Post on 02-Aug-2015
PEDOLOGIA Prof. Dr. Fabio Olivieri de Nobile
ELABORADO POR: Prof. Dr. José Frederico Centurion Prof. Dr. Itamar Andrioli
IBGE
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ÍNDICE 1. CONCEITO DE SOLO ________________________________________________ 1
2. CARACTERÍSTICAS E ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS DO SOLO ___________ 3
2.1. Composição do solo ________________________________________________ 3 2.1.1. Solos arenosos ____________________________________________________________ 4
2.1.2. Solos argilosos ____________________________________________________________ 4
2.1.3. Solos Siltosos _____________________________________________________________ 4
2.1.4. Transição _________________________________________________________________ 5
2.1.5. Cor do solo ________________________________________________________________ 7
2.1.6. Granulometria e Textura ___________________________________________________ 13
2.1.7. Estrutura _________________________________________________________________ 16
2.1.8. Consistência _____________________________________________________________ 22
2.1.9. Os agregados ____________________________________________________________ 25
2.1.10. Porosidade ______________________________________________________________ 26
2.1.11. Densidade do solo _______________________________________________________ 27
2.1.12. Compactação ___________________________________________________________ 27
3. GLOSSÁRIO ______________________________________________________ 28
4. MINERAIS DE ARGILA _____________________________________________ 30
4.1. O significado do termo ARGILA ______________________________________ 30 4.2. Minerais de Argila Silicatados ________________________________________ 30 4.3. Argilas constituídas de óxidos e hidróxidos de Ferro e Alumínio _____________ 33 5: CAPACIDADE DE TROCA DOS COLÓIDES DO SOLO ____________________ 35
5.1. ORIGEM DAS CARGAS DAS PARTÍCULAS ____________________________ 35 5.1.1. Cargas constantes ou permanentes _________________________________________ 35
5.1.2. Cargas variáveis ou dependentes do pH _____________________________________ 36
5.2. DELTA pH E PONTO DE CARGA ZERO (PCZ) _________________________ 37 6. FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃODE SOLOS ___________________ 41
6.1. Clima___________________________________________________________ 41 6.1.1. Temperatura _____________________________________________________________ 41
6.1.2. Vento ____________________________________________________________________ 41
6.1.3. Precipitação ______________________________________________________________ 41
6.2. Relevo__________________________________________________________ 41 6.3. Organismos _____________________________________________________ 42 6.4. Tempo__________________________________________________________ 42 6.5. Material de origem ________________________________________________ 43 6.6. Processos de formação de solos _____________________________________ 44 7. MORFOLOGIA DO SOLO ___________________________________________ 48
8. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS ________________________________________ 55
Material Orgânico ____________________________________________________ 55 Material Mineral ______________________________________________________ 55 Atividade da Fração Argila (valor T) ______________________________________ 55 Saturação por Bases (valor V%) _________________________________________ 56 Caráter Alumínico ____________________________________________________ 56 Mudança Textural Abrupta _____________________________________________ 56 Plintita _____________________________________________________________ 56 Petroplintita _________________________________________________________ 57 Caráter Ácrico _______________________________________________________ 57 Cauliníticos e Oxídicos ________________________________________________ 57 Cor e Concentração de Óxidos de Ferro ___________________________________ 57 OUTROS ATRIBUTOS ________________________________________________ 58 9. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS _________________________ 60
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9.1 - Horizonte Hístico _________________________________________________ 60 9.2 - Horizonte A Chernozêmico _________________________________________ 60 9.3 - Horizonte A Proeminente __________________________________________ 61 9.4 - Horizonte A Húmico _______________________________________________ 61 9.5 - Horizonte A Antrópico _____________________________________________ 61 9.6 - Horizonte A Fraco ________________________________________________ 62 9.7 - Horizonte A moderado _____________________________________________ 62 10. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS _____________________ 63
10.1 - Horizonte B Textural _____________________________________________ 63 10.2 - Horizonte B Latossólico ___________________________________________ 64 10.3 - Horizonte B Incipiente ____________________________________________ 65 10.4 - Horizonte B Espódico ____________________________________________ 66 10.5 - Horizonte E Álbico _______________________________________________ 66 10.6 - Horizonte B Plânico ______________________________________________ 67 10.7 - Horizonte B Nítico _______________________________________________ 67 10.8 - "Ortstein" ______________________________________________________ 68 10.9 - Horizonte Plíntico _______________________________________________ 68 10.10 - Horizonte Litoplíntico ____________________________________________ 68 10.11 - Horizonte Glei _________________________________________________ 68 10.12 - Fraqipã ______________________________________________________ 69 10.12 - Duripã _______________________________________________________ 69 10.13 - Horizonte Cálcico ______________________________________________ 70 10.14 - Horizonte Petrocálcico ___________________________________________ 70 10.15 - Horizonte Sulfúrico _____________________________________________ 70 10.16 - Horizonte Vértico _______________________________________________ 70 11. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (EMBRAPA 1999) _ 72
12. CLASSIFICAÇÃO AMERICANA = 7ª APROXIMAÇÃO = SOIL TAXONOMY
(1975). ____________________________________________________________ 100
13. BIBLIOGRAFIA CITADA __________________________________________ 108
1
1. CONCEITO DE SOLO
Dentre as diversas definições de solo, a que melhor se adapta ao
levantamento pedológico é a do Soil taxonomy (1975) e do Soil survey manual
(1984):
“Solo é a coletividade de indivíduos naturais, na superfície da terra,
eventualmente modificado ou mesmo construídos pelo homem, contendo matéria
orgânica viva e servindo ou sendo capaz de servir à sustentação de plantas ao ar
livre. Em sua parte superior, limita-se com o ar atmosférico ou águas rasas.
Lateralmente, limita-se gradualmente com rocha consolidada ou parcialmente
desintegrada, água profunda ou gelo. O limite inferior é talvez o mais difícil de
definir. Mas, o que é reconhecido como solo deve excluir o material que mostre
pouco efeito das interações de clima, organismos, material originário e relevo,
através do tempo.”
Em razão da necessidade de se fazer referência a determinados solos ou
porções deles, alguns termos ou expressões passaram a integrar o cotidiano dos
cientistas de solos. A seguir serão relacionados alguns, que são empregados com
razoável freqUência na área de Pedologia, cuja conceituação está de acordo com o
Vocabulário de ciência do solo, de Curi (1993).
Solo - material mineral e/ou orgânico inconsolidado na superfície da terra que
serve como meio natural para o crescimento e desenvolvimento de plantas
terrestres.
Observação: O termo solo, quando empregado em sistemas taxonômicos, se
refere a todas as partes do perfil do solo, presentes acima do material de origem
(camadas e horizontes genéticos).
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Perfil de ARGISSOLO VERMELHOAMARELO Eutrófico típico. Goiânia - GO.
Solum - parte superior e pressupostamente mais intemperizada do perfil do
solo, compreendendo somente os horizontes A e B (excluído o BC).
Solo autóctone - solo desenvolvido a partir de material de origem
proveniente das rochas imediatamente subjacentes.
Solo alóctone - solo desenvolvido de material de origem não proveniente das
rochas subjacentes. Podem ter natureza distinta ou compatível com as rochas
subjacentes. A natureza alóctone é de difícil percepção no campo quando se tratam
de solos de constituição semelhante à das rochas subjacentes. Linhas de pedras
(stone lines) de formato arredondado ou subarredondado (seixos), geralmente são
indícios de descontinuidade entre os solos e as rochas locais. Porém não é uma
regra geral, visto que ocorrem linhas de pedras em perfis de solos (angulosas),
devido a outros condicionantes.
Solo azonal - solo que não apresenta influência marcante da zona climática
e/ou da vegetação do ambiente em que está inserido.
Observação: geralmente solos jovens, onde o tempo foi insuficiente para seu
desenvolvimento sob a influência dos condicionantes locais, são assim
caracterizados.
3
Solo zonal - solo desenvolvido sob a influência dos condicionantes climáticos
e da vegetação do local.
Observação: geralmente trata-se de solo bem desenvolvido, tendo havido a
formação de todos os horizontes (A, B e C).
Solo halomórfico - solo cuja gênese foi muito influenciada pelo excesso de
sais.
Solo de mangue - solo halomórfico de áreas alagadas, formado sob
influência de marés e com vegetação característica, denominada mangue.
Solo transportado - solo formado a partir de depósitos superficiais não
consolidados do tipo colúvio1.
Stone line (pedras subarredondadas) em perfil de ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Eutrófi co típico. Anápolis – GO.
Stone line (pedras angulosas) em perfil de LATOSSOLO VERMELHO Distrófi co típico. Posse – GO.
2. CARACTERÍSTICAS E ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS DO SOLO
2.1. Composição do solo
O solo é constituído de partículas de diferentes tamanhos. Sua parte mineral
é composta de: argila, silte, areia, cascalho, calhau, matacão.
1 Solo de vertentes, parcialmente alóctone de muito pequeno transporte, misturado com solos e fragmentos de
rochas trazidas das zonas mais altas, geralmente mal classificado e mal selecionado. A gravidade, enxurradas e avalanches com deslizamentos de solos e rochas, trazem material que se mistura com o solo local da encosta para formar o coluvião.
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• argila (< 0,002 mm)
• silte (0,002 - 0,05 mm)
• areia (0,05 - 2 mm)
• cascalho (2 mm - 2 cm)
• calhau (2 - 20 cm)
• matacão (> 20 cm)
2.1.1. Solos arenosos
Os solos arenosos caracterizam-se pela boa aeração o que ajuda na
penetração da água e no desenvolvimento de raízes de plantas.
Além disso, eles geralmente são de fácil mecanização apesar do desgaste
que eles podem causar às máquinas devido ao atrito.
2.1.2. Solos argilosos
Os solos argilosos não são tão arejados, mas possibilitam um grande
armazenamento de água.
Isto quer dizer que eles são menos permeáveis, ou seja, a água passa mais
lentamente entre os poros ficando então armazenada.
Porém, existem alguns solos brasileiros que mesmo sendo compostos em sua
maioria por argila, diferem-se por apresentar grande permeabilidade. Isto acontece
devido a sua composição que possui grande quantidade de óxidos de alumínio
(gibbsita) e de ferro (goethita e hematita).
Deste modo, são formados pequenos grãos que se assemelham ao pó-de-
café fazendo com que o terreno tenha um comportamento semelhante ao arenoso.
Esse tipo de solo é denominado Latossolo.
2.1.3. Solos Siltosos
Solos com grande quantidade de silte, geralmente são muito erodíveis. O silte
não se agrega como a argila e ao mesmo tempo suas partículas são muito
pequenas e leves.
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2.1.4. Transição
Descreve-se como transição entre horizontes ou camadas, a faixa de
separação entre os mesmos, definida em função da sua nitidez ou contraste,
espessura e topografia.
Quanto à nitidez ou contraste e espessura, a transição é classificada como:
Abrupta - quanto a faixa de separação é menor que 2,5cm;
Clara - quando a faixa de separação varia entre 2,5 e 7,5cm;
Gradual - quando a faixa de separação varia entre 7,5 e 12,5cm; e
Difusa - quando a faixa de separação é maior que 12,5cm.
Quanto à topografia a transição é classificada como (Figura 1):
Plana ou horizontal - quando a faixa de separação dos horizontes é praticamente
horizontal, paralela à superfície do solo;
Ondulada ou sinuosa - quando a faixa de separação é sinuosa, sendo os
desníveis, em relação a um plano horizontal, mais largos que profundos;
Irregular - quando a faixa de separação dos horizontes apresenta, em relação a um
plano horizontal, desníveis mais profundos que largos; e
Quebrada ou descontínua - quando a separação entre os horizontes não é
contínua.
Figura 1- Exemplos de tipos de transição
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Observação: As informações referentes à transição devem ser registradas ao
final da descrição morfológica de cada horizonte ou camada, considerando a
seqüência: topografia - nitidez. Exemplo: transição irregular e clara.
Profundidade e espessura dos horizontes e camadas
Em alguns solos a profundidade dos limites dos horizontes ou camadas, varia
dentro do mesmo perfil (Figura 2). Deve-se então registrar a profundidade e
espessura verificadas na parte do perfil que é mais comum ou representativa no
local do exame. A profundidade do limite inferior de um horizonte coincide com a do
limite superior do horizonte subjacente.
Após a separação dos horizontes ou camadas, efetua-se a medida de suas
profundidades e espessuras de acordo com os seguintes critérios:
- A profundidade é obtida colocando-se uma fita métrica ou trena na posição
vertical, fazendo-se coincidir o zero da mesma com a parte superior do horizonte ou
camada superficial do solo e fazendo-se a leitura de cima para baixo a partir da
marca zero. Para cada um dos horizontes ou camadas, anota-se então a medida
observada nos seus limites superior e inferior. No caso de horizontes ou camadas
com limites de transição ondulada ou irregular, anota-se o valor médio, conforme
exemplos abaixo. Devem-se juntamente anotar a unidade utilizada,
preferencialmente centímetros.
- A espessura por sua vez, deve ser anotada ao final da descrição
morfológica, sempre que se tratar de horizontes ou camadas com transição
ondulada, irregular ou quebrada e deve conter as espessuras dos limites máximos e
mínimos.
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Figura 2- Exemplo de tomada de profundidades e espessuras para solos com
transição plana e ondulada
2.1.5. Cor do solo
As cores dos solos são mais convenientemente definidas por meio de
comparação com cartas de cores. Normalmente se utiliza para determinação de
cores de solos, parte da coleção de cores do livro Munsell (Munsell book of color)
(Figura 3). Esta parte do livro, também denominada Munsell soil color charts, contém
somente aquela porção de cores necessária para a caracterização dos solos.
As principais ou mais comuns edições do Munsell soil color charts, contêm
sete cartas (correspondentes a sete notações de matiz) que somam 199 padrões de
cores, organizados com base nas variáveis matiz, valor e croma, apresentados na
forma de caderno ou caderneta.
As notações de matiz em número de sete, são representadas pelos símbolos
10R, 2,5YR, 5YR, 7,5YR, 10YR, 2,5Y e 5Y, que são formados pelas iniciais em
inglês das cores que entram em sua composição (R de red - vermelho; Y de yellow -
amarelo e YR de yellow-red - vermelho-amarelo), precedidos de algarismos arábicos
de 0 a 10, organizados a intervalos de 2,5 unidades.
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Dentro de cada composição de matiz (R, YR ou Y), os algarismos crescem da
esquerda para a direita da caderneta, representando o aumento da participação do
amarelo em detrimento da participação do vermelho. O ponto 0 de cada composição
de matiz, coincide com o ponto de máxima participação da composição anterior e
não é representado. Assim os símbolos de matiz variam sempre de 2,5 a 10 para
cada composição, sendo 5 a posição central.
As notações de valores indicam a maior ou menor participação do branco ou
do preto (claridade ou escurecimento) em relação a uma escala neutra (acromática)
e variam de 0 a 10, posicionadas em escala vertical no lado esquerdo das páginas
das cartas, aumentando a intervalos regulares da base para o topo. A notação zero
corresponde ao preto absoluto e o 10 ao branco absoluto.
As notações de croma indicam o grau de saturação pela cor espectral. São
representadas horizontalmente no fundo das páginas das cartas, aumentando de 0 a
8 (no caso das cartas de solos). O croma zero corresponde a cores absolutamente
acromáticas (branco, preto e cinzento) e na sua representação a notação de matiz é
substituída pela letra N de neutra.
Em síntese, os cadernos ou cadernetas de cores para solos, contêm
comumente sete cartas ou cartões de cores, correspondentes a sete notações de
matiz, sendo cada uma delas constituída de duas páginas, ambas contendo o
respectivo símbolo em sua parte superior. Na página da direita constam os vários
padrões de cores pertinentes àquela notação de matiz, junto a perfurações em forma
de círculo, que têm o objetivo de facilitar a comparação das amostras com os
diversos padrões de cores. Na página da esquerda, constam os códigos de notação
de valor e croma correspondentes a cada padrão de cor, junto ao nome da cor em
inglês.
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Figura 3- Arranjamento de notações e padrões de cores em uma carta de cores
para solos
Para a seleção correta da carta ou cartão de matiz no qual a cor da amostra
está inserida, aconselha-se posicionar a amostra do lado direito da caderneta de
cores aberta (Foto 1), e alternando-se as páginas das várias cartas, proceder a
comparação da cor da amostra com o conjunto de padrões de cores constantes em
cada notação de matiz.
Foto 1 - Exemplo de tomada de cor
Depois de selecionada a carta do matiz, obtém-se as notações de valor e
croma por comparação direta da amostra de solo com cada um dos padrões de
cores constantes na mesma (Foto 2). Para isto, deve-se aproximar a amostra do
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verso da página que contém os padrões de cores e proceder à comparação
posicionando a mesma nas perfurações existentes, até se detectar o padrão de cor
mais parecido. Em poucos casos, a cor da amostra será exatamente igual à da
carta, deve-se então anotar a cor mais próxima.
Foto 2- Exemplo de tomada de cores
Os seguintes procedimentos são recomendados:
- Fazer a determinação da cor em amostra úmida para todos os horizontes do
perfil.
- Para os horizontes “A” devem-se registrar as cores determinadas em
amostra úmida e seca, objetivando a distinção entre os vários tipos.
- No caso de dúvida para identificação de horizonte E, deve-se fazer também
a determinação da cor em amostra seca para o mesmo.
- Deve-se especificar se a determinação da cor foi feita em amostra seca ou
úmida. Se houver registro somente de uma notação de cor, fica subentendido que
este se refere à cor determinada em amostra úmida.
- Nas descrições de perfis, o registro das cores deverá obedecer ao seguinte
padrão: nome da cor em português (conforme quadro 1) e, entre parênteses,
notações de matiz, valor e croma, seguido da condição em que foi determinada a
cor, usando sempre a seqüência: úmido, seco. Exemplo: bruno-escuro (10YR 3/3,
úmido) e bruno (10YR 5/3, seco).
- Anotar nas descrições de perfis, no item Observações, se o perfil foi descrito
com chuva, em época seca ou chuvosa, céu nublado, à sombra, dentro da mata, ou
seja, informar as condições de luminosidade.
- Restringir ao máximo a interpolação de cores.
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Quando estritamente necessário interpolar matizes, procurar fazer o registro
final da interpolação com números inteiros que mostrem as tendências de evolução
da cor no perfil do solo. Exemplo: Interpolação de matizes 2,5YR e 5YR, porém
tendo o perfil tendência para o amarelo, registrar 4YR.
Para interpolação de valores e cromas, usar o valor médio, porém registrar
apenas o nome da cor de maior tendência no perfil. Exemplo: Interpolação de
cromas: 2,5YR 4/6 e 2,5YR 4/4, com tendência para 2,5YR 4/6, registrar vermelho
(2,5YR 4/5).
Quadro 1 - Correspondência em português para os nomes de cores
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- Mosqueados
Um horizonte pode ter cor única ou apresentar multiplicidade de cores. No
caso de haver predominância de uma cor sobre as demais se têm os mosqueados, e
quando não se pode distinguir uma cor como sendo de fundo (matriz), tem-se a
coloração variegada. Para os mosqueados, descreve-se a cor da matriz (cor de
fundo), a(s) cor(es) do(s) principal(is) mosqueado(s) e a caracterização dos
mosqueados, conforme especificado a seguir:
Quantidade (Figura 4):
Pouco - menos de 2% da área é mosqueada
Comum - de 2 a < 20% da área é mosqueada
Abundante - 20% ou mais da área é mosqueada
Figura 4- Exemplos de percentuais de mosqueados
Tamanho:
Pequeno - eixo maior inferior a 5 mm
Médio - eixo maior de 5 a 15 mm
Grande - eixo maior superior a 15 mm
- Coloração variegada
Na caracterização de horizonte com coloração variegada, deve-se fazer o
registro conforme exemplo que segue:
Coloração variegada constituída de: bruno-acinzentado (10YR 5/2), bruno-
forte (7,5YR 5/8) e bruno-oliváceo-claro (2,5YR 5/4).
No caso de ocorrência de coloração variegada com manchas de tamanho
pequeno e muito pequeno e arranjamento complexo, pode-se registrar
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estimativamente as cores mais prontamente perceptíveis, usando-se denominações
genéricas aproximadas, conforme exemplo abaixo:
Coloração variegada, com mescla de cores avermelhadas, acinzentadas e
esbranquiçadas.
2.1.6. Granulometria e Textura
Os termos granulometria ou composição granulométrica são empregados
quando se faz referência ao conjunto de todas as frações ou partículas do solo,
incluindo desde as mais finas de natureza coloidal (argilas), até as mais grosseiras
(calhaus e cascalhos).
O termo textura, por sua vez, é empregado especificamente para a
composição granulométrica da terra fina do solo (fração menor que 2 mm de
diâmetro).
Expressa a participação em g kg-1 das suas várias partículas constituintes,
separadas por tamanho, conforme especificado a seguir, que corresponde à escala
de Atterberg modificada:
Fração Diâmetro (mm)
Argila < 0,002 Silte 0,002 - < 0,05
Areia fina 0,05 - < 0,2 Areia grossa 0,2 - < 2
Em caso de estudos especiais de solos (Por exemplo: estudos para
determinação da erodibilidade dos solos), costuma-se necessitar de determinações
granulométricas de forma mais detalhada, separando-se mais, algumas das frações
mencionadas acima, conforme especificado a seguir:
Fração Diâmetro (mm)
Argila < 0,002 Silte 0,002 - < 0,05
Areia muito fina 0,05 - < 0,1 Areia fina 0,1 - < 0,25
Areia média 0,25 - < 0,5 Areia grossa 0,5 - < 1
Areia muito grossa 1 - < 2
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Pelo fato das várias frações ocorrerem no solo, sempre em combinações as
mais diversas possíveis, necessário se faz o seu agrupamento em classes texturais,
conforme diagrama mostrado a seguir.
Triângulo textural: classes texturais da fração terra fina
De acordo com os conteúdos de areia, silte e argila, estimados em campo ou
determinados com análises de laboratório, são caracterizadas então as seguintes
classes de textura: areia, silte, argila, areia-franca, franco, franco-argiloarenosa,
franco-argilosa, franco-arenosa, argiloarenosa, muito argilosa, argilossiltosa, franco-
argilossiltosa e franco-siltosa.
A textura no campo é avaliada em amostra de solo molhada, através de
sensação de tato, esfregando-se a amostra entre os dedos após amassada e
homogeneizada. A areia dá sensação de atrito, o silte de sedosidade e a argila, de
plasticidade e pegajosidade.
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Grupamentos de classes de textura
Constitui característica distintiva de unidades taxonômicas com respeito à
composição granulométrica e distingue os vários solos considerando as classes
texturais primárias de textura, agrupadas conforme os seguintes critérios:
► Arenosa - Compreende as classes texturais areia e areia-franca
►Argilosa - Compreende classes texturais ou parte delas tendo na composição
granulométrica de 350 a 600 g kg-1 de argila
►Média - Compreende classes texturais ou parte delas tendo na composição
granulométrica menos de 350 g kg-1 de argila e mais de 150 g kg-1 de areia,
excluídas as classes texturais areia e areia-franca
►Muito argilosa - Compreende a classe textural muito argilosa com mais de 600 g
kg-1 de argila
►Siltosa - Compreende parte de classes texturais que tenham silte maior que 650 g
kg-1, areia menor que 150 g kg-1 e argila menor que 350 g kg-1.
Guia para grupamentos de classes de textura
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2.1.7. Estrutura
A estrutura do solo é definida pela forma como as partículas de areia, silte ou
argila se organizam juntamente com a matéria orgânica.
Ela é uma das mais importantes características físicas do solo, pois influência
de forma marcante no crescimento das raízes, no movimento da água e do ar e na
atividade microbiana. Fatores climáticos, ciclos de umedecimento e secagem,
atividade biológica e atividade humana (práticas de manejo) podem modificá-la ao
longo do tempo. Se a estrutura for devidamente tratada por técnicos especializados,
o solo pode ter uma maior produtividade e aproveitamento.
Macroestrutura - A macroestrutura do solo, ou seja, a estrutura descrita
macroscopicamente no campo é caracterizada segundo suas formas (tipo de
estrutura), grau de desenvolvimento (grau de estrutura) e seu tamanho (classe de
estrutura).
Na caracterização dos tipos de estrutura as seguintes situações podem
ocorrer (Figura 5):
a) Ausência de agregação das partículas - O material se apresenta em
partículas individualizadas, sem coesão2 entre si. Neste caso, a estrutura deve ser
registrada como grãos simples. Esta situação é comum em horizontes ou camadas
de textura arenosa.
b) Presença de agregação entre as partículas - se arranjam em formatos
específicos, e são assim caracterizados.
2 pode ser definida de uma forma genérica como a resistência ao cisalhamento de um solo quando não há
nenhuma pressão externa sobre ele. Cisalhamento: é um tipo de tensão gerado por forças aplicadas em sentidos opostos, porém em direções semelhantes no material analisado
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Figura 5- Exemplos de tipos de estrutura
Laminar - aquela onde as partículas do solo estão arranjadas em torno de uma linha
horizontal, configurando lâminas de espessura variável, ou seja, figuras geométricas
regulares onde as dimensões horizontais são sempre maiores que as verticais.
Este tipo de estrutura pode ocorrer em regiões secas e frias com ocorrência
de congelamento e podem ser também produzidas por compactação (pisoteio,
motomecanização, implementos, etc.), comumente nos horizontes superficiais (A e
E) e em alguns casos podem ser herdados da rocha matriz, neste caso, são mais
comuns nos horizontes C de alguns solos.
Prismática (Foto 3 e 4)- Estrutura onde as partículas se arranjam em forma de
prisma (com faces e arestas), sendo sua distribuição preferencialmente ao longo de
um eixo vertical e os limites laterais entre as unidades são relativamente planos.
Portanto, as dimensões verticais são maiores que as horizontais.
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Foto 3- Exemplos de estrutura grande prismática Foto 4- Exemplo de estrutura muito grande prismática (subtipo colunar)
Ambas têm as dimensões verticais maiores que as horizontais, porém diferem
entre si pelo formato da extremidade superior que é anguloso ou “arestado” no caso
do subtipo prismática e mais arredondado ou “abaulado” no caso do subtipo colunar.
São típicas de horizonte B, sendo verificadas também no horizonte C. O subtipo
colunar é característico de solos com horizonte plânico sódico.
Exemplo de estrutura muito grande prismática (subtipo colunar)
Exemplo de estrutura muito grande prismática
Blocos (poliédricas) - estrutura em que as partículas estão arranjadas na forma de
polígonos mais ou menos regulares, ou seja, com tamanho equivalente para as três
dimensões. É bastante difundida em solos e muito comum em horizontes B,
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particularmente B dos tipos textural, plânico e nítico, com textura argilosa. São
reconhecidos dois subtipos:
- Blocos angulares - tem as faces planas, formando arestas e ângulos
aguçados.
Exemplos de estrutura grande em blocos angulares
Exemplos de estrutura média em blocos subangulares e angulares
- Blocos subangulares - ocorre mistura de faces planas e arredondadas,
com poucas arestas e ângulos suavizados.
Exemplos de estrutura muito grande em blocos subangulares
Granular - as partículas estão arranjadas em torno de um ponto, formando
agregados arredondados, cujo contato entre as unidades não se dá através de faces
e sim de pontos. São também reconhecidos dois subtipos: granular e grumos, que
se diferenciam pela porosidade, sendo que os grumos são mais porosos.
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Exemplos de estrutura muito pequena, pequena e média granular
Exemplos de estrutura média e grande granular
Graus de estrutura - estão relacionados às condições de coesão dentro e fora dos
agregados (percentual de agregação das partículas). Devem ser avaliados no
campo, observando-se conjuntamente a maior ou menor facilidade de separação
das unidades estruturais através das superfícies de fraqueza e o percentual de
agregados na massa do solo, de acordo com os seguintes critérios:
Sem agregação - Agregados não discerníveis.
Fraca - Agregados pouco nítidos (difícil separação) e com proporção inferior a de
material não agregado. Exemplo: Alguns horizontes B incipientes e alguns
horizontes B texturais de textura média.
Moderada - Nitidez intermediária com percentual equivalente de unidades
estruturais (agregados) e material não agregado. As unidades estruturais são bem
evidentes in situ.
Forte - Agregação nítida, com separação fácil dos agregados e praticamente
inexistência de material não-agregado. Exemplo: Estrutura tipo “pó de café” do
horizonte B de Latossolos Vermelhos distroférricos e eutroférricos (Latossolos
Roxos) e estrutura tipo “grãos de milho” de Nitossolos Vermelhos (Terras Roxas
Estruturadas).
Classes de estrutura - definidas pelo seu tamanho, de acordo com os seguintes
critérios:
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A observação da estrutura no solo tem sua clareza alterada em função do
grau de umidade. Logo, é necessário observar o grau de umidade ideal para
observação de campo. Segundo experiência que se tem a condição mais favorável é
o material do solo ligeiramente mais seco do que úmido. Não é recomendado
descrever estrutura em amostra molhada.
A caracterização da estrutura deverá ser feita pelo registro do grau, seguido
do registro da classe e do tipo de estrutura, conforme exemplo: Para horizonte “B”
latossólico tipo “pó-de-café”, a estrutura deverá ser descrita como: forte muito
pequena granular.
Quando o horizonte apresentar mais de um tipo de estrutura, sendo algumas
unidades arranjadas ou formando outras unidades estruturais maiores, trata-se de
estrutura composta e neste caso deve-se descrever primeiramente a estrutura maior
e secundariamente a menor. É comum ocorrerem no horizonte B ou C de alguns
solos, como Gleissolos, Planossolos e Nitossolos (Terras Roxas Estruturadas) e o
registro deve ser feito conforme o exemplo a seguir: forte grande prismática
composta de forte média blocos angulares e subangulares.
Quando o horizonte apresentar mais de um tipo de estrutura, porém
ocorrendo de forma independente na massa do solo, descrevem-se os dois tipos,
sendo que em primeiro lugar o que tiver maior ocorrência. É comum esta situação no
horizonte A de muitos solos. O registro deve ser feito da seguinte maneira: Exemplo:
moderada pequena granular e fraca pequena blocos subangulares.
22
Microestrutura - A microestrutura dos solos é objeto de estudo na parte de
micromorfologia, que tem grande importância para esclarecimento dos processos
genéticos e avaliação do intemperismo dos mesmos.
A pedogênese altera a posição e o tamanho dos constituintes dos solos, e o
conhecimento do arranjamento final dos mesmos pode dar informações seguras
sobre fenômenos ocorridos e mesmo de alguns aspectos do comportamento dos
solos, desde que não se perca de vista as correlações de interdependência entre o
micro e macro características dos solos.
O estudo da micromorfologia se procede através de seções finas (lâminas) de
amostras indeformadas de solo, analisadas com uso de microscópio ótico
polarizante, e, por conseguinte, requerem amostragem e técnicas especiais, o que
de certa forma dificulta o seu emprego de forma sistemática em levantamentos de
solos. Em razão disto vem sendo utilizado com o propósito principal de
complementação e/ou confirmação de informações em estudos de gênese.
2.1.8. Consistência
Termo usado para designar as manifestações das forças físicas de coesão e
adesão verificadas no solo, conforme variação das concentrações de umidade. A
terminologia para a consistência inclui especificações distintas para a descrição em
4 estados de umidade padronizados: solo seco, úmido, molhado e muito molhado. A
consistência do solo quando seco e úmido (dureza e friabilidade, respectivamente)
deve ser avaliada em material não desagregado.
A consistência do solo quando seco é caracterizada pela dureza ou
tenacidade. Para avaliá-la, deve-se selecionar um torrão seco e comprimi-lo entre o
polegar e o indicador. Assim, tem-se:
- Solta - Não coerente entre o polegar e o indicador.
- Macia - fracamente coerente e frágil, quebrando-se em material pulverizado ou
grãos individuais sob pressão muito leve.
- Ligeiramente dura - fracamente resistente à pressão, sendo facilmente quebrável
entre o polegar e o indicador.
- Dura - moderadamente resistente à pressão. Pode ser quebrado nas mãos, sem
dificuldade, mas dificilmente quebrável entre o indicador e o polegar.
23
- Muito dura - muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser
quebrado nas mãos. Não quebrável entre o indicador e o polegar.
- Extremamente dura - extremamente resistente à pressão. Não pode ser quebrado
com as mãos.
A consistência do solo quando úmido é caracterizada pela friabilidade que é
determinada num estado de umidade aproximadamente intermediário entre seco ao
ar e a capacidade de campo.
A resistência da amostra de solo diminui com o aumento do conteúdo de
água, e a precisão das descrições de campo dessa forma de consistência é limitada
pela precisão da estimativa do conteúdo de água na amostra.
Para avaliação dessa consistência, deve-se selecionar e tentar esboroar entre
o polegar e o indicador uma amostra (torrão) que esteja ligeiramente úmida, tendo-
se:
- Solta - não coerente.
- Muito friável - o material do solo esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-
se por compressão posterior.
- Friável - o material do solo esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada
entre o polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior.
- Firme - o material do solo esboroa-se sob pressão moderada entre o indicador e o
polegar, mas apresenta resistência distintamente perceptível.
- Muito firme - o material do solo esboroa-se sob forte pressão. Dificilmente
esmagável entre o indicador e o polegar.
- Extremamente firme - o material do solo somente se esboroa sob pressão muito
forte. Não pode ser esmagado entre o indicador e o polegar e deve ser fragmentado
pedaço por pedaço.
Determinação da consistência em amostra seca.
24
No caso de material estruturado, difícil de ser umedecido, por ficarem as
amostras molhadas externamente, porém secas internamente, em razão de o
material absorver água muito lentamente e com dificuldade, pode-se optar pela não
descrição da consistência úmida.
Consistência do solo quando molhado e muito molhado caracteriza a
plasticidade e pegajosidade e é determinada em amostra pulverizada e
homogeneizada, com conteúdo de água ligeiramente acima ou na capacidade de
campo, tendo-se:
a) Plasticidade - é a propriedade que pode apresentar o material do solo de mudar
continuamente de forma, pela ação da força aplicada, e de manter a forma
imprimida, quando cessa a ação da força.
Para determinação de campo da plasticidade, rola-se, depois de amassado, o
material do solo entre o indicador e o polegar e observa-se se pode ser feito ou
modelado um fio ou cilindro fino de solo, com cerca de 4 cm de comprimento,
conforme figura abaixo:
Critérios para determinação da plasticidade
Preparação da amostra para determinação da plasticidade
Avaliação da plasticidade
O grau de resistência à deformação é expresso da seguinte forma:
- Não plástica - nenhum fio ou cilindro fino se forma;
25
- Ligeiramente plástica - forma-se um fio de 6mm de diâmetro e não se forma
um fio ou cilindro de 4mm;
- Plástica - forma-se um fio de 4mm de diâmetro e não se forma um fio ou cilindro
de 2mm e;
- Muito plástica - forma-se um fio de 2mm de diâmetro, que suporta seu próprio
peso.
b) Pegajosidade - é a propriedade que pode apresentar a massa do solo de aderir a
outros objetos. Para avaliação de campo, a massa do solo quando molhada e
homogeneizada é comprimida entre o indicador e o polegar, e a aderência é então
observada. Os graus de pegajosidade são descritos da seguinte forma:
- Não pegajosa - após cessar a pressão não se verifica, praticamente, nenhuma
aderência da massa ao polegar e/ou indicador;
- Ligeiramente pegajosa - após cessar a pressão, o material adere a ambos os
dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há apreciável
esticamento ou alongamento quando os dedos são afastados;
- Pegajosa - após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos e,
quando estes são afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-se, ao invés de
desprender-se de qualquer um dos dedos; e
- Muito pegajosa - após a compressão, o material adere fortemente a ambos os
dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles são afastados.
A verificação da consistência em amostra molhada, para solos muito
intemperizados (solos ácricos), como é o caso de boa parte dos Latossolos,
demanda que se trabalhe bem a amostra com as mãos, com o intuito de desfazer
completamente os agregados, visto que tais solos apresentam-se com estrutura
granular forte, que pode dificultar a avaliação desta característica.
2.1.9. Os agregados
O agregados são organizações de partículas em pequenos grupos que
definem a estrutura do solo.
Os agregados se formam devido à ação de substâncias que grudam as
partículas umas nas outras, denominadas agentes cimentantes, que podem ser
compostos por materiais orgânicos, óxidos de ferro e de alumínio, carbonatos ou
26
principalmente sílica e argila. Esses agregados podem, por sua vez, se juntar
novamente formando conjuntos maiores que podem ser de diferentes tipos: esferas,
blocos, colunas, prismas ou lâminas.
O tipo de estrutura de um solo pode determinar vários aspectos importantes
quanto ao seu comportamento físico. Porém, em alguns solos, não se observam
agregados de forma nítida. Nestes casos, duas situações são mais comuns:
• grãos simples: são grãos arenosos que não são ligados por agentes
cimentantes, ou seja, aparecem soltos e independentes;
• estrutura maciça: como o próprio nome sugere, refere-se a uma massa
compacta, sem planos naturais de corte, comuns nos horizontes compactados e
encrostados (encrostamento superficial, pé de arado ou grade) ou adensados
(constituindo os horizontes endurecidos geneticamente).
2.1.10. Porosidade
Porosidade, vazios, ou espaço poroso do solo referem-se à proporção de ar e
água no solo e dependem muito da concentração, do tipo de argila e da estrutura.
Os poros dos solos podem ser resultantes:
• das forças de penetração de raízes
• da água
• de organismos (micro, meso e macrofauna)
• da expansão de gases
• da expansão e contração de raízes
• da organização dos agregados
• da própria porosidade da partícula primária.
Basicamente, o espaço poroso do solo refere-se aos vazios entre os
agregados chamados de macroporos e aos vazios dentro dos próprios agregados
chamados de microporos.
Macroporos
Os macroporos são resultado da disposição dos agregados, da ação da
mesofauna e raízes e da expansão e contração da massa do solo.
27
Eles estão relacionados às trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico e ao
fluxo de água por gravidade: infiltração, drenagem e transporte de solutos.
Microporos
Os microporos encontram-se intra-agregados e estão relacionados com a
retenção de água devido à adesão molecular que prende gases, vapores ou
matérias em solução na superfície de corpos sólidos.
Por adsorção, eles prendem por afinidade molecular a água a maiores
tensões e a torna menos disponível para as plantas.
Além disso, os microporos permitem o desenvolvimento de pêlos absorventes
do sistema radicular, a colonização por fungos e bactérias além da difusão de
nutrientes. Quanto maior a proporção de micro em relação aos macroporos de um
solo, menor é a infiltração de água e pior o arejamento (troca gasosa).
2.1.11. Densidade do solo
A densidade do solo é a relação entre a massa e o volume do solo.
Tecnologias mais avançadas, como o caso da irrigação, fertirrigação
(fertilizantes misturados à água canalizadas no sistema de irrigação), melhorias
genéticas entre outras, têm suprido uma série de deficiências possibilitando a
exploração agrícola durante praticamente todo o ano no Brasil.
No entanto, por se tratarem de práticas caras o agricultor tende, em geral, a
explorar o solo de forma contínua visando pagar os gastos realizados. Isso acaba
levando ao uso intensivo e indiscriminado do solo, o que pode aumentar a sua
densidade (compactação).
2.1.12. Compactação
Compactação do solo é definida como um processo de rearranjo de partículas
com uma diminuição do espaço poroso.
28
A compactação é tida como uma modificação feita pelo homem (antrópica) no
solo causado principalmente pelo manejo inadequado ou intensivo de meios
mecânicos, como pressão de pneus e implementos agrícolas, ou pisoteio intensivo
do solo por animais.
A compactação modifica várias propriedades do solo, como estado de
estrutura, porosidade, difusão de O2, taxa de infiltração, entre outras, causando uma
maior resistência mecânica ao crescimento radicular além de diminuir a aeração do
solo. Esses fatores limitam o crescimento e o desenvolvimento das plantas.
3. GLOSSÁRIO
argila – material constituído de partículas com menos de 1/256 mm de
diâmetro.
antrópica – refere-se a ação do homem sobre a natureza e seus efeitos sobre
o meio ambiente.
calhau – fragmento rochoso menor que o matacão e maior que o seixo, com
diâmetro entre 64 e 256 mm.
camalhão – técnica de terraceamento para conservação do solo que consiste
em fazer pequenas ondulações num terreno de pequeno declive, usando maquinário
agrícola.
edáfico – relativo ao solo, parte agrícola mais ativa no solo.
energia potencial – função que equipara o trabalho final ao trabalho inicial de
uma força, determinado-a como força conservativa.
eutróficos – significa “bem nutrido”, usado também em aqüicultura para
determinar a quantidade de nutrientes num sistema aquático.
fertirrigação – aplicação de fertilizante por meio de irrigação.
latossolo – solo formado basicamente por argila mas com grande quantidade
de grãos de minério de alumínio ou ferro, o que lhe dá uma maior permeabilidade.
matacão – fragmentos de rocha com mais de 25 cm de diâmetro,
apresentando muitas vezes forma esferoidal.
mesofauna – em ciências do solo, refere-se aos animais que são maiores que
40 microns de comprimento, o que é aproximadamente um terço da espessura de
29
um fio de cabelo humano. Exemplos típicos de animais da mesofauna são os
nematóides e os ácaros.
mulch – é qualquer material que é espalhado pelo solo para impedir o impacto
direto das gotas de chuva e assim evitar ou minimizar os efeitos da erosão.
piping – escorrimento de água por baixo da superfície do solo, causando
erosão.
ravinas – grande depressão no solo produzida pelo escoamento de grandes
quantidades de água.
silte – fragmentos de minerais menores que a areia fina e maiores que a
argila, medindo entre 1/256 mm a 1/16 mm.
silvicultura – estudo de maneiras de regenerar e melhorar áreas florestais.
simbiose – associação de dois seres vivos para benefício mútuo.
voçoroca – ravina muito profunda, desenvolvida por erosão acentuada,
geralmente causada por desmatamento seguido de plantio de gramíneas para pasto.
30
4. MINERAIS DE ARGILA
4.1. O significado do termo ARGILA
É uma fração do solo (partícula) < 2µ (0,002 mm). O termo é usado também
para designar a classe textural de um solo. É uma fração constituída de argilas
silicatadas e argilas oxídicas (óxidos de Al e Fe).
4.2. Minerais de Argila Silicatados
Definição: São minerais cristalinos que apresentam um arranjamento
sistemático e regular dos átomos, moléculas e íons, nas suas três dimensões.
Forma: Inicialmente consideradas sabe-se que são partículas laminadas em
placas.
A alta atividade das argilas está relacionada ao fato de ser constituído em
forma de placas, o que aumenta em muito a superfície específica do material por
unidade de peso.
Estrutura: São constituídas de tetraedros de Si e octaedros de Al (Figura 1.1.).
Organização mineralógica:
Com base no número e na arrumação das camadas tetraédricas (de sílica) e
octaédricas (de alumina), contidas nas unidades cristalográficas, as argilas são
classificadas em quatro grupos:
a) Minerais tipo 1:1 (sílica-alumina);
b) Minerais tipo 2:1 (2 sílica - 1 alumina), expansíveis entre as unidades
cristalográficas;
c) Minerais tipo 2:1 inexpansíveis;
d) Minerais. tipo 2:2
a) Minerais do tipo 1:1: (caulinita, haloisita, anauxita, diquita).
A caulinita é a que existe em maior quantidade (mais importante para os
nossos solos). As unidades são retidas em conjunto, com muita rigidez, portanto o
31
reticulado está fixado e não existe expansão entre as unidades, quando a argila é
molhada (Figura 1.2.). As principais características da caulinita são apresentadas a
seguir:
* Cátions e Água não penetram no entremeio das unidades.
* Cada camada unitária possui espessura de 7,2 Angstrom (Å = 10-8 cm)
* Há pequena substituição isomórfica.
* Tamanho grande em relação à Montmorilonita 2-0, 2µ
* Reduzida plasticidade (capacidade de moldagem), coesão, contração e
dilatação.
b) Minerais expansíveis tipo 2:1 (Montmorilonita, vermiculita, beidelita,
nontronita e saponita)
* Montmorilonita é a mais importante (que mais ocorre nas nossas condições)
(Figuras 1.3.).
* As unidades cristalográficas são frouxamente retidas entre si por fracos elos
de oxigênio.
* Ocorre atração de água e cátions entre as unidades ocasionando expansão
dos retículos do cristal.
* Ocorre substituição isomórfica.
* Apresenta elevada CTC, grande coesão e contração ao secar.
* Espaçamento de 9,6 a 21,4 Å.
* Na parte interna há entrada de cátions.
* Vermiculita é semelhante à montmorilonita (2:1) mas a camada octaédrica é
denominada por Mg ou Fe, em vez de Al íons de Mg são fortemente adsorvidos no
meio das unidades, mantendo-se juntas, portanto o grau de expansão é menor que
o da Montmorilonita, e com menor superfície interna (Figura 1.3.).
c) Minerais expansíveis tipo 2:1 (Ilita):
Semelhante à montmorilonita, mas parte do Si do tetraedredro é substituído
por AI, havendo íons K para compensar as cargas negativas expostas pela
substituição isomórfica.
32
Figura 1.1. Croqui diagramático dos dois componentes moleculares básicos das argilas
silicatadas (Esquerda). Uma sílica tetraédrica, um bloco com estrutura molecular de quatro lados,
com um átomo de "silicon" rodeado por quatro átomos de oxigênio. Quando vários tetraedros de sílica
se encontram associados num mesmo plano, forma-se uma lâmina de sílica (Direita). Uma alumina
octaédrica específica, mostrando um átomo de alumínio, rodeado por seis hidroxilas ou oxigênios.
Uma lâmina de alumina é composta por numerosas unidades moleculares de oito lados, vinculados
entre si, por intermédio de átomos de oxigênio compartilhados. Para fácil visualização, os átomos de
oxigênio são representados como se tivessem o mesmo tamanho dos átomos de "silicon" e de
alumínio. Na realidade, os oxigênios possuem um raio muito maior.
Figura 1.2. Modelos de íons que formam a argila caulinita tipo "1: 1". Nota-se que o mineral é
formado de lâminas alternadas octaédricas (alumina) e tetraédricas (sílica); donde resulta a
designação "1:1". Íons alumínio rodeados por seis hidroxilas formam a lâmina octaédrica (esquerda
acima), os íons menores "silicon" rodeados por quatro íons de oxigênio formam a lâmina tetraédrica,
que são acoplados em conjunto (centro), para produzir camadas com hidroxilas, numa superfície e·
com oxigênios, na outra. Um desenho esquemático dos íons (direita) mostra um corte da camada ou
unidade cristalográfica.
33
Figura 1.3. Modelo de duas unidades cristalográficas da montmorilonita, mineral argiloso de
reticulado expansível tipo 2:1. Cada camada é formada por uma lâmina octaédrica, de permeio com
duas lâminas tetraédricas (sílica). Existe pouca atração entre os íons oxigênio na lâmina de fundo de
uma unidade e os da lâmina de topo de outra, que permite expansão pronta e variável entre as
camadas. Esta superfície interna é muito maior do que a superfície externa que rodeia o cristal. Nota-
se que o magnésio substitui o alumínio em alguns locais na lâmina octaédrica, o que ocasiona uma
carga negativa, responsável pela elevada capacidade de permuta de cátions deste mineral argiloso.
* Existe a presença de íons K ligando as camadas unitárias, impedindo que a
presença de água venha a expandir a estrutura.
* Portanto a Ilita é praticamente inexpansível.
* Adsorção de cátions, expansão, contração e plasticidade são menores que a
Montmorilonita.
No NE do Brasil existem algumas áreas com presença de Ilita.
d) Minerais do tipo 2:2 (cloritas):
* Pouca expansão, semelhante à Ilita.
4.3. Argilas constituídas de óxidos e hidróxidos de Ferro e Alumínio
Predominam em solos de regiões tropicais, de alto intemperismo (com alta
umidade e temperatura).
Gibbsita Al2O3.3H2O - óxido hidratado de AI
Goetita Fe2O3.H2O - óxido hidratado de Fe
Limonita Fe2O3.xH2O - variável
Hematita Fe2O3 - óxido de Fe
34
Este último é o que predomina em nossos solos.
Goetita confere cor amarelada aos solos, ocorrendo em ambiente úmido (de
redução), enquanto que a hematita confere a cor vermelha (oxidação).
Admite-se que:
* Possuem estrutura cristalina definida.
* Pouca carga negativa (baixa CTC).
* Baixa coesão, baixa plasticidade, e melhores condições físicas.
Solo com argila 2:1 é péssimo em termos físicos (alta pegajosidade quando
ocorrem chuvas), vantagem é a alta CTC.
35
5: CAPACIDADE DE TROCA DOS COLÓIDES DO SOLO
5.1. ORIGEM DAS CARGAS DAS PARTÍCULAS
As cargas das partículas de colóides do solo podem ser positivas ou
negativas, variáveis ou permanentes. O aparecimento destas cargas está
relacionado diretamente ao processo de intemperismo. A tabela 2.1. apresenta
alguns valores de CTC e CTA de alguns minerais de argila e da matéria orgânica.
Tabela 2.1. Características das cargas de alguns minerais da fração argila em emg/100g de argila de alguns solos e da matéria orgânica.
Material Capacidade de Troca Catiônica Capacidade de Troca
Aniônica Permanente Variável Total
Montmorilonita 112 6 118 1 Vermiculita 85 0 85 0 Ilita 11 8 19 3 Haloisita 6 12 18 15 Caolinita 1 3 4 2 Gibbsita 0 5 5 5 Goetita 0 4 4 4 Alofana 10 41 51 17
Turfa 38 98 136 6 Mat. orgânica 150 - 500
CTC variável depende do pH.
Alofana: material de argila de origem vulcânica, não tem estrutura, é amorfo,
não é comum no Brasil.
5.1.1. Cargas constantes ou permanentes
São originadas pela substituição isomórfica no interior do colóide, durante o
processo de formação do mineral.
Ex.: Substituição de um íon Al+++ por um íon Mg++ ou de Si++++ por Al+++.
Ocorrem em minerais 2:1.
Configuração da lâmina octaédrica das argilas silicatadas com cargas
satisfeitas.
36
3
Figura 2.1. Configuração atômica na lâmina octaédrica das argilas silicatadas, sem
substituição (esquerda) e com substituição de um íon alumínio por um íon magnésio (direita). Nota-se
que, onde não houve substituição as três valências positivas do alumínio estão atendidas pelo
equivalente a meia valência, para cada um dos seis oxigênios ou hidroxilas. Com magnésio no lugar
do alumínio, apenas quatro meias valências estão atendidas, deixando meia valência não atendida,
em cada um dos dois átomos de oxigênio. Estas duas meias valências fornecem um saldo de uma
carga negativa, que precisa ser atendida por um cátion adsorvido.
5.1.2. Cargas variáveis ou dependentes do pH
- É a mais comum em nossas regiões.
- Aparecem na superfície do colóide devido às variações de pH.
- Ocorre na caulinita, óxidos de Fe, Al e matéria orgânica.
- pH alto ⇨ cargas negativas no solo.
- pH baixo ⇨ cargas positivas no solo.
3 São ligações químicas entre íons com o íon central do poliedro para atingir a neutralidade
37
Figura 2.2. Diagrama da borda quebrada de um cristal de caulinita. Com valores elevados de
pH, os íons hidrogênio tendem a ficar frouxamente retidos (ligação eletrostática), podendo ser
permutados por outros cátions (1). Em pH baixo H+ é ligado covalentemente (forte) predominando
carga positiva (2).
Na matéria orgânica, as cargas negativas aparecem em função da
dissociação de grupos fenólicos e carboxilicos. (Figura 2.3.).
Figura 2.3. Aparecimento de cargas negativas nos grupos fenólicos e carboxílicos.
Forma de aumentar a CTC do solo: adicionar Matéria Orgânica
5.2. DELTA pH E PONTO DE CARGA ZERO (PCZ)
Delta pH = pH KCl - pH H2O = v= PCZ - pH do solo
v densidade de carga variável
Delta pH positivo tem um balanço de cargas positivo (cargas positivas
maiores que cargas negativas) → CTA.
38
A maior parte dos nutrientes são cátions, e com CTA estes não ficam retidos,
ficando em solução sujeitos à lixiviação antes de serem absorvidos pelas plantas.
Têm-se uma maior retenção de ânions, como o fósforo, por exemplo, que fica fixado
(fortemente retido).
Portanto, CTA → Lixiviação de cátions e maior retenção de ânions.
Delta pH = O → PCZ = pH da solução no qual o número de cargas negativas
é igual ao número de cargas positivas. Exemplo:
PCZ=5 → no pH=5, o número de cargas positivas é igual ao número de
cargas negativas.
Acima de 5 predominam as cargas negativas
Abaixo de 5 predominam as cargas positivas.
Abaixo de PCZ → > n° de +
Acima de PCZ → > n° de -
Delta pH = PCZ - pH do solo
Figura 2.4. Esquema do PCZ em solos com cargas permanentes, dependentes de pH e
permanente mais dependente.
Quando há mistura de 2:1 (cargas permanentes) e cargas dependentes,
ocorre PCZ em pH mais baixo. Há contribuição de cargas permanentes (negativas).
- Para abaixar o PCZ coloca-se Matéria Orgânica, pois a mesma é fonte de
cargas negativas, sendo necessário cargas positivas do solo para neutralizá-las, e
isto implica em redução do pH do solo.
39
- Calagem não muda o PCZ, não adiciona cargas negativas, muda só o pH do
solo.
- Fosfatagem: cria carga negativa que abaixa o PCZ, como se verifica na
Figura 2.5.
Figura 2.5. Adsorção de fosfato pelos óxidos hidratados de Alumínio e aparecimento de
cargas negativas.
A Figura 2.6. apresenta o balanço de cargas na superfície dos colóides dos
horizontes A e B de dois solos com elevado concentração de óxido.
Figura 2.6. Balanço de cargas na superfície do colóide dos horizontes A e B em Latossolo
Roxo (Oxissol).
A diferença dos valores de PCZ do horizonte A em relação ao B é devido à
contribuição de Matéria Orgânica, conforme é apresentado à seguir:
40
SOLO ------------------------ PCZ ------------------------ HORIZONTE A HORIZONTE B
PVA 1,6 4,0 TER 1,9 2,7 LVA 3,3 5,5 LA 3,1 6,3 LR 3,5 6,0
Delta pH mais comum é que seja negativo.
Quando delta pH é positivo, o solo entra na ordem dos oxissóis, que
correspondem aos Latossolos.
41
6. FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃODE SOLOS
Fatores: o solo é f (clima, relevo, tempo, organismos, material de origem).
Processos de formação pertencem às categorias de adição, perda, transporte
e transformação (processos internos).
6.1. Clima
O clima e os organismos são os fatores ativos, ou seja, os que liberam
energia para o meio.
6.1.1. Temperatura
Coordenadora das reações bioquímicas e de desenvolvimento de
microrganismos, havendo uma faixa ideal para seu desenvolvimento e para cada
reação bioquímica.
À medida que aumenta a temperatura, aumenta a hidrólise (correlação
positiva).
6.1.2. Vento
Provoca o ressecamento das camadas superficiais e a erosão, provocando
ainda adição de poeira e sais. No Brasil a erosão eólica não é muito acentuada.
6.1.3. Precipitação
Está ligada com a hidrólise, com o fato de se poder ter água excedente (ou
gravitacional) que causa a lixiviação. É um agente transportador e em clima seco há
um movimento ascedente de água carregando sais para os horizontes mais
superficiais. No Nordeste a evapotranspiração é maior que a precipitação, ocorrendo
o movimento ascendente de água e sais em solução, tornando salinas as camadas
superficiais do solo.
6.2. Relevo
A ação do relevo está ligada à dinâmica da água. Toda água que cai na parte
alta do relevo infiltra, enquanto na encosta parte dela se infiltra e parte escoa
lateralmente, provocando a erosão (run off). Por influência do relevo mais água têm-
se solo mais profundo na parte mais alta e mais raso na encosta.
42
6.3. Organismos
Considera-se os microrganismos, a flora, a fauna, o homem, etc., que atuam
como elementos ativos no processo de transporte e transformação (da M.O. em
húmus, por exemplo) .
A cobertura vegetal diminui a agressividade dos elementos climáticos,
aumenta a atividade biológica e adição de matéria orgânica; influi na variação da
temperatura e da precipitação.
Exemplo: solos da floresta tropical úmida são mais desenvolvidos e solos de
regiões desérticas são menos desenvolvidos (porque há grande variação de
temperatura, menor atividade de microrganismos).
Fauna: cupins, minhocas, subdividem os materiais grosseiros, facilitando a
atividade dos microrganismos.
Homem: com atividades como aterros, cortes, drenagem, irrigação,
derrubadas, erosão provocadas por ele próprio, uso de fertilizantes, etc ..
6.4. Tempo
É o fator mais passivo, não adiciona material nem libera energia. Idade
absoluta são os anos passados desde o início da formação do solo até o momento.
Por exemplo, um solo formado no Pré-Cambriano é mais velho que um solo formado
no Quaternário.
Idade relativa ou Maturidade do solo é o grau de evolução sofrida. Pode-se ter
um solo do Quaternário que sofreu grande evolução em função de uma série de
43
fatores e um solo do Pré-Cambriano não tão evoluído por ter sido submetido a uma
ação mais suave dos fatores de formação. Tudo na Natureza tende ao equilíbrio
"Steady State". A matéria orgânica é mais fácil de atingir este equilíbrio que os
minerais de argila.
6.5. Material de origem
Existe maior influência nos estágios iniciais de intemperização. Material de
origem é qualquer material que dá origem ao solo. Via de regra este material de
origem é a rocha.
a) Rochas e sedimentos: Ex. Basalto e Aluvião (sedimento arrastado pelo rio).
b) Produtos de alteração remanejados, evidenciados pela linha de pedra.
c) Produtos remanejados de pedogênese anterior: idem b, porém já sofreu
alteração antes do transporte (pré-intemperismo). Não há necessariamente a linha
de pedra. O material se deslocou e veio para o local já tendo sofrido pré-
intemperismo em seu local de origem.
O material de origem vai influenciar:
→ Fertilidade: em função da riqueza do material de origem o solo será mais
fértil ou não (também tem-se que levar em conta os processos de lixiviação).
→ Textura: presença de quartzo, etc.
→ Minerais de argila. (rnontmorilonita, ilita, caulinita, etc)
→ Cor do solo: Hematita dá origem a solo mais avermelhado enquanto
arenito originam solos mais amarelados.
Na região de Barretos-SP, o material de origem predominante é o basalto e o
arenito, sendo região de transição entre estes dois.
Oeste do Estado de São Paulo é área de ocorrência de arenito (grupo Bauru)
originando solo de textura arenosa. A região de Ribeirão Preto até o Rio Grande é
de ocorrência de Basaltos (Grupo São Bento e Intrusivas Básicas), assim como a
região de Assis-SP e Jaú-SP.
A figura 4.1. apresenta um esboço da Litologia4 do Estado de São Paulo,
sendo que os principais grupos são descritos a seguir:
4 pode se referir à ciência que estuda os processos de litificação, ou às categorizações referentes a esses
mesmos processos e aos tempos geológicos em que ocorreram
44
GRUPO FORMAÇÃO ROCHA CARACTERÍSTICAS
Bauru
Caiuá Arenitos Podem apresentar cimento
carbonático Sto
Anastácio I I I I
Adamantina I I I I
Marília I I Presença comum de cimento carbonático
São Bento e intrusivas básicas
Serra Geral Basalto
Passa Dois
Botucatu Arenitos eólicos Pirambóia Arenitos fluviais
Irati Calcáreo, folhelho Corumbataí Argilito, folhelho
Tubarão Itararé
Folhelhos, siltitos e arenitos
Aquidauana Arenitos
Paraná Furnas Arenitos de depósitos marinhos
O Grupo Bauru é o que ocorre no Oeste do Estado de São Paulo e com
várias formações. O arenito da Formação Marília origina solos de boa fertilidade
natural (eutróficos).
A maior parte do Grupo no Estado de São. Paulo é da Formação Adamantina.
6.6. Processos de formação de solos
Pertencem às categorias de: adição, perda, transporte (translocação), e
transformação.
- Adição: entrada de material orgânico ou mineral no solo como sólidos,
líquidos e gases.
- Perda: saída destes materiais do solo.
- Translocação: de materiais orgânicos ou minerais do solo.
A tabela 4.1. apresenta os principais processos de formação de solos, de
acordo com Buol et al.1973.
45
Figura 4.1. Esboço da distribuição das unidades litoestratigráficas no Estado de São Paulo.
Tabela 4.1. Principais processos de formação de solos e respectivas categorias. 1) ADIÇÃO - material orgânico e/ou mineral ao solo como sólidos, líquidos ou gases.
2) PERDA - desses materiais do solo.
3) TRANSLOCAÇÃO - de materiais de um ponto a outro no solo.
4) TRANSFORMAÇÃO - de materiais orgânicos e/ou minerais no solo.
TERMO CATEGORIA DEFINIÇÃO
1a. Eluviação 3
Movimento de material para fora de uma porção do solo como num horizonte álbico.
1b. Iluviação 3 Movimento de material para dentro de uma porção do solo como num horizonte argílico ou espódico.
2a. Lixiviação 2
Termo geral para "lavagem" ou eluviação de material solúvel do solo.
2b. Enriquecimento 1 Termo geral para adição de material no solo.
3a. Erosão 2 Remoção de material de superfície do solo.
3b. Cumulação 1 Adição de partículas minerais à superfície do solo.
4a. Decalcificação 3 Remoção de carbonato de cálcio no
46
solo.
4b. Calcificação 3 Acúmulo de carbonato de cálcio no solo.
5a. Alcalinização (solanização)
3 Acúmulo de sódio no complexo de troca.
5b. Dealcalinização (solodização)
3 Lixiviação de sódio e sais de solos nátricos.
6a. Lessivagem 3
Migração de pequenas partículas do horizonte A para o B, provocando um enriquecimento relativo de argila no B (horizonte argílico).
6b. Pedoturbação 3
Reciclagem de materiais (biológica, física) levando a uma homogeinização de perfil (vertisolos)
7a. Salinização 3 Acúmulo de sais solúveis 7b. Desalinização 3 Remoção de sais solúveis
8a. Podzolização (silicatização)
3,4
Migração química de AI e Fe e/ou matéria orgânica, resultando numa concentração de silica na camada eluviada.
8b. Laterização 3,4
Migração química de sílica para fora do solo resultando numa concentração de óxidos e hidróxidos de Fe e AI no solo
9a. Decomposição 4 "Quebra" de substâncias minerais ou orgânicas.
9b. Síntese 4 Formação de novas espécies minerais ou orgânicas..
10a. Melanização 1, 3
Escurecimento devido à adição de matéria orgânica.
10b. Leucinização 3
Refere-se ao desaparecimento do material orgânico escuro tendo como consequência a formação de cores mais claras
TERMO CATEGORIA DEFINIÇÃO
11a. “Littering” 1 Acumulação de material orgânico e húmus na superfície do solo.
11b. Humificação 4 Transformação de material orgânico
47
em húmus.
11c. Paludização 4
Acúmulo de matéria orgânica em grandes depósitos. (Formação de solos orgânicos).
11d. Amadurecimento 4
Após a paludização ocorre a transformação pedogenética, física, química e biológica dos depósitos (solos orgânicos).
11e. Mineralização 4 Liberação de componentes minerais da matéria orgânica.
12a. Brunificação 3, 4
Mudanças da coloração de solo devido à oxidação do Fe+2 dos minerais primários levando em conta diferentes estágios de hidratação dos óxidos de Fe+3 e diferentes proporções entre eles. Brunificação - Bruno Rubificação-vermelho-Amarelo. Ferruginação – vermelho
4b. Gleização 3, 4
Redução e hidratação das formas de Fe sob condições de saturação de água levando a formação de cores neutras, cinzas ou azuladas.
48
7. MORFOLOGIA DO SOLO
Para classificar o solo, faz-se a divisão do perfil em horizontes e a sua
descrição. A classificação começa no campo com a descrição morfológica do perfil.
Horizonte do solo é definido corno uma seção de constituição mineral ou
orgânica, aproximadamente paralela à superfície do terreno, parcialmente exposta
no perfil do solo e dotada de propriedades geradas por processos formadores do
solo que lhe confere características de interrelacionamento com outros horizontes
componentes do perfil, dos quais se diferencia em virtude de diversas propriedades
resultantes de ação da pedogênese (Soil Survey Manual - USA, 1962).
Perfil do solo é a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se até
onde chega à ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes uma série de
camadas dispostas horizontalmente, denominadas horizontes. O perfil é apenas um
corte. É, pois, um método de estudo e não o solo em si, uma vez que este é
tridimensional.
Principais horizontes
SNLCS (Serviço Nacional de Levantamento e Conservação do Solo) em 1962
→ Sistema Antigo de Classificação.
SNLCS 1986 → Sistema Atual
No sistema atual os principais horizontes são:
O: horizonte ou camada orgânica formada em condições de drenagem
desimpedida (sem estagnação de água). Restos orgânicos não incorporados ao solo
mineral.
O horizonte O é típico de matas.
Caracteriza-se pela presença de material reconhecido: folhas, galhos, ramos,
etc. na superfície do solo sem sofrer decomposição, portanto em solos de cultivo
não existe este horizonte.
H: horizonte ou camada orgânica, superficial ou não, formada por acúmulo de
resíduos vegetais. Formado com estagnação de água (ambiente redutor).
A: horizonte mineral superficial ou subjacente a horizonte O ou H, grande
atividade biológica e incorporação de matéria orgânica bastante mineralizada.
49
É no horizonte A que se faz o cultivo. É mais escuro que os subjacentes
(contribuição de matéria orgânica).
Geralmente até 50 em.
E: horizonte mineral resultante da perda de argilas silicatadas, óxidos de Fe e AI
e matéria orgânica. Situa-se abaixo do A e tem cor mais clara, menos argila e
menos matéria orgânica.
Os Argissolos têm como característica marcante a presença do horizonte E.
B: horizonte mineral subsuperficial situado sob o E, A ou H.
Originado por transformação relativamente acentuada do material de origem
e/ou ganho de constituintes minerais ou orgânicos migrados de horizontes
suprajacentes (superiores).
O Horizonte B é mais estável, ou seja, sofre menores variações.
O horizonte A é comumente alterado pela ação do homem.
Se a classificação fosse pelo A, um solo classificado como distrófico, seria
depois de uma calagem classificado como eutrófico.
O horizonte B apresenta propriedades pedogenéticas mais estáveis e menos
vulneráveis à modificações e eventuais alterações provocadas pela ação
humana.
Horizonte B em solos de pouco intemperismo é de pouca profundidade ou
simplesmente inexistente.
Em geral, quanto mais profundo o horizonte mais alto o grau de intemperismo
do solo.
O latossolo é o solo mais intemperizado do mundo e o que tem maior
horizonte B.
C: horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum
(horizonte A e B). É a capa de produtos detríticos de alteração inicial das
rochas de origem.
F: horizonte ou camada mineral consolidada sob o horizonte A, E ou B, rico em
Fe e/ou Al e pobre em matéria orgânica. São bancos lateríticos ou bauxíticos
concrecionários, conhecido como pedracanga.
50
R: camada mineral de material consolidado (rocha).
Horizontes transicionais: Quando as propriedades de dois horizontes se
associam e não há individualização destas.
Ex.: AO, AH, AB, AC, EB, BE, etc ..
Horizontes Intermediários: horizontes mesclados onde as partes são
identificáveis. Ex.: A/C, A/B, E/B, B/C, etc ..
Latossolo Litossolo
A
AB
B
Horizontes ou camadas subordinadas: são sufixos (letras minúsculas)
usadas para designar características específicas de horizontes.
Principais camadas subordinadas e horizontes de ocorrência:
c: concreções ou nódulo endurecido - A, B, E, C, (horizontes onde pode
ocorrer).
d: acentuada decomposição de material orgânico O, H.
f: material laterítico ou bauxítico A, B, C.
g: glei (redução de Fe) A, E, B, C.
o: material orgânico não decomposto O, H.
n: acúmulo de sódio trocável. H, A, B, C.
p: vem de "plow" (aração). Horizonte de cultivo A, H. Uma descrição de um
horizonte que foi arado ou gradeado deve constar p.
t: acúmulo de argila. B, usado para PVA, TRE.
v: características vérticas (típicas de argilas 2:1)
A
A/C
C
51
w: intensa intemperização. B, latossolos.
SNLCS (1962) SNLCS (1986)
O ---------------------------------------------------------------------- O O1 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ Oo, Ood O2 ---------------------------------------------------------------------- Od,Ode - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ H A ---------------------------------------------------------------------- A - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ A/O - ---------------------------------------------------------------------- A/H A1 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ A A2 ---------------------------------------------------------------------- E A3 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ AB ou EB AB ---------------------------------------------------------------------- - - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ A/B A&B ---------------------------------------------------------------------- E/B AC ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ AC A/C ---------------------------------------------------------------------- A/C B ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B B1 ---------------------------------------------------------------------- BA ou BE - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B/A B&A ---------------------------------------------------------------------- B/E B2 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B B2 ---------------------------------------------------------------------- BC - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B/C - ---------------------------------------------------------------------- B/R - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ F C ---------------------------------------------------------------------- C C1 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ CB - ---------------------------------------------------------------------- C/B - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ C/R R ---------------------------------------------------------------------- R - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B/C/R
A seguir serão apresentado alguns exemplos de solos com notação antiga e
atual (SNLCS, 1986).
Litossolo
A1
C
R
A
A/C
C
Classificação
antiga
Classificação atual
0-15 cm
15-40 cm
52
Solo pouco intemperizado tendo a vantagem de poder apresentar maior
concentração de nutrientes, argilas 2:1 porém a desvantagem como saturação
rápida do solo proporcionando erosão e também limitação com o relevo (declividade
dificultando as operações agrícolas). Um solo é considerado bom ou não em função
do manejo a ser adotado. No espigão o solo é mais pobre (maior intemperismo),
porém adotando-se um manejo adequado este solo pode vir a ser muito bom porque
a baixa fertilidade pode ser compensada com calagem, adubação, associado ao
relevo que neste caso favorece a utilização do solo.
Na encosta, um solo rico em nutrientes pode sofrer sérias limitações devido à
declividade. Isto pode não ser tão limitante se adotado um manejo primitivo (plantio
manual).
Latossolo
Sempre que houver 2 letras (por ex.: BA) a primeira é predominante, tem
maior influência (no caso B) no solo.
Quanto maior a fertilidade maior o porte da vegetação, desde que a
profundidade não seja limitante.
Exceção é a Amazônia onde existe um ciclo de nutrientes com camada fértil
bem pequena. Portanto os nutrientes estão na vegetação e não no solo.
O Latossolo que é o nosso principal (> ocorrência) solo é pobre e muito
intemperizado.
Os melhores solos são os provenientes do basalto (ricos em minerais, em
nutrientes) e argiloso.
A grande vantagem do Latossolo são suas propriedades físicas. A fertilidade
não é limitante em função da possibilidade de recuperação com calagem, adubação,
etc ..
A1
B1
B21
B22
B23
A
BA
Bw1
Bw2
Bw3
Classificação
antiga
Classificação atual
0-20 cm
- 30
- 50
- 100
-180
53
PVA Argissolo Vermelho Amarelo, antigo Podzólico Vermelho Amarelo
É também um solo de grande ocorrência não tendo limitação quanto à
profundidade. É um solo profundo, mas mais jovem que o Latossolo. Argila dos
horizontes E desceu e, portanto a textura é mais arenosa. Em cima é mais arenosos
→ infiltração rápida, depois ocorre textura mais argilosa → difícil infiltração →
facilidade de erosão.
Glei Pouco Húmido
Gleização é bastante variável. Se houver subida de nível da água o Glei
ocorre em horizontes superficiais. Não há horizonte B porque intemperismo é baixo.
Se houver será pequeno.
Descrição do Perfil do Solo: Convenção
Horizonte: espessura; designação da cor (úmido, seco); textura; estrutura tipo;
classe, grau; consistência, seco, úmido, molhado; outros (raízes, cerosidade,
transição etc).
Ex. : Ap: 0-15 cm; bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2, úmido), bruno-
claro-acinzentado (10 YR 6/3, seco); franco argilo-arenoso; blocos, média, forte;
duro, plástico e pegajoso; cerosidade comum; presença de seixos rolados
concentrados na parte inferior do horizonte.
Cerosidade é o rastro (marca visível) que fica entre os horizontes E e Bt
devido a caminhamento da argila do horizonte E para Bt.
2,5 YR 3/2
2,5 YR é a matiz (mistura vermelho-RED com amarelo-YELLOW)
Ap
A2
B22
B3
C
Ap
E
Bt2
BC
C
Ap
Ac
C1
C2
C
Ap
AC
CA
Cg
Cg
Classificação
antiga
Classificação atual
0-30 cm
- 70
- 140
- 160
- 200
Classificação
antiga
Classificação atual
0-30 cm
- 50
- 70
- 100
- 140
54
3 é a tonalidade ou valor que é a mistura do branco + preto, onde 3 = branco
e 7 = preto.
2 é a intensidade ou croma que é mistura de matiz com tonalidade. Nesse
caso duas partes de matiz (2,5 YR) com 18 partes de tonalidades (para completar
20).
Matiz:
5,0R 7,5R 10R
0,0YR 2,5YR 5,0YR 7,5YR 10YR
0,0Y 2,5Y 5,0Y
100% R (RED) 50% 100% (YELLOW)
Matiz comum em nossos solos:
2,5 YR → solos avermelhados
7,5 YR → solos amarelados
55
8. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS
Material Orgânico
É aquele constituído por compostos orgânicos, podendo comportar proporção
variavelmente maior ou menor de material mineral, desde que satisfaça os requisitos
que se seguem:
Doze por cento ou mais de carbono orgânico (expresso em peso), se a fração
mineral contém 60% ou mais de argila; 8% ou mais de carbono orgânico, se a fração
mineral não contém argila; valores intermediários de carbono orgânico proporcionais
a concentrações intermediários de argila (até 60%), isto é, % de C ≥ 8 + (0,067 x %
de argila), tendo por base valores de determinação analítica conforme o método
adotado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária.
Material Mineral
É aquele formado, essencialmente, por compostos inorgânicos em vários
estágios de intemperismo. O material do solo é considerado material mineral quando
não satisfizer os requisitos exigidos para material orgânico (item anterior) .
Atividade da Fração Argila (valor T)
Refere-se à capacidade de troca de cátions (valor T) correspondente à fração
argila, calculada pela expressão:
x 100. Atividade alta (Ta) designa valor igual ou superior a 27 cmolc/kg
de argila e atividade baixa (Tb), valor inferior a esse, sem correção para carbono.
Este critério para distinguir classes de solos, exceto quando, por definição,
somente solos de argila de atividade alta ou somente de argila de atividade baixa
sejam compreendidos na classe em questão. Este critério não se aplica a solos das
classes texturais areia e areia franca.
Para essa distinção é considerada a atividade das argilas no horizonte B, ou
no C, quando não existe B.
56
Saturação por Bases (valor V%)
Refere-se à proporção (taxa percentual) de cátions básicos trocáveis em
relação à capacidade de troca determinada a pH 7. Alta saturação especifica
distinção de solos com saturação por bases igual ou superior a 50% e baixa
saturação especifica distinção de solos com saturação por bases inferior a 50%.
Estes critérios se aplicam para distinguir classes de solos, exceto quando, por
definição, somente solos de alta saturação, ou somente de baixa saturação, sejam
compreendidos na classe de solo.
Caráter Alumínico
Refere-se à condição em que os materiais constitutivos do solo se encontram
em estado dessaturado e caracterizado por concentração de alumínio extraível > 4
cmolc/kg de solo, além de apresentar saturação por alumínio ≥ 50% e/ou saturação
por bases < 50%.
Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o concentração
de alumínio extraível no horizonte B.
Mudança Textural Abrupta
Mudança textural abrupta consiste em um considerável aumento no conteúdo
de argila dentro de pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ou E
e o horizonte subjacente B.
Quando o horizonte A ou E tiver menos que 20% de argila, o conteúdo de
argila do horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5 cm,
deve ser pelo menos o dobro do conteúdo do horizonte A ou E. Quando o horizonte
A ou E tiver 20% ou mais de argila, o incremento de argila no horizonte subjacente
B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5 cm, deve ser pelo menos de 20% a
mais em valor absoluto na fração terra fina (por exemplo: de 30% para 50%, de 22%
para 42%) .
Plintita
É uma formação constituída de mistura de argila, pobre em carbono orgânico
e rica em ferro, ou ferro e alumínio, com quartzo e outros materiais. A plintita não
endurece irreversivelmente como resultado de um único ciclo de umedecimento e
57
secagem. Depois de uma única secagem, ela se reumedece e pode ser dispersa em
grande parte por agitação em água com agente dispersante.
No solo úmido a plintita é suficientemente macia, podendo ser cortada com a
pá. Após sofrer endurecimento irreversível, essa formação não é mais considerada
plintita, mas reconhecida como material concrecionário ferruginoso semiconsolidado
ou consolidado (ironstone) que vem a ser reconhecido como petroplintita. Tais
concreções podem ser quebradas ou cortadas com a pá, mas não podem ser
dispersas por agitação em água com agente dispersante.
Petroplintita
Material normalmente proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos
repetitivos de umedecimento e secagem sofre consolidação irreversível, dando lugar
à formação de concreções ferruginosas (“ironstone", concreções lateríticas, canga,
tapanhoacanga) de dimensões e formas variáveis (laminar, nodular, esferoidal ou
irregular) individualizadas ou aglomeradas.
Caráter Ácrico
O termo ácrico refere-se a materiais de solos contendo quantidades iguais ou
menores que 1,5 cmolc/kg de argila de bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) mais
Al3+ extraível por KCl 1N e que preencha pelo menos uma das seguintes condições:
• pH KCl 1N igual ou superior a 5,0; ou
• ∆ pH positivo ou nulo.
Cauliníticos e Oxídicos
A relação molecular
, Kr é usada para separar solos cauliníticos e
oxídicos, conforme especificações a seguir:
• solos cauliníticos: Kr maior que 0,75;
• solos óxidicos: Kr igual ou menor que 0,75.
Critério derivado de Resende & Santana (1988).
Cor e Concentração de Óxidos de Ferro
O uso de limites de matiz de cor (com base na proporção de hematita e
goethita) para diferenciar classes de solos foi estabelecido em amostras de
58
Latossolos. Este estudo, mostra que é possível estabelecer até 3 classes; a
diferenciação de um maior número de classes é dificultada pela saturação da cor
vermelha quando a razão Hm/Hm + Gt é > 0,5. As classes possíveis indicadas não
incluem o concentração de ferro e são:
• classe de solos amarelos: com matiz mais amarelo que 5 YR,
(relacionados à razão Hm/Hm + Gt < 0,2);
• classe de solos vermelho-amarelos: com matiz 5 YR ou mais vermelho e
mais amarelo que 2,5 YR, (relacionados à razão Hm/Hm + Gt de 0,6 a 0,2); e
• classe de solos vermelhos: com matiz 2,5 YR ou mais vermelho,
(relacionados à razão Hm/Hm + Gt > 0,6).
O emprego dessas três classes associadas à concentração de óxidos de ferro
(Fe2O3 do ataque sulfúrico) possibilita uma melhor separação das classes de solo. A
inclusão da concentração de óxidos de ferro permite separar:
• solos com baixa concentração de óxidos de ferro: concentrações < 8%
(hipoférrico);
• solos com média concentração de óxidos de ferro: concentrações variando
de 8 a < 18% (mesoférrico);
• solos com alta concentração de óxidos de ferro: concentrações de 18% a <
36% (férrico); o termo férrico é aplicado também na classe dos NITOSSOLOS para
solos que apresentam concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) 2 15%; e
• solos com alta concentração de óxidos de ferro: concentrações 2 36%
(perférrico).
OUTROS ATRIBUTOS
Estes atributos, por si só, não diferenciam classes de solos, mas são
características importantes na definição de horizonte diagnóstico.
Cerosidade
São películas muito finas de material inorgânico de naturezas diversas,
orientadas ou não, constituindo revestimentos ou superfícies brilhantes nas faces de
elementos estruturais, poros, ou canais, resultantes de movimentação ou
59
segregação de material coloidal inorgânico (< 0,002mm); quando bem desenvolvidos
são facilmente perceptíveis, apresentando aspecto lustroso e brilho graxo, sendo as
superfícies dos revestimentos usualmente livres de grãos desnudos de areia e silte.
Relação Silte/Argila
Obtida dividindo-se a percentagem de silte pela de argila, resultantes da
análise granulométrica. A relação silte/argila serve como base para se ter urna idéia
do estágio de intemperismo presente em solos de região tropical. É empregada em
solos de textura franco arenosa ou mais fina e indica baixos concentrações de silte
quando apresenta, na maior parte do horizonte B, valor inferior a 0,7 nos solos de
textura média ou inferior a 0,6 nos solos de textura argilosa. Essa relação é utilizada
para diferenciar horizonte B latossólico de B incipiente, quando eles apresentam
características morfológicas semelhantes, principalmente para solos cujo material de
origem pertence ao cristalino.
Critérios para distinção de fases de unidades de mapeamento
Relevo Declive %
Plano......................................................... 0-3 Suave ondulado.......................................... 3-8 Ondulado................................................... 8-20 Forte ondulado........................................... 20-45 Montanhoso................................................ 45-75 Escarpo............................................................ > 75
Principais vegetações primárias usadas em levantamentos pedológicos:
- Floresta equatorial
- Floresta tropical
- Floresta subtropical
- Vegetação de restinga
- Cerrado
- Caatinga
- Vegetação campestre
- Outros (manguezal, mata ciliar, etc)
60
10. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS
9.1 - Horizonte Hístico
É um tipo de horizonte definido pela constituição orgânica, resultante de
acumulações de resíduos vegetais depositados superficialmente, ainda que, no
presente, possa encontrar-se recoberto por horizontes ou depósitos minerais e
mesmo camadas orgânicas mais recentes.
O horizonte hístico deve atender pelo menos um dos seguintes requisitos:
• camada superficial de material orgânico que tenha:
▫ espessura maior que ou igual a 20 cm e que tenha conteúdo de carbono
orgânico (expresso em % por peso) em relação à concentração de argila de:
▫ 12% ou mais de carbono orgânico (C-org), se a fração mineral contém
60% ou mais de argila; ou
▫ 8% ou mais de C-org, se a fração mineral não contém argila; ou
▫ conteúdos intermediários de C-org, proporcionais a variações no
concentração de argila entre 0 e 60%, de acordo com a relação: % de C ≥ 8 + (0,067
x % de argila).
9.2 - Horizonte A Chernozêmico
É um horizonte mineral superficial, relativamente espesso, de cor escura, com
aIta saturação por bases, que, mesmo após revolvimento superficial (ex.: por
aração), atende às seguintes características:
• a espessura, mesmo quando revolvido o material de solo, deve atender a um dos
seguintes critérios:
▫ 10 cm ou mais, se o horizonte A é seguido de contato com a rocha,
horizonte petrocálcico ou duripã; ou
▫ 18 cm no mínimo e mais que um terço da espessura do solo, se este tiver
menos que 75 cm da espessura; ou
▫ 25 cm no mínimo, incluindo horizontes transicionais, tais como AB, AE ou
AC, se o solo tiver 75 cm ou mais de espessura.
61
• a cor do solo, em ambas as amostras, partida e amassada, é de croma igual ou
inferior a 3 quando úmido, e valores iguais ou mais escuros que 3 quando úmido e
que 5 quando seco;
• a saturação por bases (V%) é de 65% ou mais, com predomínio do íon cálcio e/ou
magnésio;
• o conteúdo de carbono é de 0,6% ou mais em todo o horizonte. O limite superior da
concentração de carbono orgânico, para caracterizar o horizonte A chernozêmico, é
o limite inferior excludente do horizonte hístico.
9.3 - Horizonte A Proeminente
As características do horizonte A proeminente são comparáveis àquelas do A
chernozêmico, no que se refere a cor, concentração de carbono orgânico,
consistência, estrutura e espessura; diferindo, essencialmente, por apresentar
saturação por bases (V%) inferior a 65%.
9.4 - Horizonte A Húmico
É um horizonte mineral superficial de cor escura com valor e croma 4,0 ou
menor, saturação por bases (V%) inferior a 65% e que apresenta espessura e
conteúdo de carbono orgânico, dentro dos limites especificados a seguir:
• concentração de carbono orgânico inferior ao limite mínimo para caracterizar
o horizonte hístico; e
• concentração total de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte
equação:
Σ (C-org, em g/kg, de subhorizontes A x espessura do subhorizonte,
em dm) ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila, em g/kg, do horizonte
superficial, incluindo AB ou AC).
•O valor de C-org total requerido para um horizonte qualificar-se como húmico
deve ser maior ou igual aos resultados obtidos pela seguinte equação:
C-org total ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte A)
9.5 - Horizonte A Antrópico
É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo, pelo
homem, como lugar de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adições
62
de material orgânico em mistura ou não com material mineral, ocorrendo, às vezes,
fragmentos de cerâmicas e restos de ossos e conchas.
O horizonte A antrópico assemelha-se aos horizontes A chernozêmico ou A
húmico, já que a saturação por bases é variável, e, geralmente, difere destes por
apresentar concentração de P2O5 solúvel em ácido cítrico mais elevado que na parte
inferior do solum, em geral superior a 250 mg/kg de solo. Este valor é assumido
como um limite para a maioria dos solos sob condições naturais; entretanto, valores
e métodos analíticos devem ser mais bem correlacionados no futuro.
9.6 - Horizonte A Fraco
É um horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, seja pelo
reduzido concentração de colóides minerais ou orgânicos ou por condições externas
de clima e vegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida com vegetação de
caatinga hiperxerófila.
O horizonte A fraco é identificado pelas seguintes características:
• cor do material de solo com valor maior ou igual 4, quando úmido, e maior ou igual
6, quando seco;
• estrutura em grãos simples, maciça ou com grau fraco de desenvolvimento;
• concentração de carbono orgânico inferior a 0,6%; e
• espessura menor que 5 cm, quando não satisfizer ao estabelecido nos itens
anteriores.
9.7 - Horizonte A moderado
São incluídos nesta categoria horizontes superficiais que não se enquadram
no conjunto das definições dos demais seis horizontes diagnósticos superficiais.
Em geral o horizonte A moderado difere dos horizontes A chernozêmico,
proeminente e húmico pela espessura e/ou cor e do A fraco pela concentração de
carbono orgânico e estrutura, não apresentando ainda os requisitos para
caracterizar o horizonte hístico ou o A antrópico.
63
10. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS
10.1 - Horizonte B Textural
É um horizonte mineral subsuperficial com textura franco arenosa ou mais fina
(mais que 15% de argila) onde houve incremento de argila (fração < 0,002mm),
orientada ou não, desde que não exclusivamente por descontinuidade, resultante de
acumulação ou concentração absoluta ou relativa decorrente de processos de
iluviação e/ou formação in situ e/ou herdada do material de origem e/ou infiltração de
argila ou argila mais silte, com ou sem matéria orgânica e/ou ,destruição de argila no
horizonte A e/ou perda de argila no horizonte A por erosão diferencial. O conteúdo
de argila do horizonte B texturaI é maior que o do horizonte A e pode, ou não, ser
maior que o do horizonte C.
Pode-se dizer que um horizonte B textural se forma sob um horizonte ou
horizontes superficiais, e apresenta espessura que satisfaça uma das condições a
seguir:
a) ter pelo menos 10% da soma das espessuras dos horizontes sobrejacentes
e no mínimo 7,5 cm; ou
b) ter 15 cm ou mais, se os horizontes A e B somarem mais que 150cm; ou
c) ter 15 cm ou mais, se a textura do horizonte E ou A for areia franca ou areia
(menos que 15% de argila); ou
d) se o horizonte B for inteiramente constituído por lamela, estas devem ter,
em conjunto, espessura superior a 15 cm; ou
e) se a textura for média ou argilosa, o horizonte B textural deve ter espessura
de pelo menos 7,5 cm.
Em adição a isto, o horizonte B textural deve atender a um ou mais dos
seguintes requisitos:
f) presença de horizonte E no sequum5, acima do horizonte B considerado,
desde que o B não satisfaça os requisitos para horizonte B espódico, plíntico ou
plânico;ou preencher as condições de um dos dois itens (fI ou fII) seguintes:
I) grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente para
caracterizar uma mudança textural abrupta ou
5 seqüência vertical de camadas de solo
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II) incremento de argila total do horizonte A para B suficiente para que a
relação textural B/A (calculada pela divisão do concentração médio - média
aritmética - de argila total do B - excluído o BC - pelos concentrações médios de A)
satisfaça uma das alternativas abaixo:
• nos solos com mais de 40% de argila do horizonte A, relação maior que 1,5;
ou
• nos solos com 15 a 40% de argila no horizonte A, relação maior que 1,7; ou
• nos solos com menos de 15% de argila no horizonte A, relação maior que
1,8.
12.2 - Horizonte B Latossólico
É um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam
avançado estágio de intemperização, - explícita pela alteração quase completa dos
minerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais de argila
2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e concentração residual
de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primários resistentes ao intemperismo.
Em geral é constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e de alumínio,
minerais de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo,
podendo haver a predominância de quaisquer desses materiais.
Em síntese, o horizonte B latossólico é um horizonte subsuperficial que não
apresenta características diagnósticas de horizonte glei, B textural, B nítico e
plíntico, e é um horizonte presente abaixo de qualquer horizonte diagnóstico
superficial, exceto o hístico, e que tenha as seguintes características:
• pouca diferenciação entre os subhorizontes;
• estrutura forte muito pequena a pequena granular (microestrutura), ou
blocos subangulares fracos ou moderados;
• espessura mínima de 50 cm;
• menos de 5% do volume que mostre estrutura da rocha original, como
estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não
intemperizadas;
• grande estabilidade dos agregados, sendo o grau de floculação da argila
igual ou muito próximo de 100% e o concentração de argila dispersa menor que 20%
desde que o horizonte tenha 0,40% ou menos de carbono orgânico, e não apresente
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∆pH positivo ou nulo, tendo comportamento atípico, horizontes mais afetados por
carbono orgânico (geralmente horizonte BA), horizontes com cargas tendendo para
ou com saldo eletropositivo ou horizontes de textura média, normalmente
intermediária para textura arenosa;
• textura franco arenosa ou mais fina, concentrações baixos de silte, sendo a
relação silte/argila, até a profundidade de 200 cm (ou 300 cm se o horizonte A
exceder 150cm de espessura) na maioria dos subhorizontes do B, inferior a 0,7 nos
solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa;
• relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinar na ou correspondendo à
fração argila, igual ou inferior a 2,2; sendo normalmente menor que 2,0;
• menos de 4% de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao
intemperismo) ou 6% de muscovita na fração areia, podendo conter na fração menor
que 0,05mm (silte + argila) não mais que baixas concentrações de argilominerais do
grupo das esmectitas, e somente pequenas quantidades de ilitas, ou de
argilominerais interestratificados, sendo que vermiculita aluminosa vem sendo
constatada com certa frequência;
• capacidade de troca de cátions menor que 17 cmolc/kg de argila, sem
correção para carbono.
• cerosidade, quando presente, é no máximo pouca e fraca.
10.3 - Horizonte B Incipiente
Trata-se de horizonte subsuperficial, subjacente ao A, Ap, ou AB, que sofreu
alteração física e química em grau não muito avançado, porém suficiente para o
desenvolvimento de cor ou de estrutura, e no qual mais da metade do volume de
todos os subhorizontes não deve consistir em estrutura da rocha original.
O horizonte B incipiente pode apresentar características morfológicas
semelhantes a um horizonte B latossólico, diferindo deste por apresentar um ou
mais dos seguintes requisitos:
► espessura menor que 50 cm;
► capacidade de troca de cátions, sem correção para carbono, de 17
cmolc/kg de argila ou maior;
► 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao
intemperismo), ou 6% ou mais de muscovita, determinados na fração areia;
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► relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo à
fração argila, maior que 2,2;
► relação silte/ argila igual ou maior que 0,7 quando a textura for média,
sendo igual ou maior que 0,6 quando for argilosa;
► 5% ou mais do volume do solo apresenta estrutura da rocha original, como
estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não
intemperizadas.
10.4 - Horizonte B Espódico
É um horizonte mineral subsuperficial que apresenta acumulação iluvial de
matéria orgânica e composto de alumínio, com presença ou não de ferro iluvial.
Em síntese, o horizonte B espódico é aquele que tem espessura mínima de
2,5 cm, com acumulação iluvial de matéria orgânica e alumínio, com ou sem ferro e
que apresenta uma ou mais das seguintes características:
• um horizonte E álbico sobrejacente e cores úmidas de acordo com um dos
seguintes itens a seguir:
► matiz 5YR ou mais vermelho;
► matiz 7,5YR com valor 5 ou menor e croma 4 ou menor;
► matiz 10YR, com valor e croma 3 ou menor;
► cores neutras com valor 3 ou menor.
10.5 - Horizonte E Álbico
É um horizonte mineral comumente subsuperficial, no qual a remoção ou
segregação de material coloidal e orgânico progrediu a tal ponto que a cor do
horizonte é determinada principalmente pela cor das partículas primárias de areia e
silte do que por revestimento nessas partículas.
O horizonte E álbico possui no mínimo 1,0 cm de espessura, e apresenta uma
das seguintes cores:
• croma 2 ou menor, e:
► valor, quando úmido, 3 ou maior e valor, quando seco, 6 ou maior;
ou
► valor, quando úmido, 4 ou maior e valor, quando seco, 5 ou maior.
• croma 3 ou menor e:
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► valor, quando úmido, 6 ou maior; ou
► valor, quando seco, 7 ou maior.
10.6 - Horizonte B Plânico
É um tipo especial de horizonte B textural, subjacente a horizonte A ou E e
precedido por uma mudança textural abrupta. Apresenta estrutura prismática, ou
colunar, ou em blocos angulares e subangulares grandes ou médios, permeabilidade
lenta e cores acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não possuir cores neutras
de redução, com ou sem mosqueados. Este horizonte é adensado, com
concentrações elevados de argila dispersa e pode ser responsável pela retenção de
lençol de água suspenso, de existência temporária.
As cores do horizonte plânico refletem a sua baixa permeabilidade e devem
atender a pelo menos um dos seguintes requisitos:
a) cor da matriz (com ou sem mosqueado)
• matiz 10YR ou mais amarelo, cromas menor ou igual 3, ou
excepcionalmente 4; ou
• matizes 7,5YR ou 5YR, cromas menor ou igual 2;
b) coloração variegada com pelo menos uma cor apresentando matiz e croma
conforme especificado no item a
c) solos com matiz 10YR ou mais amarelo, cromas maior ou igual 4, combinado com
um ou mais mosqueados, tendo cromas conforme especificado no item a
Para fins taxonômicos, o horizonte B plânico tem precedência diagnóstica
sobre o horizonte glei, e perde em precedência para o horizonte plíntico. O horizonte
plânico incorpora o B nátrico.
10.7 - Horizonte B Nítico
Horizonte mineral subsuperficial, não hidromórfico, textura argilosa ou muito
argilosa, sem incremento de argila do horizonte A para B ou com pequeno
incremento, porém não suficiente para caracterizar a relação textural B/A do
horizonte B textural, argila de atividade baixa ou alta, estrutura em blocos
subangulares, angulares ou prismáticas moderadas ou fortes, com superfícies
reluzentes (shiny peds) dos agregados, característica esta descrita a campo ceras
68
idade moderada ou forte, com transição gradual ou difusa entre subhorizontes do
horizonte B.
10.8 - "Ortstein"
É um horizonte B espódico, praticamente contínuo, cimentado por matéria
orgânica e alumínio, com ou sem ferro (Bhm, Bhsm ou Bsm), ocupando 50% ou
mais da área do horizonte e com 2,5cm ou mais de espessura.
10.9 - Horizonte Plíntico
O horizonte plíntico caracteriza-se pela presença de plintita em quantidade
igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15cm.
10.10 - Horizonte Litoplíntico
O horizonte litoplíntico é uma camada consolidada contínua ou praticamente
contínua, endurecida por ferro e alumínio, na qual o carbono orgânico está ausente
ou presente em pouca quantidade. Este horizonte pode englobar camada muito
fraturada, mas existe predomínio de blocos desses materiais com tamanho, no
mínimo, de 20 cm ou maior, ou as fendas que aparecem são poucas e separadas de
10cm ou mais umas das outras.
10.11 - Horizonte Glei
É um horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, com
espessura de 15 cm ou mais, caracterizado por redução de ferro e prevalência do
estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada,
como evidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matiz do horizonte,
com ou sem mosqueados de cores mais vivas. Trata-se de horizonte fortemente
influenciado pelo lençol freático e regime de umidade redutor, virtualmente livre de
oxigênio dissolvido em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo
menos por um longo período, associada à demanda de oxigênio pela atividade
biológica.
Em síntese, horizonte glei é um horizonte mineral, com espessura de 15 cm
ou mais, com menos de 15% de plintita. O horizonte é saturado com água por
influência do lençol freático durante algum período ou o ano todo, a não ser que
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tenha sido artificialmente drenado, apresentando evidências de processos de
redução, com ou sem segregação de ferro, caracterizadas por um ou mais dos
seguintes requisitos:
• dominância de cores, quando úmido, em 95% ou mais das faces dos elementos da
estrutura, ou da matriz (fundo) do horizonte, quando sem estrutura, de acordo com
um dos seguintes itens:
► matiz dominante neutro (N) ou mais azul que 10Y;
► para qualquer matiz, se os valores forem < 4, os cromas serão menor ou
igual 1;
► sendo matiz dominante 10YR ou mais amarelo, e os valores forem maior
igual 4, os cromas são menor igual 2, admitindo croma 3 se este diminuir no
horizonte seguinte; e
► sendo o matiz dominante mais vermelho que 10YR e os valores forem
maior ou igual 4, os cromas são menor ou igual 2.
► através dos testes de coloração, realizados no campo, que indicam a
presença de ferro reduzido pela cor desenvolvida por indicadores químicos, tais
como o ferricianeto de potássio a 1% em solução aquosa, que desenvolve uma cor
azul escuro forte ou pela cor vermelha intensa desenvolvida pelo alfa, alfa dipiridil
(Childs, 1981)
10.12 - Fraqipã
É um horizonte mineral subsuperficial, com 10 cm ou mais de espessura,
usualmente de textura média ou algumas vezes arenosa ou raramente argilosa, que
pode, mas não necessariamente, estar subjacente a um horizonte B espódico, B
textural ou horizonte álbico. Tem conteúdo de matéria orgânica muito baixa, a
densidade do solo é alta em relação aos horizontes sobrejacentes e é
aparentemente cimentado quando seco, tendo então consistência dura ou
extremamente dura.
10.12 - Duripã
É um horizonte mineral subsuperficial, com 10 cm ou mais de espessura, que
apresenta grau de variável de cimentação por sílica, podendo ainda conter óxido de
ferro e carbonato de cálcio. Como resultados disto, os duripãs variam de aparência,
70
porém todos apresentam consistência, quando úmidos, muito firme ou
extremamente firme e são sempre quebradiços, mesmo depois de prolongado
umedecimento.
10.13 - Horizonte Cálcico
Horizonte cálcico é um horizonte de acumulação de carbonato de cálcio. Esta
acumulação normalmente está no horizonte C, mas pode ocorrer no horizonte B ou
A.
10.14 - Horizonte Petrocálcico
Com o enriquecimento em carbonatos, o horizonte cálcico tende
progressivamente a se tornar obturado com carbonatos e cimentado, formando
horizonte contínuo, endurecido, maciço, que passa a ser reconhecido como
horizonte petrocálcico. Nos estágios iniciais do horizonte cálcico, este tem
carbonatos de consistência macia e disseminados, ou que se acumulam em
concreções endurecidas ou ambos. O horizonte petrocálcico é evidenciação de
avanço evolutivo.
10.15 - Horizonte Sulfúrico
O horizonte sulfúrico tem 15 cm ou mais de espessura e é composto de
material mineral ou orgânico que apresenta valor de pH 3,5 ou menor (1:1 por peso
em água, ou com um mínimo de água para permitir a medição) e mostra evidência
de que o baixo valor de pH é causado por ácido sulfúrico.
10.16 - Horizonte Vértico
É um horizonte mineral subsuperficial que, devido à expansão e contração
das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção
("slickensides") em quantidade no mínimo comum e/ou a presença de unidades
estruturais cuneiformes e/ou paralelepipédicas, cujo eixo longitudinal está inclinado
de 10 a 60° em relação à horizontal, e fendas em algum período mais seco do ano
com pelo menos 1cm de largura. A sua textura mais freqüente varia de argilosa a
muito argilosa, admitindo-se na faixa de textura média um mínimo de 30% de argila.
O horizonte vértico pode coincidir com horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C, e apresentar
71
cores escuras, acinzentadas, amareladas ou avermelhadas. Para ser diagnóstico,
este horizonte deve apresentar uma espessura mínima de 20cm.
72
11. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (EMBRAPA 1999)
1ª ORDEM: ARGISSOLOS: Solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa imediatamente
abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:
• horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a
parte superior do horizonte B textural;
• horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte
superior do horizonte B textural.
CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
Classes do 3° Nível Categórico (Grandes Grupos)
Classes do 4° nível categórico (sub grupos)
1. ARGISSOLOS ACINZENTADOS (PAC): Solos com matiz mais amarelo que 5YR
e valor 5 ou maior e croma < 4 na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B
(inclusive BA) .
Grandes Grupos Distróficos (sub grupos 19, 14, 13, 4, 1, 21, 24, 28, 30);
Eutróficos (sub grupos 1, 17, 30)
2. ARGISSOLOS AMARELOS (PA): Solos com matiz mais amarelo que 5YR na
maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
Grandes Grupos: Distróficos (sub grupos 14, 13, 27, 26, 5, 3, 7, 8, 11, 1, 22,
23, 21, 18, 20, 28, 24, 15, 30 ); Eutróficos (sub grupos 2, 6, 8, 1, 28, 25, 30)
3. ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS (PVA): Solos com matiz 5YR ou mais
vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA) .
Grandes Grupos: Alumínicos (subgrupos 12, 30); Distróficos (sub grupos 19,
14, 13, 26, 4, 1, 21, 28, 24, 30); Eutróficos (sub grupos 27, 26, 4, 6, 1, 21, 24, 30)
4. ARGISSOLOS VERMELHO (PV): Outros solos com matriz 2,5 YR ou mais
vermelhos nos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BC).
73
Grandes Grupos Distroférricos (sub grupos 8, 1, 24, 28, 30); Eutroférricos
(sub grupos 1, 29, 2, 24, 30); Eutróficos (sub grupos 19, 13, 26, 2, 9, 8, 11, 25, 24,
16, 29, 15, 30)
Classes do 3º Nível. Categórico (Grandes Grupos)
Alumínicos: solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
Distróficos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos
primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
Eutroférricos: solos com saturação por bases alta (V > ou = 50%), e concentrações
de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36%, na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
Eutróficos: outros solos com saturação por bases alta (V > ou 50%), na maior parte
dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
classes do 4° nível categórico (subgrupos)
1. abrúpticos: solos com mudança textural abrupta.
2. abrúpticos chernossólicos: solos com mudança textural abrupta, e com
horizonte A chernozêmico e argila de atividade > ou = 18 cmolc/kg de argila na maior
parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
3. abrúpticos espódicos: solos com mudança textural abrupta e com acúmulo
iluvial de carbono orgânico e alumínio com ou sem ferro que não é suficiente para
caracterizar um horizonte B espódico, em um ou mais horizontes, dentro de 150cm
da superfície do solo.
4. abrúpticos fragipânicos: solos com mudança textural abrupta e fragipã em um
ou mais horizontes dentro de 120cm da superfície do solo.
5. abrúpticos fragipânicos espódicos: solos com mudança textural abrupta e
fragipã, em um ou mais horizontes, dentro de 120cm da superfície do solo e com
acúmulo iluvial de carbono orgânico e alumínio com ou sem ferro, que não é
suficiente para caracterizar um horizonte B espódico, em um ou mais horizontes,
dentro de 150cm da superfície do solo.
74
6. abrúpticos lépticos: solos com mudança textural abrupta e com contato lítico
entre 50cm e 100cm da superfície do solo.
7. abrúpticos petroplinticos: solos que apresentam textural com 50% ou mais de
petroplintita, dentro de superfície do solo.
8. abrúpticos plinticos: solos com mudança textural abrupta e com 5% ou mais de
plintita e/ou petroplintita em um ou mais horizontes, dentro de 150cm da superfície
do solo, ou com horizonte plíntico dentro de 200cm da superfície do solo.
9. abrúpticos plinticos solódicos: solos com mudança textural abrupta e com
horizonte plíntico em posição não diagnóstica para Plintossolo, ou que apresentam
5% ou mais de plintita e/ou petroplintita em um ou mais horizontes do B textural,
dentro de 150cm da superfície do solo e com caráter solódico, em um ou mais
horizontes, dentro de 120cm da superfície do solo.
10. abrúpticos saproliticos: solos com mudança textural abrupta, e com horizonte
C e/ou Cr (brando) dentro de 100cm da superfície do solo e sem contato lítico dentro
de 200cm da superfície do solo.
11. abrúpticos solócücos: solos com mudança textural abrupta e caráter solódico,
em um ou mais horizontes, dentro de 120cm da superfície do solo.
12. alissólicos: solos com atividade da argila > ou = 18 cmolc/kg de argila na maior
parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).
13. arênicos: solos com textura arenosa desde a superfície do solo até o início do
horizonte B textural, que ocorre entre 50 e 100cm de profundidade.
14. arênicos fragipânicos: solos com textura arenosa desde a superfície do solo
até o início do horizonte B textural, que ocorre entre 50 e 100cm de profundidade e
com fragipã em um ou mais horizontes, dentro de 120cm de profundidade.
15. câmbicos: solos que apresentam um ou mais dos seguintes atributos:
• 4% ou mais de minerais alteráveis ou 5% ou mais do volume do horizonte B
ou C, com fragmentos de rocha semi ou não intemperizadas, dentro de 100cm da
superfície do solo; ou
• CTC > ou = 17 cmolc/kg de argila na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
16. chernossólicos: solos com horizonte A chernozêmico e argila de atividade >ou
= 18 cmolc/kg de argila na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive
BA) .
75
17. duripânicos: solos com duripã, em um ou mais horizontes, dentro de 200cm da
superfície do solo.
18.epiáquicos: solos com caráter epiáquico dentro de 120cm da superfície do solo.
19. espessarênicos: solos com textura arenosa desde a superfície do solo até o
início do horizonte B textural, que ocorre a mais de 100cm de profundidade.
20. espódicos: solos com acúmulo iluvial de carbono orgânico e alumínio, com ou
sem ferro, que não é suficiente para caracterizar o horizonte B espódico, dentro de
150cm da superfície do solo.
21. fragipânicos: solos com fragipã em um ou mais horizontes dentro de 120cm da
superfície do solo.
22. fragipânicos espódicos: solos com fragipã, em um ou mais horizontes, dentro
de 120cm da superfície do solo e com acúmulo iluvial de carbono orgânico e
alumínio com ou sem ferro o que não é suficiente para caracterizar um horizonte B
espódico, dentro de 150cm da superfície do solo.
23.fragipânicos plínticos: solos com fragipã e com 5% de plintita e/ou petroplintita
em um ou mais horizontes dentro de 150cm da superfície do solo ou com horizonte
plíntico, dentro de 200cm, da superfície do solo.
24. latossólicos: solos que apresentam no horizonte B textural a maioria dos
seguintes atributos, sem contudo atender aos requisitos para B latossólico:
• capacidade de troca de cátions < 17 cmolc/kg de argila; e
• < 4% de minerais alteráveis (pouco resistentes ao intemperismo) e/ou < 5%
do volume do horizonte com fragmentos de rocha semi ou não intemperizadas, e/ou
• < 20% de argila dispersa em água desde que o horizonte tenha 0,40% ou
menos de carbono orgânico; e/ou
• relação silte/argila < 0,7 e < 0,6 respectivamente para solos de textura média
e argilosa; e/ou
• horizonte B (inclusive BA e BC) com espessura > 100cm; ou
• solos com horizonte B latossólico, abaixo do horizonte B textural, dentro de
200cm da superfície do solo.
25. lépticos: solos com contato lítico entre 50cm e 100cm da superfície do solo.
26. planossólicos: solos com mudança textural abrupta e um ou mais horizontes de
coloração variegada e/ou mosqueado, devido aos processos de redução e oxidação,
cujas cores não satisfazem para horizonte B plânico, ou com o horizonte B plânico
76
em posição não diagnóstica para Planossolos, dentro de 120cm da superfície do
solo.
27. planossólicos fragipânicos: solos com mudança textural abrupta e um ou mais
horizontes de coloração variegada e/ou mosqueado, devido aos processos de
redução e oxidação, cujas cores não satisfazem para horizonte B plânico, ou com o
horizonte B plânico em posição não diagnóstica para Planossolos, dentro de l20cm
da superfície do solo e com fragipã em um ou mais horizontes dentro de 200cm da
superfície do solo.
28. plínticos: solos com 5% ou mais de plintita e/ou petroplintita em um ou mais
horizontes dentro de l50cm da superfície do solo ou presença de horizonte plíntico
dentro de 200cm da superfície do solo.
29. saproliticos: solos com horizonte C e/ou Cr (brando) dentro de 100cm da
superfície do solo e sem contato lítico dentro de 200cm de profundidade.
30. tipicos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
2ª ORDEM: CAMBISSOLOS: Solos constituídos por material mineral com
horizonte B incipiente imediatamente abaixo do horizonte A ou horizonte hístico com
espessura inferior a 40cm.
CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. CAMBISSOLOS HÍSTICOS: Solos com horizonte O hístico com menos de 40cm
de espessura, ou menos de 60cm quando 50% ou mais do material orgânico for
constituído de ramos finos, raízes finas, casca de árvore e folhas, parcialmente
decompostos.
Grandes Grupos: Alúminicos, Distróficos
2. CAMBISSOLOS HÚMICOS: Solos com horizonte A húmico.
Grandes Grupos: Aluminoférricos, Alúminicos, Distroférricos, Distróficos,
Distroférricos, Distróficos,
3. CAMBISSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes
anteriores.
Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Sádicos, Eutroférricos, Perférricos,
Ta Eutróficos, Ta Distróficos, Tb Eutróficos, Tb Distróficos
77
CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Alumínicos: Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ maior ou igual 4
cmolc/kg de solo) na maior parte do horizonte B (inclusive BA) .
Aluminoférricos: Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ maior ou igual
4 cmolc/kg de solo) e concentração de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior
parte do horizonte B (inclusive BA) .
Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100cm
da superfície do solo.
Distróficos: Outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte
do horizonte do B incipiente (inclusive BA).
Distroférricos: Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) e concentrações de
Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
Eutroférricos: Solos com alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) e
concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte do horizonte
B (inclusive BA).
Perférricos: Solos com concentração de Fe2O3 (pelo H2SO4) maior ou igual 36% na
maior parte do horizonte B (inclusive BA).
Sálicos: Solos com caráter sálico dentro de 100cm da superfície do solo.
Sódicos: Solos com caráter sádico dentro de 100cm da superfície do solo.
Ta Distróficos: Outros solos com argila de atividade maior ou igual 27 cmolc/kg de
argila e baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte do horizonte B
(inclusive BA).
Ta Eutróficos: Solos com argila de atividade maior ou igual 27 cmolc/kg de argila e
alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) na maior parte do horizonte B
(inclusive BA).
Tb Distróficos: Outros solos com argila de atividade < 27 cmolc/kg de argila e
baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte do horizonte B (inclusive BA)
Tb Eutróficos: Solos com argila de atividade < 27 cmolc/kg de argila e alta
saturação por bases (V maior ou igual 50%) na maior parte do horizonte B (inclusive
BA).
78
3ª ORDEM: CHERNOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte A chernozêmico seguido por:
• horizonte B incipiente, ou B textural, ou B nítico, todos com argila de
atividade alta e saturação por bases alta; ou
• horizonte cálcico ou caráter carbonático, coincidindo com o horizonte A
chernozêmico e/ou com horizonte C, admitindo-se entre os dois, horizontes B
incipiente com espessura < 10cm; ou por
• contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou mais
de carbonato de cálcio equivalente.
CLASSE DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. CHERNOSSOLOS RÊNDZICOS: Solos com horizonte A chernozêmico seguido
por:
• horizonte cálcico ou caráter carbonático, horizonte A chernozêmico e/ou com
horizonte C, os dois, horizontes Bi com espessura < 10cm; ou
• contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou mais
de carbonato de cálcio equivalente.
Grandes Grupos: Líticos, Saprolíticos
2. CHERNOSSOLOS EBÂNICOS: Solos que apresentam o caráter ebânico na
maior parte do horizonte B (inclusive BA).
Grandes Grupos: Carbonáticos, Órticos
3. CHERNOSSOLOS ARGILÚVICOS: Outros solos com horizonte B textural
ou B nítico imediatamente abaixo do horizonte A chernozêmico.
Grandes Grupos: Férricos, Carbonáticos, Órticos
4. CHERNOSSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes
anteriores.
Grandes Grupos: Férricos, Carbonáticos, Órticos
CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100cm
da superfície do solo.
79
Férricos: Solos com concentração de Fe2O3 (pelo H2SO4) maior ou igual 18% na
maior parte do horizonte B (inclusive BA).
Liticos: Solos com contacto lítico dentro de 50 cm da superfície do solo.
Órticos: Outros solos que não se enquadram na classe anterior.
Saprolíticos: Outros solos que não se enquadram na classe anterior.
4ª ORDEM: ESPODOSSOLOS: solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte B espódico, imediatamente abaixo de horizonte E ou A,
dentro de 200cm da superfície do solo, ou de 400cm de profundidade, se a soma do
horizonte A + E ou horizonte hístico + E ultrapassa 200cm de profundidade.
CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. ESPODOSSOLOS CÁRBICOS: Solos com acúmulo, principalmente, de carbono
orgânico e alumínio no horizonte B espódico, presença só de horizonte Bh, dentro
de 200cm da superfície do solo.
Grande grupo: Hidromórficos, Hiperespessos, Órticos
2. ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS: Outros solos com acúmulo,
principalmente, de carbono orgânico e ferro no horizonte B espódico, presença de
horizonte Bhs e/ou Bs acompanhados ou não de horizonte Bh, dentro de 200cm da
superfície do solo.
Grande grupo: Hidromórficos, Hiperespessos, Órticos
CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Hidromórficos: Solos que, permanecem saturados com água em um ou mais
horizontes, dentro de lOOcm da superfície do solo, durante algum tempo na maioria
dos anos (ou artificialmente drenados) e que apresentam uma ou mais das
seguintes características:
• horizonte H hístico; e/ou
• mosqueados, e/ou áreas de acumulação de óxidos de ferro e/ou manganês,
devido à redução e oxidação de ferro e/ou manganês, no horizonte E ou B espódico,
dentro de 50cm da superfície do solo; e/ou
• horizonte B espódico que permanece saturado com água na maior parte do
ano, dentro de 100cm da superfície do solo.
80
Hiperespessos: Solos que apresentam horizonte B espódico após 200cm da
superfície do solo.
Órticos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
5ª ORDEM: GLEISSOLOS: Solos constituídos por material com horizonte glei
imediatamente abaixo de horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de 40cm
de espessura; ou horizonte glei começando dentro de 50cm da superfície do solo;
não apresentam horizonte plíntico ou vértico, acima do horizonte glei ou coincidente
com este, nem horizonte B textural com mudança textural abrupta coincidente com
horizonte glei, nem qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. GLEISSOLOS TIOMÓRFICOS
Solos com horizontes sulfúricos e/ou materiais sulfídricos, dentro de 100cm
da superfície do solo.
Grandes Grupos: Hísticos, Húmicos, órticos
2. GLEISSOLOS SÁLICOS
Solos com caráter sálico (CE maior ou igual 7dS/m), dentro de 100cm da
superfície do solo.
Grandes Grupos: Sódicos, órticos
3. GLEISSOLOS MELÂNICOS
Solos com horizonte H hístico com menos de 40cm de espessura, ou
horizonte A húmico, proeminente ou chernozêmico.
Grandes Grupos: Alumínicos, Distróficos, Carbonáticos, Eutróficos
4. GLEISSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
Grandes Grupos: Ta Alumínicos, Ta Distróficos, Tb Distróficos, Ta
Carbonáticos, Ta Eutróficos, Tb Eutróficos
CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Hísticos: solos com horizonte H hístico com menos de 40cm espessura.
Húmicos: solos com horizonte A húmico.
Órticos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
Sódicos: solos com caráter sódico dentro de 100cm da superfície do solo.
81
Alumínicos: solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 120cm a
partir da superfície do solo
Distróficos: solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos
primeiros 120cm a partir da superfície do solo.
Carbonáticos: solos com caráter carbonático dentro de 120cm a partir da superfície
do solo.
Eutróficos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
Ta Alumínicos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg de
argila) e caráter alumínico na maior parte dos primeiros 120cm a partir da superfície
do solo.
Ta Distróficos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg de
argila) e baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120cm a
partir da superfície do solo.
Tb Distróficos: solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e
baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120cm a partir da
superfície do solo.
Ta Carbonáticos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg
de argila) e caráter carbonático na maior parte dos primeiros 120cm a partir da
superfície do solo.
Ta Eutróficos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg de
argila) e alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) na maior parte dos
primeiros 120cm a partir da superfície do solo.
Tb Eutróficos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
6ª ORDEM: LATOSSOLOS: solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro
de 200cm de Superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta
mais de 150cm de espessura.
CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
Classes do 3° Nível Categórico (Grandes Grupos)
Classes do 4° nível categórico (sub grupos)
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1. LATOSSOLOS BRUNOS (LB): Solos com matiz mais amarelo que 2,5YR no
horizonte BA ou em todo horizonte B, e apresentando os seguintes requisitos:
• horizonte A espesso com mais de 30cm de espessura, com concentrações
de carbono orgânico acima de 1%, inclusive no horizonte BA;
• textura argilosa ou muito argilosa em todo o horizonte B;
• alta capacidade de retração do solo com a perda de umidade evidenciada
pelo fendilhamento acentuado em cortes de barrancos, expostos ao sol por curto
espaço de tempo (uma semana ou mais), formando uma estrutura do tipo
prismática.
Grandes Grupos: Ácricos (sub grupos 5, 12); Alumínicos (sub grupos 6, 5, 3,
12); Distróficos (sub grupos 6, 5, 3, 12)
2. LATOSSOLOS AMARELOS (LA): Solos com matiz mais amarelo que 5YR na
maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
Grandes Grupos: Coesos (sub grupos 1, 5, 3, 2, 9, 10, 7, 12); Acriférricos (sub
grupos 5, 2, 12); Ácricos (sub grupos 5, 2, 9, 10, 12); Distroférricos (sub grupos 5,
12); Distróficos (sub grupos 5, 3, 11, 2, 9, 12); Eutróficos (sub grupos 3, 2, 12)
3. LATOSSOLOS VERMELHOS (LV): Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na
maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
Grandes Grupos: Perférricos (sub grupos 5, 2, 12); Aluminoférricos (sub
grupos 5, 2, 12) Acriférricos (sub grupos 5, 2, 12); Distroférricos (sub grupos 5, 3, 8,
10, 12); Eutroférricos (sub grupos 3, 4, 8, 12); Ácricos (sub grupos 5, 3, 2, 12);
Distróficos (sub grupos 5, 3, 11, 2, 12); Eutróficos (sub grupos 3, 11, 2, 4, 12)
4. LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS (LVA): Outros solos com matiz 5YR ou
mais vermelhos e mais amarelos que 2,5 YR na maior parte dos primeiros 100cm de
horizonte B (inclusive BA) .
Grandes Grupos: Acriférricos (sub grupos 3, 2, 12); Ácricos (sub grupos 5, 3,
2, 12); Distroférricos (sub grupos 3, 2, 12); Distróficos (sub grupos 5, 11, 3, 10, 8, 2,
12); Eutróficos (sub grupos 11, 3, 2, 12)
CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
ácricos: solos com caráter ácrico dentro de 150cm da superfície do solo.
83
acriférricos: solos com caráter ácrico dentro de 150crn da superfície do solo e
concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (inclusive BA).
alumínicos: solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
aluminoférricos: solos com caráter alumínico e concentrações de Fe2O3 (pelo
H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B
(inclusive BA) .
coesos: solos com um ou mais horizontes com espessura mínima de 30cm, que
não satisfaz os critérios para fragipã ou duripã, compreendendo o horizonte AB e/ou
BA, quando secos são muito resistentes à penetração do martelo pedológico ou
trado e que não apresentam uma organização estrutural visível (são maciços) e que
se desfaz em agregados com consistência a seco, no mínimo, dura, sendo
normalmente muito dura, e às vezes extremamente dura. A consistência úmida varia
de friável a firme; a densidade do solo deste horizonte é mais elevada que os
horizontes subjacentes. A saturação por bases é baixa (V < 50%), o concentração
de Fe2O3 (pelo H2SO4) é menor que 8% e o Ki é 1,7 ou maior, isto é, são
cauliníticos.
distroférricos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e concentrações de
Fe2O3 (pelo H2SO4)de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
distróficos: outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte
dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
eutroférricos: solos com saturação por bases aIta (V ≥ 50%) e concentrações de
Fe2O3 (pelo H2SO4)de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA).
eutróficos: outros solos apresentando alta saturação por bases (V ≥ 50%) na maior
parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
perférricos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e concentrações de
Fe2O3 (pelo H2SO4)maior ou igual 36% na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA) .
CLASSES DO 4° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBGRUPOS)
1. antrópicos: solos com horizonte A antrópico (Terra Preta dos Índios) .
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2. arqissólicos: solos com a relação textural (B/A) igual ou maior que 1,5 e/ou
presença de ceras idade dentro de 120cm da superfície do solo.
3. câmbicos: solos que apresentam a soma dos horizontes A + B (inclusive BC),
com 150cm ou menos de espessura.
4. chernozêmicos: solos com horizonte A chernozêmico.
5. húmicos: solos com horizonte A húmico .
6. húmicos câmbicos: solos com horizonte A húmico e que apresentam a soma
dos horizontes A + B (inclusive BC), com l50cm ou menos de espessura.
7. litoplinticos: solos que apresentam horizonte litoplíntico, contínuo ou
praticamente contínuo (as fendas, se presentes, são poucas e estão afastadas de
10cm ou mais uma das outras), dentro de 200cm da superfície do solo.
8. nitossólicos: solos com horizonte B nítico abaixo do B latossólico, dentro de
200cm da superfície do solo.
9. Petroplinticos: solos que apresentam 50% ou mais de petroplintita em um ou
mais horizontes dentro de 200cm da superfície do solo.
10. plinticos: solos que apresentam horizonte plíntico em posição não diagnóstica
para Plintossolos; ou com 5% ou mais de plintita e/ou petroplinti ta em um ou mais
horizontes dentro de l50cm da superfície do solo.
11. psamiticos: solos com textura arenosa e/ou franco-arenosa com 15% ou menos
de argila na maior parte dos horizontes dentro de uma profundidade menor que
150cm da superfície do solo.
12. típicos: outros solos que não se enquadram na classe anterior.
7ª ORDEM: LUVISSOLOS: solos constituídos por material mineral, com argila de
atividade alta, alta saturação por bases e horizonte B textural ou B nítico
imediatamente abaixo de horizonte A fraco, ou moderado ou proeminente, ou
horizonte E, e satisfazendo os seguintes requisitos:
• horizonte plíntico, se presente, não é coincidente com a parte superficial do
horizonte B textural;
• horizonte glei, se ocorrer, inicia-se após 50cm profundidade, não coincidindo
com a parte horizonte B textural.
CLASSE DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. LUVISSOLOS CRÔMICOS
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Solos com caráter crômico na maior parte do horizonte B (inclusive BA).
Grandes Grupos: Carbonáticos, Pálicos, árticos
2. LUVISSOLOS HIPOCRÔMICOS
Outros solos que não de enquadram na classe anterior.
Grandes Grupos: Carbonáticos, árticos
CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Carbonáticos: solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100cm
da superfície do solo.
Pálicos (derivados de pale = desenvolvimento excessivo): solos com a soma dos
horizontes A + B (exceto BC) com mais de 80cm de espessura.
Órticos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
8ª ORDEM NEOSSOLOS: solos pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. NEOSSOLOS LITÓLICOS (Solos Litólicos)
Solos com horizonte A ou O hístico com menos de 40cm de espessura,
assente diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material
com 90% (por volume), ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha
com diâmetro maior que 2mm (cascalhos, calhaus e matacões) e que apresentam
um contato lítico dentro de 50cm da superfície do solo. Admite um horizonte B, em
início de formação cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B
diagnóstico.
Grandes Grupos: Hísticos, Húmicos, Carbonáticos, Psamíticos1, Eutróficos1,
Distróficos1
2. NEOSSOLOS FLÚVICOS (Solos Aluviais)
Solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre
horizonte C constituído de camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre
si, apresentando ambos ou um dos seguintes requisitos:
• decréscimo irregular do conteúdo de carbono orgânico em profundidade,
dentro de 200cm da superfície do solo; e/ou
86
• camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de
200cm da superfície do solo.
Grandes Grupos: Sálicos, Sódicos, Carbonáticos2, Psamíticos2, Tb
Distróficos, Tb Eutróficos, Ta Eutróficos
3. NEOSSOLOS REGOLÍTICOS (Regossolos)
Solos com horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr; admite horizonte Bi
com menos de 10cm de espessura, e apresenta contato lítico a uma profundidade
maior que 50cm, e ambos ou um dos seguintes requisitos:
• 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao
intemperismo) na fração areia grossa ou areia fina, porém referidos a 100g de TFSA
em algum horizonte dentro de 200cm a partir da superfície; e/ou
• 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr, dentro de 200cm de
profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizadas, saprólito ou
fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha (pseudomorfos) que
deu origem ao solo.
Grandes Grupos: Psamíticos2, Distróficos2, Eutróficos
4. NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS (Areias Quartzosas)
Outros solos com sequência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de
50 cm de profundidade, apresentando textura areia ou areia franca nos horizontes
até, no mínimo, a profundidade de 150cm a partir da superfície do solo ou até um
contato lítico; essencialmente quartzosos, tendo nas frações areias grossa e areia
fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de
minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo) .
Grandes Grupos: Hidromórficos, árticos
CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Hísticos: solos com horizonte O hístico com menos de 30cm de espessura, ou
menos de 40cm quando 50% ou mais do material orgânico, excluindo as partes
vivas, é constituído por ramos finos, raízes finas, cascas de árvores e folhas
parcialmente decompostos.
Húmicos: solos com horizonte A húmico com menos de 50cm de espessura.
87
Carbonáticos1: solos com alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) , sem
horizonte A Chernozêmico, e com 15% ou mais de carbonato de cálcio equivalente
no horizonte A e/ou C.
Psamíticos1: solos com textura arenosa em todos- os horizontes, dentro de 50cm
da superfície do solo.
Eutróficos1: solos com alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) em todos
os horizontes dentro de 50cm da superfície do solo.
Distróficos1: outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) em pelo menos
um horizonte dentro de 50cm da superfície do solo.
Sálicos: solos com caráter sálico dentro de 100cm da superfície do solo.
Sódicos: solos com caráter sódico dentro de 100cm da superfície do solo.
Carbonáticos2: solos com carater carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120cm
da superfície do solo.
Psamíticos2: solos com textura arenosa em todos os horizontes dentro de 120cm da
superfície do solo.
Tb Distróficos: solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e
saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120cm da
superfície do solo.
Tb Eutróficos: solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e
saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) na maior parte dos primeiros 120cm
da superfície do solo.
Ta Eutróficos: outros solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27
cmolc/kg de argila) e saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) na maior parte
dos primeiros 120cm da superfície do solo.
Distróficos2: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos
primeiros 120cm da superfície do solo ou até um contato lítico.
Eutróficos2: outros solos com saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) na
maior parte dos primeiros 120cm da superfície do solo ou até um contato lítico.
Hidromórficos: solos com presença de lençol freático elevado durante grande parte
do ano, na maioria dos anos, imperfeitamente ou mal drenados e apresentando um
ou mais dos requisitos:
• horizonte H hístico; e/ou
• saturação com água permanente dentro de 50cm da superfície do solo; e/ou
88
• presença de lençol freático dentro de 150cm da superfície do solo, durante a
época seca; e/ou
• presença do lençol freático dentro de 50cm de profundidade, durante algum
tempo, na maioria dos anos (ou artificialmente drenados) e satisfazendo a um ou
mais dos seguintes requisitos:
► croma zero;
► matiz 10YR ou mais vermelho com valor (úmido) de 4 ou maior e
croma 1;
► matiz 10YR ou mais vermelho com croma 2 ou menor e
mosqueados (ou acumulação de ferro e/ou manganês) provenientes de redução e
oxidação do ferro e/ou manganês;
► matiz 2,5Y ou mais amarelo, com croma 3 ou menor e mosqueados
(ou áreas de acumulação de ferro e/ou manganês), provenientes de redução e
oxidação destes elementos;
► matiz 2,5Y ou mais amarelo e croma 1 ou menor;
► matizes 5GY, ou 5BG ou ~B; e/ou
► presença de ferro reduzido em quantidade capaz de desenvolver
uma cor vermelha intensa, com o emprego do indicador químico alfa, alfadipiridil
(Childs, 1981).
Órticos: outros solos que não se enquadram na classe anterior.
9ª ORDEM: NITOSSOLOS: solos constituídos por material mineral que apresentam
horizonte B nítico, com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte
A ou dentro dos primeiros 50cm do horizonte B.
CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. NITOSSOLOS VERMELHOS
Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (exclusive BA) .
Grandes Grupos: Distroférricos, Distróficos, Eutroférricos, Eutróficos1
2. NITOSSOLOS HÁPLICOS
Outros solos que não se enquadram na classe anterior.
Grandes Grupos: Alumínicos, Distróficos, Eutrófieos2
89
CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Distroférricos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e concentrações de
Fe2O3 (pelo H2SO4) de 15% a < 36%, na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA) .
Distróficos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos
primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
Eutroférricos: solos com saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) e
concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 15% a < 36%, na maior parte dos
primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .
Eutróficos1: outros solos com saturação por bases alta igual 50%), na maior parte
dos primeiros 100cm do (inclusive BA) .
Aluminícos: solos com caráter alumínico, na maior parte dos primeiros 100cm do
horizonte B (inclusive BA) .
Eutróficos2: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
10ª ORDEM: ORGANOSSOLOS: solos constituídos por material orgânico, que
apresentam horizonte O ou H hístico com concentração de matéria orgânica maior
ou igual a, 2kg/kg de solo (maior ou igual 20% em massa), com espessura mínima
de 40cm quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado,
cumulativamente, dentro de 80cm da superfície do solo, ou com no mínimo 30cm de
espessura, quando sobrejacente a contato lítico.
CLASSE DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. ORGANOSSOLOS TIOMÓRFICOS: Solos que apresentam horizonte sulfúrico
e/ou materiais sulfídricos dentro de 100cm da superfície do solo.
Grandes Grupos: Fíbricos, Hêmicos, Sápricos
2. ORGANOSSOLOS FÓLICOS: Solos que estão saturados por água, no máximo
por 30 dias consecutivos por ano, durante o período mais chuvoso, e que
apresentam horizonte O hístico com acumulação de material orgânico, excluindo as
partes vivas, constituído de galhos finos, raízes finas, cascas de árvores,
parcialmente decompostos, compreendendo no mínimo 30cm de espessura quando
sobrejacente a contato lítico ou fragmentos de rocha ou com no mínimo 40cm de
90
espessura, quando ocupando os interstícios de material constituído por fragmentos
de rocha.
Grandes Grupos: Fíbricos
3. ORGANOSSOLOS MÉSICOS: Solos que apresentam concentração de matéria
orgânica entre 0,20 e < 0,65 kg/kg de solo e Ds > 0,15 Mg/dm3.
Grandes Grupos: Hêmicos, Sápricos
4. ORGANOSSOLOS HÁPLICOS: Solos que apresentam concentração de matéria
orgânica maior ou igual 0,65 kg/kg de solo e Ds menor ou igual 0,15 Mg/dm3.
Grandes Grupos: Fíbricos, Hêmicos, Sápricos
CLASSE DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Fibricos: Solos que apresentam material orgânico constituído de fibras, facilmente
identificável como de origem vegetal, na maior parte dos horizontes ou camadas
dentro de 100cm da superfície do solo.
Hêmicos: Solos que apresentam matéria orgânica parcialmente alterada por ação
física e bioquímica, em estágio de decomposição intermediário e que não satisfaz os
requisitos para caracterizar os materiais fíbrico ou sáprico, na maior parte dos
horizontes ou camadas dentro de 100cm da superfície do solo.
Sápricos: Solos que apresentam matéria orgânica em estágio avançado de
decomposição na maior parte dos horizontes ou camadas dentro de 100cm da
superfície do solo.
11ª ORDEM: PLANOSSOLOS: solos constituídos por material mineral com
horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico e satisfazendo, ainda, os seguintes
requisitos:
• horizonte plíntico, se presente, coincide com um destes dois horizontes;
• horizonte glei, se presente, coincide com o B plânico.
CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. PLANOSSOLOS NÁTRICOS: Solos apresentando horizonte plânico com caráter
sódico imediatamente abaixo de um horizonte A ou E.
Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Órticos
91
2. PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICOS: Solos com horizonte glei coincidindo com o
horizonte B plânico.
Grandes Grupos: Sálicos, Eutróficos, Distríficos
3. PLANOSSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes
anteriores.
Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Eutróficos, Distríficos
CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120cm
da superfície do solo.
Distróficos: Outros solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte
do horizonte B (inclusive BA).
Eutróficos: Solos com aIta saturação por bases (V maior ou igual 50%), na maior
parte do horizonte B (inclusive BA).
Órticos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
Sálicos: Solos que apresentam caráter sálico (CE maior ou igual 7 dS/m), dentro de
100cm da superfície do solo.
12ª ORDEM: PLINTOSSOLOS: solos constituídos por material mineral, com
horizonte plíntico ou litoplíntico começando dentro de 40cm, ou dentro de 200cm
quando imediatamente abaixo do horizonte A ou E, ou subjacente a horizontes que
apresentam coloração pálida ou variegada, ou com mosqueados em quantidade
abundante (> 20% por volume) e satisfazendo\uma das seguintes cores:
• matizes 2,5Y ou 5Y; ou
• matizes 10YR ou 7,5YR, com cromas baixos, normalmente igual ou inferior a
4, podendo atingir 6, no caso de matiz 10YR; ou
• os mosqueados em quantidade abundante, se presentes, devem apresentar
matizes e/ou croma de acordo com os itens a ou b e a matriz do solo tem coloração
desde avermelhada até amarelada; ou
• horizontes de coloração pálida (cores acinzentadas, brancas ou amarelado-
claras), com matizes e/ou croma de acordo com os itens a ou b, podendo ocorrer ou
não mosqueados de coloração desde avermelhada até amarelada.
92
CLASSE DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. PLINTOSSOLOS PÉTRICOS: Solos apresentando horizonte litoplíntico, contínuo
ou praticamente contínuo, com 10cm ou mais de espessura ou 50% ou mais de
petroplintita formando uma camada com espessura mínima de 15cm, dentro de
40cm da superfície do solo ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E.
Grandes Grupos: Litoplínticos, Concrecionários Distróficos, Concrecionários
Eutróficos
2. PLINTOSSOLOS ARGILÚVICOS: Solos com horizonte B textural coincidindo com
horizonte plíntico.
Grandes Grupos: Alumínicos, Distróficos, Eutróficos
3. PLINTOSSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes
anteriores.
Grandes Grupos: Distróficos, Eutróficos
CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Alumínicos: Solos com caráter alumínico dentro de 100cm da superfície do solo.
Concrecionários Distróficos: Solos com 50% ou mais de petroplintita dentro de
40cm da superfície do solo ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E e baixa
saturação por bases (V < 50%), na maior parte dos primeiros 120cm da superfície do
solo.
Concrecionários Eutróficos: Outros solos que não se enquadram nas classes
anteriores.
Distróficos: Solos com baixa saturação por bases (V < 50%), na maior parte dos
primeiros 100cm do horizonte B ou C.
Eutróficos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
Litoplínticos: Solos com horizonte litoplíntico, contínuo ou praticamente contínuo
dentro de 40cm da superfície do solo ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E.
13ª ORDEM: VERTISSOLOS: solos constituídos por material mineral com horizonte
vértico entre 25 e 100cm de profundidade e relação textural insuficiente para
caracterizar um B textural, e apresentando, além disso, os seguintes requisitos:
• concentração de argila de, no mínimo, 30% nos 20cm superficiais, após
misturados;
93
• fendas verticais no período seco, com pelo menos 1cm de largura, atingindo,
no mínimo, 50cm de profundidade, exceto no caso de solos rasos, onde o limite
mínimo é de 30cm de profundidade;
• ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã
dentro dos primeiros 30cm de profundidade;
• em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente
de expansão linear (COLE) deve ser igual ou superior a 0,06 ou a expansibilidade
linear é de 6cm ou mais;
• ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte
vértico.
CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)
1. VERTISSOLOS HIDORMÓRFICOS: Solos com horizonte glei dentro dos
primeiros 50cm, ou entre 50 e 100cm desde que precedido por horizonte de cores
acinzentadas.
Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Sódicos, Órticos
2. VERTISSOLOS EBÂNICOS: Solos com caráter ebânico, na maior parte dos
horizontes, dentro de 100cm da superfície do solo.
Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Órticos
3. VERTISSOLOS CROMADOS: Outros solos que não se enquadram nas classes
anteriores.
Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Sódicos, Òrticos
CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)
Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico, dentro de 100cm
da superfície do solo.
Órticos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.
Sálicos: Solos com caráter sálico dentro de 100cm -da superfície do solo .
Sódicos: Solos com carácter sódico dentro de 100cm da superfície do solo.
ESTRUTURAÇÃO DAS CLASSES DE 5° E DE 6° NÍVEIS CATEGÓRICOS
94
O 5° nível categórico (famílias) e o 6° nível categórico (séries) são utilizados
para atenderem funções pragmáticas. As características diferenciais e propriedades
que afetam o uso e o manejo do solo devem ser priorizadas para a classificação
nesses dois níveis categóricos.
CLASSES DO 5º NÍVEL CATEGÓRICO (famílias)
SOLOS MINERAIS
Para solos de constituição mineral são utilizadas as seguintes características
diferenciais:
- grupamento textural, distribuição de cascalhos e concreções no perfil,
constituição esquelética do solo, tipo de horizonte A, saturação por bases, saturação
por alumínio, mineralogia, concentração de ferro não utilizado nos outros níveis
categóricos, caráter aniônico, caráter alofânico, características especiais
pedogenéticas ou decorrentes do uso como compactação e adensamento,
profundidade do solum (A + B), classes de reação do solo.
► Grupamento textural
Em notação simples, binária ou ternária. Os agrupamentos texturais utilizados
até o momento (Apêndice B) são:
• textura arenosa - compreende as classes texturais areia e areia franca.
• textura média - material com menos de 35% de argila e mais de 15% de
areia, excluídas as classes texturais areia e areia franca.
• textura argilosa - material com concentração de argila entre 35% e 60%.
• textura muito argilosa - material com concentração de argila superior a
60%.
• textura siltosa - material com menos de 35% de argila e menos de 15% de
areia.
Os contrastes texturais entre horizontes dos solos são expressos por notação
binária ou ternária, na forma de frações, como por exemplo, "textura média/argilosa"
(binária) e "textura arenosa/média/muito argilosa" (ternária).
► Distribuição de cascalhos e concreções no perfil
95
Refere-se à constituição macroclástica do material componente do solo. É
característica distintiva, em função da proporção de cascalhos (2mm a 2cm) em
relação à terra fina (fração menor que 2mm). Quando significativa, a quantidade de
cascalho deve ser utilizada como modificador do grupamento textural, sendo
reconhecidas as seguintes classes:
• pouco cascalhenta - percentagem de cascalho entre 8% e 15%;
• cascalhenta - percentagem de cascalho entre 15% e 50%;
• muito cascalhenta - percentagem de cascalho superior a 50%.
A ocorrência de cascalho é utilizada como qualificativo do grupamento
textural, por exemplo, textura média muito cascalhenta.
► Constituição esquelética do solo
Considerando esquelético quando mais de 35% e menos de 90% do volume
total da massa do solo for constituído por material mineral com diâmetro maior que
2cm. Esta característica qualifica o grupamento textural, como por exemplo, textura
arenosa esquelética.
O termo fragmentário deve ser usado para designar classe de solo com
menos de 10% de terra fina seca ao ar e com fragmentos de material mineral de
diâmetro maior que 2cm, ocupando mais de 90% do volume total de sua massa.
► Tipo de horizonte A
Conforme definidos anteriormente
► Saturação por bases
Refere-se ao percentual de bases no complexo sortivo e são:
• hipodistrófico - < 35%
• mesodistrófico - maior ou igual 35% e < 50%
• mesoeutrófico - maior ou igual 50% e < 75%
• hipereutrófico - maior ou igual 75%
► Saturação por alumínio
Utiliza-se o termo álico quando a saturação por alumínio maior ou igual 50%,
associada a um concentração de alumínio extraível > 0,5 cmolc/kg de solo.
► Mineralogia
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Refere-se à qualificação e à quantificação de características mineralógicas da
fração grosseira (areias e cascalhos) e das frações silte e argila.
A qualificação mineralógica é definida pela predominância dos minerais
constituintes do solo, sendo utilizados os termos e definições abaixo:
a) nas frações grosseiras do solo (maior ou igual 0,05mm de diâmetro)
identificam-se minerais primários facilmente intemperizáveis ou não, que qualificam
classes no 5º nível categórico, como:
• micácea - com predominância de micas/biotita e/ou muscovita maior ou
igual 40% (pela contagem de grãos na fração areia total e/ou cascalho);
• anfibolítica - presença de anfibólio maior ou igual 40% (pela contagem de
grãos na fração areia total e/ou cascalho);
• feldspática - com ocorrências de feldspato maior ou igual 40% (pela
contagem de grãos na fração areia total e/ou cascalho);
• silicosa - presença de quartzo, calcedônia ou opala maior ou igual 90%
(pela contagem de grãos na fração areia total e/ou cascalho) .
Quando for o caso, acrescentar após o grupamento textural, entre parênteses,
qualificativo, por exemplo: textura média (micácea).
b) nas frações < 0,002rnm (minerais de fração argila), sugerem-se as
seguintes classes de solos:
• cauliníticos - com predominância de argilominerais do grupo da caulinita
(maior ou igual 50% (por peso) pelo ATD). No caso dos Latossolos também podem
ser separados pelos valores Ki e Kr em:
→ cauliníticos - Ki > 0,75 e Kr > 0,75
→ cauliníticos - oxídicos - Ki > 0,75 e Kr menor ou igual 0,75
• oxídicos - com predominância de óxidos de ferro e alumínio (Kr menor ou
igual 0,75), podendo ser subdivididos em hematíticos e goetíticos.
• gibbsíticos - com predominância de gibbsita (maior ou igual 40% (por peso)
pelo ATD). Os Latossolos, também, podem ser separados pelos valores Ki e Kr em:
→ gibbsíticos-óxidicos - Ki menor ou igual 0,75 e Kr menor ou igual
0,75
• esmectíticos - com predominância de argilominerais do grupo das
esmectitas.
• vermiculíticos - com predominância de vermiculitas.
• outros argilominerais - que venham a predominar na constituição do solo.
97
• mistos sem predominância de qualquer argilomineral específico
(principalmente interestratificados).
► Concentração de ferro não utilizado nos outros níveis categóricos
Por exemplo separar em algumas classes de solos a classe mesoférrica da
hipoférrica.
• Caráter aniônico
Caracterizado pelo delta pH igual a zero ou positivo.
• Caráter alofânico
Refere-se à presença de alofana, imogolita, ferridrita ou complexos de
alumínio e húmus, isto é, materiais amorfos que conferem ao solo uma densidade
aparente menor ou igual 1,0g/cm3 e percentagem (pelo oxalato de amônio) de Al3+ +
½ ferro > 1,0.
► Caracteristicas especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso
(comocompactação e adensamento)
Compreendem características inerentes ao desenvolvimento pedogenético do
solo ou originadas a partir das práticas de uso e manejo. Nestes casos, incluem-se
quaisquer características ou propriedades que tenham modificado o solo. Sugere-se
utilizar termos adequados, adjetivados, para qualificar classes de solo neste nível
categórico, como exemplos, "dênsico", "compactado", "concrecionário" (prefixos epi,
meso e endo, podem ser utilizados para especificar a posição de ocorrência de
concreções no perfil e separar classes neste nível categórico.
• Profundidade do solum(A + B)
No que concerne ao volume de solo utilizado pelas raízes e na retenção de
água .
• Classes de reação do solo
Podem ser separadas as seguintes classes de solos:
▫ ácido - com pH < 5,6
▫ neutro - com pH maior ou igual 5,6 e < 7,4
▫alcalino - com pH maior ou igual 7,4
ORGANOSSOLOS
Para estes solos aplicam-se as distinções quanto à natureza e textura do
material subjacente ao material orgânico, corno por exemplo, areia, argila, água e
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sedimentos. Quando o material subjacente, dentro da seção de controle, for de
constituição mineral podem-se aplicar as características diferenciais utilizadas para
solos minerais.
CLASSES DO 6º NÍVEL CATEGÓRICO (séries)
A função das séries é pragmática. A definição das séries é baseada em
características diretamente relacionadas com o crescimento das plantas,
principalmente, no que concerne ao desenvolvimento do sistema radicular, relações
solo-água-planta e propriedades importantes nas interpretações nas áreas de
engenharia e geotecnia. As diferenças de características e propriedades, dentro de
uma família, que afetam o uso e o manejo do solo devem ser consideradas na
classificação das séries. As séries são separadas dentro de uma família,
principalmente, para facilitar interpretações quantitativas sobre uso e manejo dos
solos, seja agrícola ou não agrícola.
SOLOS MINERAIS
As séries, em solos de constituição mineral são diferenciadas utilizando-se as
seguintes características e propriedades.
۞ tipo, espessura e arranjamento dos horizontes
۞estrutura
۞cor, mosqueado
۞ drenagem interna do perfil
۞ substrato (natureza do substrato em solos rasos e pouco profundos)
۞textura (a classe de horizontes superficiais e subsuperficiais)
۞ consistência
۞ concentração de matéria orgânica, por exemplo caráter criptohúffiico
۞ percentagem de fragmentos de rochas no solo
۞caráter álico e o estado de eutrofia e distrofia podem ser utilizados para
separar classes epi, meso e endo
۞ relações proporcionais entre determinados componentes, como exemplo, a
proporção da areia grossa em relação à areia fina, da areia muito fina em relação à
areia fina, determinando diferenças de porosidade e na capacidade de retenção de
água.
99
ORGANOSSOLOS
Tem-se pouca ou nenhuma experiência no Brasil, no estabelecimento de
séries para esta classe de solos. Sugere-se, principalmente, considerar tipo e
espessura das camadas orgânicas, presença de lençol freático em relação à
superfície do solo, profundidade de ocorrência e espessura do substrato mineral na
seção de controle da classe, e abundância de ocorrência de pedaços e fragmentos
(> 2cm) de vegetais.
100
12. CLASSIFICAÇÃO AMERICANA = 7ª APROXIMAÇÃO = SOIL TAXONOMY
(1975).
O sistema americano de classificação de solos é considerado universal, pois,
é formado por prefixos e sufixos gregos e latinos. As categorias são distribuídas em:
Ordem, subordem, Grande Grupo, sub Grupo, Família e Série. Os detalhes nas
informações são fornecidos, em maiores quantidades, na medida em que se
caminha da ordem para a série.
ORDENS: Utiliza principalmente os horizontes diagnósticos sendo que foi
atualizado e à partir de 1990, o sistema apresenta 11 ordens:
1. HISTOSSOL: solos orgânicos (epipedon hístico)
2. ANDISSOL: presença de epipedon hístico (turfoso)
3. ESPODOSSOL: horizonte espódico, ex. Espodossolos
4. OXISSOL: horizonte óxico, ex. Latossolos
5. VERTISSOL: solos argilosos escuros com contração e expansão, ex.
vertissol.
6. ARIDISSOL: solos de região árida, ex. alguns planossolos
7. ULTISSOL: horizonte argílico ou kandico e distróficos, ex. Argissolos
distrófico, alguns Nitossolos
8. MOLISSOL: epipedon mólico, ex. Chernossolos
9. ALFISSOL: horizonte argílico ou kandico, eutróficos, ex. Argissolos
Vermelho Amarelo (PV) eutrófico
10. INCEPTISSOL: horizonte câmbico, ex. Cambissol
11. ENTISSOL: solo jovem (A-R), na classificação brasileira corresponde aos
Neossolos
SUB-ORDEM: baseado principalmente no regime hídrico dos solos.
Assim os principais regimes hídricos dos solos (e não sub-ordens), são
descritos a seguir:
1. AQUICO: solo está continuadamente saturado = condições redutoras
2. TÓRRIDO ou ÁRIDO: evaporação > ppt
101
3. ÚSTICO: solo se mantém mais de 90 dias cumulativos no ano sem água
disponível, ex. Brasil Central, parte do Estado de São Paulo.
4. ÚDICO: solo se mantém menos de 90 dias cumulativos no ano sem água
disponível, ex. maior parte do Estado de São Paulo.
5. PERÚDICO: chove ano todo, ex. parte da Amazônia.
NOMENCLATURA: feita através de métodos mnemotécnicos (nomes que auxiliam a
interpretação, oriundos do alfabeto latino e grego).
Assim as SUB-ORDEM podem ser por exemplo:
UDALF, USTALF, AQUALF, AQUOX, USTOX, UDOX.
GRANDE GRUPO: constituído pela sub ordem procedidas por elementos formativos
adicionais. Possuem três sílabas
Ex. EUTRUDOX, NATRUSTALF, TROPUDALF, ACRUSTOX, HAPLUSTOX,
TROPUDULTS, PALEUDULTS etc.
Significado de alguns prefixos utilizados em grande grupo:
EUTR = eutrófico, V ≥ 50% de 0-125 cm
ACR = ácrico = RC < 1,5 emg/100 argila (S + Al / % argila) x 100
GIBB = gibbsita > 30%
PALE = Velho = % argila não decresce de seu máximo por mais de 20%
(valor relativo) dentro dos primeiros 150 em do solo. Ex: se > % argila é 50 x 0,2 =
10. Para ser pale, argila não pode ser < 40%.
NATR = nátrico = presença de horizonte nátrico
HAPL = outros.
GRANDE GRUPO: Também é usado termos como typic (típico), lithic (lítico) e
paralítico; onde o 2° indica contato solo/rocha duro, e paralítico contato friável
(arenito).
Ex. TYPIC TROPUDALF, LITHIC TROPUDALF
FAMÍLIA: além das características utilizadas para o sub-grupo, emprega-se
outras como: textura, mineralogia, reação e temperatura do solo.
102
As classes de temperaturas do solo que ocorrem com mais freqüência no
Estado de São Paulo são:
TÉRMICO: 15 < Ts < 22°C e TV - I > 5°C Ts = temp. do solo
ISOTÉRMICO: 15 < Ts < 22°C e TV I < 5°C TV = temp. no verão
HIPERTÉRMICO: Ts > 22°C e TV - I > 5°C I = inverno
ISOHIPERTÉRMICO: Ts > 22°C e TV - I < 5°C
Ex. a classificação do solo em nível de família pode ser:
TYPIC TROPUDALF, ARGILOSO, MONTMORILONÍTICO, ÁCIDO,
ISOTÉRMICO
SÉRIES: designados por nomes dos locais nos quais foram primeiramente
descritos.
Solo formado no Estado de São Paulo (údico, isotérmico), por basalto, em
relevo plano, provavelmente poderá ser classificado:
ORDEM: OXISSOL
SUB ORDEM: UDOX
GRANDE GRUPO: ACRUDOX
SUB GRUPO: TYPIC ACRUDOX
FAMÍLIA: TYPIC ACRUDOX, ARGILOSO, GIBBSÍTICO, ÁCIDO,
ISOTÉRMICO
SÉRIE: TYPIC ACRUDOX, ARGILOSO, GIBBSÍTICO, ÁCIDO, ISOTÉRMICO,
SÉRIE BARRETOS.
Definições simplificadas das ordens, subordens e grande grupo de solos do
"Soil Taxonomy", 1975, (atualizadas encontradas nos trópicos para propósitos de
manejo.
103
Ordem Subordem Grande Grupo
OXISSOL solos com horizonte óxico (13 e.mg/100g de argila), consistindo de mistura de caulinita, óxidos de ferro e alumínio; baixo concentração de minerais intemperizáveis. Normalmente profundos, bem drenados, vermelho ou amarelo, baixa fertilidade, propriedades uniformes com a profundidade.
Udox Oxissóis com regime údico de umidade.
Sombriudox: horizonte escuro. Eutrudox: eutrófico (0 a 125cm) Acrudox: ácrico em algum horizonte 150cm) e pH KCl > 5 Kandiudox: Udox com + 40% de argila (0 a 18cm),com horizonte Kandico (0 a 150cm) Hapludox: outros
Ustox Oxissóis com regime ústico de umidade
Eutrustox: eutrófico (0 a 125cm) Acrustox: ácrico e pH KCl > 5 em alguma parte do óxico até 150cm Kandiustox: + 40% argila (0 a 18cm) e com horizonte kandico até 150cm. Haplustox: outros
Torrox Oxissóis com regime árido de umidade
Acrotorrox: ácrico Eutrotorrox: eutrófico
Perox Oxissóis com regime Perúdico
Sombriperox: horizonte sombrico Eutroperox: eutrófico Acroperox: horizonte ácrico Kandiperox: + 40% de argila 0-18cm e com horizonte kandico até 150cm Haploperox: outros
Aquox Oxissóis com regime áquico de umidade
Acraquox: horizonte ácrico Eutraquox: horizonte eutrófico Kandiperox: horizonte kandico Haplaquox: outros
104
Ordem Subordem Grande Grupo
ULTISSOL solos com horizonte argílico, e/ou kandico com saturação de bases inferior a 50% na seção de controle. Normalmente profundo, drenagem boa a moderada, solos vermelho ou amarelo, maior concentração de minerais intemperizáveis do que os oxissóis, com algumas propriedades físicas indesej áveis, baixa fertilidade natural. Ultissóis podem ter horizonte óxico acima ou abaixo do argílico.
Udults Ultissol com regime údico de umidade.
Plinthudults: Plintita Flagiudults: presença de fragipan Kandiudultus: presença de kandico ou argílico, com
CTC fração argila < 22 emg e com decréscimo de argila < 20% (valor relativo) a partir de seu valor máximo na camada O a 150cm Kanhapludults: presença de kandico ou argílico com CTC fração argila < 22 emg, na > parte do horizonte Paleudults: argílico ou kandico com decréscimo de argila < 20% (valor relativo) a partir de seu valor máximo na camada de O a 150cm
Hapludults: Outros Ustults Ultissol com regime ústico de umidade.
Plinthustults: plintita Kandiustults: semelhante kandiudults Kanhaplustults: semelhante Kanhaplusdults Paleustults: semelhante Paleudults Rhodustul ts: epipedon com valor ≤ 3 (úmido) e argílico com valor < 5 (seco) Haplustults: Outros
Humilts Ultissóis com elevado concentração de mato
(horizonte sombrico) Palehumults: horizonte argílico profundo Plinthohumults: com plintita Kandihumults
Aquults Ultissol com regime áquico de umidade Paleaquults:
horizonte argílico muito profundo Plinthaquults: com plintita Fragiaquults: com fragipan Albaquults: horizonte A claro
105
Ordem Subordem Grande Grupo
ALFISSOL Solos com horizonte argílico e com saturação de bases superior a 50%. Semelhante aos Ultissóis porém apresentam elevada fertilidade natural.
Udalfs Alfissol com regime údico de umidade.
Natrudalfs: nátrico Glossudalfs: horizonte albico penetra no argílico Kandiudalfs: semelhante o kandiudults Kanhapludalfs: semelhante ao kanhapludults Paleudalfs: decréscimo de argila < 20% (valor relativo) a
partir de seu valor máximo na camada de 0-150cm
·Rhodudalfs: argílico + vermelho 5YR, valor < 3-,5 úmido e seco não mais que 1 unidade superior ao úmido
Hapludalfs: Outros Ustalfs Alfissol com regime ústico de umidade
Kandiustalfs: semelhante ao kandiudults Kanhaplustalfs: semelhante ao kanhapludults Paleustalfs: semelhante ao paleudults Rhodustalfs: semelhar-te ao Rhodustults Plinthustalf: com plintita Natrustalfs: com horizonte nátrico Haplustalfs: Outros
Aqualfs Alfissol com regime áquico de umidade
Fragiaqualfs: presença de fragipan Plinthaqualf: com plintita Natraqualf: horizonte nátrico Duraqualf: com duripan Kandiaqualfs: CTC fração argila < 22 emg no kandico ou
Argílico
106
Ordem Subordem Grande Grupo
ARIDISSOL solos com regime árido de umidade, com diferenciação de horizontes.
Argids Aridissol com horizonte argílico ou nátrico
Nadurargis: presença de duripan e nátrico Paleargid: horizonte argílico muito profundo Natrargid: horizonte nátrico Durargid: com duripan Haplargid: outros
Orthids Aridissolo sem horizonte argílico
Sarthid: com horizonte sálico Paleorthid: solo profundo Caciorthid: com horizonte cálcico Gypsiorthid: com horizonte gípsico Camborthid: com horizonte câmbico Durorthid: com duripan
Ordem Subordem Grande Grupo
INCEPTISSOL solos jovens com horizonte câmbico Aqueps Inceptissol com regime áquico de umidade
Tropaquept: tropical Humaquept: tem horizonte úmbrico ou mólico Halaquept: salino Sulfaquept: solo com horizonte sulfúrico Plintaquept: com plintita Haplaquept: Outros
Tropepts Outros inceptissóis dos trópicos
Distropept: baixa saturação de bases Eutropept: elevada saturação de bases Ustropept: com regime ústico de umidade Humitropept: com elevado concentração de
matéria orgânica Ochrept Presença de horizonte ócrico
Fragiochrept: presença de fragipan Darochrept: presença de duripan Ustochrept: com regime ústico Eutrochrept: eutrófico entre 25 e abaixo da
superfície Dystrochrept: Outros
107
Ordem Subordem Grande Grupo
ENTISSOL solos jovens ocorrendo apenas um epipedon ócrico e sem horizontes de subsuperfície
Aquents Entissol com regime áquico de umidade
Tropaquent: dos trópicos Fluvaquent:alúvios
Arent Arranjamento desordenado dos horizontes
Ustarents: com regime ústico Udarents: com regime údico
Fluvents Entissóis de origem aluvional recente
Tropofluvent: trópico Ustifluvent: com regime ústico de umidade Torrifluvent: com regime árido de umidade
Psamments Entissol arenoso
Tropopsamment: trópico Ultipsamment:com regime ústico de umidade Torripsamment:com regime árido de umidade Quartzipsamment: principalmente com
dominância de quartzo na areia (90%)
Udipsamment: regime údico Orthents Outros Entissóis tropical
Troporthent:trópico Ustorthent:com regime ústico de umidade Torriorthecom regime árido de umidade
Ordem Subordem Grande Grupo
VERTISSOL solos argilosos e mais do que 5% de minerais 2:1 na fração argila. Normalmente expande e contrai, micro - relevo "gilggai" e superfícies de pressão faces dos agregados.
Usterts Vertissol com regime ústico de umidade.
Cromustert: cor clara, croma ≥ 2 Pelustert: cor escura
Udert Vertissol com regime údico de umidade.
Chromuderts: croma ≥ 2 Paleuderts: Outros
108
Ordem Subordem Grande Grupo
MOLISSOL solos com horizonte mólico (elevado concentração de matéria orgânica, macio quando seco e saturação de bases suprior a 50%.
Rendols Molissol desenvolvido de calcário (designado
como Rendzina), sem horizontes argílico, regime údico.
Ustols Molissol com regime ústico de umidade.
Paleustolls: decréscimo de argila < 20% na camada de 0 a 150cm e com horizonte argílico mais vermelho que 10YR e croma > 4 mais vermelho 7,5YR ou croma > 5
Argiustolls: com horizonte argílico Haplustolls: Outros
Udolls Paleudolls: semelhante paleustolls
Argiudolss: presença de horizonte argílico Hapludolls:outros
13. BIBLIOGRAFIA CITADA
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usada em levantamentos pedológicos no Brasil. B. Inf. Soco Bras. Cio Solo,
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Agronômicas. Levantamento de reconhecimento de solos no Estado de São
Paulo. Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas, 1960. 634p. (Boletim 12) .
DEMATTÊ, J.L.I. Manejo de solos ácidos dos trópicos amazônica,
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RESENDE, M.; CURI, N. e SANTANA, D.L. Pedologia e fertilidade do solo:
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LINKS
Nome - Vox Scientiae
Descrição – Página sobre voçorocas.
Url - http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/voxscientiae/william13.html
Nome: Ambiente Brasil
Descrição: Artigos sobre erosão do solo
Url:
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agropecuario/index.html&c
onteudo=./agropecuario/erosao.html
Nome: Universidade de Brasília – Instituto de Geologia
Descrição: Glossário de termos geológicos.
Url: http://www.unb.br/ig/glossario/
Nome: Revista Biotecnologia
Descrição: Página que traz um glossário de termos agronômicos.
Url: http://www.biotecnologia.com.br/bioglossario/
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Regime hídrico dos solos do Brasil (Wambeke,1981)
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