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  • E L O G I O FUNEBRE

    DO C O N S E L H E I R O

    ANSELMO JOZE’ DA CRU Z SOBRAL,£cc. &C. ¿cc.

    P o r

    J O A O J O Z E ' D E V A S C O N C E L L O S ,Coujul Qeral da Nacag Pgríugticza ent Dinamarca,

    L I S B O A :

    N a O f f i c i n a N u n £ s i a n a .

    ANNO M. DCCClI.

    Com Licenza da do Defemh.'trgo do Pa¡c,

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    Semper honos> nomenque tuum, Laudesque mane* bunt.

    Virgilio.

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    Ê S C R E V O o Elogio do Conselheiro A nselm o Jü2£’ da Ceu¿ S o b r a l , para que os vindoiros tendo sempre á viña Jmm poderoso exemplar das suas óptimas ac^Óes, sejao ellas hum continuo despertador qu© es eftimulle a servircm a Patria com zello , honra, e fidelidade; e sejáo ao mcsmo tempo ( como Elle foi ) Am igos fiéis dos seus Concidadáos, e de toda a Huma-

    nidade, com huma imparcial, c filosófica indjfferen§».

    N ao usarei de frazes-eíludadas , de ideias dcas^ ou de termos puramente especulativos : E n>uito menos kvi ao PpÍ2 d is Quimeras pedir á venal, e infame Li- xoaja que ir.c empreíle os seus doirados pinceis, e fai-' »ideadas córes, para delinear o Retrato defte honrado

    Portugucz, O indelevel , e irrefragavel teftemunho do' todos os Bons da Na'5áo, e a vóz geral de quazi roda a Europa, seráo os fiéis abonadores das grandiozas^ c brilhantes Ac§6es que E lle praticou, em meio de(>a C e rte , por toda a extensa carreira da sua vida Publica; e ellas Será6 a solida B a ze , e precioza Materia sobre

    que hci-de erguer a Ellatua em que se veja etcmiza-♦ ii do

  • do o scu grande N o m e, e illu'^re Memoria ; sem me ficar o nicnor recelo de ser sindicaao , cu desmentido pelo Juizo da auilera Poileridade.

    A Natureza sabia, e entendida, que faz alarde das suas eílrondosas M aravilhas, coíluma ensaiar-se desde multo lon ge, para fazer prczente á Rassa Humana j , de cercos Genios raros, e sublimes, cujos D otes, e grandeza de Alm a , nao sendo commus ao reíto dos Mortaes ; vem a ser por isso meSmo, a honra, e onu- mcnto do Scculo em que nascsrao , e a ju(U admira9ao, assombro , e nórma de todas as GerajíSes futuras. A

    Prjjdencia , a Jufti^a , o Amor aos seus similliantes, c a Razao apurada , ex-aqui os caradlerifticos predicados deíles Genios extraordinarios.

    Lancemos as viftas pelos Immensos Espacos da remota Antiguidade ; leíamos os Faítos de todas as Na- jtící ; e allí adiaremos eftabelecida a verdade derta pro- posÍ9ao. Em todas ellas houveráo Homens de abalizado merecimento, e de reconhecida probidade : amantes da sua Patria: Fiéis por Indole, porelludo, e por s is

    tema ; unindo a ellas outras multas boas qualidadcs ; porém efles Homons célebres, e extraordinürios , eráo como iium Acómo cotejado com o eminente Olimpo.

    Eu

  • C fr )

    Eu riad Imaginàrei hum Heròe como ô de Homero, ou de Virgilio : Farei apparecer sobre oT heatro do Universo Jium Cidadao Portuguez, que sem envc- ja r , ou denegrir a honrosa fama dos grandes Herces

    que a nbssa Hiftoria confa ; foi adornado das mais subîm es, e excellentes qualidades Sociaes, que o fizerâo

    digno dos grandes Empregos que tcve ; e das muitas- Mercés comque o TJirono o dellinguio, e honiou. E que finalmente o fazem digno de ser transmetido á Pos- teridaJ e , pelo fiél reconiiecimento dos seus Patricios.

    He sem dúvida, que ao Pó que se acha envolvido , e abismado nos horrores do Sepulchro , de nada servcm éftes rasgos da Eloquehcia Humana ; mas tam-

    bem he certo , que eíle he o tempo, e o modo mais a

    proposito, e até o mais decente, para iembrar aos vivos, os grandes, ^ famosos Feitos que o Morto Concelheiro praticára em sua vida , para que seja por todos imitar d o , aínda que raramente excedido.

    A gora fallarei com vosco, Homens desasízados, e orguihosos, que fascinados por hum espirito vertigi- nozo de Ignorancia , de M alicia, e de Inveja, nao po* deis ver sem asco as belissimas imagens da singela , e candida virtude; suspende!, suspendei por hum breve espaço os vossos temerarios juizos \ e perdoando aos

    Mor*

  • Mortos aquellés pequeños, e insignificantes defeitos, que sâo inlierentes á humana fragüidade , fareis defle modo imparcial juiliça ao relevante Merecimento do nesso

    amavei Patricio j e seri talvez efta a primeira occasiâo em que Ihe façais efta graça : Por vossa propria convi- niencia deveis fazer eile sacrificio as suas cinzas, sepultando no fundo do vosso coraçâo qualquer sinillra , e maliciosa ideia ; pois de outra sorte vôs sereis avalia-

  • Os honrados, e vírtuosbs exemplos de seus País, e a l i^ o depurada, e coiuínua do nosso Cathecismo Porruguez; cis aonde E*lle aprendeo na sua Mminice, es .primoi'pos Rudimentos da Moral CJiriLíaa, e Politi-» oa; os jqna«s se tornàt-ao idepois era solido Syftema na Siia''idífci« adtjltai,‘e Die-atreigátao no Coragaó a F é , e í*'Rei-ígiá6'dc todos'ós scusj Mai©a*s.I Ot ( ¿j:................. ...

    O Eílado da Mocidade ; o mais perlgoso de to» dos os E.bdos do Ente Racional , he sem ccnteí;acáo álgtíá' a e- fitais ‘if)na: Pedm dd ,t¡ciqué sor.de seéx[>0n¥n(?itfa., e coa)icce o G enio, a Indole, oCarafler*

    e a ‘Ihxáifta^aO-de qualquer Mancebo. A s Eaijsdes amo* íinadasv a ipoftas- em-carrípo •■áfbma io. áracao por todoi

    fes íados^/' 0 ellas, de ordinario fempre cam áo.a viílo^ H a, qtiíMidí) o cora'5^0 se acha vasio daquedlas ^iutudeé bfel-líbsî ma? filJias da bòa educacao , as quaes dellruia-

    áO j e d o'Gigante armado do VieIo;j os fax fiepoifr- appar«cer- tríunfaíit-es em ttieio dos Jeus Gondis-* cipulos, e Patricios.

    AnseI/Mo 5em duvlda, foi atacado de íitnllhan- tes paix^cs na-séa Mocidade ; pOTém

  • grande vantagem, o te r adoptado anticipadamente'o sys- tema , de viver antes só , do que ter por Amigos, e Companheiros, Mancebos da sua mesma idade, que fi-

    zeSsem timbra de serem libertinos, escandalosos, e dissolutos. A nsklmo era acautellado, e sraudo, sem ser tod avía liypocrita, ou fanatico. Os seus passatempos, sempre forao dirigidos de tal m odo, que sera tornarem OS seus prazeres agoados, dominava nelles, a descri^ao,

    e a prudencia. . oL.

    A . i ^Neila idade passou a Genova, para ali se instruir

    no Commercio. N a Caza de Rollandelli, e Basso, a mais acreditada daquella República ; he aonde eftudou a T heo- r ia , e Pratica .defta importante . Sciencia, na qual em pouco tempo moftrou o quanto ihe viria a. ser m il, e á sua Patria, nao menos pelos conhecimentos com que dcpois illu^irou o Com m ercio, delle R ein o , sendo Pro- vedor da Real Junta d e lle , mas difundindo por todos os seus» ramas, a viveza, e aclividade propria do seu

    Genio.

    Tendo alcanzado com seus modos, fidelidade, e bom comportamento o credito de todos os Negociantes daquella rica Pra9a ; e achando-se com suficiente fundo , ajudado dos seus Am igos, para ellabelecerse sobre s i , se deliberou a mudar de Eftado. Para iílo , náo coa»

    # sul-

  • sultóu sámente o Seu g o ílo , cuja elleigáo he de modo

    ordinaria e arriscada. Como' era dotado de grande pene- lra§ao, e tinha todo o conhecimento da maior parte das Familias de Genova , nao Ihe fói niuito deficultoso, nem percisou gallar muito tempo em meditagóes, para acertar na escolha. Assentou com sigo, que para Consorte , necessitava de liuma M ulher, que unisse aos Dotes da Natureza aquellos Dotes d’ alm a, que fcssem ca- pazes de cncher o seu cora^áo , só animado de sentí-, mentos maravilhosos , e sublimes, -e que em tudo respirasse Honra, Magnificencia , e Grandeza, tratando de bagateÜa esses váos interesses , que o commum dos homens , quazi sempre procura em semilliantes enlaces.

    Raras vezes o desacertó , succede a hum maduro , e prudente conselho* Sem sólidos fundamentos já mais se Jevantou hum edeficio com seguranza. O Erro he de ordinario filho da pouca reftegSo, e quando só se tem por Bussula o capricho, o apetite , e o venal interesí'e. Nada dillo porém foi quem determinou a An '̂ SEJLMo em tao importante Negocio. Aconselhado sómen-

    te com a Prudencia, e com seu proprio cora$áo, Elle decidió na escolha.

    Conhecendo bem a fundo, e de muito perto, os rarissimos Dotes de que era adornada a Illuñ^sima

    f» %a-

  • Maria Magdalena; e que só Ei!a sería capíz de satís ̂fazjr cabil-ueíite os des^jos de seu cora^áo, Elle fe determina a pedilla a seus Pais, Ouvidá a proposicáo,

    elles váo m.í'iife'talla ‘ a fua f^iha, a qual inílruida das bMiissitnas quaJidaJes do Pertendcnfe, sem fazer a menor f^rga ao seu go'lo , ou á sua vontade , Ella s$ resignou na de seus Pais ; que cheios de summa ale*

    gria v io apressada nente annunciar ao flituro Noivo % o prazer, e satisfajao com que suá íilha annuio ¿ pro» poíta.

    Como neíle confradlo náo houverao aparatosas formalidades ; e só forao necessarios o consentimento dos País da Noiva , e a reciproca vontade dos contra- Jiences , em poucos días foi celebrado o Consorcio. Eis-aqui o primeiro lance em que A n selm o fez alarde da grandeza do seu generoso animo, que foi hum pre ̂lu d io , e ensaio do que víria a ser para o tempo futuro. E poílo que as suas faaildades aínda nao faziáa vu lto , nem eráo de monta. Elle contando com o graiv» de credito que já tlnha ( solida baze de hum Negoci-» ante honrado ) fez brilhar neíla plausivel occasiáo a M agnificencia, a ordem , o g o ílo , e até a mesma pro* fuzáo , deixando admiradas, e satisfeitas todas as pes*

    soas que para ella fórao convidadas.

    *

  • F e liz , ditósà Genova? Congratulate, gloreia-re, por ter sido 0 Ber^o da ifìcomparàvel M aria Magdale

    na ? E qu'e vcndo-a Unida ao mais digno E spozo, tens ouvido pelo decurso de tantos anftos, que Ella fazendo h'ónra ao seu Sexo, e á suá- Patria, veio a ser na Cor* te de Portugal, á Heroína do T e jo j e servir d^admi- rajao' a fódos os Nacionaes, e aos Eftrangeiros codos-*

    O Espirito da Discordia que inténtou maíqmífar a A n selm o com seus Irm áos, bem depressa *se désVa- neceo á maneira do' Rélainpa^go., O Conego Antonid Jozé da C ru z , que tinlia por elVe bóítt Irmao humaré-

    conhecida perdilu^ao, o faz passar a Lisboa seiií jierda'' de tempo. A n selm o logó'que recebe a ordem jiada demora : ^prompta hüm 'ííá^io', é 'pàrtè. A irida que

    era muito cutlosa para Maria Magdalena efta via- gem , e separajao : Deixava Pais, Parente?, Amigas, e a Patria : E codos e1lès motivos ef^o sobejos para cons* ternalla, afBlgilIa, e enchella da mais extremosa sáu-*

    dade : Porém Ella com huma discreta conilancia ( vir- tude propria do ?eu caráíler ) sem ofender os Direitos da Natureza, ou da Amizade disse a Dtos a rudo, e a todos i e vem acompanhar scu Esposo rem temer os pc ̂rigos do Mar , pois ve junto ao scu lado, sugcito o meano Tempo , e a Fonuna,

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    Saudosa , fem delxar de ser amante , partio de Genova, e entrou a salvo no Porto deila Capital. Fo* rao recebidos em Casa do Conselheiro Cruz Alagóa seii Irn?ao, aonde acharao iiuma brilhante companlua queos «sperava, para Ihes dar as bóas vlndas. E qual nao foÌ a sorpreza dos Espcifìadorei: ao vgrem Maria Magdale |13? Huns a louvao de Formosa; outros admirao o seu garbo, e a sua gravidade: Eftes se namorao da sua afa- biiidade : Aquolles finalmente ficao encantados das Graciosas m ’̂ieiras com que ella satisfaz aos obsequiosos Cumpriinentos de todos. Eis-aqui o prinieiro tiiunfo

    deiles dois Esposos, Alegraì-vos Gentes de Lisboa ! He chegado o vosso Patricio , que vos ]ia de servir em to

    da a occasiao,_e em todos os confliílos, de fiél Am i

    go Proteílor Zeloso, q Bemfeitor Commu.

    Eilamos com effeito chegados à grande Epóca: A Eloquencia de C icero , a pureza de eftillo de T a c ito , ̂ exac^ao de Saluftio, nao seriao ao que parece bailan

    tes , para escrevcrem a Hiiloria de todos os faílos públicos, e particulares» do Conselheiro A n selm o . Elle vai aparecer sobre a Scena do M undo, para nella Re*

    prezentar diversos caraíleres , os quaes desetupenliou com tí)da a Probidade, Magnificencia, e D ecoro, como se

    verá na fiél narrajáo de cada hum dclles ua sua res- peíliva classe*

    • o

    ■ÍL

  • ( n )

    O Conego Antonio Jozé da Cruz, que era dotado

    de huma rarissima pcnetrag^o, e que tlnha consumados talentos politicos, como toda elU Corte sabe j e que era por isso mesmo hum dos mais favorecidos do Miniílro de Eftado o Excellentissimo Márquez de Pombal, logo que Seu Irmao chegou , foi aprczentar-iho , e efte grande Mi»

    niitro que rinha o particularissimo D o m , de conhecer os homens logo á primeira v ilU , calculou , e concebeu a ideia, de que o Conrelheiro A nselm o era modellado

    segundo o seu coragáo, para altos projecios , e para desempenho de cousas de grande monta : E muito certo neíle seu Juizo, o nomeou logo para Adminiftrador do Contrato do T a b aco , no qual foi depois o primeiro Caxa, tendo o singular, e especifico privilegio, de nomear os seus Socios.

    Nínguem ignora que o Regimentó defte Contrató ( o maiür ilo Reino ) lie o mais auftero, e o mais res- trido : epor essa razao, haverá bem poucas pessoas que nao tenháo incorrido na infracgao de algum de seus arti-

    gos i e que sejáo por consequencia obrigadof a passarem pelas durissimas penas c]ue eJle imy6e a o s transgressores; ficando sempre ao arbitrio do Contratador, o querer, ou

    nao ser-lhes parte.

    Vá*se ao Escritorio da Conservatoria, e allí sem

    cquivocajao se poderá v é r , que no decurso de mais de

  • trînta annos , em que A n selm o foi Contratador, humasó Procuraçdo nao lia de achar-se assignada por E lle , para

    ser parie a aigum Conrrabandiila : Antes pelo contrario sa sabe, que multos suilentava naCadeia,. e juntamente as suas familias : Socorreo a outros grandiosamente como

    cofluniava, depois-d« eitarem soltos : ea muitos iînalmen*

    te empregou , g deu Officios no mesmo Contrato. A nselm o

    nâo quiz nunca augmentJír os fundoS’ da sua cabca corñ as hïgrimas de gentes- infelices*, e desgranadas-, que ou de ̂

    f i í o j>assar, e soíírer as peftas dâ L e i, e perderem os seus bens, ou alíaz peiderera para sempre a«-suas Familias , e

    à Patria. E n áo foi-a© immensos os Vassaüos que Elle por

    ¿fte* m odo poupou ao Ellado ?

    H e verdade que o Con:elIieiro ( dirá talvez a lgtì) des de o anno- dfe 1764 em que entrou na Adminiliraçao do Contrato, principiou a promover , e a adiaarar os seuá

    intéressés , e as suas Negociaçdes : Mas tambem he cep- fo , que- á ppoporçSo que ?e engrossavao os seus CabedaeS, t a sua fortuna', tinha Elle sempre em viúas a grande Ma-; xíma de í^ e r bem a* totios- sem rezerva. Os êus Socios pcrcebiao prompt-amente os seus respe

  • ( ly )

    N c f îe E ft5< îo v iv ía A n s e l m p s a t ls f e í r o , e co n ten-

    îe. Porém o Mifliûro ci« E ltado, tendo necessidaide deA

    hum homem que fosse capâz de promover, è adiantar os Nascentes Eftabelecimemos da Real Junta do Commer

    cio , e Companhias , e que tivesse ao mesmo tempo a força , e aélivldade de fâzer executar os seus Regimen- tos á fisca : E taôbem que com seu exemplo animasse ̂

    e desse calor aos mais Negociantes , para se abalansarem a cmprehender grandes emprezas, que tornassem o nos- 60 Commercio totalmente a¿>ivo , com proveito da Real Fazenda, dos Particulares, e do Público: O dito M i-

    niftro de Eilado o nomeou Provedor da sobredita Real Junta , sem escandalo dos ConcorrenteS ; e com geral sa- tisfaçao de todos. O Conselheiro compròvou depois o acerto deila Eleiçâo com o total desempenho das muitâi

    e espinhosas obrigaçôes, de que deu inteira satisfaçâo>

    e conta.

    A Fîscalizaçao das Obras públicas, que he hunt dos Ramos mais importantes da Adminiilraçao C iv il , é Economica da Capital, igualmente necessitava de hum homem que fosse Dotado de muita intelHgencla , a íli-

    vidade. Mecanismo, imeíreza, e penetraçâo. Foi o Conselheiro elegido para elle lugar i fazendo-se logo digno delle , pela summa vigilancia com que remediou, edes-,

    fez muitos perjuizos, acodindo a todas as Repartiçôes,e

  • e fazendo com o seu esem plo, que todos cumprlssem com as fuas obriga^des a tempo, ea horas, sem perjui-

    20 da Real Fazenda : E se algtia vez siiccedia ser eccessivo o trabalho , Elle á curta da sm bólsa o tornava mais suave, e sofocava as queixas , e por elle modo con- seguia sempre fazellos cuidadosos ̂trazendo contente? a todos.

    Hera chegado o tempo em que a Nossa Auguíia ■Soberana , a Immortal M A R IA 1.“ pertendia cumprh'o voto de fazer Eregir hum T em plo, e hum Convento, consagrado ao Santissimo Cora§áo de JESU S. Achaváo* se promptas as Plantas : D Terreno escolhido j Horneados os Meftres : E o dinliLÚro prompta para os pagamen

    tos de todos os M eieriaes, e dos (Operarios : Porém fai- tava eleger hum homem que tiveSse particulares requisitos,, para ser o Fiscal defta Magnifica Obra. M uiiosocor- réráo á Real Mente da Clementissima Rainha, e cada

    hum delles certamente muito digno de exercer o dito lug a r: Pí)rém Sua Mageftade que tmhj táo decesivas provas da grande aélividade, do Z è lo , da H. nra, e da fi- delidade com que o Consalheiro a tinha aré aii servido, jias diversas, e particulares imcumbencias de que o ha- via encarregado, se di^nou,e foi servida, noniealio, e elegello para táo grandiosa £mpre¿a.

    • .Foi cora eíicito ô Coiiselheiro chamado á Real

    pre- '

  • pfezenga : Sua Mageilade he Servida inslnuarlhe a Sua Reai Vontade; Comunicao-se-lhe immediatamente a3 ins- trucgòes , em consequencia deJlas, Elle passa as suas Or- dens, e a Obra se principia. Qual foi a satisfa^ao, e o contentamento com que Elle recebeu da sua AuguiU efta importantissima, e delicada imcumbcncia, bem o deu a conhecer na ac^So de se lanjar a primeira Pedra a

    cfte Reai Edeficio. Aprazado o dia para ella Fungao ̂A n se lm o dà as suas Ordens, e tudo se apromptou á sua {>nmeira v ó z , com tanta Magnificencia, Ordem , e Ri*

    ¿lueza y que deixáráo indecisos os pareceres d.os infinitos E sp ectad ores: de tal m o d o ,que senTO souberáo• determinar a qual dellas deveriáo dar a primasia.

    ' Deo-se com eíFeito principio á Obra : E nao obstante serem iiifenitos osindeviduos de. todas as Clases d© Officioa nella occupados, era segundo o. voto das jniél- ligentes, huma Obra deíla Natureza para dÜatadissimo tempo. Porém a summa vigilancia, o grande CoragSo c aílívidade do Inspeftor, tornou nulla eíla espe¿lativa. Quantas, e quantas vezes appareceu Elle na Obra muito antes de amanhecer, sendo o que dava os bons dias aos Mes-

    tres, aosO fficiaes, e aos Trabalhadores? E nao era. elle seu exemplo huma discreta sengura , e hum poderoso despertador para fazer a todos cuidadosos, e solícitos á pro- fia , no cumprimentü das suas respeclivas obrigagóes, sem

    com tudo isso Ihe deixar porta aberta para a muimurag^o,

    ou para o escandalo ? ***

  • Que immensas sommais nao gaflou o In^pedlor ( tafM

    to era o goih), a ancia , e o dezejo que tiah» de ver a obra consumada ). com iodos, e com cada hum em particular dos Operarios por todo o tempo que elJa durou ? Venhao clles a Juizo , e d ’gao quul dalles J>e- que nao recebe» al- guma recompensa pelo mais insignificante «erviço, huai» vez que o inspector conlKCta a bòa vomade, e o bom d«* sejo com que era fe ita , ainda que aliis o mesmo servi.

    $0 fosse proprio da sua obrig.içâo, e do seu traballio? Huma sdPedra que fosse fora do tamanho ord inaria,]^ vrada , ou lisa, se nao pôs no seu eompefiente lugar, cup

    }a acçâ& nâo fosse grandiosamente grariÜcada aos Mes>* tres, aosOHìcìaes, e*Trabaliiadores á cuOa da bolsa do Iiispeilor; cu apello para o Tellemiinho de cada hum dos que ainda vivenx^ sen% peceio algum de ser desmentido: « íard poato ̂ œ iie ^articulai; y peis autci. pa«sarpela^itoca de ser deminuto, do-quesoiser a censura de ejs> csreeidô^

    Cenduic^se finalmente a Real Obra, multo antes do

    tempo: que se esperava aijas deficuldades scube aplauai; frvencer o infotigavel- zè lo , e at^ividade do Ins.f«i2jCr ̂Seguio-se » Sagraça?) da Basiliìra, a qaal se £̂ ù cam. tù« do oE xplcndor, Magnificencia:, Decoro^ AsseiO j.Gran* deza 5 Ordera y Luzimente-, e Apparalo sejn hav«r cun*

    folta, oru dcsQjrdem. E cowo nella Corte aiuda vi* Tem inffnitas Pessoaa que'aseftirao a eila. pasaîçsa'rFui» ç3ô-, que çonheccrâo: a e taaibem a.gpa«dcz4

    . de

  • de seu c o r a g ío , será faflidíoso, e até mesmó Improprio tornear mais efte asumpto ; unicamente d irc i, que Sua Mageiladc se deo por tambem servida , t satisfcita, co* mo manifelU o Seu Reai Aviso que na meSma occa^iáO dirigió ao Inspector, Concebido noa mais Jionrosòs ter

    mos , bem proprios da Real Benificenciá , condecoran- do-o com a Carta do Seu Consellio, e deCommendadof na Ordem de Chrilto; cujas Mercés Elle muito eftimoü , bem que nunca tivesse tenháo de as pedir*

    Vós Caitas Esposas do Cfde!ro ImfuaCftlado, Ctíjá t«ftcmunho nao de\'e ser de modo algum enCaf^ido! Le- tantai » ierantaí, o miílerioSo véo que Jia taiiros árttrcrS

    tem encuberto dentro das Sagradas paredes desse Real Ciaoftro, os extremoso« lánces de Caridade, e de Grandeza que o Conseíheifo pratícou y nSo só a vwsü fòvor, ma? tambem em proveito do« vossos pítrte|;ídos‘; e «1índá snesmo a favor dos vosíos Parentes ! Fi!2rí, íazei eíte Sacrifìcio ás Ciíizas delle honrado MortC», porque ellt j í mais o coneentiria íe fosse vivo.

    I

    E deverei e u , para provar o generoso anim o, a Magnificencia , a Grandeza d’ alm a, e o honrado Cáprí- ello do C onselheiro, trazer á memoria a Fun9^o da In*

    naugurajáo da Ellatua Equíflre, succedida m tempo em que File era Provedor da Real Junta do Commercio? Lembrarme-Jiei dos trts día*» de Luminarias, e Baile dtf

    ii Ap,

  • ^Apparato -pelo Nascimento da Seiinìsnma Pnnceza D , Maria Thefeza , cujas fungóes serao em todo o tempo admiradas, mas porninguem exad k , e cabalmente des- criptas ? Dirci eu ser Elle o primeiro movel, de haver nella Corte, hum Theatre , que nao cede na Grandeza ,

    na Architedlura, Magnificencia, e Decoragao a nenlium dos mais famigerados da Europa ? Acaso fallarei.. . . ?

    M as venha agora o silencio, e o respeito ser o Panege-' riíla daquellasi acgóes do Conselheiro, cuja individual certeza Elle levou comsigo á Sepultura, e que nunca confiou da sua familia , ou de seus Am igos, sendo sóm a- nifelbs pela tradigao, e vóspública, epela propria con-

    fissáo dos coragoes agradecidos com quem Elle as praticou ?

    Porei fim ao prezente E logio, dízcndo sómente qua- tro palavras íobre as duas virtudes maximas que fizerao to d o o. fundamento, do limpissimo Caraíler do Conselhei* ro j e da sua honrada memoria» Sao ellas virtudes a Cari- dade extremosa que teve , e a humildade sem sombras da menor H i^cresia. Será muito pouco o que heide dizer

    nefta materia; porém fallará pormim a vóz pública , em todos Os tempos, e por todos os Seculos, em quanto ex- eílirem sobre a terra coragóes honrados, fiéiSj e agradecidois*

    O Imperador T ito coftumava dizer; Que tinha púr perdido todoaquelle dia em que nao fazia algüa Mercé. Nunca o Conselheiro A n selm o , teve occasiao de dizer

    ou-

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    outro tanto: porqiwn a £xtema carreîra de sua vid a, humSÓ dia nao teve vasìo de fazer bem : Bailará dixer (seja- me licito o Hyperbole ) que a lilla das suas Ordinarias eicedia ao algarismo.

    N ao sao os Desgraçados, e os Pobres que eu hei de Convidar sómente para servireni de piova 3 semUhante assumpio. Sejao tambem chamados a Juizo milhares de Individuos de todas as Classes do Eftado, para que-ve- nhao depôr á face de toda a Europa, se erâo ingénitas no Conselheiro as duas sobreditas virtudes. Os seus mes- mos Ininiigos por Inveja, i bôcachela confessao que o Conselhc-iro era Jiumilde , e benifazcjo por Natureza, e sem âfîeilaçâo. Mas ainda concedido que o Conselheiro niiiiurasse no îcu bem fazer algum amor proprio, e al-,

    guma ofientaçâo , nada diftodiminuía o merccimento da& suas grandes, e bellissinias acçoes. O Conselheiro AnseLt

    MO obrando sempre o bem , se envergonhava, quando Se Uie davao os devidos agradecimentos, e nunca efta acçâo deixou de causarllie dcsprazer, e agonia , ou Ihe foi indiferente.

    Gente» honeftas, erecolhidas: Pais de familias honrados: Donzellas vergonhosas î Viuvas infelices: Orfaos miseraveis : Pertendentes desfavorecidos ; em huma pala- yra Individuos de toda a qualidade, defendci, -abonai, a honra, e a fama do vosso Bemfeitor ? Publicai, fazei ma-

    nifeilos a todo o Mundo os grandes, e particulares benefiy cios que delle recebeftes. Sen-

  • f ’ Sendo o tofisellieiro extraord'narlamente, esobre modo Caritativo , foi igualmente humilde com assombro ̂è paamo de todás as Gentes que o conheciáo. De tal sor

    te , que algumas vezes, parecía que eíla virtude degene*Jrava em baxeza. Que respeito ? Que reverencia ? Que aca- UiHw-nto elle náo tinha, e moilrava a toda a Grandeza ?

    Que submisíáoj e obediencia nao tinha aos Magiilrados? Qu« afabilidade nao moftrava aos peus igiiaes? Com que tc n u ra , e elhanexa ii3o tratava aos ínFeiices, aos seus subdito? » « aos eeus mesmos Ci-eados ? Aonde, aonde aparecerá hum só homem que sequeixe do Conseiheíro, por eúe llie t«* faltado á cortezia, tanto no Particular, como mi Publico ? E nao he rudo iíl:o huma deceziva , e

    exuberante prova da bu» sincera bumíídade > Mas eu sinta

    dcífalecido o mew corajáo: Aspalavras me ficSo sofocadas e prezas na garganta : As ideias fbgem , e vem »ublUtuillas a d ó r, a amargura, e o senrímenco.

    Dia IO de M arjo ! T u serás marcado com Pedra cegra nos Falios Porttiguezes ? Nefte fatal día adoece mor

    talmente o Con.'elheiro, e tendo pienissimo conhecimento dfi che^atla a soa derradeira hora, Conf?^a-se « pede todos es Sacramentos ̂ que receben, com huma admira-

    vei » iieroica, e Catholica confiarK;ia , e abracando tercamente a Esposa, e aos Filho« a quem tanto amava i e dizsnda a Déos a alguns amigos qiie prezemes se acha- laO j o Coiiaeliieíro finalmente morre.

    O

  • O seu Enterro «c fez immediatamente. O Povo he

    immenso que corre a ver elle gra nde Espetaculo, e huma 8Ó Pes oa se nao achou prezente. na qual se nio obser» vasse algum íignal de amargura. Sao infinitos os individuos de todos O' E^.ados, e de todas as Classes, que con- correm á aílillenc a della acgao , de tal sorte, que pela mui- tidáo mais parecía hum T riu n fo , doqjjeFuneral: Porém

    nada dÜlo servia de ronsolagao, ou era capaz de moderar a d ó r, a pena , e afiigao da Consorte, dos F ilh o s, ou dos

    Amigos j pois no Conseiheixo tinháo perdido para sem« p re , Esposo, Pai, e Amigo.

    Com rigo fallo agora , saudoso, honrado , e modeño Filhd de tao Fam oso, e recomendavel Pai. He verdade que tu tens motivos sobejos, para chorar a perda de sua amavel companhia. Elle era toda a tua consolajáo, e fazia todas as tuas delicias : Porém Elle era m ortal, e de

    necessidade devia pagar o Universal Tributo. A Religiao, a Natureza , a Filosofía , e a mesma Rasáo , te perSuadem > e ensináü que deves moderar o teu juíto sentimento , e a tua grande dór. Teu mesmo P a i, desde o fundo d o jasi- g o , te cílá recomendando a conformidade, e resignagito com a vontade do Eterno ; c ao mesmo tempo te lem bra, que sejas hum fiél imitador das suas bellas viriude?, ser* vindo fiélmente a o T h ro n o , aos teus amigos, c aos teus concidadáos : Pois deíle modo farás Eterna a sua memoria, e te farás digno de ser fillio de hum tao grande Pai, e digno da alta elHma do teu Principe, e da tua Patria, fazendo

    igualmente recomendavel á Poíleridade o teu N om e, e a tua Fama«

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