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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Mestrado Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação Trabalho de Conclusão Interpretação ambiental, aspectos biológicos e educacionais do Parque Estadual da Costa do Sol e da Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil nos limites do município de Cabo Frio - RJ Fernanda Saleme Rio de Janeiro 2016

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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Mestrado Profissional em

Biodiversidade em Unidades de Conservação

Trabalho de Conclusão

Interpretação ambiental, aspectos biológicos e

educacionais do Parque Estadual da Costa do Sol e da

Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil nos limites

do município de Cabo Frio - RJ

Fernanda Saleme

Rio de Janeiro

2016

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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Escola Nacional de Botânica Tropical

Mestrado Profissional em

Biodiversidade em Unidades de Conservação

Interpretação ambiental, aspectos biológicos e

educacionais do Parque Estadual da Costa do Sol e da

Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil nos limites do

município de Cabo Frio - RJ

Fernanda Saleme

Trabalho de Conclusão apresentado ao

Programa de Mestrado Profissional em

Biodiversidade em Unidades de

Conservação da Escola Nacional de

Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas

Jardim Botânico do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Mestre em

Biodiversidade em Unidades de

Conservação.

Orientador: Bruno Coutinho Kurtz

Rio de Janeiro

2016

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Interpretação ambiental, aspectos biológicos e educacionais do

Parque Estadual da Costa do Sol e da Área de Proteção Ambiental

do Pau-Brasil nos limites do município de Cabo Frio - RJ

Fernanda Saleme

Trabalho de Conclusão apresentado ao Programa de Mestrado

Profissional em Biodiversidade em Unidades de Conservação da Escola

Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título

de Mestre em Biodiversidade em Unidades de Conservação.

Aprovado por:

______________________

Prof. Dr. Bruno Coutinho Kurtz

______________________

Prof. Dr. Reinaldo Luiz Bozelli

______________________

Prof. Dr. Rogério Ribeiro de Oliveira

_______________________

Prof ª. Dr ª. Solange de Vasconcellos Albuquerque

Em 07/04/2016

Rio de Janeiro

2016

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Saleme, Fernanda.

S163i Interpretação ambiental, aspectos biológicos e educacionais do

Parque Estadual da Costa do Sol e da Área de Proteção Ambiental do

Pau-Brasil nos limites do município de Cabo Frio – RJ / Fernanda

Saleme. – Rio de Janeiro, 2016.

Viii, 69f. : il. 28cm.

Trabalho de conclusão (Mestrado Profissional em Biodiversidade em

Unidades de Conservação) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do

Rio de Janeiro / Escola Nacional de Botânica Tropical, 2016.

Orientador: Bruno Coutinho Kurtz.

Bibliografia.

1. Educação ambiental. 2. Interpretação ambiental. 3. Conservação

ambiental. 4. Parque Estadual da Costa do Sol (RJ). 5. Área de Proteção

Ambiental do Pau-Brasil (RJ). 6. Cabo Frio (RJ). I. Título. II. Escola

Nacional de Botânica Tropical.

CDD 304.2

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AGRADECIMENTOS

A minha família pelo apoio incondicional, sobretudo ao Osmar Saleme por ser

um pai maravilhoso, responsável por eu ter me transformado numa cidadã consciente e

amante da natureza. Gratidão, pai, você é e sempre será minha eterna inspiração.

Ao meu orientador, Bruno Coutinho Kurtz, por aceitar me orientar mesmo

quando não havia projeto definido, pelas importantes sugestões de base conceitual

durante todo o trabalho e por sempre me incentivar a fazer o melhor. Gratidão também

pela paciência, carinho e confiança.

Aos meus amigos que participaram diretamente durante todo o processo,

Minouche Klecz, Daniela Braine, Loide Aragão e Mario Domingues, sem vocês

certamente eu não chegaria até aqui.

A meu amigo mais que especial Andrei Magaton que foi o responsável pelas

ilustrações botânicas em aquarela deste trabalho. Sem palavras para descrever o

tamanho da minha gratidão em poder ter vindo com você no mesmo “ônibus espacial”.

Ao meu mais novo amigo Ayron Dias que sempre se mostrou solícito e fez um

belo trabalho na produção do layout das fichas da biodiversidade. Sem sua participação

esse trabalho não teria o mesmo brilho.

Aos meus amigos do coração que sempre me incentivaram e participaram ainda

que indiretamente nesse processo, Paulo Cordeiro, Juliana Motta, Celso Rosa, Joana

Garcia, Manuela Lima, Talita Melo e Julia Louzada, obrigada por vocês apenas

existirem e fazerem a minha vida ficar mais leve e iluminada.

À minha amiga de infância, Vivian Costa, por ter me recebido de braços abertos

em sua casa e pelo carinho.

A todos os professores do mestrado que de alguma forma contribuíram para a

minha formação, em especial, Ana Paula Prates, Solange de Vasconcellos e Katia

Torres, pelo grande aprendizado proporcionado e pelo apreço e estima com que sempre

fui tratada.

À secretária e minha xará, Maria Fernanda Lavandeira, pela consideração e

atenção dispensada.

A oportunidade de participar como suplente dos discentes foi uma honra!

Aos membros da banca, Reinaldo Luiz Bozelli, Rogério Ribeiro de Oliveira e

Solange de Vasconcellos Albuquerque, obrigada pela disposição em avaliar e colaborar

com este trabalho.

Aos companheiros de turma, pelos momentos incríveis vividos durante e depois

das aulas, foi um prazer participar dessa jornada inesquecível com vocês.

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RESUMO

A região de Cabo Frio, um dos 14 Centros de Diversidade de Plantas do país, é muito

singular, tanto nas suas características ecológicas, quanto nas suas peculiaridades

climáticas e geológicas. Contudo, o crescente aumento do turismo e da especulação

imobiliária nessa região representa uma grande ameaça à sua rica biodiversidade.

Buscando proteger e conservar tais ecossistemas, o Parque Estadual da Costa do Sol e a

Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil foram criados conforme os parâmetros do

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Nesse sentido, espera-se

colaborar na preservação das áreas inseridas nessas Unidades de Conservação a partir da

produção de um material didático de divulgação científica que visa apresentar a

biodiversidade local, evidenciando seus atributos ecológicos e suas potencialidades

biológicas. Dessa forma, mediante ações de educação e interpretação ambiental,

pretende-se sensibilizar a comunidade local de Cabo Frio com relação às questões

ambientais do município. O presente trabalho discute a produção e a relevância desse

material que tem por objetivo ser utilizado, seja como instrumento de percepção

ambiental em escolas, estimulando a realização de aulas práticas, atividades e dinâmicas

educativas, seja como material que embase medidas compensatórias ambientais ou que

auxilie em projetos de conservação ambiental. Ao final, são apresentadas considerações

desse instrumento didático como meio de fomento de discussões socioambientais que

possa vir a contribuir na construção de uma perspectiva ambientalista de mundo e de

sociedade, colaborando assim para que o desenvolvimento ocorra em bases socialmente

justas e ecologicamente sustentáveis.

Palavras-chave: Parque Estadual da Costa do Sol, Área de Proteção Ambiental do Pau-

Brasil, Biodiversidade, Conservação, Educação e Interpretação Ambiental.

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ABSTRACT

The region of Cabo Frio is unique, either in their ecological characteristics and in its

climatic and geological peculiarities. It is one part of the 14 Centers of Plant Diversity

in Brazil. However, the increasing tourism and real estate speculation in this region are

major threat to its rich biodiversity. The Costa do Sol State Park and the Pau-Brazil

Environmental Protection Area were created to protect and preserve this region,

following the parameters of the National Nature Conservation Areas System. This work

aims to collaborate in the preservation of these areas by the producing of educational

material for scientific publication about the local biodiversity. This education material

has the objective to show the Cabo Frio`s ecological attributes and biological potential.

With these education activities and materials we intended to sensitize the people of the

City of Cabo Frio and help them to elaborate critical environmental issues about their

city. This paper discusses the relevance of the production and distribution of this

educational material in the public system school and others governmental and Non-

Governmental Organizations (NGOs) as a tool of environmental awareness,

encouraging the realization of practical classes, activities and educational dynamics, as

well, in environmental compensation programs or as a support in projects of

environmental conservation. In the end we presents some considerations about our

pedagogical material, understanding that it can produce important debates about social

environmental issues. In this way, we hope to produce knowledge that contributes to a

socially just and ecologically sustainable development in a new environmental

perspective of the world and the society.

Key-words: Costa do Sol State Park, Pau-Brazil Environmental Protection Area,

Biodiversity, Conservation, Environmental Education and Interpretation.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6

1.1. Educação Ambiental versus Interpretação Ambiental .................................... 8

1.2. Material didático: fichas dos seres vivos da Região de Cabo Frio: uma

abordagem interpretativa da biodiversidade local. ............................................... 11

2. OBJETIVO ............................................................................................................ 12

3. METODOLOGIA ................................................................................................. 12

3.1. Área de estudo .................................................................................................... 12

3.1.1. Parque Estadual da Costa do Sol ............................................................... 14

3.1.2. Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil .............................................. 16

3.2. Métodos ............................................................................................................... 18

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 19

4.1. Contextualização das espécies bandeira ........................................................... 19

4.2. As fichas: Região de Cabo Frio e biodiversidade ............................................ 24

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS .............................................................................. 57

6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 60

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1. INTRODUÇÃO

O alto grau de degradação dos principais recursos e paisagens naturais tem

motivado a busca por ambientes que proporcionem contato mais direto com a natureza,

evidenciado uma forte tendência da atualidade (Farias 2005). Embora seja insuficiente

para a efetiva preservação da biodiversidade, o estabelecimento de Unidades de

Conservação (UCs) tem se mostrado como um dos principais instrumentos para a

conservação da natureza na maior parte do mundo (Fontes et al. 2006). As áreas

destinadas à proteção dos diversos ecossistemas necessitam de uso e gestão planejados,

de modo que sua conservação seja garantida e contemple as finalidades ambientais,

científicas, culturais, recreativas e econômicas (Milano 2001). Nesse sentido, a Lei nº

9.985/2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza –

SNUC, definindo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das UCs com

caráter mais participativo.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA 2013), o SNUC foi concebido

para potencializar o papel das UCs, assegurando que amostras significativas e

ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e ecossistemas estejam

adequadamente representados no território nacional e nas águas jurisdicionais. Para isso,

é gerido pelas três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Além disso, a

visão estratégica que o SNUC oferece aos tomadores de decisão possibilita que as UCs,

além de conservar os ecossistemas e a biodiversidade, gerem renda, emprego,

desenvolvimento e propiciem uma efetiva melhora na qualidade de vida de populações

locais e ao longo do território brasileiro (MMA 2013).

A urbanização da zona costeira brasileira representa um processo altamente

impactante no ordenamento territorial ambiental, ocasionando retrocessos na

conservação ambiental e despertando para a necessidade de incorporação de novas

concepções ao planejamento e gestão do espaço costeiro (Corrêa & Fontenelle 2012).

Nesse sentido, a grande demanda turística e o processo de expansão da ocupação urbana

sobre a zona costeira da Região de Cabo Frio, situada no estado do Rio de Janeiro,

portadora de uma natureza exuberante e peculiar e uma rica biodiversidade da flora e

fauna, têm acarretado impactos significativos na dinâmica ambiental e paisagística da

região (Oliveira 2001). Visando minimizar essa problemática, bem como assegurar a

preservação dos remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados, recuperar

as áreas degradadas ali existentes e oferecer oportunidades de visitação, recreação,

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interpretação, educação e pesquisa científica, em 2011 foi criado o Parque Estadual da

Costa do Sol (PECS) que incorporou nos seus limites algumas Áreas de Proteção

Ambiental já existentes, como a APA de Massambaba, da Serra de Sapiatiba e do Pau-

Brasil. O PECS abrange seis municípios e é o primeiro do Brasil a ser formado por

áreas descontínuas. Assim, como está previsto para o seu Plano de Manejo, que ainda

está em fase de produção, deve-se explorá-lo da melhor forma por meio de atividades

práticas e educativas visando auxiliar na gestão e conservação dos seus recursos

naturais.

Moreira (2008) relata que as UCs são locais ideais para práticas recreativas,

educativas e interpretativas, principalmente as UCs abertas ao público, oferecendo,

dessa maneira, diversos benefícios à sociedade. Para Davenport (2002), a principal

preocupação do manejo das áreas protegidas deveria ser, além da proteção, a promoção

de atividades educativas e recreativas. Nesse sentido, a Interpretação Ambiental (ver

definição abaixo) aparece como ferramenta de gestão administrativa, pois auxilia no

incremento da satisfação do visitante e na sua conscientização, contribui para a

obtenção dos objetivos inseridos no Plano de Manejo das UCs e, principalmente, tem a

função de conciliar a recreação com a educação (Moreira 2008).

A Educação Ambiental (ver definição abaixo) aliada à Interpretação da Natureza

deve ser utilizada para incentivar o interesse pelo tema na sociedade, favorecendo a

aprendizagem em parceria e a reflexão sobre atitudes e procedimentos diante das

questões ambientais, contribuindo para a adoção de práticas pedagógicas e

interpretativas nas áreas protegidas. O “fazer educação ambiental” é um processo

permanente que pode acontecer em qualquer lugar, seja na escola, em casa ou no

interior de UCs (Crivellaro 2001).

Dessa maneira, entende-se que amplificar o conhecimento produzido por

pesquisadores sobre essas unidades e apresentá-los às comunidades locais com uma

linguagem simples e de fácil compreensão considerando a Interpretação da Natureza

como meio capaz de oferecer esses aprofundamentos torna-se uma estratégia necessária

para que todos os envolvidos consigam se enxergar como atores e atuantes diretos no

processo. Assim, acredita-se que a Educação Ambiental deve embasar essas atividades

de forma crítica, buscando promover ambientes educativos de mobilização desses

processos de intervenção sobre a realidade e seus problemas socioambientais

(Guimarães 2004).

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1.1. Educação Ambiental versus Interpretação Ambiental

Embora a Interpretação Ambiental seja frequentemente confundida com a

Educação Ambiental, ambas possuem características próprias que merecem ser

pontuadas e contextualizadas.

Quando se aborda o campo da Educação Ambiental nos deparamos com diversas

classificações de diferentes autores (e.g. Dehan & Oberlinkels 1984; Goffin & Boniver

1985; Iozzi 1987; Hungerford et al. 1992; Pineau 2000), ainda que todas enfatizem a

preocupação com o meio ambiente e façam o reconhecimento central da educação para

a melhoria deste último (Sauvé 2005) é preciso considerar suas vertentes e definir qual

melhor se encaixa na proposta pedagógica fomentada pelo educador em questão. Nesse

sentido, definir qual corrente se está discutindo e encará-la como norte orientador da

proposta pedagógica é essencial, uma vez que essas diversas correntes representam

linhas de pensamento antagônico entre elas.

Assim, a Educação ambiental que serviu como base teórica na produção deste

trabalho segue uma corrente que a encara de forma crítica, ou seja, é aquela que realiza

uma crítica a Educação Ambiental conservadora e que, de acordo com Guimarães

(2004), deve subsidiar uma leitura de mundo mais complexa e instrumentalizada para

uma intervenção que contribua no processo de transformação da realidade

socioambiental. Todos os autores que discutem e propõem essa corrente (e.g. Quintas

2000; Sato 2001; Loureiro 2003; Guimarães 2004; Layrargues 2004) tiveram nas

leituras marxistas uma importante influência em suas formações.

Esclarecido esse ponto, cabe ressaltar que não pretende-se aqui fazer um

aprofundamento dessa corrente, somente enfatizar sua principal linha de pensamento

com intuito de fazer uma comparação com a Interpretação Ambiental. Isso porque a

Educação Ambiental tem objetivos que vão além daqueles teoricamente propostos para

a Interpretação Ambiental, sendo o principal objetivo desta última apenas a

sensibilização visando auxiliar na conservação do patrimônio ambiental (Silva 2012).

Segundo Loureiro (2003), a Educação Ambiental no Brasil se fez tardiamente,

pois apesar de existirem registros de projetos e programas desde a década de setenta, foi

a partir da década de oitenta que sua discussão começou a ganhar dimensões públicas,

inclusive, com sua inclusão na Constituição Federal de 1988. No entanto, efetivamente

é na década de noventa, sobretudo através da mobilização social em decorrência da Rio

92 que seu alcance ganhou relevância. No final dessa década, o governo federal, por

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meio do Ministério da Educação e do Ministério do Meio Ambiente criou ações

importantes, como o Programa Nacional de Educação Ambiental, Parâmetros

Curriculares Nacionais e a Lei 9795 de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política

Nacional de Educação Ambiental, com explícita preocupação social e com a formação

de uma sociedade justa, democrática e sustentável (Loureiro 2003).

De acordo com essa Lei, “entende-se por educação ambiental os processos por

meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, um

bem de uso comum da população, essencial à sadia qualidade de vida e sua

sustentabilidade. A educação ambiental é um componente essencial e permanente da

educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e

modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.

Sendo assim, entende-se que a Educação Ambiental deve fazer parte do

currículo escolar nacional e seus principais aspectos precisam ser encarados na

totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o

cultural, visando estabelecer processos participativos de ação consciente e integrada,

fortalecendo o sentido de responsabilidade cidadã e de pertencimento a uma

determinada localidade. Nessa perspectiva, as escolas devem trabalhar a Educação

Ambiental de forma prática e reflexiva levando à consolidação de valores que possam

ser entendidos e aceitos como favoráveis à sustentabilidade global, à justiça social e à

preservação da vida (Loureiro 2003).

A Educação Ambiental tem caráter contínuo, podendo ser trabalhada em

diversas instâncias, formais ou não formais (Ikemoto et al. 2009), seu processo é

permanente e necessita superar discussões rasas e abordagens insuficientes, como meras

atividades recreativas, por exemplo. Guimarães (2004) salienta que a educação, acima

de tudo, é relação e se dá no processo e não, simplesmente, no sucesso da mudança

comportamental de um indivíduo.

A Interpretação Ambiental, por sua vez, muitas vezes é considerada uma

extensão da Educação Ambiental, sendo esse termo mais utilizado para descrever

atividades que visam uma melhor compreensão do ambiente em UCs (Silva 2012), ou

seja, é projetada para um momento específico e de curta duração, em ambientes não-

formais. Ela surgiu em meados dos anos 1950 e Tilden foi o primeiro a defini-la,

descrevendo-a como uma atividade educacional que tem o objetivo de revelar os

significados, as relações ou os fenômenos naturais, por intermédio de experiências

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práticas e meios interpretativos, ao invés da simples comunicação de dados e fatos

(Tilden 1957). Silva (2012) afirma que a Interpretação Ambiental situa-se como uma

importante ferramenta educativa a serviço da Educação Ambiental, mas há de se

discutir sobre sua função: estará ela a serviço de uma educação conservadora ou de uma

transformadora, emancipatória e crítica?

O termo Interpretação da Natureza ou Interpretação Ambiental refere-se a um

conjunto de princípios e técnicas que almejam despertar o interesse das pessoas para a

compreensão do ambiente, por meio de experiências práticas e diretas. Caracteriza-se

pela informalidade e encantamento, pela provocação de estímulo, curiosidade e reflexão

e pelo uso de interações, comparações e analogias com experiências reais, abordando

temas relevantes em seus aspectos normalmente despercebidos (Milano 1989). Sua

prática implica em um processo de sensibilização por meio da transmissão de

conhecimento, sendo essencial o papel da comunicação.

A atividade de Interpretação visa auxiliar na conservação do patrimônio seja ele

histórico, cultural ou natural, e normalmente são desenvolvidas em áreas relacionadas

ao patrimônio discutido. A Interpretação Ambiental, por exemplo, frequentemente se dá

através de atividades que são realizadas em áreas protegidas. No entanto, essas

atividades também vêm ocorrendo em outros ambientes, com destaque para as escolas,

principalmente as que realizam aulas em campo. Nesse sentido, as escolas estão

“invadindo” as UCs e a Interpretação ambiental está “invadindo” as escolas e muitos

dos seus principais aspectos e contribuições à área educacional se dão em diversas

publicações (e.g. Farias & Araujo 2005; Mansano 2006; Zanin 2006; Martins 2009;

Oliveira & Vargas 2009; Santos et al. 2011; Higuchi 2012; Santos et al. 2012; Rigon et

al. 2013).

Portanto, a Educação Ambiental deve complementar as atividades de

Interpretação Ambiental e, sobretudo, reforçar a relação entre o ser humano e a natureza

de forma interdisciplinar, em busca da realização de autonomia e liberdade humana em

sociedade, redefinindo o modo como nos relacionamos com a nossa espécie, com as

demais espécies e com o planeta (Loureiro 2006).

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1.2. Material didático: fichas dos seres vivos da Região de Cabo Frio: uma

abordagem interpretativa da biodiversidade local.

O município de Cabo Frio possui uma realidade ambiental repleta de

contradições. Suas peculiaridades ecológicas atraem uma expressiva demanda turística,

aumentando assim a valorização dos imóveis, a especulação imobiliária e o crescimento

desordenado. Tendo em vista que o município não possui um planejamento ambiental

integrado convergente com o princípio do desenvolvimento sustentável (Corrêa &

Fontenelle 2012), a conservação de seus recursos naturais se encontra num momento

delicado. Diegues (2001) adverte que ecossistemas costeiros essenciais estão sendo

destruídos antes que um planejamento adequado seja formulado e implementado.

Diante da situação ambiental vigente, nota-se a necessidade de projetos e

políticas públicas que conscientizem a população e seus visitantes com relação a essas

questões. Assim, busca-se a participação social e o estímulo ao exercício da cidadania,

fomentando o debate e o diálogo entre ciência e cultura popular, objetivando a discussão

da problemática ambiental em sua complexidade (Loureiro 2006).

Nesse sentido, o material didático aqui proposto, intitulado “Fichas dos seres

vivos da Região de Cabo Frio: uma abordagem interpretativa da biodiversidade local”,

visa aprimorar metodologias de ensino sobre as questões ambientais locais usando como

principal ferramenta a Interpretação Ambiental aliada a um trabalho interdisciplinar

pedagógico. Almeja-se incentivar a promoção de projetos ambientais em escolas

públicas, estimulando a participação mais efetiva de professores e alunos, buscando

uma maior percepção dos aspectos envolvidos, colaborando diretamente no processo de

transformação da realidade socioambiental. Deseja-se também colaborar com projetos

que incentivem a preservação ambiental, aproximando a comunidade local das

principais questões socioambientais da região, buscando incentivar que o

desenvolvimento ocorra em bases socialmente justas e ecologicamente sustentáveis.

Importante ressaltar que esse trabalho foi inspirado em um material pedagógico

produzido e fornecido pelo NUPEM/UFRJ (Núcleo de Pesquisa em Ecologia e

Desenvolvimento Socioambiental de Macaé – Universidade Federal do Rio de Janeiro)

(e.g. Lopes et al. 2003; Lopes & Bozelli 2004).

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2. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver material didático sobre

espécies representativas da flora e fauna do município de Cabo Frio, para utilização

junto à comunidade local, contribuindo assim com a gestão e preservação do Parque

Estadual da Costa do Sol e da Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil.

3. METODOLOGIA

3.1. Área de estudo

O estudo abrangeu o Parque Estadual da Costa do Sol e a Área de Proteção

Ambiental do Pau-Brasil, situados no município de Cabo Frio, RJ (Fig. 1). Estas

Unidades de Conservação possuem ecossistemas ricos e singulares constituindo parte

do Centro de Diversidade Vegetal de Cabo Frio (Araujo 2007).

Fig. 1: Localização do município de Cabo Frio, área do presente estudo (Fonte: Corrêa

& Fontenelle 2012).

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A região de Cabo Frio é muito especial, tanto em termos de clima quanto de

vegetação, razão pela qual foi escolhida pelo WWF/IUCN como um dos 14 Centros de

Diversidade Vegetal do Brasil (Araujo 1997). Localizada na costa nordeste do estado do

Rio de Janeiro, apresenta peculiaridades climáticas, geológicas e ecológicas que

condicionam diversas formações vegetais, com muitas espécies endêmicas e raras (Coe

et al. 2007). Segundo Coe & Carvalho (2013), a região abarca os municípios de Arraial

do Cabo, Armação dos Búzios, Cabo Frio, Iguaba, São Pedro da Aldeia e Araruama e

abrange uma área de aproximadamente 1.500 km², com altitudes que variam desde o

nível do mar até cerca de 300 m. Nessa área predomina o bioma Mata Atlântica, com

ecossistemas extremamente distintos. Ocorrem extensas restingas, maciços costeiros,

lagoas, manguezais e altas dunas, com destaque para a praia do Peró, que possui o maior

campo de dunas ativo do estado do Rio de Janeiro. Há também serras acidentadas como

a de Sapiatiba. A extensa restinga de Massambaba separa a laguna de Araruama (uma

das maiores lagunas hipersalinas do mundo) do mar.

As características diferenciadas da região resultam da diversidade de fatores

geológicos, ecológicos e climáticos interdependentes, como a grande distância da linha

da costa até a Serra do Mar (Coe et al. 2007), que faz com que a umidade passe pela

região sem uma barreira que force o ar para cima, condensando a umidade e fazendo

chover. Outro fator é a ressurgência, na plataforma continental, da corrente marinha de

águas frias denominadas Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS), oriunda da

Antártica, em uma costa dominada por correntes quentes, atenuando as precipitações

(Coe & Carvalho 2013). O regime de ventos da região, com predominância intensa do

quadrante nordeste, reforça este fenômeno. Estes fatores contribuem para a redução das

chuvas na região, influenciando fortemente o clima (precipitação média anual de 850

mm), aumentando a taxa de evaporação em relação à precipitação pluvial, tornando a

laguna de Araruama hipersalina (Ab'Saber 1973). Barbiére (1975) classifica o clima

desta região como uma variação do clima semi-árido quente. De acordo com Ab‟Saber

(1974), a presença desse clima mais seco possibilitou a permanência do remanescente

de uma vegetação existente desde os períodos glaciais do pleistoceno, denominado de

Caatinga Fluminense.

Araujo (2000) afirma que a região abriga 65% das espécies vegetais de restinga

indicadas como endêmicas ao estado do Rio de Janeiro, porcentagem essa superior a

qualquer outra área de restinga. A condição climática mais seca da região define

formações vegetais que fogem do aspecto exuberante que as florestas de encosta do

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estado do Rio de Janeiro costumam apresentar (Farág 1999). Ururahy (1987) classificou

a vegetação da região como “uma disjunção fisionômico-ecológica da estepe

nordestina” e Araujo (1997) distingue três unidades fisionômicas: (1) planícies costeiras

(praia, dunas e terras baixas, áreas alagadas, lagoas e depósitos aluviais); (2) baixos

morros de Cabo Frio e de Búzios e ilhas costeiras; e (3) morros continentais até 300 m.

Todas essas peculiaridades da região de Cabo Frio, associadas ainda a sua

história paleoevolutiva ao longo do Quaternário, com episódios de variação do nível do

mar, fazem dela um local privilegiado para estudos ambientais (Coe et al. 2007).

Contudo, a expansão e a extrema valorização imobiliária da região representam a maior

ameaça para sua conservação.

3.1.1. Parque Estadual da Costa do Sol

O Parque Estadual da Costa do Sol (PECS) (Fig. 2) foi criado, no dia 18 de abril

de 2011, pelo Decreto Estadual n° 42.929. Possuindo uma área aproximada de 9.840,90

ha e abrangendo de forma descontínua os municípios de Saquarema, Araruama, São

Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio e Armação dos Búzios, divide-se em

quatro núcleos: Atalaia-Dama Branca, Sapiatiba, Massambaba e Pau-Brasil e engloba

três Áreas de Proteção Ambiental: Massambaba, Serra de Sapiatiba e Pau-Brasil. Foi o

primeiro Parque Estadual a ser implantado na Região dos Lagos e o primeiro do país a

funcionar com sistema de cogestão com os municípios envolvidos. Além disso, é

também pioneiro no Brasil por ser constituído de áreas descontínuas, como já ocorre no

Canadá e nos Estados Unidos (CBHLSJ 2011).

O PECS tem por principais objetivos manter populações de animais e plantas

nativas e oferecer refúgio para espécies migratórias, raras, vulneráveis, endêmicas e

ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas; preservar restingas, mangues, floresta

atlântica, vegetação xerofítica, cordões arenosos, costões rochosos, brejos, lagoas,

lagunas, formações geológicas notáveis e sítios arqueológicos contidos em seus limites;

assegurar a continuidade dos serviços ambientais prestados pela natureza; e possibilitar

o desenvolvimento do turismo no interior do parque e atividades econômicas

sustentáveis em seu entorno.

Embora represente um importante instrumento de conservação ambiental, o

processo de implantação do PECS e os critérios de inclusão de áreas nos seus limites,

realizado através do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), despertou algumas críticas.

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Atualmente seu Plano de Manejo está em andamento, mas o que mais tem causado

polêmica e discussões é que áreas com extremo valor ambiental ficaram de fora de sua

jurisdição. Corrêa & Fontenelle (2012) apontam que importantes áreas do ponto de vista

ecológico, ambiental e paisagístico não foram enquadradas na proposta inicial de

delimitação da Unidade de Conservação, inclusive os campos de dunas transgressivas

do Peró (Cabo Frio), significativos representantes da geodiversidade da região.

Atualmente o campo de dunas do Peró encontra-se em processo de

licenciamento para implantação de um grande empreendimento imobiliário do ramo

turístico. Entretanto, por meio de interposições de parte da sociedade civil organizada,

que englobam tanto pesquisadores das mais renomadas instituições do Estado, tais

como Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Universidade Federal

Fluminense, Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre outras, quanto moradores,

turistas e esportistas, foi possível obter o embargo da obra nos âmbitos estadual e

federal através do Ministério Público, e municipal, por meio da revogação de uma lei

orgânica do município que permitia a implantação desse tipo de empreendimento na

área discutida.

Portanto, a não inclusão desta área nos limites do Parque Estadual Costa do Sol,

assim como tantas outras áreas de demasiada relevância biológica, torna suscetível a

perda de habitats, biodiversidade e geodiversidade e amplia a possibilidade de

degradação de ecossistemas com características únicas, deixando de assegurar a

sobrevivência das espécies, bem como a preservação de seus recursos naturais, podendo

ocasionar um grande desequilíbrio ecológico com reflexos diretos na vida humana.

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Fig.2: Mapa do Parque Estadual da Costa do Sol mostrando seus limites geográficos

(Fonte: INEA, inéd.)

3.1.2. Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil

A Área de Proteção Ambiental (APA) do Pau-Brasil (Fig. 3) foi criada pelo

Decreto Estadual nº 31.346, de 6 de julho de 2002, e situa-se entre Cabo Frio e

Armação dos Búzios, compreendendo estreita faixa continental, pequena área de

insulares e grande extensão marítima. Ela deveria ser um exemplo de preservação

ambiental, pois resguarda um patrimônio natural de extrema importância para o Brasil,

sendo considerada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco em 1992. De

acordo com o Decreto oficial, a APA tem por objetivos assegurar a preservação dos

remanescentes de Mata Atlântica da porção fluminense, bem como recuperar as áreas

degradadas ali existentes; preservar espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção

ou insuficientemente conhecidas da fauna e da flora nativas; integrar o corredor

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ecológico central da Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro; e estimular as

atividades de recreação, educação ambiental e pesquisa científica quando compatíveis

com os demais objetivos.

Lacerda et al. (1993) afirmam que sua flora deve possuir entre 1.500 e 2.200

espécies, sendo cerca de 26 plantas endêmicas, incluindo espécies vulneráveis e em

perigo de extinção. É importante ressaltar que a maioria destas espécies se concentra em

território cabo-friense.

Administrada atualmente pelo INEA, seus limites são: o canal do Itajurú em

Cabo Frio, a sudoeste (ligando o Oceano Atlântico à Laguna de Araruama); a praia de

Tucuns em Armação dos Búzios, a nordeste; a Estrada Cabo Frio-Búzios a noroeste; e

uma poligonal que faz o fechamento da área no oceano, a sudeste, inscrevendo as ilhas

do Papagaio, Dois Irmãos, Redonda, Comprida, Capões, dos Pargos, do Breu e ilhotas

das Emerenças. As principais praias na costa são as de José Gonçalves, Caravelas, Peró

e Conchas, numa área total de quase 14.000 hectares, com quase 80% da área formada

pelo Oceano Atlântico (Filho 2007). O campo de dunas do Peró pertence a esta

Unidade de Conservação e representa o maior campo de dunas ativo do estado do Rio

de Janeiro (Tupinambá & Monlevade 2014).

O Plano de Manejo, aprovado pelo Decreto Estadual nº 32.517, de 23 dezembro

de 2002, encontra-se em revisão, existindo estudos para sua inclusão ao Parque Estadual

da Costa do Sol por meio do Projeto Ações Prioritárias para a Implantação do PECS.

Devido a sua importância biológica e à grande pressão sofrida pela especulação

imobiliária, não há dúvidas de que é de extrema importância incorporar seus limites ao

Parque, mudando sua categoria de Unidade de Conservação de Uso Sustentável para

Proteção Integral, ampliando assim suas condições de manejo e preservação.

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Figura 3: Mapa da Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil mostrando seus limites

geográficos (Fonte: INEA, inéd.)

3.2. Métodos

A estratégia definida para desenvolver o presente trabalho baseia-se na

metodologia qualitativa-descritiva de levantamento, análise e discussão de referenciais

bibliográficos sobre a temática tratada (Gil 1991). Tal metodologia abarca e permite o

desenvolvimento de pesquisa de Interpretação Ambiental em Unidades de Conservação,

pois levanta o seu potencial de utilização, seus aspectos limitantes e sintetizam e

discutem artigos científicos. Assim a metodologia proposta ajudou na delimitação da

área estudada e na definição dos critérios de escolha das espécies bandeira visando a

produção do material didático.

O termo espécies bandeira foi adotado para sinalizar o conjunto de espécies que

foram selecionadas na intenção de representar a biodiversidade local e também por ser

comumente utilizado para designar espécies que são muito carismáticas, e que são, por

esse motivo, usadas como símbolo para alertar para problemas com outras espécies ou

habitats. Com relação à definição dos critérios de escolha dessas espécies, foram

levados em consideração a ocorrência na área de estudo, a representatividade, ou seja,

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que tenha forte relação com a região, peculiaridades como endemismo e carisma, e a

possibilidade de fazer discussões sobre questões importantes, como a invasão biológica,

pioneirismo e ameaças por ações antrópicas que acarretam, consequentemente, em

discussões mais abrangentes. Partindo dessa premissa, algumas espécies notoriamente

conhecidas por habitar a região de estudo foram eleitas e destinadas a compor a lista de

espécies bandeira por se encaixarem nesses critérios. Cabe ressaltar que a seleção

definitiva das espécies só foi finalizada ao longo de pesquisas realizadas em campo, no

decorrer do desenvolvimento do projeto.

O material didático compõe-se de um caderno com fichas soltas, e cada ficha

contempla um organismo, ilustrando e servindo de modelo de caracterização dos

diferentes ambientes da vegetação de restinga encontrada nas áreas de estudo. Cada

ficha é composta pelos seguintes itens: nome popular, nome científico, breve descrição

(características gerais, morfologia), distribuição geográfica (com a ocorrência na área de

estudo) e no seu verso contém curiosidades, tais como sua importância ecológica, suas

utilidades, outras designações para as espécies, entre outros, seguido de bibliografia e

colaboradores.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Contextualização das espécies bandeira

Segundo Schäffer (2002), o ecossistema predominante na área de estudo é a

floresta estacional semidecidual, típica do bioma Mata Atlântica e das condições

climáticas particulares da região. Outro tipo de vegetação peculiar, denominada de

savana estépica ou „região da estepe‟ (Ururahy et al. 1983) também é encontrada. Sua

característica principal é o alto percentual de árvores que perdem suas folhas no período

seco e a grande quantidade de cactos, que atingem até 5 m de altura. Na região das

escarpas próximas ao mar entre a ilha de Cabo Frio e Búzios ocorre essa vegetação

peculiar com a ocorrência do cacto colunar Pilosocereus ulei (K. Schum.) Byles & G.

D. Rowley, endêmico desta região (Araújo 2007). A Lista Vermelha da IUCN (União

Internacional para a Conservação da Natureza) descreve esse cacto, conhecido

popularmente como cabeça de velho, como espécie em perigo, porque tem uma

distribuição muito restrita (sua extensão de ocorrência é de aproximadamente 200 km²)

e há declínio contínuo na extensão e qualidade do seu habitat, embora ocorra em áreas

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protegidas (Reserva Extrativista de Arraial do Cabo, Parque Estadual da Costa do Sol e

Área de Proteção Ambiental do Pau-Brasil). As principais ameaças a esta espécie são o

desenvolvimento costeiro e o turismo.

Já a formação herbácea de restinga mais próxima do mar é composta

principalmente por uma espécie conhecida popularmente como batata da praia

(Ipomoea pes-caprae (L.) R. Brown), espécie capaz de tolerar altas concentrações de

sal geradas pela influência do mar, além de atuar na fixação de dunas. Entre esta

formação e a formação arbustiva, mais interiorana, ocorre uma área de vegetação aberta

dominada pela palmeira anã conhecida como guriri (Allagoptera arenaria (Gomes)

Kuntze), que também pode ocorrer nos morros litorâneos à beira mar. A espécie

distribui-se da planície litorânea da Bahia até São Paulo, vegetando sobre dunas ou

planícies arenosas (Fonseca-KruelI & Peixoto 2004).

A vegetação aberta da restinga, tanto nas bordas como no interior das moitas que

podem ser observadas após a área dominada pelo guriri, é composta por bromélias como

o gravatá (Neoregelia cruenta (R. Graham) L. B. Sm.), encontrado na maioria das

restingas do estado do Rio de Janeiro. Seus frutos têm importância para as comunidades

tradicionais que os consomem maduros e crus no campo, enquanto caminham para

pescar (Fonseca-Kruel et al. 2006). Atua como espécie-focal, aumentando o conteúdo

nutricional e a retenção hídrica do solo, agindo como local de germinação para outras

espécies e atração de fauna, pois tem a capacidade de reter grande quantidade de água

no copo central, formado pela disposição em roseta das folhas.

Bueno & Borges (2007) relatam que na vegetação arbustiva, em forma de moitas

intercaladas por clareiras, ocorrem espécies lenhosas de maior porte, como a aroeira

(Schinus terebinthifolius Raddi). A aroeira é uma árvore que tem entre 5 e 10 m de

altura e possui características ornamentais, sendo muito utilizada na arborização de ruas

e praças. No Rio de Janeiro é encontrada na Floresta Atlântica e em restingas em todo o

estado e também em capoeiras em regeneração. Além do Brasil (onde ocorre de

Pernambuco ao Rio Grande do Sul), ocorre na Argentina, Uruguai e Paraguai (Fonseca-

Kruel et al. 2006). Possui uso medicinal e é muito utilizada como alimento, pois o fruto,

vermelho e apimentado, acrescenta sabor e refinamento aos pratos da culinária

universal.

Espécies exóticas invasoras como a casuarina (Casuarina equisetifolia L.) e a

pita (Furcraea foetida Haw) também disputam o habitat com as nativas ao longo da

área de estudo. A casuarina é uma espécie arbórea nativa de regiões costeiras tropicais

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da Austrália e sudeste asiático e foi introduzida e naturalizada através do Caribe e várias

outras regiões tropicais e subtropicais (Parrota 1993). O nome casuarina é derivado de

Casuarius, devido à semelhança dos ramos pendurados desta árvore de grande porte,

com as plumas de um avestruz (Barroso 1987). A pita é uma herbácea de grande porte

originária da América Central e norte da América do Sul (da Costa Rica ao norte da

Venezuela) e há registros de ocorrência da espécie no Brasil desde o início do século

XIX. Sua introdução se deu principalmente para o uso e comercialização das fibras

(Dechoum & Ziller 2007.). F. foetida apresenta como principais características de

invasão a competição com outras espécies vegetais por recursos, como nutrientes, e

espaço físico (Badano & Pugnaire 2004). A inclusão dessas espécies é estratégica,

possibilitando chamar a atenção para um grave problema ambiental: a invasão

biológica.

Nas regiões mais distantes do mar, existiam árvores ainda mais robustas, como o

pau brasil (Caesalpinia echinata Lam.), que durante muitos anos, na época da

colonização, foi a principal fonte de riquezas e primeira atividade econômica

significativa do país. Atualmente é muito difícil encontrá-lo em estado natural, pois está

ameaçado de extinção devido à intensa exploração que sofreu no passado, mas ainda há

registros de ocorrência da espécie nos limites da APA do Pau-Brasil e em trechos

específicos do PECS, como os morros da piaçava e do mico. A espécie encontra-se em

perigo de extinção, tanto ao nível nacional (MMA 2014), como global (IUCN 2016).

Essa árvore é nativa da Mata Atlântica e símbolo do país. Apresenta tronco de casca

acinzentada, recoberta de grossos acúleos, que descama em placas irregulares deixando

ver a casca interna de coloração avermelhada (Lorenzi 2002).

A vegetação de restinga também tem espécies frutíferas, como a pitangueira

(Eugenia uniflora L.), que é encontrada em quase todo território nacional (Sanchotene

1985) e serve de alimento para aves que habitam esse ecossistema.

A avifauna das restingas do Estado do Rio de Janeiro é constituída por espécies

generalistas e de ampla distribuição, representada principalmente por espécies de Mata

Atlântica (Reis & Gonzaga 2000). Contudo, a única espécie endêmica de restinga que

habita a área de estudo é o formigueiro do litoral (Formicivora littoralis Gonzaga &

Pacheco, 1990) que está ameaçado de extinção devido à degradação acelerada de seu

hábitat. A espécie está ameaçada nos níveis global (IUCN 2004), nacional (Chirello

2005) e regional (Alves et al. 2000). Sua distribuição é restrita à Região dos Lagos (RJ),

com ocorrência registrada para os municípios de Saquarema, Araruama, Iguaba Grande

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(Vecchi & Alves 2008), São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo (restinga de

Massambaba), Cabo Frio e Armação dos Búzios (Praia de Tucuns) (Gonzaga &

Pacheco 1990).

A coruja buraqueira – Athene cunicularia (Molina, 1782) - também habita a

região de estudo. Essa coruja é facilmente encontrada durante o dia pousada em locais

expostos e tem o hábito de viver em buracos e cavidades do solo. A espécie tem porte

médio, em torno de 30 cm de comprimento, e ocorre em toda América, bem como em

quase todo Brasil com exceção da bacia Amazônica (Menezes & Meira 2012).

O tiê sangue – Ramphocelus bresilius (Linnaeus, 1766) - também é uma

espécie típica de restinga e é facilmente visualizado na área de estudo. Possui

dimorfismo sexual, sendo a plumagem da fêmea menos vistosa, de parda nas partes

superiores a marrom-avermelhada nas inferiores. Os machos jovens são semelhantes às

fêmeas. Ave endêmica do litoral leste brasileiro, onde ocorre da Paraíba a Santa

Catarina. Habita capoeiras baixas, bordas de florestas, restingas, plantações, áreas de

vegetação secundária, beira de rios, campos e, às vezes, também parques e praças de

cidades (Dias 2015).

Com relação à herpetofauna, as espécies mais conhecidas ameaçadas de extinção

são o lagartinho branco da praia (Liolaemus lutzae Mertens, 1938) e o anfíbio Scinax

littoreus (Peixoto, 1988). A primeira espécie é restrita às áreas de praia e dunas frontais

cobertas por vegetação herbácea de restinga e raramente adentra porções mais

interiores. Sua distribuição atual vai da restinga da Marambaia às restingas de Cabo Frio

(Rocha et al. 2008). A segunda, conhecida popularmente como Perereca da bromélia,

tem a vida diretamente ligada a essa planta uma vez que a habita e a utiliza como sítio

de deposição de ovos e desenvolvimento de larvas (Correa-Pinto & Silva 2007). Espécie

endêmica do Rio de Janeiro, com ocorrência restrita a formações de restingas e a

afloramentos rochosos de até 200 metros de altitude, estendendo-se do município de

Niterói à Macaé (Pontes & Baêta 2013).

A ocorrência do sagui de tufo branco – Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) -

também é bem notória nas áreas mais arbustivas. No entanto, podem utilizar diferentes

estratos da floresta e são muito ativos durante o dia. Originário da região nordeste do

Brasil, foi introduzido nas regiões Sudeste e Sul, sendo avistado também em Buenos

Aires, na Argentina (Rylands et al. 2008). Por ser considerada uma espécie exótica

invasora, é capaz de colonizar e circular amplamente tanto em áreas de floresta, como

em áreas urbanas, competindo por alimento e abrigo com espécies nativas que já vivem

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sob a pressão da perda crescente de hábitat provocada pelas ações humanas (Verona

2008).

Cada espécie apresentada aqui exerce pelo menos uma função essencial no

equilíbrio dos ecossistemas. As formações vegetais (florestas, campos naturais, matas

de galeria, restingas) desempenham papéis fundamentais na manutenção do equilíbrio

ecológico e climático do planeta, responsáveis pelos fluxos hídricos e capazes de

amenizar as diferenças de temperatura (MMA 2005). Bueno & Borges (2007) ressaltam

que a vegetação de restinga é responsável pela fixação das dunas, sendo capaz de evitar

assim diversos problemas ao homem, como o bloqueio de estradas, invasão de

habitações, atenuação do assoreamento de brejos, lagunas e canais, bem como também é

responsável pela manutenção da drenagem natural, mantendo o substrato permeável,

permitindo à chuva penetrar no solo abastecendo os lençóis freáticos, lençóis estes que

podem garantir o fornecimento de água potável na região.

Essas formações vegetais dependem diretamente da fauna, do vento e da água,

pois são dispersores e polinizadores naturais, favorecendo a reprodução das plantas,

permitindo a formação de novas florestas ou matas, e a manutenção das atuais (MMA

2005). Portanto, a quebra desse equilíbrio ecológico por meio de ações antrópicas que

causam impactos negativos, como o desmatamento, a caça e a pesca predatórias,

prejudicam enormemente o bem estar desses ecossistemas, acarretando problemas com

reflexos diretos na vida do homem.

Diante dos aspectos levantados, optou-se pela utilização dessas espécies como

espécies bandeira, pois foi observado, a partir de levantamento de projetos e estudos

que utilizaram esse termo (e.g. Silveira 2004; Clivati 2006; Guedes & Candisani 2006;

Romagnoli et al. 2011; Miranda et al. 2012), o potencial para promover o processo de

conscientização do público alvo de forma mais prática e direta, pois campanhas desse

perfil demonstraram que as espécies carismáticas criam uma relação afetiva com o

público, auxiliando assim na sensibilização almejada. Alguns exemplos mais

conhecidos dessas espécies que são utilizadas como “modelo” para a preservação são: o

Mico leão dourado que virou símbolo da luta pela preservação da Mata Atlântica; o

Projeto Tamar que utiliza uma tartaruga marinha que empresta sua imagem para ajudar

a conservar as cinco espécies do grupo que vivem em nosso litoral; o Projeto Arara

Azul que utiliza a arara azul como uma espécie bandeira para promover a conservação

de outras espécies da biodiversidade e do Pantanal como um todo; e a Onça pintada que

consegue atrair toda a atenção necessária para a mobilização de campanhas ambientais,

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representando diversos biomas brasileiros (Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado e

Pantanal) (Chagas 2015).

Nesse sentido, espera-se que as espécies bandeira aqui representadas possam

fomentar grandes discussões que abordem toda problemática envolvida no contexto

apresentado, ajudando na sensibilização das comunidades locais e atuando diretamente

no estímulo à busca pelo conhecimento, ampliando assim suas condições de

preservação.

4.2. As fichas: Região de Cabo Frio e biodiversidade

No total, foram elaboradas dezesseis fichas. A primeira, chamada de Ficha da

Região de Cabo Frio, apresenta os principais ecossistemas inseridos na área de estudo,

levanta suas peculiaridades e relaciona as duas UCs contempladas. As demais fichas,

intituladas Fichas da Biodiversidade, apresentam nove espécies vegetais e seis espécies

animais que habitam a Região de Cabo Frio.

Esse material foi inspirado no material pedagógico produzido pelo

NUPEM/UFRJ (Núcleo de Pesquisa em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental

de Macaé – Universidade Federal do Rio de Janeiro) que incentiva metodologias de

ensino sobre as questões ambientais locais e estimula a percepção dos professores e

estudantes dos ensinos fundamental e médio para os processos existentes nos ambientes

naturais. Trata-se ainda de um produto do projeto “Conhecer para preservar”, programa

de educação e meio ambiente para professores, estudantes e profissionais das áreas de

educação e meio ambiente do Município de Macaé/RJ e entorno. Tal programa vem

sendo desenvolvido desde 1997 no NUPEM/UFRJ, a partir da necessidade de divulgar à

população da região os resultados das pesquisas ali desenvolvidas desde o início da

década de 1990 sobre os ecossistemas do Bioma Mata Atlântica e de repensar a

formação inicial e continuada de professores (Bozelli et al. 2011).

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P

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5. CONSIDERAÇÕES GERAIS

A elaboração do material didático produzido ao longo dessa dissertação teve

como principal influencia, como já foi colocado, o material pedagógico produzido e

fornecido pelo NUPEM/UFRJ. O amadurecimento da ideia de se realizar a produção de

um material semelhante se fortaleceu a partir da experiência enquanto professora de

ciências e biologia do ensino fundamental e médio em que foi possível utilizar tal

material. Segundo Lopes (2004) que aplicou o material citado em sua pesquisa, os

resultados obtidos com esse tipo de ficha se configura como um importante material de

apoio aos professores, ora complementando o trabalho de campo, ora as aulas teóricas.

Lopes (2004) afirma ainda que o formato em fichas revelou-se muito útil para o

funcionamento das atividades propostas, possibilitando um aproveitamento maior do

tempo e estimulando momentos de aprendizagem diferenciados, mesmo com um

número elevado de alunos

Diante dos aspectos mencionados, espera-se que as fichas produzidas aqui

possam desempenhar papel parecido e que sejam disponibilizadas para serem utilizadas

tanto pela comunidade escolar local, quanto pelos diferentes setores da sociedade como

instrumento de Interpretação Ambiental dentro ou fora de Unidades de Conservação,

pois, embora esteja evidente a vocação da utilização das fichas como ferramenta

pedagógica, outras vertentes de aplicação podem e devem ser exploradas na intenção de

colaborar na preservação ambiental.

Seu potencia como material pedagógico está em fornecer suporte técnico e

científico embasando a discussão sobre a biodiversidade inserida na região de Cabo Frio

e ainda estimular reflexões sobre as questões socioambientais locais. Assim, sendo

capaz de transcender os livros didáticos oferecidos pelo governo, uma vez que ficam

muito aquém da realidade de cada localidade. Espera-se que sua utilização como

ferramenta pedagógica possa enriquecer a produção do conhecimento, facilitando tanto

o trabalho do professor, quanto o processo de ensino-aprendizagem, refletindo

diretamente na aquisição de conhecimentos por parte dos alunos. No entanto, não

podemos esquecer que o sucesso de qualquer material didático depende diretamente da

abordagem adotada.

Falconi (2004) enfatiza que a utilização de um recurso didático, sofisticado ou

não, não elimina as dificuldades que se apresentam durante o desenvolvimento do

processo educacional, devendo focar seu sentido no uso e nos objetivos que importam.

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Facilitar o conhecimento, possibilitar o estabelecimento de relações entre teoria e

prática, na perspectiva de que o saber se constrói e se reconstrói ao longo da vida,

mediatizado pela observação, pela descrição, pela analogia, orientado para a

interpretação e a síntese dos fenômenos, mostram-se como opções que buscam

viabilizar o processo educativo. Todavia, reconhecemos que nenhum recurso didático se

realize em si mesmo, como mera ilustração, ele necessita de uma abordagem que

ultrapasse os estreitos limites da percepção subjetiva e atinja a estrutura e o significado

do que representa (Falconi 2004).

Dessa forma, as atividades práticas embasadas pelas fichas necessitam de uma

abordagem que fomente reflexões e debates que transcendam as meras questões do

ponto de vista biológico. É preciso realizar uma grande troca, centralizando as

discussões dentro de uma perspectiva interdisciplinar, encarando as questões sociais

envolvidas no contexto como elemento fundamental na quebra de paradigmas buscando

a tão almejada consciência ambiental. Deste modo, as fichas demonstram ter potencial

de incentivar meios alternativos de aprendizagem, destacando-se pela busca da

construção do conhecimento através da articulação da prática com a teoria, superando a

dicotomia do trabalho manual e intelectual. Também apontamos para a possibilidade de

desenvolver conhecimentos paralelos de outras áreas de ensino, estando aberta à

interdisciplinaridade.

Por outro lado, enquanto instrumento de Interpretação Ambiental, sua aplicação

também pode extrapolar os projetos pedagógicos e ser direcionada a projetos que visem

à conservação da biodiversidade local. As fichas podem ser utilizadas como material de

estudo para embasar medidas compensatórias, produção de murais ou placas

interpretativas dentro de Unidades de Conservação, bem como fomentar atividades fora

de áreas protegidas. O material pode ser utilizado em todos os municípios da região de

Cabo Frio, seja em seu formato original, uma vez que as espécies selecionadas ocorrem

em toda sua extensão, ou com ligeiras adaptações, podendo ser facilmente direcionado.

Partimos do pressuposto de que a Interpretação Ambiental do material didático

deve ser feita dentro da perspectiva de uma Educação Ambiental crítica buscando

estimular a valorização da educação enquanto meio fundamental de transformação

humana. Ao ser trabalhada de forma transversal, a educação interfere diretamente e

principalmente na relação homem-natureza, melhorando assim as condições de

preservação e manejo do meio ambiente. Nesse sentido, a Educação Ambiental é um

instrumento importante, visto que, dentre seus objetivos está o de preparar o indivíduo

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para interagir criticamente com seu semelhante e com o meio, questionando a sociedade

e transformando sua visão de mundo de forma a melhorar sua qualidade de vida

(Mendonça 1991).

Ao promover a divulgação do material aqui produzido, pretende-se oferecer

também uma monitoria aos diferentes agentes educativos para que estes possam ter uma

ampla visão de aproveitamento do material fornecido, auxiliando na sua plena

utilização, explorando todos os recursos disponibilizados por esse instrumento de

Educação Ambiental. Este procedimento visa minimizar possíveis abordagens

superficiais e mesmo sua obsolescência. Dependendo diretamente do seu

direcionamento, essa monitoria pode ocorrer de diversas maneiras, podendo assim

consistir desde saídas de campo até palestras, oficinas e tutorias em ambientes formais.

Nesse sentido, materiais didáticos que tratem da temática da conservação da

biodiversidade, de maneira sistemática e planejada, de forma a cobrir um conjunto de

temas prioritários são importantes e necessários para problematizar essa temática nas

comunidades locais neste contexto mundial de crescentes perdas na biodiversidade

(Oliveira & Saito 2014). É importante ressaltar que dentro dessa perspectiva, devemos

lembrar que o tema meio ambiente não se reduz apenas ao ambiente físico e biológico,

mas abrange também as relações sociais, econômicas e culturais. Hamze (2011) destaca

que a partir dessa visão devemos propiciar momentos de reflexões que induzam os

atores envolvidos ao enriquecimento cultural, à qualidade de vida e à preocupação com

o equilíbrio ambiental.

Assim sendo, a Interpretação Ambiental deve extrapolar a visão reducionista e

ser abordada de forma ampla, trabalhando todos os aspectos em sua totalidade,

sobretudo as questões que extrapolam os temas ambientais. Deste modo, acreditamos

ser possível fomentar uma Educação Ambiental significativa a partir da discussão das

principais características relacionadas aos ecossistemas da região, como restingas,

costões rochosos, manguezais, dunas e associá-las às questões socioambientais vigentes

explorando todos os aspectos envolvidos. Portanto, a Interpretação Ambiental aliada a

uma Educação Ambiental transformadora pode representar uma importante contribuição

na conservação e manutenção do meio ambiente. Assim, espera-se que as espécies

bandeira apresentadas aqui possam incentivar discussões que abordem toda

problemática envolvida no contexto de cada localidade, auxiliando na sensibilização das

comunidades locais, ampliando as condições de preservação do meio ambiente e quem

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