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iv ANNO DOMIJNTG-O, 20 DE MARÇO DE 1904 N 140 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA .issignatiira U Anno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado Para o Brazil, anno. aSioo réis Imoeda fortej. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. p EDITOR — José Augusto Saloio fj 19, i.° — RUA DIREITA — ALU K ÍiA L L K G A. 19, I. | Publicações <- Annuncios— i.» publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, (S 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- L graphos não se restituem quer sejam ou náo publicados. f| PROPRIETÁRIO José Augusto Saloio EXPEDIENTE ■togamos] aos 1 nossos estimáveis assignantes s fineza de nos participa rem qualquer falta na re uicssaído jornal, para «le prompto] providenciai mos. Aeceitam-se eom grati dão quaesquer noticias que sejaiti dc interesse publico. ALDEGALLEGA Como os meus trabalhos nie reteem sempre preso em Lisboa, poucas vezes posso dar-me ao prazer de visitar a ridente villa de Al degallega do Ribatejo, on de os seus habitantes são de uma cordealidade e de licadeza encantadoras. Mas mesmo essas poucas vezes que ahi me tenho encon trado teem-me feito crear amor a essa terra onde, além de negociantes hones tíssimos, ha homens intelli- gentes e muito illustrados. Assisti ahi no passado domingo a um espectáculo no Circo Amado. Concor do que esse divertimento proporcione algumas horas de distracção ao espirito canç.ado do labutar quoti diano, mas tenho de mim para mim que tal espectá culo serve mais para crean ças do que para pessoas que precisam educar o in- tellecto. Penalisou-me que haven do nessa terra tantos e tão valiosos elementos para se darem espectáculos thea- traes, não se construísse ainda ahi um theatro, em bora de pequenas dimen sões. Ahi sim, ahi reside a instrucção e a escola para 0 povo que deseja apren der e illustrar o espirito. O theatro, com a escolha de boas peças, educa e mora- lisa, conduz-nos ao amor do Bello e do Bem, faz-nos homens com os seus exem plos beneficos e salutares. o dissemos, ha nessa terra muitos rapazes de in contestável habilidade para a scena e pena é que não possam expandir-se por fal ta de uma casa de espectá culo onde mostrem os seus merecimentos. Porque não se abalan çam a essa empreza as pes soas mais influentes da vil la? Era prestar um grande serviço numa terra onde escasseiam os divertimen tos, porque o pão do espi rito é tão preciso como o do corpo. Mettam hombros a esse commettimento e terão fei to uma obra valiosa e de incontestável utilidade. ' JOAQUIM DOS ANJOS. --------- «O— ----------- Procissão de Passos Constando que este an no a commissão transacta deliberara não fazer a anti ga procissão ao Senhor dos Passos, resolveu decidida mente fazel-a no proximo domingo, 27 do corrente, uma nova commissão com posta dos srs. José Cândi do Rodrigues d’Annuncia- cão, José Maria Ferreira e José Maria Relogio. A pro cissão é feita com o produ eto de esmolas obtidas n es ta terra. AGRICULTURA Os vinlios com gòsto a bolor ou a pòdre O sabor a bolor ou a pô- dre nos vinhos é muito fre quente entre nós, devido ao pouco cuidado do pre- Daro das massas na vindi ma e á imperfeita conser vação do vasilhame. Em geral o vasilhame, quando vazio, está em cuidados du rante o anno, e, na occa sião de se lhe deitar o vi nho, recebe, quando muito, um rapida lavagem dagua ria, em occasiões em que os meios heroicos, como as avagens de acido sulfurico racamente diluído, já não seriam de per si bastantes :>ara os pôr em perfeitas condições de não damnifi- carem o vinho. Tem sido aconselhados muitos tratamentos varia dos para fazer desappare cer o gôsto do bolor e de pòdre do vinho. Em França os lavradores usam muito mergulhar no vinho um sac co de panno fino cheio de trigo torrado, uma mão cheia delle para cada 225 litros. O trigo torrado dei xa-se estar immerso no li quido durante oito a quin ze dias, segundo a intensi dade do sabor. Este proces so, dá, porém, resultados contradkorios, conforme o grão está mais ou menos torrado. Em geral recorre-se, com êxito, ao tratamento por meio do azeite. Este trata mento faz-se trasfegando o vinho para uma vasilha sã bem méchada, e addicio- nando-lhe azeite bem puri ficado, ou, na sua falta, um oleo neutro em cheiro e sa bor, sobretudo oleo de se mente de algodão. Addi- ciona-se o azeite na pro porção de um quarto a meio itro d: azeite por hectoli tro deVinho commum, con forme a maior ou menor intensidade de sabor, e 25o grammas para os vinhos fi nos. Depois do azeite ter sido deitado no vinho, agita-se este fortemente, e durante Dastante tempo, para que o oleo se misture com o liqui do. Deixa-se descançar um 30UC 0 e torna-se a agitar, repete-se a operação umas poucas de vezes. Depois de quarenta e oi to horas de repouso o azei te sóbe á superfície do vi nho e extrae-se então, fa- zendo-o sahir pelo batoque, pela addição de mais vinho deitado na vasilha por um tubo de vidro, de borracha, ou um funil de cano fino e comprido, quer trasfegan- do-o de novo e parando a trasféga a tempo do resto do vinho com o azeite ficar na vasilha onde se fez a ope ração. Um conhecidissimo oeno- logo francez, o professor Roos, aconselha o empre go do azeite ou oleo de um modo diverso. Para cada vasilha de 220 a 225 litros dissolve-se 5 o grammas de gomma ara- bica, em um litro dagua, addiciona-se-lhe depois o oleo ou azeite, que se emul siona na agua, batendo vi gorosamente a mistura com uma pequena vara. Em es tando misturado junta-se á emulsão quatro a cinco vezes o seu volume de vi nho, e, a seguir, deita-se na vasilha como se fosse uma colla usual. Rólha-se bem a vasilha e deixa-se em repouso. Este processo, dividindo o oleo em uma infinidade de globulos que apresen tam uma grande superfície tem o inconveniente de dei xar bastantes partículas em suspensão, pelo que con vém collar o vinho após o tratamento, sem o que elle fica com um sabor a oleo Ha alguns annos passa dos o professor Roos pre- conisou para o tratamento dos vinhos com sabor a bo lor ou ou a pòdre, o em prego da farinha de mos tarda que contém uma grande quantidade (28 a 3o por cento do seu peso) de um oleo sem sabor disse minado nascéllulasdo grão de mostarda, e poden do, portanto, representar o mesmo papel que uma emulsão doleo. Somente a farinha de mostarda-contém uma di- ástase que, em contacto com o vinho, transforma uma substancia, o myrona- to de potassa em myrosine que, como é sabido, é a es sência da mostarda, a qual communica ao vinho um cheiro e sabor desagrada- veis. Mathieu, o sabio dire ctor da Estação oenologica de Beaune, aconselha, para evitar este inconveniente, matar a diástase fazendo estar a farinha de mostar da durante uma hora em uma estufa aquecida a i 5o graus. Na falta da estufa obtem-se o mesmo resulta do tratando a mostarda com agua quente. Deita-se1 100 grammas de farinha de mostarda moída de fres co, e sem sabor de ranço nem de myrosine, em meio litro de água a ferver, e continua-se a fazer ferver durante trinta minutos. Deixa-se repousar, ex- trae-se-lhe a agua e em prega-se a farinha depois de ter dissolvido em vinho, como se faz ás collas usu- aes. E’ conveniente agitar fre quentemente o liquido pa ra manter a farinha em sus pensão. Deixa-se depois repou sar uma noite e trasfega-se o vinho. A quantidade de farinha de mostarda varia, segun do a intensidade do sabor de bolor, entre i 5 a 60 grammas por hectolitro de vinho a tratar. Este tratamento é bara to, e, seguindo rigorosa mente o modo de operar indicado por Mathieu, e ha vendo, sobretudo, o cuida do de usar farinha fresca de mostarda não tendo ain da o sabor e o cheiro cara cterístico da mostarda, ob tem-se, após a destruição da diástase, excellentes re sultados. (Da Gaveta das Aldeias). Queixas José Caetano Ervedoso, proprietário, residente no logar do Samouco, fregue zia de S. Braz, concelho de Alcochete e José Bernar do, cazeiro da Quinta da Póvoa, pertencente a este concelho, queixaram-se na administração do concelho de que no dia i 5 pelas 6 horas da tarde e na referi da Quinta da Póvoa, foram aggredidos por Feliciano Joaquim Soares, trabalha-, dor, o primeiro, com uma acada no pescoço e o se gundo, com uma facada tambem no pescoço e uma mancada com um forcado numa perna que resultou um outro ferimento. Tambem se queixou na administração do con- elho Manuel Marques da Silveira, trabalhador, resi dente no sitio da Lançada, deste concelho, de que no dia i 5 pela 7 horas da ma nhã, no pinhal pertencente ao visconde da Lançada, Manuel Mosca, (O Talha das) trabalhador, residente no sitio do Brejo dos Ma- :acos, aggredira sua filha VIaria da Silva com soccos e bofetadas, puxando de um revolver e ameaçando-a

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i v ANNODOMIJNTG-O, 20 DE MARÇO DE 1904 N 140

S E M A N A R IO N O T I C I O S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A

.iss igna tiira UAnno, 1S000 réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado Para o Brazil, anno. aSioo réis Imoeda fortej. ’Avulso, no dia da publicação, 20 réis. p

EDITOR— José Augusto Saloio fj 19, i.° — RUA DIREITA —A L U K Í i A L L K G A .

19, I.

| Publicações < -i í Annuncios— i.» publicação, 40 réis a lin h a , nas s e g u in te s, (S 20 réis. Annuncios na 4 .“ pagina, contracto especial. Os a u to - L graphos não se restituem quer sejam ou náo publicados.

f | P R O P R I E T Á R I O — José Augusto Saloio

EXPEDIENTE■togamos] aos 1 nossos

estim áveis assignantes s fineza de nos partic ipa rem qu a lquer falta na re uicssaído jo rna l, para «le p ro m p to ] p rov idencia i mos.

Aeceitam-se eom g ra t i­dão quaesquer noticias que sejaiti dc in te resse publico.

ALDEGALLEGAComo os meus trabalhos

nie reteem sempre preso em Lisboa, poucas vezes posso dar-me ao prazer de visitar a ridente villa de Al­degallega do Ribatejo, on­de os seus habitantes são de uma cordealidade e de­licadeza encantadoras. Mas mesmo essas poucas vezes que ahi me tenho encon­trado teem-me feito crear amor a essa terra onde, além de negociantes hones­tíssimos, ha homens intelli- gentes e muito illustrados.

Assisti ahi no passado domingo a um espectáculo no Circo Amado. Concor­do que esse divertimento proporcione algumas horas de distracção ao espirito canç.ado do labutar quoti­diano, mas tenho de mim para mim que tal espectá­culo serve mais para crean­ças do que para pessoas que precisam educar o in- tellecto.

Penalisou-me que haven­do nessa terra tantos e tão valiosos elementos para se darem espectáculos thea- traes, não se construísse ainda ahi um theatro, em­bora de pequenas dimen­sões. Ahi sim, ahi reside a instrucção e a escola para 0 povo que deseja apren­der e illustrar o espirito. O theatro, com a escolha de boas peças, educa e mora- lisa, conduz-nos ao amor do Bello e do Bem, faz-nos homens com os seus exem­plos beneficos e salutares.

Já o dissemos, ha nessa terra muitos rapazes de in­contestável habilidade para a scena e pena é que não

possam expandir-se por fal­ta de uma casa de espectá­culo onde mostrem os seus merecimentos.

Porque não se abalan çam a essa empreza as pes­soas mais influentes da vil la? Era prestar um grande serviço num a terra onde escasseiam os divertimen­tos, porque o pão do espi­rito é tão preciso como o do corpo.

Mettam hombros a esse commettimento e terão fei­to uma obra valiosa e de incontestável utilidade. '

JOAQUIM DOS ANJOS.

--------- «O— —-----------P ro c issão de Passos

Constando que este an­no a commissão transacta deliberara não fazer a anti­ga procissão ao Senhor dos Passos, resolveu decidida­mente fazel-a no proximo domingo, 27 do corrente, uma nova commissão com­posta dos srs. José Cândi­do Rodrigues d’Annuncia- cão, José Maria Ferreira e José Maria Relogio. A pro­cissão é feita com o produ­eto de esmolas obtidas n es­ta terra.

A G R I C U L T U R AOs vinlios com gòsto a

bo lo r ou a pòdre

O sabor a bolor ou a pô- dre nos vinhos é muito fre­quente entre nós, devido ao pouco cuidado do pre- Daro das massas na vindi­ma e á imperfeita conser­vação do vasilhame. Em geral o vasilhame, quando vazio, está em cuidados du­rante o anno, e, na occa­sião de se lhe deitar o vi­nho, recebe, quando muito, um rapida lavagem dagua ria, em occasiões em que

os meios heroicos, como as avagens de acido sulfurico racamente diluído, já não

seriam de per si bastantes :>ara os pôr em perfeitas condições de não damnifi- carem o vinho.

Tem sido aconselhados muitos tratamentos varia­dos para fazer desappare­cer o gôsto do bolor e de pòdre do vinho. Em França

os lavradores usam muito mergulhar no vinho um sac co de panno fino cheio de trigo torrado, uma mão cheia delle para cada 225 litros. O trigo torrado dei xa-se estar immerso no li­quido durante oito a quin­ze dias, segundo a intensi­dade do sabor. Este proces­so, dá, porém, resultados contradkorios, conforme o grão está mais ou menos torrado.

Em geral recorre-se, com êxito, ao tratamento por meio do azeite. Este trata­mento faz-se trasfegando o vinho para uma vasilha sã

bem méchada, e addicio- nando-lhe azeite bem puri­ficado, ou, na sua falta, um oleo neutro em cheiro e sa­bor, sobretudo oleo de se­mente de algodão. Addi- ciona-se o azeite na pro­porção de um quarto a meio itro d : azeite por hectoli­

tro deVinho commum, con­forme a maior ou menor intensidade de sabor, e 25o grammas para os vinhos fi­nos.

Depois do azeite ter sido deitado no vinho, agita-se este fortemente, e durante Dastante tempo, para que o oleo se misture com o liqui­do. Deixa-se descançar um 30UC0 e torna-se a agitar,

repete-se a operação umas poucas de vezes.

Depois de quarenta e oi­to horas de repouso o azei­te sóbe á superfície do vi­nho e extrae-se então, fa- zendo-o sahir pelo batoque, pela addição de mais vinho deitado na vasilha por um tubo de vidro, de borracha, ou um funil de cano fino e comprido, quer trasfegan- do-o de novo e parando a trasféga a tempo do resto do vinho com o azeite ficar na vasilha onde se fez a ope­ração.

Um conhecidissimo oeno- logo francez, o professor Roos, aconselha o empre­go do azeite ou oleo de um modo diverso.

Para cada vasilha de 220 a 225 litros dissolve-se 5o grammas de gomma ara- bica, em um litro dagua, addiciona-se-lhe depois o oleo ou azeite, que se emul­siona na agua, batendo vi­

gorosamente a mistura com uma pequena vara. Em es tando misturado junta-se á emulsão quatro a cinco vezes o seu volume de vi nho, e, a seguir, deita-se na vasilha como se fosse uma colla usual.

Rólha-se bem a vasilha e deixa-se em repouso.

Este processo, dividindo o oleo em uma infinidade de globulos que apresen­tam uma grande superfície tem o inconveniente de dei­xar bastantes partículas em suspensão, pelo que con­vém collar o vinho após o tratamento, sem o que elle fica com um sabor a oleo

Ha alguns annos passa­dos o professor Roos pre- conisou para o tratamento dos vinhos com sabor a bo lor ou ou a pòdre, o em­prego da farinha de mos­tarda que contém uma grande quantidade (28 a 3o por cento do seu peso) de um oleo sem sabor disse­minado nascéllulasdo grão de mostarda, e poden­do, portanto, representar o mesmo papel que uma emulsão doleo.

Somente a farinha de mostarda-contém uma di- ástase que, em contacto com o vinho, transforma uma substancia, o myrona- to de potassa em myrosine que, como é sabido, é a es­sência da mostarda, a qual communica ao vinho um cheiro e sabor desagrada- veis.

Mathieu, o sabio dire­ctor da Estação oenologica de Beaune, aconselha, para evitar este inconveniente, matar a diástase fazendo estar a farinha de mostar­da durante uma hora em uma estufa aquecida a i 5o graus. Na falta da estufa obtem-se o mesmo resulta­do tratando a mostarda com agua quente. Deita-se1 100 grammas de farinha de mostarda moída de fres­co, e sem sabor de ranço nem de myrosine, em meio litro de água a ferver, e continua-se a fazer ferver durante trinta minutos.

Deixa-se repousar, ex- trae-se-lhe a agua e em­prega-se a farinha depois de ter dissolvido em vinho,

como se faz ás collas usu- aes.

E ’ conveniente agitar fre­quentemente o liquido pa­ra manter a farinha em sus­pensão.

Deixa-se depois repou­sar uma noite e trasfega-se o vinho.

A quantidade de farinha de mostarda varia, segun­do a intensidade do sabor de bolor, entre i 5 a 60 grammas por hectolitro de vinho a tratar.

Este tratamento é bara­to, e, seguindo rigorosa­mente o modo de operar indicado por Mathieu, e ha­vendo, sobretudo, o cuida­do de usar farinha fresca de mostarda não tendo ain­da o sabor e o cheiro cara­cterístico da mostarda, ob­tem-se, após a destruição da diástase, excellentes re­sultados.

(Da Gaveta das Aldeias).

QueixasJosé Caetano Ervedoso,

proprietário, residente no logar do Samouco, fregue­zia de S. Braz, concelho de Alcochete e José Bernar­do, cazeiro da Quinta da Póvoa, pertencente a este concelho, queixaram-se na administração do concelho de que no dia i 5 pelas 6 horas da tarde e na referi­da Quinta da Póvoa, foram aggredidos por Feliciano Joaquim Soares, trabalha-, dor, o primeiro, com uma acada no pescoço e o se­

gundo, com uma facada tambem no pescoço e uma mancada com um forcado num a perna que resultou um outro ferimento.

— Tambem se queixou na administração do con- elho Manuel Marques da

Silveira, trabalhador, resi­dente no sitio da Lançada, deste concelho, de que no dia i 5 pela 7 horas da ma­nhã, no pinhal pertencente ao visconde da Lançada, Manuel Mosca, (O Talha­das) trabalhador, residente no sitio do Brejo dos M a- :acos, aggredira sua filha VIaria da Silva com soccos e bofetadas, puxando de um revolver e ameaçando-a

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2 O DOMINGO

de morte. Deu occasião a este incidente a rapariga não acceitar as declarações amorosas do «Talhadas».

I»or com er e não pagar

No dia 17 do corrente pelas 7 horas da noite, en­trou na casa de pasto de Silverio Pereira um indiví­duo que diz chamar-se Se­bastião Henriques, canas- treiro, natural de Santo An­dré de Poyares, residente no sitio da Lançada, deste concelho, o qual, depois de ter comido e bebido alar- vemente se recusou a pa­gar dizendo que não tinha dinheiro, pelo que foi preso.

Pelo regedor de paro­chia da freguezia de Ca­nha foi participado ao ad­ministrador d’este concelho que o agulheiro Antonio Correia, empregado da es­tação dos caminhos de fer­ro de Pegões, havia ficado debaixo do comboio, mor- rendoestantaneamente. Pe­lo juiz de paz se está pro­cedendo ao auto da auto­psia afim de opportuna- mente ser remettido ao meritissimo agente do mi­nistério publico.

Separação dolorosa

Assim se chama a pri­morosa composição musi­cal, que o nosso amigo, sr. Balthazar Manuel Valente, habil regente da distincta phylarmonica «1° de De­zembro», desta villa, aca­ba de pôr na estante, afim de ser executada pela re­ferida pl lylarmonica na pro­cissão de Passos, que, como adeante dizemos, tem logar no dia 27 do corrente.

A Separação dolorosa é original do nosso amigo Balthazar que, como todas as suas mais composições, é um verdadeiro primor.

nes verdes, renda da casa do talho e produeto do ma­tadouro municipal.

Acham-se publicados edi- taes intimando a apresen- tarem-se os mancebos, cu­jo paradeiro se ignora. •

la itiiosa

Falleceu no dia 14 pelas3 horas da manhã, victima de uma lesão cardiaca Ma­nuel José Victorino, casa­do, trabalhador, de 53 an­nos de edade, natural desta villa.

Tambem no dia 15 pelas 12 horas, falleceu victima da tuberculose pulmonar Silverio Borges, moço de padeiro, de 5o annos de edade.

Vae ámanhã novamente á praça para ser arremata­do a quem maior lanço of­ferecer o imposto nas car­

Tivémos occasião no do­mingo passado de visitar o importante Armazém de Moveis, na rua do Conde, 48, de que é proprietário o nosso amigo José Ramos Cardeira e ficámos maravi­lhados por vêr alli moveis do mais aprimorado bom gosto e por preços real­mente modicos. Além dis­to o nosso amigo transmit- tiu-nos que ia brevemente augmentar o seu estabele­cimento com mais algumas secções de outros artigos.

A tm lversario

Fez annos no dia 16 do corrente a ex.ma sr.a D. Al- da Adelina Nunes Sequei­ra, esposa do nosso bom amigo Joaquim Nunes Se­queira, conceituado indus­trial de Leiria. Daqui lhe enviámos as nossas felicita- cões.

VOH 1

0 ’ mocidade esplendente,De formosura sem p a r!Senle-se 0 sangue mais quente Nas veias a latejar!

à lu \ da magica aurora D ’essa risonha manhã,Passa a guitarra sonora D o sedudor D. Juan.

E em seus balcões rendilhados,N 'aquella delicia immensa, Soltam cabellos dourados As virgens da Renascença.

«Gosemos em liberdade»D i\ o gentil trovador.«Gosemos! A mocidade E ' longo canto d am or!

«Vem, óformosa, a meus braços, Dd-me os teus labios de mel! Vamos correr os espaços N o meu fogoso corcel!

«Fruindo esses beijos quentes, Quero, encostado ao teu collo, C orrer dos plainos ardentes Até aos gelos do pólo!»

JOAQ UIM DOS ANJOS.

PENSAMENTOS

A limpeza esld, quanto ao corpo, na ra\ão da decen- cia, quanto aos costumes; com ella damos testemunho do respeito que temos d sociedade e a nós mesmos.— Ba­con.

— Occupae-vos muito das virtudes do povo, alguma coisa das suas necessidades e interesses, pouco pelos seus divertimentos.— De Boxald.

-— A innocencia da alegria sincera não é senão do po­vo.— Massiílon.

A N E Ç D O T A S

Consta-nos que breve­mente abre ao publico na rua do Hospital um estabe­lecimento de compra e ven­da de moveis usados, e no mesmo se empalha cadei­ras, etc., montado pelo sr. Manuel dos Santos Amaro.

■FJ’ demais, M aria , outro cabello hoje na sopa.■A culpa não é minha, é do padeiro.Como? é do p ã o !. . .

■Não quero di\er isso, minha senhora. E que o pa­deiro trai agora a barba toda.

Dois estudantes, querendo divertir-se, agarram pelos braços a um rústico e perguntam-lhe:

— Quem és lu? um burro ou um estúpido?— E u lhes digo, meus senhores, estou entre um e ou­

tro.H V W W ! *liit.tl.lM

N a caserna:— Qual é a condição essencial para ser enterrado com

honras militares?— A condicão essencial é. . . estar morto.

LITTERATURAS. Christovão

Christovão era da terra de Chanaan, e de estatu­ra elevadíssima. Dizem que tinha dôze côvados de altura: talvez quizessem dizer dôze pés, ou dôze palmos, e ainda assim te­mos gigante. Não era abas­tado em bens de fortuna, e um dia veiu-lhe ao espirito a idéa de servir, mas não serviria senão a quem fôs- se muito poderoso.

Inculcaram-lhe um rei que não tinha superior no mundo; procurou-o, pois, e foi muito bem acolhido. Certo dia veiu um tocador, não sei de que instrumen­to, tocar e cantar um ri- mance deante do rei, e es­te que era christão, sempre que elle falava no diabo, 0 que foi mais de uma vez, benzia-se. Viu isto Chris­tovão e perguntou-lhe 0 motivo.

— Cada vez que oiço pronunciar o nome do dia­bo faço o signal da cruz, para que elle me não pre­judique, respondeu o rei.

— Se temeis1 o diabo, voltou-lhe Christovão, é porque elle é mais podero­so que vós. Vou pois pro­curar o diabo e elle será meu amo.

E despediu-se do rei, in­do em busca de Satanaz.

Nesta diligencia atra­vessava o deserto, quando viu uma chusma de solda­dos, e deante um homem de horrenda catadura, que lhe perguntou onde ia. Christovão pela sua cor­pulência dava nos olhos de- todos, quanto mais do dia­bo.

— Vou procurar o diabo para me pôr ao seu servi­ço, respondeu Christovão.

— Eu s o u quem procu­ras.

Ficou elle muito conten­te, e poz-se ao serviço de Satanaz, tomando-o por amo.

Puzeram-se ambos a ca­minho, e deram com uma cruz n’ma encruzilhada.

FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

D E P O I S D 0 ~ P E C C A D OL ivro Segundo

11

Foi a parte mais amarga das revela­ções do tabellião, uma ferida cruel para o coração da Magdalena, mais cruel que todas as outras. Cobriu a testa com as mãos, as lagrimas que lhe enchiam o peito sahiram com im- peto e prorompeu em soluços.

— Entáo, minha filha, animo! disse a sr.a Telemaco, procurando inter­vir.

— Ah! deixa-me chorar! excliimou

impetuosamente a Mrgdalena; nunca chorarei bastante, e se não compre- hendes o meu arrependimento e a mi­nha magua, é porque a tua consciên­cia está morta. Mas a minha vive, fa­la me, escuta-me, e é por isso que choro.

A sr.° Telemaco náo tentou justifi­car-se. C.alou-se; mas olhando para o tabelião, sorriu-se ironicamente, en­colhendo os hombros com um leve movimento que foi elle o unico a vêr.

Riballier não se quiz associar áquel­le motejo e figiu até que o não com prehendia; ficou com o rosto frio e in­sensível.

Tinha visto o bastrnte para a.iivi- nhar a situação, e como tinha musto bons motivos para desejar consolidar- se cr.da vez mai; na; boa.; gr. ças da Mag Viena, não queria fazer n>-Ja que

pudesse tirar-lhe a confiança da sua cliente.

Voltou-se para ella e disse com do­çura:

— Deve ter animo, minha senhora e esperar. Uma pessoa de sua amiza­de, amigo fiel, se bem comprehendi, tem estado ao pé de seu pae a plei­tear a sua causa e a dispôl-o, apesar de tudo. para a receber.

— Um amigo fiel! disse a Magdalena com surpreza. Quem.é?

— 0 professor d'Antraigues.— O padre Rouzeau?— O padre Rouzeau morreu ha dois

annos; falo do seu successor. o Pedro Guillemale.

— 0 Pedro! entáo não se esqueceu elle de mim!

—-Temos falado muitrs vezes a seu re.;peito. rnnha senhora; pode crer q'-e lhe-d sinceraniente-alíeiçoado.

— Pobre Pedro! suspirou a Magda­lena.

E desde esse momento agarrou-se, como á sua ultima esperança, áquella amizade que tornava a encontrar.

— Não deu então seguimento aos seus primeiros projectos, disse el’a; quando sahi da minha pabre aldeia, ha cinco annos. ia elle para Aubenas aprender um officio.

— E ’ verdade, mas comprehendeu que não tinha vocação prrn isso. T o r­nou para Antraigues algumas sema­nas depois da senhor;- se ir embora; o que soube encheu-o de desespero e. durante um mez. o seu estado ins­pirou serios cu dados, ao abbade Rou- v.ère. Emfim, quando se restabeleceu, resolveu-se, pelos conselhos do seu protector, a deitar-se ao trabalho c decidiu defini tharr.ent: ser professor. Con seguia- ser adaiittido na escola

normal primaria de Nimes e como, quando acabou os estudos, estivesse vago o logar em Antraigues, pela morte do padre Rouzeau, o abbade Rouvière obteve-o para elle.

— Ignorava tudo isso! V o u pois tor­nar a vêl-o! E o senhor diz que elle tem falado algumas vezes em mim.

— Discretamente, minha senhora, mas em termos bastante claros para eu comprehender que não se tinha esquecido de si.

— Por que não me escreveu?— Quando elle soube que eu estava

encarregado dos seus negocios, fez- me prometter, sob palavra de honra, que numa lhe falai ia n’e!le.

(Continuaj.

Page 3: Anno, 1S000 réis; semestre, ií Annuncios— i.» 40 a …...ta terra. A G R I C U L T U R A Os vinlios com gòsto a bolor ou a pòdre O sabor a bolor ou a pô- dre nos vinhos é

Assim que o diabo a viu, fugiu delia sobresaltado, e foí dar uma grande volta para a evitar.

— Porque déste tu esta volta desviando-te do ver­dadeiro caminho? pergun­tou Christovão.

O diabo não respondeu.— Dize, porque déste

esta volta, e se m ’o não dizes, deixo-te.

— Foi sobre uma cruz que morreu Jesus Christo, e quando as vejo tenho medo delias e fujo.

— Ah! Então esse Jesus Christo, cuja cruz te cau­sa tanto medo, é mais po­deroso do que tu, e eu vi­via enganado! Vou, pois, procurar Jesus Christo.

E começou por uma e outra parte a procurar Je­sus, até que encontrou um eremita que o instruiu di­ligentemente nas doutri­nas da fé, e que depois lhe disse:

— Esse rei que tu andas a procurar, e que é o maior de todos, impor-te-ha obri­gações que te forçarão muitas vezes ao jejum.

Christovão replicou:— Que elle me ordene

outra coisa, porque para essa não me acho muito disposto.

— E quererá tambem que te entregues com fre­quencia á oração.

— Não sei o que isso é, nem sirvo para similhante serviço, respondeu Chris­tovão.

Disse-lhe depois o ere­mita :

— Não conheces tu o rio em cujas aguas mor­rem muitos dos que ten­tam atravessal-o?

— Conheço.— Pois se conheces, co­

mo és de grande estatura e muito robusto, vae, col- loca-te na margem, e pas­sando os viajantes para o lado opposto farás uma coisa muito do agrado de Jesus Christo a quem bus­cas servir. Talvez mesmo que elle se te manifeste para que o conheças.

— Eis um serviço a que eu me posso consagrar, e farei o que me dizes.

Foi em seguida para a margem do rio, construiu uma cabana para viver, e havendo-se munido de um pau, para se sustentar nas aguas, começou a passar para a margem opposta a quantos buscavam o seu auxilio.

Tinham já corrido bas­tantes dias deste exercicio, quando, achando-se a des- cançar dentro da sua caba­na, ouviu a voz de uma creança que o chamava, dizendo-lhe:

— Christovão, vem dahi e passa-me.

— Christovãs, saiu, lan­

çou os olhos em torno e não viu ninguém.

Tornou a entrar e ouviu a mesma voz.

Sahiu e aconteceu-lhe o mesmo.

A terceira vez foi mais feliz, porque encontrou á borda do rio um menino, que lhe pediu para o pas­sar para o outro lado.

Christovão péga na cre­ança põe-n’a ao hombro, mune-se do seu cajado e entra na agua.

E o rio começa a cres­cer pouco a pouco; o me­nino pezava sobre o seu hombro dum modo exces­sivo; e este pêzo au- gmentava cada vez mais, de modo que Christovão começou a ter medo. Pou- de finalmente alcançar a margem opposta, e quan­do pouzava o menino no chão, disse-lhe:

— Puzeste-me num gran­de perigo, e pezavas de modo que me parecia ter o mundo inteiro sobre os hombros.

E o menino respondeu- lhe:

— Não te admires, Cris- tovão. Não tiveste só o mundo inteiro sobre os teus hombros, tiveste tam­bem aquelle que o creou, porque sou Christo, aquel­le por quem emprehendes- te as boas obras que estás praticando. Enterra o teu bordão na areia e tu verás ámanhã como elle está co­berto de folhas e flores.

E desappareceu.Christovão assim fez; e

na manhã seguinte ao des­pertar, lembrou-se do que lhe succedera na vespera.

Correu pressuroso ao sitio onde enterrára o bor­dão, e viu-o florido como palmeira, pendendo-lhe dos ramos verdejantes os cachos de maduras tama- ras.

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Ifiilhete postal

Recebemos e agradece­mos um primoroso «bilhe­te postal» commemorativo da exposição da «Real O f- ficina de S. José», do Por­to, ao publico, no dia do seu Padroeiro e represen­tando a Familia Sagrada, copia de um soberbo qua­dro do auetor F. Deffre- ger, de Munich.

Este Bilhete Postal foi editado por um bemfeitor da mesma officina que des­tina parte do produeto da venda em favor da mesma.

Preço 20 réis. Franco de porte de 5 bilhetes para ci­ma. Desconto desde 5o bi­lhetes.

Pedido á Livraria No­vaes Junior, rua do Alma­da, 192 e á Papelaria Araú­jo & Sobrinho, Successo-

• O DOMINGO

res, largo de S. Domingos— Porto.

Circo iniiido

Já é bem conhecido do publico que quando se quer divertir não tem mais que ir ao bello Circo Amado. Vem-lhe esse convencimen­to, por saber que é alli o unico logar onde pode dar largas ao seu temperamen­to, admirando trabalhos sensacionaes, e rindo a ban­deiras despregadas com os graciosíssimos palhaços A r­thur Bimbo e Julio Pater­na. Hoje figuram no pro- gramma: a sr.a Thereza Dominguez, difficeis traba­lhos aereos, Os acrobatas fim de seculo, a transfor­mação de fato pela senho­rita Emilia Paterna, a batu- da americana, o Homem sem Ossos, o cavallinho aeronauta, e muitos outros trabalhos, que tão grande successo tem obtido entre nós.

— — — <co— -£<38S>S-— -------- -

Tem passado estes últi­mos dias incommodado de saude o nosso amigo, sr. Sebastião Leal da Gama, honrado commerciante de esta praça. Que em breve se restabeleça é o que do coração lhe desejamos.

AVISOA viuva do fallecido João

Deus Costa, estabelecido que foi na villa de Canha, concelho de Aldegallega, convida por este meio to­dos os crédores que tenham fornecido fazendas parado dito estabelecimento, cu­jos créditos estejam por li­quidar, para apresentarem as suas contas no praso de oito dias contados da data deste, em Lisboa, na rua dos Fanqueiros, 251, afim de serem attendidas como de direito for.

ARTE C U L IN A R IA

T o r ta «le fru etas

Depois de preparada a fructa, põe-se a coser em agua até á prova do pali­to; tira-se e põe-se a escor­rer sobre sedaço: esmaga- se ou retalha-se em boca­dinhos, pesa-se e, toman­do-se egual peso de assu­car em ponto de pasta, põe-se, indo misturando, a ferver até ao ponto de fio; deita-se-lhe canella em pó ou qualquer essencia e ti­ra-se do fogo.

Vasa-se para caixa de pasta a quente, que deve estar moldada sêcca e s?e ao forno frouxo.

A N N U N C I O S

LEONOR TELLES

Este sensacional roman­ce historico do laureado dramaturgo e distincto es­criptor portuguez Marcel- lino Mesquita, será publi­cado ainda no corrente mez de março, em cadernetas e tomos, pela «A* E D IT O ­RA», Lisboa — Largo do Conde Barão, 5o.

Valioso brinde a todos os assignantes.

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TYPOGIíAPHOPrecisa-se na typogra­

phia deste jornal dum ra­paz para aprender a arte de typographo.

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OS DRAMAS DA CORTE

(Chronica do reinado de Luiz X V )

Romance historico porE. L A D O U C E T TE

Os amores trágicos cie Manon Les taut com o celebre cavallèiro de Grieux. formam o entrecho cTeste romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade devéras encantador.

A corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d '0 Bastardo dr. Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual aquelle com que foi recebido em Pa ris, onde se conta am por milhares os exemplares vendidos.

A edição .portugueza do popular e rornmovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

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DIARIO DE NOTICIASA GUERRA ANGLO-BOER

Impressões do Transvaal

Interessantíssima narração das luctas entre inglezes e boers, «illústrada» com numerosas zini o-gravun.s de «homens celebres» do Transvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas da

G U E R R A A N G L O -B O E R Por um funccionario da Cruz Verm elha ao serviço

do Transvaal.Fasciculos semanaes de 16 paginas.................. 3 o réisTomo de 5 fasciculos ........................................... i 5o »A G U ER R A AN G LO BO ER é a obra de mais palpitante actualidade.

N'ella são descriptas, «por uma teítemunha presencial», as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrivel guerra que tem espantado o mundo inteiro.

A G U ER R A AN G LO -’ O ER faz passar ante os olhos do leitor todas as «grandes bat; lhas, combates» e «escaramuças» d'esta prolongada e acérrima lucta entre inglezes, tra svaalianos e oranginos, verdadeiros prodígios de heroismo e tenacidade, em que sáo egu; Imente admiraveis a coragem e de­dicação p triotica de venc dos e vencedores.

Os incidentes variadíssimos d’esta contenda e.itre a poderosa Inglater ra e as duas pequ nas republicas sul-africanas, decorrem atravez de verda­deiras peripecias, por tal maneira dramaticas e pittorescas, que dáo á G U E R ­RA A N G LO -B O ER, conjunctamente com o irresistível attractivo dum a nar= rativa h storica dos nossos d as, o encanto da leitura romantisada.

A Bibliotheca do D IA R IO DE N O T IC IA Sapresentando ao publico e-ta obra em «esme-ada edição,» e por um preço di­minuto, julga prestar um serviço aos nmnerosos leitores que ao mesmo tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito conhecimento dos successos que mais interessam o mundo culto na actualidade.

Pedidos d Empregado D IA R IO D E N O T IC IA S Rua do Diario de Noticias, 110 — L ISB O A

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COMMERCIO DO POVOTendo continuado a augmentar o movimento desta

já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de precos porque são vendidos todos os artigos, vem de novo recommendarao publico em geral que nesta casa se en­contra um esplendido sortido de fazendas tanto em fan­queiro como em modas, retrozeiro, mercador, chape­laria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e

AO A L C A N C E DE T O D A S A S B O L S A SDevido á sahida do antigo socio d’esta casa, o ill.mo

sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem. Tomam, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos porque decerto acharão vantagosos.

A divisa d ’es ta casa é sempre ganhar pouco para ven­der muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

Visitem , pois. o Co mine rei o do Povo

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