Ettore Finazzi Agró - Meu Tio o Iauaretê

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    Viver no ?

    muito perigoso.

    Por que ainda no

    se sabe. Por que

    aprender-a-viver

    que o viver, mesmo

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    A voz de quem morre.

    O indcio e a testemunha em

    Meu tio IauraretEttore Finazzi-Agr|Universidade de RomaLa Sapienza

    Resumo: Em Meu tio o Iauret de Joo Guimares Rosa temos a ver

    com a confisso, por parte de um mameluco, da sua metamorfose de

    homem em ona. No fim da sua fala ele morto pelo seu interlocutor

    mudo. A partir deste conto impossvel, vai ser investigada a relao

    entre a morte e a linguagem. No texto rosiano, de fato, no descobrimos

    apenas o parentesco essencial entre a phone o lgos que nela se dobra,mas nos aproximamos, sobretudo, do limiar ltimo em que a voz se

    confunde com o silncio, em que o humano reencontra a sua essncia

    desumana. Temos a ver, nesse sentido, com aquele que Giorgio Agamben

    define como a testemunha integral, ou seja, com quem se coloca no

    limite insituvel entre a vontade de dizer e a sua impossibilidade.

    Palavras-chave: representaes da morte, testemunho, indcios.

    Est bem, deixe-me ficar algum tempo mais, estou

    na pista de um mistrio...

    Que mistrio?

    De dous, emendou a Sandice; o da vida e o da

    morte; peo-lhe s um dez minutos.

    A Razo ps-se a rir.

    Hs de ser sempre a mesma cousa... sempre a

    mesma cousa... sempre a mesma cousa... J. M. Machado de Assis,

    Memrias pstumas de Brs Cubas

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    Podemos comear por uma citao erudita que talvez omodo mais simples de afastar, de colocar em perspectiva, de exorcizar, no

    fundo, um assunto to perigoso e difcil como a Morte:

    Os mortais so aqueles que podem fazer experincia da morte como morte.

    O animal no pode. Mas o animal no pode tampouco falar. A relao

    essencial entre morte e linguagem aparece aqui como num relmpago, mas

    fica todavia impensada (Heidegger: 169).

    Martin Heidegger est, como se v, sublinhando uma das ausncias

    de maior evidncia dentro do pensamento ocidental (ou pelo menos, dentro

    de um pensamento no diretamente filiado ao puro misticismo), uma daslacunas mais evidentes da filosofia clssica, isto , a capacidade de pensar a

    nossa relao com esse evento extremo que o Fim, com esse acontecimento

    que, na verdade, no acontece porque, no momento em que ele nos ad-vm,

    j no podemos consider-lo como nosso permanecendo, porm, como o

    filsofo alemo j tinha indicado em Ser e Tempo, a possibilidade mais prpria,

    no condicionada nem supervel da nossa existncia (Heidegger: 306). E,

    nesse sentido, tambm a frase inicial de Heidegger levanta um problema difcil

    de ser contornado, visto que a Morte aquilo de que, na verdade, no podemos

    ter ou fazer experincia, em sentido tradicional, visto que o Trnsito ficaintransitvel pela nossa lgica, e incompreensvel razo. Mesmo assim,

    diferentemente dos animais, ns temos conscincia da nossa obrigao a

    morrer e, ao mesmo tempo, podemos comunicar a nossa inquietude e a

    nossa recusa, ou por contra, o nosso desejo e o nosso amor angustiante para

    essa obrigao, para essa possibilidade certa, para essa eventualidade inelutvel

    que consome, na espera e no desespero, os nossos dias.

    Uma vez aceite o nexo entre Morte e Linguagem, uma vez marcada

    a distncia entre o homem e o animal, devemos ento nos interrogar sobrecomo possvel testemunhar, como podemos, afinal, representar, na lngua

    que prpria do homem, esse Fim, essa experincia extrema que nos aguarda,

    mas que no podemos guardar e, sobretudo, transmitir aos outros? Com

    efeito, ns podemos fazer, sim, experincia da morte, mas apenas como morte

    do(s) outro(s), sem conseguir todavia pensar, pensar realmente o que esse

    nada, esse abismo engolindo a nossa existncia. Os poucos, entre os filsofos

    contemporneos, que tentaram explorar essa regio medonha, que tentaram

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    se adiantar, com as armas da razo, numa reflexo sobre a Morte (e estou me

    referindo, sobretudo, aos estudos de Vladimir Janklvitch e de Emmanuel

    Lvinas) acabaram, de fato, admitindo que ela aquilo que coloca em xequequalquer filosofia e qualquer pensamento ou, mais ainda, que pensar essa

    passagem extrema , de fato, um no-pensar.

    Da vem que a nica possibilidade de nos relacionar com o Fim

    seja um paradoxal pensamento de avesso, ou, dito de outra forms, um

    pensar que pensa contra si prprio, confiando, por isso, mais na imaginao,

    na intuio, num certo patetismo e na desistncia em relao ao nmos

    isto , nos apoiando mais na passividade do ser habitado pela conscincia da

    Morte de que numa razo atuante. S um pensamento bastardo e passional,

    em suma, s um lgosoblquo e hbrido, distante e, em boa medida, contrrioa qualquer lgica permite nos aproximar de um xito que se nos afasta,

    desse evento do qual continuamos ficando longnquos, embora constatando

    a sua proximidade e o seu inevitvel advento. Nesse sentido, s os poetas, os

    msticos e os loucos (isto , aqueles que so habitados pela sandice ou que

    experimentaram o delrio) poderiam talvez nos dizer algo de realmente

    definitivo sobre a Morte; s eles poderiam talvez testemunhar o

    intestemunhvel que se esconde no bito. No por acaso as quase quinhentas

    pginas que Janklvitch dedicou ao estudo desse Nada que nos espera e emque, todavia, no podemos pensar (como ele reconhece desde o incio), so,

    sobretudo, disseminadas por representaes literrias, por figuras que,

    enquanto tais, tentam pensar de outra forma, tentam dar vida a um outro

    pensamento, atravessado e contaminado pela recuperao teimosa das obras

    literrias nos falando, justamente, da morte a partir, sobretudo, de Tolstoj e

    do seu famoso A morte de Ivan Iliitch.

    No caso deste romance, como de outros em que a morte se

    torna protagonista, podemos, de fato, falar da capacidade da linguagem

    humana de testemunhar aquilo de que no temos testemunho, que, pelo fatode comportar uma anulao do sujeito, no pode prever um sujeito falando

    dessa Passagem. Em geral, exatamente por isso, o que comum encontrar

    algum contando a morte do outro (o prprio autor, como no caso de Tolstoj,

    ou um personagem-narrador, como no caso de A Hora da Estrela), enquanto

    raro achar no um relato sobre um homem que morre, mas o relato do

    prprio homem no ato de morrer. Curiosamente, a literatura brasileira no s

    pode exibir um famoso romance escrito por um defunto autor um texto

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    comeando pelo Fim e descrevendo esse atravessamento delirante do Nada ,

    mas nela podemos tambm encontrar uma novela contada por um

    personagem que, no fim do seu relato, morre. Estou, obviamente, me referindopor um lado s Memrias pstumas de Brs Cubas e, pelo outro, ao longo

    conto Meu tio o Iauaret de Guimares Rosa: textos muito diferentes,

    distantes do ponto de vista temporal e potico, mas que, curiosamente, pem

    ambos em cena dois protagonistas-narradores relatando a sua prpria morte.

    Em Machado, como se sabe, o recurso irnico voz (e,

    sobretudo, escrita) de um morto responde ao desejo de ilustrar, fora e

    longe de qualquer obrigao verossimilhana e (con)seqencialidade

    temporal, livrando-se, enfim, de qualquer mimetismo normativo, uma sociedade

    em que vigoram, justamente, o anacronismo e o arbtrio, a anomia e aintempestividade. J em Joo Guimares Rosa no podemos contar com

    nenhum distanciamento crtico, com nenhum afastamento irnico na

    representao da morte, ou melhor, de um homem que morre: aquilo que

    lemos, de fato, apenas (se que eu posso utilizar este advrbio) a tentativa

    de ultrapassar as medidas estabelecidas, de ir ao encontro do mistrio, de

    descortinar e dar voz quilo que se esconde no Trnsito e no s, repare-

    se, na passagem entre a vida e a morte, mas, mais em profundidade, na

    relao impossvel, no limiar certo mas sem consistncia entre o humano e oinfra-humano ou o no humano.

    Desejo absurdo, o do escritor mineiro, ambio beirando a hbris

    que o aproxima, alis, de outros grandes autores modernos que tentaram,

    como ele, ir alm do permitido, se abismando no horror daquilo que, no

    sendo objeto de experincia, no deveria ser dito, ou pior anda, representado.

    Nesse sentido, Rosa parece entrar na curta lista daqueles cuja escritura acaba

    numa total e angustiante nudez diante do nada e da morte (Rella, 2004: 19)

    lista na qual entrariam, por exemplo, Flaubert, Melville, Baudelaire, Conrad,

    Proust e Kafka ou, num diverso e, ao mesmo tempo, prximo sentido, autorescomo Primo Levi e outros artistas que relataram as catstrofes do sc. XX. O

    que torna coerente esta coleo, aparentemente catica e certamente parcial,

    de grandes escritores , a meu ver, justamente a capacidade de mostrar, com

    pena ou piedade, mas sem nenhuma reticncia, a nudez humana, ou melhor,

    de mostr-la no seu carter de possibilidade mais prpria do homem, daquilo

    que nos reveste, por paradoxo, de um hbito transparente. Como no conto

    infantil, de fato so eles que denunciam a nudez do rei; so estes grandes

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    artistas os meninos ou os marginais que conseguem se livrar da mentira

    piedosa que nos obriga a no ver o que, afinal, fica vista de todos, a fechar

    os olhos diante do que nos institui na nossa precria existncia, no nossoser pela morte, na nossa nua e vergonhosa identidade mortal.

    S que, mais uma vez, em todos os casos lidamos com a presena

    necessria de uma testemunha, de algum que, sobrevivendo experincia

    do Nada, consegue nos falar do que viu e viveu at o limiar intransponvel da

    Morte. E quando parece no poder existir, o escritor o inventa: estou pensando,

    por exemplo, no incipitdo Moby Dickcom aquele Me chamem de Ismael

    que parece indicar a arbitrariedade (repare-se na expresso utilizada por

    Melville, em que se sublinha a precariedade do nome, a incerta identidade do

    narrador), que aponta, ento, para a natureza improvvel, porm indispensvel,de um suprstite contando at o fim uma histria que ficaria, sem ele, no

    dita. J no direito romano, alis (como mostrou Giorgio Agamben), os dois

    termos que indicavam a testemunha eram testis e superstes, ambos se ligando

    a um estatuto de terceiridade (e a raiz etimolgica de testisremete, justamente,

    para a palavra tertium), de ntima estranheza, poderia se dizer, com os eventos

    aos quais eles assistiram e que, pelo fato de ter sobrevivido, podem

    testemunhar do seu ponto de vista, certo, mas com a segurana da sua

    confiabilidade na reconstruo da verdade (Agamben, 1998: 15).Nesse sentido, exatamente, Guimares Rosa embaralha as cartas

    tanto da norma jurdica quanto daquela literria e representativa. De fato, em

    Meu tio o Iauaret temos a ver com a fala de um personagem, dirigida, sim,

    a um terceiro que escuta, a uma presumvel testemunha, mas a questo

    que esse testisno fim da estria mata o contador dela, tornando impossvel a

    sua independncia e a sua fiabilidade. Noutras palavras, a estrutura discursiva

    certamente a mesma que encontramos em Grande Serto: Veredas e em

    outros textos do mesmo autor, mas poucos atentaram no fato que, no caso

    do depoimento de Baquiriquirepa, seu fim coincide com o assassinato, coma morte, com o fim, exatamente, daquele que fala, tornando paradoxal qualquer

    sobrevivncia de uma testemunha, de um Ismael contando a histria. Seria

    como se o senhor que vem de fora e ouve, com sempre maior espanto, a

    narrao da metamorfose em ona do seu estranho hspede, tivesse nas

    mos um gravador para registrar e depois transcrever, na linguagem dele, do

    homem-ona, o caso terrvel que lhe foi contado. Hiptese absurda que nos

    leva a reafirmar como, na verdade, Meu tio o Iauaret tente sobretudo

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    questionar o limite, habitar a margem entre o humano e o no-humano,

    colocando em cena algum que experimentou as duas condies e que

    acabou escolhendo o seu lado animalesco, selvagem, mas sem abandonar detodo a sua capacidade de comunicar essa experincia medonha, mantendo

    por isso uma linguagem seja mesmo uma linguagem hbrida, fronteiria,

    contaminada por onomatopias, por palavras indgenas, por versos e

    exclamaes e gritos, tratando de significar a situao insignificvel em que

    ele se encontra. Porque, apesar de tudo, embora o protagonista morra s no

    fim da estria, ele j tem atravessado, de fato, uma experincia mortal, passando

    para o alm de uma condio ps-humana e, ao mesmo tempo, pr-humana

    que no chega, por isso, a se constituir em condio, se configurando,

    talvez, como um estatuto atpico, como uma situao de abandono (nosentido heideggeriano, retrabalhado, depois, por Jean-Luc Nancy).

    Baquiriquirepa se encontra, em suma, naquele estado de zo, de

    vida nua representando uma espcie de epokh, de suspenso da norma

    existencial, balanando, banido e abandonado, entre a vida e a no-vida,

    num territrio baldio em que nada tem sentido seno, justamente, a nudez

    do puro (e sagrado, no sentido que Giorgio Agamben indicou para o homo

    sacer), do puro, enfim, e ao mesmo tempo impuro porque afetado pela

    Culpa e pela Vergonha sobre-viver (Agamben, 1995: 67-70). Como j tenteidizer de outra forma, justamente este estado de sobre-vida que est em

    questo na estria rosiana, que por isso se torna um processo penoso e

    labirntico rumo ao ncleo mais obscuro e essencial do ser, l onde ele se

    confunde com o no-ser, percorrendo as sendas emaranhadas da linguagem

    at chegar a desvendar a sua relao com a morte. Como num relmpago,

    descobrimos o parentesco essencial entre a phon e o lgos que nela se

    dobra, nos apercebendo assim que aqui no temos a ver tanto com a relao

    entre morte e linguagem, mas com o limiar secreto em que a voz se confunde

    com o silncio, a linguagem a morte e vice-versa. E, exatamente por isso, otestemunho se torna impossvel, ou melhor, temos a ver com aquele que

    Agamben define a testemunha integral, ou seja, com algum que se coloca

    no limite insituvel entre a vontade de dizer e a sua impossibilidade (Agamben,

    1998: 53-55 e 135-36).

    Para concluir com a citao de outro grande filsofo que, na

    verdade, foi a fonte da qual se alimentou o pensamento de Heidegger, embora

    no intuito de ir alm do Mestre , posso lembrar um trecho juvenil de um

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    curso de Hegel (que deu em Jena entre 1803 e 1804) em que afirma que a voz

    oca do animal adquire um significado infinitamente determinado em si mesmo,

    acrescentando e precisando no curso do ano seguinte:

    Cada animal tem na morte violenta uma voz, se exprime como um si

    mesmo recalcado (als aufgehobnes Selbst). [] Na voz o sentido volta atrs

    dentro dela; ele si mesmo negativo, desejo. Ele falta, ausncia de

    substncia em si prprio (apudAgamben, 1982: 57-58).

    Aplicando esta reflexo a Meu tio o Iauaret, temos que

    considerar esse texto como uma representao atrevida e impossvel desse

    momento extremo em que um homem, tornado animal, descreve, dentro davoz e atravs da morte, uma parbola em que se enuncia algo de essencial:

    no um sentido, talvez, quanto uma indicao ou um indcio um desejo

    no cumprido de comunicar, uma falta que nada pode preencher e que

    ningum consegue realmente falar, porque no tem (nem nunca ter) uma

    testemunha, um suprstite que, se colocando na posio de um sobrevivente,

    chegue a exprimir aquilo que a linguagem, na sua identificao ltima e primeva

    com a morte, se nos veda de dizer.

    E aquilo que fica, aquilo que continua ressoando aos nossos

    ouvidos apenas o grito de quem, no bito, encontra a sua identidadecomo negao absoluta e, ao mesmo tempo, como afirmao incompreensvel

    de um significado infinitamente determinado em si mesmo.

    Abstract: In Meu tio o Iauaret, by Joo Guimares Rosa, were around

    with the confession, by a mameluco man, of his metamorphosis from a

    man into a leopard. At the end of his speech, his dumb interlocutor

    kills him. From this impossible story, the relation between death andlanguage will be investigated. In Rosas text, in fact, we not only discover

    the essential relationship between the phone and the logos, which is

    folded in it, but we approach, above all, the last bound in which the

    voice is confounded with the silence, in which the human reencounters

    its inhuman essence. In this sense, were around with what Giorgio

    Agamben defines as the integral witness, that is, who stands in the non

    placeable limit between the desire of saying and its impossibility.

    Key words: representations of death, witnessing, evidences

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    R e f e r n c i a s B i b l i o g r f i c a s

    AGAMBEN, Giorgio. Il linguaggio e la morte. Torino: Einaudi, 1982.

    . Homo sacer. Il potere sovrano e la vita nuda. Torino: Einaudi, 1995.

    .Quel che resta di Auschwitz. Larchivio e il testimone (Homo sacer III). Torino:Bollati Boringhieri, 1998.

    HEIDEGGER, Martin. Unterwegs zur Sprache. 2. ed. Pfullingen: Verlag Gnther Neske,1967.

    JANKLVITCH, Vladimir. La mort. Paris: Flammarion, 1977.

    LVINAS, Emmanuel. La mort et le temps. In: Dieu, la mort et le temps. Paris: Grasset,1993. p. 15-133.

    NANCY, Jean-Luc. Limpratif catgorique. Paris: Flammarion, 1983.

    ROSA, Joo Guimares. Meu tio o Iaueret. In: Fico completa. Rio de Janeiro: Aguilar,1994. v. II, p. 825-52.

    RELLA, Franco. Dallesilio. La creazione artistica come testimonianza. Milano: Feltrinelli,2004.