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ODONTOLOGIA DE MÍNIMA INTERVENÇÃO UM NOVO OLHAR SOBRE A ODONTOLOGIA Cimentos de Ionômero de Vidro Tratamento Restaurador Atraumático - ART Remoção Química e Mecânica do Tecido Cariado Sandra Kalil Bussadori Daniela Prócida Raggio José Carlos P. Imparato Márcia Cançado Figueiredo

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Márcia Cançado Figueiredo ODONTOLOGIA DE MÍNIMA INTERVENÇÃO

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Autores:

Sandra Kalil BussadoriProfessora Pós-Doutora do curso de Mestrado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho/SP, Professora do programa de Mestrado e Doutorado da Universidade Nove de Julho/SP, Pro-fessora do Curso de Especialização em Odontope-diatria da APCD/Central-SP, Professora da graduação em Odontologia da Universidade Nove de Julho/SP e da Universidade Metropolitana de Santos /Santos-SP.

Daniela Prócida RaggioProfessora Associada da Disciplina de Odontope-diatria da FOUSP. Professora do Programa de pós--graduação em Ciências Odontológicas, Área de Concentração Odontopediatria.

José Carlos P. ImparatoProfessor Livre Docente da Disciplina de Odontope-diatria - FOUSP/SP, Professor do Programa de Pós--graduação em Odontopediatria - São Leopoldo Mandic - Campinas/SP, Reitor – Unicastelo, Coordenador Téc-nico-científi co do Banco de Dentes Humanos – FOUSP, Pesquisador Bolsista Produtividade CNPq – nível 2

Márcia Cançado FigueiredoProfessora Associada Doutora da Disciplina Infanto-Ju-venil da Faculdade de Odontologia da UFRGS e Re-gente das Disciplinas: Atendimento Odontológico para Pacientes com Necessidades Especiais e Bebê Clínica da Faculdade de Odontologia da UFRGS.

Colaboradores:Introdução: Daniel Demétrio Faustino da SilvaCapítulo 1: Tathiane Larissa LenziCapítulo 2: Gabriel Tilli PolitanoCapítulo 3: Carolina Cardoso Guedes

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Introdução........................................................................................07

Capítulo 1:.Cimentos de Ionômero de Vidro ................................... 11

Capítulo 2: Tratamento Restaurador Atraumático (ART) .................19

Capítulo 3: Remoção Química e Mecânica do Tecido Cariado ...... 29

Referências Bibliográfi cas ...............................................................37

Sumário

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INTRODUÇÃO

Mínima Intervenção (MI) é uma fi losofi a de cuidado profi ssio-nal, baseada na detecção precoce da doença cárie e a possibilidade de tratamento em níveis micromoleculares, com a possibilidade de reparo da sequela da doença de forma menos invasiva possível. O signifi cado de MI está no respeito sistemático pelo tecido original do dente e, com isto objetiva delegar ao paciente (através da educação: informação, treinamento e motivação) a responsabilidade sobre sua própria saúde bucal, para que este requeira o mínimo de intervenção do cirurgião-dentista (Ericson, 2007).

Baseada no conceito de MI, a cárie é considerada uma do-ença bacteriana, resultando em lesões dos tecidos duros dentários, decorrente dos ácidos provenientes do metabolismo bacteriano. A do-ença começa com um distúrbio do balanço mineral (remineralização/desmineralização) na superfície dentária. Estas mudanças ocorrem em níveis microscópicos inicialmente. A causa é decorrente do au-mento no metabolismo bacteriano e subsequente produção de ácido, bem como aumento no número de bactérias. Outros fatores como aumento no consumo de carboidratos fermentáveis (frequência e quantidade), ausência de fl úor e redução na capacidade protetora da saliva também contribuem para a instalação e progressão da doença (Anusavice,1999).

Desta forma, princípio da MI esta embasada na fi losofi a con-servadora, de primeiro paralisar a doença e depois restaurar a es-trutura e a função perdidas. Para que se possa paralisar o processo carioso, a história de cárie passada e presente deve ser avaliada. A experiência de cárie passada pode ser avaliada pelo número de den-tes restaurados; extraídos por cárie e o número de lesões cariosas

IntroduçãoINTRODUÇÃO

IntroduçãoINTRODUÇÃO

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crônicas. Já a experiência presente de cárie ou atividade de cárie pode ser estabelecida pelo número de lesões ativas, cavitadas ou não. A detecção precoce das lesões cariosas, tradicionalmente re-alizada com o espelho e a sonda exploradora não pontiaguda, bem como com radiografi as interproximais é hoje auxiliada pelo uso de ín-dices. Uma nova classifi cação de cárie (ICDAS – International Caries Detection and Assessment System) que considera os sítios e o tama-nho das lesões, mostra-se mais precisa e facilita o monitoramento das mesmas (Ismail et al., 2007).

Outro passo importante seria informações sobre hábitos die-téticos e uso de fl úor. Nesse sentido, uma boa anamnese, numa at-mosfera relaxada, seria útil para a captação de informações sobre os fatores modifi cadores da doença (condições médicas, estilo de vida, fatores sócio-econômicos e hábitos de higiene oral), bem como o in-teresse do paciente no que se refere a futuras intervenções. Todas estas informações contribuem para o estabelecimento de diagnós-tico mais abrangente da doença, possibilitando tomada de decisões adequadas. Nesta abordagem o paciente pode ser efetivamente mo-tivado para colaborar dentro de um plano de tratamento totalmente individualizado (Tyas et al., 2005).

Resumindo, segundo Frencken e Leal a mínima intervenção odontológica é baseada em três aspectos: 1) o melhor entendimento da etiologia da doença e o prognóstico (detecção e tratamento preco-ce da doença); 2) prevenção pelo paciente por meio de avaliação do signifi cado de permitir que ele tome responsabilidade do cuidado da sua própria higiene bucal e pelo dentista através da aplicação de me-didas preventivas e 3) tratamentos preservando a estrutura dentaria para lesões cavitadas através da utilização de mínimas intervenções operatórias invasivas (Frencken,Leal,2010).

Finalizando, esta fi losofi a baseia-se numa grande variedade

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de inovações tecnológicas e de métodos de tratamento que se incor-poram à uma cultura humanista, que hoje nos acena para um novo estilo de vida no mundo do trabalho, no âmbito das instituições forma-doras e na vida pessoal de cada cidadão.

Deste modo, nos deparamos com a prevenção, o tratamento e o controle das doenças bucais mais prevalentes, atuando no Modelo de Promoção de Saúde que propõem práticas odontológicas inovado-ras com fundamentos básicos centrados na compreensão do fenômeno saúde - doença como elemento dinâmico, onde interações de natureza biológica e social são determinantes neste processo.

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1CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO

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CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO INDICADOS PARA O TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART)

O cimento de ionômero de vidro surgiu da necessidade em

agregar propriedades físicas e biológicas favoráveis que até então,

não eram obtidas com outros materiais restauradores. Assim, em

1972, Wilson & Kent, desenvolveram um material híbrido, resultante

da fusão das características do cimento de silicato (liberação de fl úor)

e do policarboxilato de zinco (adesão química à estrutura dentária).

Os cimentos de ionômero de vidro são os materiais de eleição

para o Tratamento Restaurador Atraumático (ART), devido às pro-

priedades físicas inerentes a estes, tais como adesividade química

à estrutura dental, compatibilidade biológica, liberação de íons fl úor

e presa química (Frencken, Holmgren, 1999).

No início dos anos 80, nos primeiros trabalhos em campo, os

CIVs convencionais foram utilizados, porém a resistência ao des-

gaste era desfavorável, e o tempo de presa inicial, muito elevado.

Os fabricantes desenvolveram então o CIV de alta viscosidade,

conhecido como CIV condensável, para ser usado no ART. Deste

modo, as características físicas dos materiais foram melhoradas e o

tempo de presa foi reduzido para sua utilização em locais onde não

houvesse infra-estrutura tradicional (Bonifácio et al., 2009).

Os materiais desenvolvidos com a fi nalidade de serem utiliza-

dos no ART apresentam mudanças em relação ao tempo de presa

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CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO

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(Bussadori et al., 2000) e desgaste superfi cial (Guggenberger et al.,

1998). Com o aumento da proporção pó-líquido, os materiais apresen-

tam menor desgaste superfi cial em comparação com os materiais mo-

difi cados por resina (Peutzfeldt et al., 1997) e podem ser aplicados em

locais com carga mastigatória.

Porém, os CIV desenvolvidos para o ART liberam quantidades

menores de fl uoreto ao longo do tempo (Yip et al., 1999; Uematsu

et al., 1999; Raggio, 2001), pois essa liberação é dada às expensas

da solubilidade do cimento (Rothwell et al., 1998; Bertacchini et al.

1999; Khouw-Liu et al., 1999; Yip et al., 1999). Acredita-se que essa

propriedade esteja relacionada à maior proporção entre pó e líquido

ou, ainda, a mudanças na composição desses materiais. Outras ca-

racterísticas importantes do CIV são seu recarregamento e posterior

liberação para o meio bucal por meio dos produtos fl uoretados que

o paciente faz uso no cotidiano, tais como dentifrícios, bochechos,

aplicações tópicas, entre outros, sendo que os ionômeros para o ART

também apresentam essa capacidade (Rothwell et al., 1998; Uematsu

et al., 1999; Raggio, 2001).

Apesar dessa diminuição na liberação de fl uoreto em relação aos

materiais convencionais, os CIV indicados para o ART inibiram a forma-

ção de novas lesões de cárie (Smales; Gao, 2000; Takeuti et al., 2007;

Mickenautsch & Yengopal, 2011).

Conforme mencionado, todos esses cimentos têm como princi-

pais características: adesão química ao esmalte e à dentina, liberação

e incorporação de fl uoretos, coefi ciente de expansão térmico linear

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semelhante à estrutura dentária e biocompatibilidade. O cimento de

ionômero de vidro é o único material com capacidade de “auto-adesão”

à estrutura dentária (Yoshida et al., 2000). Seu mecanismo de ação

está baseado em dois princípios. O primeiro baseia-se na interdifu-

são de componentes ionoméricos entre as fi bras colágenas expos-

tas pelo ácido poliacrílico, estabelecendo retenção micromecânica de

acordo com o princípio da hibridização (Van Meerbeek et al., 1992).

O segundo princípio fundamenta-se na interação iônica entre os

grupos carboxílicos do ácido poliacrílico com os íons cálcio fos-

fato da hidroxiapatita que permanece ligada às fibras colágenas

(Yoshida et al., 2000). O quanto essa interação química contribui

para a efetividade da união não está completamente esclarecido,

mas estima-se que seja favorável na longevidade da união, já que

proporciona uma íntima adaptação entre o material e o substrato

(Van Meerbeek et al., 2003).

Além disso, a manipulação do material deve ser criteriosa. Os fa-

bricantes, em geral, recomendam o uso de espátula plástica, pois o vidro

presente nos cimentos ionoméricos pode abrasionar o metal e alterar a

cor do material, além da utilização de um bloco de papel impermeável

para a aglutinação do material.

É imprescindível seguir rigorosamente as recomendações dos fa-

bricantes no que diz respeito à dosagem. Deve-se agitar suavemente o

frasco do pó antes de usá-lo para que o pó fi que homogêneo. Encher a

colher de pó, tendo o cuidado de raspar a borda com uma espátula reta

de modo que a superfície do pó fi que plana. Deve-se dispensar o líqui-

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CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO

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do com o seu frasco na posição perpendicular ao bloco, sem qualquer

inclinação. A primeira gota deve ser desprezada porque normalmente

contém ar no seu interior, mas pode ser usada para o condicionamento

da superfície. Embora esse tipo de material possua adesão química ao

esmalte e à dentina, o que ocorre, em princípio, sem nenhum tratamen-

to superfi cial, sabe-se que o pré-tratamento com ácido poliacrílico fraco

melhora signifi cativamente a adesão (Pereira et al., 2000).

Para aumentar a propriedade de molhabilidade, o ideal é redu-

zir o ângulo de contato entre o líquido e o bloco de manipulação com

uma simples manobra de “aplainar” a gota. Com isso, a incorporação do

pó ao líquido é facilitada. O pó é aglutinado ao líquido em duas partes;

primeira em contato com o líquido por cerca de 15 segundos, seguida da

aglutinação da outra porção durante 30 segundos. Não há necessidade

de espatular vigorosamente o cimento, somente leve aglutinação dos

componentes. Ao fi nal, a mistura deverá se apresentar brilhante e lisa.

O brilho do material indica que há ácido poliacrílico disponível para rea-

lizar a adesão ao substrato dentário. Sendo assim, o material deve ser

inserido na cavidade ainda apresentando brilho. Após a perda do brilho,

deve-se realizar a proteção superfi cial, fato a ser abordado a seguir. (Ro-

cha et al., 2003).

A sensibilidade do material à sinérese (desidratação) e embebi-

ção (superhidratação) nas primeiras 24 horas após a inserção do ci-

mento ionômero de vidro convencional resulta em decréscimo das suas

propriedades mecânicas. Para evitar esses fenômenos é imperativo

realizar a proteção superfi cial do material, geralmente realizada com

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vaselina sólida. Também pode ser realizada com adesivos ou glaze-

adores, verniz cavitário copal, e até esmalte cosmético transparente

(esmalte de unha) (Brito et al., 2010). Quanto mais tempo esse mate-

rial protetor estiver em contato com a restauração, menor a chance de

perda das propriedades mecânicas. As primeiras 24 horas são consi-

deradas como período crítico, uma vez que a matriz ainda está sendo

formada. Passada essa fase, não há mais necessidade de proteção.

Devido à sinérese e embebição, não é recomendado o acabamento

da restauração com pontas diamantadas ou discos de papel abrasivo

logo após a realização da mesma. O Ideal é remover os excessos com

instrumentos manuais e, depois de 24 horas, realizar um acabamento

e polimento mais adequado.

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222TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART)

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Existe uma grande preocupação da comunidade odontológica em realizar restaurações que exijam a menor destruição do elemento dentá-rio. Com esta fi losofi a, aliado à facilidade de realização e de custo reduzi-do, surgiu o Tratamento Restaurador Atraumático (ART). Este tratamento envolve procedimentos educativos e preventivos, assim como a parte res-tauradora.

Em abril de 1994, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou a aceitação do ART no nível mundial. Inicialmente acreditou-se na técnica pelo fato de ser pouco onerosa, o que facilitaria o tratamento da doença cárie em populações menos benefi ciadas economicamente e regiões de difícil acesso. Com poucos instrumentos necessários, os profi ssionais teriam condições de realizar este tratamento em qualquer lugar. Esse tra-tamento atualmente faz parte do “Basic Package of Oral Care”, também desenvolvido em parceria com a OMS, que inclui, além do ART, tratamento de urgência (oral urgent treatment - OUT) e uso de dentifrício fl uoretado (affordable fl uoride toothpaste – AFT), enfatizando a promoção de saúde bucal (oral health promotion – OHP) (Frencken et al., 2002).

A ideia inicial do ART foi levar saúde bucal para pessoas que esta-vam em campos de refugiados ou comunidades rurais, e que não teriam a possibilidade de receber atendimento odontológico convencional. Deste modo, Frencken et al. (1996) introduziram o conceito de remoção de tecido cariado infectado com colheres de dentina (curetas) e posterior aplicação de material restaurador adesivo, que apresentasse presa química, sendo o material de escolha o Cimento de Ionômero de Vidro de alta viscosidade.

O termo atraumático signifi ca que o tratamento é praticamente in-dolor para o paciente, pois somente remove-se o tecido cariado irreversi-velmente atingido, e normalmente, não há necessidade de aplicação de anestesia local. Todos os procedimentos são realizados sob isolamento

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TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART)

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relativo. O ART tem sido bem recebido pelos pacientes, pela tranquilida-de demonstrada por esses durante o tratamento (Rahimtoola et al., 2000; Schirks, Van Amerongen, 2003; Carvalho et al., 2009; de Menezes Abreu et al., 2011), assim como pela aceitação em se realizar o tratamento em nova sessão, se necessário (Frencken et al., 1996).

Atualmente, pela fi losofi a de mínima intervenção e máxima preser-vação, o ART conseguiu ter abrangência maior, aumentando sua indica-ção. O ART pode ser aplicado em várias situações, seja em campo, saúde pública ou em consultório particular, tais como: odontopediatria, odontoge-riatria, pacientes fóbicos, pacientes especiais, entre outros (Pilot, 1999).

Sem prejuízo à orientação original, voltada ao atendimento em condições precárias a comunidades carentes, no decorrer dos últimos anos novas possibilidades trouxeram à tona uma nova nomenclatura: ART modifi cado, pois alguns pontos puderam ser alterados e melhora-dos em relação á técnica original pelo acesso, em alguns casos, a instru-mentais e equipamentos nos consultórios odontológicos. Como exemplo pode-se citar a utilização de motores de alta-rotação com o intuito de se obter melhor acesso à lesão cariosa, seringa tríplice para lavagem das cavidades, sugador, iluminação do refl etor e até equipamento de tomadas radiográfi cas, principalmente em cavidades mais profundas, quando se suspeita de envolvimento pulpar. Apesar de se manter a linha de trabalho do ART, consegue-se, por meio destes equipamentos, maior qualidade e conforto no trabalho.

É importante salientar, que além de realizar as restaurações com CIV, o uso de selantes de CIV faz parte do ART, como estratégia preventiva, com bons resultados clínicos em termos de prevenção de lesões de cárie (Beiruti et al., 2006; De Amorim et al., 2011).

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2Longevidade das restaurações

O ART tem demonstrado índices de sucesso de durabilidade clíni-ca comparáveis com restaurações de amálgama, quando realizadas em condições semelhantes (Kalf-Scholte et al., 2003; Mandari et al., 2003). Em cavidades oclusais, o ART pode apresentar maior índice de sucesso, em dentes decíduos e permanentes (Frencken et al., 2004; van´t Hof et al., 2006; De Amorim et al., 2011).

Nas cavidades ocluso-proximais, entretanto, o índice de sucesso é menor (Yu et al., 2004), sendo que a média de longevidade em dentes de-cíduos varia de 50 a 75% em um ano (Smales, Yip, 2002). Após dois e três anos de avaliação, esse índice pode ser ainda menor (Kemoli et al., 2011; Da França et al., 2011). Essa menor taxa de sucesso poderia estar relacionada à falta de remoção de tecido cariado na parede cervical, inserção incorreta, contaminação do campo durante a restauração e má colocação da cunha de madeira e matriz (Frencken, Holmgren, 1999). Relativo à contaminação do campo operatório, um estudo foi realizado para avaliar se a utilização de iso-lamento absoluto poderia infl uenciar na longevidade, uma vez que afastaria a contaminação quase que por completo, fato que não foi observado (Carvalho et al., 2010), ou seja, a utilização de isolamento absoluto não aumentou a longevidade das restaurações de ART. Outro ponto a ser considerado com a baixa taxa de sucesso pode ser o consumo de alimentos com consistência mais dura, logo após a realização da restauração (Kemoli et al., 2011).

Algumas das razões de insucesso em alguns casos estão relacio-nadas ao chamado “efeito operador”, devido a erros na dosagem, ma-nipulação e inserção do material nas cavidades. Foi relatado que cirur-giões-dentistas com treinamento adequado realizam restaurações mais duradouras que os inexperientes ou técnicos em higiene bucal (Frencken et al., 1998; Kemoli et al., 2009).

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TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART)

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Técnica Restauradora

A técnica restauradora está escrita no Quadro 1 e também nas fi guras de 1 a 10.

Quadro 1 – Técnica Restauradora

Procedimento Realização em campo

Realização em consultório convencional

Limpeza da superfície Escovação profi ssional; fricção de penso de algodão

Profi laxia com escova de Robin-son, Pedra-pomes e água

Acesso à lesão de cárie, caso haja esmalte sem suporte

Machados, enxada ou recortador de margem gengival

Pode associar uso de alta ro-tação com ponta diamantada, somente em esmalte.

Remoção dentina cariada Uso de curetas afi a-das, iniciando pelas margens da cavidade, mantendo a dentina que sai em lascas ou escamas na porção mais próxima à polpa (dentina afetada)

Uso de curetas afi adas, inician-do pelas margens da cavidade, mantendo a dentina que sai em lascas ou escamas na porção mais próxima à polpa (dentina afetada)

Limpeza da cavidade Uso do líquido do material restaurador, com penso de algodão previamente úmido, por 15 segundos na super-fície, para remover a lama dentinária.

Uso do líquido do material res-taurador, com penso de algodão previamente úmido, por 15 segundos na superfície, para remover a lama dentinária.

Lavagem Pensos de algodão úmidos (mínimo 3)

Seringa tríplice, uso de sugador

Secagem Pensos de algodão secos

Pensos de algodão secos

Dosagem e manipulação do material restaurador

Criteriosa e de acordo com a recomendação do fabricante. Não deve ultrapassar 30 segundos no total.

Criteriosa e de acordo com a recomendação do fabricante. Não deve ultrapassar 30 segun-dos no total.

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2Inserção na cavidade Com material apre-

sentando brilho, com espatula de inserção, preferencialmente em incrementos. Opcional-mente, utilizar seringas injetoras. Deixar com ligeiro excesso.

Com material apresentando bri-lho, com espatula de inserção, preferencialmente em incremen-tos. Opcionalmente, utilizar serin-gas injetoras. Deixar com ligeiro excesso.

Pressão Digital Com dedo e vasilina, pressionar a superfície da restauração e man-ter em posição por 10 a 30 segundos.

Com dedo e vasilina, pressionar a superfície da restauração e manter em posição por 10 a 30 segundos.

Remoção dos excessos Utilizar Hollemback ou cureta afi ada.

Utilizar Hollemback ou cureta afi ada.

Proteção superfi cial Vaselina sólida, esmal-te de unha transparente ou verniz cavitário.

Pode-se fazer uso de materiais Fotopolimerizáveis. (adesivos dentinários e selantes de super-fície sem carga), verniz para pro-teção de amálgama

Checagem da Oclusão Utilizar papel carbo-no para checagem da oclusão.

Utilizar papel carbono para che-cagem da oclusão.

Remoção de contatos pre-maturos

Com Hollemback ou cureta afi ada.

Pode-se adicionalmente utilizar alta rotação, SEM REFRIGERA-ÇÃO

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TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART)

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Fig. 1: Caso clínico inicial Fig. 2: Remoção parcial do tecido cariado. Remover ape-nas tecido infectado, amole-cido, mantendo as lascas ou escamas na cavidade.

Fig. 3 e 4: Após remoção do tecido infectado, aplica-se o líquido do mate-rial durante 15 segundos (tempo que pode variar conforme o fabricante), lava-se com água da seringa tríplice ou com três pensos de algodão em-bebidos em água sequencialmente e seca-se levemente a cavidade com penso de algodão.

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Fig. 5, 6 e 7: Inserção do Cimento de Ionômero de Vidro na cavidade e na superfície oclusal, com o intuito de promover o selamento da su-perfície oclusal. O material deve apresentar-se brilhante neste momento.

Fig. 8, 9 e 10: Com o dedo levemente vase-linado, realiza-se pressão digital sobre a su-perfície oclusal com o intuito de acomodar o material nas fóssulas e fi ssuras. Observa-se o excesso escoado que deve ser removido. Após o procedimento realizar a proteção superfi cial do material.

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3REMOÇÃO QUÍMICA E MECÂNICA DO TECIDO CARIADO

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A remoção química e mecânica do tecido cariado é uma técnica de Mínima Intervenção (MI), na qual se utilizam instrumentos não cortantes associados a agentes que amolecem quimicamente a dentina cariada, facilitando sua remoção e assegurando ao paciente um maior conforto quando comparado ao método convencional (uso de instrumentos rota-tórios). Como não há estímulos cortantes, não há a necessidade do uso de anestesia.

A remoção química e mecânica do tecido cariado foi introduzida em 1972, quando surgiu um produto denominado GK 101, o primeiro sistema para remoção química e mecânica do tecido cariado. O GK101 promovia uma remoção do tecido cariado lentamente, de modo que para melhorar a velocidade da reação foi desenvolvido o GK101E ou Caridex, como o mesmo foi denominado em 1984 pela FDA. O Caridex era composto por ácido aminobutírico-N-monocloro-DL-2 (NMAB) e, além de não remover efetivamente o tecido cariado, apresentava outros inconvenientes, como a necessidade de aquecimento, grande quantidade de solução para a remo-ção do tecido cariado, aparatologia complexa e alto custo.

A necessidade de se promover melhorias na técnica, criando um produto mais simples e de fácil utilização, acabou por culminar no de-senvolvimento de um gel constituído por um fl uido de alta viscosidade, que contém além de três aminoácidos (leucina, lisina e ácido glutâmico), cloreto de sódio, eritrosina, carboxi-metil-celulose (CMC), água destilada e hidróxido de sódio e por uma solução de hipoclorito de sódio de baixa concentração (0,5%).

Com o intuito de globalizar a utilização dos sistemas de remoção química e mecânica do tecido cariado, promovendo o emprego desta técnica principalmente no âmbito de saúde pública em 2000, Bussadori e Miziara desenvolveram um gel à base de papaína, cloramina e azul de toluidina para remoção química e mecânica do tecido cariado.

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REMOÇÃO QUÍMICA E MECÂNICA DO TECIDO CARIADO

Esse gel não tem contra-indicações e pode ser utilizado tanto em den-tes decíduos como permanentes, é indicado para qualquer tipo de lesão de cárie, principalmente em pacientes com necessidades especiais, crianças, adolescentes e adultos fóbicos. Tem como principais vantagens o fato de ser uma técnica atraumática, efetiva, com baixo custo, fácil aplicabilidade e que não necessita aparatos tecnológicos para ser realizada (Bussadori et al. 2006; Abdelnur et al.2008). A literatura (Banerjee et al.,2000; Ammari & Moliterno, 2005) afi rma, que como não há estímulos cortantes, não há necessidade do uso de anestesia. É biocompativel com os tecidos bucais e não é tóxico in vitro e in vivo (Araújo et al., 2008).

Ao ser comparado com o método convencional, a remoção quí-mica e mecânica do tecido cariado é signifi cantemente menos dolorosa, reduz o risco de exposição pulpar e não causa danos aos tecidos sadios sendo, portanto, um excelente aliado para remoção da cárie (Bussadori et al., 2005; Silva et al.,2005).

Para a remoção de tecido cariado, até os dias de hoje, as brocas de aço acopladas à baixa rotação são os instrumentos mais utilizados (Benerjee et al., 2000). Esta técnica proporciona remoção do tecido ca-riado com maior velocidade, mas por não ser seletivo, resulta na remo-ção de estruturas sadias (Banerjee et al. 2000).

O sistema de tratamento da doença cárie que utiliza um agente químico, para remoção de dentina cariada seguida de restauração da es-trutura dental com cimento de ionômero de vidro e somada à educação e controle preventivo preenche os requisitos para um programa efetivo de promoção de saúde, que são a preservação de estrutura sadia; o não cansaço manual do operador; a ausência de dor ou desconforto; a ausência de injúria pulpar, o não uso de anestesia e eletricidade, o baixo custo e ser uma técnica de simples execução (Carneiro et al. 2004; Silva et al., 2004).

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A dentina cariada tratada química e mecanicamente torna-se fri-ável e é facilmente removida por meio da curetagem com instrumentos manuais sem corte.

A técnica restauradora está escrita no Quadro 2 e também nas fi guras de 11 a 15.

Quadro 2: Protocolo de utilização do gel Papacárie® .

ProcedimentoRadiografi a Inicial Periapical e/ou interproximalProfi laxia Com pedra–pomes e água ou com pasta pro-

fi láticaIsolamento Relativo (afastador de lábios, rolete de algo-

dão e sugador de saliva)Aplicação do gel na cavidade Colocar o gel em pote Dappen e aplicar na

cavidade por meio da própria curetaTempo para ação do gel 30 a 40 segundos para lesões de cárie ativa

40 a 60 segundos para lesões de cárie inativaRaspagem da dentina cariada Realizada por movimentos pendulares de

raspagem, com curetas sem corteReaplicação do gel Sempre que houver necessidade, até remo-

ção do tecido cariado (presença de “lascas” de dentina)

Avaliação clínica Inspeção visual da dentina remanescente e com instrumental sem corte

Lavagem da cavidade Por meio de jatos de água ou bolinha de al-godão com água. Pode-se limpar a cavidade com bolinha de algodão e digluconato de clo-rexidina 1 ou 2%.

Restauração Pode ser feita com qualquer material restau-rador, seguindo-se as normas do fabricante.

Proservação Acompanhamento clínico e radiográfi co do dente/restauração

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REMOÇÃO QUÍMICA E MECÂNICA DO TECIDO CARIADO

Fig. 11: Aspecto clínico da lesão de cárie.

Fig 12: Aplicação do gel para a remoção química do tecido cariado na cavidade.

Fig. 13: Remoção do tecido cariado por meio de raspagem com cureta sem corte.

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Fig. 14: Aspecto da cavidade após a remoção do tecido cariado.

Fig. 15: Restauração com cimento de ionô-mero de vidro.

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LINHA DE PRODUTOS NOVA DFLClareadores

Total Blanc Home (H6 - H7,5 - C10 - C16)Total Blanc Offi ce (H35)

Anestésicos & AgulhasArticaine (Articaína 4% com Epinefrina 1:100.000 / 1:200.000 - Cloridrato de Articaína + Epinefrina)

Alphacaine (Lidocaína 2% com Epinefrina 1:100.000 - Cloridrato de Lidocaína + Epinefrina)Mepinor (Mepivacaína 2% com Nor-epinefrina 1:100.000 - Cloridrato de Mepivacaína + Hemitartarato de Nor-epinefrina)

Mepisv (Mepivacaína 3% - Cloridrato de Mepivacaína - Sem vasoconstritor)Mepi-Levo (Mepivacaína 2% com Levonordefrina 1:20.000 - Cloridrato de Mepivacaína + Corbadrina)

Mepiadre (Mepivacaína 2% com Epinefrina 1:100.000 - Cloridrato de Mepivacaína + Epinefrina)Prilonest (Cloridrato de Prilocaína 3% + Felipressina 0,03UI)

Benzotop (Gel Anestésico Tópico. Benzocaína a 20%)Unoject (Agulhas Gengivais Descartáveis)

Resinas e AcessóriosNatural Look® (Resina Restauradora Microhíbrida Fotoativada)

Natural Ortho® (Resina Ortodôntica Fotoativada)Natural Flow® (Compósito Híbrido Fotoativado de Baixa Viscosidade)

Alpha Plast (Compósito Quimicamente Ativado)Alpha Plast Ortodôntico (Compósito Adesivo Ortodôntico Quimicamente Ativado)

Alpha Bond e Alpha Bond Light (Agente de União para Resina Composta)Natural Glaze (Glazeador/Selante de Superfície Fotoativado)

Natural Bond DE + ATV (Adesivo Dentinário Fotoativado com Ativador para Cura Dual)Acqua Bond (Adesivo Monocomponente Fotoativado à Base de Água)

Alpha Acid e Alpha Etch (Condicionadores Dentais à Base de Ácido Fosfórico a 37%)Polidores DFL (Pontas de Silicone para Polimento)

MoldagemFutura AD (Silicone de Adição com precisão microscópica)

Clonage (Silicone de Condensação com Qualidade Diferenciada)

PrevençãoAlpha Seal Light (Selante de Sulcos e Cicatrículas Fotoativado)

Vitro Seal Alpha (Selante de Sulcos e Cicatrículas, Fotoativado, com Carga de Ionômero de Vidro)Flugel (Flúor Gel Neutro)

Flúor Tópico Gel DFL (Flúor Gel Acidulado)

IonômerosVitro Fil LC (Cimento Ionômero de Vidro Restaurador Fotoativado)

Vitro Liner (Cimento Ionômero de Vidro para Forramento)Vitro Cem (Cimento Ionômero de Vidro para Cimentação)

Vitro Fil (Cimento Ionômero de Vidro Restaurador)Vitro Molar (Cimento Ionômero de Vidro Condensável)

Vitro Condicionador (Ácido Poliacrílico 11,5%)

Controle de InfecçãoEndozime (Detergente Multienzimático)

Surgistain (Revitalizador de Instrumentos)Sugclean (Desinfetante e Solvente de Resíduos no Sistema de Evacuação do Equipamento)

Filmes para Raio-X IntraoralContrast Speed E e F (Filmes para Raio-X Intraoral)

DiversosXTemp LC (Restaurador Provisório Fotoativado)

XTemp (Restaurador Provisório)Grampos KSK (Grampos para Dique de Borracha em Aço Inoxidável)

Sug Plast (Sugadores Plásticos Descartáveis)DFL Alloy (Liga de Amálgama de Alto Teor de Cobre)

Centrix (Sistema para injeção de quaisquer materiais dentários viscosos)Placabase DFL (Placabase para Preparação de Impressões)

Benda Brush (Pincéis Descartáveis para Aplicação de Líquidos e Géis Odontológicos)

Mais informações: www.novadfl .com.br

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Sandra Kalil BussadoriDaniela Prócida RaggioJosé Carlos P. Imparato

Márcia Cançado Figueiredo ODONTOLOGIA DE MÍNIMA INTERVENÇÃO

UM NOVO OLHAR SOBRE A ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA DE MÍNIMA INTERVENÇÃOUM NOVO OLHAR SOBRE A ODONTOLOGIA

novadfl.com.br /novadfl ident.com.br/novadfl0800 602 68 80 @novadfl /novadfl

ODONTOLO

GIA DE

MÍNIMA INT

ERVENÇÃO

UM NOVO OL

HAR SOBRE

A ODONTOLO

GIA

Cimentos de Ionômero de Vidro

Tratamento Restaurador Atraumático - ART

Remoção Química e Mecânica do Tecido Cariado

Sandra Kalil BussadoriDaniela Prócida RaggioJosé Carlos P. Imparato

Márcia Cançado Figueiredo

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