319 abc regime militar gov medici

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Regime Militar(1964-1985)

Governo Médici (ARENA) (1969-1974)

Prof. Cristiano Pissolato

O presidente da República

Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), nasceu na cidade gaúcha de Bagé. Filho de um fazendeiro estudou no Colégio Militar de Porto Alegre seguindo na carreira militar pelo Exército, em 1957 chegou ao posto de chefe do Estado Maior da 3º Região Militar de Porto Alegre. Em 1961 foi nomeado chefe da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) no Rio de Janeiro e apoiou o golpe militar que derrubou Jango do poder em 1964. De 1967 a 1969 chefiou o SNI (Serviço Nacional de Informações).

Governo Médici: os “anos de chumbo”

• Médici faz parte do grupo “linha-dura” do Exército.

• Nesse momento foi que o governo militar esteve em seu auge.

• A repressão a oposição foi ainda maior.

• Os direitos fundamentais do cidadão foram suspensos. Qualquer pessoa que se opusesse ao governo podia ser preso.

Eleições de 1970

Eleições indiretas para governador (1970)

Câmara dos Deputados eleita em 1970

ARENA 72%

MDB 28%

ARENA MDB

Obs: Total de 310 deputados federais.

87 deputados

223 deputados

Eleições de 2/3 do Senado Federal (1970)

ARENA 87%

MDB 13%

No Rio Grande do Sul foi reeleito Daniel Krieger (ARENA) e eleito Tarso Dutra (ARENA).

34 senadores

5 senadores

• Com a grande vitória em 1970 a ARENA tinha amplos poderes na Câmara dos Deputados e no Senado.

Filinto Müller foi chefe da polícia e responsável pelo setor de repressão a opositores durante o Estado Novo de Vargas. Agora como senador pelo estado de Mato Grosso de 1947 a 1973 torna-se um dos principais políticos da Arena, sendo presidente do partido de 1969 a 1973. Faleceu em 1973 no trágico acidente do voo da Varig durante o pouso de emergência próximo a Paris.

Voo Varig 820, somente 11 sobreviventes em 1973.

“Guerra” interna

• As ações do governo nesse período deveriam ficar escondido do grande público, assim o sistema de censura que já funcionava foi incumbido de proibir reportagens anti-governo.

A caçada ao líder comunista Maringhella.

• Os diversos grupos clandestinos que decidiram seguir pela luta armada foram derrotados.

• A maioria dos integrantes acabaram presos, mortos ou exilados.

Morte em novembro de 1969 do líder da ALN (Aliança Libertadora Nacional) Carlos Maringhela, em uma emboscada organizada pelo DOPS sob comando do delegado Sérgio Fleury, no centro da cidade de São Paulo.

• Outro caso que teve repercussão foi deserção do capitão do Exército, Carlos Lamarca em 1969, que se uniu a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).

• O grupo de desertores liderados por Lamarca fugiu com fuzis, muita munição e dois obuses.

Giovanni Bucher, embaixador suíço no Brasil que acabou sendo sequestrado pela VPR de Carlos Lamarca em dezembro de 1970 solto em janeiro de 1971, depois de uma troca com 70 presos políticos.

Lamarca em 1968 durante treinamento de tiro para funcionários do Bradesco. Os bancos eram os maiores alvos dos grupos radicais de esquerda.

• Lamarca vivia em “aparelhos” na cidade de São Paulo, tentou instalar foco de guerrilha rural no Vale da Ribeira que acabou sendo descoberto e desbaratado.

• Ainda em 1971 fugiu para a Bahia onde acabou sendo novamente encontrado pelos órgãos de repressão do governo e depois de uma perseguição pelo sertão baiano acabou morto.

Imagem de Lamarca e Zequinha mortos na localidade de Pintada no sertão baiano. Na foto os corpos estão na base área de Salvador.

• O mais audacioso projeto de guerrilha foi idealizado pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

Formado em 1962 depois de uma ruptura entre os comunistas brasileiros e considerando-se herdeiro político do PCB fundado em 1922. Tomando como exemplo a Revolução Cubana (1959) e a Revolução Chinesa (1949) via a luta armada naquele momento a única forma de possibilidade de chegada ao poder.

João Amazonas (1912-2002) paraense participando da ANL e do PCB desde a década de 1930, é um dos fundadores do PCdoB tornando-se o líder máximo do partido. Durante a década de 1970 acaba exilando-se, volta ao Brasil em 1979 com a anistia.

• A Guerrilha do Araguaia iniciou-se em 1967 com membros do partido alguns treinado na China comunista instalaram-se na região do Araguaia.

• Somente em 1972 o governo acaba descobrindo o foco guerrilheiro.

Mauricio Grabois militante comunista desde os anos 30 fazendo parte do PCB e da ANL. É um dos fundadores do PCdoB sendo um dos principais lideres no Araguaia, acabou morto em uma emboscada em 1973.

Exército brasileiro na região do Araguaia na década de 1970.

Pessoas contra o governo militar e ligadas a organizações de esquerda eram chamadas de terroristas.

• O grupo guerrilheiro formado por volta de setenta pessoas acabou preso ou morto em várias operações das Forças Armadas entre 1972 a 1974.

Osvaldo Orlando da Costa “Osvaldão”, membro do PCdoB e lutador de boxe, e estudou engenharia de minas na Tchecoslováquia. Na guerrilha tem desempenho destacado, morto em 1974 é amarado em um helicóptero que sobrevoa a algumas áreas da região do Araguaia para mostrar aos “caboclos” locais que o “imortal” guerrilheiro foi morto.

Depois da derrota da guerrilha foram realizadas “Operações de Limpeza” onde corpos de guerrilheiros foram desenterrados e sumiram, pessoas da região que ajudaram os guerrilheiros também desapareceram.

O “milagre brasileiro”

• Foi um período de grande desenvolvimento econômico.

• Tinha a frente o ministro da Fazenda Delfim Neto.

• Médici lança o I PND (I Plano Nacional de Desenvolvimento) 1972-1974.

Antônio Delfim Neto ministro da Fazenda desde o governo Costa e Silva (1967) e se mantêm no cargo, porém com o fim do “milagre econômico” acaba sendo substituído em 1974. Voltará como ministro do Planejamento de 1979-1985 sem o mesmo êxito. Com a democratização elegeu-se por cinco vezes consecutivas ao cargo de deputado federal pelo estado de São Paulo (1987-2007). Militou pela ARENA, PDS, PPR, PPB, PP, e em 2005 entrou no PMDB.

• Em 1970 com última fase da política econômica que estabilizou a economia foi lançado a nova moeda o Cruzeiro (Cr$).

Papel-moeda de Cr$ 1,00 da primeira família do Cruzeiro em 1970, tendo no anverso a Efígie da República e no reverso um edifício histórico no Rio de Janeiro que sediou o Ministério da Fazenda e outros órgãos financeiros. Circulação de 1970 a 1984. (ver extra moeda Cruzeiro).

Como o Brasil conseguiu altas taxas de crescimento econômico?

• Aumento da produção industrial.

• Aumento da produção agrícola.

• Crescimento das exportações.

• A expansão do crédito para a classe média.

• Utilização acentuada de empréstimos provenientes do exterior.

• O Estado passou a intervir diretamente na economia (transportes, energia e comunicações).

• Adotou também uma rígida política de arrocho salarial. Os trabalhadores e os sindicatos devido a repressão não podiam reagir a situação.

Empréstimos no exterior e expansão do crédito interno

• Em um momento de crescimento econômico mundial, o Brasil teve acesso à credito de forma fácil e a juros baixos (mas flutuantes).

Presidente Médici em visita aos Estados Unidos (presidente Richard Nixon) em 1971. Brasil vai em busca de dinheiro para as “obras faraônicas”.

Com a crise de 1973 a situação de crise internacional, dificulta a retira de empréstimos e aumenta o juro de forma considerável.

0

10

20

1971 19741976

19791981

5,7%

10,4%

6,8% 12,7%

18,7%

Taxa de juros norte-americana

1964 1985

US$ 3,3 bilhões

US$ 105

bilhões

Dívida externa brasileira

Fonte: http://tcc.bu.ufsc.br/Economia293379. Acessado dia 22/09/2013.

• Grande parte dos empréstimos foi repassado sob a forma de crédito e financiamento a juros baixos para grandes empresas, via BNDE.

O crédito pessoal foi facilitado, propaganda de 1971 dos cartões da Credicard.

Governos estaduais também contraíram empréstimos no exterior, na imagem o governo de Minas Gerais retira dinheiro por intermédio do Investbanco em 1971.

Aumento da produção industrial

• O governo passou a liberar mais linhas de empréstimos e benefícios tributários a empresas nacionais e estrangeiras que viessem se instalar no país.

• A Zona Franca de Manaus começa a ganhar destaque na década de 1970.

No final da década de 1970 a Semp forma uma aliança com a japonesa Toshiba, a televisão foi uma mídia inovadora para a sua época.

• A dificuldade e a proibição de importação de determinados produtos facilitou o crescimento das empresas nacionais e incentivou investimentos de empresas estrangeiras no Brasil.

Televisor fabricado no Brasil pela alemã Telefunken no início da década de 1970.

Liquidificadores Walita a empresa brasileira foi incorporada pela holandesa Philips em 1971, contudo a marca foi mantida.

Rádio automotivo da Motoradio de 1971.

• Setores de destaque foram o automobilístico, eletrônicos e eletrodomésticos.

Copiadora Olivetti em 1972.

Chevrolet Chevette é lançado em 1973, uma linha mais econômica da empresa norte-americana.

Lançada em 1973 a Brasília, assumiu a segunda colocação em número de vendas da Volkswagen, perdendo apenas para o “Fusca”.

O Chevette foi produzido até 1994.

A Brasília foi fabricada até 1982.

• Shopping centers e grandes lojas varejistas cresceram nos grandes centros. A propaganda de produtos e serviços pela televisão e a oferta de crédito aos consumidores são fatores importantes.

Sede da Mesbla na cidade de São Paulo, um loja varejista que tinha filiais nas principais cidades brasileiras. Atuava na venda de eletrodomésticos à automóveis, seu apogeu foi a década de 1960 e 1970, entrou em crise nos anos 80 e foi a falência em 1999.

Aumento da produção agrícola

• O governo passou a facilitar o acesso ao crédito para a aquisição de maquinarias e insumos agrícolas.

• Em 1973 nasce a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

• Principais produtos agrícolas (soja, milho, algodão).

O objetivo da Embrapa é promover o desenvolvimento tecnológico necessário para melhoramento da produção agrícola e na pecuária. Atualmente o campo de pesquisa é bastante diversificado.

Massey Ferguson 50X fabricado no Brasil, o trator de entrada da empresa norte-americana.

A agricultura ainda não se utilizava do sistema plantio direto. Na foto trator de origem finlandesa - Valmet 85 ID, fabricado no Brasil.

Investimentos na área dos transportes

• Uma das “obras faraônicas” foi a construção da Rodovia Transamazônica (BR-230), inaugurada em 1972.

A justificativa da obra foi a integração nacional e abertura de um espaço para desenvolvimento do homem nordestino, a colonização da região ocorreu com a distribuição de lotes de terra pelo Incra. Na foto abertura da rodovia no município de Altamira/PA.

Presidente Médici na inauguração das obras na cidade de Altamira/PA em 1970.

"Nestas margens do Xingu, em plena selva amazônica, o Sr. Presidente da República dá início à construção da Transamazônica, numa arrancada histórica para a conquista e colonização deste gigantesco mundo verde. Altamira, 9 de outubro de 1970“, placa comemorativa em castanheira com mais de 50 metros de altura derrubada na ocasião.

A rodovia tem mais de 4.000 quilômetros, para se ter uma ideia na Europa ligaria Lisboa (Portugal) a Moscou na Rússia.

Até hoje vários trechos da estrada principalmente no estado do Pará e Amazonas ainda não são pavimentados, dificultando o tráfego de veículos em determinadas épocas do ano.

• Outra obra de destaque foi a construção da Ponte Rio-Niterói (Ponte Presidente Costa e Silva), a construção da obra iniciou em 1969 e foi inaugurada em março de 1974.

Situada na baía de Guanabara a Ponte Rio-Niterói têm 13.29 km de extensão. Em 1974 era a segunda maior ponte do mundo, atualmente é a décima primeira.

Inaugurada com seis faixas, passou para oito faixas, contudo o problema de congestionamento em alguns horários de pico ocorrem na ponte.

Presidente durante a inauguração em 1974.

Investimentos na área energética

• Em 1972 o governo brasileiro acerta um acordo com a empresa norte-americana Westinghouse para a construção da primeira usina nuclear a Angra I.

Angra I localizada no município de Angra dos Reis/RJ a construção da usina iniciada em 1972 somente foi concluída em 1984, quando passou a operar comercialmente. Tem como potência bruta 640 MW.

• No setor elétrico Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu (1973) que levou a construção da usina hidrelétrica.

• Pelo tratado 50% da energia produzida é do Brasil e os outros 50% são do Paraguai.

• O tratado ainda obriga em caso de um país não utilize sua cota deve vender o excedente ao seu parceiro pelo preço de custo até 2023.

Dois generais, Médici e Alfredo Stroessner (presidente paraguaio) assinando o Tratado de Itaipu.

• A construção da Itaipu iniciou-se em 1975 sendo apenas concluída em 1984, quando as duas primeiras unidades geradoras entraram em operação.

Imagem durante a construção da usina. A cidade de foz do Iguaçu tinha apenas 20.000 habitantes em 1974, em dez anos essa população passaria para 101.400 habitantes.

A Itaipu inaugurada em 1984, sofreu várias criticas devido o impacto ambiental.

Trabalhos de instalação de uma unidade de geração de energia em 2003. Em 2007 a vigésima unidade entrou em operação finalizando a obra. Atualmente a Itaipu tem capacidade instalada de quatro mil megawatts.

Itaipu Binacional empresa criada para operar a hidroelétrica. Apesar da construção da Barragem das Três Gargantas na China, a Itaipu continua sendo a usina com maior geração anual do mundo.

Uma central de operações e monitoramento da Itaipu.

Investimentos na área de telecomunicações

• Em 1972 foi criada a Telebrás (Telecomunicações Brasileiras S.A) que controlava todo o setor de telefonia com empresas subordinadas em cada estado.

Em 1998 a empresas de telecomunicações foram privatizadas e a empresa desativada. Em 2010 o governo Lula reativou a empresa com objetivo de expansão da rede de banda larga no país.

Outros projetos

• Criando em 1970 o PIS (Programa de Integração Social) para funcionários da iniciativa privada, sendo um fundo administrado pela Caixa Econômica Federal.

• No mesmo ano foi é criado o PASEP (Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público), sendo um fundo administrado pelo Banco do Brasil.

• Cabe destaque também ao Projeto Rondon (lançado em 1967). Em 1970 acaba sendo organizado como um órgão autônomo. Foi extinto em 1989.

O Projeto Rondon foi retomado em 2005.

Selo de 1970 com o lema “integrar para não entregar”. O objetivo do projeto era promover através da

colaboração de universitários voluntários e professores a realização de atividades sociais em áreas de difícil acesso e carentes do país. Na foto criança é atendida por equipe do Projeto Rondon da UFSM.

• Na educação destacou-se o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) com o objetivo de proporcionar a jovens e adultos condições básicas de leitura, escrita e cálculo.

33,7%

25,9%

19,7%

9,7%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1970 1980 1991 2009

Índice de analfabetismo no Brasil

Propaganda do Mobral lançado em 1967, teve seu apogeu entre 1970 a 1978. Extinto com o fim do regime militar.

• Criado em 1970 o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), esse instituto entre 1970-1984 pouco preocupou-se com a reforma agrária.

Atualmente o INCRA é uma autarquia ligada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário criado em 1999 e preocupa-se com as questões fundiárias principalmente da região Norte.

Fim do milagre

• Como o milagre econômico baseava-se em uma boa conjuntura internacional (exportações/importações e acesso fácil a empréstimos com juros baixos).

• Quando essa conjuntura desapareceu à nível internacional, o Brasil sofreu grande impacto. (Crise do Petróleo de 1973).

Em protesto ao apoio dos Estados Unidos a Israel na Guerra do Yom Kippur (1973) os países árabes aumentaram o preço do petróleo em 300%. Na foto o exército egípcio iniciando o ataque a Israel na Península do Sinai.

Propaganda do regime

• Frases de efeito, canções e vitórias esportivas serviram para muitas vezes para a propaganda nacionalista do governo militar.

A mais famosa frase de efeito da propaganda governamental.

Propaganda da Semana da Pátria, em alusão ao Brasil grande potência.

Eu te amo, Meu Brasil

(interpretação Os Incríveis)

"As praias do Brasil ensolaradas,

O chão onde o país se elevou,

A mão de Deus abençoou,

Mulher que nasce aqui tem muito mais amor.

O céu do meu Brasil tem mais estrelas.

O sol do meu país, mais esplendor.

A mão de Deus abençoou,

Em terras brasileiras vou plantar amor.

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!

Meu coração é verde, amarelo, branco, azul

anil.

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!

Ninguém segura a juventude do Brasil.

As tardes do Brasil são mais douradas.

Mulatas brotam cheias de calor.

A mão de Deus abençoou,

Eu vou ficar aqui, porque existe amor.

No carnaval, os gringos querem vê-las,

No colossal desfile multicor.

A mão de Deus abençoou,

Em terras brasileiras vou plantar amor.

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!

Meu coração é verde, amarelo,

branco, azul anil.

Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!

Ninguém segura a juventude do

Brasil

Adoro meu Brasil de madrugada,

Nas horas que estou com meu amor.

A mão de Deus abençoou,

A minha amada vai comigo aonde eu for.

As noites do Brasil tem mais beleza.

A hora chora de tristeza e dor,

Porque a natureza sopra

E ela vai-se embora, enquanto eu planto

amor."

Hino da Copa do Mundo de 1970 Pra Frente Brasil

(autor Miguel Gustavo)

“Noventa Milhões em Ação

Pra Frente Brasil

Do Meu Coração

Todos juntos vamos

Pra Frente Brasil

Salve a Seleção!

De repente é aquela corrente pra

frente

Parece que todo Brasil deu a mão

Todos ligados na mesma emoção

Tudo é um só coração

Todos juntos vamos

Pra frente Brasil! Brasil!

Salve a seleção!"

Selo comemorativo dos Correios, tendo como tema o tricampeonato de 1970, quando o Brasil passa a ficar de forma definitiva com a Taça Jules Rimet.

• O tricampeonato serviu para propaganda política do regime militar.

O capitão do tricampeonato Carlos Alberto Torres e o presidente Médici durante recepção em Brasília.

O rei Pelé e o presidente.

• O governo também controlava uma empresa de economia mista para a produção e promoção de filmes nacionais no Brasil e no exterior, a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes S.A) criada em 1969.

O filme Xica da Silva e Dona flor e seus dois maridos ambos de 1976 obtiveram destaque nacional.

Sucessão presidencial

Eleição presidencial de 1974 (indireta)

0

20

40

60

80

100

General ErnestoGeisel (ARENA)

Ulysses Guimarães(MDB)

84%

16% 400 votos

Eleito na mesma chapa de Geisel o vice-presidente.

76 votos

Geisel fazia parte da ala mais moderada do Exército, favorável a uma abertura do regime “lenta, gradual e segura”.

Adalberto Pereira dos Santos, militar gaúcho, foi membro da FEB e comandante da AMAN de 1960 a 1962, favorável ao AI-5 em 1968.

Ulysses o “anticandidato”.

Extra

Pessoas ligadas a repressão contra Guerrilha do Araguaia

Romeu Tuma (DOPS/SP) inicialmente investigador e delegado de polícia participando das operações de inteligência e limpeza da área, utilizava o codinome “Dr. Silva” segundo ex-combatentes no Araguaia. Chegou a chefia do DOPS/SP entre 1977 a 1982 e nesse mesmo ano assumira como superintendente da Polícia Federal onde atuará até 1992.

Sua carreira de prestígio no combate tanto a oposição durante o regime militar como a criminalidade levaram a sua vitória na eleição para o Senado em 1994 permanecendo no cargo até 2010 quando falece.

• Outro personagem importante foi o major Sebastião Curió, conhecido como “Dr. Luchinni” este por sua vez ficou na região e tornou-se um cacique político na região.

Curió ajudou a organizar o município que leva seu nome Curionópolis no Pará emancipado em 1988. Em 1991 Eldorado do Carajás desmembrou-se do município.

Carteira “falsa” do Incra falsa de Marco Antônio Luchinni assistente técnico (nome verdadeiro Sebastião Rodrigues de Moura).

Sebastião Curió elegeu-se em 1982 deputado federal. Tornou-se prefeito da cidade de Curionópolis/PA de 2000 a 2006 quando o TRE/PA cassou seu mandato devido a fraude eleitoral.

No município localiza-se Serra Pelada que tornou-se mundialmente conhecida na década de 1980. Durante o período de exploração a região sofreu uma intervenção militar e teve como chefe do garimpo o major Curió.

Treinamento e os métodos de tortura

• A Escola das Américas criada em 1946 e mantida pelo governo norte-americano no Panamá e segundo muitos historiadores ajudou a difundir métodos de tortura.

• No Brasil estiveram também militares de outras nações para treinar brasileiros.

Em 1984 foi transferida para a cidade de Columbus no estado norte-americano da Geórgia, em 2001 seu nome foi alterado para Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança.

Paul Aussaresse general francês que atuou com destaque no conflito contra os insurgentes argelinos e declarou abertamente que utilizava métodos de tortura, esteve no Brasil de 1973 a 1975. Faleceu em 2013 com 95 anos.

• O mais conhecido método de tortura utilizado no Brasil foi o pau-de-arara.

Método de tortura conhecido como pau-de-arara, vinha acompanhado de choques e afogamento.

Bandeira vice-presidencial do Brasil

• Criada em 1971 com o objetivo de distinguir a presença do vice-presidente do Brasil nas cerimônias.

Cruzeiro (1970-1986)

Anverso: D. Pedro II, reverso escultura representando o profeta Daniel, de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Anverso: D. Pedro I, reverso quadro Revista Militar no Largo do Paço atribuído a Leandro Joaquim.

Anverso: Marechal Floriano Peixoto, reverso vista do Congresso Nacional, obra de Oscar Niemeyer

Anverso: Marechal Deodoro da Fonseca, reverso pintura de autoria de Candido Portinari representando a colheita do café.

Copa do Mundo de 1970 Tricampeonato

• Com o tricampeonato o Brasil conquistou o direito de ficar com a Taça Jules Rimet.

Juanito mascote da Copa do Mundo em 1970.

Zagallo foi bicampeão mundial como jogador em 1958 e 1962. Em 1970 como treinador conquista o tricampeonato.

Time que jogou a final contra a Itália, em pé a partir da esquerda: Carlos Alberto Torres (capitão), Britto, Piazza, Félix, Clodoaldo e Everaldo. Agachados: Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé e Rivellino.

PRIMEIRA FASE Grupo 3

Estádio Jalisco (Guadalajara)

Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia Brasil 1 x 0 Inglaterra Brasil 3 x 2 Romênia

Time Pts

Brasil 6

Inglaterra 4

Romênia 2

Tchecoslováquia 0

Quartas-de-final Estádio Jalisco (Guadalajara)

Semifinal Estádio Jalisco (Guadalajara)

Brasil 4 x 2 Peru Brasil 3 x 1 Uruguai

Jairzinho com sete gols na competição ficou com a vice artilharia. O alemão Gerd Muller marcou 10 gols.

A bola da copa, Adidas Telstar (nome em alusão ao satélite que transmitiu os jogos do mundial ao vivo para os Estados Unidos e Europa.

Gérson e Pelé durante a final no Estádio Azteca na Cidade do México.

Pelé comemorando o primeiro gol da final.

FINAL (Estádio Asteca/Cidade do México)

Brasil 4 1 Itália

Pelé Gérson Jairzinho Carlos Alberto Torres

Boninsegna

Momento que o capitão Carlos Alberto Torres ergue a Taça Jules Rimet no Estádio Azteca.

O Brasil passou a ter a posse definitiva da Taça Jules Rimet o troféu passou a ser exposto na sede da CBF, contudo acabou sendo roubado e derretido para venda do ouro em 1983. Na foto a réplica que está exposta na sala de troféus da CBF.

Indústria automobilística nacional

• Em 1969 a Chrysler do Brasil lança o seu primeiro veículo nacional, o Dodge Dart inspirado na versão norte-americana.

Dirija-o e ame-o, propaganda da Chrysler.

Dodge Dart Coupé 1971, com motor de 198 cv, 5.2, naquele momento o automóvel mais veloz do Brasil (180km/h).

O modelo teve sua produção cessada em 1981.

• Para concorrer com o Opala, a Ford lança o Maverick em 1973.

Maverick 1973 inicialmente produzido na versão básica com motor seis cilindros originário da Willys.

Em 1979 o modelo brasileiro é descontinuado.

Maverick GT de 1973 com motor 302 – V8 de cinco litros e 197 cv.

Gurgel: 100% nacional

• Um empresa brasileira que mais destacou-se na produção automotiva foi a Gurgel que teve seu auge nos anos 1970 e 1980.

João Amaral Gurgel engenheiro, trabalhou na Buick e na General Motors, em 1958 fundou a Moplast Moldagem de Plasticos e em 1969 a Gurgel Motores S.A com sede em Rio Claro/SP.

Grande parte da gama de veículos da Gurgel utilizaram mecânica Volkswagen, o chassi Na imagem ao lado o Gurgel QT lançado em 1969.

O modelo Xavante X-12 lançado em 1975 com motor Volkswagen sendo produzido até 1988. Em 1976 ganha versão TR (teto rígido). Na foto linha do X-12 de 1979.

Durante a década de 1970 o Exército brasileiro realizou encomendas da versão militar do Xavante X-12.

X-15 Jipão da Gurgel proporcionava espaço para sete pessoas com mecânica Volkswagen fabricado de 1979 a 1982.

Último modelo da linha X-12 Tocantins produzido de 1989 a 1995.

BR-800 fabricado de 1988 a 1991 foi um dos maiores sucessos da marca na década de 80.

Itaipu E-400 com motor elétrico fabricado em 1981 e 1982. Foi vendido algumas empresas estatais.

Defesa Nacional • Os governos militares sempre estiveram

preocupados com a modernização dos equipamentos das Forças Armadas. Como por exemplo a aquisição de caças para a FAB.

Versão militar da Pick-Up Jeep de 1971 fabricada pela Ford.

A FAB adquiriu dezesseis unidades do Dassault Mirage III diretamente da França, o primeiro lote chegou no Brasil em 1972, permaneceu em operação até 2005.

Fabricado pela estadunidense Northrop o F-5E Tiger II as primeira unidades chegaram em 1973 quando foram adquiridas unidades novas e usadas dos EUA. Atualmente em torno de 54 unidades estão em funcionamento.

Vendido pelos EUA somente as nações amigas durante a Guerra Fria. Teve destaque na Guerra do Vietnã.

O caça francês obteve destaque após a vitória israelense na Guerra dos Seis Dias (1967).

Brasil na Formula 1

• Em 1970 Emerson Fittipaldi participa de sua primeira corrida na F1.

Lotus 72C com motor Ford Cosworth guiada por Emerson Fittipaldi nas temporadas 1970-1971.

Jochen Rindt piloto austríaco da Lotus falece em 1970, mesmo assim sagrou-se campeão mundial.

Emerson Fittipaldi estreou no GP de Brands Hatch na Inglaterra pela equipe britânica Lotus.

• Emerson campeão mundial em 1972.

Fittipaldi e sua Lotus 72D (imagens) com motor Ford Cosworth, terminou como campeão com cinco vitórias e dezesseis pontos a frente do vice-campeão.

• Primeira prova oficial da F1 no Brasil ocorreu em Interlagos (1973), vitória de Emerson com a Lotus.

• Em 1974 Emerson mudou-se para outra equipe, a McLaren onde sagrou-se bicampeão mundial em 1974.

Carro da McLaren, na imagem o modelo M23 em 1974. Emerson foi campeão mundial com três vitórias e 55 pontos, contra 52 do vice-campeão.