosos, que é apenas um sintoma de um pro-cesso em que as políticas de saúde em Portugal falharam completamente. Hoje, quando temos um idoso na família temos muita dificuldade em ter todo o apoio que é espera-do ter e que é normal na maior parte dos países haver.

VE – Portugal tem grandes carências ao nível dos cuidados geriátricos. Como é que analisa esta situ-ação?

PKM – Há uma coisa com algum interesse, que é a rede nacional de cuidados integrados, que é um projecto ini-ciado há pouco tempo e como é de grande complexidade é de prever que seja de desenvolvimento lento. Mas con-vém que o seja para as coisas serem bem sustentadas, mas depois é uma rede que surge com 15 anos de atraso, pelo menos. A dificuldade que se tem em responder à evolução demográfica é, de facto, um indicador de que as políticas de saúde estiveram viradas de costas para as necessidades da população.

VE – Uma das reformas que está a ser implemen-tada é a reorganização da rede de urgências. Parece-lhe positiva?

PKM – A requalificação da rede de urgências hospita-lares foi baseada num estudo que tem graves falhas. E as falhas são comprováveis, para além de qualquer dúvida. A razão são os resultados que a tentativa de implementa-ção desses trabalhos e daquele conjunto de recomendações tiveram e que levaram a que o ministro caísse. Das duas uma: ou o relatório foi feito com o propósito de deitar o ministro abaixo – o que não acredito – ou foi pensado de forma errada e que gerou esta resistência. Um sistema de

saúde não pode estar contra as pesso-as. Se um conjunto de recomendações é altamente contestada pelas pessoas, é porque há alguma coisa errada.

VE – E que falhas são essas, do seu ponto de vista?

PKM – São falhas de princípio. Em primeiro lugar, o trabalho não foi fei-to de forma multidisciplinar. A comis-são tem essencialmente directores dos serviços de urgência. Ora, os sistemas de saúde e as políticas de saúde têm de ter uma lógica multiprofissional. Recomendações como esta e com esta implicação sobre a reorganização do serviço de urgência obrigavam a que

a comissão tivesse profissionais dos vários níveis dos cuida-dos de saúde, outros especialistas e outras profissões. Esta percepção incompleta do sistema – não retirando o papel central que os médicos têm que ter nos sistemas de saúde – leva a que ignoremos que há outras profissões que têm de ter um papel e uma opinião. Isso leva a posições ou enviesa-das ou redutoras. Uma segunda falha é que não envolveu as populações e os representantes das autarquias. Eles tinham de estar presentes e de assumir as recomendações, tinham de as ter assinado. Nós temos ainda a tendência de nomear

comissões de acordo com uma visão excessivamente redu-tora, por um lado, sobre quem são os técnicos e, por outro, achamos que os técnicos é que sabem formar o sistema e dizer qual é o melhor interesse da população. E isso é um erro crucial.

VE – Um dos erros apontados por muitos foi a não apresentação de alternativas ao encerramento de certos serviços de urgência.

PKM – Isso poderia ter sido evitado se a comissão fos-se multi-profissional e tivesse conseguido introduzir uma ligação com a reforma dos cuidados de saúde primários, a reforma dos cuidados continuados e inclusive com a rela-ção com a Segurança Social e com o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social. Essa é a tal visão global e integrada do sistema que começa a ser posta em causa quando as co-missões definidas para reorganizar uma área são imperfei-tas. Não podemos pensar em requalificar as urgências sem pensarmos como é que os cuidados de saúde primários, continuados, as respostas comunitárias estão a articular-se com esta requalificação. No fundo, a comissão olhou para o seu próprio umbigo, que são os serviços de urgências, e teve muita dificuldade em articular a reforma com o resto do sistema. As políticas de saúde já não podem ser fechadas sobre uma especialidade.

VE – Que conselho dá à nova ministra da Saúde? A reforma deveria ser suspensa ou deve manter-se a linha seguida até aqui?

PKM – Reformas com este impacto e com esta impor-tância noutros países implicam vários estudos. Eu recomen-daria que se fizessem pelo menos mais dois trabalhos de análise, que complementassem este. Um deles que criasse uma comissão multiprofissional, que repensasse os concei-tos de urgência e de emergência e que estabelecesse novos parâmetros do que é urgência e emergência.

TERESA [email protected]

Paulo Kuteev Moreira em entrevista à “Vida Económica”

“A requalificação da rede de urgências baseou-se num estudo com falhas graves”“A reorganização da rede de urgências hospitalares baseou-se num estudo com falhas graves”, que “não foi feito de forma multidisciplinar”, dando origem a “toda aquela resistência” que levou à demissão do ministro. Em entrevista à “Vida Económica” por altura do lançamento, nos Estados Unidos, do estudo “Public Health in Action – Framework for a New Rhetoric of Persuasion”, Paulo Kuteev Moreira, professor da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, é de opinião que a nova ministra, Ana Jorge, a quem já ofereceu o livro, deve promover mais estudos e criar uma comissão multiprofissional para avaliar a situação. “Um sistema de saúde não pode estar contra as pessoas”, diz o docente universitário.

Fruto da contenção orçamental e das limitações impostas pelo controlo do défice público, o Estado não tem avançado para a construção de novas uni-dades hospitalares. Aproveitando o desinvestimento público, o sector privado da saúde avança com deze-nas de novos hospitais por todo o país. Questionado pela “Vida Económica” sobre como olha para tudo isto, Paulo Moreira diz-nos que “com tristeza”. E ex-plica que as parcerias público-privadas para a cons-trução de 10 novos hospitais, que Correia de Campos “demorou 3 anos a reavaliar”, são importantes, mas carecem de uma regulação forte e de quadros com-petentes para avaliar os processos.

“As experiências PPP na Europa são muito diver-sas. Há casos de sucesso, casos de insucesso e algu-mas lições importantes. De um modo geral os estados europeus têm conseguido algumas mais-valias com as PPP na construção e na manutenção de edifícios, mas entregar a gestão dos cuidados de saúde primá-rios a privados tem sido um processo controverso, porque é sempre afectado por uma carga ideológica muito forte”, refere Paulo Kuteev Moreira.

As PPP são “uma experiência interessante num Estado que tenha uma boa regulação e que tenha quadros técnicos de avaliação das experiências de grande competência”. É que as PPP “são um grande risco num Estado que não sabe regular e que não tem pessoas competentes para fazer avaliações desses processos e em que é, até, facilmente influenciado por fenómenos de corrupção”.

Para este docente da Escola Nacional de Saúde Pública “os agentes privados sentem-se muito mais seguros se souberem que têm do outro lado gente competente a fazer bem o seu trabalho de regulação” e, ao contrário, “devem sentir-se muito preocupados se do outro lado não virem gente competente nem a melhor regulação do melhor interesse de todos”.

Ora, no nosso país, “os quadros de gestão de topo estão excessivamente partidarizados”. E isso “é per-feitamente inaceitável do ponto de vista da gestão dos processos”.

TERESA [email protected]

“PPP SÃO UM GRANDE RISCO NUM ESTADO QUE NÃO SABE REGULAR”

quinta-feira, 20 Março de 2008 7ACTUALIDADE

“As parcerias público-privadas são um grande risco num Estado que não sabe regular e que não tem pessoas competentes para fazer a avaliação desses processos”, explicou Paulo Kuteev Moreira à “Vida Económica”.

“A comissão olhou para o próprio umbigo e teve muita dificuldade em articular a reforma com o resto do sistema”

Page 8: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

Os responsáveis políticos da União Eu-ropeia avançaram com propostas, no sen-tido de evitar futuras crises financeiras. É um facto que a inovação financeira torna determinante melhorar a supervisão. O mesmo sucede com a gestão do risco por parte das entidades. Estas deverão tornar públicas as suas perdas e darem informa-ção sobre os riscos assumidos em activos ou veículos financeiros em dificuldades.

Se necessário, todos os países concordam em em tomar medidas legislativas para evitar novos problemas financeiros. Insistem que a principal responsabilida-de continua a ser do sector privado. Assim, os líderes europeus defendem que é essencial aumentar a trans-parência, em particular sobre a exposição de produtos estruturados e outros veícu-los financeiros inovadores, mas também melhorar os mecanismos de avaliação, em especial no que respeita aos activos menos líquidos.

De modo a melhorar a gestão do ris-cos, os chefes de Estado acham que seria positivo rever a norma comunitária sobre

os requisitos de capital e pedem mesmo à Comissão Europeia que apresente uma proposta nesse âmbito, logo após o Verão. Além disso, pedem a clarificação do papel das agências de qualificação de riscos. Se estas nada fizerem em termos de auto-re-gulação, então a opção será para desenvol-ver nova legislação sobre a actividade.

Mas as coisas não se ficam por aqui. Ainda que se tenha verificado uma maior integração das en-tidades financeiras no seio da União, não é menos verdade que é maior o risco de contá-gio em caso de crise. Assim, torna-se fundamental uma maior coordenação entre os reguladores e os supervisores nacionais, tal como a delimi-tação clara das responsabili-dades de cada autoridade.

Todos os estados se mostram de acor-do em examinarem, neste cenário, o fun-cionamento dos regimes de garantia dos depósitos. Por outro lado, estão decididos a melhorarem os sistemas de alerta, quer na União Europeia, quer em termos glo-bais, pelo que será necessário reforçar o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Injecções de liquidez não chegam para tranquilizar os investidores

O mercado precisa de muito mais do que meras injecções de liquidez por par-tedos bancos centrais se pretende recupe-rar alguma da confiança dos investidores. Esta a perspectiva da maioria dos analistas, numa altura em que se sucedem as perdas das entidades financeiras e são obrigadas a capitalizarem-se.

Mas há outras ameaças não menos preo-cupantes, como a crise económica dos Esta-dos Unidos, a desvalorização do dólar e au-mento das tensões da inflação. Neste último caso, o petróleo continua a ser a principal razão. As medidas assumidas pela Reserva Federal ajudam a reduzir as consequências da crise, a diminuir os seus efeitos e a mode-rar as tensões de liquidez. Mas os problemas não são solucionados. E aqui é que se levan-tam as dúvidas mais pertinentes.

De facto, a injecção de liquidez aliviou apenas alguns dos problemas do sector fi-nanceiro. Mas acaba por ser um remédio meramente pontual. O mercado continua complicado, sendo que se trata de uma de-bilidade mais de carácter estrutural. O que importa nestes momentos não são propria-mente os dados, mas as notícias que vão saindo sobre a eventual recessão, as taxas de juro e a valorização do euro.

Enquanto permanecerem os vários ris-cos da economia, as medidas que forem adoptadas pelas autoridades monetárias, ainda que sejam de carácter profundo, poderão não passar de simples correcções.

O que sucede, neste momento, é que a extensão dos problemas é bastante mais grave do que se pensou inicialmente. Quando se esperava uma correcção, afinal é o inverso que tem sucedido. O mercado está muito instável, instalou-se uma rela-tiva desconfiança e não há dados concre-tos sobre a possibilidade de fazer face aos últimos acontecimentos.

Os líderes europeus defendem que é essencial aumentar a transparência

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Criação de emprego abranda na zona euro

Os países da zona euro criaram, no ano passado, 2,446 milhões de postos de trabalho. O que se traduz num au-mento de 1,7%, comparativamente ao exercício anterior. Já na União Europeia (UE), o crescimento foi de 1,6%, para 3,509 milhões postos de trabalho.

No último trimestre do ano passado, havia 224,2 milhões de pessoas a tra-balharem na UE, das quais 144,3 milhões esta-vam na zona euro (ainda antes da entrada de Malta e Chipre). O que é impor-tante notar nestes dados do Eurostat é que se ver-ificou uma clara tendência de desaceleração na criação de emprego. Na zona euro, no primeiro trimestre, o

aumento foi de 0,6%, no segundo cifrou-se em 0,5%, foi de 0,3% no terceiro e, finalmente, passou para apenas 0,2% no último trimestre. Na UE, a desaceleração foi parecida.

Tendo em conta a globalidade do ano passado, a pior ev-olução coube à Lituânia e à Áustria, países onde o emprego baixou 3,7% e 0,4%, respectivamente. Relativamente ao ano anterior, a criação de em-prego apenas registou um recuo na Lituânia, na or-dem dos 0,6%. Tendo em conta a actual situação económica internacional, as perspectivas poderão

agravar-se em termos de criação de novos postos de trabalho.

O Banco Central Europeu (BCE) tor-nou a insistir nos riscos de inflação. Os seus responsáveis admitem que existem fortes pressões de alta a curto prazo sobre os preços. Assim, a instituição vai orien-tar a sua política monetária no sentido de impedir o aparecimento de efeitos de seg-unda volta e a materialização de riscos em alta para a estabilidade dos preços a médio prazo.

O banco está particularmente preocupa-do com o aumento dos preços alimentares e do petróleo, pelo que a previsão é as taxas de inflação manterem-se elevadas durante um certo período de tempo, mais longo do

que o previsto há uns meses atrás. Basica-mente, o BCE espera que a taxa interanual da inflação continue em níveis significati-vamente acima dos 2% nos próximos me-ses. Mas espera uma moderação gradual durante o resto do ano.

Mas o BCE também se revela prreocu-pado com o crescimento económico da zona euro. Ainda que os fundamentais se mantenham consistentes, as incertezas são crescentes e há mesmo riscos de quebra da actividade, sobretudo devido ao impacto da crise financeira, a subida dos preços das matérias-primas e até as pressões protec-cionistas.

BCE insiste nos riscos de agravamento da inflação

União Europeia quer medidas para evitar novas crises financeiras

quinta-feira, 20 Março de 2008INTERNACIONAL8

No último trimestre do ano passado, havia 224,2 milhões de pessoas a trabalharem na UE

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20 de Março de 2008 | Suplemento Nº127Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal

*Através deste barómetro pretende-se auscultar e conhecer a opinião e hábitos dos utilizadores on-line do Portal das PME, relativamente a temas da actualidade económica.

BARÓMETRO PME*Todas as semanas, exprima a sua opinião no Portal das PME

Resultados da Semana de 13 a 19 de Março de 2008:Dados do INE permitem concluir que, contrariamente, por exemplo, a Lisboa e Vale do Tejo, as regiões do Norte e do Centro são as únicas que apresentam uma balança comercial equilibrada. Concorda que é o Norte e o Centro que estão a puxar pelo país?Sim – 78%Não – 17%Sem opinião – 6%

Tema em auscultação até 26 de Março de 2008:Os bancos anunciaram que os empréstimos vão fi car mais caros. A actual instabilidade do mercado fi nan-ceiro internacional é razão sufi ciente para justifi car este aumento?

Participe. Dê o seu contributo em:

www.pmeportugal.pt

Presidente da PME-Portugal convidado no programa “Prós e Contras”

“Financiamento empresarial é o grande obstáculo ao crescimento das PME”

“A economia portuguesa começa agora a crescer, embora ainda num cenário nacional que é de recessão nos últimos anos

e num cenário internacional que não é nada animador”. A afi rmação é de Joaquim Rocha da Cunha, presidente da Associação PME-Portugal, durante o programa televisivo “Prós e Contras” que esta semana debateu o estado da confi ança dos portugueses. Questio-nado sobre como é que vão os ânimos e a confi ança nos pequenos e médios investimentos em Portugal, Joaquim Rocha da Cunha respondeu que “os ânimos não vão muito bons” e que “ainda é cedo para falarmos em cres-cimento sustentado”, acrescentando que “a crise de confi ança instalada nos mercados fi nanceiros internacionais é uma crise sem precedentes. Talvez desde 1973 não tenha existido uma

crise tão grave”. Embora o crescimento da economia portuguesa tenha vindo a estar assente nas exportações, este deve-se às empresas de capital inten-sivo ligadas às energias. E se, “por um lado, isto é positivo, por outro, revela que nem toda a economia é contagiada por esse efeito de crescimento”. O pre-sidente da PME-Portugal sublinhou, deste modo, que “há aqui claramente dois países. Um país em crescimento que está ligado aos sectores de capital intensivo, a grandes investimentos, às energias. E há o resto da economia que não tem a mesma dinâmica e tem muitos obstáculos”. Neste contexto, o grande óbice para a agenda das peque-nas e médias empresas é, “claramente, o fi nanciamento empresarial que está muito afectado pela crise fi nanceira internacional e nacional”. E, embora o Governo português entenda que neste

capítulo da crise fi nanceira internacio-nal nada possa fazer, Joaquim Rocha da Cunha deu como exemplo o caso de Espanha. No país vizinho, “há um sistema de banca regional associativa que foi muito fomentado pelo Estado”, bem como um capital de risco e uma garantia mútua que “não tem qualquer comparação com o que existe em Por-tugal”. Relativamente às exportações, o representante das PME portuguesas voltou a referenciar Espanha, onde “há um apoio contínuo ao sector exporta-dor”. E Espanha, que, historicamente, era um país muito mais fechado que Portugal, nos últimos dez anos criou empresas multinacionais globais e tornou as suas PME internacionais”. Um cenário que se construiu graças a “um fortíssimo apoio das autonomias regionais, das Câmaras de Comércio e do próprio Estado espanhol”.

Page 10: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

As empresas de calçado es-tão optimistas. Esperam reforçar a produção, a

carteira de encomendas e até o emprego. Isto apesar de começa-rem a levantar-se preocupações quanto às exportações, tendo em conta o contexto da econo-mia internacional. A nível in-terno, entretanto, a indústria do calçado espera algumas melho-rias, como se deduz do inquéri-to de conjuntura da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Arti-gos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS).

Ainda que se façam sentir di-ficuldades ao nível das exporta-ções, é curioso verificar que as empresas exclusivamente dedi-cadas às exportações apresentam

perspectivas mais favoráveis. As colecções próprias parecem con-tinuar a fazer diferença, a par da imagem de marca. Muito posi-tivo é o facto de estas serem as perspectivas mais optimistas de sempre quanto ao emprego. Ain-da que a maioria espere a estabi-lidade, várias são as empresas que tencionam aumentar o número de trabalhadores. Mais uma vez, as empresas exportadoras são aquelas que mais se destacam pela positiva neste âmbito.

De um modo geral, os indi-cadores podem ser considerados animadores. O crescimento da carteira de encomendas, no final do ano passado, alimenta as ex-pectativas de uma evolução mui-to positiva da produção, pelo menos nos próximos tempos.

São mais as empresas que espe-ram um aumento do que aque-las que antrevêem uma redução na carteira de encomendas. Cer-ca de dois terços admitem que se verificará uma estabilização na produção. De salientar que esta mesma perspectiva se aplica ao sector exportador.

Assim, a maioria das empresas considera que o estado dos ne-gócios vai manter-se favorável. Há seis trimestres consecutivos que os empresários referem esta situação positiva. Três quartos das empresas esperam um esta-do de negócios suficiente. Feito o balanço final, a associação re-presentativa do sector tem mo-tivos para estar optimista, ainda que se coloquem novos desafios ao mercado.

Empresas de calçado reforçam produção e aumentam emprego

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quinta-feira, 20 Março de 2008PME10

Construtora H. Hagen entra no mercado árabe

A construtora H. Hagen vai construir duas torres de escritó-rias, uma de habitação e um hotel na Arábia Saudita, na cidade de Jeddah. Este investimento de 68 milhões de euros marca a entra-da daquela empresa nacional no mercado árabe. A execução destes projectos resulta de uma parceria com a empresa local Marei Bin Mahfuoz, a qual deu origem a uma empresa de direito argelino, detida em 60% pela Hagen.

Por via desta parceria, a empresa nacional deixa de ter de concorrer a concursos públicos e terá, em princípio, sempre obra garantida.

Quanto à sociedade local, está li-gada à indústria e serviços, sendo um dos maiores grupos árabes em termos de volume de negócios. Consideram os responsáveis da Hagen que haverá mais projectos, todos eles privados e na área da expansão urbana. A política deste Estado é desenvolver os seus prin-cipais centros urbanos.

De notar que, ainda no ínicio deste ano, a Hagen assinou uma parceria com o Governo líbio, no sentido da construção de três mil casas de habitação social. Neste caso, o projecto está avaliado em cerca de 200 milhões de euros e as obras deverão arrancar no verão.

Allbecon Portugal quer atingir facturação de quatro milhões

A Allbecon Portugal, empre-sa de trabalho temporário, tem como principais objectivos para este ano atingir o “break-even” com uma facturação de quatro milhões de euros.

A intenção é aumentar a sua carteira para clientes, o que se traduzirá num aumento de 50% face ao exercício anterior.

Perante este cenário, é evi-dente que a empresa detida pelo grupo holandês quer aumentar a sua presença no mercado na-cional. “O trabalho temporário, em Portugal, vive uma fase de ajustamentos, de alterações em sectores como a indústria e a pro-cura de ferramentas de gestão que proporcionem criação de valor e economias de escala”, de acordo com Miguel Evaristo, responsável da Allbecon Portugal.

A empresa assegura presença nas áreas administrativas e “call centers”, tendo reforçado a sua actuação nas áreas da indústria e da logística, especialmente no Norte do país.

“O mercado portuense, com uma estrutura assente na indús-tria, proporciona um potencial de crescimento de negócio muito elevado e permite servir melhor os clientes que temos em Lisboa e que necessitam dos serviços da Allbecon no Porto”, conclui aquele responsável.

Mercado já vale mais de 1,3 mil milhões

MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS E INSTALAÇÕES COM PERSPECTIVAS BASTANTE POSITIVAS

A tendência crescente para a externalização de certos serviços, a maior complexidade das instala-ções e o desenvolvimento de novos projectos de edifícios não residen-ciais, especialmente nos segmen-tos comercial e turístico, estão a impulsionar a actividade das em-presas viradas para a manutenção técnica de edifícios e instalações.

Os operadores de mercado es-tão optimistas. De facto, no ano passado, a facturação cifrou-se em perto de 1,4 mil milhões de euros, podendo chegar a quase 1,6 mil milhões já no próximo exercício. É previsível, segundo a DBK, que, nos próximos anos, se desenvol-vam novos processos de compra e de fusão de pequenas empresas por parte dos principais operado-res. A intenção passa por aumentar a dimensão das empresas, ampliar ainda mais a oferta de serviços e expandir a cobertura geogáfica das operações. De salientar que se tem registado a entrada continuada de novos agentes neste mercado, so-bretudo de grupos construtores e de instalações e montagens, a par da sucessão de processos de fusão e aquisição. Neste momento, no mercado nacional, existem cerca de 1500 empresas que se dedicam à actividade da manutenção técni-ca de edifícios e instalações. Estas geram mais de 17 mil postos de trabalho. Como tal, ainda se regis-

ta um elevado grau de atomização da actividade no nosso país.

A manutenção da maquinaria industrial é o segmento que ga-rante o maior peso no conjunto do mercado (com mais de 23%), seguindo-se as instalações eléctri-cas e os ascensores. No entanto, o segmento que mais tem crescido é o da iluminação, não muito longe do da manutenção de ascensores. Destaque ainda para outros servi-ços como a climatização, as fronta-rias ou o saneamento. Importância crescente assumem os sistemas de alarme e contra incêndios.

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quinta-feira, 20 Março de 2008 11PME

Contratos Públicos

O Novo Regime da Gestão de Resíduos da Construção e Demolição (RCD)

O Decreto-Lei nº 46/2008, publicado no passado dia 12 de Março, veio aprovar o novo Regime de Gestão de Resíduos da Construção e Demolição (RCD), entran-do já em vigor no próximo dia 11 de Ju-nho de 2008.

A gestão de RCD, estendendo-se aos que sejam resultantes de obras de constru-ção, de demolição de edifícios ou de der-rocadas, realiza-se de acordo com os prin-cípios da auto-suficiência, da prevenção, da redução e da hierarquia das operações de gestão de resíduos. Nesse sentido, e a sua aplicação compreende a prevenção, a reutilização, as operações de recolha, transporte, armazenagem, triagem, trata-mento, valorização e eliminação dos resí-duos em causa.

O novo regime, dando cumprimento ao disposto no art. 20º do Decreto-Lei nº 178/2006, de 5 de Setembro (Regime Geral de Gestão de Resíduos), vem intro-duzir significativas alterações no sistema, aplicando-se de forma geral, ou seja, atin-ge tanto as obras públicas como as priva-das.

Com efeito, tanto o novo Código dos Contratos Públicos (publicado em 29 de Janeiro, através do Decreto-Lei nº 18/2008 e cuja entrada em vigor será no dia 30 de

Julho do corrente ano) como o Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (recentemente alterado através da Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro de 2007, a qual já se encontra em vigor, e que proce-deu à sexta alteração do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação constante Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Dezem-bro, alterado pela Lei nº 13/2000, de 20 de Julho, pelo Decreto-Lei nº 177/2001, de 4 de Junho, pelas Leis nº 15/2002, de 22 de Fevereiro, e 4-A/2003, de 19 de Fe-vereiro, e pelo Decreto-Lei nº 157/2006, de 8 de Agosto), consagram disposições relativas à prevenção e gestão de resíduos provenientes da construção e demolição.

O mencionado Código estabelece a obrigatoriedade do projecto de execução ser acompanhado do plano de prevenção e gestão de RCD, sempre que tal se reve-le necessário, de acordo com a legislação aplicável.

Nesses termos, chega mesmo a dispor que o caderno de encargos é nulo quando o projecto de execução nele integrado não esteja acompanhado do referido plano.

Do plano de prevenção e gestão de RCD consta, de forma obrigatória, a ca-racterização sumária da obra a efectuar e respectivos métodos construtivos a utili-

zar; as metodologias para a incorporação de reciclados e para a prevenção de RCD, com a devida identificação e estimativa dos materiais a reutilizar na própria obra ou noutros destinos; a referência aos mé-todos de acondicionamento e triagem de RCD na obra ou em local afecto à mesma (no caso de não ser prevista a triagem, é necessário fundamentar a sua impossibi-lidade); a estimativa dos RCD a produzir; as fracções sujeitas a reciclagem ou valori-zação e a quantidade a eliminar.

Cabe ao empreiteiro ou ao concessio-nário a execução do plano de prevenção e gestão de RCD, sendo da sua responsa-bilidade assegurar, entre outros aspectos, o seguinte:

“A promoção da reutilização de ma-teriais e a incorporação de reciclados de RCD na obra; a existência na obra de um sistema de acondicionamento adequado que permita a gestão selectiva dos RCD; a aplicação em obra de uma metodologia de triagem de RCD ou, nos casos em que tal não seja possível, o seu encaminhamento para operador de gestão licenciado; a ma-nutenção em obra dos RCD pelo mínimo tempo possível que, no caso de resíduos perigosos, não pode ser superior a três me-ses.”

Relativamente às obras particulares, o Regime Jurídico da Urbanização e da Edi-ficação também estabelece expressamente a obrigatoriedade do cumprimento do re-gime da gestão de RCD.

Uma vez concluída a obra, cabe ao dono da mesma proceder ao levantamento do es-taleiro e à limpeza da área, cumprindo o disposto no regime de gestão. Tal actuação assume especial importância já que a mes-ma é condição de emissão do alvará de au-torização de utilização ou da recepção pro-visória das obras de urbanização, excepto quando for prestada caução para garantia da execução das referidas operações.

Outro aspecto a considerar no novo re-gime da responsabilidade pela gestão dos RCD é o alargamento desta a todos os intervenientes no seu ciclo de vida, desde o produto original até ao resíduo produ-zido.

Estão, assim, abrangidos os donos de obra, os empreiteiros e as respectivas Câ-maras Municipais, salvo nos casos de obras particulares que estejam isentas de licença e não careçam de comunicação prévia (a responsabilidade cabe à entidade gestora de resíduos sólidos urbanos).

[email protected] Gabinete de Advogados AntonioVilar&Associado

NOTAS SOBRE

ANA MEDEIROS

Advogada

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Um conjunto de 120 empreendedores portu-gueses das mais diversas áreas e formações, como a economia, a gestão, o conhecimento, a sociedade ou a cultura, participaram numa viagem pelo rio Douro, num trabalho de reflexão destinado a fazer emergir de sete referenciais de valor, numa inicia-tiva promovida pela ANJE. Girando em torno das pessoas, espaço, recursos, valores, conhecimento, cultura e organização, os trabalhos tiveram como desafio “apontar sete desígnios claros e fundamen-tados que, no seu conjunto, funcionem como um primeiro contributo deste movimento cívico”, esclarecem.

Desde logo, “afir-mar a centralidade da posição geoestra-tégica de Portugal no contexto global, assente na sua vo-cação atlântica e europeia, baseada numa nova visão de desenvolvimento que valorize o espa-ço terrestre e marí-timo, num modelo organizacional afir-mado em regiões, reforçando ainda a competitividade territorial através da consolidação de um sistema urbano de dimensões intermédias baseado em cidades distin-tivas”.

Mas também fomentar o que designam por Co-nhecimento Criativo, ou seja, se “em 2028 Portu-gal deverá ter atingido o 20º lugar” entre os países mais desenvolvidos, “sermos um pólo global impli-ca estarmos abertos ao mundo, fixar mais riqueza, mais pessoas qualificadas e usar as redes globais em nosso proveito”. Por essa razão, Portugal deve ser

um pólo de Conhecimento Criativo, o que impli-ca “romper com um modelo de ensino assente na repetição e assumir um modelo de ensino assente na Paixão Criativa. Conhecimento Criativo (CC) é sinónimo de inovação, colaboração e partilha”.

Em terceiro lugar, Portugal deve apostar numa cultura de responsabilidade pessoal, cívica e orga-nizacional, bem como “adoptar uma estratégia de longo prazo, assumida institucionalmente ao mais alto nível” e assente “na definição de desígnios na-cionais socialmente partilhados e com objectivos

concretos a um nível infra-estrutural” e “na criação de condições para a atracção e integração do saber e criatividade”. Mais ainda, tal estratégia deverá privilegiar “a estabilização de um enquadramento regulatório e um modelo de actuação das institui-ções públicas que remova barreiras à actuação da iniciativa privada”.

MARC [email protected]

Novo Portugal defende cultura de empreendedorismo

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Águas de Monchique são um caso de sucesso

Hong Kong é a porta de entrada na China

Porquê apostar em Hong Kong? Para responder a essa pergunta, a Associação Comercial de Lis-boa (ACL), em parceria com a HK Economic and Trade Office e o HK Trade Development Cou-ncil, juntou em Lisboa cerca de 80 empresários com o intuito de desvendar as oportunidades de negócio que se escondem na-quela região asiática.

Para Marc Allard, director do Hong Kong Trade Development Council para Portugal, Espanha e França, a resposta é simples: “Hong Kong vive agora uma épo-ca de prosperidade”. Para este responsável, os baixos impostos, a ligação da moeda ao dólar e sua cultura “anticorrupção” são algumas das características que tornam Hong Kong atractiva ao investimento estrangeiro.

António Simões Pinheiro, ad-

ministrador da Sociedade de Águas de Monchique, esteve também presente presente no seminário subjugado ao tema “Hong Kong – Plataforma de Negócios com a China”, para mostrar o caso de sucesso da Águas de Monchique naquela região. Para este responsável, a Ásia continuará a ser o mer-cado com maior crescimento a nível global. Numa visão mais particular, António Pinheiro confessou que a longo prazo a Ásia irá mesmo ultrapassar o consumo de água da Europa, com os analistas a projectarem um crescimento de 22%. Estas foram algumas das motivações que levaram a empresa a apos-tar na Ásia, em 2004, tendo Macau como porta de entrada. Em Abril, a sua água vai entrar em Taiwan e Singapura.

quinta-feira, 20 Março de 2008PME12

INVESTIMENTO INCORPÓREO NO ALGARVE

Possuímos uma unidade industrial transformadora de cortiça no Algarve e pretendemos efectuar um investimento em factores dinâmicos de competitivi-dade, que consiste no seguinte:

• Contratação de dois técnicos nível IV ................................. 80 000J• Laboratório ......................................................................... 90 000J• Feiras e deslocações ao estrangeiro ................................... 76 000J• Certificação da qualidade ................................................... 25 000J• Software ............................................................................. 30 000J• Total ................................................................................ 301 000J Pretendemos saber qual o enquadramento no QREN e qual o apoio.

RESPOSTATrata-se de um projecto de investimento típico que se pode candidatar ao

Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, desde que sejam cumpridas todas as condições de acesso gerais e específicas do promotor e do projecto previstas, respectivamente, no enquadramento nacional e no regulamento específico

Os projectos promovidos por PME e localizados em todas as NUTS II do Continente, com excepção da Região de Lisboa, em que existem algumas restrições nas tipologias de investimento e respectivas despesas elegíveis, podem-se candidatar a este Sistema de Incentivos.

Concretamente, as tipologias de investimento abrangidas são: Qualidade; Internacionalização e Organização e gestão e tecnologias de informação e comunicação (TIC). Todas as despesas de investimento referidas são consideradas despesas elegíveis, sendo enquadradas do seguinte modo:

• Contratação de 2 técnicos – “Custo, por um período até 24 meses, com a contratação de um máximo de 2 novos quadros técnicos a integrar por PME, com nível de qualificação igual ou superior a IV, necessários à implementação do projecto”;

• Laboratório – “Activo fixo corpóreo; aquisição de máquinas e equipa-mentos específicos e exclusivamente destinados às áreas da qualidade e do controlo laboratorial”;

• Feiras e deslocações ao estrangeiro – “Despesas relacionadas com a promoção internacional; acções de prospecção e presença em mercados externos”;

• Certificação da qualidade – “Despesas inerentes à certificação dos sistemas, produtos e serviços”;

• Software – “Software standard e específico, relacionado com o desen-volvimento do projecto”.

O projecto será seleccionado para apoio se obtiver uma pontuação superior a 1,00 nos critérios A, B, C e F e uma pontuação final igual ou superior a 3,00. Na 2ª fase de candidaturas, actualmente a decorrer, todos os projectos com pontuação final igual ou superior a 4,00 são seleccio-nados e apoiados.

O incentivo a conceder assume a forma de incentivo não reembolsável, com uma taxa base máxima de 35% a qual poderá ser acrescida de uma majoração “tipo de empresa” de 10 pp, se se tratar de uma pequena empresa. Isto é, se o promotor for uma pequena empresa o projecto será apoiado em 144 000J a fundo perdido.

Por último, é de referir que as despesas relativas à participação em feiras e exposições, bem como, por se tratar da NUTS II Algarve, as despesas referentes ao laboratório, contratação de técnicos e software são concedidos ao abrigo do regime de auxílios “de minimis”.

Nota: A 2ª fase de candidaturas ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME decorre entre o dia 15 de Fevereiro de 2008 e o dia 16 de Abril de 2008, sendo o dia 15 de Julho de 2008 a data limite para a comunicação da decisão aos promotores.

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Colaboração:[email protected].: 228348500

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Empreendedor. Empreendedorismo. Es-pírito empreendedor. São expressões usadas com frequência, mas que nem sempre apre-sentam uma definição clara. Afinal, o que é ser empreendedor? Normalmente, faz-se uma certa confusão entre as palavras “em-preendedor” e “empresário”. Ao longo dos tempos, foram surgindo várias definições de “empreendedor”, não se tendo chegado, ainda, a uma definição clara e objectiva do conceito. Em 1949, o economista Joseph Schumpeter definiu empreendedor como sendo “aquele que destrói a ordem económi-ca existente através da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, pela introdução de novos métodos de produção, ou pela explo-ração de novos recursos e materiais”.

Ser empreendedor exige gosto pelo risco, ambição, autoconfiança, liderança, cria-tividade, espírito de equipa, organização, capacidade de decisão, vitalidade, perseve-rança, estabilidade emocional e resiliência, entre outras. Um empreendedor é aquele que tem espírito de iniciativa e gosta de desafios, projectos inovadores; aproveita as oportunidades; é optimista e acredita nas possibilidades que estão ao seu alcance; é persistente e determinado, de modo a atin-gir metas e objectivos; expressa confiança na sua própria capacidade de realizar uma determinada tarefa ou enfrentar um desafio e, por fim, aceita o risco e não tem receio do fracasso ou da rejeição.

Vários estudos apontam para o baixo ní-vel de empreendedorismo dos portugueses. Para contrariar este facto, surgiram várias iniciativas no sentido de estimular as capa-cidades empreendedoras junto da socieda-de portuguesa, contribuindo, assim, para o crescimento económico do país. Os Con-cursos de Ideias e Prémios de Empreende-dorismo, os Programas de Apoio e Financia-mento à iniciativa empresarial e o aumento do número de Incubadoras e Parques de Ciência e Tecnologia a que temos assisti-do nos últimos anos, possibilitam o acesso a infra-estruturas adequadas, assim como aos meios necessários para que as empre-sas alcancem o sucesso.

A incubadora de empresas NET – Novas Empresas e Tecnologias, Business and In-novation Center do Porto é uma das entida-des que criam condições para o desenvolvi-mento do empreendedorismo em Portugal, através do apoio à criação de empresas com características inovadoras e/ou de base tec-nológica, na Região Norte. Fomentar a cria-ção de negócios inovadores, com potencial de crescimento, pela promoção do lança-mento de pequenas e médias empresas e modernização de PME já existentes, consti-tui a missão desta incubadora de empresas. É desta forma que a NET se assume como um importante player na promoção e incen-tivo ao empreendedorismo.

As iniciativas dinamizadas pela NET pri-vilegiam intervenções a quatro níveis: 1.

Promoção e detecção de ideias/projectos e pessoas, através da realização do “Concur-so de Ideias”, “Conferências nas faculda-des e noutras organizações”; 2. Avaliação, selecção e orientação, através de acções como o “Consultório de Ideias” e os Semi-nários de “Geração e Maturação de Ideias”; 3. Gestação, através do apoio ao desenvol-vimento do plano de negócios, utilizando a ferramenta dinâmica “Empreendendo Pla-no de Empresa”, da assistência e conselho nas áreas técnicas e tecnológica, comercial e economico-financeira, do apoio à consti-tuição jurídica da empresa e do acesso a fontes de financiamento e a sistemas de incentivos; 4. Incubação, através da ce-dência de instalações, serviços partilhados, promoção corporativa e apoio na gestão. Uma vez o projecto em curso e estando as-segurado o processo de desenvolvimento, o promotor dispõe dos meios e da autonomia indispensáveis para alcançar o sucesso. Nesta fase pós-arranque, a NET disponibi-liza às empresas criadas no âmbito da sua actividade, várias ferramentas de apoio ao seu desenvolvimento e consolidação, com destaque para o “Manual de Auto-avalia-ção da Inovação das PME Portuguesas”, o “Empreende Marketing” e promovendo os “Encontros Fim de Tarde…”

São vários os estudos que concluem que existe uma correlação positiva entre o em-preendedorismo e o crescimento económi-co de uma região ou país. A par das Incu-badoras e Parques Empresariais, o sistema de ensino tem desenvolvido esforços no sentido de formar cidadãos mais empreen-dedores capazes de criar novos negócios, contribuindo, desta forma, para estimular a economia portuguesa.

Actualmente, a DGIDC – Direcção-Geral da Inovação e do Desenvolvimento Curricu-lar do Ministério da Educação, que estabe-leceu um protocolo de colaboração com os Business and Innovation Center portugueses e outras entidades, encontra-se a promover a cultura empreendedora junto das escolas, através do “Projecto Nacional de Educação para o Empreendedorismo”. Este projecto tem como objectivo geral contribuir para um trabalho contínuo no desenvolvimento de competências-chave dos alunos, para o seu sucesso escolar e para a aprendizagem ao longo da vida, bem como para a apro-priação social do espírito empreendedor junto das escolas dos ensinos básico e se-cundário e das comunidades educativas.

É urgente educar para o empreendedoris-mo! E, apesar de vários estudos apontarem para uma fraca dinâmica empreendedora em Portugal, são já vários os agentes, pú-blicos e privados, que promovem o empreen-dedorismo, através do apoio ao início de uma actividade empresarial. A incubação constitui, sem dúvida, um excelente con-tributo para que os promotores e as jovens empresas alcancem o sucesso de uma for-ma sustentável.

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quinta-feira, 20 Março de 2008 13PME

Sines recebe nova fábrica de PTASão 700 mil toneladas de PTA, num investimento de 400 milhões de

euros até 2010. A La Seda de Barcelona iniciou a 13 de Março a construção da nova fábrica de PTA, em Sines.

A multinacional química vai iniciar o projecto através da sua filial Ar-tenius Sines, numa iniciativa que conta com a presença institucional do Governo Português.

A fábrica de Sines deve estar terminada no final de 2009 e iniciar a pro-dução comercial durante o primeiro trimestre de 2010. A nova fábrica pretende colmatar o défice actual de PTA – principal matéria-prima do produto estratégico da companhia, o PET – no mercado europeu.

Com esta tecnologia, o consumo energético deve ser reduzido em 25%, o que permite vantagens significativas em termos de custos de produção. O Grupo SEDA é lider europeu e terceira companhia a nível mundial do sector de PET – Packaging, e com este projecto transforma-se numa refe-rência tecnológica do seu sector.

ESCOM e Chiquita assinam parceria em Angola

O grupo ESCOM e a Chiquita Brands International assinaram uma par-ceria para a exportação, para a Europa, de bananas produzidas pela Socie-dade de Desenvolvimento Agrícola de Angola.

As exportações devem iniciar-se em 2010, num projecto que criará cerca de três mil postos de trabalho directos em Angola. Fernando Aguirre, pre-sidente e CEO, acredita que “o início da produção de bananas em Angola é um passo estratégico importante, que será bastante competitivo do ponto de vista dos custos, independentemente dos resultados dos desafios do re-gime de tarifas de importação da UE”.

Este acordo marca a entrada da Chiquita em Angola e da ESCOM no sector agrícola.

OKI apresenta novidades para 2008

A OKI Printing Solutions deu a conhecer os mais recentes equipamentos da marca no 3º Salão Internacional de Impressão, Imagem, Comunicação Digital e Têxtil Promocional. O evento teve recentemente lugar na FIL e contou com 11.260 mil visitantes.

A OKI apresentou a Degrava DP – 8500, um novo equipamento repro-gráfico de impressão digital em papel contínuo, pensado para profissionais que precisam de imprimir trabalhos de pequenas quantidades. Entre as principias novidades destacam-se os equipamentos C5550MFP, C8600, C8800, C9650hdtn e o reconhecido multifuncional para artes gráficas C9800GA MFP com Finisher.

Adega da Cartuxa lança novo vinho

A Adega da Cartuxa, da Fundação Eugénio de Almeida, acaba de lançar no mercado o “Cartuxa Tinto 2005”.

Este vinho, que é produzido a partir das castas Aragonez, Trincadeira, Alfrocheiro, Tinta Caiada e Castelão — oriun-das das vinhas da Fundação —, é fruto de um longo e cui-dado processo tecnológico. Depois de colhidas, as uvas são totalmente desengaçadas e ligeiramente esmagadas. Após a

fermentação em cubas de inox com temperatura contro-lada, o vinho é submetido a um estágio em tonéis e bar-ricas entre nove e doze meses, seguido de outro de seis meses já em garrafa.

De cor granada, apresenta um aroma a frutos silves-tres, com leves notas a tabaco e especiarias. Na boca apresenta uma boa estrutura, com taninos maduros e boa concentração.

Criado na adega histórica da Cartuxa, emblema da longa tradição vinícola da instituição, o simbolismo e a tradição deste vinho estão associados ao nome dos mon-ges cartuxos, que desde 1587 levam uma vida de oração e solidão no Convento de Santa Maria Scala Coeli, em Évora.

O PVR para este vinho é de 14,10 euros.VIRGÍLIO FERREIRA

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INICIATIVA EMPRESARIAL

EDUCAR PARA O EMPREENDEDORISMO

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Anatomia de um políticoA. MAGALHÃES PINTOEconomista

[email protected]://poliscopio.blogspot.com

É conhecido como o arroz. Aparece em toda a parte como o tremoço. É duro como o grão-de-bico. Pre-

sume de milho-rei mas não passa de mi-lho transgénico. Dizem os ambientalistas mais convencidos que o milho transgéni-co faz mal. Mas não falta quem o culti-ve para aí. É intragável como a casca do coco. E indigesto como o feijão carrapato. A gente mordisca a casca, a ver se por de-baixo há fruto que se coma, e só sai o ca-roço, não tem mais nada. Não obstante, é como o pimento, nunca falta na mesa do rei. O seu género é mais de rabanete. Mas este está proibido de ir à mesa do rei. E na mesa do rei é que ele não pode faltar. Se o rei o não convida, ele faz-se convi-dado, acreditando que ninguém, no palá-cio, será capaz de lhe bater com a porta na cara. Mas um dia batem.

Com tanto legume, até se poderá pen-sar que estou a tentar fazer uma sopa. Mas não. Com ingredientes assim, o melhor que se consegue é um caldo mal ama-nhado. Mais próprio de rancho da tropa do que de banquete. Ou uma caldeirada. De legumes. Não de peixe. Embora ele, quando se vê perdido, não hesite em mis-turar-se numa peixeirada. Daquelas em que a gente da lota é especialista. Mesmo que, depois, fique com uma indigestão das antigas. É que as caldeiradas são di-fíceis de digerir também. Especialmente se são aquilo a que eu chamo as caldei-radas patéticas. E, aqui, talvez seja neces-sária uma explicação. É que muita gente pode pensar que uma caldeirada patética é uma caldeirada feita de peixes patetas. Mas não é. O termo “pa-tética” não tem nada a ver com patetas. Quando muito, serão patetas os que, sabendo, por algu-ma experiência passada, que não devem comê-la, à caldeirada, decidem comê-la outra vez. Não. Uma caldeirada patética é o que podíamos chamar uma caldeirada de chora-dinho, a armar à emoção, uma caldeirada destinada a enternecer quem a come. É quase uma salada feita segundo as mais piegas regras da literatura de cordel. Do género daque-la que dizia, já lá vai muito tempo, qual-

quer coisa como isto: “andava o desgraça-dinho no gamanço, roubando pró filho trabecloso”. Uma coisa do género. Isso é que é uma caldeirada patética.

Não creio que uma tal caldeirada atraia o paladar dos matosinhenses. Uma caldei-rada assim pode agradar a parolos que até já não existem no nosso país. Mas não aos matosinhenses. Que são especialistas em reconhecer a diferença entre uma caldei-rada patética e uma caldeirada de bom peixe.

***

Narciso Miranda, antigo presidente da Câmara de Matosinhos, deu uma longa entrevista ao diário “Público”. Li-a com atenção. Porque as últimas intervenções suas constituem um quebra-cabeças e eu adoro problemas deste género. Permitem a um observador atento penetrar no ínti-mo das pessoas que, como ele, se expõem demasiado. É uma entrevista notável, aquela. Devo dizer que, por vezes, tive dificuldade em compatibilizar o que lia com o que sei. Mas o desafio – que verda-deiro desafio era – espicaçou-me. Afinal, trinta anos da minha vida foram vividos num município administrado por ele. Trinta anos recheados de acontecimentos que escrevem a história de um homem, de um político.

***

O jornal começa por dizer que Narciso SUGERE que se recandidata à presidên-

cia da Câmara. Choque frontal. Ainda pensei que o jornalista tinha estado distraído. Mas não. Por várias vezes, co-loca a Narciso Miranda a pergunta concreta, à qual ele escapa sempre. Donde, a sugestão. No entanto, eu já o ouvi declarar, aos microfones da Rádio Clube de Ma-tosinhos, sem nenhuma margem para dúvidas,

que seria candidato. Em Matosinhos. Apesar de inúmeros convites que tinha tido do Partido para ser candidato em outras Câmaras, convites aliás imediata-

mente negados pelo secretário distrital do PS. Isto é, Narciso Miranda é o candidato que não é. Ou não é o candidato que é. É preciso conhecê-lo bem. Mas tem pro-gredido. Antigamente, dizia e desdizia no espaço de uma semana. Agora diz e des-diz no mesmo momento.

***

Mas a entrevista citada tem outros mo-mentos de elevado humor. Um deles su-cede quando ele diz, referindo-se à sua gestão da Câmara por comparação com a do seu sucessor. Afirma ele: “Comigo, cada euro era medido ao cêntimo… para fazer obra”. É capaz de ter razão. Um exemplo quase sem importân-cia: o da anémona, monumento instalado com pompa e circuns-tância, ali na Circun-valação, junto à praia, onde Matosinhos se une ao Porto. Na altu-ra em que foi colocada, o Narciso Miran-da enfunou mais do que o monumento, afirmando que era uma honra para ele ter decidido instalar algo tão original. Falou-se que o monumento tinha custado cerca de um milhão de euros, isto é e pela moe-da antiga, à volta de duzentos mil contos. O tempo passou. Não foi preciso passar muito. E o monumento revolucionário, elegante, orgulho do seu decisor, passou a ser uma nódoa na nossa cidade. Uma ané-mona morta, esfarrapada, quase a parecer querer enterrar-se no areal, com a vergo-nha. Afortunadamente, a actual gestão da Câmara decidiu retirar aquele lixo do sítio onde estava. Agora, com o tempo passado e com o responsável pela despesa já fora do poder, sentimos que foram gastos duzentos mil contos dos nossos impostos para nada. Deve dar um trabalhão enorme contar um milhão de euros todos em cêntimos. Se as minhas contas estão certas, é contar cem milhões de moedas.

***

A dita entrevista não ficaria completa

sem uma revelação estrondosa. Narciso Miranda quis sair da administração do Metro do Porto. Diz ele. Telefonou ao Ministro Mário Lino a dizer que queria sair. Foi o bonito. Deduz-se que ia dando o badagaio ao Ministro. Porque este lhe respondeu textualmente, segundo Nar-ciso: “Não, Narciso, não sais em nome da estabilidade. És muito importante e tens uma experiência enorme, não sais”. Para o Ministro reagir assim, das duas, uma: ou o Partido Socialista está pobre de quadros ou estão todos já com tachos.

Aliás, se eu estivesse no lugar do Primei-ro-Ministro e ouvis-se isto, a primeira coisa que faria seria demitir o Ministro e colocar no lugar dele Narciso Miranda. É um crime nefando ter uma experiência e um saber assim desperdiçados numa empresa de transpor-tes regional.

***

Na sua ambição de regressar à Presi-dência da Câmara da qual foi afastado, recorde-se, devido aos incidentes que estiveram na origem da morte de Sousa Franco, o antigo Ministro das Finanças, Narciso Miranda canta hinos de louvor a si próprio e tenta destruir o trabalho sério que agora se faz na autarquia. Ferrando as garras, especialmente, no seu sucessor, seu antigo vice-presidente e por ele, Narciso, indigitado como sucessor. Se há algo que devemos exigir a uma pessoa bem for-mada é a lealdade nas suas relações com os outros, especialmente com os amigos. Usar da verdade, ainda que se seja preju-dicado. Decidir contra si mesmo no caso de dúvida. E, sobretudo, nunca agir de má fé, com o intuito de enganar volun-tariamente o outro. A lealdade é uma das mais valiosas características de uma pes-soa bem formada. E não só. Se olharmos para a natureza, raros são os animais que não são leais. Ferozes, há muitos. Des-leais, há muito poucos. Devíamos todos aprender com os animais o quanto vale a lealdade

A imagem que tem da sua empresa determina o seu sucesso...

Que imagem é que tem da sua em-presa?

Se reflectir, verá que se trata de uma questão poderosa: o que é que você, empresário, pensa da sua própria empresa?

Alguns empresários pensarão que é per-feita ou espectacular, outros que está razo-ável ou está na média e outros consideram que são piores do que a concorrência.

Repare que alguns empresários têm or-gulho e estão contentes quando pensam na sua empresa enquanto que outros estão no campo oposto.

Pense como é que retrata a sua empresa. Qual é a imagem que consegue visualizar? É um retrato positivo (uma boa atitude, bem sucedida, …) ou é um retrato negati-vo (fracasso, endividamentos, …)?

Consegue retratar a imagem “actual” da sua empresa, assim como visualizar no que

se está a tornar?Aquilo que considero pertinente é o re-

trato que, normalmente, os empresários, no seu íntimo, formam das suas empresas é diferente daquilo que a maioria das pessoas conseguem-se aperce-ber. Isto acontece por-que não gostam daquilo que vêm ou não gostam das suas empresas.

Suponha agora que lhe digo que quanto mais vívida e lúcida for a forma como consegue retratar a sua empresa, mais facilmente irá acei-tar como ela o é realmente e conseguirá ver mais facilmente que o amanhã é o cami-

nho mais rápido para o sucesso. Não acha isto intrigante?

A primeira verdade é a de que o retrato que possui da sua em-presa, combinado com a sua própria crença do seu funcionamento, É EXACTAMENTE NA-QUILO QUE SE IRÁ TORNAR NO FUTU-RO PRÓXIMO.

A forma mais fácil que tem para chegar onde quer passa por conseguir visualizar a sua própria empresa no futuro. Nós reagimos à imagem que temos de

nós próprios no nosso cérebro.Se mudarmos essa imagem para melhor,

irá melhorar o nosso sucesso empresarial. Essa imagem muda constantemente para melhor ou para pior, não por influência intelectual isolada mas sim através de ex-perimentação.

Agora, enquanto empresário, é você que tem o controlo sobre a sua mente. Tudo o que o rodeia está a afectar a forma como pensa. Terá de considerar que pode, inclu-sive, alterar o ambiente em que se insere para melhorar o seu autocontrolo. Afinal de contas, não é Você o dono do seu ne-gócio!

Se não gostar da sua empresa, é extrema-mente difícil construir uma imagem men-tal positiva necessária para liderar a sua equipa. Por isso não hesite, construa um espaço onde goste de estar!

Comece já e faça com que o ano de 2008 seja o MELHOR de sempre para Si.

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner & Director Geral da Quantum Portugalwww.QuantumCrescimentoNegocios.com

quinta-feira, 20 Março de 2008OPINIÃO14

“Se há algo que devemos exigir a uma pessoa bem formada é a lealdade nas suas relações com os outros, especialmente com os amigos”

“Sentimos que foram gastos duzentos mil contos dos nossos impostos para nada”

“Se não gostar da sua empresa, é extremamente difícil construir uma imagem mental positiva para liderar”.

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quinta-feira, 20 Março de 2008 15NEGÓCIOS E EMPRESAS

Três notas num país esquizofrénicoCuidado, meus

Caros! Este País está perigoso

e não só por causa da criminalidade – esta-mos literalmente ce-gos e assumidamente indiferentes perante a estupidez, a demagogia e a prepotência. Anda-mos todos a julgar que a unanimidade no en-colher de ombros e no insulto desbragado aos poderosos chega para resolver, um dia destes, os nossos problemas colectivos e fazer de to-dos nós pessoas felizes, o que, definitivamente, não é verdade. Vejam três exemplos elucida-tivos:

1. José António Bar-ros não precisa de apre-sentação entre os em-presários portugueses e, especialmente, no Norte do País. Herdei-ro de um projecto empresarial, podia ter seguido tranquilamente no rame-rame da rotina numa segunda geração. Não o fez – dois irmãos inteligentes compreenderam que esperar pelo conflito indesejável não é seguramente a solução. Seguiu sozinho e fez da empresa um verdadeiro caso de ex-celência num sector dificílimo. O truque foi a permanente e insaciável inovação, em todos os seus sentidos, até na utilização de todos os instrumentos financeiros que nasciam no início da década de ’90 para o financiamento dos projectos. Teve um segundo momento de clarividência – o desinteresse pela continuidade não podia pôr em risco os postos de trabalho e o de-sempenho alcançado – vendeu, portanto. Podia ter ido para casa e para os muitos paraísos possíveis dos ricos – não o fez. Durante anos, liderou, a custo zero, o Co-liseu do Porto e esteve sempre ligado a va-riadíssimas organizações de diversa índo-le, da SPI/BPI à solidariedade social. Fez mais, foi o precursor indiscutível do em-presariado associado à garantia mútua. Foi um sempre potencial ministro deste País, mantendo uma discrição pessoal absoluta. Ludgero Marques entendeu propô-lo para o suceder na presidência da AEP - caiu o Carmo e a Trindade ; o José António já era um cota irrecuperável, aos seus sessenta e quatro anos de idade, incapaz – na opinião crítica – de assumir um projecto de efecti-va mudança e de o liderar em excelência. Fico abismado e preocupadíssimo com o estado de saúde mental deste Norte do País: não precisamos de aproveitar ao má-ximo todas as competências de excelência que detemos? Será que já não há mais nada a aprender com a experiência e os talentos da geração de sessenta anos? As grandes li-deranças institucionais deixam de ser atri-buíveis por mérito adquirido em sucesso empresarial sustentado e só pelo estatuto, hoje tão banalizado e rasca, de figura pú-blica em capa de revista cor-de-rosa?

2. Miguel Cadilhe disse que o País es-tava em recessão desde 2003. O Ministro das Finanças empertigou-se e atirou-se a ele. O Miguel Cadilhe resolveu respon-der, publicando um artigo no “Público” em que faz a distinção entre dois concei-tos de recessão – o técnico-burocrático e o que ele defende, que seria o do Pacto de Estabilidade e Crescimento de 2005. Eu, certamente como muitos dos portu-gueses, acompanhei a querela com algum distanciamento e desinteresse – no fundo,

ambas as definições são fruto de lucubração macroeconómica, uma actividade que, com o decorrer dos tempos, não tem ganho pres-tígio na opinião pú-blica. E isso por duas razões: em primeiro lugar, porque os ma-croeconomistas falam preferencialmente e quase só para os outros macroeconomistas , naquela terminologia hermética e cifrada que utilizam para cobrir to-das as hipóteses de ga-nho nas previsões que fazem. Em segundo lugar, porque acontece aos macroeconomis-tas o que, num outro sentido, se aplica tam-bém aos médicos mais diferenciados – o fer-ramental técnico dis-ponível é cada vez mais tão vasto e aperfeiçoa-

do que propendem a ver as realidades de perfil, crentes que o monitor lhes dá uma ideia muito mais exacta do que aquilo que ela lhes está a meter pelos olhos dentro. Daqui que as ferramentas primárias tra-dicionais, os olhos (para ver), os ouvidos (para entender), a boca (para perguntar) e as pernas (para conhecer) deixaram, de há muito, de ser utilizados pelos macroe-conomistas. É que se eles verdadeiramente fossem à rua, ela dir-lhes-ia que o País está numa profundíssima recessão desde há muitos anos – perde lideranças e vontades empresariais e, por via disso, perde investi-mentos, perde empregos e perde poder de compra. Tão fácil quanto isso – apesar de ter quatro bilionários.

3. O cálculo da pensão de reforma dos trabalhadores bancários é fácil de calcular: 2% por cada ano de trabalho vezes o nível de remuneração de categoria profissional em que se encontrava no momento em que atinge a reforma. Os sindicatos, se-guindo uma (péssima) tradição de há vinte anos, decidiram negociar acordos de tra-balho individualizados com todas as insti-tuições financeiras que o exigissem, o que transforma a plataforma acordada numa mescla de excepções e diferenças abismais, só acessíveis a verdadeiros peritos. Não vão acreditar no que conto mas é verdade: uma das instituições que tem um acordo particular é o Millennium BCP – baseado numa grelha de vencimentos mais elevada que o geral para os trabalhadores no ac-tivo. Só que o banco conseguiu negociar com os sindicatos percentagens menores a afectar o vencimento de referência para a reforma dos seus trabalhadores, dando como consequência que a diferença entre eles (e, portanto entre os vencimentos fi-nais apurados) seja substancial, na ordem das centenas de euros mensais. Logo, em termos gerais e presumo que acima do ní-vel 11, o reformado do Millennium BCP recebe objectivamente menos que qual-quer outro trabalhador oriundo de outro banco que tenha subscrito o acordo geral – no fundo, o banco joga com a falta de capacidade reivindicativa e de mobilização dos seus reformados e com o beneplácito tácito dos sindicatos do sector. Os mais cínicos dirão que a algum lado hão-de ir buscar os fundos para pagarem as reformas dos administradores …

Agora digam-me lá se este País não está perigoso e irremediavelmente esquizofré-nico!

MJCARVALHO

Economista

[email protected]

“Não precisamos de aproveitar ao máximo

todas as competências de excelência que detemos? Será que já não há mais nada a aprender com a

experiência e os talentos da geração de sessenta

anos?”

Provedor Vitalino Canas afirma

“Trabalho temporário não é precário”

Após ter sido nomeado em Julho do ano passado Provedor do Trabalhador Tempo-rário, Vitalino Canas lançou agora o livro “Direitos do Trabalhador Temporário”, um guia com os direitos destes trabalhado-res, recomendações e uma compilação de contactos úteis.

Adiantando que “não é bem um livro, é uma brochura”, Vitalino Canas explicou que na publicação é feita uma enunciação “sucinta e o mais clara possível” sobre quais são os direitos dos trabalhadores, sendo ainda divulgado o regulamento do prove-dor. Além disso, os trabalhadores tempo-rários poderão encontrar nesta publicação informação sobre a forma como podem ter acesso ao provedor, os procedimentos a se-guir, bem como os prazos para resposta.

Vitalino Canas explicou ainda que “muitas vezes os trabalhadores são recru-tados por pessoas ou empresas sem licen-ciamento e sem estarem de acordo com a lei. Queremos sensibilizar os que vão para o estrangeiro e os que estão cá para os seus direitos, sobre o que podem fazer”. Assim, no livro lançado durante a 3ª Edição da Se-mana da Responsabilidade Social poderão ser encontrados alguns contactos úteis para os trabalhadores temporários em Portugal, bem como no estrangeiro.

O trabalho temporário é frequentemente associado a trabalho precário, situação que Vitalino Canas gostaria de ver alterada, já

que considera que, “muitas vezes, este é a porta de entrada para o mercado de tra-balho mais estável ou até para o vínculo laboral efectivo”.

O provedor classificou mesmo o traba-lho temporário como um pilar essencial da economia na União Europeia, correspon-dendo a 1,8% do emprego total, mas “com algumas va-riações”, já que as em-presas do sector rei-v i n d i c a m que 7,5% do total dos empregos criados na Europa se lhes deve.

Em Por-tugal, “cer-ca de 0,9% do mercado de emprego é trabalho temporário – situação estabili-zada desde 1999”. Porém, Vitalino Canas alertou para o facto de este número poder ser superior, porque, “a par das empresas devidamente licenciadas, há situações de informalidade e de ilegalidade”.

ANA [email protected]

Page 16: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

O mercado interno é demasiado restrito para os que querem ganhar dimensão – referem João Mendes e Jorge Teixeira. Os dois gestores concluíram o International MBA da Escola de Negócios Caixanova que incide sobre a estratégia das empresas. Para João Mendes, a pequena dimensão do país e da maioria das empresas deve ser encarada como uma vantagem competitiva.Jorge Teixeira afirma que a existência de grandes comunidades portuguesas não tem favorecido a internacionalização das empresas portuguesas. No mercado vão surgindo boas oportunidades. A estabilidade e o crescimento económico de Angola tornam bastante apetecível o investimento de empresas portuguesas.

João Mendes e Jorge Teixeira (Executive MBA da Escola de Negócios Caixanova) afirmam

“Devemos deixar cair a tentação de criarmos marcas próprias a todo o custo”

João Mendes e Jorge Teixeira consideram que o sucesso na internacionalização depende da especialização das empresas naquilo que sabem fazer e da flexibilidade que conseguem oferecer aos clientes.

quinta-feira, 20 Março de 2008NEGÓCIOS E EMPRESAS16

Vida Económica - Tradicio-nalmente, existe uma abertura das empresas ao desenvolvi-mento de actividades no ex-terior? Qual é a vossa opinião sobre as oportunidades e desa-fios que a internacionalização coloca às empresas portugue-sas?

João Mendes - Somos um país de descobridores, viajantes e fi-nalmente emigrantes. Desde o império marítimo português (a partir de 1415) que conseguimos mudar o mundo vencendo os próprios medos. Estabelecemos rotas e entrepostos comerciais, traficámos escravos, explorámos povos inteiros, ou seja, fomos ca-pazes do melhor e do pior. Mas, deixando de lado as considera-ções históricas, o que importa reflectir é se tradicionalmente so-mos um povo com aptidões para encarar com alguma facilidade e naturalidade a saída do pequeno rectângulo.

A crescente concorrência a nível internacional em todos os merca-dos obriga as empresas a seguirem estratégias de crescimento fora do mercado interno. O próprio teci-do empresarial português já con-seguiu perceber que o mercado interno é demasiado restrito para os que querem ganhar dimensão, a dimensão necessária que lhes permita não ver os seus merca-dos engolidos pelos concorrentes. Mas será esse de facto um ponto fraco?

Eventualmente, não será se as empresas se especializarem na-quilo que sabem fazer e ao mes-mo tempo apresentarem soluções de flexibilidade aos seus clientes. Nisso somos capazes de fazer bem, somos pequenos e essa pe-quena dimensão permite-nos ou deveria permitir-nos apresentar uma vantagem competitiva face aos demais países. Pequenas pro-duções e de qualidade é connos-co, essa deveria ser a nossa insíg-nia. E nunca é de mais sublinhar que a nossa indústria de pequena dimensão que continua a tentar competir pelo preço e sem carác-ter inovador ou tecnológico está, fatalmente, condenada a desapa-recer.

No sector têxtil, as empresas portuguesas foram procuradas pelos grandes agentes têxteis in-ternacionais. A resposta foi de uma forma geral positiva. As nossas empresas ficaram conheci-das por serem capazes de garan-tir uma relação preço/qualidade de alto nível. Esse facto, porém, teve algum impacto negativo na indústria. Isto porque, embora as grandes marcas recorressem à produção portuguesa para os seus produtos espalhados pelo mun-do, não facilitou o aparecimento de marcas nacionais fortes.

Em suma, encaramos com al-guma facilidade a nossa presença no exterior, mas urge rever a for-ma como essa presença tem sido feita. A nosso ver, devemos deixar cair a tentação de criarmos mar-cas próprias a todo o custo. Não temos notoriedade suficiente para nos afirmarmos mundialmente mas temos a qualidade que as grandes marcas querem e a flexi-bilidade para as pequenas produ-ções. A qualidade, a flexibilidade, a existência de um tecido indus-trial de pequena dimensão alia-das às nossas características como povo — permitindo compreender e adaptar rapidamente o que o cliente pretende — constituem a verdadeira receita para o sucesso do desafio da internacionalização.

VE - A internacionalização pressupõe que as empresas cooperem mais entre si para reduzir os riscos e aumentar a eficácia no mercado externo?

João Mendes - Em qualquer processo de internacionalização é vital estarem asseguradas duas premissas que, não estando salva-guardadas, conduzirão ao insuces-so do processo, pondo em causa o próprio futuro da organização: uma forte consolidação da empre-sa e dos seus produtos ou serviços no mercado interno e uma afecta-ção eficaz de recursos económicos e humanos a esse fim. No fundo, trata-se de preparar a empresa (pessoas, meios financeiros, plano de marketing, produtos, proces-sos) para o novo desafio. É aqui que, muitas vezes, quase sempre, a decisão de internacionaliza-

ção da empresa bloqueia. A não existência de recursos suficientes leva a que, muitas vezes, se caia na tentação de estender a mão em busca de um subsídio. O que é um erro, porque, para garan-tir a elegibilidade desses apoios, muitas vezes não são seguidas as melhores opções. Mas, em bom rigor, actualmente existem, de facto, alguns empresários que querem dar um rumo diferente às suas organizações, indo à pro-cura de novos mercados e não aguardando pelos subsídios para estabelecerem as suas priorida-des estratégicas de crescimento. O tecido empresarial português, sendo constituído, na sua maioria por pequenas e médias empresas com recursos limitados, deverá rever o conceito de pesquisa de mercados e a forma como se apre-senta neles. Porque não procurar empresas de média dimensão que não têm capacidade para as grandes encomendas no mercado asiático, e porque não fornecê-las com a sua própria marca? Desta forma garantem vendas e maximi-zam a sua capacidade produtiva. Trata-se cruamente, tão-somente, de conseguirmos sobreviver num mercado cada vez mais global. O pequeno empresário deverá obri-gatoriamente aproveitar as missões empresariais, as feiras e exposições internacionais, estabelecendo uma meta de exploração de novos mercados, a visita a feiras levando amostras, seleccionando clientes a visitar e apresentando-se com o objectivo de estabelecer parcerias comerciais.

Falar em cooperação para redu-zir os riscos e aumentar a eficá-cia no mercado externo é, como se costuma dizer, “pôr o dedo na ferida”. É fundamental que os empresários ponham de lado algumas desconfianças e optem por esta solução. Existe, muitas vezes, ainda, o receio de que o parceiro retire maior vantagem da aliança, o que tem inviabili-zado à partida qualquer hipótese de entendimento. Por exemplo, a constituição de uma aliança es-

tratégica através de um consórcio de exportação poderia ser uma boa solução com vantagens assi-naláveis: gastos repartidos pelos sócios, maior gama de produtos e maior poder de negociação.

Um bom exemplo de colabo-ração foi a parceria que recente-mente se estabeleceu entre pro-dutores de vinho e a agência de promoção turística Adeturn, que permitiu a realização duma sessão do Grand Jury na região do Dou-ro. Durante quatro dias foram testados mais de cem vinhos das principais regiões portuguesas. Este tipo de parcerias são o ideal, confundem-se com as acções de RP, são mais eficazes na criação de notoriedade. Esta parceria vínico-turística fará mais pela promoção do Douro e dos vinhos portugue-ses do que outras grandes iniciati-vas, muitas vezes pagas a “peso de ouro” e com resultados práticos bastante limitados.

VE - A aposta das empresas portuguesas deve dirigir-se mais a mercados de proximida-de e, teoricamente, de menor risco, ou mercados emergen-tes, com maior risco, como An-gola ou Brasil?

Jorge Teixeira - A União Euro-peia representou, em 2006, 77,2% das exportações e 75,5% das im-portações portuguesas. Sendo que os principais clientes de Por-tugal foram no mesmo período: a Espanha (27,4%), a Alemanha (13,1%), a França (12,4%) e o Reino Unido (7,1%). Os Países Africanos de Língua Oficial Por-tuguesa (PALOP) representaram 4,4% e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), incluindo o Brasil, 5,1%. Estes números demonstram claramen-te que a existência de grandes co-munidades portuguesas não tem favorecido a internacionalização das empresas portuguesas.

A estabilidade e o crescimento económico de Angola tornam bastante apetecível o investimen-to de empresas portuguesas. As exportações para o Brasil tem

aumentado ligeiramente mas o saldo é amplamente desfavorável para Portugal. Tendencialmente, o desejável é que o crescimento das exportações portuguesas se sustente fortemente em produtos com elevado valor acrescentado e com forte componente de inova-ção e tecnológica.

Além disso, é necessário prestar atenção à modificação de padrões de consumo, por exemplo, Portu-gal exportou para a China vinhos no valor de 547 mil euros, entre Janeiro e Junho de 2007.

VE - Existem serviços dirigi-dos às empresas que querem expandir a actividade fora do país?

Jorge Teixeira - Actualmente ,existem diversas entidades e orga-nismos que prestam serviços diri-gidos às empresas que pretendem iniciar ou expandir o processo de internacionalização. Quer sejam a AICEP, o IAPMEI, Associa-ções Empresariais ou Câmaras de Cooperação Bilaterais. Entre os serviços disponibilizados encon-tram-se: acções de formação, mis-sões empresariais, feiras e outros eventos no estrangeiro. O próprio modelo de diplomacia económica em que se utiliza a influência di-plomática portuguesa e os recur-sos existentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Mi-nistério da Economia para apoiar as empresas portuguesas. Existem, sem dúvida alguma, recursos sufi-cientes afectos a este desígnio na-cional que é o aumento da capaci-dade exportadora e que poderiam catapultar a imagem das empresas portuguesas e do país, mas então porque falha a promoção da mar-ca Portugal? Falha claramente na resposta às seguintes perguntas: qual o segmento de clientes que queremos atingir? Estamos à pro-cura da notoriedade do país, à se-melhança das estratégias empresa-riais? Entendemos Portugal como uma empresa capaz de oferecer diferentes produtos e serviços aos seus clientes? Lamentavelmente, não. E esse é o nosso drama.

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Porto em debate por investigadores de renome internacional Académicos portugueses e estrangeiros vão analisar, durante uma semana, a cidade do Porto, o seu património, paisagens e territórios

As cidades podem ser anali-sadas sob os mais variados pontos de vista. E se um

grupo de investigadores, portu-gueses e estrangeiros – estes de países como a França, a Tunísia ou Canadá e de várias áreas do saber — se reunisse, na cidade do Porto, para reflectir sobre o seu património e o impacto que este tem em quem nele vive e traba-lha? Ora, é precisamente isto que vai acontecer, de 23 a 29 de Mar-ço, nesta cidade que é também, não podemos esquecer, patrimó-nio da humanidade.

O tema do seminário, é disso que estamos a falar, é sugestivo – “Do Porto: Paisagens, Territó-rios, Patrimónios —, já vai na segunda edição, antes realizou-se na Tunísia, e, como diz uma das suas organizadoras e professora da Faculdade de Economia do Porto, Helena Santos, pretende “pensar na questão do patrimó-nio, mas numa perspectiva ligada ao próprio processo de patrimo-nialização”. Como explica ainda esta investigadora, estamos a falar do património como um reflexo “do que nele se produz, como ele é vivido e sentido”. E não se

pense que isto fica pelo patrimó-nio classificado. O Porto é muito mais do que isto, tem muito mais para mostrar e, como tal, quem participar neste seminário vai ter também a oportunidade de estu-dar o património de uma forma global, seja ele ou não classifica-do.

E, como já vimos, algo que vai ser feito de uma forma especial. Ou seja, através dos olhares cru-

zados, dos saberes e experiências cruzadas de investigadores – estes ligados às ciências da informação e comunicação, sociologia, eco-nomia, história, arquitectura, en-tre outras - de vários países e cida-des. Ou não fosse este seminário uma das principais consequên-cias de uma rede de investigação internacional de mediações de cultura, toda ela muito ligada às questões do Mediterrânico. Nela participam, como nos deu conta Helena Santos, não só a Univer-sidade do Porto mas também a Universidade de Avignon, Fran-ça, a do Quebeque em Montreal, Canadá, e ainda a de Manouba, na Tunísia.

Mas é caso para dizer que este seminário quer ir mais longe. Ao contrário do que seria de esperar, este não vai ser um acontecimen-to académico, fechado, cujas conclusões vão ficar nas ‘prate-leiras’ das respectivas academias. É que este seminário, para além desta parte mais académica, dos seus ateliers e workshops, inclui ainda visitas, palestras em ins-tituições simbólicas da cidade. Estamos, como o leitor já adivi-nhou, a falar da Casa da Música,

mas também do museu de Ser-ralves, da Real Companhia Ve-lha, da Douro Azul ou da Pedro Arroja – Gestão de Patrimónios. E o seu envolvimento é tão mais importante quando sabemos que os seus responsáveis vão também eles ser brindados, pelos menos em parte, com as conclusões de toda esta semana de estudos.

Uma abrangência institucio-nal que se alarga ainda à Câmara da própria cidade como patro-cinador. Ou não estivéssemos, como destacou Helena Santos, perante um “feito” que vai en-grandecer a cidade, projectá-la a nível internacional.

Resta-nos ainda dizer que esta rede internacional poderá, no futuro, estender-se a outros países. É o caso de Espanha e de Itália que, aliás, também partici-pam neste seminário ainda que de forma informal. Afinal, como nos revelou Helena Santos, este tipo de eventos, pela sua própria natureza, visam também reforçar a rede internacional de investiga-ção que lhe está na base e quiçá, como acabamos de ver, alargá-la.

SANDRA [email protected]

Porto como pólo dinamizador do Norte e da Galiza

Para Helena Santos, não há margem para dúvidas: o Por-to é a segunda cidade do país, tem que ser encarada dessa forma, assim como o pólo di-namizador não só do Norte, mas também de toda a Galiza. As palavras desta professora da Faculdade de Economia do Porto são reveladoras: “Se olhar para uma série de indica-dores e, apesar da perda de al-gum protagonismo, vai chegar à conclusão que o Porto conti-nua a ser uma cidade com uma escala e uma dimensão para ser o pólo desta região”. Isto não quer dizer, contudo, que tudo vai bem no Porto e na região. Como referiu Helena Santos, nem “sempre se tem sabido valorizar a cidade e a região envolvente”.

Redes Energéticas Nacionaisaposta na internacionalização

A REN – Redes Energéticas Nacionais ,SGPS vai investir 240 milhões de euros por ano entre 2009 e 2014, num valor to-tal de 1434 milhões de euros, na moder-nização da rede eléctrica. Previsto para os anos 2009-2014, o plano contempla desde já uma forte aposta na internacionalização da empresa nacional.

José Penedos, presidente da REN, anunciou esta semana, em sessão de apre-sentação decorrida no edifício da Alfânde-ga do Porto, o plano de desenvolvimento e investimento na rede de transporte de electricidade.

Este plano de investimentos, previsto para os anos 2009-2014, contempla uma forte aposta na internacionalização da em-presa nacional. Segundo José Penedos, a internacionalização dos operadores de rede vai começar por ser feita em ambiente eu-ropeu. A alemã E.On foi forçada por Bru-xelas a vender a sua rede. Os operadores de mercado e entidades financeiras vão inte-ressar-se por esta venda”.

Para além desta oportunidade, foi re-ferido ainda a possibilidade de acordo de parceria estratégica com a Rede Eléctrica Espanhola (REE) e a “possibilidade de irmos para mercados terceiros em projec-

tos comuns”. No entanto, o presidente da REN ressalvou que a empresa a que preside “não está, neste momento, em condições de se abalançar à compra de uma rede no centro da Europa”. Apesar das limitações, José Penedos admite “uma evolução das condições de mercado que favoreça o de-senvolvimento da REN e que possamos vir a encontrar soluções de internaciona-lização que passem por aquisições fora da Península Ibérica”.

FERNANDA SILVA TEIXEIRA

“Internacionalização pode passar por aquisições fora da Península Ibérica”, afirma José Penedos.

quinta-feira, 20 Março de 2008 17NEGÓCIOS E EMPRESAS

Os negócios de distribuição eléctrica e de gás da REN estiveram na origem da obtenção de um resultado líquido ajus-tado de 145,2 milhões de euros, findo o exercício de 2007. No entanto, este valor ficou ligeiramente abaixo das estimativas dos analistas consultados pela Reuters, que apontavam um resultado líquido ajustado de 146,4 milhões de euros.

A venda de electricidade continua a ser a actividade com mais peso no volume de negócios da empresa, com 80,9 mi-

lhões de euros, seguido do gás com 36,3 milhões. Um resultado que Rui Cartaxo, gestor financeiro da REN, espera ver mais equilibrado em 2008. Os restantes 28 milhões resultam de outras actividades, que incluem SGPS, Telecom, OMIP e OMIClear.

A REN vai propor ainda a distribui-ção de um dividendo de 16,3 cêntimos por acção, um valor que representa um “dividend yield” de 4,8%.

TIAGO [email protected]

REN com lucros de 145,2 milhões

Page 18: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

O que pode fazer a diferença de uma empresa ligada ao mundo da arquitectura, do design, na área do mobiliário de “ou-tdoor”? A resposta da m.n.arquitectura, de Pedro Nunes, um dos seus principais res-ponsáveis, com quem contactámos duran-te a Export Home, é uma só: qualidade, singularidade, inovação, trabalho de autor.

Esta que é uma empresa muito recente, a sua constituição formal deu-se há, so-mente, três, quatro anos, é por aqui que quer direccionar o seu desenvolvimento. As palavras de Pedro Nunes são esclarece-dores: “Queremos estar sempre na ‘crista da onda’”. E acrescenta: “A nossa estratégia passa, de facto, por estar à frente”. E tanto assim é que Pedro Nunes explica que, as-sim que os produtos estiveram pirateados, algo que acontece muito neste tipo de mer-cado, saem de imediato do portefólio da empresa. E como é que conseguem manter

este nível de inovação?, poderá o leitor per-guntar.

Aqui, Pedro Nunes fala na força dos recursos humanos da empresa. É que a m.n.arquitectura nasce, a partir de um feliz acaso, de uma conjugação familiar, onde os conhecimentos de arquitectura de uma das fi lhas se juntou aos conhecimentos de gestão de uma outra. E assim “brota” uma empresa que, também graças à política de parcerias estratégicas com fabricantes na-cionais – a m.n.arquitectura não se dedica à produção das peças que comercializa –, conseguiu já alguma implantação no mer-cado a trabalhar, sobretudo para a classe média, alta, para as lojas e consumidor fi nal. Mas a m.n.arquitectura não quer fi car por aqui e à VE fala das portas que se abrem com as exportações. “Quem não pensar no mercado externo, terá forçosa-mente os dias contados ou, então, reduz-se

a uma expressão muito pequena”, destaca Pedro Nunes. As referidas portas poderão passar por mercados como o espanhol ou o francês, os mais vulgares como diz este responsável, mas também por outros mais distantes como é o caso dos países de Leste ou, até mesmo, do Médio Oriente. “Este é um mercado que está em enorme cresci-mento e, nós, temos linhas que não foram pensadas para lá, mas quase”, destaca Pe-dro Nunes.

Quanto à participação na Export Home, a m.n.arquitectura, o seu porta-voz reve-

la-nos que é a primeira vez que marcam presença num evento desta natureza. “É a primeira vez que estamos expostos ao pú-blico”, destaca. Apesar disto, Pedro Nunes, sob o risco de ter uma desilusão, faz já um balanço positivo da Export Home com o estabelecimento de alguns contratos de parceria. O futuro, esse, deverá continuar a passar pela participação em feiras, mas, como assegura Pedro Nunes, de uma for-ma pensada e profi ssional.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

A reivindicação chega por par-te de um empresário nacional, de um produtor de mobiliário em couro e sofás de alta gama, Ma-nuel Ferreira: as feiras precisam de segmentar as empresas, de dis-tinguir a produção nacional da internacional.

Este empresário de Vila Nova de Gaia, sócio gerente, da Lar-forma, que entrevistámos no de-correr da Export Home – a feira da Exponor dedicada aos secto-res do mobiliário, iluminação e artigos de casa para exportação –, considera que não faz sentido estar a convidar visitantes estran-geiros, a promover a sua vinda às nossas feiras se depois eles têm difi culdades em ver, em apreciar aquilo que se faz por cá, que é genuinamente português e não importado. As suas palavras são reveladores a respeito deste as-sunto: “Os dirigentes têm de ter a coragem de segmentar as feiras, de um lado a indústria nacional, do outro a internacional”.

E Manuel Ferreira dá o exem-plo do que se passa lá fora ao falar das feiras que visita, em Paris, e

que, segundo ele, já obedecem a esta lógica. Mas, para este em-presário do sector do mobiliário esta questão é mais profunda do que à primeira vista parece e fala das empresas que estão nas feiras, com apoios do Estado, e isto para vender produtos oriundos da China ou da Indonésia.

Ora é caso para dizer e, como seria de esperar por estas afi rma-ções, que a Larforma faz preci-samente o contrário. A empresa existe já desde 1980, tem atra-vessado os seus altos e baixos, e prepara-se, agora, para estender os “braços” a outros mercados. A trabalhar no momento para as lojas de decoração, decoradores e arquitectos no mercado nacio-nal e para duas grandes marcas estrangeiras, a Larforma pode-rá chegar a Angola, aos Estados Unidos e ao Dubai. “Estamos em fase de negociações, ainda esta-mos em observação e análise”, diz Manuel Ferreira a respeito deste último país.

Mas os projectos da Larforma não fi cam por aqui, com este res-ponsável a falar na necessidade de

tornar a sua oferta mais abran-gente. “Além daquilo que produ-zimos, temos feito algumas par-cerias com outros fabricantes por forma a apresentarmos ao mer-cado ofertas mais globais, mais completas”, revela ainda Manuel Ferreira.

Associações empresariais longe dos seus associados

A opinião de Manuel Ferreira volta a ser muito crítica. Desta vez, este empresário fala das as-sociações empresariais e daquilo que têm feito ou melhor daqui-lo que não têm feiro em prol dos seus associados.

Para Manuel Ferreira, aliás, sócio de três organizações deste género — sectoriais, multissec-toriais e regionais —, as nossas associações estão muito longe do verdadeiro papel, não conhe-cendo a realidade dos seus as-sociados, os seus problemas, os seus anseios. “As associações não visitam os associados, não co-nhecem a minha realidade”, diz. “Não sabem aquilo que eu faço,

não conhecem as minhas apostas, os meus projectos, as minhas ne-cessidades”, acrescenta ainda em tom de desabafo.

Sobre um outro assunto, a ac-tuação do Governo na área eco-nómica, Manuel Ferreira começa por reconhecer ao Executivo co-ragem nalgumas medidas toma-das, alertando, contudo, para a

necessidade deste ter uma maior intervenção, pelas razões já apon-tadas, junto das associações em-presariais. “As guerras de associa-ções, entre feiras do Norte e do Sul deixam muito a desejar”, diz ainda Manuel Ferreira em jeito de conclusão.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

“É preciso segmentar as feiras entre produção nacional e internacional”Manuel Ferreira. da Larforma fala, no âmbito da Export Home, da necessidade de projectar o que se faz por cá

O trabalho de autor: a aposta da m.n.arquitecturaEmpresa de arquitectura e design quer demarcar-se pela inovação e singularidade das suas peças

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O caminho está traçado: investir na qualidade, na inovação, num trabalho de autor, singular, capaz de fazer a diferença no mercado. É este o grande objectivo e razão de ser da m.n.arquitectura: estar à frente, sempre na “crista da onda”, como diz um dos seus principais responsáveis, Pedro Nunes.

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quinta-feira, 20 Março de 2008NEGÓCIOS E EMPRESAS18

Page 19: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

Vida Económica - Qual a evolução da actividade da empresa nos últimos anos?

João Gomes de Oliveira - Comemoramos no dia 1 de Maio, 40 anos de actividade. Ao comemorar esta data, va-mos tentar fazer um histórico de quatro décadas da área da construção civil, que foi sempre a actividade principal da em-presa.

Iniciei a minha actividade aos 17 anos, no dia 1 de Maio de 1968, ainda não era o dia do trabalhador. Nessa primeira década, iniciei a actividade por obrigação familiar, como o mais velho de dez irmãos. A empresa iniciou com três traba-lhadores.

A segunda década foi o “boom” da actividade económica em Portugal. Aí a J. Gomes foi tentando crescer aproveitando as oportunidades que o mercado lhe oferecia. Passou de um volume de negócios de 5 milhões de contos para 15 milhões.

A terceira década foi de sustentabilidade. Começámos a crescer não só em número como em estrutura, recursos, ferramentas, clien-tes e volume de negócios. Chegámos a um volume de negócios de algum rele-vo, dadas as oportunidades do merca-do. Nesta última década, tivemos um crescimento mais visível. Estrategica-mente decidimos avançar no território nacional como prestadores de serviços e com outros negócios de investimento imobiliário, enquanto nas últimas três décadas nos tínhamos limitado ao norte do Douro. Exceptuamos as ilhas, que nunca foram um objectivo, dado que a nossa capacidade estava absorvida no continente. Agora estamos com um vo-lume de negócios na casa dos 65 milhões. Temos à volta de 250 trabalhadores. Neste momento, estamos a desenvolver um programa que vai ter início com o “Dia da Árvore” e vai ser desenvolver até ao final do ano. Vamos ter sempre acti-vidades enquadradas nas comemorações dos 40 anos. Não temos só o sentido objectivo de criar riqueza, mas também tentamos ajudar na área social, desenvolvendo ao máximo o concelho onde estamos inseridos.

VE - Uma das apostas da empresa é na formação dos recursos humanos. É um dos segredos para res-ponder adequadamente às exigências dos clientes?

JGO - O mercado hoje está muito agressivo e volátil. A transferência de recursos humanos de umas empresas para as outras começou a ser um acontecimento normal. As empresas portuguesas não tinham o hábito de ver transferir recursos hu-manos com facilidade. Hoje, a maioria dos trabalhadores não acha que um posto de trabalho tem de ser para a vida inteira. Se aplicarmos a cultura dos americanos, verificamos que o empre-go é muito volátil, saem de uma empresa para a outra com uma facilidade tremenda, porque a lei permite essa flexibilidade. O nosso sistema é muito fechado, tanto trabalhadores como em-pregadores acham que têm de ser sempre quadro da empresa. Não podemos prender qualquer colaborador que tenha uma estratégia de emprego de abraçar algo interessante.

VE - Integraram recentemente a Way2B, um Agru-pamento Complementar de Empresas (ACE). Em que consiste este projecto?

JGO - Criámos há cerca de um ano um agrupamento que integra cinco empresas bracarenses: a Domingos Silva Teixei-ra (DST), a ABB, a Britalar, a J. Gomes e a Rodrigues & Névoa. Foi criado para juntar todos os nossos conhecimen-tos e nos posicionarmos em projectos de investimento e de prestação de serviços em áreas, a nível nacional, mas também diversificarmos para outras actividades, como novas platafor-mas logísticas ou novos investimentos públicos.

A nível internacional, também temos objectivos bem tra-çados. Estamos na Líbia há cerca de um mês a trabalhar pro-jectos, como universidades, auto-estradas, abastecimento de água. Nessa área, temos excelentes notícias e temos já um volume de negócios de algumas centenas de milhões de euros no papel, o que tem grande impacto não só nas empresas do grupo mas também a nível nacional. Quando esteve cá o Pre-sidente da Líbia, foi público que ele se mostrou interessado em que as empresas portuguesas, se achassem que o mercado

líbio era atractivo, exportassem para lá. Como temos esse know-how na cons-trução civil, eles acharam que nos tí-nhamos essas condições.

VE - Para além da Líbia, têm em vista outros mercados?

JGO - Temos o mercado de Angola. Para lá o agrupamento vai, se assim o entender, em grupo mas também temos a flexibilidade de irmos só com um ou dois parceiros, aqueles que tiverem mais interesse no próprio negócio. O grupo tem um estatuto e um sistema que nos permite essa flexibilidade de podermos ir com outras empresas fora do grupo

ou então só com uma ou outra do próprio grupo.

VE - Que expectativas tem em relação ao QREN?JGO - Temos imensas expectativas no QREN. É impor-

tante que o QREN não seja só números, deve ter dezenas de milhões de euros para grandes obras, como o TGV e o aeroporto, mas é necessário que os projectos saiam para que as empresas no seu todo tenham a possibilidade de se relan-çar novamente e se motivar. Esses projectos devem avançar rapidamente para que possamos mostrar a nossa capacidade. Acho que não há dúvidas que Portugal tem empresas com capacidade para desenvolver esses grandes projectos. Apa-reçam os projectos que as empresas estão preparadas para executar as obras, basta que o Governo acelere os processos. Portugal necessita destas obras importantes. Esperamos que elas sejam executadas no mais curto espaço de tempo para usufruirmos desses investimentos. O importante é que se

pense em projectos que se estendam para o futuro das novas gerações.

VE - Para além da construção, exploram o Cais de Gaia e de Viana de Castelo. É um novo desafio? Qual a estratégia adoptar?

JGO - A área de hotelaria ainda não tem grande relevo na nos-sa actividade mas é um começo. Estou convencido de que se pro-jectos atractivos surgirem no mercado, mesmo com o momento menos bom que atravessamos sobretudo na área da restauração, nós estudamos esses projectos. Estamos a estudar um projecto idêntico para Évora mas ainda está na fase de estudo.

VE - Que perspectivas e estratégia têm para 2008? JGO - Estamos todos à espera que melhore quer o nos-

so sector quer os outros sectores na actividade económica do país. Se ultrapassarmos os números de 2007 vai ser pontual-mente em negócios na área da prestação de serviços que nos surgem e nos levem a fazer uma acção de melhoria.

VE - Dos sectores em que trabalham (público, priva-do e cooperativo), o que tem mais peso na empresa?

JGO - O privado. Mas nos objectivos para 2008 nós já queremos repartir mais, diminuir um pouco ao sector priva-do e vamos tentar aumentar o volume de negócios no públi-co. No sector cooperativo vamos manter. No privado, vamos diminuir e vamos tentar conseguir mais uma fatia do público, dado os projectos que o Estado vai colocar no mercado para que as empresas tenham essa possibilidade de aumentar os seus negócios na área do público. O objectivo é diversificar mais. A estratégia é tentar sermos competitivos a todos os níveis para tentar essa fatia que vamos tirar ao privado.

VE - Sendo que o sector da construção civil e obras públicas é um dos mais competitivos, como se distin-gue a J. Gomes no panorama nacional?

JGO - Todos os mercados são competitivos. Hoje traba-lhamos para manter as estruturas. Não tenho dúvida que isto vai melhorar não só a nível interno mas também com as opor-tunidades que vão surgir agora com a exportação dos nossos conhecimentos. Quer para países da Europa quer para países da América do Sul, árabes e africanos. São as três regiões em que temos uma janela de grandes oportunidades. Saibamos nós ter capacidade e conquistar esses mercados com o senti-do de responsabilidade para que amanhã não deixemos um registo negativo quer a nível das empresas quer do país. Por-que quando estamos a trabalhar fora do país também está em causa a nossa bandeira.

PATRÍCIA [email protected]

João Gomes de Oliveira, presidente do Conselho de Administração da J. Gomes, consi-dera

Portugal tem empresas com capacidade para desenvolver grandes projectosCom 40 anos de existência no mercado da construção e das obras públicas, a J. Gomes continua aceitar novos desafios. Recentemente, começaram a trabalhar na Líbia com mais quatro empresas bracarenses, o que já representa um volume de negócios de centenas de milhões de euros. Para além da construção, exploram o Cais de Gaia e de Viana de Castelo. Por enquanto, a área de hotelaria não tem grande relevo na actividade da empresa. Contudo, João Gomes de Oliveira admite, que se novos projectos aparecerem, serão estudados.

quinta-feira, 20 Março de 2008 19NEGÓCIOS E EMPRESAS

O Governo líbio escolheu o consórcio português Way2B para a construção de dois “campus” universitários, em Al-Khoms e Bhengazi, o que representa um investimento de 305 milhões de euros.

Segundo um comunicado da Way2B, o projecto, que tem uma área total de 243.659m2, integra “duas facul-dades para as áreas de medicina, engenharia, economia, letras, tecnologias de informação e enfermagem, bem como edifícios administrativos, bibliotecas, residências de estudantes, mesquita e zonas desportivas, de lazer e

ainda a respectiva integração paisagística”. A Turquia, a França, a Espanha e a Alemanha eram ou-

tros países presentes no concurso. “O agrupamento quer agora apostar, essencialmente,

em novas áreas, ligadas às infra-estruturas, auto-estradas e portos e, até 2009, pretende ascender a sua factura-ção a 800 milhões de euros, com o objectivo de se colo-car entre os 10 maiores players no Magreb nos próximos três anos e entre os cinco maiores players em Portugal”, acrescenta o comunicado.

CONSÓRCIO PORTUGUÊS INVESTE NA LÍBIA

“Não temos só o sentido objectivo de criar riqueza, mas também tentamos ajudar na área social desenvolvendo ao máximo o concelho onde estamos inseridos.”

“Porque quando estamos a trabalhar fora do país também está em causa a nossa bandeira”, justifica João Gomes de Oliveira.

Page 20: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

SEM-ABRIGOO ministro Augusto Santos Silva de-

clara-se um verdadeiro sem-abrigo, em matéria futebolística. O ministro, que re-velou uma faceta arrogante e autoritária quando enfrentou uma pequena “manif” de professores em Chaves, costuma invo-car os banhos de humildade de quem vai incógnito com o filho aos estádios de fu-

tebol. Mas ele que, na dicotomia entre o PS da lota e o PS de Serralves, pertence à facção elitista, é um sem-abrigo porquê? Porque era adepto do Salgueiros, que, como se sabe, extinguiu o futebol profis-sional, depois de gestões ruinosas condu-zirem o clube ao colapso. Neste caso, SS não pode culpar os comunistas.

Ao longo dos anos, foram vários os pro-mitentes promotores de cidades chinesas, em especial no Norte do país, destinadas a acolher a comunidade que abandonaria Macau quando deixasse a administração portuguesa.

A verdade é que nenhum dos pro-jectos anunciados (Maia primeiro, Vila do Conde depois) se concre-tizou. Mas parece que uma versão alternativa deste plano poderá con-cretizar-se na ci-dade britânica de Wigan, conhecida pelo seu passado têxtil e o seu clube de futebol que mi-lita na Premier Le-ague. A cidade vai tornar-se numa cidade têxtil chinesa, mas centrada nos negócios e na indústria. ´

O nome de código é “Chinagateway” e a ideia é que Wigan se torne uma plata-

forma europeia para o comércio de têxteis e vestuário com a China. O plano prevê a construção de um centro de produção têxtil que custará 200 milhões de euros Quem paga? A Chinamex, um braço co-

mercial oficial do governo chinês que se aliou a um grupo britânico. A Chinamex conta com a participação do organismo oficial dos têxteis que conta com 6300 empresas activas.

A garrafa

&ÓcioNegócios

Sabe por que razão o ministro Santos Silva se considera um sem-abrigo, sem que a culpa

seja dos comunistas?

O almoço Chinamex

O QUE SE DIZ

GLOBAL A Lanidor é um caso espantoso de vita-

lidade, depois de tempos difíceis em que estava na lista das empresas à procura de novos donos. Este ano vai abrir 10 lojas, mas vejam os mercados em que a marca aposta: Irlanda, Alemanha, Koweit e Ará-bia Saudita. Se a aposta global der certo, teremos uma cadeia de moda global. A Lanidor quer desafiar cadeias espanholas como Zara, Mango e Cortefiel. A sua rede já vai nas 120 lojas, nove das quais em Es-panha.

BISPO A PÉ Não é difícil encontrar o actual Bispo

do Porto, D. Manuel Clemente, a cal-correar as ruas da Baixa. Os seus passeios são uma espécie de dois em um. É que o Bispo não pratica exercício físico nem co-nhece em detalhe a cidade que pastoreia. Por isso, cruza os dois interesses através de caminhadas solitárias pela cidade. Com a vida ocupada que leva, o Bispo seguiu a liturgia de Marcelo Rebelo de Sousa e para manter a leitura minimamente em dia reconhece que o seu sono é que acaba por sofrer.

Em Portugal, o almoço é mais do que uma refeição. Serve até para se assumir como um dos traços que marca a diferença de culturas entre o Norte e o Sul. Na déca-da de 90, depois de trocar os gabinetes da capital pela sede da então AIPortuense, o lisboeta Luís Todo Bom deu conta de um conjunto de antagonias entre o Porto e Lis-boa. E, entre elas, figurava precisamente o almoço. Todo Bom, que mais tarde seria presidente da PT, desconhecia em absoluto o conceito de “ir comer a casa”. Para ele seria uma excentricidade do tipo “vou bus-car o pai à camioneta”. Mas, na verdade, esse hábito não era uma desculpa, estava enraizado na generalidade dos seus colabo-radores.

O conceito cultural do almoço voltou à ribalta, através de um outro sulista deslo-cado no Porto – António Pires de Lima. O gestor comentou numa conferência que en-quanto em Lisboa os almoços servem para fazer negócios e são momento de trabalho, ele, na Unicer, socorre-se da cantina para uma refeição que se esgota no prato.

A verdade e que mesmo em Lisboa os hábitos dos almoço de trabalho em restau-rantes requintados já passaram de moda. A

nova prática é encontros à mesa nas pró-prias empresas, longe de olhares indiscretos de outros comensais. A mensagem que Pi-res de Lima quer passar é que, para se fe-

char negociações, tem de se estar na capital, porque é lá que se encontram quem decide os contratos e os negócios. Se o acordo sur-ge à sobremesa ou durante o chá das cinco é um detalhe sem grande importância.

E que a liturgia do almoço é um dos traços culturais que distingue o Porto de Lisboa?

É o eterno dilema da garrafa meia cheia ou meia vazia. Num seminário recente sobre empresas fami-liares portuguesas, foi apresentado um estudo dando conta que metade delas não tinham um plano de su-cessão. Bem, a mesma informação foi registada por jornais de forma divergente. Enquanto uns titularam precisamente que “Metade das empresas sem plano de sucessão”, outros preferiram declarar exactamente o contrário: “Metade das empresas têm plano de su-cessão”. O que também está certo

As duas versões são suportadas pelos números. É

apenas uma questão de sensibilidade para activar a atenção do leitor. Mas, ainda neste domínio das em-presas familiares, um terço dos inquiridos reconheceu que os conflitos familiares induzem tensões nas em-presas e perturbam o seu governo.

Ora, é com este de conclusões que vem à cabeça a referência de Napoleão quando tratou um rei por amigo e não como irmão, como era costume. Napo-leão explicou que, afinal, os “irmãos suportam-se e os amigos escolhem-se”. A evidência aplica-se, é claro, às empresas.

SIS NO BCPComenta-se no mercado que a ante-

rior organização do BCP, no tempo do engenheiro Jardim, contava com uma equipa de 25 detectives que reporta-riam directamente ao administrador Christopher de Beck.

O que se conta é que a rede de agen-tes ocupava-se de missões variadas, des-de recolher informações sobre clientes ou mesmo sobre a conduta de funcio-nários do banco. Poderá ser exagero, mas há quem compare a equipa a uma espécie de Serviço de Informações para todo o serviço.

E conta-se até que numa das opera-ções acabaram por descobrir, seguindo

a pista de um caso amoroso, uma frau-de no banco que conduziu o responsá-vel à prisão.

quinta-feira, 20 Março de 200820

Page 21: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

OPORTUNIDADE DE COMPRA E VENDA DE EMPRESAS

VENDAGRANDE PORTO

Empresa de comercialização de Compu-tadores, Consumíveis e equipamentos informáticos, e Serviços de Assistência Técnica para empresas e clientes parti-culares. Possui uma excelente carteira de clientes, alguns com 17 anos de antiguidade. Ref. PT 0003 PFM 0004 0108

Empresa com projecto inovador na área das novas tecnologias procura investi-dor estratégico. Ref. PT 003 HB 032 1106

Localização privilegiada no Grande Porto. Reputação e Experiência Preço de pedi-do: J 550.000,00. Ref. PT 0004 MCA 0049 1107

Empresa de Construção Civil e Obras Públicas. Zona Norte. Alvará Classe 5

(cinco). Experiência comprovada no mercado quer em Obras Públicas, quer em Obras Privadas desde os anos 70. Preço pedido: J 350.000,00. Ref. PT 004 MC 015 02 04

Empresa Vinícola – Região Demarcada Vinhos Verdes: várias marcas de vinho conceituadas e premiadas; exportação para diversos países; boa carteira de clientes no mercado interno e externo; elevado know-how; imagem de marca e qualidade. Valor sob Pedido. Ref. PT 005 PR 004 05 03

Empresa especializada na Fabricação e Comercialização de Produtos de Descan-so/Colchoaria. Isolada no mercado no que se refere ao seu produto de maior valor. Vendas para Portugal e Espanha: 2.250.000J. Ref. PT 005 PR 015 09 06

Quinta com 170 ha na Região De-marcada do Dou-ro Superior. Le-tra B e marcas próprias. Produ-to de excelente qualidade. Ven-da total ou par-cial. Preço sob Pedido. Ref. PT 0005 AES 0003 0108

Empresa de In-jecção de plás-ticos, líder de mercado. Ref. PT 0011 RMI 0005 05 07

COMPRA

Centros Comerciais. Em zonas com elevada densidade populacional. Ref. PT 003 GK 003 0604

Agências de Viagens. Ref. PT 0004 JPS 1004 0507

Empresas High-Technology e Biotecnologia.

Ref. PT 0004 JPS 1006 0507

Empresas de Energias Renováveis. Ref. PT 0004 MCA 1002 0507

Empresas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho certifi cadas pelo ISHST. Ref. PT 0004 MCA 1025 0907

Farmácias no Grande Porto. Ref. PT 0004 MCA 1024 0907

Hotéis em Lisboa. Ref. PT 0004 JPS 1003 0507

Motéis. Ref. PT 0004 MCA 1005 0507

Empresa de recolha de lixo de grande di-mensão. Ref. PT 0005 PRA 1015 1007

Restaurante isolado ou cadeia de restau-rantes na região da grande Lisboa e exclu-sivamente em Shopping Center de primei-ra qualidade. Ref. PT 0009 JCL 1013 1007

NORTE E SUL

NORTE

Indústria de Transformação de Acrílicos. Muito ren-tável. Volume de vendas J 670.000. Ref. PT 0009 JCL 0005 0907

Empresa de prestação de serviços ao domicílio, lí-der de mercado, situada em Lisboa. Preço pedido: 250.000 J. Ref. PT 0009 JCL 0010 1007

LISBOA E VALE DO TEJO

quinta-feira, 20 Março de 2008 21COMÉRCIO EXTERNO

CENTROManutenção Industrial Electrónica e Pneumática em grandes unida-des industriais. Preço pedido: J 2,000,000. Ref. PT 0014 VFE 0007 06 07

Indústria de Moldes e Protótipos Para Plásticos. Empresa industrial do sector dos moldes para com-ponentes plásticos para utilização predominante no sector automó-vel. Preço pedido: J 4.500.000. Ref. PT 0014 VFE 0012 0907

Loja em centro de Cidade. Serviços de comércio a retalho de vestuário. Ref. PT 0014 VFE 0004 04 07

Restaurante com espaço potencial para projecto hoteleiro em Parque Natural situado em região de gran-

de potencial turístico. Ref. PT 014 VFE 0001 0307

Terreno c/ projecto p/ parque comer-cial e serviços. 10.000 m2. Preço pedido: J 1,100,000. Ref. PT 0014 VFE 0005 04 07

Clínica Fisiátrica – Região Centro Interior. Preço sob Pedido. Ref. PT 0017 MMO 0006 0907

Fundição manual de metais, peças destinadas a aplicações em louças e outros, ferragens para a constru-ção civil. Fundição manual de me-tais não ferrosos. Ferragens para a construção civil. Preço sob Pedido. Ref. PT 0016 FMV 0004 0208

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SERVIÇOS E PRODUTOS PARA EMPRESAS

Imperial reforça presença em feiras internacionaisA Imperial volta a marcar

presença em importantes feiras internacionais do sector, com especial destaque para a Feira Alimentária 2008 e para a Foo-dex Japão 2008, a maior feira de produtos alimentares do Japão, que decorreram recentemente vm Barcelona e no Japão respec-tivamente.

A participação da Imperial em feiras internacionais tem como

objectivo reforçar a sua presença nos mercados externos.

Durante cinco dias, a Imperial marcou presença com as suas marcas mais importantes, es-pecialmente, as marcas Jubileu, Regina e Pantagruel, através do lançamento de novos produtos e apresentação da nova imagem de alguns produtos naquelas duas feiras internacionais.

“A Imperial tem apostado na

participação regular em feiras internacionais com o objectivo de dar a conhecer a inovação e extensão do seu portefólio de produtos e potenciar relações comerciais junto dos visitantes. Para a Imperial, os mercados internacionais representam cer-ca de 25% do negócio, o que demonstra a importância desta área no desenvolvimento da nos-sa empresa”, afi rma Manuela Ta-

vares de Sousa, administradora da Imperial.

O contínuo investimento nas áreas de investigação e desenvol-vimento e a aposta na moderniza-ção tecnológica dos equipamen-tos produtivos têm permitido à empresa aumentar a sua capaci-dade de produção e fl exibilidade e dar resposta ao seu plano de expansão.

A Imperial está presente em

mais de 20 países, distribuídos pelos continentes europeu, afri-cano, americano e asiático. A Es-panha, Benelux, países da Amé-rica Latina e Japão constituem, de momento, os principais mer-cados da Imperial. A participa-ção regular da Imperial em feiras internacionais integra-se na estra-tégia de internacionalização que a empresa tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos.

Importação, Distribuição e Co-mércio de Pedra (Ornamental). Empresa sediada em Londres. Al-tamente rentável e com óptimas perspectivas, com base no de-senvolvimento do mercado imo-biliário londrino. Preço pedido: J 8.500.000,00. Ref. PT 004 JP 032 02 06

INTERNACIONALComercialização e fretagem de ia-tes. Representante oficial de um fabricante europeu de veleiros. Presente em Portugal, Caraíbas e Brasil. Ref. PT 003 GK 023 07 04

Rede de 7 lojas imobiliárias estrate-

gicamente localizadas no Algarve. Actua para o segmento médio-alto, essencialmente para não-residen-tes. Empresa em expansão e com forte reputação. Vol. Vendas: J 1.000.000 - J 1.500.000. Venda total ou parcial. Preço pedido: J 3.500.000,00 (venda total). Ref. PT 0004 MCA 0048 1007

SUL

QUALIDADE E SIGILO…

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Telefone: 919393459

Page 22: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

A oferta residencial é constituída por produtos de vários segmentos, incluindo quatro moradias isoladas com piscina pri-vativa. Contará com 19 edifícios em ban-da, de dois pisos apenas, distribuídos pelos 108.000 m² do terreno, e nos quais serão desenvolvidos 134 apartamentos nas tipo-logias T1 (67) e T2 (67) e 60 moradias nas tipologias T2 (31), T2+1 (18) e T3 (11). Com amplas áreas verdes, conta também com um conjunto de infra-estruturas de lazer que incluem cinco piscinas exteriores, uma piscina interior, parque infantil, “kids club”, parque pedonal, campo de jogos, res-taurante, bar e espaços de comércio, entre outros. Entre os serviços disponibilizados incluem-se Segurança 24 horas, serviço de

transporte (praia, golfe e vida nocturna), aluguer de bicicletas, beach club e serviço de conciérge, entre outros.

Projectado pela Novatecnica, o Éden Resort caracteriza-se pela arquitectura tra-dicional algarvia no exterior, mas que foi adaptada aos tempos modernos através de soluções de design actuais, nomeadamente nos interiores das casas, e na praça através do design de interiores na piscina, restau-rante, bar, recepção e área exterior.

Inserido numa zona tranquila à entra-da de Albufeira, o empreendimento goza de uma localização privilegiada, com boas acessibilidades a partir da A22 e da EN125. Dista a cerca de 30 minutos de automóvel do aeroporto internacional de Faro. E nas

proximidades fi cam várias praias – Pesca-dores, São Rafael, Santa Eulália – e vários campos de golfe, como os Pine Cliffs, Sal-gados, Balaia, entre outros.

Plano de investimento de 100 milhões até 2010

De acordo com João Duarte, director executivo do grupo sediado em Braga, até 2010 a empresa procurará expandir-se pelo território nacional, planeando investir 100 milhões de euros nos próximos dois anos. Este valor será aplicado de forma selectiva, e em áreas com potencial de venda e que possam ser as menos afectadas pela crise, tais como a Costa Vicentina, o Algarve e o mercado de Lisboa, explicou aquele res-ponsável.

Este plano de crescimento já está em cur-so, e ao longo de 2008, o grupo pretende iniciar três novos empreendimentos, estan-do neste momento a estudar oportunida-des em várias regiões do país.

O grupo Duarte actua nas áreas da pro-moção imobiliária (através da Duarte Imo-

biliária), construção (Duarte Construção) e serviços (Duarte Serviços) de edifícios

residenciais, comerciais e de escritórios, e tem exercido a sua actividade no concelho de Braga

Em 2007, o grupo Duarte encerrou a actividade com um volume de negócios de 7,8 milhões de euros, mais 5,5 % do que em 2006, tendo ainda atingido um aumento de 4,1% no resultado líquido, de 13,4 % nas vendas de promoção imobi-liário e de 22 % no valor da construção. O grupo encerrou a actividade de 2007 com uma carteira de 600 clientes.

TMT e “utilities” foram os sectores mais activos em 2007

Imobiliário

Lisbon Prime index

As empresas do sector TMT & “utilities” foram as mais activas, em 2007, na contratação de novos espaços de escri-tórios na cidade de Lisboa, tanto em número de transacções como na área absorvida, movimentando quase 39 mil m2 num total de 46 negócios.

O sector “Outros Serviços” supera estes valores, mas não é comparável devido à natureza desta classificação que agrega todas as actividades não enquadráveis nos sectores tradicio-nais.

No total, este conjunto de empresas contratou 64 mil m2 num total de 118 negócios.

Geograficamente, as empresas ligadas às tecnologias, media e telecomunicações preferiram instalar-se fora da cidade de Lisboa, com o corredor Miraflores - Porto Salvo a receber

quase metade das empresas deste sector. O Parque das Nações recebeu as grandes colocações, em

projectos desenvolvidos à medida, como o edifício Mar Me-diterrâneo para a Sonaecom e o edifício Caribe para a Nova-base.

Os Serviços Financeiros foram o segundo sector mais ac-tivo em termos de área, mas com menos transacções do que os “Serviços a Empresas” e “Advogados e Consultores”. As empresas destas duas áreas necessitam menos área do que as financeiras embora no global apresentem mais negócios.

O Estado, Europa e Associações é o sector tradicionalmente menos activo do Lisbon Prime Index e manteve essa posição no ano transacto, no entanto, 2008 poderá ser um ano com decisões chave neste segmento.

Proibida a reprodução

do

LISBON PRIME INDEX

Éden Resort vai colocar 198 unidades residenciais

no mercado

Três novos empreendimentos arrancam em 2008

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Índice Confidencial Imobiliário (2005=100)

Taxa de variação média dos últimos 12 meses

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quinta-feira, 20 Março de 200822

O Grupo Duarte está a desenvolver o seu primeiro projecto no mercado português de turismo residencial, e no qual vai investir 55 milhões de euros. Localizado em Albufeira, no Algarve, Éden Resort está implantado numa área de 11 hectares, e contará com uma área de construção de 22.172 m², o que resultará de uma taxa de ocupação do solo de apenas 20%.

Éden Resort, em Albufeira

Grupo Duarte estreia-se no turismo residencial com projecto de 55 milhões de euros

Page 23: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

Em alternativa, o leitor pode-rá denunciar o contrato, caso em que ficará obrigado a restituir o imóvel ao senhorio no prazo de seis meses, durante os quais não será obrigado a pagar a actualiza-ção.

Nos casos em que a comunica-ção do senhorio indique uma ac-tualização em cinco anos como foi feito no caso ora em análise, o arrendatário pode, ainda, na sua resposta, alegar a verificação de circunstâncias que impliquem um faseamento ao longo de 10 anos.

Isto porque a lei prevê que a actualização das rendas não ha-bitacionais se deve fazer em dez anos quando se trate de estabe-lecimento aberto ao público e o arrendatário for uma pessoa sin-gular ou uma micro empresa. É considerada microempresa aquela que tenha menos de 10 trabalha-dores e cujo volume de negócios e balanço não ultrapassem os 2000 000J cada.

O faseamento é, também, fei-to ao longo de 10 anos, se o esta-belecimento se situar numa Área

Crítica de Recuperação e Recon-versão Urbanística – ACRRU – assim designadas nos termos do artigo 41º da Lei dos Solos -DL 794/76 de 5.11.

É ainda de aplicar o faseamen-to de 10 anos nos casos em que o arrendatário tenha adquirido o estabelecimento por trespasse ocorrido há menos de cinco anos ou naqueles em que a actividade exercida no locado for classifica-da de interesse nacional ou mu-nicipal.

Caso invoque a aplicação do fa-seamento da actualização em dez anos, com a sua resposta, o lei-tor deverá enviar os documentos comprovativos de qualquer das circunstâncias supra referidas.

Se o leitor não optar pela de-núncia do contrato, a nova renda é devida no terceiro mês seguinte ao da comunicação do senhorio.

De acordo com o disposto no NRAU (Novo Regime do Arren-damento Urbano), nos arrenda-mentos não habitacionais cujos contratos tenham sido celebra-dos antes da entrada em vigor do DL 257/95, de 30 de Setembro, como é o caso que do contrato que o leitor refere, é possível pro-ceder à actualização da renda.

Para o efeito, o senhorio deve comunicar a actualização ao ar-rendatário, indicando, para além do valor da renda actualizada, o valor da renda devida após a pri-meira actualização, calculada nos termos correspondentes a um ac-tualização faseada, em cinco ou dez anos, conforme as circunstân-cia, ou indicando que não haverá

lugar a faseamento por se verificar alguma das condições estabeleci-das por lei para o efeito.

O leitor dispõe de 40 dias para responder ao senhorio e na sua resposta poderá optar por uma de três hipóteses.

Se o leitor achar que a nova renda à excessiva, como parece ser o caso, dado que nos diz que a renda não parecia desactualiza-da, poderá requer, ao serviço de finanças competente, a realização de nova avaliação do imóvel, co-municando tal facto ao senhorio. Neste caso, se da nova avaliação resultar valor diferente para a nova renda os acertos devidos são feitos com o pagamento da renda subsequente.

Fundo Imorendimento II distribui dividendo anual de 4,65%

O fundo de investimento imo-biliário Imorendimento II, ge-rido pela Imorendimento desde 2001, distribuiu, no ano passado, dividendos anuais após impostos de 4,65%, revelando uma subi-da de 0,45 pontos percentuais face aos 4,20 % de 2006. Com um volume de activos sob gestão avaliado em cerca de 30 milhões de euros, o Imorendimento II tem previstos aumentos de capi-tal nos próximos 5 anos até um máximo de 150 milhões, opera-ções que dependerão da procura por parte de investidores institu-cionais portugueses e da dispo-

nibilidade de oportunidades de investimento.

Com um política de investi-mento direccionada para o in-vestimento directo em imóveis de escritórios e comércio de rua, o fundo fechado Imorendimento II inclui no seu portefólio uma série de agências bancárias Bar-clays, fracções de escritórios no Tower Plaza (Gaia), bem como as antigos edifícios sede do Ban-co de Portugal em diversas capi-tais de distrito. Tem uma dura-ção prevista até 2012, podendo, contudo, ser prolongado por pe-ríodos de 5 anos.

Legal & ImobiliárioArrrendamento urbano

Actualização de renda - contrato de arrendamento comercial celebrado em 1992“Em 1992 celebrei um contrato de arrendamento para instalação de um estabelecimento que exploro com a ajuda de dois funcio-nários.Muito embora há algum tempo tenham estado cá umas pessoas por causa de uma eventual actualização da renda, não me preo-cupei porque não me parecia que a renda estivesse desactuali-zada, até porque o contrato é relativamente recente, mas acabei de receber uma carta do proprietário do prédio que me diz que a renda vai ser actualizada, ao longo de cinco anos.O que devo fazer? Quando deverei começar a pagar a nova ren-da?”

Mercado de armazéns e logística evidencia sinais de recuperação

O mercado de armazéns e lo-gística evoluiu de forma positiva ao longo do ano passado, regis-tando-se um aumento dos níveis da procura face a 2006. Segundo o relatório do Mercado Imobiliá-rio de Armazéns e Logística, ela-borado pela CB Richard Ellis, o ano de 2007 caracterizou-se por uma ligeira aceleração do ritmo da actividade económica, tendo-se assistido a uma recuperação do

mercado de armazéns e de logísti-ca de Lisboa.

Ao longo de 2007 foram conclu-ídos cerca de 160 000 m² de novas áreas industriais e de logística na Grande Lisboa, o que contribuiu para que o stock total existente na região ascendesse aos 2,2 milhões de m² no final do ano.

No período em análise, verifi-cou-se também uma evolução po-sitiva da absorção bruta no sector,

que registou um crescimento face a 2006, atingindo um volume total de cerca de 250 000 m² no final do ano.

Segundo a CB Richard Ellis, “o sector da promoção manteve a aposta no desenvolvimento de projectos cada vez menos especu-lativos e no incremento qualitati-vo de produto, contribuindo para a diminuição gradual dos níveis de desocupação”.

Lançada a primeira pedra da Plataforma Logística Lisboa Norte

Já foi lançada a primeira pedra da nova plataforma logística Pla-taforma Logística Lisboa Norte, numa cerimónia que contou com a presença do Primeiro-Ministro, José Sócrates. Localizada em Cas-tanheira do Ribatejo, no conce-lho de Vila Franca de Xira, esta infra-estrutura resulta de um in-vestimento privado, liderado pelo grupo Abertis, que ronda os 265 milhões de euros.

Esta infra-estrutura vai con-centrar empresas, actividades de armazenagem e distribuição, dispondo de acessos fluviais, ro-doviários e ferroviários e irá criar cerca de 5000 postos de trabalho directos e 18500 indirectos. A plataforma irá servir a área me-tropolitana e o porto de Lisboa

onde é gerado 45% do produto interno bruto português, servin-do um mercado potencial de 2 milhões de pessoas a menos de 30 minutos e de 3 milhões a menos de uma hora. Ficará situada entre a linha de caminho-de ferro do Norte e o Rio Tejo, numa área até 100 hectares, e implicará, en-tre outros trabalhos, 1,6 milhões de metros cúbicos de movimen-tações de terras, a regularização de três linhas de água e a repara-ção e beneficiação dos órgãos de protecção do dique direito do rio Tejo.

Apresentado em 2006 pelo Pri-meiro-Ministro, José Sócrates, o projecto da Plataforma Logística Lisboa Norte surgiu no âmbito do Plano Portugal Logístico.

Crise no sector imobiliário espanhol poderá ser benéfica para Portugal

A crise que se faz sentir no imo-biliário em Espanha poderá ser benéfica para o nosso país, uma vez que podem surgir maiores oportunidades de investimento por parte dos investidores espa-nhóis, numa estratégia de deslo-calização e diversificação do risco. Esta é uma das principais con-clusões da consultora imobiliária DTZ no estudo Prime Market View Primavera 2008.

O mesmo documento revela que a crise do “subprime” ou a des-valorização do dólar face ao euro são reconhecidos como “grandes desestabilizadores do mercado mundial”. A nível interno, os dados apresentados apontam ain-da para que “a crise do mercado imobiliário espanhol influen-ciará o mercado em Portugal”.

O estudo foca outros pontos decisivos para o imobiliário, como o impacto das grandes infra-estruturas recen-temente anunciadas pelo Governo em vá-rios sectores do merca-do. O turismo é outro dos sectores referidos no estudo. Segundo a DTZ, 2007 foi um ano de grande “projec-ção”, com o lançamen-to de diversas “cam-panhas de promoção de Portugal enquanto destino turístico”. Ve-rificou-se ainda “maior cooperação estratégica entre o Es-tado e os investidores privados, tendo esta contribuído para um

maior desenvolvimento do tu-rismo, traduzido pela agilização dos processos burocráticos e pelo maior investimento privado”.

MARIA DOS ANJOS GUERRA

[email protected]

“O leitor dispõe de 40 dias para

responder ao senhorio... a nova

renda é devida no terceiro mês seguinte ao da

comunicação do senhorio”

quinta-feira, 20 Março de 2008 23IMOBILIÁRIO

Page 24: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

A SGS – Société Générale de Surveillance, S.A. apresentou, recentemente, os sistemas de certifi cação de edifícios Domus Qual e Domus Natura. O objec-tivo da SGS é ajudar as promo-toras imobiliárias a equilibrar as necessidades económicas com o impacto ambiental de todas as componentes do edifício.

Por enquanto, só o Edifício do Parque, em Matosinhos, está a ser construído de acordo com este sistema de certifi cação. Ain-da não tinha sido lançada a pri-meira pedra e já tinha recebido o prémio para Melhor Projecto Imobiliário, no Salão Imobiliário de Lisboa, em 2007.

O Domus Natura tem na pre-ocupação ambiental o ponto alto, valorizando a efi ciência energéti-ca e a gestão de recursos. A SGS fez uma simulação real, com uma família de quatro pessoas, a viver

num T3, e concluiu que a imple-mentação de sistemas de gestão de recursos e de energia pode permi-tir uma redução de 70% na factu-ra da água (dos 360 euros anuais, a referida família passou a pagar 108 euros) e a racionalização de energia até 30% (dos 1080 euros por ano, a família passou a gastar cerca de 758 euros). Além disso, permitiu ainda reduzir as emis-sões de CO2 em cerca de 25%.

Cláudia Rocha, responsável do departamento de construção e edifícios da SGS, exemplifi ca que se pode poupar água com o apro-veitamento das águas pluviais. Só 2% da água de consumo domés-tico é para ingestão, sendo que os 98% são utilizados em situações como descargas de sanitas, lava-gem de carros ou rega de jardins, não necessitando, por isso, de ser água potável.

Mas os sistemas de certifi cação

Domus Natura não se cingem apenas à fase de utilização do edifício. Os técnicos da SGS pro-põem-se acompanhar a vida do edifício, desde a fase de projec-to, até uma eventual demolição ou reabilitação, com assistência permanente das obras. Assim, o respeito pela sustentabilidade ambiental começa com o respei-to pela topografi a e pelo ordena-mento do território, planeando a integração urbana, ou com a es-colha dos materiais utilizados e de fontes alternativas de energia. O trabalho de acompanhamento só acaba numa eventual demo-lição, gerindo os desperdícios e fazendo os possíveis para os reu-tilizar.

Para um edifício ser classifi -cado com o certifi cado Domus Natura, tem de aceder também à certifi cação Domus Qual, que atesta a qualidade técnica da

construção, mas também o cum-primento de todos os requisitos legais, regulamentares e normati-vos. A SGS quer assim estabele-cer uma mais-valia explícita para os investidores e futuros utiliza-dores do edifício, já que assegura que as características publicitadas correspondem realmente ao con-cretizado.

MANUELA [email protected]

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Confidencial

ImobiliárioNEWSLETTER

I M O B I L I Á R I A

PORTUGUESA Mercado residencial

triplica valor em

20 anos

O Índice Confidencial imobiliário

completa 20 anos com a publicação

dos resultados de Dezembro de 2007.

A série remonta a Janeiro de 1988,

permitindo apurar uma valorização

acumulada de 208%.

20 Anos de Estatísticas em Revista

Director�Ricardo Guimarães | Janeiro 2008

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AM Lisboa: oferta habitacional sobe 3,4%

Cascais nos novos e Lisboa nos usados contribuem para maior oferta.

As vendas realizadas tiveram um desconto médio de 1,3%.

Mercado Corporate

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Reabilitação urbana em Santarém

Dina Vieira e Pedro Gouveia da autarquia escalabitana apresentam

a visão de uma nova cidade, virada para o Tejo.

O QREN, uma oportunidade

Exposição sobre o QREN, assinada por José Furtado, Vice-Presidente

do IAPMEI, e João Carvalho das Neves, do ISEG.

Inovação no Imobiliário

Artigos sobre a gestão eficiente da água, pelo Urban Land Institute,

e o mercado de derivados sobre o índice IPD.

Medidas orçamentais para 2008

O Orçamento de Estado para 2008 e suas implicações no imobiliário,

por Manuela Silva Marques, da Abreu Advogados.

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Inovação no Imobiliário Land Institute,

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Margem Sul do Tejo consolida-se no imobiliário industrial e logísticoZona regista maior dinamismo da ProcuraNovo aeroporto em AlcochetePromoção de industrial mantém-se dinâmicaPONTO DE VISTA: Miguel Queiroz, DTZ

EDIÇÃO PORTUGAL

www.vidaimobiliaria.com | nº 120 JANEIRO 2008

11 EDIÇÕES = 94€ (IVA INCL.)

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SGS apresenta certifi cação Domus Natura

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O projecto Edifício do Parque, em Matosinhos, recebeu o prémio para Melhor Projecto Imobili-ário, no Salão Imobiliário de Lisboa, em 2007.

quinta-feira, 20 Março de 2008IMOBILIÁRIO24

Para já, apenas um empre-endimento em Portugal está a ser certifi cado com o Domus Natura – o Edifício Parque, em Matosinhos. Um edifício com 117 fracções, dividi-das por uma área de 30 mil metros quadrados acima do solo. A construção arrancou há cerca de três meses, mas a certifi cação começou a ren-der frutos ainda antes de ser lançada a primeira pedra. O empreendimento da RAR Imobiliária já venceu o Me-lhor Projecto Imobiliário, no Salão Imobiliário de Lisboa, em 2007.

“Temos uma garantia adi-cional dada por uma entidade terceira, que permite evitar e minimizar erros e omissões. E, por outro lado, minimizar os impactos ambientais e re-duzir a factura energética e os custos de manutenção”, sublinha José António Teixei-ra, presidente da RAR Imobi-liária.

A certifi cação Domus Natu-ra, sublinha o responsável, é, assim, “um valor acrescenta-do” para o cliente e para os promotores, a quem é dada a garantia de auditorias adicio-nais e maior tranquilidade no pós-venda.

Sem adiantar valores, José António Teixeira assegura que o investimento adicional por parte da RAR é tão marginal, num empreendimento em que foram investidos 44 milhões de euros, que acaba por se traduzir num custo também marginal para o cliente fi nal. Além disso, diz o responsá-vel que o acompanhamento da obra por técnicos espe-cializados acaba por impedir também eventuais derrapa-gens orçamentais, trazendo, também aí, ganhos para a promotora. Com a adopção da certifi cação, a RAR Imobiliária pretende promover a marca e adequar o produto a conceitos inovadores e diferenciados.

Por enquanto, o projecto da RAR é o único a ser acom-panhado pelos técnicos da SGS, que só vão atribuir a certifi cação no fi nal da cons-trução. Mas os responsáveis da consultora acreditam que, dentro de poucos anos, o Do-mus Natura e o Domus Qual serão conceitos generalizados e banalizados, mesmo em no-vos empreendimentos desti-nados a classe média.

RAR IMOBILIÁRIA É A PRIMEIRA

A IMPLEMENTAR O DOMUS NATURA

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Teixeira dos Santos apresenta livro sobre política orçamental

A criação da União Econó-mica e Monetária (UEM) foi sobretudo de carácter político. No entanto, tem amplas impli-cações económicas. Uma dessas implicações respeita à forma de gerir a conjuntura nos países que decidiram adoptar o euro. A obra “Política orçamental na área do euro” vai ser apresen-tada na Fundação de Serralves, no dia 27 de Março, às 18.30 horas, com apresentação do mi-nistro das Finanças, Teixeira dos Santos.

Ao longo de oito capítulos, o autor, João Loureiro, aborda te-mas centrais nesta matéria. Des-taque para o papel da política orçamental na UEM, sendo feito a distinção entre políticas discri-cionárias e estabilizadores auto-máticos. É também feito um le-vantamento de alguns problemas

indesejáveis que podem resultar das políticas orçamentais discri-cionárias. Conclui-se que uma das formas de ultrapassar tais problemas passa pela adopção de regras orçamentais. São tratados os critérios de convergência do Tratado de Maastricht, em espe-cial o défice orçamental e a dívi-da pública.

Neste livro da responsabilida-de editorial do grupo “Vida Eco-nómica”, que conta com o apoio da PricewaterhouseCoopers, é ainda apresentada a versão ori-ginal do PEC e feito um levan-tamento das principais críticas feitas ao Pacto.

É suscitada a questão da sus-tentabilidade orçamental, dis-cutindo-se as consequências conjunturais, decorrentes de consolidações orçamentais assen-tes na despesa pública. No final

do livro é possível encontrar dois anexos com legislação aplicável aos Estados-membros em maté-rias orçamentais. Ao longo dos capítulos há caixas com análises assentes em modelos macroeco-nómicos.

Pousada do Freixo abre em 2010

A Pousada do Freixo, a instalar na antiga fábrica de Moagens e no Palácio do Freixo, no Porto, abre em 2010 e vai ser a maior do país, com 75 quartos. Será, também, “a melhor ou uma das melhores de Portugal “, afirmou José Roquette. Este investimento será de 10 milhões de euros.

As Pousadas de Portugal apre-sentaram recentemente, no Pa-lácio do Freixo, no Porto, um programa de incentivos para as empresas, que incluiu um con-junto de actividades dinâmicas e

divertidas, a realizar em qualquer uma das Pousadas de Portugal e nos hotéis do Grupo Pestana.

Este programa de incentivos das Pousadas de Portugal tem como objectivo disponibilizar às empresas actividades inovadoras, que fortaleçam o espírito de gru-po e que contribuam para mo-tivar, orientar e formar equipas, no sentido dos objectivos de cada organização. A diversidade de locais permite, ao mesmo tem-po, um contacto com a história e a cultura da região em que são programadas e realizadas as acti-vidades.

Para Castelão Costa, presidente do Pestana Pousadas, é importan-te convencer o Estado a ter cri-térios mais razoáveis, até porque os investimentos em questão “são muito elevados”. Durante o ano 2008, o grupo pretende alterar o perfil da oferta, criando unidades de maior dimensão e equipadas com mais facilidades.

“Pousadas com cerca de 80 quartos é o perfil que nós que-remos”, disse Castelão Costa, defendendo que é preciso dotar as novas unidades e ampliar com equipamentos mais competitivos, como piscinas interiores, ginásios e salas de reuniões.

O Grupo Pestana Pousadas (GPP) assumiu a exploração da rede das Pousadas de Portugal em Setembro de 2003, na sequência do processo de privatização da Enatur, proprietária das Pousa-das. O consórcio liderado pelo Grupo Pestana passou a deter 49% do seu capital social.

Destinos turísticos com múltipla oferta

Para além de diferentes expe-riências, as Pousadas de Portugal oferecem ainda um rico e variado património gastronómico portu-guês, à medida da tradição gas-tronómica regional.

As Pousadas de Portugal cons-tituem um símbolo fundamental do turismo português. Com uma rede hoteleira de características únicas, a sua presença em mais de 40 destinos de interesse turís-tico, histórico-cultural e de lazer, já que muitas das unidades resul-tam da recuperação de castelos, mosteiros e conventos, reflecte a rica diversidade e as melhores tra-dições das regiões em que estão inseridas.

FERNANDA SILVA TEIXEIRA

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Governo lança gasóleo profissional para pesados de passageiros

O Governo anunciou que lan-çará, a título experimental, um programa de fornecimento de gasóleo profissional destinado apenas às empresas de transpor-tes pesados de passageiros. Esta figura será criada até ao final do primeiro semestre deste ano, devendo os resultados serem co-nhecidos e analisados no segundo semestre de 2008.

A notícia, divulgada pela secre-tária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, assenta numa autorização dada por directiva comunitária, a qual viabiliza esta medida por cada Estado-membro, desde que até 2012. Para já, se-gundo aquela governante, há que “avaliar, no final do ano, como é que correu a implementação des-sa medida porque há matérias de carácter técnico, nomeadamente de como é implementada a redu-ção do ISP.”

quinta-feira, 20 Março de 2008 25EMPRESAS

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Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares

TRANSMISSÃO OU DOAÇÃO EM VIDA

Quero retirar-me e deixar a empresa aos meus filhos. Tinha pensado em vendê-la a um preço baixo, que eles pudessem pagar como uma renda, pois creio que desta forma eles poderiam assumir o negócio, enquanto eu e a minha mulher garantíamos alguns rendimentos para os primeiros anos da nossa reforma. Será correcto? O que devemos fazer para colocarmos em prática esta ideia? A transmissão da empresa familiar à geração seguinte implica uma dupla actuação: transmissão da gestão e transmissão da propriedade. O mais actual é incorporar os filhos no trabalho da empresa, daí levá-los até à direcção da mesma, e de forma mais geral transmitir a propriedade via herança aquando do falecimento do fundador. Existe também a possibilidade de fazer uma transmissão ou doação em vida. É o caso que nos coloca. Efectivamente, o estabelecimento de um preço “razoável” e envolvimento dos filhos na aquisição da propriedade significa exigir um elevado nível de compromisso. Permitirá sem duvidas garantir que quem assume a empresa assuma a totalidade da responsabilidade da gestão, ao mesmo tempo que dispõe de total autoridade na tomada de decisões. Não obstante, é também verdadeiro que, se as coisas não correrem como planeado a sua capacidade para reverter a situação é praticamente nula. Isto é, terá transmitido a propriedade numa venda, e se a parte compradora não conseguir suportar os pagamentos, a sua situação como credor será muito delicada (os seus devedores, contra os quais teria de agir, serão os seus filhos). Não rejeitando a possibilidade que nos coloca, apenas gostaria de lhe mostrar que existem outras alternativas, como as de incluir os seus filhos na gestão, definir de forma protocolada os seus níveis de autoridade e competência na empresa, bem como a sua remuneração, e reservar para si um papel supervisor através do Conselho de Administração. Os seus filhos teriam no trabalho a sua fonte de receitas e você teria os dividendos dos recursos que necessita para a sua reforma. Tudo isto sem prejuízo, claro, que fizesse um testamento conhecido desde já pelos seus descendentes que eliminasse qualquer duvida ou incerteza relativamente a quem o irá suceder.

quinta-feira, 20 Março de 2008EMPRESAS FAMILIARES26

CONSULTÓRIO DA EMPRESA FAMILIAR

Na altura de constituir o nosso Conselho de Adminis-tração, teremos dúvidas sobre quem devemos incluir: pessoas que pela sua participação no capital tenham direito, familiares que ainda não têm direitos mas que queremos vincular para os converter em capital pacien-te, directores com muito para dar.... quem e porquê são as perguntas para as quais teremos de encontrar resposta caso queiramos que o nosso Conselho de Ad-ministração seja verdadeiramente um instrumento útil para a gestão da nossa empresa.

O primeiro passo consiste em definir que diferentes tipos de conselheiros podemos encontrar. Todos eles poderão ser enquadrados em alguma das seguintes ca-tegorias:

• Conselheiros Executivos: são aquelas pessoas que têm responsabilidade de gestão da empresa e por qual-quer motivo foram escolhidos para ocupar um cargo no Conselho. Podem ser accionistas da empresa, ou directores da mesma mas sem acções.

• Conselheiros Dominicais: são aquelas pessoas que têm acções da empresa e ocupam um lugar no conse-lho (porque a dimensão da sua participação no capital lhes dá esse direito ou porque a maioria assim o quis embora o seu peso seja minoritário), mas que não têm nenhuma participação na gestão dentro da empresa.

• Conselheiros Independentes: são profissionais ex-ternos à família e sem vinculação à empresa, que con-

tribuem com imparcialidade e objectividade de critérios na tomada de decisões empresa-riais. Pela sua importância, o artigo da próxima semana será dedicado aos mesmos.

Na altura de pensar no perfil de que necessitamos, devemos estabelecer que competências pretendemos que sejam asse-guradas pelo nosso conselho. É necessário equilibrar as de-cisões das pessoas que devem estar incluídas com as deci-sões relacionadas com quais as competências – no seu conjunto – devem estar as-seguradas. Vejamos primeiro estas últimas.

Um conselho que esteja ver-dadeiramente preparado para a função de gerir a empresa deve ser um conselho onde alguém conheça a problemática da in-dústria ou do sector (decisões sobre investimentos ou refle-

xões sobre o futuro exigem este conhecimento), que alguém domine com desenvoltura as técnicas financei-ras (não nos vá acontecer que estejamos muito bem em termos de mercado, com um grande crescimento, e no entanto tenhamos graves problemas de liquidez porque ninguém se soube antecipar aos problemas financeiros resultantes do facto de crescemos mais rapidamente do que o que a nossa estrutura financeira permitia) e que alguém tenha uma preparação séria no campo do marketing (relembrando Peter Drucker: “O marketing é a visão completa do negócio do ponto de vista dos seus resultados, isto é, do ponto de vista dos clientes”). Um Conselho de Administração que careça do conhecimen-to necessário em algum destes três campos é um con-selho com deficiências estruturais que mais tarde ou mais cedo terá consequências para a empresa.

Todos os accionistas da empresa devem ter bem presente que o Conselho de Administração da empre-sa não é apenas um grupo de proprietários – mas tam-bém – e principalmente, o órgão máximo de gestão, e portanto precisa das máximas habilitações possíveis para responder com solvência às responsabilidade que assume. Assim, é importante que as reflexões que surjam da leitura deste artigo sejam feitas mais com a cabeça do que com o coração; a sua empresa irá agradecer.

A composição do Conselho de Administração na empresa familiar

www.efconsulting.esSantiago Compostela – Valencia

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Jesus e Francisco Negreira del Rio.Professores da Escuela de Negocios Caixanova

Corticeira Amorim distinguida na sustentabilidade

O Relatório de Sustentabilidade da Corticeira Amorim foi distingui-do pela Corporate Register como um dos três melhores do mundo na categoria Openness and Honesty. A concurso estiveram cerca de 300 empresas de 39 áreas de negócio, oriundas de quarenta países.

A Corticeira Amorim recebe com grande orgulho este reconhecimen-to internacional da transparência e abertura da sua política de desen-volvimento sustentável. A categoria Openness and Honesty é uma das mais reconhecidas na área.

De acordo com a Corporate Re-gister, “é muitas vezes difícil contar toda a verdade. A distinção é atribu-ída aos relatórios mais limpos, que consigam convencer a Corporate Register que este é o panorama real vivido na empresa.”

Corporateregister.com é o maior directório mundial on-line de Re-latórios de Sustentabilidade. Foram convidadas duas mil empresas com Relatórios de Sustentabilidade con-siderados relevantes.

Page 27: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

Visibilidade externa é prioridade para Turismo de PortugalA projecção mediática internacional é o critério mais importante que norteia a promoção dos eventos que estão sujeitos a apoio por parte da Turismo de Portugal. Segundo Pedro Mello Breyner, o PENT subdivide as tipologias de eventos elegíveis em megaeventos, como o Euro 2004, onde são estimados “a realização de um ou dois por década”; grandes eventos promocionais de nível internacional, a um ritmo de “10 a 12 por ano”, e eventos de animação nas principais zonas turísticas. Por sua vez , o PIT, que vigora entre 2007 e 2009 e define os pro-gramas de incentivos ao investimento público no turismo, impõe um investimento mínimo de 500 mil euros em cada projecto. No entanto, “a título excepcional, este montante pode ser majorado pelo membro do Governo” titular da pasta do turismo.Assim sendo, o reconhecimento internacional do evento, o seu con-tributo para a visibilidade do país e o grau de exposição mediática que oferece são os elementos preponderantes na análise de cada projecto. Para além disso, cada projecto deve ser capaz de captar fluxos tu-rísticos relevantes e criar uma associação a produtos turísticos es-tratégicos. Neste âmbito, Pedro Mello Breyner deu como exemplo o Algarve World Cup, integrado no circuito de golfe, o qual resultou de uma parceria público-privada e que teve por objectivo criar a ima-gem do destino golfe Portugal como o melhor da Europa e um dos melhores do mundo. Com um orçamento de 12,4 milhões, esta ac-ção conseguiu aumentar a quota de mercado do país, o número de voltas de golfe, a posição nos rankings internacionais e uma maior cobertura mediática. A regularidade do evento, sendo considerado ideal o prazo de três anos, e o seu potencial de autofinanciamento, são outros elementos a ter em conta pelos seus promotores.

Portugal “tem tudo para ser um grande ‘player’ inter-nacional”. Em entrevista à

“Vida Económica”, Rui Ventura, director de marketing da Sheraton Portugal que marcou presença no Marketing Events 2008, todos os grandes eventos, “independente-mente do sector” em causa, são “de grande importância para o sector hoteleiro”, porque “tra-zem um fluxo extra de visitantes às cidades, o que representa uma oportunidade de negócio, não só ao nível dos quartos ocupados mas também ao nível das salas de conferências e dos serviços de restauração e de spa, entre outros serviços, que os hotéis disponibi-lizam”.

Na sua opinião, Portugal tem hoje “condições de excelência”

para ombrear com os melhores destinos. “Temos uma situação geográfica única, um clima ameno todo o ano, uma boa integração internacional e uma situação po-lítica e socio-económica bastante estável”. Por outro lado, temos “o know-how reconhecido na organi-zação de grandes eventos interna-cionais e temos as infra-estruturas necessárias, como hotéis, centros de congressos e outros”. Ou seja, considera, “temos tudo para ser um grande player internacional”. As correntes hoteleiras mais em voga são observáveis a partir das opções das grandes cadeias mun-diais, que hoje se contabilizam em “três grandes tendências que estão a ser seguidas em quase todo o mundo”, disse Rui Ventura. Por um lado, “a tendência ‘Emocional’

que, acima de tudo, pretende en-fatizar o lado humano dos hotéis e os pequenos detalhes que ficam na nossa memória”. Por outro,

temos a tendência ‘Ambiental’. Existem programas de poupança de energia, de sustentabilidade, de protecção da natureza, medi-das antitabagistas, que acima de tudo pretendem sensibilizar os

hóspedes para a preocupação so-cial das empresas”. E, por último, “a tendência ‘Experiencial’, que pretende proporcionar aos hóspe-des experiências únicas e inesque-cíveis aquando das estadias nos hotéis”.

West Coast e Allgarve - campanhas eficazes

O país deve apostar num traba-lho de promoção “conjunto entre sector público e privado”, estima Rui Ventura. Trabalhando em conjunto “conseguiremos mais consistência e melhores resulta-dos”. Aliás, continua, “a promo-ção e a comunicação nunca são de mais no sector turístico, onde os ‘budgets’ para estas áreas não são os maiores e a concorrência

é acérrima. Para além da promo-ção e da comunicação penso que a este sector é necessária alguma inovação na forma, no conteúdo e nos meios escolhidos”.

Este especialista afirmou ainda que as campanhas desenvolvidas pelo Governo – Allgarve e Europe West Coast – estão, “do ponto de vista comunicacional”, a ser bas-tante eficazes, “pois estão a atingir níveis de notoriedade nunca atin-gidos noutras campanhas”. Do ponto de vista económico, “ainda é cedo para aferirmos, mas acima de tudo penso que são bastante interessantes do ponto de vista conceptual, porque apontam um caminho para a internacionaliza-ção do país”.

MARC [email protected]

TurismoEM DESTAQUEReferiu Rui Ventura,

director de marketing da Sheraton Portugal

Promoção turística requer

inovação na forma, conteúdo e meios

Portugal ocupa o 15º lu-gar, numa lista de 130 pa-íses avaliados no Relatório de Competitividade do sec-tor do Turismo e Viagens de 2008, agora divulgado pelo Fórum Económico Mundial (FEM), tendo su-bido sete posições. Ao nível da qualidade dos “Recursos Humanos, culturais e na-turais”, Portugal destaca-se na 11.ª posição – 30.ª no ano passado –, ultrapassan-

do a França e a Itália. Em termos de sub-índice “Es-trutura Reguladora”, Por-tugal está em 14.º lugar, em “Ambiente empresarial e infra-estruturas” manteve a posição do ano anterior – 22.ª –, e no pilar “Infra-estruturas turísticas” ocupa o 13.º lugar. Em 2007, no índice de competitividade do FEM, Portugal ocupou o 22.º lugar, num universo de 124 países analisados.

Lisboa aposta no turismo de negócios

O desenvolvimento do turismo de ne-gócios na capital

é o desígnio da brochura lançada pela Turismo de Lisboa, em que a oferta de Lisboa, um destino reco-mendado por algumas das principais publicações in-ternacionais, é apresentada nas suas diversas vertentes. Sob o tema Lisboa Ines-quecível, a brochura revela ao “trade” a capital portu-guesa.

Com um investimento directo de 1,110 milhões

de euros, correspondente a 26,4 por cento do total (4,202 milhões de euros) destinado aos produtos objecto de promoção inter-nacional no Plano Regio-nal de Promoção Turística para 2008, o turismo de negócios surge em segun-do lugar, apenas superado pelos City & Short Breaks (1,967 milhões de euros – 46,8 por cento). O terceiro lugar é ocupado pelo Golfe (600 mil euros – 14,3 por cento) e o quarto pelo Tou-ring (525 mil euros – 12,5

por cento). Dos bairros típicos à Lisboa moderna, da tradição ao vanguardis-mo, Lisboa revela-se uma tentação para o visitante e um destino onde é possível experimentar mil sensações num único lugar. Reunin-do informações actualiza-das, úteis para promover a imagem de Lisboa no estrangeiro, a brochura contém, ainda, indicações sobre transportes, teleco-municações, moeda, clima e locais a visitar, para além de dados gerais sobre de-

mografia, religião e língua, entre muitos outros.

Em termos de subplano, a principal inovação em 2008 será a realização, em Julho, de um evento que se pretende tornar anual – o Superincentivo “Lisboa Invites”. A acção traduz-se num programa de incenti-vos de três dias destinado a cerca de 50 agentes dos mercados prioritários do turismo de negócios, con-vidados pelo Turismo de Lisboa/Lisboa Convention Bureau.

Grandes eventos potenciam oportunidades de negócio no sector hoteleiro

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Lisboa Aposta no desenvolvimento

do turismo de negócios

ClimaAlterações colocam em risco segmento de férias na neve

Portugal sobe ocupa 15º posto na competitividade do turismo

Page 28: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

Air Berlin quer consolidar dimensão em Portugal

A companhia “low-cost” Air Berlin pretende que 2008 seja, no que a Portugal diz respei-to, “um ano de consolidação”, depois de “em

2007 ter aumentado a capacidade” de volume de passageiros em Faro (único aeroporto nacional don-de partem os voos directos da companhia), Funchal e Porto. De acordo com Pablo Caspers, director de vendas para Portugal e Espanha, a Air Berlin pre-tende igualmente fomentar “Lisboa e Porto como destinos de negócios”. Falando no decurso da apre-sentação do “hub” da companhia aérea em Palma de Maiorca, aquele responsável re-velou ainda que, no conjunto, a Air Berlin aumentou a taxa de ocupação em Portugal em 2,08%, face a 2006, tendo o número de passageiros cres-cido de 466 mil em 2006 para 612 mil em 2007. Os maiores níveis de crescimento registaram-se no Porto, com 7,10%, Lisboa, com 4%, e Fun-chal, com 2,23%. Já Faro decresceu, em taxa de ocupação, 5,01%, dado o aumento da capacidade, de 162 mil passageiros em 2006 para 226 mil em 2007.

Pablo Caspers falou ainda do desempenho que a companhia vem registado desde a criação do centro de operações em Palma de Maiorca, ocupando o nº1 no ranking daquele aeroporto em número de passa-geiros, com um crescimento de 12% face a 2006, com 5,7 milhões de passageiros, aos quais acrescem os 410 mil da sua subsidiária Niki, do antigo piloto de F1 Niki Lauda. Para o sucesso do “hub”, Pablo Caspers referenciou como fundamentais a neces-

sidade de “dispor de uma ampla rede de origens e destinos que não seja point to point”, a “presença e organização comercial em países de origem e desti-no” e “dispor de suficientes parkings” para tratar de todas as operações de handling e manutenção.

Segundo aquele responsável, “não basta existir uma ligação: é indispensável investir em publicidade nos mercados de origem”. Destacando os merca-dos alemão e britânico como fundamentais, sobre-tudo para os destinos Porto e Faro, Pablo Caspers salientou que esse investimento será mais produti-

vo se efectuado “em parceria com as companhias aéreas” e também “com os operadores hoteleiros”, ampliando a margem de manobra para a dimi-nuição de preços. Já em Fevereiro, a Air Berlin transportou 1,8 milhões de passageiros, o que significa um au-mento de 14,8% do que no mesmo mês do ano anterior. No conjunto dos primeiros dois meses do ano, a per-centagem de aumento de passageiros foi de 14,4%. A taxa de ocupação da

frota em Fevereiro melhorou 4,1%. A taxa de ocu-pação acumulada nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2008 aumentou 4%, passando de 66,8% para 70,8%. Em Fevereiro de 2008, em termos de lu-gar/quilómetro oferecido (ASK), o valor foi de 4,71 cêntimos, o que ficou 8,5% acima do valor do ano anterior (4,35 cêntimos em Fevereiro de 2007).

MARC BARROS, EM PALMA DE [email protected]

APAVT REPUDIA RELATÓRIO DO COMBATE À FRAUDE E EVASÃO FISCAIS

A APAVT emitiu um comuni-cado onde dá conta do seu repú-dio quanto ao relatório apresen-tado pela Comissão de Combate à Fraude e Evasão Fiscais, o qual refere que, “no âmbito de uma auditoria ao sistema de controlo do sector das agências de viagens, foram detectadas situações de IVA não liquidado e de PEC em falta, que ascendem a 342 e a 74 mi-lhões de euros, respectivamente”. Segundo o comunicado, “os cri-térios da Administração Fiscal em

sede de aplicação do IVA às agên-cias de viagens, pela sua extrema complexidade, poderão configu-rar incorrecções, como demons-tra o procedimento por infracção iniciado pela Comissão Europeia contra o Estado Português”. Daí que a associação considere que “os números em causa não têm qualquer correspondência com a realidade, pelo que já solicitou ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais uma audiência para escla-recimento dos factos.”

Turismo na UE 27 em desenvolvimento

Em 2007, 1,578 milhões de noites foram passadas em hotéis e estabelecimentos similares no conjunto dos 27 países da União Europeia, o que resulta num crescimento de 3,1% face a 2006. Estes dados, divulgados pelo Eurostat, mostram que se verificou um crescimento de 3,6% no número de noites passadas em ho-téis por residentes dos seus próprios países, para 856 milhões, enquanto as noites despendidas por não-residentes subiu 2,5% para 722 milhões. Em 2006, esta taxa de crescimento havia-se fixado nos 4,3% e 4,6% em 2005.

Entre os Estados-membros, o maior número de noites des-pendidas em hotéis em 2007 foi registado em Espanha (273 mi-lhões), Itália (250 milhões), Alemanha (215 milhões), França (204 milhões) e Reino Unido (178 milhões). Estes cinco países representam mais de 70% do número total de noites da UE 27. Por sua vez, Portugal registou um total de 39,7 milhões de noi-tes despendidas em estabelecimentos hoteleiros, das quais 26,9 milhões foram de não-residentes. No conjunto, Portugal cresceu 5,2% face a 2006, com a percentagem de dormidas de não-resi-dentes a aumentar 4,6% e de residentes a subir 6,4%.

Aliás, o relatório aponta para o crescimento destes indicadores em todos os Estados-membros, excepto Chipre. As maiores su-bidas foram as da Polónia (11,5%), Roménia (9,1%), Lituânia (9%), Malta (8,5%) e Holanda (8,3%). Em 2007, o número de noites passages em hotéis na UE a 27 foi bastantes equili-brada entre não residentes (46%) e residentes (54%). As maio-res proporções de não-residentes foram encontradas em Malta (96%), Luxemburgo (95%), Chipre (92%), Grécia (74%), Áus-tria (73%) e Bulgária (71%), enquanto que as menores propor-ções registaram-se na Roménia (18%), Alemanha (21%), Suécia (23%) e Finlândia (29%).

Algarve cresce 4,3% em Fevereiro

O volume de vendas total nas unidades de alojamento hoteleiro algarvias registou um aumento de 4,3% em Fevereiro de 2008, face ao período homólogo de 2007, segundo dados da Associa-ção dos Hotéis e Empre-endimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Aliás, relativamente a Fevereiro de 2007, o mês de Feve-reiro de 2008 registou um assinalável crescimento na ocupação de aldeamentos e apartamentos de quatro e cinco estrelas (59,4%) e nos hotéis e aparthotéis de 5 es-trelas (18%). Porém, a taxa de ocupação global média foi de 33%, numa quebra de 0,5% face a 2007.

Deloitte publica tendências para o turismo em 2008A consultora Deloitte divulgou

o Executive Report - Winter/Spring 2008, onde são apresenta-das as principais tendências para a indústria de Tourism, Hospitality and Leisure. O relatório aponta os quatro temas que, segundo a Deloitte, estarão em destaque este ano no sector do turismo, desta-cando-se a popularidade crescente da Nova Zelândia e a expansão de Hotéis Fashion como algumas das tendências de relevo.

De acordo com o relatório da Deloitte, a Nova Zelândia é um destino que tem ganho populari-dade entre os turistas internacio-

nais, apesar de ser ainda claramen-te um destino de nichos, atraindo cerca de 0,3% do total de che-gadas internacionais e 0,6% das despesas efectuadas pelos turistas. Cerca dos 50% de turistas provêm da Austrália e do Reino Unido, seguidos dos Estados Unidos e do Japão.

Graças à campanha “100% Pure New Zealand” verificou-se em 2007 um aumento de 1,6% nas chegadas de visitantes à Nova Zelândia. Este indicador tem re-velado um comportamento de crescimento nos últimos anos, chegando em Novembro de 2007

a atingir os 2,5 milhões de visitan-tes.

Outro dado em destaque é o facto de as companhias aéreas europeias e americanas poderem, a partir de Março de 2008, voar livremente para qualquer desti-no na Europa e nos EUA, pondo assim fim às restrições impostas pelo acordo Bermuda II, assinado em 1977 e que permitia apenas a algumas companhias aéreas ope-rarem entre Heathrow e os EUA. Assim, prevê-se, numa fase inicial, um aumento do número de alian-ças estratégicas entre companhias aéreas (por exemplo, o acordo en-

tre a Air France e a Delta está pre-visto para Abril de 2008) e, numa segunda fase, um incremento nas operações de fusão e aquisição.

O relatório da Deloitte apon-ta para um aumento significativo de Hotéis Fashion, reforçado pela abertura planeada, para este ano, de hotéis Versace, Armani, Misso-ni e Moschino. Segundo a Veredict Research, os gastos mundiais nos bens de luxo aumentaram 31% nos últimos cinco anos, alcan-çando a avultada quantia de 263 mil milhões de dólares em 2007. Prevê-se que em 2012 esse valor ronde os 450 mil milhões de dóla-

res, devido à crescente procura por parte das economias emergentes.

Com o incremento das compa-nhias “low-cost”, as férias na neve estão cada vez mais acessíveis, o que tem também aumentado substancialmente a concorrência. No entanto, o relatório apresenta uma preocupação com que se têm confrontado os operadores destes destinos: as alterações resultantes do aquecimento global (prevê-se que as estâncias de esqui europeias a menos de 1500 m de altitude de-sapareçam nos próximos 15 anos e que 70% dos glaciares suíços terão desaparecido em 30 anos).

Investimento publicitário nos mercados de origem turística deve ser feito em parceria

PORTUGAL INVESTE NO MERCADO ALEMÃO O ITB, certame mundial de

turismo que decorreu em Ber-lim, ficou marcado pela forte apostar que o sector faz no mer-cado alemão. Este é considerado prioritário, com grande destaque para a Madeira e Algarve, tendo, globalmente, representando em 2007 cerca de 15% das dormi-das e 11% dos hóspedes, sendo ainda responsável por cerca de 886 milhões de euros de receitas turísticas. Desde 2005, as receitas provenientes do mercado alemão cresceram 17,5%. O número de passageiros desembarcados em Portugal com origem da Alema-nha tem vindo a aumentar, regis-

tando-se um crescimento médio anual de 9,5% desde 2005, sendo que mais de 98% do tráfego aéreo da Alemanha para o nosso país é operado em voos regulares. Nes-ta edição da ITB, considerada a feira mais importante do sector a nível mundial, o investimento da participação portuguesa rondou os 500 mil euros. Para o merca-do alemão, a estratégia portugue-sa passa por desenvolver a nova identidade – Portugal Europe’s West Coast, valorizando os pro-dutos tradicionais e alargando aos novos produtos estratégicos, bem como consolidando o mercado de média e baixa estação.

quinta-feira, 20 Março de 2008TURISMO28

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Vida Económica - A RIM, proprietária da BlackBerry, está presente no mercado por-tuguês através da TMN, da Vo-dafone. Pretendem vir a alar-gar a vossa presença no nosso país?

Larry Bensadon – Actualmen-te, temos acordos com três opera-dores, em Portugal: a Vodafone, a TMN e, mais recentemente, com a Optimus. Este último lançou uma solução BlackBerry mais vocacio-nada para o segmento empresarial. A nível mundial, trabalhamos em parceria com 325 operadores.

Voltando a falar do mercado português, devo acrescentar que este está a atravessar um dos seus melhores momentos, sendo que, oportunamente, anunciaremos, caso esta surja, qualquer novidade.

VE – Entrar de forma directa no nosso mercado faz parte da estratégia da RIM, da Black-berry?

LB - A estratégia da RIM e, isto a nível mundial, sempre se pautou, sempre privilegiou pelo estabeleci-mento de ligações estreitas de tra-balho com os operadores com os

quais temos parcerias. Razão pela qual comentei há pouco que, no momento, trabalhamos com 325 operadores e isto em mais de 100 países. Acreditamos que esta é a melhor forma de implementar no-vas soluções, quer estas se dirijam ao mercado empresarial quer se di-rijam ao mercado de consumo.

Queremos oferecer aos nossos clientes uma solução integral. É por eles e para eles que fabricamos não só o hardware mas também uma série de serviços que conside-ramos serem uma mais-valia. Ali-ás, tentamos sempre alinhar a nos-sa estratégia com a estratégia dos nossos parceiros. Um exemplo: se a sua política destas empresas passa por apresentar ao mercado serviços com GPS, o que é que nós fazemos? Oferecemos também soluções com GPS. Cada operador, como já re-feri, tem a sua própria política, e, por isso mesmo, é que alargámos o nosso portefólio de soluções por forma a oferecer aquilo que mais lhes convém.

VE - O mercado português é muito conhecido pelo seu dinamismo. Estão satisfeitos

com os resultados alcançados até agora? Considera que po-deriam ser melhores? Qual foi o crescimento da BlackBerry no nosso país?

LB - Claro que sim. Estamos muito satisfeitos com a dinâmica do mercado português e com o ní-vel de sofisticação tecnológica dos utilizadores portugueses. Acredita-mos que a solução BlackBerry é a mais indicada para as empresas que procuram coisas como a segurança, a mobilidade, a conectividade. O mesmo se aplica aos consumidores particulares que optam por uma solução prática e completa, capaz de oferecer e receber todo o tipo de aplicações lúdicas.

Por último e respondendo à se-gunda parte da sua questão, devo dizer que, por uma questão de po-lítica interna, não revelamos dados por países. De qualquer modo, posso adiantar que, a nível mun-dial, contamos com 12 milhões de clientes activos.

VE - Quem é que compra o

BlackBerry em Portugal? Este consumidor tem o mesmo per-fil de outros, de outros merca-dos? O típico homem de negó-cios é um cliente importante para o vosso serviço?

LB - A solução BlackBerry está pensada para aquelas pessoas que pretendem atingir os objectivos a que se propõem. É por isso que a nossa solução está orientada para empresas de todas as dimensões, e porque não dizê-lo, para qualquer pessoa que queira aceder à inter-net, ver filmes, ouvir música. Ou estar em contacto com os seus ami-gos e familiares, através do correio electrónico, das mensagens multi-média ou da voz.

Além disto, existem uma série de aplicações desenvolvidas por terceiros que vão dar a cada smar-tphone BlackBerry a possibilidade de se ajustar às necessidades indivi-duais de cada um dos utilizadores. Um exemplo? A possibilidade que existe de consultar os mercados financeiros e, ao mesmo tempo, visualizar uma página pessoal do “Facebook”. Ou planear uma via-gem com o “World Mate Live”, tirar uma foto de um restaurante e, em simultâneo, geoposicioná-la com a aplicação “bbplaces”.

Ainda a respeito deste assunto gostava de dizer que a “Ipsos Reid” realizou o ano passado um estudo sobre produtividade pessoal, tendo concluído que os utilizadores da solução BlackBerry podem econo-mizar 60 minutos por dia ou 250 horas e, isto porque, ainda que no âmbito do seu horário laboral, po-dem exercer a sua actividade fora do local de trabalho. Este dado

pressupõe um aumento, em 38%, da eficácia da equipa.

VE – O portefólio da RIM abarca muito mais do que os PDA. Faz parte dos vossos pro-jectos lançar, em breve, outros produtos no mercado?

LB - Tal como o nosso nome indica, “Research in Motion”, uma das nossas principais políticas pas-sa pela inovação e pela inovação constante. E é por isso que estamos permanentemente a lançar novos produtos e serviços, bem como a proceder à sua melhoria.

Devo lembrar que, no último ano, lançámos no mercado uma ampla gama de soluções: o “Black-Berry Professional Software” – este desenhado para PME, que permite a conectividade de 30 contas de utilizadores –, o “BlackBerry Uni-te”, pensado para pequenos grupos, no máximo com cinco utilizadores e ideal para pequenas empresas ou famílias. O “Virtual BlackBerry” é outro exemplo, tratando-se, aqui, de um software BlackBerry com-patível com smartphones que uti-lizam o Windows Mobile 6.

Ainda no que diz respeito a lançamentos, aproveito a oportu-nidade para destacar aquilo que apresentámos no Mobile World Congress. Ou seja, um acessório wireless que permite ouvir músi-ca armazenada num smartphone e isto através de qualquer sistema

de som. O “BlackBerry Stero Ga-teway”, assim se denomina, é pe-queno, tem um design atractivo e é extremamente fácil em termos de utilização.

VE - O mercado dos telemó-veis é muito competitivo. Fu-sões e aquisições estão sem-pre na mente dos empresários. A RIM poderá, eventualmente, algum dia, seguir estas pisa-das? Que principais projectos têm para o mercado europeu?

LB - Para nós, é um mercado apaixonante. Fomos os primeiros, fomos aqueles que iniciámos este mercado. E, como tal, é com orgu-lho que assistimos ao surgimento de novos participantes. Afinal, isto quer dizer que fizemos as escolhas certas.

É entusiasmente saber que existe um número crescente de empresas interessadas em educar os consu-midores, os futuros consumidores, sobre as vantagens dos smartpho-nes. A nossa história, nesta área da mobilidade, da inovação, é já gran-de, bem como o nosso pioneirismo no que diz respeito à transferência de dados em mobilidade. Aliás, em relação a este último aspecto, so-mos ainda uma empresa standard. De facto, continuamos a ser o standard quando se fala da transfe-rência de dados em mobilidade.

SANDRA RIBEIRO [email protected]

Larry Bensadon, responsável europeu da RIM, destaca o nível de sofisticação tecnológica dos utilizadores

“O mercado português está a atravessar um dos seus melhores momentos”Quem o diz é alguém de fora, o responsável europeu da RIM, Larry Bensadon: “O mercado português está a atravessar um dos seus melhores momentos”. Aquela empresa que tem nos BlackBerry a sua principal imagem de marca, fala à VE de um segmento, o móvel, claro está, dinâmico – “Estamos muito satisfeitos com a dinâmica do mercado português”, sublinha Larry Bensadon –, mostrando-se ainda satisfeito com o “nível de sofisticação tecnológica dos utilizadores portugueses”. Afinal, a RIM acaba de alargar as suas soluções a mais um operador nacional: a Optimus. A Vodafone e TMN já eram seus parceiros.

“Acreditamos que a solução BlackBerry é a mais indicada para as empresas que procuram coisas como a segurança, a mobilidade, a conectividade”, destaca Larry Bensadon, responsável europeu da RIM

RIM DESTACA A SEGURANÇA E ROBUSTEZ DAS SUAS SOLUÇÕES

VE – Actualmente, o mercado conta com um conjunto mui-to variado de equipamentos móveis. O que poderá levar os consumidores a optarem por um BlackBerry?

LB – São muitos os factores que nos diferenciam. A solução Black-Berry, por exemplo, é muito fácil de utilizar e oferece, além disso, uma janela única de acesso aos clientes. Nós desenvolvemos o software, o hardware e os serviços por forma a que o cliente não tenha que se pre-ocupar com as configurações complicadas e outras questões.

Não nos podemos esquecer que a solução BlackBerry é reconhecida, em todo o mundo, como sendo a plataforma móvel mais segura e ro-busta que existe. A prova está no facto de termos 700 mil clientes só do sector público e governamental. Afinal, a BlackBerry é a primeira e a única solução móvel que é reconhecida de acordo com a certificação in-ternacional “Common Criteria”. A esta temos que somar a certifica-ção da Or-ganização do Tratado do Atlân-tico Norte ( OTA N ) , a qual sur-ge como um aval da nossa segu-rança em termos de transmissão móvel de dados confidenciais. Mas não fica-mos por aqui.

Em 2007, a solução BlackBerry foi seleccionada pela polícia federal americana, proporcionando, deste modo, a mais de 18 mil agentes a possibilidade de utilizarem os nossos smartphones. Tratou-se, até ao momento e, ao nível público, da maior operação da RIM. Por último, lembro ainda que fomos os criadores do “push e-mail”, uma solução que funciona muito bem, e a prova está no facto de, em cada trimes-tre, vermos a nossa base de utilizadores aumentar.

“No momento, trabalhamos com 325 operadores e isto em mais de 100 países”, sublinha Larry Bensadon

quinta-feira, 20 Março de 2008 29TELECOMUNICAÇÕES

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“As organizações vão ter de mudar a forma como criam, desenvolvem e imple-mentam a tecnologia para aumentarem os níveis de segurança, ao mesmo tempo que reduzem os custos”, afirmou Jay Hei-ser, vice-presidente da área de Research da consultora Gartner, num seminário orga-nizado pela Mainroad.

O especialista em “compliance” e gestão de riscos, que falava para uma audiência composta por clientes e quadros da Mainroad, alertou para a crescente capacidade dos ciber-criminosos realizarem ataques em vários idio-mas e tirarem partido das aplicações locais de forma a maximizarem os seus lucros, o que representa uma amea-ça para as organizações em qualquer parte do mundo.

Segundo Jay Heiser, o principal risco para as organizações resulta dos ataques direccio-nados, por oposição aos ataques massivos, sobretudo porque 60% dos primeiros são realizados por colaboradores internos. Pa-ralelamente, os ataques através de phishing ou roubo de identidade aumentaram o nú-mero de ataques “credenciados”, nos quais o cibercriminoso utiliza a identificação de um utilizador legítimo. Estes fenóme-

nos obrigam os CIO a redobrar a atenção quanto às comunicações para o exterior, bem como a aumentar a sua capacidade para as bloquear de uma forma tão efectiva como o fazem com as comunicações vindas do exterior.

Neste ponto, Jay Heiser considera que as estratégias de segurança devem procurar reduzir os custos da gestão de ataques mas-

sivos, para libertar recursos técnicos e de investimento para combater os crescen-tes e cada vez mais complexos ataques direccionados, sobre-tudo numa era em que assistimos a um crescimento exponen-cial do acesso externo a organizações.

Para Jay Heiser, as grandes questões que se colocam aos CIO prendem-se com a ne-cessidade de enfrentar este problema, sem

que para isso os diferentes públicos externos que interagem com a empresa tenham de separar a password/login para cada sistema e consigam aceder à informação da empre-sa através dos seus computadores sem correr riscos. As respostas apontadas para tornar segura esta interacção parecem simples: evi-tar vulnerabilidades e estabelecer políticas de controlo de acessos obrigatórios.

É importante que os executivos de TI asse-gurem que existe um adequado nível de segu-rança em cada aplicação, processo ou produto que seja implementado. O facto de se perceber quais são os riscos de segurança associados à implementação de um novo sistema de TI, é a parte mais importante de resolução desta pro-blemática. Para o analista da Gartner estamos a entrar na era da Segurança 3.0, o que vai exi-gir grandes mudanças nas organizações.

Segundo Jay Heiser, “é fundamental que as relações das organizações com os seus stakeholders sejam baseadas na transpa-rência, ou seja, fornecer toda a informação sobre os riscos de segurança. Actualmente, com o cada vez maior recurso aos serviços de outsourcing, torna-se fulcral encriptar a informação crítica das organizações, uma vez que não sabemos quem utiliza esse tipo de dados. ”

Empresas têm de entrar na era da segurança 3.0Jay Heiser, vice-presidente da área de Research da consultora Gartner, admite que as organizações vão ter de mudar a forma como criam, desenvolvem e implementam a tecnologia para aumentarem os níveis de segurança, ao mesmo tempo que reduzem os custos

Software AG e GFT unem-se para expandirquota de mercado no Brasil e nos EUA

A Software AG e a GFT vão unir es-forços para o desenvolvimento dos seus negócios no Brasil e a expansão das suas actividades nos EUA, anunciou a empresa. As duas empresas, que actuam a nível glo-bal e que têm sede na Alemanha, chegaram a um acordo para juntar forças e utilizar em conjunto as suas competências para en-trarem, com sucesso, em novos mercados. Em comunicado, avançam que pretendem reforçar os seus negócios nos EUA através de um modelo de desenvolvimento direc-cionado para o sector financeiro.

“Esta aliança é um projecto-piloto para ambas as empresas, sendo que planeamos alargar esta experiência a outros mercados e indústrias. Este é o princípio de uma par-ceria que poderá tornar-se num modelo para o trabalho conjunto entre os mem-

bros das indústrias europeias de softwa-re e de serviços, com vista a tornarem-se mais competitivos a nível global”, afirmou no documento enviado à imprensa Karl-Heinz Streibich, CEO da Software AG.

Ao abrigo desta parceria, a Software AG irá focar a sua actividade no desenvolvi-mento do seu portefólio de software de infra-estruturas empresariais, enquanto a GFT será responsável pelos projectos de implementação. “Esta parceria é vantajosa para ambas as empresas, uma vez que, ao combinarem os seus produtos e competên-cias, aceleram o desenvolvimento das suas posições de mercado. Do lado do mercado, os clientes empresariais irão beneficiar da experiência complementar das duas em-presas, que são líderes mundiais nas res-pectivas áreas de actuação”.

É fundamental que as relações das organiza-ções com os seus stake-holders sejam baseadas na transparência, ou seja, fornecer toda a informação sobre os riscos de segurança.

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quinta-feira, 20 Março de 2008INFORMÁTICA30

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FORMAÇÃO para EMPRESASVida Económica�

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Empresários reúnem-se em prol das crianças do Maria Pia

A Liga dos Amigos das Crianças do Hospital Maria Pia angariou 25 230 eu-ros em mais um Jantar de Solidariedade, no Casino da Póvoa.

O encontro contou com 280 perso-nalidades. Para além do apoio directo dado às crianças e aos seus familiares, a instituição pretende contribuir para o Serviço de Nefrologia com a aquisi-ção de bombas perfusoras e material de

medição arterial, material didáctico e mobiliário para o departamento de pe-dopsiquiatria e com equipamentos para o serviço de Patologia Clínica, segundo o comunicado. Acrescentando que está ainda em curso um passeio fluvial com as crianças infectadas de insuficiência renal.

A instituição privada de solidariedade social foi fundada em 1992, mas só em

2000, com a entrada de Maria Clara Go-mes na presidência, a Liga ganhou uma nova dinâmica. Desde essa data, a Liga já disponibilizou 405 089 euros, que advém não só das quotas dos associados como de eventos promovidos anualmente, como o Jantar Anual, o Chá de Beneficência e o Torneio de Golfe. As verbas angariadas têm contribuído para dar às crianças do-entes um confortável internamento, au-xiliar as famílias carenciadas das crianças internadas, que vivem afastadas do Porto, na realização de múltiplas intervenções no hospital e na entrega de equipamentos hos-pitalares.

A Liga relembra que tudo isto só é pos-sível com a participação e contribuição da sociedade civil.

quinta-feira, 20 Março de 2008 31EM FOCO

Circunstâncias de natureza profissional levaram-me a co-nhecer há relativamente poucos meses a ATEC – Academia de Formação, uma entidade com personalidade jurídica autónoma mas que se encontra intimamente ligada às suas entidades promo-toras: o Grupo Volkswagen Au-toeuropa, a Siemens, a Bosch e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.

Mais do que um departamen-to de formação dirigido a este conjunto de empresas, o que se poderia intuir do facto de as actu-ais instalações da ATEC coincidi-rem com as das suas promotoras (em Palmela, junto à Autoeuro-pa; em Perafita, junto à Siemens; e, a breve prazo, em Aveiro, onde se encontra sediada a Bosch), esta Academia de Formação cedo as-sumiu uma orientação de merca-do, enquanto prestadora de ser-viços ao exterior, estabelecendo parcerias com outras entidades e procurando captar um público de formandos cada vez mais alar-gado.

Em todo o caso, o elemento distintivo fundamental da ATEC é precisamente a fortíssima liga-ção ao meio empresarial, quer na vertente formativa, quer pela lógica da progressiva integração profissional dos jovens, quer pela

capacidade de interagir com as reais necessidades das entidades que procedem a acções de recru-tamento, desde a formatação dos cursos até à fase de colocação dos formandos.

É assim que a ATEC dispõe de uma alargada base de entida-des e empresas parceiras que cola-boram activamente na formação de jovens no sistema de formação em alternância, acolhendo os formandos no período de For-mação Prática em Empresa, num sistema especialmente valorizado pela ATEC porquanto permite a formação e o desenvolvimento, com qualificações específicas, de técnicos especializados à medida das empresas.

Como é natural, este sistema tem ainda a vantagem de facilitar uma futura inserção do forman-do nos quadros da empresa, atra-vés da identificação do formando com a política e com a cultura da empresa desde a fase inicial da sua formação.

Esta orientação prática que se evidenciou desde a sua origem, há apenas quatro anos, é igualmente visível nas áreas de formação dis-ponibilizadas, onde se conjugam as habituais temáticas do ambien-te, comportamental, comercial, línguas, qualidade ou segurança, com vertentes como a automa-

ção, a domótica, a electrónica, a maquinação ou os sistemas infor-máticos, para lá de outros domí-nios de natureza técnica de cariz mais tradicional.

No que respeita aos sistemas informáticos, por exemplo, mais do que a mera disponibilização de conceitos de suporte à utilização da informática na óptica do utili-zador, a ATEC faculta o acesso a algumas das mais relevantes cer-

tificações internacionais (como a CISCO e a Microsoft), o que eleva exponencialmente a fasquia de empregabilidade dos recursos humanos envolvidos.

Neste e noutros domínios, aliás, a ATEC tem enveredado o trilho do estabelecimento de par-cerias com entidades de ensino superior, com vista à convalidação de algumas das formações minis-tradas e visando facilitar o acesso dos seus formandos à formação superior de tais entidades.

No conjunto da sua activida-de, que é também reforçada pela vertente de consultoria empresa-rial, esta Academia de Formação disponibiliza uma ampla oferta formativa de cursos para jovens de várias profissões, de nível III a V, com especial predominância para os cursos que conferem du-pla certificação, escolar e profis-sional, a que junta acções de for-mação contínua para actualização e aperfeiçoamento dos activos das empresas, destinados aos mais di-versos grupos profissionais, quer se trate de cursos para Executivos, para os níveis Técnicos ou para Operadores.

Quando, há algumas sema-nas, apelava neste espaço a uma nova abordagem para a formação profissional no nosso país, com vista à efectiva concretização dos

objectivos de qualificação do nos-so tecido produtivo e a um me-lhor aproveitamento dos recursos financeiros disponibilizados pela União Europeia, este era neces-sariamente um dos modelos de gestão que tinha em mente.

De facto, confesso que uma das primeiras questões que me coloquei quando conheci em profundidade a realidade da ATEC foi se não haveria espaço para uma entidade desta nature-za, com este tipo de abordagem ao processo formativo, na região de Braga.

Hoje, após ouvir a opinião de alguns dos potenciais parceiros que teriam que estar forçosamen-te envolvidos neste projecto, não me restam muitas dúvidas de que não haverá grandes condições para a sua concretização no futu-ro próximo.

Todavia, não deixa de ser curioso que a coordenadora das comissões de trabalhadores do Distrito de Braga tenha apresen-tado como prioritária a ideia de criação de uma escola de forma-ção profissional para o Vale do Ave e que esse pareça ser o prin-cipal projecto que a Câmara de Guimarães quer ver financiado no âmbito do QREN.

Teremos uma nova ATEC a caminho do berço da Nação?

Ricardo [email protected]

http://econominho.blogspot.com

“Certificações internacionais elevam

exponencialmente a fasquia de

empregabilidade ”

O modelo ATEC

Catarina Cerqueira, Maria Clara Gomes, presidente da Liga, Rafael Freitas, estilista, e Joana Machado, manequim.

Comendador Albano Coelho Lima e mulher, Maria Helena Fernandes, da empresa Lameirinho - Indústria Têxtil.

Virgínia Abreu, empresária da Crispim & Abreu - Têxtil.

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Academia Internacional de Heráldica inicia actividadeem Portugal

A Academia Internacional de Heráldica, a funcionar enquanto rede internacional, acaba de chegar a Portugal. Com corpos sociais já eleitos, estão abertas as inscrições para novos membros, no sentido de enriquecer o património asso-ciativo, cultural e académico desta novel instituição.

A entidade reúne, a nível mun-dial, um vasto número de mem-bros académicos na área dos estu-dos e da investigação das Ciências Auxiliares da História. A delegação nacional está já a trabalhar na orga-nização de diversos eventos, semi-nários e publicações. Vítor Escude-ro é o responsável para Portugal da Academia Internacional de Herál-dica.

Adere-Minho e Casa do Professor assinam protocolo

A Adere-Minho e a Escola EB 2,3 de Prado assinaram um pro-tocolo para estreitarem esforços e criarem uma rede de sinergias para implementação de iniciativas de in-teresse mútuo, sobretudo nas áreas cultural e do desenvolvimento.

Há a vontade comum de ambas as instituições desenvolverem pro-jectos conducentes à realização de objectivos não apenas de carácter interno, mas também externo, es-pecialmente na promoção territo-rial da região do Minho, através da valorização da riqueza patrimonial e cultural, na diversidade das suas manifestações.

Luís Figo é rosto de nova campanha do BPN

Luís Figo é a figura central da campanha da Conta BPN Negó-cios, sob o mote “Se este fosse o meu negócio, eu apostava na Con-ta BPN Negócios”. O objectivo é transferir para a esfera dos negócios a imagem de eficiência que o fute-bolista tem na gestão da sua carrei-ra. Esta conta foi criada para fle-xibilizar a gestão de tesouraria dos pequenos e médios negócios. Dis-ponibiliza uma remuneração eleva-da do saldo à ordem e um desco-berto para fazer face a necessidades pontuais. Não tem despesas de ma-nutenção nem mensalidades asso-ciadas.

Vida Natura assenta no conceito da diversidade

A segunda edição da Vida Natu-ra – Feira de Caravanismo, Despor-to e Lazer tem lugar de 27 a 30 de Novembro, na Exponor. A entida-de promotora está a apostar numa forte campanha de comunicação e promoção em Portugal e Espanha. A intenção é criar as condições para o evento se destacar como uma fei-ra de lazer invulgar a nível ibérico.

Foram desenvolvidas várias con-dições especiais de participação.

Empresa assina contrato de 53 milhões de euros relativo à barragem da Bemposta

EDP reforça presença no sector hídrico

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quinta-feira, 20 Março de 2008EM FOCO32

A EDP assinou o contrato de fornecimento dos equipamen-tos para o reforço de potência da barragem da Bemposta II. O contrato foi firmado através da sua participada EDP Produção com o consórcio formado pelas empresas VA Tech Escher Wyss, VA Tech Hydro e Ensul Meci.

O contrato, no valor de 53 milhões de euros, envolve a to-talidade das instalações e equi-pamentos da central e circuito hidráulico, refere a EDP em co-municado.

A central hidroeléctrica de Bemposta II, cujo contrato para a empreitada geral de constru-ção civil foi assinado em Feverei-ro com a Somague, vai exigir um investimento total de 130 mi-lhões de euros, e aumentará em 80 por cento a actual potência da central.

A entrada em serviço da barra-

gem de Bemposta II está prevista para o segundo semestre de 2011. Esta será constituída por uma central subterrânea em poço, a cerca de 60 metros de profundi-dade, um circuito hidráulico em túnel e diversos poços e túneis auxiliares e de acesso.

A central será equipada com um grupo gerador constituído por uma turbina tipo Francis e por um alternador com potên-cia nominal de 191 MW / 212 MVA. Este investimento inse-re-se no âmbito do plano de in-vestimentos do grupo EDP em energias renováveis, no domínio hídrico, aumentando a sua pre-sença e explorando o potencial já existente. Para além de Bempos-ta, a EDP está também a refor-çar no rio Douro a barragem de Picote.

MARC [email protected]

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O dever jurídico de informar insere-se na doutrina de protecção da parte mais débil e no pensamento de protecção do consumidor.

Direito

ADVOGADOS

“Benefícios injustificados” podem representar um negócio usurário

Contraímos vários empréstimos junto de um banco para a construção de um imóvel que, posteriormente, seria posto à venda.Com a crise actual tivemos muitas dificul-dades em pagar ao banco, que nos blo-queou, em certa altura, o desenvolvimento do projecto. Na sequência disso, fizemos um protocolo em que se estabelecia que o banco ficava com o imóvel... e se dava por pago.Entendemos que fomos vítimas do banco: ao conceder-nos crédito em certo momento, já sabia que não iríamos conseguir pagar o preço e, logo, que iria ficar com o prédio; depois, ao celebrar o protocolo, abusou da dependência económica desesperada em que estávamos.Podemos reagir a esta situação?

Situadas no contexto da actividade bancária e regidas pelo direito comum, as questões suscitadas no caso vertente, re-conduzem-se:

a) à (in)admissibilidade da responsabili-dade pré-negocial pela violação de deveres de informação (art. 227º, n.º 1, do Códi-go Civil-C.C.);

b) à (im)possibilidade de inserção da decisão de corte de crédito no âmbito do instituto do abuso do direito (art. 334º do C.C.) e

c) à (in)existência de um negócio usurá-rio (art. 282º do C.C.).

Com efeito, saber se o banco agiu em desconformidade com os ditames da boa fé, pressupõe identificar qual a conduta que alegadamente terá ofendido aquele princípio normativo, susceptível de con-duzir à obrigação de indemnizar.

A boa fé surge como critério norte-ador das relações nego-ciais, compreendendo um amplo leque de deveres, principais e acessórios, e impondo às partes uma conduta que possa valorar-se como honesta, correcta e leal.

No quadro da relação bancária de negócios, o dever jurídico de informar insere-se na doutrina de protecção da parte mais débil e no pensamento de protecção do consumidor. Todavia, a afirmação genera-lizada de deveres de esclarecimento exige comprovar se a contraparte se encontra em situação de se informar a si própria sobre as condições gerais do mercado, sobre os riscos e chances daí resultantes, não sendo rigoroso falar-se de um gené-

rico dever de prestar informações rela-tivamente à conveniência do negócio. Torna-se, pois, manifesto que, para poder falar-se de um concreto dever de informa-ção na fase pré-negocial, tenha de existir algo “para informar”, rectius algo que a contraparte desconheça. Na verdade, tra-tando-se aqui, não de um mero consumi-dor mas de uma entidade que se dedica

à construção e venda de imóveis, familiarizada com os riscos inerentes a uma operação de crédito, será difícil admitir que esta não podia conhecer os efeitos daquela operação.

No que concerne à cone-xão entre o corte de crédito e o instituto do abuso do direito, cumpre dilucidar se o banco, no exercício da sua actividade de natureza

essencialmente especulativa, terá excedido manifestamente os limites impostos pela boa fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou económico do seu direito.

Efectivamente, se é certo que, no quadro da relação de negócios estabelecida, inter-vém o princípio da autonomia privada, no sentido de as partes poderem decidir

se mantém ou não a relação de crédito, a verdade é que, atenta a irrefutável “função social”, das instituições de crédito, por um lado, e, por outro, a alegada “depen-dência económica” da empresa, ao propor um protocolo que sabia lesar os interesses patrimoniais da parte, o banco diverge das regras de lisura, lealdade e respeito, aliás, especialmente contempladas no Regula-mento Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. No entanto, cumpre demonstrar que o carácter “ines-perado” do corte no crédito rompe uma concreta e fundada relação de confiança, isto é, viola uma legítima expectação de conduta, sob pena de os bancos jamais poderem cessar a concessão de crédito.

Outrossim, a celebração do protocolo nos termos acordados, isto é, quando al-guém, aproveitando o estado de necessi-dade da contraparte, obtiver desta a con-cessão de “benefícios injustificados”, pode representar, per si, um negócio usurário, anulável nos termos do art.º 282º do CC, mais uma vez à luz da cláusula geral da boa fé e dos bons costumes.

HÁLIA CERQUEIRAAntónio Vilar & Associados

Gabinete de [email protected]

LEGAL & ILEGAL

Por dificuldades económicas, tenho de me separar de um trabalhador. Queremos fazê-lo por acordo.Questões:1. Como é tributada a indemnização que lhe venha a dar por cessação do contrato de trabalho?2. Tenho de fazer descontos para a Segu-rança Social?3. Como poderá obter o subsídio de de-semprego, sendo o despedimento por acordo?

O empregador e o trabalhador podem fa-zer cessar o contrato de trabalho por mú-tuo acordo. Esse acordo deve ser reduzido a escrito, assinado por ambas as partes, ficando cada uma com um exemplar. Da-quele acordo devem constar vários ele-mentos obrigatórios: a data da celebração do acordo e a de início da produção dos respectivos efeitos. Se, no acordo da ces-sação, as partes estabelecerem uma com-pensação pecuniária de natureza global para o trabalhador, presumem-se incluí-dos e liquidados os créditos já vencidos à data da cessação do contrato ou exigíveis em virtude da cessação. Estamos, neste caso, perante uma presunção elidível, pelo que admite prova em contrário (cfr. os artigos 393.º a 395.º do Código do Tra-balho – CT).A tributação da indemnização devida ao trabalhador pela cessação do contrato de trabalho vem consagrada no artigo 2.º do Código do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS). Os rendi-

mentos auferidos pelo trabalhador depen-dente inserem-se na categoria A. São ren-dimentos da categoria A os rendimentos do trabalho à disposição do seu titular pro-venientes de trabalho por conta de outrem prestado ao abrigo de contrato de trabalho. Além destes, consideram-se, ainda, rendi-mentos de trabalho dependente quaisquer indemnizações resultantes da extinção da relação jurídica que origine rendimentos do trabalho dependente. Existem, porém, limites. Quando se verifique a cessação da relação jurídica laboral, as importâncias auferidas, a qualquer título, ficam sempre sujeitas a tributação na parte que exceda o valor correspondente a uma vez e meia o valor médio das remunerações regula-res com carácter de retribuição sujeitas a imposto, auferidas nos últimos doze me-ses, multiplicado pelo número de anos ou fracção de antiguidade ou de exercício de funções na entidade devedora. Assim, até àquele limite, a quantia não fica sujeita a tributação.Para determinar o valor excluído da tribu-tação aplicar-se-á, assim, a seguinte fór-mula: L = 1,5 n (Rm x 14) : 12 em que L = Limite; n = número de anos ou fracção ao serviço da empresa; Rm = Remuneração mensal fixa sujeita a imposto. O número de anos a ter em consideração é sempre arredondado por excesso (por exemplo, no caso de um vínculo de oito anos e cinco meses, arredonda-se para nove anos).A exclusão de tributação não é, porém, aplicável às importâncias relativas aos di-reitos vencidos durante os referidos con-

tratos (remunerações por trabalho presta-do, férias, subsídio de férias e de Natal, entre outros). Não é, ainda, aplicável quando nos vinte e quatro meses seguin-tes seja criado novo vínculo profissional ou empresarial com a mesma entidade.Finda a relação jurídico-laboral, coloca-se a questão de saber se o trabalhador tem direito ao subsídio de desemprego. A este respeito regula o Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro (D.R. 1.ª série, n.º 212, 3 de Novembro de 2006).O trabalhador desempregado pode bene-ficiar do subsídio de desemprego quando se encontre numa situação de desempre-go involuntário, por um lado, e se encon-tre inscrito como tal no centro de empre-go da área de residência. Nos termos do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 220/2006, “o desemprego considera-se involuntário sempre que a cessação do contrato de trabalho decorra de: a) iniciativa do em-pregador; b) caducidade do contrato não determinada por atribuição de pensão; c) resolução com justa causa por iniciativa do trabalhador; d) acordo de revogação celebrado nos termos definidos no presen-te decreto-lei”.Para efeitos da alínea d) daquele artigo 9.º, consideram-se desemprego involuntá-rio as situações “de cessação do contrato de trabalho por acordo que se integrem num processo de redução de efectivos, quer por motivo de reestruturação, viabi-lização ou recuperação da empresa, quer por a empresa se encontrar em situação económica difícil, independentemente da

sua dimensão”. Existem, porém, limites no que diz respeito às cessações do con-trato de trabalho por acordo fundamenta-das em motivos que permitam o recurso ao despedimento colectivo ou por extinção do posto de trabalho: nas empresas que empreguem até 250 trabalhadores, são consideradas as cessações de contrato de trabalho até três trabalhadores inclusive ou até 25% do quadro de pessoal em cada triénio. Se a empresa emprega mais de 250 trabalhadores, são consideradas as cessações de contrato de trabalho até 62 trabalhadores inclusive, ou até 20% do quadro de pessoal, com um limite máximo de 80 trabalhadores em cada triénio.Fora dos casos acima referidos, o traba-lhador que vê cessar o contrato de traba-lho por mútuo acordo não poderá benefi-ciar de subsídio de desemprego.Em conclusão, o trabalhador que faz ces-sar o contrato de trabalho por mútuo acor-do apenas pode beneficiar de subsídio de desemprego quando essa revogação se integre num processo de redução de efectivos (com as limitações constantes do n.º 4 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 220/2006), quer por motivo de reestru-turação, viabilização ou recuperação da empresa, quer por a empresa se encontrar em situação económica difícil, indepen-dentemente da sua dimensão. Fora destes casos, o trabalhador que revoga o contrato de trabalho por mútuo acordo não pode beneficiar de subsídio de desemprego.

PAULO SÁGabinete de Advogados António Vilar & Associados

[email protected]

Revogação por mútuo acordo não confere subsídio de desemprego

Ao propor um

protocolo que sabia

lesar os interesses

patrimoniais da parte,

o banco diverge

das regras de lisura,

lealdade e respeito

quinta-feira, 20 Março de 2008 33

O trabalhador que revoga o contrato de trabalho por mútuo acordo não pode beneficiar de subsídio de desemprego.

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IES – Anexo LContratos de Locação Fi-nanceira de Viaturas de Mercadorias e Viaturas Ligeiras de Passageiros: Relativamente às rendas de locação e juros, é meu entendimento que, no Anexo L, Quadro 04 campo L24 – será de considerar a base de in-cidência do IVA, sendo o IVA dedutível inscrito no quadro 06 campo L53. No caso das viaturas li-geiros de passageiros o campo a considerar para os valores das rendas e juros (IVA excluído) será o campo L27. Porque tenho lido informação contrária ao exposto, agradeço esclarecimen-tos.

Resposta do Assessor FiscalConcordo com a sua po-sição. Os contratos de lo-cação financeira são re-sidualmente prestações de serviço e devem ser registados no Anexo L da IES nos campos que re-fere, consoante se trate de viaturas de mercado-rias ou de viaturas ligei-ras de passageiros.

MARÇO Até ao dia 20

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas- Entrega das importâncias retidas no mês de Fevereiro sobre os rendimentos sujeitos a retenção na fonte de IRC.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pes-soas singulares- Entrega, pelas entidades obrigadas a efectuar retenção, do imposto deduzi-do em Fevereiro pela aplicação das ta-xas liberatórias previstas no artº 71º do CIRS. - Entrega, pelas entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade orga-nizada, das importâncias deduzidas em Fevereiro sobre rendimentos de capitais e prediais e rendimentos de propriedade intelectual ou industrial e prestações de serviços (Categoria B).− Entrega do imposto deduzido em Fe-vereiro sobre os rendimentos do trabalho dependente e de pensões, com excepção das de alimentos • Imposto de Selo− Entrega, por meio de guia, nas tesou-rarias da Fazenda Pública, do imposto cobrado em Fevereiro, pelas entidades a quem incumbe essa obrigação.

Até dia 30

• IRC - Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas-1ª prestação do pagamento especial por conta de Imposto sobre o Rendi-mento das Pessoas Colectivas (IRC) de entidades residentes que exercem, a título principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e não residentes com estabelecimento está-vel, com exclusão dos sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado de tributação;

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado – Entrega da Declaração Modelo 1074, em triplicado donde constarão as aquisi-ções efectuadas durante o ano anterior pelos retalhistas sujeitos ao regime de tributação previsto no art. 60º do CIVA.

Até ao dia 31

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares – Entrega da declaração de alterações, pelos sujeitos passivos de IRS, que ten-do anteriormente optado por utilizar a contabilidade organizada como forma de determinação do rendimento, queiram renovar a opção, bem como todos os que reunindo os pressupostos de inclusão no

regime simplificado estejam em condi-ções de exercer a opção.

ABRILAté ao dia 10

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado- Periodicidade Mensal – Envio obriga-tório via Internet da declaração perió-dica relativa às operações realizadas no mês de Fevereiro. O pagamento pode ser efectuado através das caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias de Finanças

informatizadas e nos balcões dos CTT. O pagamento pode ainda ser efectuado via Internet. Conjuntamente com a declara-ção periódica deve ser enviado o Anexo Recapitulativo, referente às transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas no mês de Fevereiro.

• IRS - Imposto sobre o rendimento das pessoas singularesOs notários, conservadores, secretários judiciais e secretários técnicos de justi-ça devem entregar à Direcção-Geral dos Impostos a relação dos actos praticados no mês anterior, susceptíveis de produzir rendimentos sujeitos a IRS.

Fiscalidade

AGENDA FISCAL

Um inquérito semestral ao prazo médio de pagamento por parte das autarquias, iniciado pela Associa-ção dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas em 2004, permite concluir que na situação, na administração local, o prazo

médio de pagamento das obras por parte dos municípios é de 7,1 me-ses, havendo casos em que o prazo chega a ultrapassar 15 meses.

A AICCOPN considera que esta situação é de uma “enorme gravi-dade”, já que, na prática, “afecta gravemente a saúde financeira das empresas”.

Para Reis Campos, “a injustiça desta situação é tanto maior quanto é um facto que mesmo sem recebe-rem as verbas que lhes são devidas as empresas são obrigadas a entre-gar ao Estado o IVA que este ainda não liquidou e que, por vezes, de-mora vários meses a pagar”.

De acordo com o presidente da AICCOPN, o mesmo Estado que exige aos contribuintes em geral, sejam empresas ou particulares, que paguem a tempo e horas os seus impostos, vem agora reconhe-cer publicamente que não paga as suas dívidas de acordo com a legis-lação vigente e, ainda, que preten-

de passar a fazê-lo, apenas, dentro de alguns anos.

“O programa Pagar a Tempo e Horas, lançado pelo Governo, se, por um lado, traduz o reconheci-mento de que é mau pagador, por outro, mais não é do que a legiti-mação do incumprimento do Esta-do”, acrescenta.

“A verdade é que, desta forma, o Estado impõe unilateralmente os prazos de pagamento aos seus fornecedores, ignorando a legisla-ção aplicável e, de igual modo, as obrigações contratualmente assu-midas. Mais do que definir regras que visam fazer com que o Estado deixe de ser, a prazo, mau paga-dor, o correcto seria que passasse a pagar, desde já, nos prazos legal-mente estabelecidos e que saldasse imediatamente todos os compro-missos já vencidos”, adverte Reis Campos.

De facto, “ao pugnar por redu-ções anuais entre 15% e 25% nos prazos de pagamento dos diferen-tes departamentos da administra-ção pública, o Executivo está, não só a protelar a resolução de um problema que se arrasta há dema-siados anos, mas está também, a demitir-se da responsabilidade de dar o exemplo e de cumprir a lei, a qual, recorde-se, no caso das obras públicas, estipula um prazo de 44 dias úteis”.

Actualmente, o valor das dívidas das autarquias ao sector da cons-trução é superior a 900 milhões de euros. “Se esse montante entrasse de imediato nos cofres das empre-sas, contribuiria para dinamizar a economia e aumentar o emprego”, salienta Reis Campos, consideran-do ser essa mais uma razão para se exigir ao Estado rigor e celeridade nos pagamentos das suas dívidas, acrescentando, que “este valor não afecta o défice público, uma vez que as dívidas estão já contabiliza-das”.

“O Estado português é o pior pa-gador da Europa. E enquanto não dá o exemplo no cumprimento da Lei deveria, pelo menos, estabe-lecer com as empresas uma conta corrente que lhes permitisse com-pensar os créditos, uma exigência que a AICCOPN tem vindo a fazer e que, certamente, teria outra efi-cácia na resolução deste problema”, defende Reis Campos.

“Para haver uma economia sau-dável e que promova o desenvol-vimento o país, o Estado tem de apostar em empresas fortes, em vez de contribuir para a sua descapita-lização. Resolver o problema dos atrasos de pagamento é, pois, prio-ritário e urgente. Mas mais do que um programa a prazo, do que as empresas precisam é de pagamen-tos na hora”, conclui.

PRÁTICA FISCAL

Alteração dos prazos dos reembolsos

Em virtude de uma alteração introduzida pelo Orçamento de Estado para 2007 (Lei nº 53-A/2006, de 29.12), nos arts. 77º, 96º e 97º do Código do Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares, os prazos limite para a efectivação dos reembolsos passarma ser o final dos meses de Agosto Setembro.Em face das notícias que foram publicadas recentemente dando conta que, em con-sequência dessa alteração, os reembolsos este ano iriam ser atrasados, a Administra-ção Fiscal já veio esclarecer que tal traduz uma interpretação errada das alterações efectuadas.

IRS

Informação elaborada pela APOTEC - Associação Portuguesa de Técnicos de

[email protected]

Atrasos nos pagamentos do Estado ultrapassam

os 15 meses

Dívida das autarquias ao sector da construção é superior a 900 milhões

de euros

quinta-feira, 20 Março de 200834

Reis Campos, presidente da AICCOPN, defende

Créditos fiscais deveriam compensar atrasos nos pagamentos do EstadoCom o programa Pagar a Tempo e Horas, o Governo não só reconhece que é mau pagador como legiti-ma esse comportamente, afirma Reis Campos, pre-sidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas. E, enquanto não dá o exemplo, deveria estabelecer com as empresas uma conta corrente que lhes permitisse compensar os créditos.

“Mesmo sem receberem as verbas que lhes são devidas as empresas são obrigadas a entregar ao Estado o IVA”, refere Reis Campos.

Page 35: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

No caso do englobamento facultativo (rendimentos de capitais), o clien-te/contribuinte pode exigir ao Banco, após o dia 20 de Janeiro, e relativo ao ano anterior, a emissão de declara-ção para esse fim? Por outro lado, se a entidade bancária passar a declaração ao seu cliente, após o envio da Modelo 10 – portanto, sem a indicação que aquele cliente optou pelo engloba-mento – como é que deve proceder?

Os rendimentos de capitais são tribu-tados à taxa liberatória de 20 por cento, em conformidade com o artigo 71º, nº 3, alínea c), do CIRS. Os sujeitos passi-vos podem optar pelo englobamento para efeitos de tributação destes rendimentos, nos termos previstos no artigo 71º, nº 6, do CIRS.

Relativamente ao preenchimento da Modelo 10, e em conformidade com o Ofício-circulado nº 020113, de 25 de Janeiro da DSIRS, e o Ofício nº 8375, 18 Março 2005, “deverão ser incluídos todos os rendimentos de capitais que, no ano a que a declaração respeita, se tenham vencido, se tenha presumido o seu vencimento, tenham sido colocados

à disposição do respectivo titular, tenham sido liquidados ou tenha sido apurado o seu quantitativo, em conformidade com a natureza do rendimento de capital, nos termos estabelecidos no artigo 7º do CIRS”.

Realça-se ainda que deverá ser incluído o valor total dos rendimentos ilíquidos sujeitos a retenção, ainda que tenham aproveitado da dispensa na retenção na fonte prevista no artigo 9º do Decreto-Lei nº 42/91, de 22 de Janeiro, utilizan-do-se as seguintes siglas:

E apenas os rendimentos de englobamento obrigatório, com excepção dos rendimentos a indicar com os códigos E1 ou E2.

Assim, são de incluir com o código E:- Juros decorrentes de contratos de mú-

tuos e aberturas de crédito;- Juros de suprimentos, de abonos ou

de adiantamentos de capital, bem como os juros pelo não levantamento dos lu-cros ou outros rendimentos;

- Saldos dos juros apurados em contra-to ou lançados em conta corrente;

- Juros resultantes da dilação do ven-cimento ou mora no pagamento de uma prestação;

- Os rendimentos decorrentes da cessão

temporária de direitos de propriedade in-telectual, industrial, experiência adquiri-da, assistência técnica e cedência de equi-pamento e redes informáticas;

- Outros rendimentos derivados de aplicação de capitais de englobamento obrigatório.

E1 - lucros e adiantamentos por conta de lucros, incluindo dividendos, rendi-mentos resultantes de partilha ou amor-tização de partes sociais sem redução de capital, bem como os derivados da asso-ciação em participação e contratos de as-sociação à quota.

Os lucros sujeitos a retenção na fonte nos termos da alínea b) do nº 2 do artigo 101º do CIRS deverão ser identificados com o código E2.

E2 - lucros ou dividendos sujeitos a retenção na fonte, nos termos da alínea b) do nº 2 do artigo 101º do CIRS (ren-dimentos de englobamento obrigatório). Os restantes rendimentos de engloba-mento opcional devem ser indicados com o código E3.

E3 - rendimentos sujeitos a taxas libe-ratórias com opção de englobamento, ou seja, os previstos no nº 6 do artigo 71º do CIRS.

EE - Saldos Credores c/c.”Conforme o disposto no artigo 119º do

Código do IRS, as diversas entidades que se enquadram no âmbito do nº 1 deste artigo são obrigadas a entregar ao sujeito passivo, até 20 de Janeiro de cada ano,

documento comprovativo das importân-cias devidas no ano anterior.

Por sua vez, o nº 3 do mesmo artigo, diz que, tratando-se de rendimentos, o documento referido na alínea b) do nº 1 apenas é emitido a solicitação expressa dos sujeitos passivos que pretendam op-tar pelo englobamento do rendimento.

O artigo 119º, nº 1, alínea c), do Có-digo do IRS estabelece a obrigatoriedade das entidades devedoras de rendimentos que estejam obrigadas a efectuar reten-ção, total ou parcial, do IRS, entregar à DGCI uma declaração de modelo oficial – declaração Modelo 10 – referente àque-les rendimentos e respectivas retenções, relativos ao ano anterior, até final de Fe-vereiro de cada ano.

Face ao que foi explanado pela con-jugação das alíneas do artigo 119º, se o sujeito passivo quiser optar por engloba-mento, deverá solicitar a declaração, an-tes do dia 20 de Janeiro, para os mesmos serem mencionados na Modelo 10 e ser emitida declaração cumprindo os prazos previstos na lei.

A única solução possível agora será o sujeito passivo não englobar esses rendi-mentos, ou a entidade em causa enviar declaração de substituição da Modelo 10, incluindo esses rendimentos com opção de englobamento. Essa declaração de substituição estará sujeita a coimas de acordo com legislação em vigor.

(INFORMAÇÃO ELABORADA PELA CÂMARA DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS)

Contribuintes podem optar pelo englobamento para efeitos de tributação dos rendimentos de capitais

A Lei Geral Tributária (LGT) con-sagra, no seu artigo 43º, o direito do contribuinte ao pagamento de

juros indemnizatórios quando, por erro ou atraso imputável aos serviços da ad-ministração fiscal, tenha sido exigido ao contribuinte imposto superior ao legal-mente previsto ou o imposto pago em excesso não lhe tenha sido devolvido no prazo definido.

No caso de atraso na devolução do imposto, o nº 3 do artigo 43º enumera as situações em que se constitui o direi-to a juros indemnizatórios, a saber: (i) Quando não seja cumprido o prazo le-gal de restituição oficiosa dos tributos; (ii) Em caso de anulação do acto tribu-tário por iniciativa da administração tri-butária, a partir do 30º dia posterior à decisão, sem que tenha sido processada a nota de crédito; e (iii) Quando a revi-são do acto tributário por iniciativa do contribuinte se efectuar mais de um ano após o pedido deste, salvo se o atraso não for imputável à administração tri-butária.

Se estivermos perante um erro de facto ou de direito da administração fiscal de que tenha resultado imposto liquidado ilegalmente e devidamente entregue, o contribuinte pode exigir o pagamento de juros indemnizatórios (nº 1 do artigo 43º).

O nº 2 do artigo 43º da LGT alarga o conceito de erro imputável aos serviços nos casos em que, apesar de a liquidação ser efectuada com base na declaração do contribuinte, este ter seguido, no seu

preenchimento, as orientações genéri-cas da administração tributária. Feita a prova da existência de erro no enten-dimento publicado pela administração fiscal e comprovado o nexo de causali-dade com o imposto pago em excesso, o contribuinte terá direito à correcção da liquidação e ao pagamento de juros de mora.

Perante um erro da administração fis-cal, o contribuin-te deve solicitar e x p r e s s a m e n t e (princípio do pedido) o paga-mento dos juros indemnizatórios no âmbito da reclamação gra-ciosa ou impug-nação judicial (nº 1 do artigo 43º). A nossa j u r i s p r udênc i a tem entendido, no entanto, que estas expressões não devem ser interpretadas literalmente, mas no sen-tido de todos os “meios administrativos e contenciosos que os sujeitos passivos têm ao seu dispor para impugnação de actos administrativos”( ).

Tal decorre, aliás, do disposto no arti-go 100º da LGT que estabelece a obriga-ção de a administração fiscal, em caso de procedência total ou parcial da reclama-ção, impugnação judicial ou recurso a

favor do sujeito passivo, reconstituir, de forma plena e imediata, a legalidade da situação fiscal do contribuinte, compre-endendo o pagamento de juros indem-nizatórios, se for caso disso, a partir do termo do prazo da execução da decisão. Ou seja, admite-se o pedido de paga-mento de juros indemnizatórios noutros procedimentos de impugnação adminis-trativos ou judiciais legítimos e, caso não

tenha sido apre-sentado durante o processo de-clarativo, o con-tribuinte pode ainda fazê-lo em sede de execução de sentença.

Para uniformi-zação pelos ser-viços da adminis-tração fiscal dos p roced imento s relativos à efecti-vação do direito ao pagamento de juros indemniza-tórios, a DGCI

publicou o Ofício-Circulado nº 60 052, de 3 de Outubro de 2006. De acordo com este entendimento, há lugar a juros indemnizatórios “quando a administra-ção fiscal for convencida em processo de reclamação graciosa, recurso hierárquico ou de impugnação fiscal de que houve erro imputável aos serviços de que resul-tou pagamento da dívida tributária em montante superior ao legalmente devi-

do, excepto se a invalidade do acto de liquidação resultar exclusivamente da inexistência, insuficiência ou incongru-ência da fundamentação e o acto puder ainda ser validado.”

Ora, este entendimento não pode res-tringir o direito, legalmente consagra-do, dos contribuintes ao pagamento de juros indemnizatórios. Com efeito, nos termos do nº 1 do artigo 43º, os juros são devidos quando se comprove a exis-tência de erro da administração fiscal de que resulte a liquidação e pagamento de imposto superior ao legalmente exigível. Neste sentido, o convencimento da ad-ministração fiscal em processo de recla-mação graciosa ou impugnação judicial apenas pode ser entendido como o seu deferimento a favor do contribuinte, sustentado em qualquer erro de facto ou de direito da administração fiscal.

Por outro lado, subscrevemos o en-tendimento de que o direito aos juros indemnizatórios apenas se efectiva se a decisão favorável ao contribuinte ti-ver carácter definitivo. Quando assim for, ainda que a anulação da liquidação se deva à inexistência, insuficiência ou incongruência da fundamentação, não pode, em nossa opinião, afastar-se o di-reito do contribuinte ao pagamento de juros indemnizatórios.

Por último, o presente Ofício-circula-do estabelece que o pagamento dos juros indemnizatórios não depende de solici-tação do contribuinte, devendo ser satis-feito oficiosamente pelo serviços. Assim esperamos que seja.

O direito a juros indemnizatórios

Contas & Impostos

AMÂNDIO FERNANDES SILVAJurista da CTOC

Devem ser incluídos todos os rendimentos de capitais que se tenham vencido, se tenha presumido o seu vencimento, tenham sido colocados à disposição do respectivo titular, tenham sido liquidados ou tenha sido apurado o seu quantitativo.

quinta-feira, 20 Março de 2008 35FISCALIDADE

Perante um erro da administração fiscal, o contribuinte deve solicitar expressamente (princípio do pedido) o pagamento dos juros indemnizatórios no âmbito da reclamação graciosa ou impugnação judicial (nº 1 do artigo 43º)

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MercadosTEIXEIRA DUARTE :

-34%desde

o início do ano

CIMPOR:

-13%desde

o início do ano

Eurodólar (Fecho) (18/03) 1,5788Var. Semana 1,40%Var. 2008 7,25%

Euro Libra (Fecho) (18/03) 0,7812Var. Semana 2,24%Var. 2008 6,52%

Euro Iene (Fecho) (18/03) 155,23Var. Semana -1,73%Var. 2008 -5,88%

ÍNDICES

PSI 20 (Fecho) (18/03) 10066,53Var. Semana -4,20%Var. 2008 -24,61%

Dow Jones (Fecho) (18/03) 12261,99Var. Semana 0,87%Var. 2008 -7,56%

Nasdaq (Fecho) (18/03) 1732,75Var. Semana -0,47%Var. 2008 -16,89%

Ibex (Fecho) (18/03) 13030,5Var. Semana -0,20%Var. 2008 -14,17%

Dax (Fecho) (18/03) 6393,39Var. Semana -2,01%Var. 2008 -20,75%

CAC 40 (Fecho) (18/03) 4582,59Var. Semana -0,97%

Var. 2008 -18,37%

PSI20

CAMBIALEURODÓLAR

Euribor 6m (Fecho) (18/03) 4,6500Var. Abs. Semana 0,0770%Var. Abs. 2008 -0,0570%

Euribor 3m (Fecho) (18/03) 4,6540Var. Abs. Semana 0,0570%Var. Abs. 2008 -0,0300%

Euribor 1Y (Fecho) (18/03) 4,6470Var. Abs. Semana 0,0920%Var. Abs. 2008 0,0980%

MONETÁRIOEURIBOR 6M

Petróleo (Brent) (18/03) 107,19Var. Semana 0,31%Var.2008 13,63%

Ouro (Fecho) (18/03) 1001,50Var. Semana 1,87%Var. 2008 20,20%

Prata (Fecho) (18/03) 19,95Var. Semana -2,87%Var. 2008 35,07%

MERCADORIASPETRÓLEO

Desvalorização do dólar é também mérito da economica europeia

quinta-feira, 20 Março de 200836

Em 2007 o valor do crédito concedido pelas associadas da ASFAC acusou uma queda de 2%, quando em 2006 tinha crescido 13%. Mais particularmente, a queda do crédito específico para consumo no ponto de venda rondou os 12%. Para Menezes Rodrigues, presidente da ASFAC, os baixos níveis de confiança e do próprio consumo privado explicam a situação.

São relevantes as conclusões ex-traídas da análise dos indicadores de actividade relativos a 2007 dis-ponibilizados pela ASFAC, asso-ciação que integra com representa-tividade as instituições de crédito especializado, e em particular as financiadoras do consumo.

Assim, e com excepção do 2º trimestre de 2007, as taxas de crescimento do volume total de crédito concedido em cada tri-mestre face ao período homólogo do ano anterior foram negativas, nos seguintes termos: 1º trimes-tre= -2,4%; 2º trimestre: +6,7%; 3º trimestre: -7,4%; 4º trimestre: -4,0%. Em termos anuais e glo-bais, constata-se um decréscimo da ordem dos 2,0% no crédito total concedido pelas associadas da ASFAC, quando em 2006 se tinha verificado um crescimento de 12,8%. E a evolução positiva no 2º trimestre pode em boa par-te ser explicada pelo crédito para reconstituição de stocks.

Está pois expressa, parcial-mente, a previsível tendência de contenção/queda do crédito ao consumo, mesmo que dados do Banco de Portugal (boletim de estatística) evidenciem ainda para 2007 taxas de crescimento da car-teira de crédito ao consumo da ordem dos 10%.

A este propósito, e em decla-rações prestadas à “Vida Econó-mica”, o presidente da ASFAC ,Menezes Rodrigues explica que a quebra verificada no crédito do conjunto das instituições associa-das deve-se fundamentalmente à quebra das operações de crédito no ponto de venda, naturalmente na sequência dos baixos níveis de confiança e do consumo privado que a actual conjuntura potência.

Questionado pela “Vida Eco-nómica” o presidente da ASFAC refere que, com excepção do cré-dito directo – ou seja, por telefone e internet – a grande maioria do crédito concedido pelas associa-das da ASFAC é feita no próprio

ponto de venda (precisamente onde se tende a sentir mais rapi-damente a quebra do consumo). E acrescenta, que sendo o chama-do crédito “revolving” também contextualizado no ponto de venda (é concedido via cartão da loja), ele constituiu um significa-tivo factor desacelerador, já que em 2007 a respectiva quebra face a 2006 foi de 42%, rondando o seu peso relativo s 15%.

Desdobrando agora a evolução em 2007 das várias categorias de crédito concedido pelas asso-ciadas da ASFAC (num total de quase seis mil milhões de euros), verifica-se que o chamado crédito clássico a particulares (93% do crédito clássico, sendo apenas 7% para empresas), ou seja, o associa-do a um fim específico com um plano de amortização predefini-do, cresceu 4,4% quando no ano de 2006 o acréscimo tinha sido de 12,5%. Esta tendência de desace-leração no crédito ao consumo fica mais evidenciadas se tivermos em conta a evolução descendente ao longo do ano das taxas de cres-cimento trimestrais homólogas. Para além deste importante tipo de crédito – o clássico – volta-se a referir a queda significativa no crédito “revolving” – de mais de 40% – quando em 2006 ainda tinha acusado uma subida signi-ficativa de 20%. Trata-se, pois, de mais um indicador da efectiva desaceleração do crédito ao con-sumo no ponto de venda. Em síntese, interessa ter em conta que o conjunto destas duas categorias de crédito ao consumo / ponto de venda (clássico particulares e “revolving”) decresceu em 2007 cerca de 12,0 %, com as seguin-tes evoluções negativas trimes-trais comparadas com períodos homólogos de 2006: 1º trimes-tre: -10%; 2º trimestre: -10,5%; 3º trimestre: -22% e 4º trimestre 23,5%. É este, pois, um indicador mais abrangente da queda do cré-dito ao consumo, dado reportar a

somatórios de fluxos trimestrais.A única categoria relevante de

crédito concedido pelas associa-das da ASFAC que evidenciou, em 2007, uma taxa de crescimen-to claramente positiva – 19% – foi a do crédito para stock, bas-tante superior à de 2006 (10%). E esta evolução foi ditada sobre-tudo pelo comportamento no 2º trimestre em que a taxa de cresci-mento atingiu 47% face ao perío-do homólogo de 2006 (e de 30% face ao 1º trimestre de 2007), significando, pois, um efectivo período de reconstituição pon-tual de stocks. Segundo Menezes Rodrigues, Presidente da ASFAC, este crédito é concedido para fi-nanciar bens em que a aquisição é feita por pessoa jurídica com o objectivo de revenda e englo-ba essencialmente a compra de veículos a crédito por parte dos stands. Aliás esta variação positi-va, conjugada com o peso relativo que este crédito detém (entre 35 e 40%), está naturalmente correla-cionada com o facto de continua-rem a ser os meios de transporte o destino largamente prioritário do crédito concedido pelas associa-das da ASFAC, com uma impor-tância relativa de 70% largamen-te distanciada dos artigos para o lar (14%) e do chamado crédito pessoal (12%).

Um outro indicador comple-mentar da quebra do crédito ao

consumo tem a ver com a evolu-ção do numero de contratos do crédito clássico. Com efeito, em 2007, este número decaiu 3,0% ,quando em 2006 tinha subido 13%; e mais se deve referir que em todos os trimestres do ano as taxas de crescimento face aos homólo-gos de 2006 foram negativas, com uma ligeira excepção para o último trimestre em que o crescimento foi praticamente nulo (+0,2%)

Na abordagem feita ao tema, a “Vida Económica” questionou fi-nalmente o presidente da ASFAC sobre a influência que um aperto nas condições de crédito por par-te das instituições associadas, de-signadamente no 2º semestre de 2007, terá tido na evolução des-cendente do crédito, tendo Me-nezes Rodrigues respondido nos seguintes termos: “Consideramos que as duas principais razões para esta descida são os baixos níveis de confiança e do consumo privado, que levam a diminuir o número de contratos de crédito no ponto de venda”, acrescentando, fruto da maturidade do mercado a aná-lise do risco de crédito tem vindo a tornar-se cada vez mais exigente”.

Tais palavras são obviamente esclarecedoras do enquadramen-to da conjuntura económica do país, bem como dos mercados fi-nanceiros internacionais, onde se obtem boa parte do “funding”.

A.M.

Menezes Rodrigues, presidente da ASFAC, afirma

Baixos níveis de confiança determinaram quebra de crédito

no ponto de venda

9,600

10,100

10,600

12-03 13-03 14-03 17-03 18-03

1.5600

1.5700

1.5800

12-03 13-03 16-03 17-03 18-03

4.58

4.62

4.66

12-03 13-03 14-03 17-03 18-03

104.00

108.00

112.00

12-03 13-03 14-03 17-03 18-03

1ºTr 07/06 2º Tr 07/06 3º Tr 07/06 4ª Tr 07/06-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

Crédito consumo/ ponto de venda

Crédito total

CREDITO AO CONSUMO NO PONTO DE VENDA CAI 12%

Taxas de crescimento trimestrais homólogas (%)

Evolução em 2007 do crédito especializadoFonte: ASFAC- Associação de Instituições de Crédito Especializado.

Page 37: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

www.cotacambios.comO site em questão é parte do site institucional do grupo Cota, que iniciou a sua actividade em 1991 com a constituição da CotaCâmbios, actualmente a maior agência de câmbios do país, com mais de 50 agências em Portugal Continental e na Madeira. Mais tarde, alargou a sua actividade a alguns PALOP com o estabelecimento de agências em Moçambique e Cabo Verde. Desde 2003 que a CotaCâmbios é também agente da Western Union, líder mundial nas transferências

rápidas de dinheiro.Como complemento ao serviço de câmbios e de transferências o grupo detém uma agência de viagens chamada CotaViagens, actualmente a trabalhar em parceria com a TopAtlântico. A CotaServ, constituída em 1998, é uma empresa de assessoria e consultoria na área do mercado de capitais e engenharia financeira. Em 2003 adquiriu a Casa Viola, que tinha, na altura, 21 balcões em todo o território nacional, diversificando assim as áreas de negócio do grupo, nomeadamente com a actividade de lotarias e apostas mútuas, como agente do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e com a actividade de teleco-municações e informática. Actualmente, através da Casa Viola, a rede do grupo alargou os seus serviços à venda de bilhetes, nomeadamente de espectáculos e de futebol, e ainda à disponibilização de postos de internet e de telefone em muitos dos seus balcões. Já em 2005, a Casa Viola adquiriu a firma Herdeiros de Manuel Martins Travassos, um outro agente da Santa Casa da Misericórdia, de modo a consolidar a posição do grupo nesta área de negócio.Durante o ano de 2005 o grupo Cota passou a deter a maioria do capital de uma sociedade de mediação de seguros, actualmente com o nome de CotaSeguros, mais uma vez aproveitando sinergias para diversificar as suas actividades e alargar os serviços prestados na sua rede de lojas. Com o mesmo objectivo constituiu, também em 2005, a CotaPharma, empresa que ini-ciou as actividades em princípios de 2006 na área de venda de produtos farmacêuticos e medicamentos não sujeitos a receita médica.O “Espaço Cota” reúne todas estas actividades do grupo Cota, funcionando como um site de centros multisserviços.

NET INVESTIDOR

RICARDO ARROJA

Pedro Arroja Gestão de Patrimónios S.A.www.pedroarroja.com

Outras considerações Na semana passada, a Reserva Federal (FED) voltou a

entrar em acção. Desta vez, para salvar um banco de inves-timento da bancarrota. O alvo da intervenção foi o Bear Stearns – um dos cinco maiores bancos de investimento de Wall Street – e a manobra contou com o precioso auxílio do JP Morgan. É este o banco que vai ceder a linha de cré-dito ao Bear Stearns e que o vai adquirir, contudo, é a FED que assume o risco associado aos activos entregues como colateral. Se estes nada valerem, é a FED que amortizará a perda. Neste processo, o JP Morgan actua apenas como cabeça de turco. É o peão que permite à FED ultrapassar o formalismo legal que o impede de agir directamente sobre um dos seus bancos supervisionados. Trata-se do reeditar de uma medida emanada da época da Grande Depressão e que já não era usada pelo banco central norte-americano há mais de 40 anos. Ao que isto chegou. É espantoso. Nos Estados Unidos, a política monetária deixou de ser gover-nada em função do crescimento económico e da inflação. Agora, há outras considerações em jogo.

Infelizmente, sou forçado a concordar com esta derra-deira medida de emergência. Há momentos cruciais na vida em que não nos podemos dar ao luxo de sermos de-masiado cartesianos. O dilema que se colocou à FED foi escolher entre a ruína do banco Bear Stearns ou o descala-bro de todo o sistema financeiro. Optou por tentar evitar o efeito dominó e fez bem. Mas este problema podia ter sido evitado se o FED não tivesse, há muito, deitado o método para o caixote do lixo. O Bear Stearns foi a presa mais notória do “subprime” que, por sua vez, é consequência da falta de supervisão, da parte da FED, das práticas comer-ciais associadas à contracção de empréstimos. E do acordo tácito, entre FED e bancos de investimentos, quanto à for-

ma de contabilizar títulos constituídos por activos colate-rais sem valor de mercado. Ninguém quis estragar a festa, nem os lucros milionários, enquanto esta durou. E depois quiseram esconder o efeito da ressaca. A recente redução drástica da taxa de juro – algo inédito na América em tão pouco tempo – e as injecções de milhares de milhões de dólares tiveram em vista um único fim: tentar apagar um enorme fogo infelizmente fizeram-no com gasolina.

Assim, a intervenção da FED não está ainda concluída. O grande teste aproxima-se e será a defesa do dólar. As injecções de liquidez dos últimos meses e a forma como se desconsiderou o factor inflação contribuiu para atirar o dólar para o fundo dos infernos. O argumento de Ber-nanke é de que o dólar fraco não prejudica a generalidade dos cidadãos norte-americanos. Afinal, estes compram e consomem quase tudo em dólares e no interior do conti-nente americano. Errado. Porque, passado algum tempo – barreira que, a avaliar pela queda precipitada do dólar, já foi quebrada – importa-se inflação e arrisca-se uma venda maciça de activos financeiros cotados em dólares. A China, por exemplo, não deve estar nada satisfeita com a evolução cambial do dólar. A bem do sistema financeiro, é bom que não comecem a vender as obrigações de Tesouro norte-

americanas que têm em carteira. E quem diz a China, diz o Japão ou os países produtores de petróleo. Neste momen-to, um confronto entre a FED e os especuladores cambiais é quase inevitável – pode até acontecer antes de este artigo ser publicado! É esta a derradeira batalha que o FED terá de vencer para ganhar a guerra do “subprime”.

O dólar em queda não é apenas o sinal da perda de hege-monia económica e financeira. É, acima de tudo, o sinal de desconfiança que se abateu sobre as instituições financeiras norte-americanas. Em particular, sobre a FED e sobre a Casa Branca. Foi o banco central que pactuou com práti-cas inaceitáveis dos bancos e que, em última instância, os procurará salvar. E foi a administração Bush que destruiu as contas públicas e a credibilidade externa da América. A correcção que os índices accionistas já acumulam desde o início do ano indica que o vigor dos vendedores, provavel-mente, está em vias de secar. Desde que não exista por aí uma segunda ou terceira Bear Stearns que obrigue a FED a combater duas frentes ao mesmo tempo. É que se a FED for obrigada a batalhar, em simultâneo, o mercado accio-nista – prioritário até aqui – e o mercado cambial – prio-ritário a partir daqui – então, caros leitores, preparem-se para muita desordem. Económica, financeira e social.

quinta-feira, 20 Março de 2008 37MERCADOS

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O euro continua a alcançar va-lores máximos históricos face ao dólar, na continuação da constru-ção do “bullish trend” de longo prazo. A debilidade do dólar está assente nos receios crescentes de entrada da economia norte-ameri-cana num período de recessão e na prossecução do ciclo de descida das taxas de juro. Este movimento foi objecto de correcção no decorrer da sessão quando a Reserva Federal anunciou novas medidas de injec-ção de liquidez no sistema finan-ceiro, numa tentativa de atenuar as preocupações relativamente ao mercado de crédito e à possibili-dade dos Estados Unidos entrarem numa recessão.

Acresce que, nas últimas sessões, a cotação EUR/USD tem benefi-ciado de notícias favoráveis ao euro

e, simultaneamente, pelo agudizar das expectativas relativamente ao dólar. Nomeadamente, a divulga-ção do índice Zew, acima das ex-pectativas: -32 em Março “versus” -39,5 em Fevereiro. Esta evolução mostra um optimismo acima do esperado dos empresários alemães.

Ainda na zona euro, os resul-tados de Janeiro para a produção industrial surpreenderam o merca-do, crescendo em termos mensais 0,9%, quando era esperada uma variação mais modesta, de 0,3%. A variação homóloga da produção industrial foi de 3,8% o que me-lhora as perspectivas de crescimen-to na para o primeiro trimestre de 2008.

Donde, apesar de o mercado ter reagido favoravelmente ao anúncio da Fed, os factores a favor do euro

mantêm-se intactos. Na semana passada, os comentários por parte de Axel Weber, Presidente do Bun-desbank, afastaram a possibilidade de uma descida de taxas de juro no futuro próximo, alegando os peri-gos da recente escalada do preço do petróleo para a estabilidade dos preços no consumidor nos países da zona do euro, favorecendo a va-lorização da moeda única face ao dólar.

Iene em crescendo

Da mesma forma, a cotação do dólar face ao iene encontra-se em níveis mínimos dos últimos dez anos, chegando aos 101,41. O iene continua a beneficiar da situ-ação de aversão ao risco e de uma maior procura devido à conversão dos lucros repatriados das empre-sas nipónicas no estrangeiro, não espelhando os sinais crescentes de degradação económica do Japão. O Banco Central do Japão já anun-ciou que acompanha o movimento de acentuada apreciação da moeda, o que pode ser uma indicação de que está disponível para actuar di-rectamente no mercado cambial, de modo a contrariar esta tendência.

Nos Estados Unidos, os dados do comércio externo revelam um

aumento ligeiro do défice em Ja-neiro, reflectindo o agravamento do preço do petróleo que levou a que as importações atingissem um patamar elevado em termos de va-lor, ainda que o volume de bens importados possa ter abrandado em reflexo de uma procura domés-tica menos dinâmica num contex-to de arrefecimento da economia. Este efeito mais do que compensou o aumento das exportações, que no actual cenário beneficiam da desva-lorização do dólar contra as princi-pais moedas internacionais.

Finalmente, foram também di-vulgadas a evolução das vendas a retalho em Fevereiro, que caíram 0,6% em cadeia, tendo os au-

tomóveis e a restauração sido as categorias mais determinantes na subida dos preços. Os analistas apontavam apenas para uma de-saceleração ligeira em relação ao crescimento em Janeiro, que se si-tuou nos 0,4%. Este facto reflecte a queda da confiança dos consumi-dores norte-americanos e pode ter sido influenciado pela deterioração do mercado de trabalho em Feve-reiro, evidenciada no último rela-tório do emprego e reforçada pelos dados do subsídio de desemprego que apontam para que o número de indivíduos abrangidos por este programa ascendia a 2835 milhões na semana que terminou a 1 de Março.

MARTIM PORTO

Dólar não abranda desvalorização face ao euro e iene

quinta-feira, 20 Março de 2008MERCADOS38

A economia da UEM está a dar sinais de vitalidade, que a destacam da evolução recessiva da economia norte-americana. Resultado: a desvalorização do dólar face euro não se faz apenas por acção da debilidade da economia dos Estados Unidos, mas também pela resistência evidenciada pela economia europeia. O iene também continua a beneficiar da situação de aversão ao risco, não espelhando os sinais crescentes de degradação económica do Japão.

Ao lado dos sete novos planos de coberturas que a Multicare dis-ponibiliza aos seus clientes desde o início de Março está um deno-minado de “Doenças Graves”. É um plano que pode ser contratado individualmente pelos clientes da seguradora ou funcionar como co-bertura opcional num dos restan-tes sete planos. Inclui um capital de 100 mil euros para doenças graves tratadas em Portugal ou em Espanha, neste caso dentro de uma rede convencionada de pres-tadores.

Na lista de doenças graves pre-vistas pela Multicare encontram-se as doenças oncológicas, cardiovas-culares, neurológicas e neurocirúr-gicas e ainda os casos de insufici-ência renal ou respiratória crónica.

A nova cobertura da Multicare dá também acesso à rede de presti-giados especialistas internacionais Best Doctors, até ao limite de ca-pital de um milhão de euros. Além das despesas de tratamento, estão cobertas as despesas com viagens de avião até ao limite de 3000 eu-ros, estadia no estrangeiro até 4000 euros e ainda despesas de repatria-mento até 10 000 euros. O acesso à cobertura de doenças graves den-tro da rede Best Doctors está dis-ponível como opção em cinco dos sete novos planos da Multicare.

Na Tranquilidade, é a apresenta-dora da RTP Sónia Araújo quem dá a cara pela nova versão do segu-ro de saúde Sanos. Além de reforçar as suas coberturas, nomeadamente na estomatologia e no acesso a se-

gundas opiniões médicas, o Sanos lançou também uma cobertura de um milhão de euros só para do-enças graves, onde estão incluídas as doenças oncológicas, a neuroci-rurgia, a substituição de válvulas, a cirurgia “by-pass” das artérias coronárias e o transplante de ór-gãos. Esta cobertura inclui despe-sas realizadas para o tratamento da doença, mas também deslocação e alojamento no estrangeiro. No en-tanto, a cobertura de doenças gra-ves apenas está disponível num dos quatro planos do novo Sanos.

As preocupações dos portugue-ses perante a eventualidade de se verem confrontados com uma do-ença grave e o desejo de recorrer atempadamente aos melhores es-pecialistas, incluindo no estrangei-ro, motivaram a maior atenção das seguradoras à inclusão de cobertu-ras específicas para doenças graves nos seus planos. Contactada pela “Vida Económica”, fonte da Mul-ticare explica que “embora a assis-tência e tratamento para estas do-enças também esteja incluída nos

tradicionais seguros de saúde, este novo plano surge para dar respos-ta exclusivamente às preocupações com estas doenças. Porque as pes-soas já têm outro tipo de soluções para as situações mais comuns, com capitais mais baixos, por exemplo, ou porque sentem que não encontram no Serviço Nacio-nal de Saúde as respostas mais cé-leres e adequadas que este tipo de situações exige”. O prémio mensal para a cobertura base de Doenças Graves na Multicare varia entre os 7,27 euros e os 88,79 euros, conso-ante a idade do segurado. Caso este pretenda adicionar ao seu plano a cobertura de Doenças Graves na rede em Espanha poderá pagar, no máximo, mais 4,60 euros mensais. Para acesso à rede Best Doctors, o prémio mensal varia entre os 1,82 e os 6,86 euros.

Também Luís Toscano Rico, responsável de Marketing da Tran-quilidade, confirma à “Vida Eco-nómica” que “a cobertura de Do-enças Graves reflecte a filosofia da companhia em querer proporcio-

nar apoio aos seus clientes em situ-ações de extrema fragilidade, como as que resultam de um cancro, Pa-rkinson, Alzheimer ou necessidade de um transplante, e a certeza do acesso aos melhores tratamentos em qualquer parte do mundo com os melhores especialistas mundiais no tratamento dessas doenças”. O responsável da Tranquilidade antecipa ainda a intenção de vir a reforçar esta cobertura no seio da companhia. “Dado que as doen-ças graves são uma preocupação real e muito presente em todos os segmentos da população, inde-pendentemente da idade ou nível de rendimento, a Tranquilidade pretende acompanhar esta tendên-cia, e para além de um segmento mais alto do mercado, continuar a desenvolver ofertas integradas e completas que respondam a esta necessidade, através de novos pro-dutos ou coberturas dirigidas a um público-alvo cada vez mais vasto”, revela Luís Toscano Rico.

ANA SANTOS [email protected]

Despesas para deslocação ao estrangeiro também estão cobertas

Seguros de saúde apoiam doentes gravesAs novas gerações de seguros de saúde estão a ampliar as coberturas de doenças graves. As companhias de seguros respondem desta forma aos anseios de grande parte dos clientes, que apreciam a possibilidade de recorrer a médicos no estrangeiro a preços mais acessíveis.

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“TED Spread”

O “TED Spread” é a dife-rença entre a LIBOR do dólar a três meses e a taxa

de juro das T-Bill (Obrigações do Tesouro norte-americano) de igual maturidade. A Libor (“Lon-don Interbank Offered Rate”) é a taxa mais utilizada como “ben-chmark” de curto prazo (com maturidades entre o overnight e um ano), sendo a taxa a que os bancos emprestam a outros ban-cos sem exigir garantias. As T-Bills representam a componente sem risco do mercado, sendo dí-vida de curto prazo do Governo norte-americano. A Libor é mais representativa da qualidade de crédito dos bancos que precisam de financiamentos.

Este indicador, muito mencio-nado nos últimos tempos, pode ser utilizado como medida de risco. Subidas no “TED spread ”evidenciam uma maior aversão ao risco, reflexo de uma maior procura por instrumentos sem risco, o que implica uma subida

dos preços das “T-Bills” e subse-quente queda da sua taxa de juro. Subidas do indicador estão nor-malmente associadas a períodos de queda nos mercados accionis-tas. Descidas no “TED spread” significam menor aversão ao risco e normalmente correspondem a subidas nos mercados accionis-tas.

Segundo algumas correntes de pensamento, o que o “TED Spre-ad” realmente mede é a confiança – no sistema bancário, nas acções, nas obrigações e no sistema finan-ceiro em geral sendo que o dife-rencial estreita ou alarga consoan-te as expectativas dos investidores quanto às taxas de juro e a sua confiança no sistema bancário.

Historicamente e como pode-mos aferir do gráfico abaixo, este indicador não tem um intervalo predefinido de variação, dificul-tando a análise de máximos e mí-nimos como possíveis pontos de inversão dos mercados accionistas. De qualquer forma, leituras mui-

to elevadas e leituras muito baixas poderão coincidir com bons mo-mentos de entrada e saída nos mer-cados. Um “TED spread” baixo, especialmente valores próximos de zero, pode reflectir um momento de euforia dos investidores, sen-do provável que represente um topo nos mercados accionistas. Contrariamente, leituras dema-siado elevadas poderão representar medo generalizado nos mercados e coincidir com um “fundo” nos mercados accionistas.

Em termos históricos, em três das quatro vezes que o “TED spread” atingiu picos desde 1986, o índice S&P 500 estava a valores mais elevados nos três meses se-guintes. A única excepção foi no “crash” de 1987.

Só que estes valores elevados para o “TED Spread” poderão não corresponder ao final da cri-se, com o “outlook” para a banca norte-americana a permanecer incerto.

No cenário do actual “credit

crunch”, o risco de crédito ban-cário deteriorou-se drasticamen-te, fruto das perdas acumuladas no “subprime”, havendo receios palpáveis de um banco poder entrar em “default” no mercado monetário. Assim, os investido-res têm preferido “safe havens”, comprando títulos do Governo, especialmente os de curto prazo (preferem “Yields” de 1,4% das “T-Bills” a “Yields” de 2,85% dos

depósitos bancários!), e as recen-tes injecções de liquidez de curto prazo por parte da FED têm um efeito diminuto no “spread”. So-mente uma mudança nas condi-ções gerais dos mercados de crédi-to e especialmente uma melhoria generalizada do risco de crédito dos grandes bancos norte-ameri-canos terá efeitos “benignos” no “spread” e simultaneamente nos mercados accionistas.

quinta-feira, 20 Março de 2008 39MERCADOS

Remunerações de administradores e “backdating”M. JORGE C. CASTELAEconomista & Jurista [email protected]

Uma das questões que, em Portu-gal, forte controvérsia tem sus-citado nos tempos mais recentes

– até por força do “Caso BCP” em que estas últimas crónicas se tem centrado – tange o quente “problema” das formas de compensação com que se remuneram as funções dos Administradores das Socie-dades Anónimas Abertas e, em particular, as suspeitas de eventual “backdating” que as integram.

A governação corporativa é um das clássicas situações em que se localizam os chamados “problemas de agência”. Desde o tempo dos pioneiros trabalhos de Adolf Berle e de Gardiner Means que se vem discutindo a questão da separação entre a propriedade e o controlo das Sociedades Abertas e, no centro desta, a forma como aos accionistas (o lado da relação “de agên-cia” que se identifica no “principal”) se ha-bilita o exercício de poder correspondente ao capital que detêm, quer na estratégia de longo prazo, quer na gestão quotidia-na, que, “em seu nome”, é executada por gestores profissionais (o “agent”, na mes-ma relação), para tanto mandatados, no alinhamento dos vários interesses em pre-sença.

Em causa e abreviando os argumentos que a doutrina vem esgrimindo, gestores e accionistas tendem a avaliar a geração de cash flows em diferentes horizontes tem-porais. De um lado, os accionistas procu-ram, em regra, atender ao retorno do seu investimento, que será tanto maior quan-to maior for a sua confiança na geração de dividendos e mais-valias crescentes e sustentáveis no médio e longo prazo; do outro, os gestores tendem a conferir uma menor importância aos “cash flows” que se venham a gerar após o termo dos seus mandatos.

Como forma de promover um possível alinhamento destes interesses, aparente-mente divergentes, tem sido corrente uti-

lizar esquemas de remuneração e de com-pensação dos Administradores mandatados para exercer a Gestão Corporativa, em três tipos ou modalidades: 1) salários e bene-fícios que não dependam do desempenho da Sociedade; 2) opções e outros incen-tivos baseados no desempenho bolsista da Sociedade; 3) bónus e compensações indexados ao desempenho da Sociedade determinados por métricas contabilísticas determinadas e especificadas.

Uma modalidade assente, exclusivamen-te, numa componente fixa é reconhecida-mente, uma forma de remuneração que, mais do que alinhar tais interesses, acaba por exacerbar as divergências – os gestores tendem a acomodar-se a um desempenho sem risco e sem grandes incenti-vos a consolidar a sustentabili-dade financeira da Sociedade, pois o “ganho” é certo, mesmo que a sua acção promova o “pre-juízo” nas suas contas. A mo-dalidade que dá primado a uma r e m u n e r a ç ã o através de um mecanismo de “stock options” se bem que, no essencial, comporte efei-tos tendencialmente mais conformes a fazer alinhar os interesse de curto prazo de uns e dos outro, mas, se não devida-mente ponderados, poderão fazer agravar o desalinhamento dos interesses de ambos os lados desta “equação” com a bissectriz que os atravessa – o interesse da Sociedade em si e dos demais “stakeholders” – que não se pode compadecer com tentações de uma gestão simplesmente vocaciona-

da para se “ficar bem na fotografia”, com manobras de engenharia financeira para impulsionar, muitas vezes, artificialmente, as cotações no mercado, sem alicerce sóli-do nos “fundamentais” da Sociedade, sem criação de nova riqueza que os consolide, mas apenas um efeito temporário no “free float” por que, episodicamente, aqueles se “revelam”.

Sendo certo que, como sustenta Micha-el Jensen, formas de remuneração assentes em “planos de stock options” potenciam um adequado controlo do esforço de aproximação do alinhamento dos vários interesses em presença, atento que o valor de mercado das acções acaba sempre por reflectir o valor presente do fluxo futuro

de “cash flows” espe-rados, pode ser, toda-via, um modo capcio-so de iludir tal valor por reporte à métrica de valor contabilístico que reside nos mes-mos “fundamentais” da Sociedade.

Tudo depende, afi-nal, do modo como os gestores exercem o seu quase ilimitado poder na elaboração das “contas” e dos cri-térios que fixam para a determinação dos momentos de consti-

tuição e exercício das “stock options” que para si se fixam.

É aqui que se coloca a noção de “stock options backdating” – uma prática pela qual se garante a um administrador (ou a um membro da alta direcção) de uma Sociedade Aberta a determinação de um valor para uma opção numa data anterior àquela em que a Sociedade efectivamente fixou tal opção. Uma prática que, particu-larmente, desde 2005/06, veio a revelar-se

no mínimo “suspeita” de gerar irregula-ridades quanto ao modo de atribuição e quanto ao comportamento bolsista de cer-tas acções imediatamente após o momen-to em que tais opções foram atribuídas ao senior management.

Apesar de tal prática não ser, à partida, ilegal, acaba por comportar uma ilegalida-de evidente a partir do momento em que os accionistas aprovaram um determina-do plano de “stock options”, que vem a revelar-se diferente daquele por que veio a exercer-se por uso desse usurpado po-der por parte dos Administradores seus beneficiários – e, mais grave, quando sob suspeita de práticas de uma divulgação manipulada dos “financial records” ou submetendo documentos forjados às enti-dades reguladoras, ou de registar tais op-ções nem pelo seu “fair market value” nem relevando na Demonstração de Resultados o correspondente custo como uma despesa especificada, de acordo com as regras con-tabilísticas geralmente reconhecidas.

Ou seja, o “backdating” pode revelar-se, noutra sumária e ilustrativa noção, numa forma de usar informações privilegiadas em proveito dos executivos da Sociedade e em prejuízo da comunidade financeira que investe as suas poupanças, através de opções de compra de acções da Socieda-de cujo preço de exercício se cifra abaixo do preço de mercado no dia da conces-são, mas registando uma data anterior nos documentos da outorga – simulando um preço de exercício a “bater” o preço de mercado, escondendo, assim, vultuosos encargos que se deduzem directamente ao Resultado Líquido que deveria ser distri-buído aos accionistas.

O que, afinal, por retirar tempo, paciên-cia e dinheiro ao mercado, acaba por re-conduzir a análise da terceira modalidade acima alinhada para o Princípio “Comply or Explain”, que será objecto também de uma das próximas crónicas.

O “backdating” pode revelar-se, noutra sumária e ilustrativa noção, numa forma de usar informações privilegiadas em proveito dos executivos da Sociedade e em prejuízo da comunidade financeira que investe as suas poupanças

VASCO BALIXAGestão de Patrimónios [email protected]

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Paulo Guichard, presidente da comissão executiva do BPP, afirma

“Vamos aumentaro investimento no BCP”O Banco Privado Português é já o terceiro maior banco português na área de “private banking”, mas Paulo Guichard não esconde que o objectivo é liderar este segmentoem Portugal. O BPP assume um posicionamento especializado, completo pelas áreasde aconselhamento de empresas e private equity, sendo esta “extremamente rentável” com taxas de retorno que chegam a ultrapassar 60% ao ano.O recente aumento da participação do banco no BCP é reflexo da vontade do BPPem tornar-se “um accionista de referência a longo prazo”, mas a ambição vai além- -fronteiras: Espanha, Brasil e, cada vez mais, Angola, são mercados aliciantes.

Vida Económica - Tendo em conta o posiciona-mento específico que o BPP tem no sector bancá-rio, quais são os grandes objectivos do banco para o futuro próximo?

Paulo Guichard - Somos um banco de investimento, especializado, que tem como estratégia central fazer a gestão global do património dos nossos clientes. Somos um banco que assenta a relação com o cliente na gestão da poupança, na reserva estratégica da família no “priva-te banking”, no apoio à empresa no seu crescimento, de-senvolvimento e internacionalização, no apoio da gestão dos patrimónios imobiliários, no apoio na cobertura de riscos em relação a várias incidências que podem acon-tecer através da área de seguros e na montagem de novos negócios, através da área de “private equity”.

Somos um banco criado para as famílias, para os em-presários, para as empresas, que procura responder a este cabaz de necessidades. Portanto, dentro deste nosso po-sicionamento de banco especializado que intervém acti-vamente nestas áreas os desafios que temos são muitos e diferentes.

Antes de mais, temos o desafio de ter consistência estratégica naquilo que fazemos. Nós temos um mo-delo de funcionamento que resulta bem e quando se está a crescer a um ritmo forte, não só em Portugal mas em vários mercados e vários continentes, manter a consistência estratégica deste crescimento é funda-mental.

Outro desafio que hoje enfrentamos é conseguir man-ter a forte cultura de banco privado, num processo ace-lerado de crescimento, em plataformas geográficas muito diferentes. Em An-gola, na África Austral, no Brasil, em Espanha, em Portugal.

Investimos muito em jovens, mas também é evidente que temos que ter pessoas com muita experiência.

Há um desafio que tem a ver com a adaptação à conjuntura dos mercados, tentando tirar partido dessa situação de mercados, ao serviço dos clientes e consequentemente dos bancos e tam-bém monitorizando e aumentando o controle de risco, porque é uma peça essencial no desenvolvimento, num contexto de merca-dos extremamente complexo e exigente.

Diria, por último, que o nosso objectivo é continuar a criar valor – esse é o desafio central de qualquer insti-tuição. A eficiência, a inovação e a criação de valor – é fundamental manter este triângulo nas várias envolventes que temos, seja em termos económicos, políticos, sociais e sobretudo no meio de mercados financeiros que é bastan-te complexo e exigente, mas que tem oportunidades.

VE – Vão continuar a apostar nas participações em empresas?

PG - Dentro daquilo que é a nossa estratégia, o “pri-vate equity”, a tomada de participações estratégicas em empresas com algum significado e com montantes que nos tornam accionistas de referência dessas empresa é claramente uma forma enorme de criação de valor. Por isso, vamos continuar nessa linha – que tem cria-do imenso valor para os nossos clientes e para a própria instituição – sob duas formas: ou investimentos concen-trados em empresas, ou investimentos por sectores.

Por exemplo, em 2007 tivemos um desinvestimento na Jerónimo Martins, mas temos já outros veículos em que temos investimentos por temas. Temos um veículo que exerce em empresas de concessões rodoviárias, com uma par-ticipação de 5% na Brisa e 5% na HL. Temos outro veículo que investe na energia e construímos um portefólio de empresas energéticas, em que temos participações com algum significado, na Galp, na NH’s, em Espanha, e na rede eléctrica em Espanha. É nessas duas variantes que o banco se quer posicionar.

VE - Qual é o balanço do investimento no BCP?PG - O investimento no BCP foi feito num contexto

de uma grande complexidade accionista do banco, de uma grande tensão na estrutura de “corporate governan-ce” do banco e dentro desse contexto nós procuramos

tomar uma posição superior a 2% do banco, de forma a posicionarmo-nos como um investidor de referência e po-dermos apoiar esse processo de criação de valor.

Na nossa opinião, esse processo de criação de valor teria sido o processo de fusão amigável que o BPI propôs ao BCP – processo que não se verificou.

Na próxima semana, vamos comple-tar o processo – o veículo que tem um investimento no BCP, que se chama Privado Financeiras, fez um reforço de capitais próprios e passou os capitais

de 100 para 200 milhões de euros, com três objectivos estratégicos: primeiro tirar partido do actual preço do BCP em bolsa, em segundo lugar responder ao proces-so de capital que a administração liderada pelo actual presidente desencadeou e em terceiro aumentar a nossa posição no banco, afirmando-nos como um accionista de referência a longo prazo no banco. Portanto, actu-almente, vemo-nos no BCP como um accionista que pode extrair valor a longo prazo.

VE - Quais são os projectos em que têm obtido mais rentabilidade?

PG - A área de “private equity” tem sido extremamen-te rentável. O veículo da Jerónimo Martins terminou com uma taxa anual, ao fim de 5 anos, superior a 60% para os clientes.

VE - O veículo também se financia no mercado ou o investimento é feito integralmente pelos investi-dores?

PG - O veículo tem uma parte de capitais próprios e tem uma parte de financiamento bancário. Por exemplo, este ano, falando de uma conjuntura depressiva dos mercados: o nosso veícu-lo energético foi lançado em Novem-bro de 2006, a taxa de rentabilidade anualizada desde 2006 até hoje está em 66%.

VE - Na área de aconselhamento de empresas, quais são os princi-pais projectos que têm neste mo-mento?

PG - Essa é uma área muito importante para nós. Ini-ciamos o ano com uma carteira de quase 20 projectos e temos um pouco de tudo. Temos projectos em empre-sas portuguesas, de empresas portuguesas em Espanha e espanholas em Portugal. Temos uma área importante entre o Norte de Portugal e a Galiza e de empresas por-tuguesas em Andaluzia. Temos projectos em curso entre a Península Ibérica e a Europa de Leste, através de uma parceria que temos com um banco de investimentos que corre praticamente todos os países de Leste, o que nos permite oferecer os nossos serviços a clientes europeus. Temos pontualmente algumas operações em curso entre a Europa e a América do Sul.

VE - A aposta em Espanha e no Brasil advém do baixo crescimento da economia portuguesa ou foi pensada independentemente disso?

PG - A nossa aposta em Espanha e no Brasil tem a ver com uma coisa muito clara: o mercado português tem um crescimento que corresponde a 10 milhões de habitantes, a um determinado poder de compra, a um conjunto de capital acumulado. O banco está a crescer de uma forma muito significativa na área de “private banking” em Portugal, somos neste momento o número três nesta área e fizemo-lo do zero, o que nos dá uma honra muito grande, porque fizemo-lo criando valor, com fidelização de clientes, com uma grande determi-nação e temos um projecto que – nesta segunda década de existência – tem como objectivo liderar a banca de private banking em Portugal.

Mas, obviamente, este mercado tem limites e o ban-co tem uma ambição além de Portugal e nesse sentido achamos que os mercado naturais para nós são clara-mente determinadas zonas de Espanha – sobretudo

Queremosliderar a bancade “private banking” em Portugal

quinta-feira, 20 Março de 2008MERCADOS40

Uma média empresa portuguesa é uma pequena empresa na Europa

“O nosso objectivo é continuar a criar valor – esse é o desafio central de qualquer instituição”, afirma Paulo Guichard.

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zonas transfronteiriças como a Galiza, Andaluzia, em Madrid obviamente e na Comunidade Valenciana – e o Brasil.

Esta ligação com o Brasil, com a Espanha e hoje com Angola – onde começamos a dar passos muito grandes, e que podem evoluir após as eleições em Angola para uma nova configuração – claramente nos posicionam no sentido de tirar vantagem da língua, da cultura, das relações, da própria presença de portugueses no mundo, nas empresas. Tentamos encontrar a melhor forma de ser português no mundo e de tentar, como portugueses, afirmarmo-nos nesses mercados regionais de um mundo que é hoje global.

VE - Como sabe, existe um projecto de criação em Portugal da Alternetxt, que é uma bolsa para as PME. Acha que será interessante para os inves-tidores?

PG - Eu acho que o projecto das PME, tudo o que tem a ver com criar nas PME a possibilidade de acesso ao mercado accionista e de reforço de capitais próprios e de terem outros instrumentos, e da necessidade de te-rem estruturas de “corporate governance” mais claras e eficazes é extremamente positivo. Mas não escondo que o problema é que uma média empresa portuguesa é uma pequena empresa na Europa. Portanto, as pequenas ca-pitalizações em termos de mercados globais não são projectos simples, mas acho que são factores positivos e, como português, desejo as maiores felicidades para esse projecto, porque acho que representa um grande salto qualitativo que conseguimos implementar.

VE - O BPP encarava investir em empresas portu-guesas cotadas no Alternext?

PG - O banco nunca pautou o seu investimento pelo facto de as empresas serem médias ou serem grandes capitalizações, mas sim pela capacidade de criar valor. Penso que, se estiverem reunidas todas as condições que nós achamos mínimas para que o investimento se possa realizar, não há razões para não o fazer.

Mas quanto mais nos concentrarmos mais eficazes po-demos ser – se em vez de gerir um portefólio de sete em-presas tivéssemos que gerir um de 20 seria muito mais complexo para nós, e possivelmente desconcentrava-nos e a criação de valor podia ser mais fraca.

Pontualmente, ou especificamente, não pomos a ideia de parte. Alias, já tivemos um projecto extremamente interessante e que deu muito valor em médias empresas, que foi o projecto das águas Frize. Foi um projecto num ciclo diferente da vida do banco, de um investimento que não foi muito alto e que em cerca de cinco anos foi multiplicado por 8 ou 9 vezes.

VE – Quanto representou esse investimento?PG - O investimento foi muito pequeno, em termos

de “equity” estamos a falar de cerca de 1,5 milhões de euros. Congregamos um conjunto de investidores, montamos a operação, desenvolvemo-la, fizemo-la ganhar di-mensão, afirmamo-la num mercado di-fícil, muito concentrado, e mais tarde, vendemo-la à Compal. E tanto quanto sei, tem evoluído de uma forma muito positiva.

VE - Voltando ainda ao posiciona-mento geográfico que o BPP adop-ta, o Brasil não continua a ser um mercado de risco excessivo para os portugueses?

PG - Depende da forma como se posicionar no Bra-sil.

O Brasil tem neste momento um contexto macroe-conómico extremamente favorável: não tem dívida ex-terna que não seja em reais, tem uma balança comercial altamente superavitária tem uma balança de pagamen-tos favorável tem actualmente uma complementaridade

com a China que a torna altamente privilegiada e que vai beneficiar muito com o crescimento chinês, é um país com reservas energéticas enormes e com uma mo-eda extremamente forte, que se tem valorizado em rela-ção ao dólar e que tem mantido uma boa relação com o euro. Portanto, nesta perspectiva macroeconómica, o Brasil do século XXI é muito diferente do Brasil do século XX.

Do ponto de vista de gestão opera-cional de activos e de internacionali-zação, o Brasil é um mercado muito grande e, portanto, para os balanços da maior parte das empresas portuguesas, operar no Brasil de uma forma global é extremamente complexo e significa um risco sobre esses balanços.

Também do ponto de vista do “go-vernance” das empresas, a cultura brasileira é diferente da portuguesa, a única coisa que temos em comum é a língua. As mentalidades, a cultura, a forma de negócios é diferente, por isso depende muito do procedimento.

No Brasil, os investimentos que temos feito, e que es-tão a correr muito bem, são investimentos de natureza financeira, empresas de dimensão importante, como o HL, em sectores que achamos que têm um potencial

enorme, como as infra-estruturas ou o sector imobiliário e turístico.

Eu diria que o Brasil é um país que tem riscos, mas os riscos são diferen-tes dos do século XX. O investimento no Brasil, quando nem medido, é uma oportunidade para algumas empresas portuguesas.

É importante olhar para o Brasil numa perspectiva de Estados, e não como um todo: o Brasil é quase um continente.

VE – Quais são os projectos para os países de Leste?

PG - Temos acompanhado os mercados de Leste com muito cuidado, numa perspectiva de acompanhar os nossos clientes. Temos um fundo que investe em em-presas europeias e nesse sentido é importante manter a atenção.

Neste momento o que fazemos é basicamente acom-

panhar os nossos clientes espanhóis e portugueses nas suas incursões nesses mercados.

VE - Considera que o mercado precisa de mais produtos estruturados?

PG - A conjuntura global em que se vendem produtos foi fortemente alterada com a entrada em vigor do conjunto normativo de enquadramento que protege de uma forma significativa os pequenos inves-tidores e os investidores de uma forma geral, na relação com os bancos.

Os produtos estruturados têm o seu espaço. Todos os produtos e serviços financeiros têm a ver com o perfil de risco dos clientes. Há que adequar, no “private banking”, a oferta ao perfil de risco e à idade das pessoas, ao po-sicionamento e ao portefólio global da poupança e, dentro disso, os produtos

estruturados têm o seu espaço.Eu acho que a estruturação de produtos é inesgotável,

é preciso é que sejam bem estruturados, sejam bem apre-sentados e que as pessoas, quando investem nesse tipo de soluções, saibam em que estão a investir e que riscos estão a correr.

VE - O BPP distancia-se dos restantes bancos também por não ter nenhum balcão. Isso está nos vossos horizontes?

PG - Não. Está completamente fora dos nossos ho-rizontes ter balcões. Nós não queremos ser um banco comercial, não queremos fazer nenhum tipo de serviço de banco comercial – nomeadamente, nem de crédito, nem cartões de crédito, nem cheques – porque nós te-mos em Portugal uma banca extremamente eficiente, que corresponde às necessidades dos consumidores e ao nível do melhor que se faz no mundo. Temos uma banca comercial que sofreu um processo de grande mudança e de abertura à iniciativa privada – que demorou algu-mas décadas a fazê-lo depois do 25 de Abril – mas que correu extremamente bem, temos um sector bancário muito eficiente e por isso nós não iríamos acrescentar valor e íamos desconcentrar energia em relação ao nosso “core business”.

MARIANA [email protected]

O Brasil do século XXI é muito diferente do Brasil do século XX

A única coisaque Portugaltem em comum com o Brasilé a língua

quinta-feira, 20 Março de 2008 41MERCADOS

“O Brasil tem neste momento um contexto macroeconómico extremamente favorável.”

Page 42: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

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EUR

USD

Encontramo-nos numa crise séria e está a ser feita História. É impossí-vel determinar quais serão as conse-quências a enfrentar no curto e lon-

go prazo, mas nada mais será como dantes no sistema f inance i ro. Estas semanas serão recorda-das por lon-gos anos e es-tamos a viver um “marco”

mais importante do que a crise do LTCM, o “default” da Rússia, a crise asiática, entre outras.

No mercado cambial o dólar

continua a perder terreno, colap-sando face ao iene (uma perda de cerca de 12% desde o início do mês!). Da manhã de segunda-feira valerá a pena reter as palavras de Jim Rogers à Bloomberg — Ro-gers foi co-fundador, com George Soros do famoso Quantum Fund. “Temos de sentir pena do Secre-tário de Estado Paulson, quando diz que os EUA desejam um dólar forte, já nem deveriam perder tem-po a dar essa notícia. A FED está a desistir do dólar, aliás estão mesmo a tentar a atirar a moeda pela janela fora. Com Ben Bernanke, não se sabe até onde o dólar pode ir, es-tamos perante um buraco negro no mundo financeiro. Não sei como

é que Bernanke tem a audácia de gastar mais de 200 mil milhões do dinheiro dos contribuintes para ajudar alguns amigos em Wall Stre-et, Quem lhe deu a autoridade de destruir a nossa moeda e a nossa economia?”.

O mercado está assustado com a situação no sistema financeiro ame-ricano e a decisão da FED de cor-tar, no domingo, as taxas de juro de emergência apenas contribuiu para aumentar as preocupações. Com a Bear Sterns a ser comprada por $2 por acção quando três dias antes va-lia $60 fica a sensação que os ban-cos poderão estar sobreavaliados e, mais grave do que isso, que correm o risco de caírem em cascata.

Até agora os bancos centrais, nos EUA e Reino Unido, têm ampara-do as quedas das maiores institui-ções. Foi assim com o Northern Bank e volta a acontecer com a Bear Sterns, mas até onde poderão intervir se mais instituições come-çarem a falhar? Os recursos dos bancos centrais não são ilimitados. Por exemplo, os analistas de crédito do BNP Paribas estão preocupados com a capacidade de a FED conti-nuar a assumir os actuais compro-missos de cedência de fundos, so-bretudo ao aceitar como colateral activos cada vez mais “duvidosos”. Recordam que o activo do banco não é ilimitado e estima-se que a FED “apenas” possa introduzir no

mercado 850 mil milhões de dóla-res – e só nos últimos dias já injec-tou mais de 200 mil milhões...

Até agora os mercados emergen-tes e as “commodities” têm sido uma espécie de “oásis” nesta crise. No caso das matérias-primas, têm até beneficiado por serem uma al-ternativa de investimento. Mas a situação pode começar a mudar. À medida que os investidores mun-diais começam a recear que a crise financeira se transforme em crise económica e com a crescente pre-ferência por liquidez, as posições nestes mercados poderão ser liqui-dadas e muito rapidamente...

ANÁLISE DE MERCADOS PRODUZIDAA 18-MAR-2008

FILIPE GARCIA

[email protected]

Eur/Usd continua com força

Mercado Monetário Interbancário

Mercado Cambial

YIELD CURVE EURO E DÓLAR EURIBOR - 3M, 6M E 1 ANO YIELD 10 ANOS EURO “BENCHMARK”

EUR/USDCom a quebra em alta de 1,50, o

padrão de consolidação triangular que já durava há alguns meses foi quebrado no Eur/Usd, pelo que o cenário de médio longo prazo do euro continua a apontar valores mais altos, com o Eur/Usd a cotar quase diariamente em novos má-ximos de sempre. Tecnicamente, a

projecção de alta que resulta da que-bra do triângulo apontava para uma subida até valores muito perto de 1,60 dólares, que de resto já foram alcançados.

Apesar de o objectivo técnico já ter sido atingido, nada impede que o Eur/Usd não continue a desenvolver a tendência de alta, pelo contrário.

No sentido descendente, apenas a

quebra em baixa de 1,50 colocaria em causa o cenário de alta do Eur/Usd de curto prazo.

EUR/JPYSemana de grande volatilidade

no iene, com a moeda japonesa a registar uma valorização ampla e rápida. Em menos de uma semana o Eur/Jpy passou de 159 para 152 ienes, descendo quase sem correc-ções.

Há no entanto que realçar o facto de o suporte nos 152 ienes ter conseguido aguentar a pressão vendedora, pelo menos para já. O contexto de médio prazo do “cross” continua bastante indefinido.

Há suporte nos 152 ienes e re-sistências nos 159,60, 161,50 e 162,30 ienes.

EUR/GBPO “cross” continua a registar no-

vos máximos semana após semana, evidenciando a debilidade da libra.

ANÁLISE TÉCNICA - PSI-20 - XETRA DAX

PSI-20

EUR/USD 1.5771 1.90% 3.98% 7.13%

EUR/JPY 154.42 -2.54% -2.28% -6.37%

EUR/GBP 0.7817 1.97% 2.16% 6.59%

EUR/CHF 1.5610 -1.31% -1.73% -5.66%

EUR/NOK 8.0675 2.24% 1.94% 1.38%

EUR/SEK 9.4550 0.61% 0.64% 0.14%

EUR/DKK 7.4595 0.05% 0.11% 0.02%

EUR/PLN 3.5297 -0.21% -0.02% -1.78%

EUR/AUD 1.6974 1.92% 4.61% 1.29%

EUR/NZD 1.9509 1.22% 3.47% 2.55%

EUR/CAD 1.5674 2.43% 5.23% 8.48%

EUR/ZAR 12.6424 4.40% 7.77% 26.05%

EUR/BRL 2.6861 2.72% 5.35% 3.46%

Taxas MIMIT/N 4,101 W 4,142 W 4,181 M 4,262 M 4,353 M 4,616 M 4,559 M 4,541 Y 4,54

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS

Minium Bid* 4,00%BCE Lending Facility* 5,00% Deposity Facility* 3,00%

*desde 26 Junho 2007

EUA FED Funds 3,00%R.Unido Repo BoE 5,25%Suíça Target Libor 3M 2,75%Japão Repo BoJ 0,50%

EURO FRA’SForward Rate AgreementsTipo* Bid Ask1X4 4,489 4,509 3X6 4,214 4,234 1X7 4,400 4,420 3X9 4,070 4,100 6X12 3.805 3.835 12x24 3.670 3.690*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6MPrazo Bid Ask2Y 4,030 4,050 3Y 3.956 3.976 5Y 4,028 4,044 8Y 4,221 4,241 10Y 4,348 4,368 20Y 4,642 4,662 30Y 4,603 4,643

Evolução euribor (em basis points) 18.Mar.08 23.Ago.07 13.Set.07

1M 4,337% 4,455% ▼ -0.118 4,431% ▼ -0.0943M 4,659% 4,736% ▼ -0.077 4,732% ▼ -0.0731Y 4,648% 4,803% ▼ -0.154 4,705% ▼ -0.053

LEILÕES BCE Last Tender Minium Bid 4,00%Marginal Rate 4,16%

A quebra 0,7680/90 foi, como se esperava, um evento técnico bas-tante negativo para a moeda. A li-bra encontrou suporte nos 0,7905

(resistência do Eur/Gbp) nível ago-ra a vigiar. Suporte do “cross” na resistência anterior — 0,7680/90 libras por euro.

EUR/USD

Daily EUR=

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GIL ARAÚ[email protected]

O índice dava indicações de estar tec-nicamente debilitado e acabou mesmo por quebrar os mínimos do ano.

A quebra foi clara e impulsiva, com o PSI-20 a voltar a valores abaixo de 10 000 pontos, o que já não sucedia desde meados de 2006. No curto prazo o índi-ce encontrou suporte nos 9800 pontos, tendo um “gap” em aberto entre os 9949 e 10 138 pontos, que convém observar.

A primeira resistência importante de curto prazo situa-se nos 10 400 pontos, com 10 700 e 10 950 pontos a seguir. Com a quebra dos mínimos do ano o PSI-20 reforça a tendência negativa de longo prazo e abre caminho a perdas adicionais.

XETRA DAXO suporte nos 6385/6400 pontos foi

quebrado de forma clara, o que significa uma deterioração importante do outlook técnico de médio prazo. Como já tínha-mos referido, no caso de serem perdidos os mínimos do ano, o próximo suporte aparece apenas nos 6200 pontos.

Tendo em conta as correcções de fibo-nacci, os objectivos do DAX de médio prazo são então os 5850 e 5150 pontos.

Para amenizar a pressão vendedora, o DAX terá que voltar a registar os 6400 pontos o mais rapidamente possível, para depois encarar outras resistências como os e 6650 e 6800 pontos

FIXING Variação Variação Variação 17.Mar./06 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)

quinta-feira, 20 Março de 2008MERCADOS42

A maior crise financeira desde a Segunda Grande Guerra

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16-Aug 15-Sep 15-Oct 14-Nov

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Page 43: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

As acções da construtora Teixeira Duarte dispararam fortemente nas últimas ses-sões. O que está na base desse compor-tamento?Fundamentalmente, o anúncio da constru-tora de que vai iniciar a exploração e a pros-pecção de petróleo no Brasil, através da sua participada EMPA, depois de esta última ter subscrito um aumento de capital da Alvo-rada Petróleo, passando a deter 33,3% do capital desta. A Alvorada Petróleo explora já três campos de petróleo “on-shore” no Recôncavo Baiano, relativamente aos quais prevê, para 2008, uma produção anual de 52 mil barris.Decorrente desta notícia, os analistas de mercado acreditam que ela é potencial-mente positiva, dada “a monetarização esperada das reservas” (BPI “dixit”), no entanto, é considerado pelos mesmos ana-listas que se levantam questões em relação à orientação estratégica do grupo. Mas em conclusão tudo indica que o potencial das reservas e as probabilidades de produção podem trazer alguma visibilidade à avalia-ção deste novo negócio da Teixeira Duarte. Para já, está a trazer resultados positivos ao comportamento bolsista da acção Teixeira Duarte.

Mas, antes deste anúncio petrolífero, as acções da Teixeira Duarte já se encontra-vam a viver uma movida de valorização.De facto, as acções da Teixeira Duarte rea-giram em forte alta ao anúncio de entrada no índice principal, o PSI-20, com os títu-los da construtora a valorizarem-se mais de 10%, com os investidores a perspectivarem maior visibilidade para o título.A Teixeira Duarte reforçou, assim, a presen-ça das construtoras no índice principal da praça lisboeta (as três construtoras actuais – Teixeira Duarte, Mota-Engil e Soares da Costa – representam 2,25% da Bolsa na-cional), substituindo a Impresa no principal escalão do mercado português, uma saída

que veio encerrar um ciclo de presença de títulos de “media” no PSI-20, à semelhan-ça do que aconteceu com as tecnológicas.

A acção Teixeira Duarte dá, assim, mostras de força?Importa não embandeirar em arco. Note-se que a construtora liderada por Pedro Teixei-ra Duarte é uma das cotadas portuguesas que mais vezes entrou e saiu do índice prin-cipal, desde o início da década. Por outro lado, a Teixeira Duarte que tem na construção a sua principal actividade, continua a ter nas participações financei-ras que detém mais de metade do valor dos activos da empresa. Isto porque a constru-tora controla 22,5% da Cimpor e 4,76% do capital do BCP. Ou seja, a Teixeira Duarte “per se” vale ainda menos de mil milhões de euros, ou seja, cerca de 32% menos que

a soma das participações accionistas que tem na maior cimenteira portuguesa (cerca de mil milhões) e no maior banco privado português.

Deste modo não surpreende que os ana-listas que acompanham a Teixeira Duarte muitas vezes destaquem mais as participa-ções financeiras do que o sector da cons-trução para justificar a evolução futura da acção.Aliás, o momento actual que a acção vive contradiz essa realidade permanente, uma vez que estas últimas valorizações radicam directamente na realidade da empresa … ainda que não na sua actividade fundamen-tal. Mas classicamente as recomendações de “compra” que os títulos da Teixeira Du-arte tem recebido, foram justificadas qua-se sempre pela valorização das acções da Cimpor e do BCP, seguindo o racional que um investimento na Teixeira Duarte tam-bém oferece uma oportunidade para ganhar exposição à Cimpor e ao BCP com um des-conto face aos preços de mercado. Acresce que o peso das participações é tão significativo que acabam por influir positi-vamente a análise dos fundamentais da em-presa, uma vez que o seu valor de merca-do “colateraliza” a totalidade da dívida da Teixeira Duarte. Claro está que os analistas também ao longo dos meses têm vindo a ressalvar as acções da Teixeira Duarte para além da possibilidade que estas permitem de arbitragem com acções da Cimpor e BCP. Para além das participações financei-ras, destaca-se como outros catalisadores para os títulos a esperada recuperação da economia portuguesa e novos contratos de construção.

MARTIM PORTO

CONSULTÓRIO FINANCEIRO

Teixeira Duarte ganha nova vida com o PSI-20 e o petróleo

As valorizações dos títulos da Teixeira Duarte têm-se fundeado quase sempre na valoriza-ção das acções da Cimpor e do BCP, seguindo o racional que um investimento na Teixeira Duarte também oferece uma oportunidade para ganhar exposição à Cimpor e ao BCP com um desconto face aos preços de mer-

cado. Isto porque a construtora controla a cimenteira e é um dos maiores accionistas individuais do banco. Todavia, desta feita, a acção está a valorizar-se à luz de duas realidades endógenas: a rein-tegração no PSI-20 e o início da exploração de petróleo no Brasil.

17/12/07 17/3/081.2

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ENTRADA NO PSI-20 (PELA ENÉSIMA VEZ) DÁ EMPURRÃO ÀS ACÇÕES

quinta-feira, 20 Março de 2008 43MERCADOS

Montepio “oferece” seguro

automóvelO Montepio lançou um produto dife-

rente no âmbito da conta ordenado. Os clientes beneficiam da oferta do prémio anual do seguro automóvel. O cliente deverá estar enquadrado numa de duas ofertas disponíveis: Oferta Top ou Oferta Standard.

No primeiro caso, o cliente deverá domi-ciliar o seu ordenado, num valor a partir de mil euros, e, no segundo, o ordenado de-verá ser igual ou superior a 500 euros. Nas duas ofertas, terá que activar três domici-liações de pagamentos ou débitos directos, ser titular de cartão de débito e de crédito e ter activo o serviço de banca à distância. O

cliente deverá ainda ser membro da Asso-ciação Mutualista e, tratando-se da Oferta Top, ter um plano periódico num valor a partir de 25 euros.

Com esta última oferta, o Montepio dis-ponibiliza, no primeiro ano, a totalidade do prémio anual de seguro automóvel e no segundo e terceiros anos 50% do mesmo, até ao máximo de 200 euros no primeiro ano e 100 nos segundo e terceiro. Na Ofer-ta Standard, são oferecidos 50% do prémio anual e no segundo e terceiro 20%, até ao máximo de 100% no primeiro ano e de 40% no segundo e terceiro anos.

GoBulling quer reforçar posição na corretagem

onlineA corretora GoBulling promove, a 4 de

Abril, um dia sem custos para quem ne-gociar nos mercados financeiros mundiais de acções. Trata-se da celebração do seu primeiro aniversário a operar no mercado nacional e é uma forma de levar a que as pessoas recorram à plataforma de negocia-ção e testarem as respectivas mais-valias.

A campanha tem a designação de Go-Borla! E também pretende presentear os seus clientes. De notar que a empresa já recebeu alguns prémios internacionais pela qualidade da sua plataforma de negociação. “Queremos continuar a crescer fortemente no megócio online e aumentar o volume intermediado em todos os segmentos de mercado, cativando os investidores através da garantia de um serviço profissional de acompanhamento”, de acordo com Tiago Fleming, director de marketing da LJ Car-regosa, que detém a GoBulling.

No ano passado, a LJ Carregosa refor-çou a sua quora para 36,5% no mercado de futuros, tendo negociado mais de 1,2 milhões de contratos. O crescimento foi superior a 590% no mercado online de ac-ções. Os contratos representaram cerca de 50,2 milhões de euros.Fonte: Relatório e Contas da Teixeira Duarte

UMA CONSTRUTORA COM UMA DIVERSIFICAÇÃO DIFERENTE

Disponibilização gratuita no primeiro ano do seguro

Page 44: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

As quedas dos índices bolsistas es-tão imparáveis e todas as notícias têm servido os investidores para

desfazerem posições, incluindo a venda de activos ligados às matérias-primas. A recente compra da Bear Stearns pela JP Morgan a preço de saldo, ou seja, 90% abaixo do valor que tinha na semana an-terior ao negócio, despoletou uma nova “onda” de medo. A opção foi um “sell-off ”, para a obtenção de liquidez.

No mercado internacional, o comentá-rio que se tem ouvido é de que os bancos americanos estarão a fazer um esforço para colocarem fora do balanço todas as situações problemáticas até final deste trimestre, que corresponde ao final do ano fiscal. Se assim for, é expectável uma recuperação a partir de Abril, embora ninguém possa antecipar até onde pode

ir a crise de liquidez. Há novos rumores, desta vez a envolver a Lehman Brothers e mesmo o maior banco europeu, a UBS, que anunciou venda de activos e despedi-mento de quadros.

A FED, o BCE e o Banco de Inglaterra têm juntado esforços no sentido de suprir o mercado com liquidez, cedendo volu-mosas quantias de fundos. A FED desceu, inclusivamente, a taxa para cedência de fundos, enquanto se espera uma descida histórica da taxa de referência das taxas de juros dos actuais 3% para 2,25%. À hora de fecho desta crónica ainda não era conhecida a decisão da FED. Na Europa, a situação é mais crítica, com o BCE a ter de manter a taxa de juro para evitar que a inflação recorde que se regista ac-tualmente devido ao aumento do custo das matérias-primas, caso do petróleo e

dos cereais, não sofreu novo agravamento com o estímulo do consumo interno.

Os mercados internacionais ficaram objectivamente preocupados com a re-cessão nos EUA, a quebra do crescimen-to da Europa e o receio da contaminação desta situação a economias de mercados emergentes e venderem “commodities”, provocando a queda do barril de petró-leo. Mesmo assim, mantém-se em níveis assustadoramente elevados, bem acima dos 100 dólares o barril.

No mercado português, a Euronext Lis-bon não resistiu à onda de choque e o PSI 20 quebrou a barreira dos 10 mil pontos no início da semana. A banca tem sido particularmente penalizada e os analistas questionam-se sobre o desconto a aplicar nos aumentos de capital do Millennium bcp e do BPI. Mesmo assim, é esperada

uma quebra acentuada nos resultados dos bancos, sobretudo daqueles cujo lucro está essencialmente dependente do mer-cado doméstico.

A Galp foi alvo de um “sell-off ” e daí a queda abrupta no início da semana, embora continue a ser considerado um título-refúgio, enquanto a PT sofreu com uma recomendação da JP Morgan, que reduziu o “target” do anterior 8,8 euros por acção para 6,9 euros por acção, devi-do ao facto de o efeito relacionado com a compra de acções próprias da companhia se esgotar em Junho. Este foi um título bastante penalizado. Também a EDP tem sido prejudicada pelos rumores de aumen-to de capital, embora tudo indique que a companhia não necessitará de recorrer ao mercado, estando bem posicionada para aproveitar a alta do mercado energético.

Medo “invade” mercados financeiros

VÍTOR [email protected]

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Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora ActALTRI SGPS 4.29 -5.82% 7.41 3.45 0.28 0.39 15.14 11.07 1.17% 1.54% 18-03-2008 16:36:18BANIF-SGPS 2.77 -3.48% 6.75 2.62 0.45 0.53 6.14 5.19 4.33% 6.51% 18-03-2008 16:35:00B. COM. PORT. 1.80 -1.10% 4.30 1.68 0.19 0.20 9.60 8.98 4.74% 4.75% 18-03-2008 16:37:09B.ESP. SANTO 10.98 -4.94% 17.98 10.62 1.22 1.40 8.98 7.84 3.64% 5.00% 18-03-2008 16:35:55B. POP. ESP. 10.96 2.14% 16.04 6.72 1.14 1.21 9.66 9.07 3.19% 4.98% 18-03-2008 15:54:06BANCO BPI 3.25 -2.99% 6.96 3.00 0.48 0.54 6.80 6.02 5.75% 6.10% 18-03-2008 16:39:48BRISA 9.06 -6.11% 10.46 8.94 0.33 0.37 27.79 24.42 3.09% 3.42% 18-03-2008 16:35:02CIMPOR,SGPS 5.30 -3.02% 7.72 4.75 0.43 0.47 12.26 11.36 4.06% 4.31% 18-03-2008 16:36:17COFINA,SGPS 1.27 -5.22% 2.07 1.20 0.10 0.11 12.96 12.10 2.76% 2.63% 18-03-2008 16:35:00CORT. AMORIM 1.52 -0.65% 2.19 1.28 0.17 0.20 8.94 7.60 3.62% 3.62% 18-03-2008 16:35:00EDP 3.70 -3.65% 5.00 3.54 0.26 0.29 14.07 12.94 2.97% 3.57% 18-03-2008 16:35:02MOTA ENGIL 4.39 -0.23% 8.35 3.53 0.24 0.25 18.52 17.56 2.51% 2.90% 18-03-2008 16:35:16FINIBANCO 2.83 -0.70% 5.10 2.74 -- -- -- -- 2.65% -- 18-03-2008 16:13:54GALP ENERGIA 14.61 -6.11% 19.50 7.07 0.65 0.68 22.48 21.52 1.04% 2.42% 18-03-2008 16:35:01IMPRESA,SGPS 1.47 -3.92% 3.23 1.29 0.15 0.18 9.93 8.31 0.00% 0.57% 18-03-2008 16:35:11J. MARTINS 4.70 6.34% 5.73 3.71 0.22 0.27 20.98 17.22 2.04% 2.21% 18-03-2008 16:39:16MARTIFER 8.00 -5.66% 12.00 5.40 0.13 0.18 62.50 43.72 0.00% 0.00% 18-03-2008 16:35:00NOVABASE 3.10 -1.59% 5.28 2.01 0.25 0.33 12.35 9.39 0.00% 0.00% 18-03-2008 16:35:01PARAREDE 0.17 -5.56% 0.26 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 18-03-2008 16:35:01P. TELECOM 7.25 -8.23% 9.67 6.94 0.62 0.70 11.71 10.36 7.93% 7.96% 18-03-2008 16:39:33PORTUCEL 2.10 -0.47% 3.18 1.63 0.20 0.18 10.55 12.00 3.33% 4.50% 18-03-2008 16:35:02REDES E. NAC. 3.39 -1.74% 4.08 2.75 0.21 0.23 16.14 14.55 0.00% 3.39% 18-03-2008 16:35:16SAG GEST 2.01 5.79% 3.10 1.67 0.17 0.20 12.18 10.05 1.56% 5.22% 18-03-2008 16:35:00S. COSTA 1.43 -2.72% 2.89 0.85 0.10 0.11 14.30 13.62 0.00% -- 18-03-2008 16:36:46SEMAPA 7.67 -2.54% 13.70 7.31 1.08 1.14 7.08 6.73 3.00% 3.13% 18-03-2008 16:37:34SONAECOM 2.15 -3.59% 5.24 2.07 0.05 0.10 44.79 21.08 0.00% 0.48% 18-03-2008 16:35:01SONAE,SGPS 1.20 -4.00% 1.98 1.05 0.08 0.09 15.19 13.48 2.50% 3.04% 18-03-2008 16:36:12SONAE IND. 4.30 -4.02% 11.04 4.14 0.58 0.77 7.36 5.58 0.00% 3.21% 18-03-2008 16:35:02TEIX. DUARTE 1.32 -1.49% 4.23 1.10 0.37 0.35 3.57 3.83 1.29% 1.89% 18-03-2008 16:35:01Z. MULTIMEDIA 7.32 -2.92% 12.74 6.76 0.32 0.39 23.17 18.82 2.73% 3.59% 18-03-2008 16:35:01

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUSTítulo Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora ActB.POPULAR 11 2.61% 16.07 8.51 1.14 1.21 9.69 9.10 3.17% 4.96% 18-03-2008 16:36:08INDITEX 33.12 0.30% 53.90 31.00 1.98 2.26 16.77 14.66 2.55% 3.57% 18-03-2008 16:36:08REPSOL YPF 22.35 2.57% 30.59 18.27 2.42 2.41 9.24 9.26 3.85% 4.77% 18-03-2008 16:36:08TELEFONICA 18.32 -0.97% 23.48 15.79 1.62 1.86 11.32 9.86 4.09% 5.46% 18-03-2008 16:36:08FRA. TELECOM 21.5 -1.10% 27.33 19.13 1.99 2.13 10.81 10.08 6.05% 6.34% 18-03-2008 16:35:52LVMH 65.04 -1.62% 89.36 61.95 4.71 5.18 13.81 12.55 2.46% 2.71% 18-03-2008 16:37:08BAYER AG O.N. 49.6 5.53% 66.45 44.11 3.76 4.34 13.20 11.43 2.72% 2.75% 18-03-2008 16:35:21DEUTSCHE BK 69.91 -1.62% 118.51 64.62 9.79 10.83 7.15 6.46 6.43% 6.47% 18-03-2008 16:35:23DT. TELEKOM 11.38 -5.95% 15.87 11.01 0.77 0.88 14.76 12.93 6.85% 6.95% 18-03-2008 16:35:02VOLKSWAGEN 175.9 13.84% 199.70 103.95 12.00 13.70 14.62 12.81 1.02% 1.15% 18-03-2008 16:35:14ING GROEP 21.35 -0.09% 34.74 18.77 3.51 3.72 6.08 5.74 6.93% 7.18% 18-03-2008 16:39:34

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

quinta-feira, 20 Março de 2008MERCADOS44

Page 45: “Vamos aumentar o investimento no BCP” · 2012. 12. 30. · Algo que pode ser feito de várias formas. Esta empresa de formação fala de cursos, de acon-selhamento individual,

Adianta o administrador Rodrigo Silva em entrevista

Grupo MFS cresceu 8,6% no ano passado

Vida Económica - O grupo MFS é concessionário de seis marcas: Mazda, Mitsubishi, Saab, Suzuki e Hyundai. Esta última é a mais recente, des-de Maio de 2006. Que balanço faz?

Rodrigo Silva - Estamos muito contentes com a Hyundai. É uma das marcas que, acreditamos, será um dos pilares do crescimento do grupo nos próximos anos. O gru-po Hyundai é já o quinto constru-tor mundial e está num ciclo de produto muito favorável, o Santa Fé, o i30 e, ainda este ano, o i30 Cross Wagon, o i10 e a nova Sta-rex. Aliás, olhamos para a Hyundai como a marca em que, em termos do grupo MFS, temos de canalizar mais investimento. De resto, temos realizado bastantes exposições para ir de encontro ao cliente e estamos a desenvolver um espaço de exposi-ção para a multimarca no centro da Maia, que deverá ficar pronto no fim deste ano e no qual a Hyundai também estará presente.

VE - Qual foi a evolução em termos de unidades vendidas da marca coreana no ano pas-sado?

RS - No ano passado vendemos cerca de 100 unidades Hyundai. Em 2008, temos como objectivo crescer cerca de 20%, mas gosta-ríamos de ultrapassar essa meta e vender 150 carros. Seria um bom número para o segundo ano in-teiro com a marca.

VE - Nas restantes marcas representadas pelo grupo como estão as coisas?

RS - Em termos de volume, vendemos cerca de mil automó-veis novos e, em termos financei-ros, subimos em 2007 quase dois milhões de euros face a 2006, para um volume total próximo dos 25 milhões de euros.

VE - Que importância assume o grupo MFS nas várias marcas representadas?

RS - Em todas as marcas que representamos temos como ob-jectivo estar no “top” dez nacional e temos conseguido com todas. Aliás, em algumas até estamos no “top” cinco.

VE - Como perspectiva 2008?RS - O mercado é muito incer-

to, pelo que não é fácil fazer pre-visões. O ciclo de produto que as marcas que representamos é posi-tivo. Na Mitsubishi, o novo Lan-cer já foi lançado, e vai receber outra carroçaria; a Hyundai está, como já disse, com um ciclo fa-vorável; na Mazda, o 2 vai receber uma nova carroçaria e num novo motor, acaba de lançar o novo 6 e o CX-7 tem o diesel; a Suzuki tem, por exemplo, o Splash; e a Saab tem a gama 9-3 renovada. Portanto, estamos esperançados em ter um 2008 positivo e subir sempre na casa percentual dos dois dígitos, tanto em termos de venda de automóveis como de peças, acessórios e serviços.

VE - Aumentar o leque de marcas representadas é uma possibilidade?

RS - O nosso objectivo é au-

mentar os produtos que temos para oferecer aos nossos clientes. Se as nossas marcas nos derem hipótese de cobrir vários segmen-tos e várias ofertas no mesmo segmento, não teremos necessi-dades de mais marcas. Agora, se nos surgir a oportunidade de re-presentar uma marca que encaixe no portefólio de produtos, vamos considerá-la.

VE - Em que plano estão as restantes empresas do grupo MFS?

RS - Em 2003, definimos um plano estratégico até 2010, o qual vamos trabalhando. Esse plano passa por consolidar a área au-tomóvel, mas, por outro lado procurar novos negócios, ou seja, conseguir um equilíbrio entre ne-gócios maduros – como é o caso do automóvel, que trabalhamos há quase 40 anos – e negócios novos. Nesse sentido, temos uma

“rent-a-car” e, mais tarde, cria-mos uma área de negócio de ser-viços que tem três empresas. Uma de serviços empresariais, que, no fundo, é um “back office” que assegura a gestão de recursos hu-manos, financeiro, contabilidade e administração de todas as em-presas do grupo. Outra é a Segu-ropa, uma mediadora de seguros, que tem crescido bastante e que conta com uma equipa muito profissional. Além disso, há a Box Type, uma agência de design e de comunicação que era proprieda-de de dois dos sócios do grupo e que, recentemente, foi integrada no grupo. Há ainda a Box Arte, uma papelaria técnica, virada para a arquitectura e pintura. Por último, uma empresa de imobi-liário que é proprietária de parte dos imóveis que o grupo utiliza, mas que também arrenda e vende imóveis a terceiros.

AQUILES [email protected]

Investimento de 500 mil em Vila do Conde

Vida Económica - Quais as ex-pectativas deste novo espaço do grupo, que tem 400 m2 e resulta de um investimento de perto de 500 mil euros?Rodrigo Silva - Nós estamos em Vila do Conde e na Póvoa de Varzim há mais de uma dú-zia de anos. Faltava-nos um espaço deste género, mas isso depende muito das oportunida-des em termos imobiliário e o grupo comprou este espaço há quase três anos e ficou pronto há cerca de seis meses. Aqui conseguimos expor a Suzuki, a Mitsubishi e a Mazda. Portan-to, já tínhamos exposição Mit-subishi, já tínhamos um stand, com reparador autorizado da Ford, na zona industrial, e já tivemos um espaço para a Ro-ver até esta acabar em 2005. E este espaço é visível e tem um espaço agradável e com muita escolha em termos de produto.

VE - Um pouco na linha daquilo que são as novas tendência do retalho automóvel…RS - Pretendemos ser reconhe-cidos no mercado como espe-cialistas em automóveis, mais do que na marca A, B ou C ou de ter 40 anos de Rover. É um risco grande para uma empresa estar muito associada a uma marca, porque está com esta marca para o bem e para o mal, além de conseguir oferecer ao cliente um número de soluções reduzido. O nosso objectivo é ter pelo menos dois modelos em que cada segmento, no sentido de dar escolha ao nosso cliente. Não queremos as ter as marcas todas do mercado, mas queremos o número suficiente para oferecer as várias soluções que o cliente precisa.

Vida Económica - Ainda defende que o retalho automó-vel já não oferece rentabilidades interessantes?Rodrigo Silva - Na óptica do investidor, qualquer rentabilidade abaixo do que poderia ter com esse dinheiro aplicado no banco é mau negócio. Se o banco me dá perto de 4% sem eu fazer nada e o negócio me dá abaixo disso e, mais, dá-me preo-cupações e risco, este não é um negócio atractivo. Se eu lhe perguntar se quer investir um milhão de euros e digo-lhe que lhe pago 1,3 ou, no máximo, 2%, com certeza que prefere outros investimentos. Aliás, se reparar, nos últimos anos foram poucos os novos investidores que entraram neste sector. Fo-ram basicamente os que já cá estavam que foram consolidando e ficando com mais marcas, havendo uma grande concentração do mercado. A economia funciona por ciclos e, claramente, o ciclo positivo que terminou em 2000, não volta. Agora, cabe a nós, empresários do sector conseguir melhores ren-tabilidade com as condições actuais, não podemos estar à espera que as coisas aconteçam por si, te-mos que fazer alguma coisa.

VE - 400 mil carros por ano, como em 2000, e mais margens, nunca mais?

RS - Eu não gosto de dizer nunca. Porém, é muito difícil no curto ou médio prazo. Isto porque Portu-gal tinha que dar um salto muito grande em termos económicos, em termos de bem-estar, em termos de rendimento “per capita”. É óbvio que o mercado português tem muito para crescer ainda, desde que as pessoas tenham dinheiro e capacidade de crédito para comprar automóveis, o que não acontece actu-almente. Mesmo as pessoas que têm essa capacida-de estão renitentes.

VE - A conjuntura fiscal tem influência no mercado?RS - Em termos de fiscalidade, há pontos positivos e negativos do actual cenário nacional. De positi-vo, destaco o incentivo ao abate de veículos em fim de vida, que está a funcionar bem, e a limpeza de registos de viaturas que já não circulam. Agora, a carga fiscal sobre os automóveis continua excessiva, seja no acto da compra, seja na utilização da viatu-ra. Esperemos que haja alguma coerência e estabili-dade, porque isto de andar constantemente a mudar as regras a meio do jogo é ingrato. Além de todas as incertezas naturais que qualquer negócio tem, ter mais uma proporcionada pelo Estado, é sempre negativo.

“NEGÓCIO DE BAIXAS RENTABILIDADES”

O grupo MFS, especialista em retalho automóvel, teve um 2007 de crescimento ao facturar 25 milhões de euros, mais 8,6% do que os 23 milhões registados no ano anterior. Para o presente exercício, adiantou à “Vida Económica” um dos administradores do grupo sediado na Maia, as expectativas voltam a ser animadoras. “Estamos esperançados em ter um 2008 positivo e subir sempre na casa percentual dos dois dígitos, tanto em termos de venda de automóveis como de peças, acessórios e serviços”, vaticina Rodrigo Silva, que, apesar deste optimismo, avisa que o retalho automóvel “não é um negócio atractivo”, por ter baixas rentabilidades (ver caixa).

AutomóvelRentabilidadeVida difícil

para os concessionários

Autoeuropa Andreas Hinrichs

sucede a Jörn Reimers

quinta-feira, 20 Março de 2008 45

“Se eu lhe perguntar se quer investir um milhão de euros e lhe disser que lhe pago, no máximo, 2%, com certeza que prefere outros investimentos”, afirma Rodrigo Silva.

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Civiparts renova imagem das lojas

A Civiparts renovou a ima-gem institucional e está tam-bém a fazê-la reflectir nas lo-jas, que, desde o princípio do ano, têm sido remodeladas. A empresa é, recorde-se, espe-cializada na comercialização de componentes para veículos pesados (camiões, autocarros e atrelados) e equipamentos ofi-cinais. A empresa tem instala-ções em Lisboa, Porto, Leiria, Carregado, Albergaria, Leça da Palmeira, Braga, Seixal e Por-timão bem como em Madrid, Badajoz e Luanda.

Jaguar XF apresentado no Porto

A Jaguar Automóveis apresen-tou o novo XF aos clientes do Porto. Segundo a marca, os cer-ca de 300 convidados presentes “ficaram fascinados com a bele-za, ao vivo, deste novo Jaguar” e que as expectativas era elevadas “após a divulgação das primeiras imagens deste novo desportivo de quatro portas”.

Para além do novo XF, esti-veram também em exposição o novo X-Type (“facelift” e pela primeira vez com caixa automá-tica na versão diesel), o renovado XJ e um XKR numa versão espe-cial Portfolio. O Jaguar XF já se encontra disponível para “test-drive” nas instalações do Porto da marca (situadas na zona in-dustrial da cidade), tendo já sido entregues as primeiras unidades a clientes.

Quinta edição do certame na Feira Internacional de Lisboa

Motorclássico regressa em Abril

O Motorclássico – Salão Internacional de Auto-móveis e Motociclos Clássicos vai voltar a à Feira Internacional de Lisboa de 11 a 13 de Abril, com a quinta edição do evento. Mais de 13 mil metros quadrados e uma oferta que engloba entidades co-merciais, institucionais, actividades, publicações e exposições temáticas vão estar à disposição do pú-blico em geral e dos aficionados pelos clássicos. Os bilhetes vão custar os oito euros (três euros no caso das crianças).

Segundo a organização, em 2007, os resultados superaram as expectativas e durante os três dias do evento passaram pelo salão mais de 38 mil pessoas e foram transaccionados cerca de 1,15 mi-lhões de euros. Este ano, são espe-rados cerca de 42 mil visitantes no pavilhão 3 da FIL durante os três dias do salão, para observarem de pertos os vários espaço. Entre os expositores estão stands de automóveis, motociclos e velocípedes clássicos, oficinas especializadas e fornecedores de peças, entidades institucionais, museus, clubes e associações, ralis, publicações, automobília e mi-niaturas de colecção. Tal como tem acontecido com as edições anteriores, também este ano o Mo-torclássico vai contar também com vários exposi-tores estrangeiros.

Os destaques da edição de 2008

Já estão definidos os destaques para esta edição do Salão Motorclássico. Os 70 anos do célebre modelo “Carocha” da Volkswagen serão celebrados com a exposição “Volkswagen Carocha – 70 anos, 70 au-tomóveis”, onde os visitantes poderão revisitar toda

a história de um modelo mítico fa-bricado entre 1938 e 30 de Julho de 2003, data em que o último “ca-rocha” saiu da fábrica, no México.

A Bugatti, a marca de culto da história automóvel, vai ter também um destaque especial no Motor-clássico, com uma presença ava-liada em vários milhões de euros, através dos modelos expostos. A marca de automóveis fundada por Ettore Bugatti, em 1909, vai estar representada por modelos de corri-da e por outros menos convencio-

nais, como o TYPE 52 – Baby Bugatti, propriedade do Museu do Caramulo. Um dos modelos Bugatti, o T35 (Tipo 35) é considerado o maior vencedor de corridas de todos os tempos, atribuindo-se-lhe 1850 vitórias em competições.

Haverá ainda destaque para uma exposição intitu-lada “50 cc de Sonho”, dedicada às motas clássicas com 50 cc e de carácter desportivo, cujos pormeno-res serão divulgados posteriormente.

Volkswagen Autoeuropa com novo director-geral

Andreas Hinrichs é o novo di-rector-geral da Volkswagen Au-

toeuropa. Este engenheiro de formação, que, desde Março de 2006, exercia as funções de direc-tor-geral de produção na fábrica de Palmela é o sucessor, com efei-tos imediatos, de Jörn Reimers, “que decidiu abandonar o lugar de director-geral da Volkswagen Autoeuropa”, segundo um comu-nicado da empresa.

Vai ser sob a liderança de An-dreas Hinrichs que a fábrica do distrito de Setúbal vai prosseguir com o programa de investimentos em curso com vista ao lançamen-to do Volkswagen Scirocco – re-centemente apresentado no Salão de Genebra, na Suíça – e à prepa-ração da fábrica para a produção de outros novos modelos para as marcas do grupo de origem ale-mã.

Norauto festeja aniversário com descontos

A Norauto está a celebrar 11 anos em Portugal. Para come-morar a data, tem em curso em todos os seus centros automóveis uma campanha de descontos. Até ao final de Março, os clientes dos nove centros nacionais da empre-sa francesa poderão beneficiar de descontos de 50% nos produtos em promoção, dispostos por vá-rias categorias, desde transporte e multimédia, passando pela ma-

nutenção. Destaque para os pro-dutos de manutenção da marca Norauto: na compra de três pneus Norauto Prevensys, a Norauto oferece o quarto e, na compra de amortecedores da marca Norauto, os clientes beneficiam de um des-conto de 50%.

“É com muito orgulho que a Norauto comemora 11 anos em Portugal. Como o nosso sucesso só é possível devido ao apoio dos nossos clientes, quisemos celebrar com eles esta data tão importante, através de um mês de promoções em todos os centros automóveis e em vários produtos”, afirma a res-ponsável de comunicação da No-rauto Portugal, Marta Ferreira,

quinta-feira, 20 Março de 2008AUTOMÓVEL46

FORD FIESTA CHEGA NO FIM

DO ANO

Na edição anterior, a “Vida Económica” referiu, no arti-go sobre o Salão de Genebra, que o novo Ford Fiesta vai ser lançado em 2010. Essa infor-mação está, porém, errada, já que a nova geração do utilitá-rio da marca vai ser lançada nos mercados europeus, entre os quais o português, no últi-mo trimestre de 2008. Aos lei-tores e à Ford, o nosso pedido de desculpas.

CORRECÇÃO

Concurso Segurança Para Todos da Renault em oitava edição

A Renault tem em curso a oitava edição do con-curso Segurança Para Todos (SPT). Este ano, a mar-ca francesa propõe aos alunos que reflictam sobre os comportamentos correctos a adoptar e que ela-borem um cartaz sobre o tema: “O meu papel na Segurança Rodoviária”. O objectivo do trabalho é incentivar os alunos a desenvolverem propostas que contribuam para a melhoria efectiva da segurança rodoviária através da adopção de comportamentos correctos. Para ajudar na sua elaboração, o SPT en-viou já para todas as escolas do 1º Ciclo os materiais do concurso, compostos por um cartaz e folheto de apresentação, com pistas pedagógicas para um me-lhor desenvolvimento do trabalho.

Com data de participação até 18 de Abril deste ano, o concurso está aberto a todas as escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico do país (continente e ilhas) e dentro de cada escola, a todas as turmas. O traba-lho deverá ser enviado em formato A3, composto

de texto e imagem, cujo conteúdo seja uma propos-ta para a melhoria efectiva da segurança rodoviária através da adopção de comportamentos correctos por parte das crianças (mais informações em www.renault-seguranca-para-todos.com-pt).

O trabalho vencedor será escolhido em Maio próximo por um júri composto por elementos das seguintes entidades: Ministério da Administração Interna; Renault Portugal, Associação para a Promo-ção da Segurança Infantil, Associação Automóvel de Portugal e Projecto Escola Segura. A turma vence-dora, acompanhada pelo professor responsável, terá como prémio uma viagem de três dias à Disneyland Paris, de 13 a 15 de Junho de 2008, onde irá parti-cipar no Encontro Internacional Segurança Para To-dos e onde, para além de encontrarem muita anima-ção, as crianças terão oportunidade de partilhar as suas ideias sobre segurança rodoviária com as turmas vencedoras dos outros países participantes.

Em 2007 passaram pelo salão mais de 38 mil pessoas e foram transaccionados 1,15 milhões de euros

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A Sonae Distribuição tem como objectivo abrir cerca de 100 lo-

jas todos os anos. A par do crescimento orgâni-co, a empresa liderada por Nuno Jordão quer impulsionar o processo de internacionalização, sobretudo em Espanha.

A abertura de lojas a um ritmo elevado é, para aquele responável prova evidente da ne-cessidade de o grupo crescer em termos orgânicos. Entretanto, para este ano está prevista a abertura de quatro lojas

Sportzone em Espanha, duas das quais ainda no primeiro se-mestre, em Madrid e na Galiza. Também a Wor-ten pretende entrar em Espanha. Todavia, Jor-dão admite que a marca chegue ao país vizinho com formatos diferentes. O grupo está sobretudo centrado nos formatos do retalho especializado, mas não coloca de parte a possibilidade de inter-

nacionalização no segmento alimentar, dependendo das oportunidades que possam surgir.

Nº 1241 / 20 Março 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental

NOTA DE FECHO

São Paulo e a revolução portuguesa

Por um lado... Sexta-feira dou uma con-

ferência. Combino antes de almoço com o técnico de in-formática qual é o ficheiro da disquette a apresentar. Depois de almoço volto a rever tudo com ele. Antes de apresentar, volto a confirmar. Tudo claro? Tudo bem.

... Quando começo a apre-sentação reparo que o técnico informático pôs outro ficheiro. Porquê? Pensei que era igual e por isso decidi... A disciplina em Portugal é uma humilha-ção... mas ainda recentemente um político suíço dizia que a

disciplina e esforço são valores europeus...Na manhã seguinte de sábado, compro vinhos num su-

permercado. Chego à caixa e tenho a sensação de que... vou verificar e todas (todas!) as marcas tinham 1) o preço errado e 2) é claro (?) que mais caro na caixa do que na prateleira. A causa deste problema de reposição? Na meia hora que estive no supermercado e até chamar o gerente, os funcionários da secção de vinhos mantiveram-se sempre em amena e coloquial cavaqueira.

Por outro lado... 20% da população empregue no Lu-xemburgo é portuguesa e produzem em cada hora de tra-balho lá o que se produz em 2,7 horas cá. Donde, fariam o nosso trabalho e entrariam em fim-de-semana às 17 h de 3ª feira.

É por o Luxemburgo ser uma praça financeira? Mas este representa menos de 30% do PIB luxemburguês e os portugueses emigram crescentemente para a Irlanda e até

Islândia que têm 2 e 1,5 vezes a produtividade portuguesa. Ambos países marginais e não praças financeiras, peque-nos, etc. etc.

Por terceiro lado...Quando se fala com estrangeiros em Portugal, a queixa

generalizada é de falta de ética de trabalho de alguns por-tugueses. Que têm 100 a mais e 100 a menos.

A explicação é simples. Primeiro: em Portugal todos vi-vem pior (3,8 vezes) que o Luxemburgo, 2 vezes a Irlanda, 1,8 vezes a Islândia, etc. etc. porque alguns trabalham pior. E segundo: se alguns trabalham pior, é porque o sistema lhes permite. O que é isso de sistema? É 1) a lei laboral; 2) a falta de concorrência; 3) as 366 empresas com dinheiros públicos; e 4) a gestão (?) da função pública.

Donde a necessidade de uma revolução liberal. De com-pletar a liberdade política com a económica.

E ninguém que honestamente procure fazer um bom trabalho tem algo a recear. As empresas para prosperar farão tudo, tudo, para manter os bons empregados. Os competentes. Os diligentes. Aqueles que dão descanso. Que asseguram aos outros que não têm que se preocupar e que podem ficar descansados. Porque eles asseguram o controlo.

Os outros? Têm todo o direito à preguiça. Mas não têm nenhum direito ao parasitismo. Preguiçosos há-os em todo o mundo. Parasitas só nalguns países. Quando o sistema o permite.

Proteger (a minoria de) parasitas é roubar (a maioria) dos que, dia após dia, diligentemente, cumprem o seu dever de lealdade. Para com os colegas; os superiores hierárquicos; os accionistas; e os clientes. Ou seja, além de estúpido, é uma imoralidade.

O que tem isto a ver com São Paulo? Nada. A não ser que, diz-se na Bíblia, quando lhe disseram que alguns cris-tãos não queriam trabalhar por estar à espera do reino dos céus, respondeu: “Não há problema. Tudo bem. Quem não quiser trabalhar, que também não coma” (2ª epístola aos Tessalonicenses, cap. 3, p. 2).

20% da população empregue no Luxemburgo é portuguesa e produzem em cada hora de

trabalho lá o que se produz em 2,7 horas cá.

Fundimo com maior valor

de activos sob gestão

O valor dos activos ge-ridos pelos fundos de in-vestimento imobiliário as-cendiam, no mês passado, a 10 583,4 milhões de eu-ros, o que se traduziu num aumento de 0,1%, face a Janeiro. Desde o início do ano, o acréscimo foi de 1,3%, com a Fundimo a garantir o maior volume de activos sob gestão.

O valor do património imobiliário detido por es-tes fundos totalizava 11 784,8 milhões de euros, com um crescimento men-sal de 1,2% e de 1,9%, em termos anuais. Durante o mês de Fevereiro foram lançados três novos fundos, um fechado e dois especiais de investimento imobiliá-rio. Verificou-se a liquida-ção de um fundo, pelo que os fundos em actividade aumentaram para 210, no mês passado.

A Fundimo garantiu a primeira posição quanto ao maior volume de activos sob gestão, sendo de 12,5% a sua quota de mercado, seguindo-se a ESAF, com 12%, e a BPN Imofundos, desta feita com 10,7% de quota. A Urbifundo foi a sociedade gestora que mais cresceu, em termos percen-tuais.

Já em valor absoluto, o maior aumento coube à Interfundos, com 16,8 mi-lhões de euros.

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ

Mestre Drucker SchoolPhD Columbia University

Professor Catedrá[email protected]

Gasóleo profissional chega aos táxis

Os táxis vão ser integrados no sistema do gasóleo profis-sional. No entanto, as regras serão diferentes das aplicadas aos transportes de passageiros pesados.

De facto, os táxis ficam dependentes do Orçamento do Estado para o próximo ano. Os transportes pesados de passageiros terão o gasóleo profissional, em princípio, ainda durante o primeiro semestre. Como tal, a federação representativa do táxi quer o mesmo tratamento daquele dado aos outros trasportadores, tendo em conta o aumen-to continuado dos preços dos combustíveis.

De salientar que a Antram também já está a protestar, já que os transportadores de mercadorias ficaram de fora.

Sócrates promete investimento “sem precedentes” na tecnologia da educação

O primeiro-ministro prometeu um forte investimento no plano tecnológico para a educação. A garantia foi dada durante a assinatura de protocolos entre o Governo e 30 empresas tecnológicas. Não foram poupados elogios ao “sucesso dos resultados das políticas educativas nos dois últimos anos”. No próximo ano lectivo, as escolas terão um aumento da velocidade da banda larga, as salas estarão equipadas com quadros electrónicos interactivos e, a pra-zo, haverá um computador para cada dois alunos. O paga-mento de todas as despesas do aluno por via electrónica é outro dos objectivos.

Vale do Lobo duplica resultados

operacionais

O empreendimento Vale do Lobo duplicou os resultados ope-racionais, no ano passado, para 30 milhões de euros. O crescimento foi notório em todas as áreas de negócio, em termos de resulta-dos e receitas, adianta a empresa em comunicado, designadamente imobiliário, golfe e turismo. Con-sidera o grupo que foi reforçado o posicionamento no mercado dos empreendimentos turísticos de luxo da Europa. O objectivo passa agora por entrar noutros merca-dos e garantir um crescimento de 50% nos resultados operacionais, face ao ano passado.

Sonae Distribuição investe na abertura de lojas e na internacionalização

O grupo está sobretudo centrado nos formatos do retalho especializado

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