Lettera del Gov. di STP al Re

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Agli inizi del 1800, tutto il cacao era prodotto in centro america, sua terra di origine. Il primo cacao che emigró –storicamente dimostrato– sbarcó nell’isola di Príncipe nel 1819 su ordine del Re del Portogallo Dom João VI. Prevedendo l’imminente perdita dell’immensa colonia del Brasile (1822), il Re –per salvare parte degli introiti che gli venivano dal cacao delle giá famose piante della regione di Baia– fece trapiantare un buon numero di queste piante, nella sua piú tranquilla colonia di São Tomé e Príncipe. Certamente non fu un’impresa da poco mantenere in vita le giovani deli- catissime piante di cacao durante il lungo viaggio dalla regione di Baia fino all’isola di Príncipe e questo ci da una misura dell’importanza che fu at- tribuita a quella missione. L’originale della lettera del Governatore di São Tomé e Príncipe al Re del Portogallo João VI, si trova presso “Arquivo Histórico Ultra- marino de Lisboa: São Tomé; Caixa 54; Doc. 15”

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L’originale della lettera del Governatore di São Tomé e Príncipe al Re del Portogallo João VI, si trova presso “Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa: São Tomé; Caixa 54; Doc. 15”

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Agli inizi del 1800, tutto il cacao era prodotto in centro america, sua terradi origine. Il primo cacao che emigró –storicamente dimostrato– sbarcónell’isola di Príncipe nel 1819 su ordine del Re del Portogallo Dom João VI.

Prevedendo l’imminente perdita dell’immensa colonia del Brasile (1822), ilRe –per salvare parte degli introiti che gli venivano dal cacao delle giáfamose piante della regione di Baia– fece trapiantare un buon numero diqueste piante, nella sua piú tranquilla colonia di São Tomé e Príncipe.

Certamente non fu un’impresa da poco mantenere in vita le giovani deli-catissime piante di cacao durante il lungo viaggio dalla regione di Baia finoall’isola di Príncipe e questo ci da una misura dell’importanza che fu at-tribuita a quella missione.

L’originale della lettera del Governatore di São Tomé e Príncipe al Redel Portogallo João VI, si trova presso “Arquivo Histórico Ultra-marino de Lisboa: São Tomé; Caixa 54; Doc. 15”

Arquivo Histórico Ultramarino: São Tomé; Caixa 54; Doc. 15Letter from João Baptista da Silva de Lagos, Governor of the Islands of São Tomé and Príncipe, to the King and Counselors ofthe Overseas Council (Dom João VI, then at the Court in Rio de Janeiro, Brazil.)

[Cacao transplantation from Brazil: Relates earliest mention of the deliberate transplantation of cacao trees to São Tomé and Príncipe, done apparently at thebehest of a royal order from king João VI on 30 October 1819, before Brazilianindependence was a definite consideration.]

Ilha de São Tomé; 30 de Novembro de 1821

Em cumprimento ao Aviso de 30 de Outubro de 1819, Nº 1, que recebi de V. Mages-tade: que os motives, que determinarão a Seu Magistade, a escôlha que de mim fezpara me conferir o Governo das Ilhas do Principe, e S. Thomé, esperando que com-pregarei todos os esfórços para corresponder perfeitamente à confiança do mesmoAugusto Senhor, como cumpre ao bem do seu Real Serviço, como importa à pros-peridade dos Novos, que eu volto a vigor [riger?], pelo conhecimento que adqueridas cousas daquella Colonia, pelos muitos annos, que alhi servi, os Cargos deCapitão Mór, e de Governador. Quir V. Magestade, que não obstante isso se trans-metissem aquellas ordens, que se dirão ao Governador Luíz de Abreo Vieira e Paiva,para que eu as considerasse como proprias, e obrigativas à sua responsabelidade, eque tendo ussado as Relaçõens do Trafico da Escravatura, que então formava a parteessencial do Commércio, e interesse de seus Habitantes; he necessário, que ellas setornem aos Artigos de sua producção, e industria, e he para animar, que fui espe-cialmente escolhido pelas vantagens de experiencia proprio do terreno, do genio, edo Caracter dos Habitantes, e que entre os objectos indicados nas mencionadasInstrucções, há hum em que V. Magestade, manda mais particularmente sobre a aber-tura das relaçõens commerciaes com o Reino de Angola; para cujo fim me intendereicom o Governador, e Capitão General daquelle Reino; e que sobre este artigo estáde rentemão previncido a dar me todas as noçõens que poderão regular despoz-içõens, e suas tentativas, em grande vantagem do Commércio Nacional; e particularinteresse, possa ainda descobrir outros artigos, ou serviceo a occupar a industriade seus Habitantes, e a melhorar a sua sorte.

Pelas Certidoens da Alfandega das Ilhas, verá V. Magestade a quantia do Café dis-pachado para fora d’ellas, em grande vantagem do Commércio Nacional e do par-ticular interesse: cujo fruto eu introduzei a plantações, dando por escrito acultura, plantação, e fabricação, por não ter sido conhecido nestas Ilhas, que o ter-reno abraçou, tanto no Criação das Arvores, como no gusto do fruto; e ultima-mente levei da Bahía Caixotes de pequenas Arvores de Cacão para estas Ilhas,que fiz plantar, para distribuir pelos Lavradores. Passei pessoalmente a recon-hecer o terreno, e assignalando o para a plantação das arvores do Cacão, e aug-mento do Café, pela muita extração que tem, não só pelos Portuguezes, comodos Estrangeiros; e o resto para a cultura dos generos Commestiveis para a aber-tura das Relaçõens Commerciaes com o Reino de Angola, como V. Magestade meordena. A prezente plantação destes Arvores, que tenho executado nestes Ilhas,redunda em proveito dos Reais Direitos, e seus Habitantes tirão grandes lucros,por serem generos, que Convidão o negócio Mercantil, e ser a Agricultura aCousa que importa mais ao Estado por ser profição necessaria.Levei em minha companhia Jozé Manuel Ferreira; Sargento Mór da Praça da Ilhade S. Thomé, por ter conhecimento da Agricultura, e terreno (como mostrou naplantação do Café de que o encarreguei, quando o introduze nestas Ilhas no meuGoverno passado) determinando-lhe hir huma, ou duas vezes em Cada mez pas-sar revista a plantação, animando a agricultura, e industria; por que estes Povosgostão de recolher logo o fruto, e lhe custa esperar alguns annos na espera dofruto; tambem Continua a da lo sempre com menos trabalho, que o da Creação.A este Official lhe propuz de rogar a V. Magestade a mercê do Posto immediate,em attenção ao exercicio da Inspecção da Agricultura.Todos os meus esforços applicarei em protegir, e animar este profição; appli-cando-lhe todos os meios de augmentar a sua fecundidade. Seeste trabalho pôrdo agrado, e approvação de V. Magestade, ficarei Convencido do acerto das min-has ideas. Deos Guarde a V. Magestade por muitos annos. Ilha de S. Thomé 30Novembro de 1821.

[signed] João Baptista da Silva de Lagos