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A LÍNGUA INGLESA NO MUNDO O SURGIMENTO DA LÍNGUA INGLESA EXPRESSING ONE’S OWN CULTURE IN ENGLISH PROFESSORES DENISE ROCKENBACH NERY Geografia SANDRA T. BAUMEL DURAZZO Língua Inglesa

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A LínguA IngLesA no Mundoo surgIMento dA Língua IngLesa

expressIng one’s own cuLture

In engLIsh

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ApresentAçãoInglês é o tema central do documentário e a pro-posta é explorar o idioma em si, compreender usos em diferentes épocas, identificar vocábulos e sonoridades e ao mesmo tempo trabalhar com contos, poemas, artigos produzidos em inglês por povos de vários países do planeta, como forma de compreender a identidade nacional ex-pressa nesse idioma. Em Geografia, o enfoque é compreender a relação entre língua e geopolítica a partir do expansionismo da língua inglesa des-de o imperialismo britânico do século XVIII até meados do XX, do domínio econômico, militar e cultural dos eua desde então, até o presente

momento da globalização.

sInopse do progrAMAO filme revela o processo histórico que levou a Língua Inglesa de um humilde dialeto britânico da Idade Média ao poderoso idioma que domina o comércio e as comunicações do século XXI. O caminho inicialmente seguiu a construção do Império Britânico pelo mundo, mas hoje são os estadunidenses que divulgam essa língua junto com sua enorme influência econômica e cultural. O programa “Sala de Professor” vai apresentar um trabalho interdisciplinar desenvolvido por professoras de Língua Inglesa e Geografia. A partir de análises e pesquisas, os alunos cons-troem apresentações sobre o panorama da

Língua Inglesa no mundo.

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existe uma forte ligação entre língua e política, entre língua e projeto de nação. Uma língua úni-ca e padronizada foi essencial desde a criação dos primeiros estados-nação na europa e para a construção e preservação de impérios. Contudo, nenhuma língua experimentou o poder do inglês em termos de domínio planetário. a escalada da língua inglesa até o status de língua franca pode ser entendida, inicialmente, pela importância do Império Britânico e, posteriormente, pela predomi-nância mundial da economia dos Estados Unidos a partir da segunda guerra Mundial, gerando um tipo de neocolonialismo ou imperialismo. esse

UM OLhAr PArA O dOCUMEntárIO A PArtIr dA geogrAFIA

momento histórico-econômico se estende até o final do século XX e toma novos contornos com a globalização. Assim, o documentário poderá ser utilizado para tratar conteúdos de geopolítica, imperialismo e globalização.

Para aproximar o tema, antes de os alunos assisti-rem ao documentário, pergunte em que países se fala inglês, e por que esse idioma é falado nesses países, quais as vantagens e desvantagens de se sa-ber o inglês. A partir dessa discussão e após assistir ao documentário, um mapa dos países falantes da língua inglesa poderá ser analisado com os alunos.

Mundo AngLo-sAxônIco

Estão em vermelho os países em que o inglês é uma língua oficial e primeira língua de uma grande parte da população. Países onde o inglês não é a primeira língua, mas ainda possui status oficial, estão em amarelo. Fonte disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Anglofonia>. Acesso 24 de outubro de 2012.

A partir do mapa, o professor poderá indicar que o início do império britânico deu-se no século XVI com a conquista da Irlanda, mas foi nos séculos XVIII e XIX que os britânicos se consolidaram como grande

império, dominando parte do continente africano e países como Índia, Austrália e Canadá. O desenvol-vimento da indústria na Inglaterra foi o fator chave que permitiu um acúmulo de capital para investir em

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IMportAção de FILMes dos estAdos unIdos, FrAnçA e índIA (2006)

dentre os principais produtores de filmes comercializados no mercado mundial, os Estados Unidos é o único país com penetração em todos os continentes.

estAdos unIdos

FrAnçA

frotas marinhas e, com isso, conquistar colônias que produziam matéria-prima para a Inglaterra e consu-miam seus produtos industrializados. acordos com as elites locais foram fundamentais para a consoli-dação das colônias, cujo fim pode ser datado a partir da independência da Índia, em 1947. As colônias africanas conquistaram sua independência nos anos 50, e na década de 1970 a Inglaterra já não formava

mais um império, embora ainda hoje englobe as co-munidades britânicas de suas ex-colônias.

neste momento, o professor poderá discutir com os alunos a expansão do inglês relacionada ao domínio norte-americano (militar, econômico e cul-tural), o que pode ser feito, por exemplo, a partir da análise de uma sequência de mapas.

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despesAs MILItAres eM MILhões de dóLAres (2009)

Fonte disponível em: <http://cartographie.sciencespo.fr/cartotheque/d03c_depenses_militaires_2009.jpg>. Acesso em 16 de outubro de 2012.

Fonte adaptada disponível em: <http://cartographie.sciences-po.fr/cartotheque/06_Importations_films_E-U_France_Inde_2006.jpg>. Acesso em 16 de outubro de 2012.

îndIA

VALor dAs IMportAções (em dólar) 4.200.000 1.400.000 680.000 17.500

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produção e MercAdos dA toyotA (2007)

Fonte: durand (2009).

Para discutir a grande expansão e penetração dos modelos norte-americanos e sua adoção com pouca postura crítica pelo povo brasileiro desde a década de 1930 até meados de 1990, o professor poderá, por exemplo, organizar seminários a partir do livro “A invasão cultural norte-americana”. Além disso, o livro possibilita um trabalho interdisciplinar entre história e Arte.

Outro trabalho interessante é propor que os alunos façam uma pesquisa na internet de fotografias que expressem a hegemonia norte-americana, as utilizando para a montagem de um mosaico de

imagens. na edição das imagens, os alunos podem utilizar desde recursos como word e Power Point, até softwares específicos de edição, encontrados na internet. Confira alguns exemplos na sessão “Veja mais...” do final da ficha.

Atualmente já não estamos sob a hegemonia dos Estados Unidos, vivemos a globalização, que é, de certa forma, o ápice do processo de internacionali-zação do mundo capitalista. Para trabalhar o tema, temos duas sugestões. Inicialmente, um mapa sobre a localização da produção e comercialização de uma das maiores produtoras de automóveis do mundo.

O mapa mostra a expansão da toyota para além do território japonês, com alguma concentração na ásia, mas atingindo os cinco continentes. O professor poderá destacar que essa localização configura a busca da transnacional por mercados e vantagens competitivas, beneficiando-se de redes

técnicas e espaços especialmente preparados (es-paços globais) para a produção, montagem final e comercialização de produtos. as setas represen-tam os fluxos e mostram que as unidades atuam de forma integrada e complementar, formando redes geográficas. Ordens e mensagens entre uni-

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dades da mesma empresa são possíveis com as comunicações, devido aos avanços da telefonia, informática, microeletrônica e internet.

Para trabalhar a influência de empresas trans-nacionais em nosso país na era da globalização (não apenas as norte-americanas), sugerimos a música Baticum, de Chico Buarque de hollanda e Gilberto Gil. na letra da canção percebemos como tradições culturais locais são transformadas pelo contato com outras culturas, muitas vezes guiadas pelos interesses de grandes empresas, como as citadas na canção: Benetton (grife de roupas de origem italiana), Sanyo (empresa japonesa fabri-cante de eletroeletrônicos), Carrefour (empresa francesa de supermercados), entre outras.

Para finalizar, podemos também pensar na expansão da língua inglesa sob outro enfoque, que não o da globalização perversa. Em consonância com a ideia de outra globalização, de Milton Santos, podemos pensar que o inglês é, “devido ao seu alcance global, uma possibilidade de ter acesso a outros discursos sobre o mundo e sobre quem somos ou podemos ser, sendo, portanto, um veículo para construir uma outra globalização com base nos interesses de seus falantes” (MOItA LOPES). As pessoas não necessa-riamente se entregam passivamente, sem conflito ou resistência, aos desígnios ideológicos da globaliza-ção e da língua inglesa. assim, existe um modo de produzir conhecimento que constitui uma episteme das margens (ou pensamento nas margens). este

MAterIAL

Mapas (impressos, em atlas, projetados ou no computador);

Livro “A invasão cultural norte-americana”;

Computador com acesso à internet e programas ne-cessários para elaboração do mosaico de imagens;

Aparelho de som e letra da música “Baticum”.

etApAs

Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos;

discussão do mapa Anglo-Saxônico e expansão do Império Britânico;

Estudo sobre a hegemonia militar, econômica e cul-tural dos Estados Unidos a partir da análise de mapas;

Seminários a partir do livro “A invasão cultural norte-americana”;

Elaboração de painel de imagens;

discussão sobre a globalização a partir da análise de mapa e letra de canção.

modo põe em xeque uma epistemologia territoria-lizada, ou seja, fundada em uma língua nacional e, portanto, em um estado-nação que não parece fazer sentido em um mundo constituído por fronteiras porosas. Esta epistemologia de fronteira envolve a rearticulação e apropriação dos designs globais desde a perspectiva das histórias locais. A questão nos remete aos usos criativos que as pessoas, cada vez mais, fazem de outras línguas e outros discursos e culturas, sem prestar contas de tais usos a quem quer que seja, a não ser a seus projetos identitários.

O professor poderá avaliar os alunos ao longo do projeto através da análise e interpretação de ma-pas, analisando a letra da música (individual ou em grupos). Seminários a partir do livro “A invasão cul-tural norte-americana” também poderão servir na avaliação, bem como o painel de fotografias que expressará a hegemonia norte-americana.

VejA MAIs

O imperialismo. disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=38160>.

O grande porrete e a política da boa vizinhança: a américa Latina e a diplomacia norte-americana. disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/ficha-TecnicaAula.html?aula=31307>.

Faces da globalização, disponível em: <portaldoprofes-sor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25543>.

Editor de Imagem. disponível em: <www.easymoza.com>.

Editor de Imagem. disponível em: <www.baixaki.com.br/download/wallpaperer.htm>.

Editor de Imagem. disponível em: <www.scrapwalls.com>.

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UM OLhAr PArA O dOCUMEntárIO A PArtIr dA LínguA IngLesA

O início da proposta é comum às duas disciplinas e começa com um levantamento de conhecimentos prévios sobre o tema:

onde se fala inglês no mundo?

Por que se fala inglês nesses países?

Quantas variantes de inglês vocês conhecem?

Podem citar alguma expressão que se usa de forma diferente em lugares diferentes? e em português?

Quais as vantagens e desvantagens de saber inglês?

Em seguida, o professor exibirá o documentário, de preferência sem legendas ou com legendas em inglês.

o documentário inspira uma série de propostas com conteúdos que contemplam o papel da lín-gua inglesa como idioma internacional, suas transformações através do tempo e variações da língua falada ao redor do mundo. Propomos o estudo da expressão de ideias e valores por meio da língua inglesa falada em diferentes épocas e diferentes lugares. Isso poderá ser feito em con-junto com propostas de práticas das habilidades discursivas, grande objetivo das aulas de inglês.

Inicialmente, poderá ser proposto o estudo de tex-tos escritos em inglês antigo e moderno. Comece usando o trecho do vídeo no qual eles comparam a linguagem usada nos textos originais e nas versões modernas. Em seguida, mostre trechos de inglês antigo e moderno. Sugerimos trechos das Canter-bury Tales, de Geoffrey Chaucer, obra escrita em inglês antigo que se tornou simbólica do uso dessa linguagem. Para isso, inicie falando sobre o contex-to em que as Canterbury tales foram escritas, que não apenas usam o inglês antigo, como também re-

tratam valores e anseios do homem daquela época. a leitura das Canterbury Tales em cursos de inglês é uma ótima pedida e há várias versões desses tex-tos, inclusive adaptações. Leia os trechos abaixo e, junto com os alunos, busque algumas palavras no dicionário para tentar estabelecer sentido ao texto.

há alguns dicionários online de termos antigos, mas melhor mesmo é tentar estabelecer algum sentido buscando similaridades com o inglês que os alunos conhecem, verificando como a língua se transformou. O segundo texto - versão moderna – compreende-se com o auxílio de dicionários de uso dos alunos. Mas claro que é importante explicar que eram histórias contadas por viajantes, em uma espécie de “compe-tição” de histórias, e se passa no século XIV.

Ye seken lond and see for your wynnynges,As wise folk ye knowen all th’estaatOf regnes; ye been fadres of tydyngesAnd tales, bothe of pees and of debaat. (The Man of Law’s Tale)

(Translation to modern English)You seek land and sea for your winnings,As wise folk you know all the estate Of kingdoms; you be fathers of tidings,And tales, both of peace and of debate.

em um segundo momento, a sugestão é fazer a leitura compartilhada de uma produção literária em inglês, mas de um país que tem o idioma como língua oficial. Sugerimos um conto escrito por um autor de trinidad: V.S. naipaul. O conto Love, Love, Love, Alone pode ser encontrado no livro de Peter taylor: Modern Short Stories. Contextualize o autor e o texto, mostrando que ele escreve do ponto de vista de um nativo, o que remete à questão da linguagem retratar tanto uma identidade de forma (palavras, ex-

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pressões, construções de frases), como de valores (o que se diz, como se dirige a alguém, que tipo de comentários são aceitáveis ou não, o que é conside-rado valioso ou não). Essa discussão se conecta com a anterior, na qual foram usados trechos do Chaucer. Segue um extrato do livro Modern Short Stories.

“V.S.Naipaul was born in Trinidad in the West In-dies in 1932. He first came to England in 1950 to study at university. In 1954, he began his career as a writer of novels, short stories and accounts of his periodic visits to India and the West Indies.The collection of short stories called Miguel Street, from which this story was taken, won Naipaul the Sommerset Maugham Award in 1959. It is a collection set in Port of Spain, the capital of Trinidad, and all the stories are about the poor yet colourful people who live there, seen through the eyes of a young, fatherless boy, who grows up in the street that provides the backcloth to the stories.The people who inhabit the pages of these stories are all treated with warmth and hones-ty by the author, who wants to give his very personal account of what their often bizarre lives were really like, in an atmosphere that he himself knew so well from his own childhood there. The language, too, is that spoken by the real people of Trinidad.”

durante a leitura compartilhada do conto, ressalte o uso da língua como ocorre no trecho:

“...At first my mother was being excessively re-fined with the woman, bringing out all her fancy words and fancy pronunciations, pronouncing comfortable as cum-foughtable, and making war rhyme with bar, and promising that everything was deffynightly going to be all right. Normally my mother referred to males as man, but with this woman she began speaking about the ways of mens and them, citing my dead father as a typical example...”

Aqui, vale comentar como a mãe do persona-gem-narrador escolhe as palavras, passando uma imagem sofisticada, a imagem que ela e todos os outros personagens têm da Mrs. herrera.

Ou no trecho:

“...Hat said to the bigger men, ‘Is easy to put two and two and see what happening there.’ And Edward and Eddoes laughed. I said, ‘What ha-ppening, Hat?’ Hat laughed. He said, ‘You too small to know, boy. Wait until you in long pants.’”

nesse diálogo poderá ser trabalhada a ideia de certo ou errado no uso da língua. o excerto repro-duz a língua oral de um diálogo entre os meninos.

Assim, é possível verificar uma série de frases in-completas do ponto de vista formal do idioma nos textos. entretanto, nem por isso as frases podem ser consideradas erradas, já que estabelecem a co-municação, sendo estranho se falassem diferente. Provavelmente o uso de estruturas que sigam a re-gra ao pé da letra atrapalharia a comunicação. Essa etapa poderia ser concluída com uma avaliação da leitura que proponha perguntas de compreensão da história, da sequência de eventos, assim como perguntas abertas sobre o uso da língua inglesa.

Uma competência que os professores geralmente têm dificuldade em trabalhar na escola é a fala. Por isso, propõe-se a encenação ou leitura interpretati-va de um texto com critérios que levem em conta a compreensão da ideia e a contribuição da sonoridade das palavras (entonação e pronúncia) na construção de sentindo. Sugere-se utilizar um trecho de uma peça conhecida de Shakespeare, por exemplo, Ro-meo and Juliet. Propomos o uso de um trecho do act 2 e das 3 páginas seguintes, disponíveis na versão original e em inglês moderno em: <nfs.sparknotes.com/romeojuliet/page_78.html>. sugerimos o uso somente do trecho em que ambos declaram seu amor e falam da rivalidade entre as famílias. É a parte mais clássica e conhecida da história, ajudando o professor a focar na questão do uso oral da língua.

Para o trabalho, o professor poderá pedir que duplas de alunos ensaiem a leitura interpretativa do trecho. Um trecho será designado para cada dupla, fazendo com que todos tenham um pedaço pequeno e se concentrem na oralidade. oriente-os a utilizar a en-tonação, o ritmo e a pronúncia correta das palavras para garantir a compreensão exata do trecho.

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Após as apresentações das duplas, discuta o que favoreceu a compreensão e o que dificultou, des-tacando o tom da voz, a colocação da força nas palavras-chave e a pronúncia de fonemas específi-cos, pontos que o próprio professor anotou durante as apresentações. Se necessário, explique a pro-núncia desses fonemas e mostre outros exemplos.

Selecione trechos do documentário para usar como modelo de pronúncia. Será interessante fechar com uma nova rodada de apresentações orais, para que os alunos possam regular suas pró-prias falas. nesse momento, será interessante uma avaliação de acordo com os itens apresentados na revisão coletiva.

O trabalho na disciplina de Inglês poderá ser fe-chado com uma roda de conversa que discuta o papel de falar inglês para participar do mundo de hoje. Poderá ser trazido novamente o trecho do documentário que fala sobre a participação dos

MAterIAL

Livros e/ou sites que contenham as Canterbury tales. Ex.: <http://academic.brooklyn.cuny.edu/webcore/murphy/canterbury/>.

Contexto da escrita de Canterbury tales. disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/The_Canterbury_Tales>.

dicionários on line. disponível em: <http://absolu-teshakespeare.com/glossary/a.html>.

Livros e/ou sites com o texto de Shakespeare romeo and Juliet. disponível em: <http://nfs.sparknotes.com/romeojuliet>.

etApAs

Comparação de produções em inglês antigo e moderno e exploração de vocabulário.

Leitura compartilhada de um texto literário produ-zido por um autor de um país cujo idioma oficial é o inglês – análise da relação entre língua e cultura/valores culturais

trabalho com expressão oral, foco na utilização de recursos orais para garantir a comunicação.

VejA MAIs

Sequência de aulas que discute as culturas dife-rentes que compõem os povos de língua inglesa. disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaColecaoAula.html?id=710>.

Old versus modern English. disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=32063>.

falantes de inglês na construção do saber mundial (que só é possível porque todos falam inglês), se-guindo com comentários dos alunos.

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UMA COnVErSA EntrE AS dIscIpLInAs

O documentário abre as portas para discutir ques-tões relacionadas às novas fronteiras no mundo globalizado e o domínio da língua inglesa como requisito para poder participar ativamente deste mundo, em oposição a optar pela língua inglesa como forma de aceitar uma dominação. sugeri-mos um comportamento de receptor crítico da produção em inglês: o que é bom e o que não é? O que dialoga com seus valores e o que não faz sentido para você? etc.

Propomos a realização da atividade em duas eta-pas: o desenvolvimento de uma pesquisa e uma apresentação. Sugerimos que os alunos sejam divididos em seis grupos para a pesquisa sobre os países citados no documentário: áfrica do Sul, Jamaica, índia, Malásia, singapura e eritreia. na pesquisa, deverão constar informações sobre:

• dados culturais dos países, com exemplos de pronúncias e expressões idiomáticas;

• dados históricos sobre a formação desses países e a inserção do inglês.

deverá trazer ainda como foi a introdução e trans-formação da língua inglesa nesses países (cuja língua oficial ou alternativa é o inglês) e seu pa-pel na composição da identidade nacional. estas evidências podem ser observadas por meio da produção cultural, científica, etc. em inglês, de for-ma a mostrar que é possível se apropriar da língua sem se submeter à imposição cultural dos países que têm o inglês como língua original (inicialmente a Grã-Bretanha, depois os Estados Unidos).

nesta etapa do trabalho os alunos descobrirão, por exemplo, que na Eritreia não há um idioma oficial, a Constituição estabelece a igualdade de todos os idiomas, mas o tigrínio e o árabe são os dois

idiomas predominantes para propósitos oficiais. O italiano é utilizado por extensão nos negócios públicos e comerciais, em conjunto com as duas principais línguas. o inglês é usado na comunica-ção internacional e é a língua de instrução em toda a educação formal a a partir do 6° ano. Já na áfrica do Sul, onze línguas oficiais são reconhecidas pela Constituição. duas dessas línguas são de origem europeia: o africâner, uma língua que se originou principalmente a partir do holandês, falada pela maioria dos brancos e “coloured” sul-africanos, e o inglês sul-africano. o inglês é a língua mais fala-da na vida pública oficial e comercial, entretanto é apenas o quinto idioma mais falado em casa.

durante a pesquisa será importante que os alunos organizem uma seleção de textos em inglês, produ-zidos por nativos, que representem a cultura do país escolhido. Os textos podem ser variados, como:

poema/poeta cuja obra retrata a realidade do país;

Artigo de jornal que relata uma conquista da área médica e suas consequências para a nação;

ensaio sociológico que analisa/descreve um movimento social transformador e relevante;

representantes de um orgulho nacional que tenham ganhado prêmios (nobel, Editorial, Ci-nema- música, etc.), entre outros.

Para a segunda etapa da atividade, os alunos apresentarão à classe os resultados da pesquisa e os textos selecionados, explicitando como repre-sentam a cultura e/ou história do país.

A avaliação da atividade pode ser realizada com uma série de perguntas e respostas, ou mesmo em um debate final com a participação de todos.

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MAterIAL

Material de pesquisa: livros, enciclopédias, jor-nais, computador com acesso à internet, etc.

Material para apresentação dos resultados das pesquisas: cartolinas, painéis, data-show, etc.

etApAs

retomada das discussões nas disciplinas;

Proposta de elaboração da apresentação e divi-são dos países pelos grupos de alunos;

definição do conteúdo a ser pesquisado;

Colheita e organização das informações para a apresentação;

revisão da produção dos alunos com o auxílio dos professores – tanto do ponto de vista do conteúdo quanto da língua e forma;

Apresentações, comentários e avaliação;

Fechamento, retomando o documentário.

VejA MAIs

One laptop per child. disponível em: <olpcjamaica.org.jm>.

Apartheid. disponível em: <portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7966>.

a seguir, outros critérios poderão fazer parte da avaliação. Ela deverá considerar a correção das in-formações pesquisadas com as respectivas fontes e o uso da língua inglesa na apresentação. geral-mente, é interessante considerar dois aspectos no uso do idioma:

A comunicação - se os alunos foram entendi-dos pelos colegas, ainda que usando algumas estruturas incompletas ou mesmo com erros que não comprometem.

e a precisão - a busca por estruturas corretas do ponto de vista gramatical, com a intenção de construir um discurso compreensível. dependen-do do grau de proficiência da turma, pode-se in-cluir um terceiro critério de uso da língua, que é o uso adequado de pronúncia e entonação.

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sugestões dE LEItUrA E OUtrOS rECUrSOS

ALVES, J.F. A invasão cultural norte-americana. 17ª ed. São Paulo: Moderna, 1992.

CUMMInS, Jim, hArLEY, Birgit et al. The development of Second Language Proficiency. new York: Cambridge University Press, 1996.

LACOStE, Y. (org.). A geopolítica do inglês. tradutor: Marcionilo, Marcos. São Paulo, Parábola Editorial, 2005.

SAntOS, M. por uma outra globalização. 14ª ed. rio de Janeiro: record, 2007.

tAYLOr, P (selection). Modern short stories. Oxford: Oxford University Press, 1996.

dUrAnd, M. F. et al. Atlas da mundialização: compreender o espaço mundial contemporâneo. São Paulo: Saraiva. 2009.

LIVros e reVIstAs

sItes e outros recursos

MOItA LOPES, L. P. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia linguística para tempos híbridos. disponível em: <www.scielo.br/pdf/delta/v24n2/v24n2a06.pdf>. Acesso em 17 de outubro de 2012.

SErAFIM, GIMEnEZ, ALOnSO - O império contra-ataca? A ascensão da língua inglesa a partir da Segunda Guerra Mundial. disponível em: <www.revistas2.uepg.br/index.php/uniletras/article/viewFile/161/160>. Acesso em 16 de outubro de 2012.

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Um documentário da tV Escola. Um ponto de partida para grandes trabalhos com os alunos. assim é o sala de Pofessor. o progra-ma incentiva os professores de Ensino Médio a desenvolverem projetos que mudem a roti-na em sala de aula. em cada programa, dois professores convidados criam um projeto a partir de documentários exibidos na tV Es-cola. são sempre propostas e experimentos inovadores, que podem ser reaplicados em qualquer escola do país.

Os trabalhos apresentados são detalhados em dicas pedagógicas como essa e ficam disponíveis no site da tV Escola. Os profes-sores também podem usar as artes criadas para o programa: são animações, tabelas, mapas e infográficos que tornam os con-teúdos mais visuais e interativos. As dicas pedagógicas e as computações gráficas fo-ram transformadas em fascículos interativos para tablets. E o professor também pode navegar pelo material extra do programa no blog do sala. Para ter acesso a esses pro-dutos, acesse o site tvescola.mec.gov.br ou curta a fan page da tV Escola no Facebook.

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