A teoria psicanalitica classica de freud

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A Teoria Psicanalítica Clássica de Freud

Aula 2

A abordagem psicanalítica

Sigmund Freud, final do século XIX, é considerado o pai do primeiro estudo formal da Personalidade. Suas formulações são tão importantes e de tão longo alcance que muitas das suas ideias e abordagem peculiar da psicoterapia continuam influentes no século XXI

Freud

Freud desenvolveu a primeira teoria sistemática da personalidade

Uma das suposições centrais de Freud era o determinismo psíquico, segundo o qual todos os comportamentos ocorrem por alguma razão.

Discípulos: Jung propôs que os determinantes inconscientes

do comportamento tinham uma origem ancestral e não pessoal.

Adler estava interessado nos determinantes conscientes do comportamento e também enfatizou o “interesse social” como a base do funcionamento sadio.

Karen Horney propôs um modelo convincente, mas de ansiedade básica e conflitos entre os componentes do autoconceito.

Cont.

Erik Erikson reinterpretou os instintos freudianos, que só recebem significado por meio das forças culturais e das práticas de educação das crianças. Ele trabalhava com estágios psicossociais.

Todos os discípulos preocupados com a personalidade ideal, com o comportamento patológico e o autoconceito.

Cont.

Freud comparou a mente a um iceberg: a parte menor que aparecia acima da superfície da água representava a região da consciência, enquanto a massa muito maior abaixo da água representava a região do inconsciente.

Biografia de Freud Freud, nasceu no dia 06 de maio de 1856

em Freiberg, Morávia (hoje Pribor, República Checa). O pai de Freud era judeu e um comerciante de lã. Quando Freud tinha 4 anos, foram para Viena, Áustria, onde permaneceu por quase oitenta anos, e só, quando os nazistas invadiram a Áustria (II Guerra Mundial) em 1938, Freud foi para Londres (Inglaterra) onde faleceu em 23 de setembro de 1939.

Durante a década de 1920 e 1930 Freud atingiu o auge do seu sucesso

Hipnose O interesse de Freud pela neurologia fez com

que se especializasse no tratamento de transtornos nervosos.

Para melhorar suas habilidades técnicas, ele estudou alguns meses em Paris com o psiquiatra Charcot, que estava usando a hipnose.

Quando ele (Freud) percebeu que o paciente hipnotizado não lembrava de nada, quando acordava da sessão de hipnose, depois de um tempo ele deixou esse método.

Novo métodoEm Viena um outro método chamou

sua atenção, desenvolvido por um médico austríaco chamado Breuer.

Método pelo qual o paciente era curado dos sintomas ao falar deles, Freud o experimentou e achou efetivo.

Freud Considerava que os conflitos sexuais eram a

causa de histeria. Passou a trabalhar sozinho, desenvolvendo

ideias que seriam os fundamentos da teoria psicanalítica, seu primeiro grande trabalho foi em 1900 com o livro “A Interpretação dos sonhos”.

No decorrer de sua vida, Freud totalizou 24 volumes na edição inglesa.

Instintos ou pulsões: as forças propulsoras da personalidade

Elementos básicos da personalidade Instintos ou pulsões são representações mentais de

estímulos internos, (fome ou sede, por exemplo) que levam uma pessoa a agir de determinada maneira.

Quando uma necessidade como a fome é despertada no corpo, ela gera uma situação de excitação ou energia fisiológica

A mente transforma essa energia corporal em um desejo, que motiva a pessoa a se comportar de uma forma que satisfaça a necessidade.

O instinto é a necessidade corporal transformada em um estado mental, um desejo.

Abordagem homeostática A teoria de Freud pode ser chamada de

abordagem homeostática, visto que ela sugere que somos motivados a recuperar e manter uma situação de equilíbrio fisiológico para manter o corpo livre de tensão.

As pessoas podem percorrer trilhas diferentes para satisfazer as suas necessidades. Isso explica a diversidade que encontramos no comportamento humano.

Freud Agrupou os instintos em duas categorias: instinto de vida e de

morte. O objetivo do instinto de vida é a sobrevivência do indivíduo

e da espécie tentando satisfazer a necessidade de comida, água, ar e sexo.

Os instintos de vida são orientados para o crescimento e desenvolvimento.

Libido forma de em energia psíquica manifestada pelos instintos de vida

Catexia investimento de energia psíquica na representação de um objeto ou pessoa.

As pessoas são seres que buscam predominantemente o prazer

Grande parte de sua teoria da personalidade gira em torno da necessidade de inibir ou reprimir os nossos desejos sexuais.

Freud Em oposição ao instinto de vida, Freud

postulou o instinto destrutivos ou de morte.

Um dos componentes dos instintos de morte é o impulso agressivo descrito como o desejo de morrer voltado para objetos que não são o self.

O instinto agressivo nos compele a destruir, subjugar e matar.

Freud acabou considerando a agressão uma parte tão incitadora da natureza do homem como o sexo.

Os níveis da personalidade

Freud dividia a personalidade em três níveis: Consciente, que inclui todas as sensações e

experiências das quais estamos cientes em todos os momentos.

Pré-consciente, depósito de lembranças, percepções e ideias das quais não estamos cientes no momento, mas que podemos facilmente trazer para o consciente.

Inconsciente, onde encontramos os impulsos, as paixões, as ideias e os sentimentos reprimidos, um grande mundo subterrâneo de forças vitais, invisíveis, que exercem um controle sobre os pensamentos e ações dos indivíduos.

A estrutura da Personalidade

Constituída por três grandes sistemas: o id, o ego e o superego.

Comportamento é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas.

ID- trata-se do reservatório dos instintos e da libido; está diretamente relacionado a satisfação das necessidades corporal –princípio do prazer

Princípio do prazer: o id opera para evitar a dor e maximizar o prazer.

As únicas maneiras pelas quais o id pode tentar satisfazer suas necessidades são o ato reflexo e o desejo ou fantasia, que Freud rotulou de processo primário.

Processo primárioRaciocínio infantil (primitivo) pelo qual o

id tenta satisfazer os impulsos instintivos.

O melhor exemplo do processo primário nas pessoas normais é o sonho noturno, que Freud acreditava representar sempre a realização ou a tentativa de realização de um desejo. Essas imagens mentais de realização do desejo são a única realidade conhecida pelo id.

EGO A criança aprende a lidar inteligente e

racionalmente com o mundo exterior e a desenvolver os poderes de percepção, reconhecimento, julgamento e memória (os poderes que os adultos utilizam para satisfazer suas necessidades.

Freud chamava essas habilidades de processo secundário.

Processo secundário – processo de raciocínio maduro necessário para lidar racionalmente com o mundo exterior.

EGO Para Freud, é o aspecto racional da

personalidade, responsável pela orientação e controle dos instintos de acordo com o princípio da realidade.

Princípio da realidade – Princípio pelo qual o ego opera para providenciar as limitações adequadas à expressão dos instintos do id.

Ele determina os momentos, lugares e objetos adequados e socialmente aceitos que irão satisfazer os impulsos do id.

Superego Terceiro conjunto de forças que adquirimos na infância: o

nosso conceito de certo e errado. Para Freud, é o aspecto moral da personalidade: a introjeção dos valores e padrões dos pais e da sociedade.

A base desse lado moral da personalidade geralmente adquirida por volta dos 5 ou 6 anos e no início é constituída das regras de conduta estipuladas pelos nossos pais.

Esse comportamento segundo os quais as crianças são punidas formam a consciência, uma parte do superego.

A segunda parte do superego é o ideal do ego, que é constituído de comportamentos bons ou corretos pelos quais as crianças foram elogiadas.

Superego

Consciência – componente do superego que contém comportamentos pelos quais a criança foi ou será punida.

Ideal do ego, contém os comportamentos morais ou ideais pelas quais a pessoa deve lutar.

O id pressiona pela satisfação. O ego tenta adiá-la e o superego coloca a moralidade acima de tudo.

O resultado inevitável desse confronto, quando o ego é excessivamente pressionado, é o surgimento da ansiedade.

Ansiedade Sentimento de medo e apreensão sem uma

causa óbvia. Frente à realidade é um medo diante do

perigo tangível; a ansiedade neurótica envolve um conflito entre o ego e o id; ansiedade moral envolve um conflito entre o id e o superego.

Segundo Freud, esse conflito está sempre presente, porque os instintos estão sempre pressionando por satisfação e os tabus da sociedade tendem a limitar essa satisfação.

Mecanismos de defesa Estratégias que o ego utiliza para se

defender da ansiedade provocada pelos conflitos da vida cotidiana.

Freud postulou vários mecanismos de defesa e observou que raramente utilizamos apenas um.

Embora os mecanismos de defesa variem quanto às suas especificidades, eles compartilham duas características: (1) são negações ou distorções da realidade –

necessárias, mas distorções (2) operam inconscientemente.

Alguns mecanismos de defesa freudianos Repressão – é um afastamento involuntário de algo da

consciência, um tipo inconsciente de esquecimento da existência de algo que nos traz constrangimento ou sofrimento

Negação – envolve a negação da existência de uma ameaça externa ou evento traumático.

Formação Reativa – envolve a expressão de um impulso id, que é oposto àquele que está realmente motivando a pessoa. O ódio vira amor.

Projeção – envolve atribuir um impulso perturbador a outra pessoa.

Regressão – envolve voltar a um período anterior menos frustrante da vida e exibir as características de comportamentos normalmente infantis.

Mecanismos.......

Racionalização – envolve a reinterpretação do nosso comportamento para torná-lo mais aceitável e menos ameaçador para nós.

Deslocamento – se um objeto que satisfaz um impulso do id não está disponível, a pessoa pode deslocar o impulso para outro objeto.

Sublimação – a energia instintiva é desviada para outros canais de expressão, que a sociedade considera aceitáveis e admiráveis.

Estágios psicossexuais do desenvolvimento

Gratificação dos instintos do id depende da estimulação das áreas correspondentes do corpo, todas as crianças passam por eles:

Fase oral – idade 0 a 1 ano. A boca é a principal zona erógena. O prazer é obtido com a sucção. O id predomina.

Fase anal – idade 1 a 3 anos. O treinamento dos hábitos de higiene (realidade externa) resulta da forma de gratificação recebida ao defecar.

Fase fálica – idade 4 a 5 anos. Fantasias incestuosas: complexo de Édipo, ansiedade, desenvolvimento do superego.

Estágios....... Período de latência – idade 5 anos até a

puberdade, durante o qual o instinto sexual está dormente, sublimado em atividades escolares, hobbies e esportes e no desenvolvimento de amizades com pessoas do mesmo sexo.

Fase genital – adolescência e idade adulta. Desenvolvimento da identidade do papel sexual e de relações sociais adultas.

Bibliografia

SCHULTZ, SCHULTZ  Teorias da Personalidade – 3. ed. - São Paulo, SP: Cengage Learning, 2015.

SRA 2017