Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

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PEDOLOGIA Prof. Dr. Fabio Olivieri de Nobile ELABORADO POR: Prof. Dr. José Frederico Centurion Prof. Dr. Itamar Andrioli IBGE

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PEDOLOGIA Prof. Dr. Fabio Olivieri de Nobile

ELABORADO POR: Prof. Dr. José Frederico Centurion Prof. Dr. Itamar Andrioli

IBGE

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ÍNDICE 1. CONCEITO DE SOLO ________________________________________________ 1

2. CARACTERÍSTICAS E ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS DO SOLO ___________ 3

2.1. Composição do solo ________________________________________________ 3 2.1.1. Solos arenosos ____________________________________________________________ 4

2.1.2. Solos argilosos ____________________________________________________________ 4

2.1.3. Solos Siltosos _____________________________________________________________ 4

2.1.4. Transição _________________________________________________________________ 5

2.1.5. Cor do solo ________________________________________________________________ 7

2.1.6. Granulometria e Textura ___________________________________________________ 13

2.1.7. Estrutura _________________________________________________________________ 16

2.1.8. Consistência _____________________________________________________________ 22

2.1.9. Os agregados ____________________________________________________________ 25

2.1.10. Porosidade ______________________________________________________________ 26

2.1.11. Densidade do solo _______________________________________________________ 27

2.1.12. Compactação ___________________________________________________________ 27

3. GLOSSÁRIO ______________________________________________________ 28

4. MINERAIS DE ARGILA _____________________________________________ 30

4.1. O significado do termo ARGILA ______________________________________ 30 4.2. Minerais de Argila Silicatados ________________________________________ 30 4.3. Argilas constituídas de óxidos e hidróxidos de Ferro e Alumínio _____________ 33 5: CAPACIDADE DE TROCA DOS COLÓIDES DO SOLO ____________________ 35

5.1. ORIGEM DAS CARGAS DAS PARTÍCULAS ____________________________ 35 5.1.1. Cargas constantes ou permanentes _________________________________________ 35

5.1.2. Cargas variáveis ou dependentes do pH _____________________________________ 36

5.2. DELTA pH E PONTO DE CARGA ZERO (PCZ) _________________________ 37 6. FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃODE SOLOS ___________________ 41

6.1. Clima___________________________________________________________ 41 6.1.1. Temperatura _____________________________________________________________ 41

6.1.2. Vento ____________________________________________________________________ 41

6.1.3. Precipitação ______________________________________________________________ 41

6.2. Relevo__________________________________________________________ 41 6.3. Organismos _____________________________________________________ 42 6.4. Tempo__________________________________________________________ 42 6.5. Material de origem ________________________________________________ 43 6.6. Processos de formação de solos _____________________________________ 44 7. MORFOLOGIA DO SOLO ___________________________________________ 48

8. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS ________________________________________ 55

Material Orgânico ____________________________________________________ 55 Material Mineral ______________________________________________________ 55 Atividade da Fração Argila (valor T) ______________________________________ 55 Saturação por Bases (valor V%) _________________________________________ 56 Caráter Alumínico ____________________________________________________ 56 Mudança Textural Abrupta _____________________________________________ 56 Plintita _____________________________________________________________ 56 Petroplintita _________________________________________________________ 57 Caráter Ácrico _______________________________________________________ 57 Cauliníticos e Oxídicos ________________________________________________ 57 Cor e Concentração de Óxidos de Ferro ___________________________________ 57 OUTROS ATRIBUTOS ________________________________________________ 58 9. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS _________________________ 60

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9.1 - Horizonte Hístico _________________________________________________ 60 9.2 - Horizonte A Chernozêmico _________________________________________ 60 9.3 - Horizonte A Proeminente __________________________________________ 61 9.4 - Horizonte A Húmico _______________________________________________ 61 9.5 - Horizonte A Antrópico _____________________________________________ 61 9.6 - Horizonte A Fraco ________________________________________________ 62 9.7 - Horizonte A moderado _____________________________________________ 62 10. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS _____________________ 63

10.1 - Horizonte B Textural _____________________________________________ 63 10.2 - Horizonte B Latossólico ___________________________________________ 64 10.3 - Horizonte B Incipiente ____________________________________________ 65 10.4 - Horizonte B Espódico ____________________________________________ 66 10.5 - Horizonte E Álbico _______________________________________________ 66 10.6 - Horizonte B Plânico ______________________________________________ 67 10.7 - Horizonte B Nítico _______________________________________________ 67 10.8 - "Ortstein" ______________________________________________________ 68 10.9 - Horizonte Plíntico _______________________________________________ 68 10.10 - Horizonte Litoplíntico ____________________________________________ 68 10.11 - Horizonte Glei _________________________________________________ 68 10.12 - Fraqipã ______________________________________________________ 69 10.12 - Duripã _______________________________________________________ 69 10.13 - Horizonte Cálcico ______________________________________________ 70 10.14 - Horizonte Petrocálcico ___________________________________________ 70 10.15 - Horizonte Sulfúrico _____________________________________________ 70 10.16 - Horizonte Vértico _______________________________________________ 70 11. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (EMBRAPA 1999) _ 72

12. CLASSIFICAÇÃO AMERICANA = 7ª APROXIMAÇÃO = SOIL TAXONOMY

(1975). ____________________________________________________________ 100

13. BIBLIOGRAFIA CITADA __________________________________________ 108

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1. CONCEITO DE SOLO

Dentre as diversas definições de solo, a que melhor se adapta ao

levantamento pedológico é a do Soil taxonomy (1975) e do Soil survey manual

(1984):

“Solo é a coletividade de indivíduos naturais, na superfície da terra,

eventualmente modificado ou mesmo construídos pelo homem, contendo matéria

orgânica viva e servindo ou sendo capaz de servir à sustentação de plantas ao ar

livre. Em sua parte superior, limita-se com o ar atmosférico ou águas rasas.

Lateralmente, limita-se gradualmente com rocha consolidada ou parcialmente

desintegrada, água profunda ou gelo. O limite inferior é talvez o mais difícil de

definir. Mas, o que é reconhecido como solo deve excluir o material que mostre

pouco efeito das interações de clima, organismos, material originário e relevo,

através do tempo.”

Em razão da necessidade de se fazer referência a determinados solos ou

porções deles, alguns termos ou expressões passaram a integrar o cotidiano dos

cientistas de solos. A seguir serão relacionados alguns, que são empregados com

razoável freqUência na área de Pedologia, cuja conceituação está de acordo com o

Vocabulário de ciência do solo, de Curi (1993).

Solo - material mineral e/ou orgânico inconsolidado na superfície da terra que

serve como meio natural para o crescimento e desenvolvimento de plantas

terrestres.

Observação: O termo solo, quando empregado em sistemas taxonômicos, se

refere a todas as partes do perfil do solo, presentes acima do material de origem

(camadas e horizontes genéticos).

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Perfil de ARGISSOLO VERMELHOAMARELO Eutrófico típico. Goiânia - GO.

Solum - parte superior e pressupostamente mais intemperizada do perfil do

solo, compreendendo somente os horizontes A e B (excluído o BC).

Solo autóctone - solo desenvolvido a partir de material de origem

proveniente das rochas imediatamente subjacentes.

Solo alóctone - solo desenvolvido de material de origem não proveniente das

rochas subjacentes. Podem ter natureza distinta ou compatível com as rochas

subjacentes. A natureza alóctone é de difícil percepção no campo quando se tratam

de solos de constituição semelhante à das rochas subjacentes. Linhas de pedras

(stone lines) de formato arredondado ou subarredondado (seixos), geralmente são

indícios de descontinuidade entre os solos e as rochas locais. Porém não é uma

regra geral, visto que ocorrem linhas de pedras em perfis de solos (angulosas),

devido a outros condicionantes.

Solo azonal - solo que não apresenta influência marcante da zona climática

e/ou da vegetação do ambiente em que está inserido.

Observação: geralmente solos jovens, onde o tempo foi insuficiente para seu

desenvolvimento sob a influência dos condicionantes locais, são assim

caracterizados.

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Solo zonal - solo desenvolvido sob a influência dos condicionantes climáticos

e da vegetação do local.

Observação: geralmente trata-se de solo bem desenvolvido, tendo havido a

formação de todos os horizontes (A, B e C).

Solo halomórfico - solo cuja gênese foi muito influenciada pelo excesso de

sais.

Solo de mangue - solo halomórfico de áreas alagadas, formado sob

influência de marés e com vegetação característica, denominada mangue.

Solo transportado - solo formado a partir de depósitos superficiais não

consolidados do tipo colúvio1.

Stone line (pedras subarredondadas) em perfil de ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Eutrófi co típico. Anápolis – GO.

Stone line (pedras angulosas) em perfil de LATOSSOLO VERMELHO Distrófi co típico. Posse – GO.

2. CARACTERÍSTICAS E ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS DO SOLO

2.1. Composição do solo

O solo é constituído de partículas de diferentes tamanhos. Sua parte mineral

é composta de: argila, silte, areia, cascalho, calhau, matacão.

1 Solo de vertentes, parcialmente alóctone de muito pequeno transporte, misturado com solos e fragmentos de

rochas trazidas das zonas mais altas, geralmente mal classificado e mal selecionado. A gravidade, enxurradas e avalanches com deslizamentos de solos e rochas, trazem material que se mistura com o solo local da encosta para formar o coluvião.

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• argila (< 0,002 mm)

• silte (0,002 - 0,05 mm)

• areia (0,05 - 2 mm)

• cascalho (2 mm - 2 cm)

• calhau (2 - 20 cm)

• matacão (> 20 cm)

2.1.1. Solos arenosos

Os solos arenosos caracterizam-se pela boa aeração o que ajuda na

penetração da água e no desenvolvimento de raízes de plantas.

Além disso, eles geralmente são de fácil mecanização apesar do desgaste

que eles podem causar às máquinas devido ao atrito.

2.1.2. Solos argilosos

Os solos argilosos não são tão arejados, mas possibilitam um grande

armazenamento de água.

Isto quer dizer que eles são menos permeáveis, ou seja, a água passa mais

lentamente entre os poros ficando então armazenada.

Porém, existem alguns solos brasileiros que mesmo sendo compostos em sua

maioria por argila, diferem-se por apresentar grande permeabilidade. Isto acontece

devido a sua composição que possui grande quantidade de óxidos de alumínio

(gibbsita) e de ferro (goethita e hematita).

Deste modo, são formados pequenos grãos que se assemelham ao pó-de-

café fazendo com que o terreno tenha um comportamento semelhante ao arenoso.

Esse tipo de solo é denominado Latossolo.

2.1.3. Solos Siltosos

Solos com grande quantidade de silte, geralmente são muito erodíveis. O silte

não se agrega como a argila e ao mesmo tempo suas partículas são muito

pequenas e leves.

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2.1.4. Transição

Descreve-se como transição entre horizontes ou camadas, a faixa de

separação entre os mesmos, definida em função da sua nitidez ou contraste,

espessura e topografia.

Quanto à nitidez ou contraste e espessura, a transição é classificada como:

Abrupta - quanto a faixa de separação é menor que 2,5cm;

Clara - quando a faixa de separação varia entre 2,5 e 7,5cm;

Gradual - quando a faixa de separação varia entre 7,5 e 12,5cm; e

Difusa - quando a faixa de separação é maior que 12,5cm.

Quanto à topografia a transição é classificada como (Figura 1):

Plana ou horizontal - quando a faixa de separação dos horizontes é praticamente

horizontal, paralela à superfície do solo;

Ondulada ou sinuosa - quando a faixa de separação é sinuosa, sendo os

desníveis, em relação a um plano horizontal, mais largos que profundos;

Irregular - quando a faixa de separação dos horizontes apresenta, em relação a um

plano horizontal, desníveis mais profundos que largos; e

Quebrada ou descontínua - quando a separação entre os horizontes não é

contínua.

Figura 1- Exemplos de tipos de transição

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Observação: As informações referentes à transição devem ser registradas ao

final da descrição morfológica de cada horizonte ou camada, considerando a

seqüência: topografia - nitidez. Exemplo: transição irregular e clara.

Profundidade e espessura dos horizontes e camadas

Em alguns solos a profundidade dos limites dos horizontes ou camadas, varia

dentro do mesmo perfil (Figura 2). Deve-se então registrar a profundidade e

espessura verificadas na parte do perfil que é mais comum ou representativa no

local do exame. A profundidade do limite inferior de um horizonte coincide com a do

limite superior do horizonte subjacente.

Após a separação dos horizontes ou camadas, efetua-se a medida de suas

profundidades e espessuras de acordo com os seguintes critérios:

- A profundidade é obtida colocando-se uma fita métrica ou trena na posição

vertical, fazendo-se coincidir o zero da mesma com a parte superior do horizonte ou

camada superficial do solo e fazendo-se a leitura de cima para baixo a partir da

marca zero. Para cada um dos horizontes ou camadas, anota-se então a medida

observada nos seus limites superior e inferior. No caso de horizontes ou camadas

com limites de transição ondulada ou irregular, anota-se o valor médio, conforme

exemplos abaixo. Devem-se juntamente anotar a unidade utilizada,

preferencialmente centímetros.

- A espessura por sua vez, deve ser anotada ao final da descrição

morfológica, sempre que se tratar de horizontes ou camadas com transição

ondulada, irregular ou quebrada e deve conter as espessuras dos limites máximos e

mínimos.

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Figura 2- Exemplo de tomada de profundidades e espessuras para solos com

transição plana e ondulada

2.1.5. Cor do solo

As cores dos solos são mais convenientemente definidas por meio de

comparação com cartas de cores. Normalmente se utiliza para determinação de

cores de solos, parte da coleção de cores do livro Munsell (Munsell book of color)

(Figura 3). Esta parte do livro, também denominada Munsell soil color charts, contém

somente aquela porção de cores necessária para a caracterização dos solos.

As principais ou mais comuns edições do Munsell soil color charts, contêm

sete cartas (correspondentes a sete notações de matiz) que somam 199 padrões de

cores, organizados com base nas variáveis matiz, valor e croma, apresentados na

forma de caderno ou caderneta.

As notações de matiz em número de sete, são representadas pelos símbolos

10R, 2,5YR, 5YR, 7,5YR, 10YR, 2,5Y e 5Y, que são formados pelas iniciais em

inglês das cores que entram em sua composição (R de red - vermelho; Y de yellow -

amarelo e YR de yellow-red - vermelho-amarelo), precedidos de algarismos arábicos

de 0 a 10, organizados a intervalos de 2,5 unidades.

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Dentro de cada composição de matiz (R, YR ou Y), os algarismos crescem da

esquerda para a direita da caderneta, representando o aumento da participação do

amarelo em detrimento da participação do vermelho. O ponto 0 de cada composição

de matiz, coincide com o ponto de máxima participação da composição anterior e

não é representado. Assim os símbolos de matiz variam sempre de 2,5 a 10 para

cada composição, sendo 5 a posição central.

As notações de valores indicam a maior ou menor participação do branco ou

do preto (claridade ou escurecimento) em relação a uma escala neutra (acromática)

e variam de 0 a 10, posicionadas em escala vertical no lado esquerdo das páginas

das cartas, aumentando a intervalos regulares da base para o topo. A notação zero

corresponde ao preto absoluto e o 10 ao branco absoluto.

As notações de croma indicam o grau de saturação pela cor espectral. São

representadas horizontalmente no fundo das páginas das cartas, aumentando de 0 a

8 (no caso das cartas de solos). O croma zero corresponde a cores absolutamente

acromáticas (branco, preto e cinzento) e na sua representação a notação de matiz é

substituída pela letra N de neutra.

Em síntese, os cadernos ou cadernetas de cores para solos, contêm

comumente sete cartas ou cartões de cores, correspondentes a sete notações de

matiz, sendo cada uma delas constituída de duas páginas, ambas contendo o

respectivo símbolo em sua parte superior. Na página da direita constam os vários

padrões de cores pertinentes àquela notação de matiz, junto a perfurações em forma

de círculo, que têm o objetivo de facilitar a comparação das amostras com os

diversos padrões de cores. Na página da esquerda, constam os códigos de notação

de valor e croma correspondentes a cada padrão de cor, junto ao nome da cor em

inglês.

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Figura 3- Arranjamento de notações e padrões de cores em uma carta de cores

para solos

Para a seleção correta da carta ou cartão de matiz no qual a cor da amostra

está inserida, aconselha-se posicionar a amostra do lado direito da caderneta de

cores aberta (Foto 1), e alternando-se as páginas das várias cartas, proceder a

comparação da cor da amostra com o conjunto de padrões de cores constantes em

cada notação de matiz.

Foto 1 - Exemplo de tomada de cor

Depois de selecionada a carta do matiz, obtém-se as notações de valor e

croma por comparação direta da amostra de solo com cada um dos padrões de

cores constantes na mesma (Foto 2). Para isto, deve-se aproximar a amostra do

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verso da página que contém os padrões de cores e proceder à comparação

posicionando a mesma nas perfurações existentes, até se detectar o padrão de cor

mais parecido. Em poucos casos, a cor da amostra será exatamente igual à da

carta, deve-se então anotar a cor mais próxima.

Foto 2- Exemplo de tomada de cores

Os seguintes procedimentos são recomendados:

- Fazer a determinação da cor em amostra úmida para todos os horizontes do

perfil.

- Para os horizontes “A” devem-se registrar as cores determinadas em

amostra úmida e seca, objetivando a distinção entre os vários tipos.

- No caso de dúvida para identificação de horizonte E, deve-se fazer também

a determinação da cor em amostra seca para o mesmo.

- Deve-se especificar se a determinação da cor foi feita em amostra seca ou

úmida. Se houver registro somente de uma notação de cor, fica subentendido que

este se refere à cor determinada em amostra úmida.

- Nas descrições de perfis, o registro das cores deverá obedecer ao seguinte

padrão: nome da cor em português (conforme quadro 1) e, entre parênteses,

notações de matiz, valor e croma, seguido da condição em que foi determinada a

cor, usando sempre a seqüência: úmido, seco. Exemplo: bruno-escuro (10YR 3/3,

úmido) e bruno (10YR 5/3, seco).

- Anotar nas descrições de perfis, no item Observações, se o perfil foi descrito

com chuva, em época seca ou chuvosa, céu nublado, à sombra, dentro da mata, ou

seja, informar as condições de luminosidade.

- Restringir ao máximo a interpolação de cores.

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Quando estritamente necessário interpolar matizes, procurar fazer o registro

final da interpolação com números inteiros que mostrem as tendências de evolução

da cor no perfil do solo. Exemplo: Interpolação de matizes 2,5YR e 5YR, porém

tendo o perfil tendência para o amarelo, registrar 4YR.

Para interpolação de valores e cromas, usar o valor médio, porém registrar

apenas o nome da cor de maior tendência no perfil. Exemplo: Interpolação de

cromas: 2,5YR 4/6 e 2,5YR 4/4, com tendência para 2,5YR 4/6, registrar vermelho

(2,5YR 4/5).

Quadro 1 - Correspondência em português para os nomes de cores

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- Mosqueados

Um horizonte pode ter cor única ou apresentar multiplicidade de cores. No

caso de haver predominância de uma cor sobre as demais se têm os mosqueados, e

quando não se pode distinguir uma cor como sendo de fundo (matriz), tem-se a

coloração variegada. Para os mosqueados, descreve-se a cor da matriz (cor de

fundo), a(s) cor(es) do(s) principal(is) mosqueado(s) e a caracterização dos

mosqueados, conforme especificado a seguir:

Quantidade (Figura 4):

Pouco - menos de 2% da área é mosqueada

Comum - de 2 a < 20% da área é mosqueada

Abundante - 20% ou mais da área é mosqueada

Figura 4- Exemplos de percentuais de mosqueados

Tamanho:

Pequeno - eixo maior inferior a 5 mm

Médio - eixo maior de 5 a 15 mm

Grande - eixo maior superior a 15 mm

- Coloração variegada

Na caracterização de horizonte com coloração variegada, deve-se fazer o

registro conforme exemplo que segue:

Coloração variegada constituída de: bruno-acinzentado (10YR 5/2), bruno-

forte (7,5YR 5/8) e bruno-oliváceo-claro (2,5YR 5/4).

No caso de ocorrência de coloração variegada com manchas de tamanho

pequeno e muito pequeno e arranjamento complexo, pode-se registrar

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estimativamente as cores mais prontamente perceptíveis, usando-se denominações

genéricas aproximadas, conforme exemplo abaixo:

Coloração variegada, com mescla de cores avermelhadas, acinzentadas e

esbranquiçadas.

2.1.6. Granulometria e Textura

Os termos granulometria ou composição granulométrica são empregados

quando se faz referência ao conjunto de todas as frações ou partículas do solo,

incluindo desde as mais finas de natureza coloidal (argilas), até as mais grosseiras

(calhaus e cascalhos).

O termo textura, por sua vez, é empregado especificamente para a

composição granulométrica da terra fina do solo (fração menor que 2 mm de

diâmetro).

Expressa a participação em g kg-1 das suas várias partículas constituintes,

separadas por tamanho, conforme especificado a seguir, que corresponde à escala

de Atterberg modificada:

Fração Diâmetro (mm)

Argila < 0,002 Silte 0,002 - < 0,05

Areia fina 0,05 - < 0,2 Areia grossa 0,2 - < 2

Em caso de estudos especiais de solos (Por exemplo: estudos para

determinação da erodibilidade dos solos), costuma-se necessitar de determinações

granulométricas de forma mais detalhada, separando-se mais, algumas das frações

mencionadas acima, conforme especificado a seguir:

Fração Diâmetro (mm)

Argila < 0,002 Silte 0,002 - < 0,05

Areia muito fina 0,05 - < 0,1 Areia fina 0,1 - < 0,25

Areia média 0,25 - < 0,5 Areia grossa 0,5 - < 1

Areia muito grossa 1 - < 2

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Pelo fato das várias frações ocorrerem no solo, sempre em combinações as

mais diversas possíveis, necessário se faz o seu agrupamento em classes texturais,

conforme diagrama mostrado a seguir.

Triângulo textural: classes texturais da fração terra fina

De acordo com os conteúdos de areia, silte e argila, estimados em campo ou

determinados com análises de laboratório, são caracterizadas então as seguintes

classes de textura: areia, silte, argila, areia-franca, franco, franco-argiloarenosa,

franco-argilosa, franco-arenosa, argiloarenosa, muito argilosa, argilossiltosa, franco-

argilossiltosa e franco-siltosa.

A textura no campo é avaliada em amostra de solo molhada, através de

sensação de tato, esfregando-se a amostra entre os dedos após amassada e

homogeneizada. A areia dá sensação de atrito, o silte de sedosidade e a argila, de

plasticidade e pegajosidade.

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Grupamentos de classes de textura

Constitui característica distintiva de unidades taxonômicas com respeito à

composição granulométrica e distingue os vários solos considerando as classes

texturais primárias de textura, agrupadas conforme os seguintes critérios:

► Arenosa - Compreende as classes texturais areia e areia-franca

►Argilosa - Compreende classes texturais ou parte delas tendo na composição

granulométrica de 350 a 600 g kg-1 de argila

►Média - Compreende classes texturais ou parte delas tendo na composição

granulométrica menos de 350 g kg-1 de argila e mais de 150 g kg-1 de areia,

excluídas as classes texturais areia e areia-franca

►Muito argilosa - Compreende a classe textural muito argilosa com mais de 600 g

kg-1 de argila

►Siltosa - Compreende parte de classes texturais que tenham silte maior que 650 g

kg-1, areia menor que 150 g kg-1 e argila menor que 350 g kg-1.

Guia para grupamentos de classes de textura

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2.1.7. Estrutura

A estrutura do solo é definida pela forma como as partículas de areia, silte ou

argila se organizam juntamente com a matéria orgânica.

Ela é uma das mais importantes características físicas do solo, pois influência

de forma marcante no crescimento das raízes, no movimento da água e do ar e na

atividade microbiana. Fatores climáticos, ciclos de umedecimento e secagem,

atividade biológica e atividade humana (práticas de manejo) podem modificá-la ao

longo do tempo. Se a estrutura for devidamente tratada por técnicos especializados,

o solo pode ter uma maior produtividade e aproveitamento.

Macroestrutura - A macroestrutura do solo, ou seja, a estrutura descrita

macroscopicamente no campo é caracterizada segundo suas formas (tipo de

estrutura), grau de desenvolvimento (grau de estrutura) e seu tamanho (classe de

estrutura).

Na caracterização dos tipos de estrutura as seguintes situações podem

ocorrer (Figura 5):

a) Ausência de agregação das partículas - O material se apresenta em

partículas individualizadas, sem coesão2 entre si. Neste caso, a estrutura deve ser

registrada como grãos simples. Esta situação é comum em horizontes ou camadas

de textura arenosa.

b) Presença de agregação entre as partículas - se arranjam em formatos

específicos, e são assim caracterizados.

2 pode ser definida de uma forma genérica como a resistência ao cisalhamento de um solo quando não há

nenhuma pressão externa sobre ele. Cisalhamento: é um tipo de tensão gerado por forças aplicadas em sentidos opostos, porém em direções semelhantes no material analisado

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Figura 5- Exemplos de tipos de estrutura

Laminar - aquela onde as partículas do solo estão arranjadas em torno de uma linha

horizontal, configurando lâminas de espessura variável, ou seja, figuras geométricas

regulares onde as dimensões horizontais são sempre maiores que as verticais.

Este tipo de estrutura pode ocorrer em regiões secas e frias com ocorrência

de congelamento e podem ser também produzidas por compactação (pisoteio,

motomecanização, implementos, etc.), comumente nos horizontes superficiais (A e

E) e em alguns casos podem ser herdados da rocha matriz, neste caso, são mais

comuns nos horizontes C de alguns solos.

Prismática (Foto 3 e 4)- Estrutura onde as partículas se arranjam em forma de

prisma (com faces e arestas), sendo sua distribuição preferencialmente ao longo de

um eixo vertical e os limites laterais entre as unidades são relativamente planos.

Portanto, as dimensões verticais são maiores que as horizontais.

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Foto 3- Exemplos de estrutura grande prismática Foto 4- Exemplo de estrutura muito grande prismática (subtipo colunar)

Ambas têm as dimensões verticais maiores que as horizontais, porém diferem

entre si pelo formato da extremidade superior que é anguloso ou “arestado” no caso

do subtipo prismática e mais arredondado ou “abaulado” no caso do subtipo colunar.

São típicas de horizonte B, sendo verificadas também no horizonte C. O subtipo

colunar é característico de solos com horizonte plânico sódico.

Exemplo de estrutura muito grande prismática (subtipo colunar)

Exemplo de estrutura muito grande prismática

Blocos (poliédricas) - estrutura em que as partículas estão arranjadas na forma de

polígonos mais ou menos regulares, ou seja, com tamanho equivalente para as três

dimensões. É bastante difundida em solos e muito comum em horizontes B,

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particularmente B dos tipos textural, plânico e nítico, com textura argilosa. São

reconhecidos dois subtipos:

- Blocos angulares - tem as faces planas, formando arestas e ângulos

aguçados.

Exemplos de estrutura grande em blocos angulares

Exemplos de estrutura média em blocos subangulares e angulares

- Blocos subangulares - ocorre mistura de faces planas e arredondadas,

com poucas arestas e ângulos suavizados.

Exemplos de estrutura muito grande em blocos subangulares

Granular - as partículas estão arranjadas em torno de um ponto, formando

agregados arredondados, cujo contato entre as unidades não se dá através de faces

e sim de pontos. São também reconhecidos dois subtipos: granular e grumos, que

se diferenciam pela porosidade, sendo que os grumos são mais porosos.

Page 23: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

20

Exemplos de estrutura muito pequena, pequena e média granular

Exemplos de estrutura média e grande granular

Graus de estrutura - estão relacionados às condições de coesão dentro e fora dos

agregados (percentual de agregação das partículas). Devem ser avaliados no

campo, observando-se conjuntamente a maior ou menor facilidade de separação

das unidades estruturais através das superfícies de fraqueza e o percentual de

agregados na massa do solo, de acordo com os seguintes critérios:

Sem agregação - Agregados não discerníveis.

Fraca - Agregados pouco nítidos (difícil separação) e com proporção inferior a de

material não agregado. Exemplo: Alguns horizontes B incipientes e alguns

horizontes B texturais de textura média.

Moderada - Nitidez intermediária com percentual equivalente de unidades

estruturais (agregados) e material não agregado. As unidades estruturais são bem

evidentes in situ.

Forte - Agregação nítida, com separação fácil dos agregados e praticamente

inexistência de material não-agregado. Exemplo: Estrutura tipo “pó de café” do

horizonte B de Latossolos Vermelhos distroférricos e eutroférricos (Latossolos

Roxos) e estrutura tipo “grãos de milho” de Nitossolos Vermelhos (Terras Roxas

Estruturadas).

Classes de estrutura - definidas pelo seu tamanho, de acordo com os seguintes

critérios:

Page 24: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

21

A observação da estrutura no solo tem sua clareza alterada em função do

grau de umidade. Logo, é necessário observar o grau de umidade ideal para

observação de campo. Segundo experiência que se tem a condição mais favorável é

o material do solo ligeiramente mais seco do que úmido. Não é recomendado

descrever estrutura em amostra molhada.

A caracterização da estrutura deverá ser feita pelo registro do grau, seguido

do registro da classe e do tipo de estrutura, conforme exemplo: Para horizonte “B”

latossólico tipo “pó-de-café”, a estrutura deverá ser descrita como: forte muito

pequena granular.

Quando o horizonte apresentar mais de um tipo de estrutura, sendo algumas

unidades arranjadas ou formando outras unidades estruturais maiores, trata-se de

estrutura composta e neste caso deve-se descrever primeiramente a estrutura maior

e secundariamente a menor. É comum ocorrerem no horizonte B ou C de alguns

solos, como Gleissolos, Planossolos e Nitossolos (Terras Roxas Estruturadas) e o

registro deve ser feito conforme o exemplo a seguir: forte grande prismática

composta de forte média blocos angulares e subangulares.

Quando o horizonte apresentar mais de um tipo de estrutura, porém

ocorrendo de forma independente na massa do solo, descrevem-se os dois tipos,

sendo que em primeiro lugar o que tiver maior ocorrência. É comum esta situação no

horizonte A de muitos solos. O registro deve ser feito da seguinte maneira: Exemplo:

moderada pequena granular e fraca pequena blocos subangulares.

Page 25: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

22

Microestrutura - A microestrutura dos solos é objeto de estudo na parte de

micromorfologia, que tem grande importância para esclarecimento dos processos

genéticos e avaliação do intemperismo dos mesmos.

A pedogênese altera a posição e o tamanho dos constituintes dos solos, e o

conhecimento do arranjamento final dos mesmos pode dar informações seguras

sobre fenômenos ocorridos e mesmo de alguns aspectos do comportamento dos

solos, desde que não se perca de vista as correlações de interdependência entre o

micro e macro características dos solos.

O estudo da micromorfologia se procede através de seções finas (lâminas) de

amostras indeformadas de solo, analisadas com uso de microscópio ótico

polarizante, e, por conseguinte, requerem amostragem e técnicas especiais, o que

de certa forma dificulta o seu emprego de forma sistemática em levantamentos de

solos. Em razão disto vem sendo utilizado com o propósito principal de

complementação e/ou confirmação de informações em estudos de gênese.

2.1.8. Consistência

Termo usado para designar as manifestações das forças físicas de coesão e

adesão verificadas no solo, conforme variação das concentrações de umidade. A

terminologia para a consistência inclui especificações distintas para a descrição em

4 estados de umidade padronizados: solo seco, úmido, molhado e muito molhado. A

consistência do solo quando seco e úmido (dureza e friabilidade, respectivamente)

deve ser avaliada em material não desagregado.

A consistência do solo quando seco é caracterizada pela dureza ou

tenacidade. Para avaliá-la, deve-se selecionar um torrão seco e comprimi-lo entre o

polegar e o indicador. Assim, tem-se:

- Solta - Não coerente entre o polegar e o indicador.

- Macia - fracamente coerente e frágil, quebrando-se em material pulverizado ou

grãos individuais sob pressão muito leve.

- Ligeiramente dura - fracamente resistente à pressão, sendo facilmente quebrável

entre o polegar e o indicador.

- Dura - moderadamente resistente à pressão. Pode ser quebrado nas mãos, sem

dificuldade, mas dificilmente quebrável entre o indicador e o polegar.

Page 26: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

23

- Muito dura - muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser

quebrado nas mãos. Não quebrável entre o indicador e o polegar.

- Extremamente dura - extremamente resistente à pressão. Não pode ser quebrado

com as mãos.

A consistência do solo quando úmido é caracterizada pela friabilidade que é

determinada num estado de umidade aproximadamente intermediário entre seco ao

ar e a capacidade de campo.

A resistência da amostra de solo diminui com o aumento do conteúdo de

água, e a precisão das descrições de campo dessa forma de consistência é limitada

pela precisão da estimativa do conteúdo de água na amostra.

Para avaliação dessa consistência, deve-se selecionar e tentar esboroar entre

o polegar e o indicador uma amostra (torrão) que esteja ligeiramente úmida, tendo-

se:

- Solta - não coerente.

- Muito friável - o material do solo esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-

se por compressão posterior.

- Friável - o material do solo esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada

entre o polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior.

- Firme - o material do solo esboroa-se sob pressão moderada entre o indicador e o

polegar, mas apresenta resistência distintamente perceptível.

- Muito firme - o material do solo esboroa-se sob forte pressão. Dificilmente

esmagável entre o indicador e o polegar.

- Extremamente firme - o material do solo somente se esboroa sob pressão muito

forte. Não pode ser esmagado entre o indicador e o polegar e deve ser fragmentado

pedaço por pedaço.

Determinação da consistência em amostra seca.

Page 27: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

24

No caso de material estruturado, difícil de ser umedecido, por ficarem as

amostras molhadas externamente, porém secas internamente, em razão de o

material absorver água muito lentamente e com dificuldade, pode-se optar pela não

descrição da consistência úmida.

Consistência do solo quando molhado e muito molhado caracteriza a

plasticidade e pegajosidade e é determinada em amostra pulverizada e

homogeneizada, com conteúdo de água ligeiramente acima ou na capacidade de

campo, tendo-se:

a) Plasticidade - é a propriedade que pode apresentar o material do solo de mudar

continuamente de forma, pela ação da força aplicada, e de manter a forma

imprimida, quando cessa a ação da força.

Para determinação de campo da plasticidade, rola-se, depois de amassado, o

material do solo entre o indicador e o polegar e observa-se se pode ser feito ou

modelado um fio ou cilindro fino de solo, com cerca de 4 cm de comprimento,

conforme figura abaixo:

Critérios para determinação da plasticidade

Preparação da amostra para determinação da plasticidade

Avaliação da plasticidade

O grau de resistência à deformação é expresso da seguinte forma:

- Não plástica - nenhum fio ou cilindro fino se forma;

Page 28: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

25

- Ligeiramente plástica - forma-se um fio de 6mm de diâmetro e não se forma

um fio ou cilindro de 4mm;

- Plástica - forma-se um fio de 4mm de diâmetro e não se forma um fio ou cilindro

de 2mm e;

- Muito plástica - forma-se um fio de 2mm de diâmetro, que suporta seu próprio

peso.

b) Pegajosidade - é a propriedade que pode apresentar a massa do solo de aderir a

outros objetos. Para avaliação de campo, a massa do solo quando molhada e

homogeneizada é comprimida entre o indicador e o polegar, e a aderência é então

observada. Os graus de pegajosidade são descritos da seguinte forma:

- Não pegajosa - após cessar a pressão não se verifica, praticamente, nenhuma

aderência da massa ao polegar e/ou indicador;

- Ligeiramente pegajosa - após cessar a pressão, o material adere a ambos os

dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há apreciável

esticamento ou alongamento quando os dedos são afastados;

- Pegajosa - após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos e,

quando estes são afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-se, ao invés de

desprender-se de qualquer um dos dedos; e

- Muito pegajosa - após a compressão, o material adere fortemente a ambos os

dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles são afastados.

A verificação da consistência em amostra molhada, para solos muito

intemperizados (solos ácricos), como é o caso de boa parte dos Latossolos,

demanda que se trabalhe bem a amostra com as mãos, com o intuito de desfazer

completamente os agregados, visto que tais solos apresentam-se com estrutura

granular forte, que pode dificultar a avaliação desta característica.

2.1.9. Os agregados

O agregados são organizações de partículas em pequenos grupos que

definem a estrutura do solo.

Os agregados se formam devido à ação de substâncias que grudam as

partículas umas nas outras, denominadas agentes cimentantes, que podem ser

compostos por materiais orgânicos, óxidos de ferro e de alumínio, carbonatos ou

Page 29: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

26

principalmente sílica e argila. Esses agregados podem, por sua vez, se juntar

novamente formando conjuntos maiores que podem ser de diferentes tipos: esferas,

blocos, colunas, prismas ou lâminas.

O tipo de estrutura de um solo pode determinar vários aspectos importantes

quanto ao seu comportamento físico. Porém, em alguns solos, não se observam

agregados de forma nítida. Nestes casos, duas situações são mais comuns:

• grãos simples: são grãos arenosos que não são ligados por agentes

cimentantes, ou seja, aparecem soltos e independentes;

• estrutura maciça: como o próprio nome sugere, refere-se a uma massa

compacta, sem planos naturais de corte, comuns nos horizontes compactados e

encrostados (encrostamento superficial, pé de arado ou grade) ou adensados

(constituindo os horizontes endurecidos geneticamente).

2.1.10. Porosidade

Porosidade, vazios, ou espaço poroso do solo referem-se à proporção de ar e

água no solo e dependem muito da concentração, do tipo de argila e da estrutura.

Os poros dos solos podem ser resultantes:

• das forças de penetração de raízes

• da água

• de organismos (micro, meso e macrofauna)

• da expansão de gases

• da expansão e contração de raízes

• da organização dos agregados

• da própria porosidade da partícula primária.

Basicamente, o espaço poroso do solo refere-se aos vazios entre os

agregados chamados de macroporos e aos vazios dentro dos próprios agregados

chamados de microporos.

Macroporos

Os macroporos são resultado da disposição dos agregados, da ação da

mesofauna e raízes e da expansão e contração da massa do solo.

Page 30: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

27

Eles estão relacionados às trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico e ao

fluxo de água por gravidade: infiltração, drenagem e transporte de solutos.

Microporos

Os microporos encontram-se intra-agregados e estão relacionados com a

retenção de água devido à adesão molecular que prende gases, vapores ou

matérias em solução na superfície de corpos sólidos.

Por adsorção, eles prendem por afinidade molecular a água a maiores

tensões e a torna menos disponível para as plantas.

Além disso, os microporos permitem o desenvolvimento de pêlos absorventes

do sistema radicular, a colonização por fungos e bactérias além da difusão de

nutrientes. Quanto maior a proporção de micro em relação aos macroporos de um

solo, menor é a infiltração de água e pior o arejamento (troca gasosa).

2.1.11. Densidade do solo

A densidade do solo é a relação entre a massa e o volume do solo.

Tecnologias mais avançadas, como o caso da irrigação, fertirrigação

(fertilizantes misturados à água canalizadas no sistema de irrigação), melhorias

genéticas entre outras, têm suprido uma série de deficiências possibilitando a

exploração agrícola durante praticamente todo o ano no Brasil.

No entanto, por se tratarem de práticas caras o agricultor tende, em geral, a

explorar o solo de forma contínua visando pagar os gastos realizados. Isso acaba

levando ao uso intensivo e indiscriminado do solo, o que pode aumentar a sua

densidade (compactação).

2.1.12. Compactação

Compactação do solo é definida como um processo de rearranjo de partículas

com uma diminuição do espaço poroso.

Page 31: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

28

A compactação é tida como uma modificação feita pelo homem (antrópica) no

solo causado principalmente pelo manejo inadequado ou intensivo de meios

mecânicos, como pressão de pneus e implementos agrícolas, ou pisoteio intensivo

do solo por animais.

A compactação modifica várias propriedades do solo, como estado de

estrutura, porosidade, difusão de O2, taxa de infiltração, entre outras, causando uma

maior resistência mecânica ao crescimento radicular além de diminuir a aeração do

solo. Esses fatores limitam o crescimento e o desenvolvimento das plantas.

3. GLOSSÁRIO

argila – material constituído de partículas com menos de 1/256 mm de

diâmetro.

antrópica – refere-se a ação do homem sobre a natureza e seus efeitos sobre

o meio ambiente.

calhau – fragmento rochoso menor que o matacão e maior que o seixo, com

diâmetro entre 64 e 256 mm.

camalhão – técnica de terraceamento para conservação do solo que consiste

em fazer pequenas ondulações num terreno de pequeno declive, usando maquinário

agrícola.

edáfico – relativo ao solo, parte agrícola mais ativa no solo.

energia potencial – função que equipara o trabalho final ao trabalho inicial de

uma força, determinado-a como força conservativa.

eutróficos – significa “bem nutrido”, usado também em aqüicultura para

determinar a quantidade de nutrientes num sistema aquático.

fertirrigação – aplicação de fertilizante por meio de irrigação.

latossolo – solo formado basicamente por argila mas com grande quantidade

de grãos de minério de alumínio ou ferro, o que lhe dá uma maior permeabilidade.

matacão – fragmentos de rocha com mais de 25 cm de diâmetro,

apresentando muitas vezes forma esferoidal.

mesofauna – em ciências do solo, refere-se aos animais que são maiores que

40 microns de comprimento, o que é aproximadamente um terço da espessura de

Page 32: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

29

um fio de cabelo humano. Exemplos típicos de animais da mesofauna são os

nematóides e os ácaros.

mulch – é qualquer material que é espalhado pelo solo para impedir o impacto

direto das gotas de chuva e assim evitar ou minimizar os efeitos da erosão.

piping – escorrimento de água por baixo da superfície do solo, causando

erosão.

ravinas – grande depressão no solo produzida pelo escoamento de grandes

quantidades de água.

silte – fragmentos de minerais menores que a areia fina e maiores que a

argila, medindo entre 1/256 mm a 1/16 mm.

silvicultura – estudo de maneiras de regenerar e melhorar áreas florestais.

simbiose – associação de dois seres vivos para benefício mútuo.

voçoroca – ravina muito profunda, desenvolvida por erosão acentuada,

geralmente causada por desmatamento seguido de plantio de gramíneas para pasto.

Page 33: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

30

4. MINERAIS DE ARGILA

4.1. O significado do termo ARGILA

É uma fração do solo (partícula) < 2µ (0,002 mm). O termo é usado também

para designar a classe textural de um solo. É uma fração constituída de argilas

silicatadas e argilas oxídicas (óxidos de Al e Fe).

4.2. Minerais de Argila Silicatados

Definição: São minerais cristalinos que apresentam um arranjamento

sistemático e regular dos átomos, moléculas e íons, nas suas três dimensões.

Forma: Inicialmente consideradas sabe-se que são partículas laminadas em

placas.

A alta atividade das argilas está relacionada ao fato de ser constituído em

forma de placas, o que aumenta em muito a superfície específica do material por

unidade de peso.

Estrutura: São constituídas de tetraedros de Si e octaedros de Al (Figura 1.1.).

Organização mineralógica:

Com base no número e na arrumação das camadas tetraédricas (de sílica) e

octaédricas (de alumina), contidas nas unidades cristalográficas, as argilas são

classificadas em quatro grupos:

a) Minerais tipo 1:1 (sílica-alumina);

b) Minerais tipo 2:1 (2 sílica - 1 alumina), expansíveis entre as unidades

cristalográficas;

c) Minerais tipo 2:1 inexpansíveis;

d) Minerais. tipo 2:2

a) Minerais do tipo 1:1: (caulinita, haloisita, anauxita, diquita).

A caulinita é a que existe em maior quantidade (mais importante para os

nossos solos). As unidades são retidas em conjunto, com muita rigidez, portanto o

Page 34: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

31

reticulado está fixado e não existe expansão entre as unidades, quando a argila é

molhada (Figura 1.2.). As principais características da caulinita são apresentadas a

seguir:

* Cátions e Água não penetram no entremeio das unidades.

* Cada camada unitária possui espessura de 7,2 Angstrom (Å = 10-8 cm)

* Há pequena substituição isomórfica.

* Tamanho grande em relação à Montmorilonita 2-0, 2µ

* Reduzida plasticidade (capacidade de moldagem), coesão, contração e

dilatação.

b) Minerais expansíveis tipo 2:1 (Montmorilonita, vermiculita, beidelita,

nontronita e saponita)

* Montmorilonita é a mais importante (que mais ocorre nas nossas condições)

(Figuras 1.3.).

* As unidades cristalográficas são frouxamente retidas entre si por fracos elos

de oxigênio.

* Ocorre atração de água e cátions entre as unidades ocasionando expansão

dos retículos do cristal.

* Ocorre substituição isomórfica.

* Apresenta elevada CTC, grande coesão e contração ao secar.

* Espaçamento de 9,6 a 21,4 Å.

* Na parte interna há entrada de cátions.

* Vermiculita é semelhante à montmorilonita (2:1) mas a camada octaédrica é

denominada por Mg ou Fe, em vez de Al íons de Mg são fortemente adsorvidos no

meio das unidades, mantendo-se juntas, portanto o grau de expansão é menor que

o da Montmorilonita, e com menor superfície interna (Figura 1.3.).

c) Minerais expansíveis tipo 2:1 (Ilita):

Semelhante à montmorilonita, mas parte do Si do tetraedredro é substituído

por AI, havendo íons K para compensar as cargas negativas expostas pela

substituição isomórfica.

Page 35: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

32

Figura 1.1. Croqui diagramático dos dois componentes moleculares básicos das argilas

silicatadas (Esquerda). Uma sílica tetraédrica, um bloco com estrutura molecular de quatro lados,

com um átomo de "silicon" rodeado por quatro átomos de oxigênio. Quando vários tetraedros de sílica

se encontram associados num mesmo plano, forma-se uma lâmina de sílica (Direita). Uma alumina

octaédrica específica, mostrando um átomo de alumínio, rodeado por seis hidroxilas ou oxigênios.

Uma lâmina de alumina é composta por numerosas unidades moleculares de oito lados, vinculados

entre si, por intermédio de átomos de oxigênio compartilhados. Para fácil visualização, os átomos de

oxigênio são representados como se tivessem o mesmo tamanho dos átomos de "silicon" e de

alumínio. Na realidade, os oxigênios possuem um raio muito maior.

Figura 1.2. Modelos de íons que formam a argila caulinita tipo "1: 1". Nota-se que o mineral é

formado de lâminas alternadas octaédricas (alumina) e tetraédricas (sílica); donde resulta a

designação "1:1". Íons alumínio rodeados por seis hidroxilas formam a lâmina octaédrica (esquerda

acima), os íons menores "silicon" rodeados por quatro íons de oxigênio formam a lâmina tetraédrica,

que são acoplados em conjunto (centro), para produzir camadas com hidroxilas, numa superfície e·

com oxigênios, na outra. Um desenho esquemático dos íons (direita) mostra um corte da camada ou

unidade cristalográfica.

Page 36: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

33

Figura 1.3. Modelo de duas unidades cristalográficas da montmorilonita, mineral argiloso de

reticulado expansível tipo 2:1. Cada camada é formada por uma lâmina octaédrica, de permeio com

duas lâminas tetraédricas (sílica). Existe pouca atração entre os íons oxigênio na lâmina de fundo de

uma unidade e os da lâmina de topo de outra, que permite expansão pronta e variável entre as

camadas. Esta superfície interna é muito maior do que a superfície externa que rodeia o cristal. Nota-

se que o magnésio substitui o alumínio em alguns locais na lâmina octaédrica, o que ocasiona uma

carga negativa, responsável pela elevada capacidade de permuta de cátions deste mineral argiloso.

* Existe a presença de íons K ligando as camadas unitárias, impedindo que a

presença de água venha a expandir a estrutura.

* Portanto a Ilita é praticamente inexpansível.

* Adsorção de cátions, expansão, contração e plasticidade são menores que a

Montmorilonita.

No NE do Brasil existem algumas áreas com presença de Ilita.

d) Minerais do tipo 2:2 (cloritas):

* Pouca expansão, semelhante à Ilita.

4.3. Argilas constituídas de óxidos e hidróxidos de Ferro e Alumínio

Predominam em solos de regiões tropicais, de alto intemperismo (com alta

umidade e temperatura).

Gibbsita Al2O3.3H2O - óxido hidratado de AI

Goetita Fe2O3.H2O - óxido hidratado de Fe

Limonita Fe2O3.xH2O - variável

Hematita Fe2O3 - óxido de Fe

Page 37: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

34

Este último é o que predomina em nossos solos.

Goetita confere cor amarelada aos solos, ocorrendo em ambiente úmido (de

redução), enquanto que a hematita confere a cor vermelha (oxidação).

Admite-se que:

* Possuem estrutura cristalina definida.

* Pouca carga negativa (baixa CTC).

* Baixa coesão, baixa plasticidade, e melhores condições físicas.

Solo com argila 2:1 é péssimo em termos físicos (alta pegajosidade quando

ocorrem chuvas), vantagem é a alta CTC.

Page 38: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

35

5: CAPACIDADE DE TROCA DOS COLÓIDES DO SOLO

5.1. ORIGEM DAS CARGAS DAS PARTÍCULAS

As cargas das partículas de colóides do solo podem ser positivas ou

negativas, variáveis ou permanentes. O aparecimento destas cargas está

relacionado diretamente ao processo de intemperismo. A tabela 2.1. apresenta

alguns valores de CTC e CTA de alguns minerais de argila e da matéria orgânica.

Tabela 2.1. Características das cargas de alguns minerais da fração argila em emg/100g de argila de alguns solos e da matéria orgânica.

Material Capacidade de Troca Catiônica Capacidade de Troca

Aniônica Permanente Variável Total

Montmorilonita 112 6 118 1 Vermiculita 85 0 85 0 Ilita 11 8 19 3 Haloisita 6 12 18 15 Caolinita 1 3 4 2 Gibbsita 0 5 5 5 Goetita 0 4 4 4 Alofana 10 41 51 17

Turfa 38 98 136 6 Mat. orgânica 150 - 500

CTC variável depende do pH.

Alofana: material de argila de origem vulcânica, não tem estrutura, é amorfo,

não é comum no Brasil.

5.1.1. Cargas constantes ou permanentes

São originadas pela substituição isomórfica no interior do colóide, durante o

processo de formação do mineral.

Ex.: Substituição de um íon Al+++ por um íon Mg++ ou de Si++++ por Al+++.

Ocorrem em minerais 2:1.

Configuração da lâmina octaédrica das argilas silicatadas com cargas

satisfeitas.

Page 39: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

36

3

Figura 2.1. Configuração atômica na lâmina octaédrica das argilas silicatadas, sem

substituição (esquerda) e com substituição de um íon alumínio por um íon magnésio (direita). Nota-se

que, onde não houve substituição as três valências positivas do alumínio estão atendidas pelo

equivalente a meia valência, para cada um dos seis oxigênios ou hidroxilas. Com magnésio no lugar

do alumínio, apenas quatro meias valências estão atendidas, deixando meia valência não atendida,

em cada um dos dois átomos de oxigênio. Estas duas meias valências fornecem um saldo de uma

carga negativa, que precisa ser atendida por um cátion adsorvido.

5.1.2. Cargas variáveis ou dependentes do pH

- É a mais comum em nossas regiões.

- Aparecem na superfície do colóide devido às variações de pH.

- Ocorre na caulinita, óxidos de Fe, Al e matéria orgânica.

- pH alto ⇨ cargas negativas no solo.

- pH baixo ⇨ cargas positivas no solo.

3 São ligações químicas entre íons com o íon central do poliedro para atingir a neutralidade

Page 40: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

37

Figura 2.2. Diagrama da borda quebrada de um cristal de caulinita. Com valores elevados de

pH, os íons hidrogênio tendem a ficar frouxamente retidos (ligação eletrostática), podendo ser

permutados por outros cátions (1). Em pH baixo H+ é ligado covalentemente (forte) predominando

carga positiva (2).

Na matéria orgânica, as cargas negativas aparecem em função da

dissociação de grupos fenólicos e carboxilicos. (Figura 2.3.).

Figura 2.3. Aparecimento de cargas negativas nos grupos fenólicos e carboxílicos.

Forma de aumentar a CTC do solo: adicionar Matéria Orgânica

5.2. DELTA pH E PONTO DE CARGA ZERO (PCZ)

Delta pH = pH KCl - pH H2O = v= PCZ - pH do solo

v densidade de carga variável

Delta pH positivo tem um balanço de cargas positivo (cargas positivas

maiores que cargas negativas) → CTA.

Page 41: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

38

A maior parte dos nutrientes são cátions, e com CTA estes não ficam retidos,

ficando em solução sujeitos à lixiviação antes de serem absorvidos pelas plantas.

Têm-se uma maior retenção de ânions, como o fósforo, por exemplo, que fica fixado

(fortemente retido).

Portanto, CTA → Lixiviação de cátions e maior retenção de ânions.

Delta pH = O → PCZ = pH da solução no qual o número de cargas negativas

é igual ao número de cargas positivas. Exemplo:

PCZ=5 → no pH=5, o número de cargas positivas é igual ao número de

cargas negativas.

Acima de 5 predominam as cargas negativas

Abaixo de 5 predominam as cargas positivas.

Abaixo de PCZ → > n° de +

Acima de PCZ → > n° de -

Delta pH = PCZ - pH do solo

Figura 2.4. Esquema do PCZ em solos com cargas permanentes, dependentes de pH e

permanente mais dependente.

Quando há mistura de 2:1 (cargas permanentes) e cargas dependentes,

ocorre PCZ em pH mais baixo. Há contribuição de cargas permanentes (negativas).

- Para abaixar o PCZ coloca-se Matéria Orgânica, pois a mesma é fonte de

cargas negativas, sendo necessário cargas positivas do solo para neutralizá-las, e

isto implica em redução do pH do solo.

Page 42: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

39

- Calagem não muda o PCZ, não adiciona cargas negativas, muda só o pH do

solo.

- Fosfatagem: cria carga negativa que abaixa o PCZ, como se verifica na

Figura 2.5.

Figura 2.5. Adsorção de fosfato pelos óxidos hidratados de Alumínio e aparecimento de

cargas negativas.

A Figura 2.6. apresenta o balanço de cargas na superfície dos colóides dos

horizontes A e B de dois solos com elevado concentração de óxido.

Figura 2.6. Balanço de cargas na superfície do colóide dos horizontes A e B em Latossolo

Roxo (Oxissol).

A diferença dos valores de PCZ do horizonte A em relação ao B é devido à

contribuição de Matéria Orgânica, conforme é apresentado à seguir:

Page 43: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

40

SOLO ------------------------ PCZ ------------------------ HORIZONTE A HORIZONTE B

PVA 1,6 4,0 TER 1,9 2,7 LVA 3,3 5,5 LA 3,1 6,3 LR 3,5 6,0

Delta pH mais comum é que seja negativo.

Quando delta pH é positivo, o solo entra na ordem dos oxissóis, que

correspondem aos Latossolos.

Page 44: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

41

6. FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃODE SOLOS

Fatores: o solo é f (clima, relevo, tempo, organismos, material de origem).

Processos de formação pertencem às categorias de adição, perda, transporte

e transformação (processos internos).

6.1. Clima

O clima e os organismos são os fatores ativos, ou seja, os que liberam

energia para o meio.

6.1.1. Temperatura

Coordenadora das reações bioquímicas e de desenvolvimento de

microrganismos, havendo uma faixa ideal para seu desenvolvimento e para cada

reação bioquímica.

À medida que aumenta a temperatura, aumenta a hidrólise (correlação

positiva).

6.1.2. Vento

Provoca o ressecamento das camadas superficiais e a erosão, provocando

ainda adição de poeira e sais. No Brasil a erosão eólica não é muito acentuada.

6.1.3. Precipitação

Está ligada com a hidrólise, com o fato de se poder ter água excedente (ou

gravitacional) que causa a lixiviação. É um agente transportador e em clima seco há

um movimento ascedente de água carregando sais para os horizontes mais

superficiais. No Nordeste a evapotranspiração é maior que a precipitação, ocorrendo

o movimento ascendente de água e sais em solução, tornando salinas as camadas

superficiais do solo.

6.2. Relevo

A ação do relevo está ligada à dinâmica da água. Toda água que cai na parte

alta do relevo infiltra, enquanto na encosta parte dela se infiltra e parte escoa

lateralmente, provocando a erosão (run off). Por influência do relevo mais água têm-

se solo mais profundo na parte mais alta e mais raso na encosta.

Page 45: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

42

6.3. Organismos

Considera-se os microrganismos, a flora, a fauna, o homem, etc., que atuam

como elementos ativos no processo de transporte e transformação (da M.O. em

húmus, por exemplo) .

A cobertura vegetal diminui a agressividade dos elementos climáticos,

aumenta a atividade biológica e adição de matéria orgânica; influi na variação da

temperatura e da precipitação.

Exemplo: solos da floresta tropical úmida são mais desenvolvidos e solos de

regiões desérticas são menos desenvolvidos (porque há grande variação de

temperatura, menor atividade de microrganismos).

Fauna: cupins, minhocas, subdividem os materiais grosseiros, facilitando a

atividade dos microrganismos.

Homem: com atividades como aterros, cortes, drenagem, irrigação,

derrubadas, erosão provocadas por ele próprio, uso de fertilizantes, etc ..

6.4. Tempo

É o fator mais passivo, não adiciona material nem libera energia. Idade

absoluta são os anos passados desde o início da formação do solo até o momento.

Por exemplo, um solo formado no Pré-Cambriano é mais velho que um solo formado

no Quaternário.

Idade relativa ou Maturidade do solo é o grau de evolução sofrida. Pode-se ter

um solo do Quaternário que sofreu grande evolução em função de uma série de

Page 46: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

43

fatores e um solo do Pré-Cambriano não tão evoluído por ter sido submetido a uma

ação mais suave dos fatores de formação. Tudo na Natureza tende ao equilíbrio

"Steady State". A matéria orgânica é mais fácil de atingir este equilíbrio que os

minerais de argila.

6.5. Material de origem

Existe maior influência nos estágios iniciais de intemperização. Material de

origem é qualquer material que dá origem ao solo. Via de regra este material de

origem é a rocha.

a) Rochas e sedimentos: Ex. Basalto e Aluvião (sedimento arrastado pelo rio).

b) Produtos de alteração remanejados, evidenciados pela linha de pedra.

c) Produtos remanejados de pedogênese anterior: idem b, porém já sofreu

alteração antes do transporte (pré-intemperismo). Não há necessariamente a linha

de pedra. O material se deslocou e veio para o local já tendo sofrido pré-

intemperismo em seu local de origem.

O material de origem vai influenciar:

→ Fertilidade: em função da riqueza do material de origem o solo será mais

fértil ou não (também tem-se que levar em conta os processos de lixiviação).

→ Textura: presença de quartzo, etc.

→ Minerais de argila. (rnontmorilonita, ilita, caulinita, etc)

→ Cor do solo: Hematita dá origem a solo mais avermelhado enquanto

arenito originam solos mais amarelados.

Na região de Barretos-SP, o material de origem predominante é o basalto e o

arenito, sendo região de transição entre estes dois.

Oeste do Estado de São Paulo é área de ocorrência de arenito (grupo Bauru)

originando solo de textura arenosa. A região de Ribeirão Preto até o Rio Grande é

de ocorrência de Basaltos (Grupo São Bento e Intrusivas Básicas), assim como a

região de Assis-SP e Jaú-SP.

A figura 4.1. apresenta um esboço da Litologia4 do Estado de São Paulo,

sendo que os principais grupos são descritos a seguir:

4 pode se referir à ciência que estuda os processos de litificação, ou às categorizações referentes a esses

mesmos processos e aos tempos geológicos em que ocorreram

Page 47: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

44

GRUPO FORMAÇÃO ROCHA CARACTERÍSTICAS

Bauru

Caiuá Arenitos Podem apresentar cimento

carbonático Sto

Anastácio I I I I

Adamantina I I I I

Marília I I Presença comum de cimento carbonático

São Bento e intrusivas básicas

Serra Geral Basalto

Passa Dois

Botucatu Arenitos eólicos Pirambóia Arenitos fluviais

Irati Calcáreo, folhelho Corumbataí Argilito, folhelho

Tubarão Itararé

Folhelhos, siltitos e arenitos

Aquidauana Arenitos

Paraná Furnas Arenitos de depósitos marinhos

O Grupo Bauru é o que ocorre no Oeste do Estado de São Paulo e com

várias formações. O arenito da Formação Marília origina solos de boa fertilidade

natural (eutróficos).

A maior parte do Grupo no Estado de São. Paulo é da Formação Adamantina.

6.6. Processos de formação de solos

Pertencem às categorias de: adição, perda, transporte (translocação), e

transformação.

- Adição: entrada de material orgânico ou mineral no solo como sólidos,

líquidos e gases.

- Perda: saída destes materiais do solo.

- Translocação: de materiais orgânicos ou minerais do solo.

A tabela 4.1. apresenta os principais processos de formação de solos, de

acordo com Buol et al.1973.

Page 48: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

45

Figura 4.1. Esboço da distribuição das unidades litoestratigráficas no Estado de São Paulo.

Tabela 4.1. Principais processos de formação de solos e respectivas categorias. 1) ADIÇÃO - material orgânico e/ou mineral ao solo como sólidos, líquidos ou gases.

2) PERDA - desses materiais do solo.

3) TRANSLOCAÇÃO - de materiais de um ponto a outro no solo.

4) TRANSFORMAÇÃO - de materiais orgânicos e/ou minerais no solo.

TERMO CATEGORIA DEFINIÇÃO

1a. Eluviação 3

Movimento de material para fora de uma porção do solo como num horizonte álbico.

1b. Iluviação 3 Movimento de material para dentro de uma porção do solo como num horizonte argílico ou espódico.

2a. Lixiviação 2

Termo geral para "lavagem" ou eluviação de material solúvel do solo.

2b. Enriquecimento 1 Termo geral para adição de material no solo.

3a. Erosão 2 Remoção de material de superfície do solo.

3b. Cumulação 1 Adição de partículas minerais à superfície do solo.

4a. Decalcificação 3 Remoção de carbonato de cálcio no

Page 49: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

46

solo.

4b. Calcificação 3 Acúmulo de carbonato de cálcio no solo.

5a. Alcalinização (solanização)

3 Acúmulo de sódio no complexo de troca.

5b. Dealcalinização (solodização)

3 Lixiviação de sódio e sais de solos nátricos.

6a. Lessivagem 3

Migração de pequenas partículas do horizonte A para o B, provocando um enriquecimento relativo de argila no B (horizonte argílico).

6b. Pedoturbação 3

Reciclagem de materiais (biológica, física) levando a uma homogeinização de perfil (vertisolos)

7a. Salinização 3 Acúmulo de sais solúveis 7b. Desalinização 3 Remoção de sais solúveis

8a. Podzolização (silicatização)

3,4

Migração química de AI e Fe e/ou matéria orgânica, resultando numa concentração de silica na camada eluviada.

8b. Laterização 3,4

Migração química de sílica para fora do solo resultando numa concentração de óxidos e hidróxidos de Fe e AI no solo

9a. Decomposição 4 "Quebra" de substâncias minerais ou orgânicas.

9b. Síntese 4 Formação de novas espécies minerais ou orgânicas..

10a. Melanização 1, 3

Escurecimento devido à adição de matéria orgânica.

10b. Leucinização 3

Refere-se ao desaparecimento do material orgânico escuro tendo como consequência a formação de cores mais claras

TERMO CATEGORIA DEFINIÇÃO

11a. “Littering” 1 Acumulação de material orgânico e húmus na superfície do solo.

11b. Humificação 4 Transformação de material orgânico

Page 50: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

47

em húmus.

11c. Paludização 4

Acúmulo de matéria orgânica em grandes depósitos. (Formação de solos orgânicos).

11d. Amadurecimento 4

Após a paludização ocorre a transformação pedogenética, física, química e biológica dos depósitos (solos orgânicos).

11e. Mineralização 4 Liberação de componentes minerais da matéria orgânica.

12a. Brunificação 3, 4

Mudanças da coloração de solo devido à oxidação do Fe+2 dos minerais primários levando em conta diferentes estágios de hidratação dos óxidos de Fe+3 e diferentes proporções entre eles. Brunificação - Bruno Rubificação-vermelho-Amarelo. Ferruginação – vermelho

4b. Gleização 3, 4

Redução e hidratação das formas de Fe sob condições de saturação de água levando a formação de cores neutras, cinzas ou azuladas.

Page 51: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

48

7. MORFOLOGIA DO SOLO

Para classificar o solo, faz-se a divisão do perfil em horizontes e a sua

descrição. A classificação começa no campo com a descrição morfológica do perfil.

Horizonte do solo é definido corno uma seção de constituição mineral ou

orgânica, aproximadamente paralela à superfície do terreno, parcialmente exposta

no perfil do solo e dotada de propriedades geradas por processos formadores do

solo que lhe confere características de interrelacionamento com outros horizontes

componentes do perfil, dos quais se diferencia em virtude de diversas propriedades

resultantes de ação da pedogênese (Soil Survey Manual - USA, 1962).

Perfil do solo é a seção vertical que, partindo da superfície, aprofunda-se até

onde chega à ação do intemperismo, mostrando, na maioria das vezes uma série de

camadas dispostas horizontalmente, denominadas horizontes. O perfil é apenas um

corte. É, pois, um método de estudo e não o solo em si, uma vez que este é

tridimensional.

Principais horizontes

SNLCS (Serviço Nacional de Levantamento e Conservação do Solo) em 1962

→ Sistema Antigo de Classificação.

SNLCS 1986 → Sistema Atual

No sistema atual os principais horizontes são:

O: horizonte ou camada orgânica formada em condições de drenagem

desimpedida (sem estagnação de água). Restos orgânicos não incorporados ao solo

mineral.

O horizonte O é típico de matas.

Caracteriza-se pela presença de material reconhecido: folhas, galhos, ramos,

etc. na superfície do solo sem sofrer decomposição, portanto em solos de cultivo

não existe este horizonte.

H: horizonte ou camada orgânica, superficial ou não, formada por acúmulo de

resíduos vegetais. Formado com estagnação de água (ambiente redutor).

A: horizonte mineral superficial ou subjacente a horizonte O ou H, grande

atividade biológica e incorporação de matéria orgânica bastante mineralizada.

Page 52: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

49

É no horizonte A que se faz o cultivo. É mais escuro que os subjacentes

(contribuição de matéria orgânica).

Geralmente até 50 em.

E: horizonte mineral resultante da perda de argilas silicatadas, óxidos de Fe e AI

e matéria orgânica. Situa-se abaixo do A e tem cor mais clara, menos argila e

menos matéria orgânica.

Os Argissolos têm como característica marcante a presença do horizonte E.

B: horizonte mineral subsuperficial situado sob o E, A ou H.

Originado por transformação relativamente acentuada do material de origem

e/ou ganho de constituintes minerais ou orgânicos migrados de horizontes

suprajacentes (superiores).

O Horizonte B é mais estável, ou seja, sofre menores variações.

O horizonte A é comumente alterado pela ação do homem.

Se a classificação fosse pelo A, um solo classificado como distrófico, seria

depois de uma calagem classificado como eutrófico.

O horizonte B apresenta propriedades pedogenéticas mais estáveis e menos

vulneráveis à modificações e eventuais alterações provocadas pela ação

humana.

Horizonte B em solos de pouco intemperismo é de pouca profundidade ou

simplesmente inexistente.

Em geral, quanto mais profundo o horizonte mais alto o grau de intemperismo

do solo.

O latossolo é o solo mais intemperizado do mundo e o que tem maior

horizonte B.

C: horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum

(horizonte A e B). É a capa de produtos detríticos de alteração inicial das

rochas de origem.

F: horizonte ou camada mineral consolidada sob o horizonte A, E ou B, rico em

Fe e/ou Al e pobre em matéria orgânica. São bancos lateríticos ou bauxíticos

concrecionários, conhecido como pedracanga.

Page 53: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

50

R: camada mineral de material consolidado (rocha).

Horizontes transicionais: Quando as propriedades de dois horizontes se

associam e não há individualização destas.

Ex.: AO, AH, AB, AC, EB, BE, etc ..

Horizontes Intermediários: horizontes mesclados onde as partes são

identificáveis. Ex.: A/C, A/B, E/B, B/C, etc ..

Latossolo Litossolo

A

AB

B

Horizontes ou camadas subordinadas: são sufixos (letras minúsculas)

usadas para designar características específicas de horizontes.

Principais camadas subordinadas e horizontes de ocorrência:

c: concreções ou nódulo endurecido - A, B, E, C, (horizontes onde pode

ocorrer).

d: acentuada decomposição de material orgânico O, H.

f: material laterítico ou bauxítico A, B, C.

g: glei (redução de Fe) A, E, B, C.

o: material orgânico não decomposto O, H.

n: acúmulo de sódio trocável. H, A, B, C.

p: vem de "plow" (aração). Horizonte de cultivo A, H. Uma descrição de um

horizonte que foi arado ou gradeado deve constar p.

t: acúmulo de argila. B, usado para PVA, TRE.

v: características vérticas (típicas de argilas 2:1)

A

A/C

C

Page 54: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

51

w: intensa intemperização. B, latossolos.

SNLCS (1962) SNLCS (1986)

O ---------------------------------------------------------------------- O O1 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ Oo, Ood O2 ---------------------------------------------------------------------- Od,Ode - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ H A ---------------------------------------------------------------------- A - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ A/O - ---------------------------------------------------------------------- A/H A1 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ A A2 ---------------------------------------------------------------------- E A3 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ AB ou EB AB ---------------------------------------------------------------------- - - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ A/B A&B ---------------------------------------------------------------------- E/B AC ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ AC A/C ---------------------------------------------------------------------- A/C B ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B B1 ---------------------------------------------------------------------- BA ou BE - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B/A B&A ---------------------------------------------------------------------- B/E B2 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B B2 ---------------------------------------------------------------------- BC - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B/C - ---------------------------------------------------------------------- B/R - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ F C ---------------------------------------------------------------------- C C1 ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ CB - ---------------------------------------------------------------------- C/B - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ C/R R ---------------------------------------------------------------------- R - ▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫▫ B/C/R

A seguir serão apresentado alguns exemplos de solos com notação antiga e

atual (SNLCS, 1986).

Litossolo

A1

C

R

A

A/C

C

Classificação

antiga

Classificação atual

0-15 cm

15-40 cm

Page 55: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

52

Solo pouco intemperizado tendo a vantagem de poder apresentar maior

concentração de nutrientes, argilas 2:1 porém a desvantagem como saturação

rápida do solo proporcionando erosão e também limitação com o relevo (declividade

dificultando as operações agrícolas). Um solo é considerado bom ou não em função

do manejo a ser adotado. No espigão o solo é mais pobre (maior intemperismo),

porém adotando-se um manejo adequado este solo pode vir a ser muito bom porque

a baixa fertilidade pode ser compensada com calagem, adubação, associado ao

relevo que neste caso favorece a utilização do solo.

Na encosta, um solo rico em nutrientes pode sofrer sérias limitações devido à

declividade. Isto pode não ser tão limitante se adotado um manejo primitivo (plantio

manual).

Latossolo

Sempre que houver 2 letras (por ex.: BA) a primeira é predominante, tem

maior influência (no caso B) no solo.

Quanto maior a fertilidade maior o porte da vegetação, desde que a

profundidade não seja limitante.

Exceção é a Amazônia onde existe um ciclo de nutrientes com camada fértil

bem pequena. Portanto os nutrientes estão na vegetação e não no solo.

O Latossolo que é o nosso principal (> ocorrência) solo é pobre e muito

intemperizado.

Os melhores solos são os provenientes do basalto (ricos em minerais, em

nutrientes) e argiloso.

A grande vantagem do Latossolo são suas propriedades físicas. A fertilidade

não é limitante em função da possibilidade de recuperação com calagem, adubação,

etc ..

A1

B1

B21

B22

B23

A

BA

Bw1

Bw2

Bw3

Classificação

antiga

Classificação atual

0-20 cm

- 30

- 50

- 100

-180

Page 56: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

53

PVA Argissolo Vermelho Amarelo, antigo Podzólico Vermelho Amarelo

É também um solo de grande ocorrência não tendo limitação quanto à

profundidade. É um solo profundo, mas mais jovem que o Latossolo. Argila dos

horizontes E desceu e, portanto a textura é mais arenosa. Em cima é mais arenosos

→ infiltração rápida, depois ocorre textura mais argilosa → difícil infiltração →

facilidade de erosão.

Glei Pouco Húmido

Gleização é bastante variável. Se houver subida de nível da água o Glei

ocorre em horizontes superficiais. Não há horizonte B porque intemperismo é baixo.

Se houver será pequeno.

Descrição do Perfil do Solo: Convenção

Horizonte: espessura; designação da cor (úmido, seco); textura; estrutura tipo;

classe, grau; consistência, seco, úmido, molhado; outros (raízes, cerosidade,

transição etc).

Ex. : Ap: 0-15 cm; bruno-acinzentado muito escuro (10 YR 3/2, úmido), bruno-

claro-acinzentado (10 YR 6/3, seco); franco argilo-arenoso; blocos, média, forte;

duro, plástico e pegajoso; cerosidade comum; presença de seixos rolados

concentrados na parte inferior do horizonte.

Cerosidade é o rastro (marca visível) que fica entre os horizontes E e Bt

devido a caminhamento da argila do horizonte E para Bt.

2,5 YR 3/2

2,5 YR é a matiz (mistura vermelho-RED com amarelo-YELLOW)

Ap

A2

B22

B3

C

Ap

E

Bt2

BC

C

Ap

Ac

C1

C2

C

Ap

AC

CA

Cg

Cg

Classificação

antiga

Classificação atual

0-30 cm

- 70

- 140

- 160

- 200

Classificação

antiga

Classificação atual

0-30 cm

- 50

- 70

- 100

- 140

Page 57: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

54

3 é a tonalidade ou valor que é a mistura do branco + preto, onde 3 = branco

e 7 = preto.

2 é a intensidade ou croma que é mistura de matiz com tonalidade. Nesse

caso duas partes de matiz (2,5 YR) com 18 partes de tonalidades (para completar

20).

Matiz:

5,0R 7,5R 10R

0,0YR 2,5YR 5,0YR 7,5YR 10YR

0,0Y 2,5Y 5,0Y

100% R (RED) 50% 100% (YELLOW)

Matiz comum em nossos solos:

2,5 YR → solos avermelhados

7,5 YR → solos amarelados

Page 58: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

55

8. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS

Material Orgânico

É aquele constituído por compostos orgânicos, podendo comportar proporção

variavelmente maior ou menor de material mineral, desde que satisfaça os requisitos

que se seguem:

Doze por cento ou mais de carbono orgânico (expresso em peso), se a fração

mineral contém 60% ou mais de argila; 8% ou mais de carbono orgânico, se a fração

mineral não contém argila; valores intermediários de carbono orgânico proporcionais

a concentrações intermediários de argila (até 60%), isto é, % de C ≥ 8 + (0,067 x %

de argila), tendo por base valores de determinação analítica conforme o método

adotado pelo Centro Nacional de Pesquisa de Solos da Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária.

Material Mineral

É aquele formado, essencialmente, por compostos inorgânicos em vários

estágios de intemperismo. O material do solo é considerado material mineral quando

não satisfizer os requisitos exigidos para material orgânico (item anterior) .

Atividade da Fração Argila (valor T)

Refere-se à capacidade de troca de cátions (valor T) correspondente à fração

argila, calculada pela expressão:

x 100. Atividade alta (Ta) designa valor igual ou superior a 27 cmolc/kg

de argila e atividade baixa (Tb), valor inferior a esse, sem correção para carbono.

Este critério para distinguir classes de solos, exceto quando, por definição,

somente solos de argila de atividade alta ou somente de argila de atividade baixa

sejam compreendidos na classe em questão. Este critério não se aplica a solos das

classes texturais areia e areia franca.

Para essa distinção é considerada a atividade das argilas no horizonte B, ou

no C, quando não existe B.

Page 59: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

56

Saturação por Bases (valor V%)

Refere-se à proporção (taxa percentual) de cátions básicos trocáveis em

relação à capacidade de troca determinada a pH 7. Alta saturação especifica

distinção de solos com saturação por bases igual ou superior a 50% e baixa

saturação especifica distinção de solos com saturação por bases inferior a 50%.

Estes critérios se aplicam para distinguir classes de solos, exceto quando, por

definição, somente solos de alta saturação, ou somente de baixa saturação, sejam

compreendidos na classe de solo.

Caráter Alumínico

Refere-se à condição em que os materiais constitutivos do solo se encontram

em estado dessaturado e caracterizado por concentração de alumínio extraível > 4

cmolc/kg de solo, além de apresentar saturação por alumínio ≥ 50% e/ou saturação

por bases < 50%.

Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o concentração

de alumínio extraível no horizonte B.

Mudança Textural Abrupta

Mudança textural abrupta consiste em um considerável aumento no conteúdo

de argila dentro de pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ou E

e o horizonte subjacente B.

Quando o horizonte A ou E tiver menos que 20% de argila, o conteúdo de

argila do horizonte subjacente B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5 cm,

deve ser pelo menos o dobro do conteúdo do horizonte A ou E. Quando o horizonte

A ou E tiver 20% ou mais de argila, o incremento de argila no horizonte subjacente

B, determinado em uma distância vertical ≤ 7,5 cm, deve ser pelo menos de 20% a

mais em valor absoluto na fração terra fina (por exemplo: de 30% para 50%, de 22%

para 42%) .

Plintita

É uma formação constituída de mistura de argila, pobre em carbono orgânico

e rica em ferro, ou ferro e alumínio, com quartzo e outros materiais. A plintita não

endurece irreversivelmente como resultado de um único ciclo de umedecimento e

Page 60: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

57

secagem. Depois de uma única secagem, ela se reumedece e pode ser dispersa em

grande parte por agitação em água com agente dispersante.

No solo úmido a plintita é suficientemente macia, podendo ser cortada com a

pá. Após sofrer endurecimento irreversível, essa formação não é mais considerada

plintita, mas reconhecida como material concrecionário ferruginoso semiconsolidado

ou consolidado (ironstone) que vem a ser reconhecido como petroplintita. Tais

concreções podem ser quebradas ou cortadas com a pá, mas não podem ser

dispersas por agitação em água com agente dispersante.

Petroplintita

Material normalmente proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos

repetitivos de umedecimento e secagem sofre consolidação irreversível, dando lugar

à formação de concreções ferruginosas (“ironstone", concreções lateríticas, canga,

tapanhoacanga) de dimensões e formas variáveis (laminar, nodular, esferoidal ou

irregular) individualizadas ou aglomeradas.

Caráter Ácrico

O termo ácrico refere-se a materiais de solos contendo quantidades iguais ou

menores que 1,5 cmolc/kg de argila de bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) mais

Al3+ extraível por KCl 1N e que preencha pelo menos uma das seguintes condições:

• pH KCl 1N igual ou superior a 5,0; ou

• ∆ pH positivo ou nulo.

Cauliníticos e Oxídicos

A relação molecular

, Kr é usada para separar solos cauliníticos e

oxídicos, conforme especificações a seguir:

• solos cauliníticos: Kr maior que 0,75;

• solos óxidicos: Kr igual ou menor que 0,75.

Critério derivado de Resende & Santana (1988).

Cor e Concentração de Óxidos de Ferro

O uso de limites de matiz de cor (com base na proporção de hematita e

goethita) para diferenciar classes de solos foi estabelecido em amostras de

Page 61: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

58

Latossolos. Este estudo, mostra que é possível estabelecer até 3 classes; a

diferenciação de um maior número de classes é dificultada pela saturação da cor

vermelha quando a razão Hm/Hm + Gt é > 0,5. As classes possíveis indicadas não

incluem o concentração de ferro e são:

• classe de solos amarelos: com matiz mais amarelo que 5 YR,

(relacionados à razão Hm/Hm + Gt < 0,2);

• classe de solos vermelho-amarelos: com matiz 5 YR ou mais vermelho e

mais amarelo que 2,5 YR, (relacionados à razão Hm/Hm + Gt de 0,6 a 0,2); e

• classe de solos vermelhos: com matiz 2,5 YR ou mais vermelho,

(relacionados à razão Hm/Hm + Gt > 0,6).

O emprego dessas três classes associadas à concentração de óxidos de ferro

(Fe2O3 do ataque sulfúrico) possibilita uma melhor separação das classes de solo. A

inclusão da concentração de óxidos de ferro permite separar:

• solos com baixa concentração de óxidos de ferro: concentrações < 8%

(hipoférrico);

• solos com média concentração de óxidos de ferro: concentrações variando

de 8 a < 18% (mesoférrico);

• solos com alta concentração de óxidos de ferro: concentrações de 18% a <

36% (férrico); o termo férrico é aplicado também na classe dos NITOSSOLOS para

solos que apresentam concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) 2 15%; e

• solos com alta concentração de óxidos de ferro: concentrações 2 36%

(perférrico).

OUTROS ATRIBUTOS

Estes atributos, por si só, não diferenciam classes de solos, mas são

características importantes na definição de horizonte diagnóstico.

Cerosidade

São películas muito finas de material inorgânico de naturezas diversas,

orientadas ou não, constituindo revestimentos ou superfícies brilhantes nas faces de

elementos estruturais, poros, ou canais, resultantes de movimentação ou

Page 62: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

59

segregação de material coloidal inorgânico (< 0,002mm); quando bem desenvolvidos

são facilmente perceptíveis, apresentando aspecto lustroso e brilho graxo, sendo as

superfícies dos revestimentos usualmente livres de grãos desnudos de areia e silte.

Relação Silte/Argila

Obtida dividindo-se a percentagem de silte pela de argila, resultantes da

análise granulométrica. A relação silte/argila serve como base para se ter urna idéia

do estágio de intemperismo presente em solos de região tropical. É empregada em

solos de textura franco arenosa ou mais fina e indica baixos concentrações de silte

quando apresenta, na maior parte do horizonte B, valor inferior a 0,7 nos solos de

textura média ou inferior a 0,6 nos solos de textura argilosa. Essa relação é utilizada

para diferenciar horizonte B latossólico de B incipiente, quando eles apresentam

características morfológicas semelhantes, principalmente para solos cujo material de

origem pertence ao cristalino.

Critérios para distinção de fases de unidades de mapeamento

Relevo Declive %

Plano......................................................... 0-3 Suave ondulado.......................................... 3-8 Ondulado................................................... 8-20 Forte ondulado........................................... 20-45 Montanhoso................................................ 45-75 Escarpo............................................................ > 75

Principais vegetações primárias usadas em levantamentos pedológicos:

- Floresta equatorial

- Floresta tropical

- Floresta subtropical

- Vegetação de restinga

- Cerrado

- Caatinga

- Vegetação campestre

- Outros (manguezal, mata ciliar, etc)

Page 63: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

60

10. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS

9.1 - Horizonte Hístico

É um tipo de horizonte definido pela constituição orgânica, resultante de

acumulações de resíduos vegetais depositados superficialmente, ainda que, no

presente, possa encontrar-se recoberto por horizontes ou depósitos minerais e

mesmo camadas orgânicas mais recentes.

O horizonte hístico deve atender pelo menos um dos seguintes requisitos:

• camada superficial de material orgânico que tenha:

▫ espessura maior que ou igual a 20 cm e que tenha conteúdo de carbono

orgânico (expresso em % por peso) em relação à concentração de argila de:

▫ 12% ou mais de carbono orgânico (C-org), se a fração mineral contém

60% ou mais de argila; ou

▫ 8% ou mais de C-org, se a fração mineral não contém argila; ou

▫ conteúdos intermediários de C-org, proporcionais a variações no

concentração de argila entre 0 e 60%, de acordo com a relação: % de C ≥ 8 + (0,067

x % de argila).

9.2 - Horizonte A Chernozêmico

É um horizonte mineral superficial, relativamente espesso, de cor escura, com

aIta saturação por bases, que, mesmo após revolvimento superficial (ex.: por

aração), atende às seguintes características:

• a espessura, mesmo quando revolvido o material de solo, deve atender a um dos

seguintes critérios:

▫ 10 cm ou mais, se o horizonte A é seguido de contato com a rocha,

horizonte petrocálcico ou duripã; ou

▫ 18 cm no mínimo e mais que um terço da espessura do solo, se este tiver

menos que 75 cm da espessura; ou

▫ 25 cm no mínimo, incluindo horizontes transicionais, tais como AB, AE ou

AC, se o solo tiver 75 cm ou mais de espessura.

Page 64: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

61

• a cor do solo, em ambas as amostras, partida e amassada, é de croma igual ou

inferior a 3 quando úmido, e valores iguais ou mais escuros que 3 quando úmido e

que 5 quando seco;

• a saturação por bases (V%) é de 65% ou mais, com predomínio do íon cálcio e/ou

magnésio;

• o conteúdo de carbono é de 0,6% ou mais em todo o horizonte. O limite superior da

concentração de carbono orgânico, para caracterizar o horizonte A chernozêmico, é

o limite inferior excludente do horizonte hístico.

9.3 - Horizonte A Proeminente

As características do horizonte A proeminente são comparáveis àquelas do A

chernozêmico, no que se refere a cor, concentração de carbono orgânico,

consistência, estrutura e espessura; diferindo, essencialmente, por apresentar

saturação por bases (V%) inferior a 65%.

9.4 - Horizonte A Húmico

É um horizonte mineral superficial de cor escura com valor e croma 4,0 ou

menor, saturação por bases (V%) inferior a 65% e que apresenta espessura e

conteúdo de carbono orgânico, dentro dos limites especificados a seguir:

• concentração de carbono orgânico inferior ao limite mínimo para caracterizar

o horizonte hístico; e

• concentração total de carbono igual ou maior ao valor obtido pela seguinte

equação:

Σ (C-org, em g/kg, de subhorizontes A x espessura do subhorizonte,

em dm) ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila, em g/kg, do horizonte

superficial, incluindo AB ou AC).

•O valor de C-org total requerido para um horizonte qualificar-se como húmico

deve ser maior ou igual aos resultados obtidos pela seguinte equação:

C-org total ≥ 60 + (0,1 x média ponderada de argila do horizonte A)

9.5 - Horizonte A Antrópico

É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo, pelo

homem, como lugar de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adições

Page 65: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

62

de material orgânico em mistura ou não com material mineral, ocorrendo, às vezes,

fragmentos de cerâmicas e restos de ossos e conchas.

O horizonte A antrópico assemelha-se aos horizontes A chernozêmico ou A

húmico, já que a saturação por bases é variável, e, geralmente, difere destes por

apresentar concentração de P2O5 solúvel em ácido cítrico mais elevado que na parte

inferior do solum, em geral superior a 250 mg/kg de solo. Este valor é assumido

como um limite para a maioria dos solos sob condições naturais; entretanto, valores

e métodos analíticos devem ser mais bem correlacionados no futuro.

9.6 - Horizonte A Fraco

É um horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, seja pelo

reduzido concentração de colóides minerais ou orgânicos ou por condições externas

de clima e vegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida com vegetação de

caatinga hiperxerófila.

O horizonte A fraco é identificado pelas seguintes características:

• cor do material de solo com valor maior ou igual 4, quando úmido, e maior ou igual

6, quando seco;

• estrutura em grãos simples, maciça ou com grau fraco de desenvolvimento;

• concentração de carbono orgânico inferior a 0,6%; e

• espessura menor que 5 cm, quando não satisfizer ao estabelecido nos itens

anteriores.

9.7 - Horizonte A moderado

São incluídos nesta categoria horizontes superficiais que não se enquadram

no conjunto das definições dos demais seis horizontes diagnósticos superficiais.

Em geral o horizonte A moderado difere dos horizontes A chernozêmico,

proeminente e húmico pela espessura e/ou cor e do A fraco pela concentração de

carbono orgânico e estrutura, não apresentando ainda os requisitos para

caracterizar o horizonte hístico ou o A antrópico.

Page 66: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

63

10. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS

10.1 - Horizonte B Textural

É um horizonte mineral subsuperficial com textura franco arenosa ou mais fina

(mais que 15% de argila) onde houve incremento de argila (fração < 0,002mm),

orientada ou não, desde que não exclusivamente por descontinuidade, resultante de

acumulação ou concentração absoluta ou relativa decorrente de processos de

iluviação e/ou formação in situ e/ou herdada do material de origem e/ou infiltração de

argila ou argila mais silte, com ou sem matéria orgânica e/ou ,destruição de argila no

horizonte A e/ou perda de argila no horizonte A por erosão diferencial. O conteúdo

de argila do horizonte B texturaI é maior que o do horizonte A e pode, ou não, ser

maior que o do horizonte C.

Pode-se dizer que um horizonte B textural se forma sob um horizonte ou

horizontes superficiais, e apresenta espessura que satisfaça uma das condições a

seguir:

a) ter pelo menos 10% da soma das espessuras dos horizontes sobrejacentes

e no mínimo 7,5 cm; ou

b) ter 15 cm ou mais, se os horizontes A e B somarem mais que 150cm; ou

c) ter 15 cm ou mais, se a textura do horizonte E ou A for areia franca ou areia

(menos que 15% de argila); ou

d) se o horizonte B for inteiramente constituído por lamela, estas devem ter,

em conjunto, espessura superior a 15 cm; ou

e) se a textura for média ou argilosa, o horizonte B textural deve ter espessura

de pelo menos 7,5 cm.

Em adição a isto, o horizonte B textural deve atender a um ou mais dos

seguintes requisitos:

f) presença de horizonte E no sequum5, acima do horizonte B considerado,

desde que o B não satisfaça os requisitos para horizonte B espódico, plíntico ou

plânico;ou preencher as condições de um dos dois itens (fI ou fII) seguintes:

I) grande aumento de argila total do horizonte A para o B, o suficiente para

caracterizar uma mudança textural abrupta ou

5 seqüência vertical de camadas de solo

Page 67: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

64

II) incremento de argila total do horizonte A para B suficiente para que a

relação textural B/A (calculada pela divisão do concentração médio - média

aritmética - de argila total do B - excluído o BC - pelos concentrações médios de A)

satisfaça uma das alternativas abaixo:

• nos solos com mais de 40% de argila do horizonte A, relação maior que 1,5;

ou

• nos solos com 15 a 40% de argila no horizonte A, relação maior que 1,7; ou

• nos solos com menos de 15% de argila no horizonte A, relação maior que

1,8.

12.2 - Horizonte B Latossólico

É um horizonte mineral subsuperficial, cujos constituintes evidenciam

avançado estágio de intemperização, - explícita pela alteração quase completa dos

minerais primários menos resistentes ao intemperismo e/ou de minerais de argila

2:1, seguida de intensa dessilicificação, lixiviação de bases e concentração residual

de sesquióxidos, argila do tipo 1:1 e minerais primários resistentes ao intemperismo.

Em geral é constituído por quantidades variáveis de óxidos de ferro e de alumínio,

minerais de argila 1:1, quartzo e outros minerais mais resistentes ao intemperismo,

podendo haver a predominância de quaisquer desses materiais.

Em síntese, o horizonte B latossólico é um horizonte subsuperficial que não

apresenta características diagnósticas de horizonte glei, B textural, B nítico e

plíntico, e é um horizonte presente abaixo de qualquer horizonte diagnóstico

superficial, exceto o hístico, e que tenha as seguintes características:

• pouca diferenciação entre os subhorizontes;

• estrutura forte muito pequena a pequena granular (microestrutura), ou

blocos subangulares fracos ou moderados;

• espessura mínima de 50 cm;

• menos de 5% do volume que mostre estrutura da rocha original, como

estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não

intemperizadas;

• grande estabilidade dos agregados, sendo o grau de floculação da argila

igual ou muito próximo de 100% e o concentração de argila dispersa menor que 20%

desde que o horizonte tenha 0,40% ou menos de carbono orgânico, e não apresente

Page 68: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

65

∆pH positivo ou nulo, tendo comportamento atípico, horizontes mais afetados por

carbono orgânico (geralmente horizonte BA), horizontes com cargas tendendo para

ou com saldo eletropositivo ou horizontes de textura média, normalmente

intermediária para textura arenosa;

• textura franco arenosa ou mais fina, concentrações baixos de silte, sendo a

relação silte/argila, até a profundidade de 200 cm (ou 300 cm se o horizonte A

exceder 150cm de espessura) na maioria dos subhorizontes do B, inferior a 0,7 nos

solos de textura média e 0,6 nos solos de textura argilosa;

• relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinar na ou correspondendo à

fração argila, igual ou inferior a 2,2; sendo normalmente menor que 2,0;

• menos de 4% de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao

intemperismo) ou 6% de muscovita na fração areia, podendo conter na fração menor

que 0,05mm (silte + argila) não mais que baixas concentrações de argilominerais do

grupo das esmectitas, e somente pequenas quantidades de ilitas, ou de

argilominerais interestratificados, sendo que vermiculita aluminosa vem sendo

constatada com certa frequência;

• capacidade de troca de cátions menor que 17 cmolc/kg de argila, sem

correção para carbono.

• cerosidade, quando presente, é no máximo pouca e fraca.

10.3 - Horizonte B Incipiente

Trata-se de horizonte subsuperficial, subjacente ao A, Ap, ou AB, que sofreu

alteração física e química em grau não muito avançado, porém suficiente para o

desenvolvimento de cor ou de estrutura, e no qual mais da metade do volume de

todos os subhorizontes não deve consistir em estrutura da rocha original.

O horizonte B incipiente pode apresentar características morfológicas

semelhantes a um horizonte B latossólico, diferindo deste por apresentar um ou

mais dos seguintes requisitos:

► espessura menor que 50 cm;

► capacidade de troca de cátions, sem correção para carbono, de 17

cmolc/kg de argila ou maior;

► 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao

intemperismo), ou 6% ou mais de muscovita, determinados na fração areia;

Page 69: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

66

► relação molecular SiO2/Al2O3 (Ki), determinada na ou correspondendo à

fração argila, maior que 2,2;

► relação silte/ argila igual ou maior que 0,7 quando a textura for média,

sendo igual ou maior que 0,6 quando for argilosa;

► 5% ou mais do volume do solo apresenta estrutura da rocha original, como

estratificações finas, ou saprólito, ou fragmentos de rocha semi ou não

intemperizadas.

10.4 - Horizonte B Espódico

É um horizonte mineral subsuperficial que apresenta acumulação iluvial de

matéria orgânica e composto de alumínio, com presença ou não de ferro iluvial.

Em síntese, o horizonte B espódico é aquele que tem espessura mínima de

2,5 cm, com acumulação iluvial de matéria orgânica e alumínio, com ou sem ferro e

que apresenta uma ou mais das seguintes características:

• um horizonte E álbico sobrejacente e cores úmidas de acordo com um dos

seguintes itens a seguir:

► matiz 5YR ou mais vermelho;

► matiz 7,5YR com valor 5 ou menor e croma 4 ou menor;

► matiz 10YR, com valor e croma 3 ou menor;

► cores neutras com valor 3 ou menor.

10.5 - Horizonte E Álbico

É um horizonte mineral comumente subsuperficial, no qual a remoção ou

segregação de material coloidal e orgânico progrediu a tal ponto que a cor do

horizonte é determinada principalmente pela cor das partículas primárias de areia e

silte do que por revestimento nessas partículas.

O horizonte E álbico possui no mínimo 1,0 cm de espessura, e apresenta uma

das seguintes cores:

• croma 2 ou menor, e:

► valor, quando úmido, 3 ou maior e valor, quando seco, 6 ou maior;

ou

► valor, quando úmido, 4 ou maior e valor, quando seco, 5 ou maior.

• croma 3 ou menor e:

Page 70: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

67

► valor, quando úmido, 6 ou maior; ou

► valor, quando seco, 7 ou maior.

10.6 - Horizonte B Plânico

É um tipo especial de horizonte B textural, subjacente a horizonte A ou E e

precedido por uma mudança textural abrupta. Apresenta estrutura prismática, ou

colunar, ou em blocos angulares e subangulares grandes ou médios, permeabilidade

lenta e cores acinzentadas ou escurecidas, podendo ou não possuir cores neutras

de redução, com ou sem mosqueados. Este horizonte é adensado, com

concentrações elevados de argila dispersa e pode ser responsável pela retenção de

lençol de água suspenso, de existência temporária.

As cores do horizonte plânico refletem a sua baixa permeabilidade e devem

atender a pelo menos um dos seguintes requisitos:

a) cor da matriz (com ou sem mosqueado)

• matiz 10YR ou mais amarelo, cromas menor ou igual 3, ou

excepcionalmente 4; ou

• matizes 7,5YR ou 5YR, cromas menor ou igual 2;

b) coloração variegada com pelo menos uma cor apresentando matiz e croma

conforme especificado no item a

c) solos com matiz 10YR ou mais amarelo, cromas maior ou igual 4, combinado com

um ou mais mosqueados, tendo cromas conforme especificado no item a

Para fins taxonômicos, o horizonte B plânico tem precedência diagnóstica

sobre o horizonte glei, e perde em precedência para o horizonte plíntico. O horizonte

plânico incorpora o B nátrico.

10.7 - Horizonte B Nítico

Horizonte mineral subsuperficial, não hidromórfico, textura argilosa ou muito

argilosa, sem incremento de argila do horizonte A para B ou com pequeno

incremento, porém não suficiente para caracterizar a relação textural B/A do

horizonte B textural, argila de atividade baixa ou alta, estrutura em blocos

subangulares, angulares ou prismáticas moderadas ou fortes, com superfícies

reluzentes (shiny peds) dos agregados, característica esta descrita a campo ceras

Page 71: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

68

idade moderada ou forte, com transição gradual ou difusa entre subhorizontes do

horizonte B.

10.8 - "Ortstein"

É um horizonte B espódico, praticamente contínuo, cimentado por matéria

orgânica e alumínio, com ou sem ferro (Bhm, Bhsm ou Bsm), ocupando 50% ou

mais da área do horizonte e com 2,5cm ou mais de espessura.

10.9 - Horizonte Plíntico

O horizonte plíntico caracteriza-se pela presença de plintita em quantidade

igual ou superior a 15% e espessura de pelo menos 15cm.

10.10 - Horizonte Litoplíntico

O horizonte litoplíntico é uma camada consolidada contínua ou praticamente

contínua, endurecida por ferro e alumínio, na qual o carbono orgânico está ausente

ou presente em pouca quantidade. Este horizonte pode englobar camada muito

fraturada, mas existe predomínio de blocos desses materiais com tamanho, no

mínimo, de 20 cm ou maior, ou as fendas que aparecem são poucas e separadas de

10cm ou mais umas das outras.

10.11 - Horizonte Glei

É um horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, com

espessura de 15 cm ou mais, caracterizado por redução de ferro e prevalência do

estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada,

como evidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matiz do horizonte,

com ou sem mosqueados de cores mais vivas. Trata-se de horizonte fortemente

influenciado pelo lençol freático e regime de umidade redutor, virtualmente livre de

oxigênio dissolvido em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo

menos por um longo período, associada à demanda de oxigênio pela atividade

biológica.

Em síntese, horizonte glei é um horizonte mineral, com espessura de 15 cm

ou mais, com menos de 15% de plintita. O horizonte é saturado com água por

influência do lençol freático durante algum período ou o ano todo, a não ser que

Page 72: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

69

tenha sido artificialmente drenado, apresentando evidências de processos de

redução, com ou sem segregação de ferro, caracterizadas por um ou mais dos

seguintes requisitos:

• dominância de cores, quando úmido, em 95% ou mais das faces dos elementos da

estrutura, ou da matriz (fundo) do horizonte, quando sem estrutura, de acordo com

um dos seguintes itens:

► matiz dominante neutro (N) ou mais azul que 10Y;

► para qualquer matiz, se os valores forem < 4, os cromas serão menor ou

igual 1;

► sendo matiz dominante 10YR ou mais amarelo, e os valores forem maior

igual 4, os cromas são menor igual 2, admitindo croma 3 se este diminuir no

horizonte seguinte; e

► sendo o matiz dominante mais vermelho que 10YR e os valores forem

maior ou igual 4, os cromas são menor ou igual 2.

► através dos testes de coloração, realizados no campo, que indicam a

presença de ferro reduzido pela cor desenvolvida por indicadores químicos, tais

como o ferricianeto de potássio a 1% em solução aquosa, que desenvolve uma cor

azul escuro forte ou pela cor vermelha intensa desenvolvida pelo alfa, alfa dipiridil

(Childs, 1981)

10.12 - Fraqipã

É um horizonte mineral subsuperficial, com 10 cm ou mais de espessura,

usualmente de textura média ou algumas vezes arenosa ou raramente argilosa, que

pode, mas não necessariamente, estar subjacente a um horizonte B espódico, B

textural ou horizonte álbico. Tem conteúdo de matéria orgânica muito baixa, a

densidade do solo é alta em relação aos horizontes sobrejacentes e é

aparentemente cimentado quando seco, tendo então consistência dura ou

extremamente dura.

10.12 - Duripã

É um horizonte mineral subsuperficial, com 10 cm ou mais de espessura, que

apresenta grau de variável de cimentação por sílica, podendo ainda conter óxido de

ferro e carbonato de cálcio. Como resultados disto, os duripãs variam de aparência,

Page 73: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

70

porém todos apresentam consistência, quando úmidos, muito firme ou

extremamente firme e são sempre quebradiços, mesmo depois de prolongado

umedecimento.

10.13 - Horizonte Cálcico

Horizonte cálcico é um horizonte de acumulação de carbonato de cálcio. Esta

acumulação normalmente está no horizonte C, mas pode ocorrer no horizonte B ou

A.

10.14 - Horizonte Petrocálcico

Com o enriquecimento em carbonatos, o horizonte cálcico tende

progressivamente a se tornar obturado com carbonatos e cimentado, formando

horizonte contínuo, endurecido, maciço, que passa a ser reconhecido como

horizonte petrocálcico. Nos estágios iniciais do horizonte cálcico, este tem

carbonatos de consistência macia e disseminados, ou que se acumulam em

concreções endurecidas ou ambos. O horizonte petrocálcico é evidenciação de

avanço evolutivo.

10.15 - Horizonte Sulfúrico

O horizonte sulfúrico tem 15 cm ou mais de espessura e é composto de

material mineral ou orgânico que apresenta valor de pH 3,5 ou menor (1:1 por peso

em água, ou com um mínimo de água para permitir a medição) e mostra evidência

de que o baixo valor de pH é causado por ácido sulfúrico.

10.16 - Horizonte Vértico

É um horizonte mineral subsuperficial que, devido à expansão e contração

das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção

("slickensides") em quantidade no mínimo comum e/ou a presença de unidades

estruturais cuneiformes e/ou paralelepipédicas, cujo eixo longitudinal está inclinado

de 10 a 60° em relação à horizontal, e fendas em algum período mais seco do ano

com pelo menos 1cm de largura. A sua textura mais freqüente varia de argilosa a

muito argilosa, admitindo-se na faixa de textura média um mínimo de 30% de argila.

O horizonte vértico pode coincidir com horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C, e apresentar

Page 74: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

71

cores escuras, acinzentadas, amareladas ou avermelhadas. Para ser diagnóstico,

este horizonte deve apresentar uma espessura mínima de 20cm.

Page 75: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

72

11. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS (EMBRAPA 1999)

1ª ORDEM: ARGISSOLOS: Solos constituídos por material mineral,

apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa imediatamente

abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:

• horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a

parte superior do horizonte B textural;

• horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte

superior do horizonte B textural.

CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

Classes do 3° Nível Categórico (Grandes Grupos)

Classes do 4° nível categórico (sub grupos)

1. ARGISSOLOS ACINZENTADOS (PAC): Solos com matiz mais amarelo que 5YR

e valor 5 ou maior e croma < 4 na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B

(inclusive BA) .

Grandes Grupos Distróficos (sub grupos 19, 14, 13, 4, 1, 21, 24, 28, 30);

Eutróficos (sub grupos 1, 17, 30)

2. ARGISSOLOS AMARELOS (PA): Solos com matiz mais amarelo que 5YR na

maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

Grandes Grupos: Distróficos (sub grupos 14, 13, 27, 26, 5, 3, 7, 8, 11, 1, 22,

23, 21, 18, 20, 28, 24, 15, 30 ); Eutróficos (sub grupos 2, 6, 8, 1, 28, 25, 30)

3. ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS (PVA): Solos com matiz 5YR ou mais

vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA) .

Grandes Grupos: Alumínicos (subgrupos 12, 30); Distróficos (sub grupos 19,

14, 13, 26, 4, 1, 21, 28, 24, 30); Eutróficos (sub grupos 27, 26, 4, 6, 1, 21, 24, 30)

4. ARGISSOLOS VERMELHO (PV): Outros solos com matriz 2,5 YR ou mais

vermelhos nos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BC).

Page 76: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

73

Grandes Grupos Distroférricos (sub grupos 8, 1, 24, 28, 30); Eutroférricos

(sub grupos 1, 29, 2, 24, 30); Eutróficos (sub grupos 19, 13, 26, 2, 9, 8, 11, 25, 24,

16, 29, 15, 30)

Classes do 3º Nível. Categórico (Grandes Grupos)

Alumínicos: solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA).

Distróficos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos

primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).

Eutroférricos: solos com saturação por bases alta (V > ou = 50%), e concentrações

de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36%, na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA).

Eutróficos: outros solos com saturação por bases alta (V > ou 50%), na maior parte

dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).

classes do 4° nível categórico (subgrupos)

1. abrúpticos: solos com mudança textural abrupta.

2. abrúpticos chernossólicos: solos com mudança textural abrupta, e com

horizonte A chernozêmico e argila de atividade > ou = 18 cmolc/kg de argila na maior

parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).

3. abrúpticos espódicos: solos com mudança textural abrupta e com acúmulo

iluvial de carbono orgânico e alumínio com ou sem ferro que não é suficiente para

caracterizar um horizonte B espódico, em um ou mais horizontes, dentro de 150cm

da superfície do solo.

4. abrúpticos fragipânicos: solos com mudança textural abrupta e fragipã em um

ou mais horizontes dentro de 120cm da superfície do solo.

5. abrúpticos fragipânicos espódicos: solos com mudança textural abrupta e

fragipã, em um ou mais horizontes, dentro de 120cm da superfície do solo e com

acúmulo iluvial de carbono orgânico e alumínio com ou sem ferro, que não é

suficiente para caracterizar um horizonte B espódico, em um ou mais horizontes,

dentro de 150cm da superfície do solo.

Page 77: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

74

6. abrúpticos lépticos: solos com mudança textural abrupta e com contato lítico

entre 50cm e 100cm da superfície do solo.

7. abrúpticos petroplinticos: solos que apresentam textural com 50% ou mais de

petroplintita, dentro de superfície do solo.

8. abrúpticos plinticos: solos com mudança textural abrupta e com 5% ou mais de

plintita e/ou petroplintita em um ou mais horizontes, dentro de 150cm da superfície

do solo, ou com horizonte plíntico dentro de 200cm da superfície do solo.

9. abrúpticos plinticos solódicos: solos com mudança textural abrupta e com

horizonte plíntico em posição não diagnóstica para Plintossolo, ou que apresentam

5% ou mais de plintita e/ou petroplintita em um ou mais horizontes do B textural,

dentro de 150cm da superfície do solo e com caráter solódico, em um ou mais

horizontes, dentro de 120cm da superfície do solo.

10. abrúpticos saproliticos: solos com mudança textural abrupta, e com horizonte

C e/ou Cr (brando) dentro de 100cm da superfície do solo e sem contato lítico dentro

de 200cm da superfície do solo.

11. abrúpticos solócücos: solos com mudança textural abrupta e caráter solódico,

em um ou mais horizontes, dentro de 120cm da superfície do solo.

12. alissólicos: solos com atividade da argila > ou = 18 cmolc/kg de argila na maior

parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA).

13. arênicos: solos com textura arenosa desde a superfície do solo até o início do

horizonte B textural, que ocorre entre 50 e 100cm de profundidade.

14. arênicos fragipânicos: solos com textura arenosa desde a superfície do solo

até o início do horizonte B textural, que ocorre entre 50 e 100cm de profundidade e

com fragipã em um ou mais horizontes, dentro de 120cm de profundidade.

15. câmbicos: solos que apresentam um ou mais dos seguintes atributos:

• 4% ou mais de minerais alteráveis ou 5% ou mais do volume do horizonte B

ou C, com fragmentos de rocha semi ou não intemperizadas, dentro de 100cm da

superfície do solo; ou

• CTC > ou = 17 cmolc/kg de argila na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA).

16. chernossólicos: solos com horizonte A chernozêmico e argila de atividade >ou

= 18 cmolc/kg de argila na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive

BA) .

Page 78: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

75

17. duripânicos: solos com duripã, em um ou mais horizontes, dentro de 200cm da

superfície do solo.

18.epiáquicos: solos com caráter epiáquico dentro de 120cm da superfície do solo.

19. espessarênicos: solos com textura arenosa desde a superfície do solo até o

início do horizonte B textural, que ocorre a mais de 100cm de profundidade.

20. espódicos: solos com acúmulo iluvial de carbono orgânico e alumínio, com ou

sem ferro, que não é suficiente para caracterizar o horizonte B espódico, dentro de

150cm da superfície do solo.

21. fragipânicos: solos com fragipã em um ou mais horizontes dentro de 120cm da

superfície do solo.

22. fragipânicos espódicos: solos com fragipã, em um ou mais horizontes, dentro

de 120cm da superfície do solo e com acúmulo iluvial de carbono orgânico e

alumínio com ou sem ferro o que não é suficiente para caracterizar um horizonte B

espódico, dentro de 150cm da superfície do solo.

23.fragipânicos plínticos: solos com fragipã e com 5% de plintita e/ou petroplintita

em um ou mais horizontes dentro de 150cm da superfície do solo ou com horizonte

plíntico, dentro de 200cm, da superfície do solo.

24. latossólicos: solos que apresentam no horizonte B textural a maioria dos

seguintes atributos, sem contudo atender aos requisitos para B latossólico:

• capacidade de troca de cátions < 17 cmolc/kg de argila; e

• < 4% de minerais alteráveis (pouco resistentes ao intemperismo) e/ou < 5%

do volume do horizonte com fragmentos de rocha semi ou não intemperizadas, e/ou

• < 20% de argila dispersa em água desde que o horizonte tenha 0,40% ou

menos de carbono orgânico; e/ou

• relação silte/argila < 0,7 e < 0,6 respectivamente para solos de textura média

e argilosa; e/ou

• horizonte B (inclusive BA e BC) com espessura > 100cm; ou

• solos com horizonte B latossólico, abaixo do horizonte B textural, dentro de

200cm da superfície do solo.

25. lépticos: solos com contato lítico entre 50cm e 100cm da superfície do solo.

26. planossólicos: solos com mudança textural abrupta e um ou mais horizontes de

coloração variegada e/ou mosqueado, devido aos processos de redução e oxidação,

cujas cores não satisfazem para horizonte B plânico, ou com o horizonte B plânico

Page 79: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

76

em posição não diagnóstica para Planossolos, dentro de 120cm da superfície do

solo.

27. planossólicos fragipânicos: solos com mudança textural abrupta e um ou mais

horizontes de coloração variegada e/ou mosqueado, devido aos processos de

redução e oxidação, cujas cores não satisfazem para horizonte B plânico, ou com o

horizonte B plânico em posição não diagnóstica para Planossolos, dentro de l20cm

da superfície do solo e com fragipã em um ou mais horizontes dentro de 200cm da

superfície do solo.

28. plínticos: solos com 5% ou mais de plintita e/ou petroplintita em um ou mais

horizontes dentro de l50cm da superfície do solo ou presença de horizonte plíntico

dentro de 200cm da superfície do solo.

29. saproliticos: solos com horizonte C e/ou Cr (brando) dentro de 100cm da

superfície do solo e sem contato lítico dentro de 200cm de profundidade.

30. tipicos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

2ª ORDEM: CAMBISSOLOS: Solos constituídos por material mineral com

horizonte B incipiente imediatamente abaixo do horizonte A ou horizonte hístico com

espessura inferior a 40cm.

CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. CAMBISSOLOS HÍSTICOS: Solos com horizonte O hístico com menos de 40cm

de espessura, ou menos de 60cm quando 50% ou mais do material orgânico for

constituído de ramos finos, raízes finas, casca de árvore e folhas, parcialmente

decompostos.

Grandes Grupos: Alúminicos, Distróficos

2. CAMBISSOLOS HÚMICOS: Solos com horizonte A húmico.

Grandes Grupos: Aluminoférricos, Alúminicos, Distroférricos, Distróficos,

Distroférricos, Distróficos,

3. CAMBISSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes

anteriores.

Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Sádicos, Eutroférricos, Perférricos,

Ta Eutróficos, Ta Distróficos, Tb Eutróficos, Tb Distróficos

Page 80: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

77

CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Alumínicos: Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ maior ou igual 4

cmolc/kg de solo) na maior parte do horizonte B (inclusive BA) .

Aluminoférricos: Solos com alto conteúdo de alumínio extraível (Al3+ maior ou igual

4 cmolc/kg de solo) e concentração de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior

parte do horizonte B (inclusive BA) .

Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100cm

da superfície do solo.

Distróficos: Outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte

do horizonte do B incipiente (inclusive BA).

Distroférricos: Solos com baixa saturação por bases (V < 50%) e concentrações de

Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte do horizonte B (inclusive BA).

Eutroférricos: Solos com alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) e

concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte do horizonte

B (inclusive BA).

Perférricos: Solos com concentração de Fe2O3 (pelo H2SO4) maior ou igual 36% na

maior parte do horizonte B (inclusive BA).

Sálicos: Solos com caráter sálico dentro de 100cm da superfície do solo.

Sódicos: Solos com caráter sádico dentro de 100cm da superfície do solo.

Ta Distróficos: Outros solos com argila de atividade maior ou igual 27 cmolc/kg de

argila e baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte do horizonte B

(inclusive BA).

Ta Eutróficos: Solos com argila de atividade maior ou igual 27 cmolc/kg de argila e

alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) na maior parte do horizonte B

(inclusive BA).

Tb Distróficos: Outros solos com argila de atividade < 27 cmolc/kg de argila e

baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte do horizonte B (inclusive BA)

Tb Eutróficos: Solos com argila de atividade < 27 cmolc/kg de argila e alta

saturação por bases (V maior ou igual 50%) na maior parte do horizonte B (inclusive

BA).

Page 81: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

78

3ª ORDEM: CHERNOSSOLOS: Solos constituídos por material mineral, que

apresentam horizonte A chernozêmico seguido por:

• horizonte B incipiente, ou B textural, ou B nítico, todos com argila de

atividade alta e saturação por bases alta; ou

• horizonte cálcico ou caráter carbonático, coincidindo com o horizonte A

chernozêmico e/ou com horizonte C, admitindo-se entre os dois, horizontes B

incipiente com espessura < 10cm; ou por

• contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou mais

de carbonato de cálcio equivalente.

CLASSE DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. CHERNOSSOLOS RÊNDZICOS: Solos com horizonte A chernozêmico seguido

por:

• horizonte cálcico ou caráter carbonático, horizonte A chernozêmico e/ou com

horizonte C, os dois, horizontes Bi com espessura < 10cm; ou

• contato lítico desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15% ou mais

de carbonato de cálcio equivalente.

Grandes Grupos: Líticos, Saprolíticos

2. CHERNOSSOLOS EBÂNICOS: Solos que apresentam o caráter ebânico na

maior parte do horizonte B (inclusive BA).

Grandes Grupos: Carbonáticos, Órticos

3. CHERNOSSOLOS ARGILÚVICOS: Outros solos com horizonte B textural

ou B nítico imediatamente abaixo do horizonte A chernozêmico.

Grandes Grupos: Férricos, Carbonáticos, Órticos

4. CHERNOSSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes

anteriores.

Grandes Grupos: Férricos, Carbonáticos, Órticos

CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100cm

da superfície do solo.

Page 82: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

79

Férricos: Solos com concentração de Fe2O3 (pelo H2SO4) maior ou igual 18% na

maior parte do horizonte B (inclusive BA).

Liticos: Solos com contacto lítico dentro de 50 cm da superfície do solo.

Órticos: Outros solos que não se enquadram na classe anterior.

Saprolíticos: Outros solos que não se enquadram na classe anterior.

4ª ORDEM: ESPODOSSOLOS: solos constituídos por material mineral,

apresentando horizonte B espódico, imediatamente abaixo de horizonte E ou A,

dentro de 200cm da superfície do solo, ou de 400cm de profundidade, se a soma do

horizonte A + E ou horizonte hístico + E ultrapassa 200cm de profundidade.

CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. ESPODOSSOLOS CÁRBICOS: Solos com acúmulo, principalmente, de carbono

orgânico e alumínio no horizonte B espódico, presença só de horizonte Bh, dentro

de 200cm da superfície do solo.

Grande grupo: Hidromórficos, Hiperespessos, Órticos

2. ESPODOSSOLOS FERROCÁRBICOS: Outros solos com acúmulo,

principalmente, de carbono orgânico e ferro no horizonte B espódico, presença de

horizonte Bhs e/ou Bs acompanhados ou não de horizonte Bh, dentro de 200cm da

superfície do solo.

Grande grupo: Hidromórficos, Hiperespessos, Órticos

CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Hidromórficos: Solos que, permanecem saturados com água em um ou mais

horizontes, dentro de lOOcm da superfície do solo, durante algum tempo na maioria

dos anos (ou artificialmente drenados) e que apresentam uma ou mais das

seguintes características:

• horizonte H hístico; e/ou

• mosqueados, e/ou áreas de acumulação de óxidos de ferro e/ou manganês,

devido à redução e oxidação de ferro e/ou manganês, no horizonte E ou B espódico,

dentro de 50cm da superfície do solo; e/ou

• horizonte B espódico que permanece saturado com água na maior parte do

ano, dentro de 100cm da superfície do solo.

Page 83: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

80

Hiperespessos: Solos que apresentam horizonte B espódico após 200cm da

superfície do solo.

Órticos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

5ª ORDEM: GLEISSOLOS: Solos constituídos por material com horizonte glei

imediatamente abaixo de horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de 40cm

de espessura; ou horizonte glei começando dentro de 50cm da superfície do solo;

não apresentam horizonte plíntico ou vértico, acima do horizonte glei ou coincidente

com este, nem horizonte B textural com mudança textural abrupta coincidente com

horizonte glei, nem qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei.

CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. GLEISSOLOS TIOMÓRFICOS

Solos com horizontes sulfúricos e/ou materiais sulfídricos, dentro de 100cm

da superfície do solo.

Grandes Grupos: Hísticos, Húmicos, órticos

2. GLEISSOLOS SÁLICOS

Solos com caráter sálico (CE maior ou igual 7dS/m), dentro de 100cm da

superfície do solo.

Grandes Grupos: Sódicos, órticos

3. GLEISSOLOS MELÂNICOS

Solos com horizonte H hístico com menos de 40cm de espessura, ou

horizonte A húmico, proeminente ou chernozêmico.

Grandes Grupos: Alumínicos, Distróficos, Carbonáticos, Eutróficos

4. GLEISSOLOS HÁPLICOS

Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

Grandes Grupos: Ta Alumínicos, Ta Distróficos, Tb Distróficos, Ta

Carbonáticos, Ta Eutróficos, Tb Eutróficos

CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Hísticos: solos com horizonte H hístico com menos de 40cm espessura.

Húmicos: solos com horizonte A húmico.

Órticos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

Sódicos: solos com caráter sódico dentro de 100cm da superfície do solo.

Page 84: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

81

Alumínicos: solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 120cm a

partir da superfície do solo

Distróficos: solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos

primeiros 120cm a partir da superfície do solo.

Carbonáticos: solos com caráter carbonático dentro de 120cm a partir da superfície

do solo.

Eutróficos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

Ta Alumínicos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg de

argila) e caráter alumínico na maior parte dos primeiros 120cm a partir da superfície

do solo.

Ta Distróficos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg de

argila) e baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120cm a

partir da superfície do solo.

Tb Distróficos: solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e

baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120cm a partir da

superfície do solo.

Ta Carbonáticos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg

de argila) e caráter carbonático na maior parte dos primeiros 120cm a partir da

superfície do solo.

Ta Eutróficos: solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27 cmolc/kg de

argila) e alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) na maior parte dos

primeiros 120cm a partir da superfície do solo.

Tb Eutróficos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

6ª ORDEM: LATOSSOLOS: solos constituídos por material mineral, apresentando

horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro

de 200cm de Superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta

mais de 150cm de espessura.

CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

Classes do 3° Nível Categórico (Grandes Grupos)

Classes do 4° nível categórico (sub grupos)

Page 85: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

82

1. LATOSSOLOS BRUNOS (LB): Solos com matiz mais amarelo que 2,5YR no

horizonte BA ou em todo horizonte B, e apresentando os seguintes requisitos:

• horizonte A espesso com mais de 30cm de espessura, com concentrações

de carbono orgânico acima de 1%, inclusive no horizonte BA;

• textura argilosa ou muito argilosa em todo o horizonte B;

• alta capacidade de retração do solo com a perda de umidade evidenciada

pelo fendilhamento acentuado em cortes de barrancos, expostos ao sol por curto

espaço de tempo (uma semana ou mais), formando uma estrutura do tipo

prismática.

Grandes Grupos: Ácricos (sub grupos 5, 12); Alumínicos (sub grupos 6, 5, 3,

12); Distróficos (sub grupos 6, 5, 3, 12)

2. LATOSSOLOS AMARELOS (LA): Solos com matiz mais amarelo que 5YR na

maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

Grandes Grupos: Coesos (sub grupos 1, 5, 3, 2, 9, 10, 7, 12); Acriférricos (sub

grupos 5, 2, 12); Ácricos (sub grupos 5, 2, 9, 10, 12); Distroférricos (sub grupos 5,

12); Distróficos (sub grupos 5, 3, 11, 2, 9, 12); Eutróficos (sub grupos 3, 2, 12)

3. LATOSSOLOS VERMELHOS (LV): Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na

maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

Grandes Grupos: Perférricos (sub grupos 5, 2, 12); Aluminoférricos (sub

grupos 5, 2, 12) Acriférricos (sub grupos 5, 2, 12); Distroférricos (sub grupos 5, 3, 8,

10, 12); Eutroférricos (sub grupos 3, 4, 8, 12); Ácricos (sub grupos 5, 3, 2, 12);

Distróficos (sub grupos 5, 3, 11, 2, 12); Eutróficos (sub grupos 3, 11, 2, 4, 12)

4. LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS (LVA): Outros solos com matiz 5YR ou

mais vermelhos e mais amarelos que 2,5 YR na maior parte dos primeiros 100cm de

horizonte B (inclusive BA) .

Grandes Grupos: Acriférricos (sub grupos 3, 2, 12); Ácricos (sub grupos 5, 3,

2, 12); Distroférricos (sub grupos 3, 2, 12); Distróficos (sub grupos 5, 11, 3, 10, 8, 2,

12); Eutróficos (sub grupos 11, 3, 2, 12)

CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

ácricos: solos com caráter ácrico dentro de 150cm da superfície do solo.

Page 86: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

83

acriférricos: solos com caráter ácrico dentro de 150crn da superfície do solo e

concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros

100cm do horizonte B (inclusive BA).

alumínicos: solos com caráter alumínico na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA).

aluminoférricos: solos com caráter alumínico e concentrações de Fe2O3 (pelo

H2SO4) de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B

(inclusive BA) .

coesos: solos com um ou mais horizontes com espessura mínima de 30cm, que

não satisfaz os critérios para fragipã ou duripã, compreendendo o horizonte AB e/ou

BA, quando secos são muito resistentes à penetração do martelo pedológico ou

trado e que não apresentam uma organização estrutural visível (são maciços) e que

se desfaz em agregados com consistência a seco, no mínimo, dura, sendo

normalmente muito dura, e às vezes extremamente dura. A consistência úmida varia

de friável a firme; a densidade do solo deste horizonte é mais elevada que os

horizontes subjacentes. A saturação por bases é baixa (V < 50%), o concentração

de Fe2O3 (pelo H2SO4) é menor que 8% e o Ki é 1,7 ou maior, isto é, são

cauliníticos.

distroférricos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e concentrações de

Fe2O3 (pelo H2SO4)de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA).

distróficos: outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) na maior parte

dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

eutroférricos: solos com saturação por bases aIta (V ≥ 50%) e concentrações de

Fe2O3 (pelo H2SO4)de 18% a < 36% na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA).

eutróficos: outros solos apresentando alta saturação por bases (V ≥ 50%) na maior

parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

perférricos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e concentrações de

Fe2O3 (pelo H2SO4)maior ou igual 36% na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA) .

CLASSES DO 4° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBGRUPOS)

1. antrópicos: solos com horizonte A antrópico (Terra Preta dos Índios) .

Page 87: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

84

2. arqissólicos: solos com a relação textural (B/A) igual ou maior que 1,5 e/ou

presença de ceras idade dentro de 120cm da superfície do solo.

3. câmbicos: solos que apresentam a soma dos horizontes A + B (inclusive BC),

com 150cm ou menos de espessura.

4. chernozêmicos: solos com horizonte A chernozêmico.

5. húmicos: solos com horizonte A húmico .

6. húmicos câmbicos: solos com horizonte A húmico e que apresentam a soma

dos horizontes A + B (inclusive BC), com l50cm ou menos de espessura.

7. litoplinticos: solos que apresentam horizonte litoplíntico, contínuo ou

praticamente contínuo (as fendas, se presentes, são poucas e estão afastadas de

10cm ou mais uma das outras), dentro de 200cm da superfície do solo.

8. nitossólicos: solos com horizonte B nítico abaixo do B latossólico, dentro de

200cm da superfície do solo.

9. Petroplinticos: solos que apresentam 50% ou mais de petroplintita em um ou

mais horizontes dentro de 200cm da superfície do solo.

10. plinticos: solos que apresentam horizonte plíntico em posição não diagnóstica

para Plintossolos; ou com 5% ou mais de plintita e/ou petroplinti ta em um ou mais

horizontes dentro de l50cm da superfície do solo.

11. psamiticos: solos com textura arenosa e/ou franco-arenosa com 15% ou menos

de argila na maior parte dos horizontes dentro de uma profundidade menor que

150cm da superfície do solo.

12. típicos: outros solos que não se enquadram na classe anterior.

7ª ORDEM: LUVISSOLOS: solos constituídos por material mineral, com argila de

atividade alta, alta saturação por bases e horizonte B textural ou B nítico

imediatamente abaixo de horizonte A fraco, ou moderado ou proeminente, ou

horizonte E, e satisfazendo os seguintes requisitos:

• horizonte plíntico, se presente, não é coincidente com a parte superficial do

horizonte B textural;

• horizonte glei, se ocorrer, inicia-se após 50cm profundidade, não coincidindo

com a parte horizonte B textural.

CLASSE DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. LUVISSOLOS CRÔMICOS

Page 88: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

85

Solos com caráter crômico na maior parte do horizonte B (inclusive BA).

Grandes Grupos: Carbonáticos, Pálicos, árticos

2. LUVISSOLOS HIPOCRÔMICOS

Outros solos que não de enquadram na classe anterior.

Grandes Grupos: Carbonáticos, árticos

CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Carbonáticos: solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 100cm

da superfície do solo.

Pálicos (derivados de pale = desenvolvimento excessivo): solos com a soma dos

horizontes A + B (exceto BC) com mais de 80cm de espessura.

Órticos: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

8ª ORDEM NEOSSOLOS: solos pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico.

CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. NEOSSOLOS LITÓLICOS (Solos Litólicos)

Solos com horizonte A ou O hístico com menos de 40cm de espessura,

assente diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material

com 90% (por volume), ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha

com diâmetro maior que 2mm (cascalhos, calhaus e matacões) e que apresentam

um contato lítico dentro de 50cm da superfície do solo. Admite um horizonte B, em

início de formação cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B

diagnóstico.

Grandes Grupos: Hísticos, Húmicos, Carbonáticos, Psamíticos1, Eutróficos1,

Distróficos1

2. NEOSSOLOS FLÚVICOS (Solos Aluviais)

Solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre

horizonte C constituído de camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre

si, apresentando ambos ou um dos seguintes requisitos:

• decréscimo irregular do conteúdo de carbono orgânico em profundidade,

dentro de 200cm da superfície do solo; e/ou

Page 89: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

86

• camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de

200cm da superfície do solo.

Grandes Grupos: Sálicos, Sódicos, Carbonáticos2, Psamíticos2, Tb

Distróficos, Tb Eutróficos, Ta Eutróficos

3. NEOSSOLOS REGOLÍTICOS (Regossolos)

Solos com horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr; admite horizonte Bi

com menos de 10cm de espessura, e apresenta contato lítico a uma profundidade

maior que 50cm, e ambos ou um dos seguintes requisitos:

• 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resistentes ao

intemperismo) na fração areia grossa ou areia fina, porém referidos a 100g de TFSA

em algum horizonte dentro de 200cm a partir da superfície; e/ou

• 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr, dentro de 200cm de

profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizadas, saprólito ou

fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha (pseudomorfos) que

deu origem ao solo.

Grandes Grupos: Psamíticos2, Distróficos2, Eutróficos

4. NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS (Areias Quartzosas)

Outros solos com sequência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de

50 cm de profundidade, apresentando textura areia ou areia franca nos horizontes

até, no mínimo, a profundidade de 150cm a partir da superfície do solo ou até um

contato lítico; essencialmente quartzosos, tendo nas frações areias grossa e areia

fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de

minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo) .

Grandes Grupos: Hidromórficos, árticos

CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Hísticos: solos com horizonte O hístico com menos de 30cm de espessura, ou

menos de 40cm quando 50% ou mais do material orgânico, excluindo as partes

vivas, é constituído por ramos finos, raízes finas, cascas de árvores e folhas

parcialmente decompostos.

Húmicos: solos com horizonte A húmico com menos de 50cm de espessura.

Page 90: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

87

Carbonáticos1: solos com alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) , sem

horizonte A Chernozêmico, e com 15% ou mais de carbonato de cálcio equivalente

no horizonte A e/ou C.

Psamíticos1: solos com textura arenosa em todos- os horizontes, dentro de 50cm

da superfície do solo.

Eutróficos1: solos com alta saturação por bases (V maior ou igual 50%) em todos

os horizontes dentro de 50cm da superfície do solo.

Distróficos1: outros solos com baixa saturação por bases (V < 50%) em pelo menos

um horizonte dentro de 50cm da superfície do solo.

Sálicos: solos com caráter sálico dentro de 100cm da superfície do solo.

Sódicos: solos com caráter sódico dentro de 100cm da superfície do solo.

Carbonáticos2: solos com carater carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120cm

da superfície do solo.

Psamíticos2: solos com textura arenosa em todos os horizontes dentro de 120cm da

superfície do solo.

Tb Distróficos: solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e

saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos primeiros 120cm da

superfície do solo.

Tb Eutróficos: solos com argila de atividade baixa (T < 27 cmolc/kg de argila) e

saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) na maior parte dos primeiros 120cm

da superfície do solo.

Ta Eutróficos: outros solos com argila de atividade alta (T maior ou igual 27

cmolc/kg de argila) e saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) na maior parte

dos primeiros 120cm da superfície do solo.

Distróficos2: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) na maior parte dos

primeiros 120cm da superfície do solo ou até um contato lítico.

Eutróficos2: outros solos com saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) na

maior parte dos primeiros 120cm da superfície do solo ou até um contato lítico.

Hidromórficos: solos com presença de lençol freático elevado durante grande parte

do ano, na maioria dos anos, imperfeitamente ou mal drenados e apresentando um

ou mais dos requisitos:

• horizonte H hístico; e/ou

• saturação com água permanente dentro de 50cm da superfície do solo; e/ou

Page 91: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

88

• presença de lençol freático dentro de 150cm da superfície do solo, durante a

época seca; e/ou

• presença do lençol freático dentro de 50cm de profundidade, durante algum

tempo, na maioria dos anos (ou artificialmente drenados) e satisfazendo a um ou

mais dos seguintes requisitos:

► croma zero;

► matiz 10YR ou mais vermelho com valor (úmido) de 4 ou maior e

croma 1;

► matiz 10YR ou mais vermelho com croma 2 ou menor e

mosqueados (ou acumulação de ferro e/ou manganês) provenientes de redução e

oxidação do ferro e/ou manganês;

► matiz 2,5Y ou mais amarelo, com croma 3 ou menor e mosqueados

(ou áreas de acumulação de ferro e/ou manganês), provenientes de redução e

oxidação destes elementos;

► matiz 2,5Y ou mais amarelo e croma 1 ou menor;

► matizes 5GY, ou 5BG ou ~B; e/ou

► presença de ferro reduzido em quantidade capaz de desenvolver

uma cor vermelha intensa, com o emprego do indicador químico alfa, alfadipiridil

(Childs, 1981).

Órticos: outros solos que não se enquadram na classe anterior.

9ª ORDEM: NITOSSOLOS: solos constituídos por material mineral que apresentam

horizonte B nítico, com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte

A ou dentro dos primeiros 50cm do horizonte B.

CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. NITOSSOLOS VERMELHOS

Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros

100cm do horizonte B (exclusive BA) .

Grandes Grupos: Distroférricos, Distróficos, Eutroférricos, Eutróficos1

2. NITOSSOLOS HÁPLICOS

Outros solos que não se enquadram na classe anterior.

Grandes Grupos: Alumínicos, Distróficos, Eutrófieos2

Page 92: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

89

CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Distroférricos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%) e concentrações de

Fe2O3 (pelo H2SO4) de 15% a < 36%, na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA) .

Distróficos: solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte dos

primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

Eutroférricos: solos com saturação por bases alta (V maior ou igual 50%) e

concentrações de Fe2O3 (pelo H2SO4) de 15% a < 36%, na maior parte dos

primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA) .

Eutróficos1: outros solos com saturação por bases alta igual 50%), na maior parte

dos primeiros 100cm do (inclusive BA) .

Aluminícos: solos com caráter alumínico, na maior parte dos primeiros 100cm do

horizonte B (inclusive BA) .

Eutróficos2: outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

10ª ORDEM: ORGANOSSOLOS: solos constituídos por material orgânico, que

apresentam horizonte O ou H hístico com concentração de matéria orgânica maior

ou igual a, 2kg/kg de solo (maior ou igual 20% em massa), com espessura mínima

de 40cm quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer tomado,

cumulativamente, dentro de 80cm da superfície do solo, ou com no mínimo 30cm de

espessura, quando sobrejacente a contato lítico.

CLASSE DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. ORGANOSSOLOS TIOMÓRFICOS: Solos que apresentam horizonte sulfúrico

e/ou materiais sulfídricos dentro de 100cm da superfície do solo.

Grandes Grupos: Fíbricos, Hêmicos, Sápricos

2. ORGANOSSOLOS FÓLICOS: Solos que estão saturados por água, no máximo

por 30 dias consecutivos por ano, durante o período mais chuvoso, e que

apresentam horizonte O hístico com acumulação de material orgânico, excluindo as

partes vivas, constituído de galhos finos, raízes finas, cascas de árvores,

parcialmente decompostos, compreendendo no mínimo 30cm de espessura quando

sobrejacente a contato lítico ou fragmentos de rocha ou com no mínimo 40cm de

Page 93: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

90

espessura, quando ocupando os interstícios de material constituído por fragmentos

de rocha.

Grandes Grupos: Fíbricos

3. ORGANOSSOLOS MÉSICOS: Solos que apresentam concentração de matéria

orgânica entre 0,20 e < 0,65 kg/kg de solo e Ds > 0,15 Mg/dm3.

Grandes Grupos: Hêmicos, Sápricos

4. ORGANOSSOLOS HÁPLICOS: Solos que apresentam concentração de matéria

orgânica maior ou igual 0,65 kg/kg de solo e Ds menor ou igual 0,15 Mg/dm3.

Grandes Grupos: Fíbricos, Hêmicos, Sápricos

CLASSE DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Fibricos: Solos que apresentam material orgânico constituído de fibras, facilmente

identificável como de origem vegetal, na maior parte dos horizontes ou camadas

dentro de 100cm da superfície do solo.

Hêmicos: Solos que apresentam matéria orgânica parcialmente alterada por ação

física e bioquímica, em estágio de decomposição intermediário e que não satisfaz os

requisitos para caracterizar os materiais fíbrico ou sáprico, na maior parte dos

horizontes ou camadas dentro de 100cm da superfície do solo.

Sápricos: Solos que apresentam matéria orgânica em estágio avançado de

decomposição na maior parte dos horizontes ou camadas dentro de 100cm da

superfície do solo.

11ª ORDEM: PLANOSSOLOS: solos constituídos por material mineral com

horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico e satisfazendo, ainda, os seguintes

requisitos:

• horizonte plíntico, se presente, coincide com um destes dois horizontes;

• horizonte glei, se presente, coincide com o B plânico.

CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. PLANOSSOLOS NÁTRICOS: Solos apresentando horizonte plânico com caráter

sódico imediatamente abaixo de um horizonte A ou E.

Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Órticos

Page 94: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

91

2. PLANOSSOLOS HIDROMÓRFICOS: Solos com horizonte glei coincidindo com o

horizonte B plânico.

Grandes Grupos: Sálicos, Eutróficos, Distríficos

3. PLANOSSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes

anteriores.

Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Eutróficos, Distríficos

CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico dentro de 120cm

da superfície do solo.

Distróficos: Outros solos com saturação por bases baixa (V < 50%), na maior parte

do horizonte B (inclusive BA).

Eutróficos: Solos com aIta saturação por bases (V maior ou igual 50%), na maior

parte do horizonte B (inclusive BA).

Órticos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

Sálicos: Solos que apresentam caráter sálico (CE maior ou igual 7 dS/m), dentro de

100cm da superfície do solo.

12ª ORDEM: PLINTOSSOLOS: solos constituídos por material mineral, com

horizonte plíntico ou litoplíntico começando dentro de 40cm, ou dentro de 200cm

quando imediatamente abaixo do horizonte A ou E, ou subjacente a horizontes que

apresentam coloração pálida ou variegada, ou com mosqueados em quantidade

abundante (> 20% por volume) e satisfazendo\uma das seguintes cores:

• matizes 2,5Y ou 5Y; ou

• matizes 10YR ou 7,5YR, com cromas baixos, normalmente igual ou inferior a

4, podendo atingir 6, no caso de matiz 10YR; ou

• os mosqueados em quantidade abundante, se presentes, devem apresentar

matizes e/ou croma de acordo com os itens a ou b e a matriz do solo tem coloração

desde avermelhada até amarelada; ou

• horizontes de coloração pálida (cores acinzentadas, brancas ou amarelado-

claras), com matizes e/ou croma de acordo com os itens a ou b, podendo ocorrer ou

não mosqueados de coloração desde avermelhada até amarelada.

Page 95: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

92

CLASSE DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. PLINTOSSOLOS PÉTRICOS: Solos apresentando horizonte litoplíntico, contínuo

ou praticamente contínuo, com 10cm ou mais de espessura ou 50% ou mais de

petroplintita formando uma camada com espessura mínima de 15cm, dentro de

40cm da superfície do solo ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E.

Grandes Grupos: Litoplínticos, Concrecionários Distróficos, Concrecionários

Eutróficos

2. PLINTOSSOLOS ARGILÚVICOS: Solos com horizonte B textural coincidindo com

horizonte plíntico.

Grandes Grupos: Alumínicos, Distróficos, Eutróficos

3. PLINTOSSOLOS HÁPLICOS: Outros solos que não se enquadram nas classes

anteriores.

Grandes Grupos: Distróficos, Eutróficos

CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Alumínicos: Solos com caráter alumínico dentro de 100cm da superfície do solo.

Concrecionários Distróficos: Solos com 50% ou mais de petroplintita dentro de

40cm da superfície do solo ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E e baixa

saturação por bases (V < 50%), na maior parte dos primeiros 120cm da superfície do

solo.

Concrecionários Eutróficos: Outros solos que não se enquadram nas classes

anteriores.

Distróficos: Solos com baixa saturação por bases (V < 50%), na maior parte dos

primeiros 100cm do horizonte B ou C.

Eutróficos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

Litoplínticos: Solos com horizonte litoplíntico, contínuo ou praticamente contínuo

dentro de 40cm da superfície do solo ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E.

13ª ORDEM: VERTISSOLOS: solos constituídos por material mineral com horizonte

vértico entre 25 e 100cm de profundidade e relação textural insuficiente para

caracterizar um B textural, e apresentando, além disso, os seguintes requisitos:

• concentração de argila de, no mínimo, 30% nos 20cm superficiais, após

misturados;

Page 96: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

93

• fendas verticais no período seco, com pelo menos 1cm de largura, atingindo,

no mínimo, 50cm de profundidade, exceto no caso de solos rasos, onde o limite

mínimo é de 30cm de profundidade;

• ausência de material com contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã

dentro dos primeiros 30cm de profundidade;

• em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente

de expansão linear (COLE) deve ser igual ou superior a 0,06 ou a expansibilidade

linear é de 6cm ou mais;

• ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte

vértico.

CLASSES DO 2° NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS)

1. VERTISSOLOS HIDORMÓRFICOS: Solos com horizonte glei dentro dos

primeiros 50cm, ou entre 50 e 100cm desde que precedido por horizonte de cores

acinzentadas.

Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Sódicos, Órticos

2. VERTISSOLOS EBÂNICOS: Solos com caráter ebânico, na maior parte dos

horizontes, dentro de 100cm da superfície do solo.

Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Órticos

3. VERTISSOLOS CROMADOS: Outros solos que não se enquadram nas classes

anteriores.

Grandes Grupos: Carbonáticos, Sálicos, Sódicos, Òrticos

CLASSES DO 3° NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS)

Carbonáticos: Solos com caráter carbonático ou horizonte cálcico, dentro de 100cm

da superfície do solo.

Órticos: Outros solos que não se enquadram nas classes anteriores.

Sálicos: Solos com caráter sálico dentro de 100cm -da superfície do solo .

Sódicos: Solos com carácter sódico dentro de 100cm da superfície do solo.

ESTRUTURAÇÃO DAS CLASSES DE 5° E DE 6° NÍVEIS CATEGÓRICOS

Page 97: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

94

O 5° nível categórico (famílias) e o 6° nível categórico (séries) são utilizados

para atenderem funções pragmáticas. As características diferenciais e propriedades

que afetam o uso e o manejo do solo devem ser priorizadas para a classificação

nesses dois níveis categóricos.

CLASSES DO 5º NÍVEL CATEGÓRICO (famílias)

SOLOS MINERAIS

Para solos de constituição mineral são utilizadas as seguintes características

diferenciais:

- grupamento textural, distribuição de cascalhos e concreções no perfil,

constituição esquelética do solo, tipo de horizonte A, saturação por bases, saturação

por alumínio, mineralogia, concentração de ferro não utilizado nos outros níveis

categóricos, caráter aniônico, caráter alofânico, características especiais

pedogenéticas ou decorrentes do uso como compactação e adensamento,

profundidade do solum (A + B), classes de reação do solo.

► Grupamento textural

Em notação simples, binária ou ternária. Os agrupamentos texturais utilizados

até o momento (Apêndice B) são:

• textura arenosa - compreende as classes texturais areia e areia franca.

• textura média - material com menos de 35% de argila e mais de 15% de

areia, excluídas as classes texturais areia e areia franca.

• textura argilosa - material com concentração de argila entre 35% e 60%.

• textura muito argilosa - material com concentração de argila superior a

60%.

• textura siltosa - material com menos de 35% de argila e menos de 15% de

areia.

Os contrastes texturais entre horizontes dos solos são expressos por notação

binária ou ternária, na forma de frações, como por exemplo, "textura média/argilosa"

(binária) e "textura arenosa/média/muito argilosa" (ternária).

► Distribuição de cascalhos e concreções no perfil

Page 98: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

95

Refere-se à constituição macroclástica do material componente do solo. É

característica distintiva, em função da proporção de cascalhos (2mm a 2cm) em

relação à terra fina (fração menor que 2mm). Quando significativa, a quantidade de

cascalho deve ser utilizada como modificador do grupamento textural, sendo

reconhecidas as seguintes classes:

• pouco cascalhenta - percentagem de cascalho entre 8% e 15%;

• cascalhenta - percentagem de cascalho entre 15% e 50%;

• muito cascalhenta - percentagem de cascalho superior a 50%.

A ocorrência de cascalho é utilizada como qualificativo do grupamento

textural, por exemplo, textura média muito cascalhenta.

► Constituição esquelética do solo

Considerando esquelético quando mais de 35% e menos de 90% do volume

total da massa do solo for constituído por material mineral com diâmetro maior que

2cm. Esta característica qualifica o grupamento textural, como por exemplo, textura

arenosa esquelética.

O termo fragmentário deve ser usado para designar classe de solo com

menos de 10% de terra fina seca ao ar e com fragmentos de material mineral de

diâmetro maior que 2cm, ocupando mais de 90% do volume total de sua massa.

► Tipo de horizonte A

Conforme definidos anteriormente

► Saturação por bases

Refere-se ao percentual de bases no complexo sortivo e são:

• hipodistrófico - < 35%

• mesodistrófico - maior ou igual 35% e < 50%

• mesoeutrófico - maior ou igual 50% e < 75%

• hipereutrófico - maior ou igual 75%

► Saturação por alumínio

Utiliza-se o termo álico quando a saturação por alumínio maior ou igual 50%,

associada a um concentração de alumínio extraível > 0,5 cmolc/kg de solo.

► Mineralogia

Page 99: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

96

Refere-se à qualificação e à quantificação de características mineralógicas da

fração grosseira (areias e cascalhos) e das frações silte e argila.

A qualificação mineralógica é definida pela predominância dos minerais

constituintes do solo, sendo utilizados os termos e definições abaixo:

a) nas frações grosseiras do solo (maior ou igual 0,05mm de diâmetro)

identificam-se minerais primários facilmente intemperizáveis ou não, que qualificam

classes no 5º nível categórico, como:

• micácea - com predominância de micas/biotita e/ou muscovita maior ou

igual 40% (pela contagem de grãos na fração areia total e/ou cascalho);

• anfibolítica - presença de anfibólio maior ou igual 40% (pela contagem de

grãos na fração areia total e/ou cascalho);

• feldspática - com ocorrências de feldspato maior ou igual 40% (pela

contagem de grãos na fração areia total e/ou cascalho);

• silicosa - presença de quartzo, calcedônia ou opala maior ou igual 90%

(pela contagem de grãos na fração areia total e/ou cascalho) .

Quando for o caso, acrescentar após o grupamento textural, entre parênteses,

qualificativo, por exemplo: textura média (micácea).

b) nas frações < 0,002rnm (minerais de fração argila), sugerem-se as

seguintes classes de solos:

• cauliníticos - com predominância de argilominerais do grupo da caulinita

(maior ou igual 50% (por peso) pelo ATD). No caso dos Latossolos também podem

ser separados pelos valores Ki e Kr em:

→ cauliníticos - Ki > 0,75 e Kr > 0,75

→ cauliníticos - oxídicos - Ki > 0,75 e Kr menor ou igual 0,75

• oxídicos - com predominância de óxidos de ferro e alumínio (Kr menor ou

igual 0,75), podendo ser subdivididos em hematíticos e goetíticos.

• gibbsíticos - com predominância de gibbsita (maior ou igual 40% (por peso)

pelo ATD). Os Latossolos, também, podem ser separados pelos valores Ki e Kr em:

→ gibbsíticos-óxidicos - Ki menor ou igual 0,75 e Kr menor ou igual

0,75

• esmectíticos - com predominância de argilominerais do grupo das

esmectitas.

• vermiculíticos - com predominância de vermiculitas.

• outros argilominerais - que venham a predominar na constituição do solo.

Page 100: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

97

• mistos sem predominância de qualquer argilomineral específico

(principalmente interestratificados).

► Concentração de ferro não utilizado nos outros níveis categóricos

Por exemplo separar em algumas classes de solos a classe mesoférrica da

hipoférrica.

• Caráter aniônico

Caracterizado pelo delta pH igual a zero ou positivo.

• Caráter alofânico

Refere-se à presença de alofana, imogolita, ferridrita ou complexos de

alumínio e húmus, isto é, materiais amorfos que conferem ao solo uma densidade

aparente menor ou igual 1,0g/cm3 e percentagem (pelo oxalato de amônio) de Al3+ +

½ ferro > 1,0.

► Caracteristicas especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso

(comocompactação e adensamento)

Compreendem características inerentes ao desenvolvimento pedogenético do

solo ou originadas a partir das práticas de uso e manejo. Nestes casos, incluem-se

quaisquer características ou propriedades que tenham modificado o solo. Sugere-se

utilizar termos adequados, adjetivados, para qualificar classes de solo neste nível

categórico, como exemplos, "dênsico", "compactado", "concrecionário" (prefixos epi,

meso e endo, podem ser utilizados para especificar a posição de ocorrência de

concreções no perfil e separar classes neste nível categórico.

• Profundidade do solum(A + B)

No que concerne ao volume de solo utilizado pelas raízes e na retenção de

água .

• Classes de reação do solo

Podem ser separadas as seguintes classes de solos:

▫ ácido - com pH < 5,6

▫ neutro - com pH maior ou igual 5,6 e < 7,4

▫alcalino - com pH maior ou igual 7,4

ORGANOSSOLOS

Para estes solos aplicam-se as distinções quanto à natureza e textura do

material subjacente ao material orgânico, corno por exemplo, areia, argila, água e

Page 101: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

98

sedimentos. Quando o material subjacente, dentro da seção de controle, for de

constituição mineral podem-se aplicar as características diferenciais utilizadas para

solos minerais.

CLASSES DO 6º NÍVEL CATEGÓRICO (séries)

A função das séries é pragmática. A definição das séries é baseada em

características diretamente relacionadas com o crescimento das plantas,

principalmente, no que concerne ao desenvolvimento do sistema radicular, relações

solo-água-planta e propriedades importantes nas interpretações nas áreas de

engenharia e geotecnia. As diferenças de características e propriedades, dentro de

uma família, que afetam o uso e o manejo do solo devem ser consideradas na

classificação das séries. As séries são separadas dentro de uma família,

principalmente, para facilitar interpretações quantitativas sobre uso e manejo dos

solos, seja agrícola ou não agrícola.

SOLOS MINERAIS

As séries, em solos de constituição mineral são diferenciadas utilizando-se as

seguintes características e propriedades.

۞ tipo, espessura e arranjamento dos horizontes

۞estrutura

۞cor, mosqueado

۞ drenagem interna do perfil

۞ substrato (natureza do substrato em solos rasos e pouco profundos)

۞textura (a classe de horizontes superficiais e subsuperficiais)

۞ consistência

۞ concentração de matéria orgânica, por exemplo caráter criptohúffiico

۞ percentagem de fragmentos de rochas no solo

۞caráter álico e o estado de eutrofia e distrofia podem ser utilizados para

separar classes epi, meso e endo

۞ relações proporcionais entre determinados componentes, como exemplo, a

proporção da areia grossa em relação à areia fina, da areia muito fina em relação à

areia fina, determinando diferenças de porosidade e na capacidade de retenção de

água.

Page 102: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

99

ORGANOSSOLOS

Tem-se pouca ou nenhuma experiência no Brasil, no estabelecimento de

séries para esta classe de solos. Sugere-se, principalmente, considerar tipo e

espessura das camadas orgânicas, presença de lençol freático em relação à

superfície do solo, profundidade de ocorrência e espessura do substrato mineral na

seção de controle da classe, e abundância de ocorrência de pedaços e fragmentos

(> 2cm) de vegetais.

Page 103: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

100

12. CLASSIFICAÇÃO AMERICANA = 7ª APROXIMAÇÃO = SOIL TAXONOMY

(1975).

O sistema americano de classificação de solos é considerado universal, pois,

é formado por prefixos e sufixos gregos e latinos. As categorias são distribuídas em:

Ordem, subordem, Grande Grupo, sub Grupo, Família e Série. Os detalhes nas

informações são fornecidos, em maiores quantidades, na medida em que se

caminha da ordem para a série.

ORDENS: Utiliza principalmente os horizontes diagnósticos sendo que foi

atualizado e à partir de 1990, o sistema apresenta 11 ordens:

1. HISTOSSOL: solos orgânicos (epipedon hístico)

2. ANDISSOL: presença de epipedon hístico (turfoso)

3. ESPODOSSOL: horizonte espódico, ex. Espodossolos

4. OXISSOL: horizonte óxico, ex. Latossolos

5. VERTISSOL: solos argilosos escuros com contração e expansão, ex.

vertissol.

6. ARIDISSOL: solos de região árida, ex. alguns planossolos

7. ULTISSOL: horizonte argílico ou kandico e distróficos, ex. Argissolos

distrófico, alguns Nitossolos

8. MOLISSOL: epipedon mólico, ex. Chernossolos

9. ALFISSOL: horizonte argílico ou kandico, eutróficos, ex. Argissolos

Vermelho Amarelo (PV) eutrófico

10. INCEPTISSOL: horizonte câmbico, ex. Cambissol

11. ENTISSOL: solo jovem (A-R), na classificação brasileira corresponde aos

Neossolos

SUB-ORDEM: baseado principalmente no regime hídrico dos solos.

Assim os principais regimes hídricos dos solos (e não sub-ordens), são

descritos a seguir:

1. AQUICO: solo está continuadamente saturado = condições redutoras

2. TÓRRIDO ou ÁRIDO: evaporação > ppt

Page 104: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

101

3. ÚSTICO: solo se mantém mais de 90 dias cumulativos no ano sem água

disponível, ex. Brasil Central, parte do Estado de São Paulo.

4. ÚDICO: solo se mantém menos de 90 dias cumulativos no ano sem água

disponível, ex. maior parte do Estado de São Paulo.

5. PERÚDICO: chove ano todo, ex. parte da Amazônia.

NOMENCLATURA: feita através de métodos mnemotécnicos (nomes que auxiliam a

interpretação, oriundos do alfabeto latino e grego).

Assim as SUB-ORDEM podem ser por exemplo:

UDALF, USTALF, AQUALF, AQUOX, USTOX, UDOX.

GRANDE GRUPO: constituído pela sub ordem procedidas por elementos formativos

adicionais. Possuem três sílabas

Ex. EUTRUDOX, NATRUSTALF, TROPUDALF, ACRUSTOX, HAPLUSTOX,

TROPUDULTS, PALEUDULTS etc.

Significado de alguns prefixos utilizados em grande grupo:

EUTR = eutrófico, V ≥ 50% de 0-125 cm

ACR = ácrico = RC < 1,5 emg/100 argila (S + Al / % argila) x 100

GIBB = gibbsita > 30%

PALE = Velho = % argila não decresce de seu máximo por mais de 20%

(valor relativo) dentro dos primeiros 150 em do solo. Ex: se > % argila é 50 x 0,2 =

10. Para ser pale, argila não pode ser < 40%.

NATR = nátrico = presença de horizonte nátrico

HAPL = outros.

GRANDE GRUPO: Também é usado termos como typic (típico), lithic (lítico) e

paralítico; onde o 2° indica contato solo/rocha duro, e paralítico contato friável

(arenito).

Ex. TYPIC TROPUDALF, LITHIC TROPUDALF

FAMÍLIA: além das características utilizadas para o sub-grupo, emprega-se

outras como: textura, mineralogia, reação e temperatura do solo.

Page 105: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

102

As classes de temperaturas do solo que ocorrem com mais freqüência no

Estado de São Paulo são:

TÉRMICO: 15 < Ts < 22°C e TV - I > 5°C Ts = temp. do solo

ISOTÉRMICO: 15 < Ts < 22°C e TV I < 5°C TV = temp. no verão

HIPERTÉRMICO: Ts > 22°C e TV - I > 5°C I = inverno

ISOHIPERTÉRMICO: Ts > 22°C e TV - I < 5°C

Ex. a classificação do solo em nível de família pode ser:

TYPIC TROPUDALF, ARGILOSO, MONTMORILONÍTICO, ÁCIDO,

ISOTÉRMICO

SÉRIES: designados por nomes dos locais nos quais foram primeiramente

descritos.

Solo formado no Estado de São Paulo (údico, isotérmico), por basalto, em

relevo plano, provavelmente poderá ser classificado:

ORDEM: OXISSOL

SUB ORDEM: UDOX

GRANDE GRUPO: ACRUDOX

SUB GRUPO: TYPIC ACRUDOX

FAMÍLIA: TYPIC ACRUDOX, ARGILOSO, GIBBSÍTICO, ÁCIDO,

ISOTÉRMICO

SÉRIE: TYPIC ACRUDOX, ARGILOSO, GIBBSÍTICO, ÁCIDO, ISOTÉRMICO,

SÉRIE BARRETOS.

Definições simplificadas das ordens, subordens e grande grupo de solos do

"Soil Taxonomy", 1975, (atualizadas encontradas nos trópicos para propósitos de

manejo.

Page 106: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

103

Ordem Subordem Grande Grupo

OXISSOL solos com horizonte óxico (13 e.mg/100g de argila), consistindo de mistura de caulinita, óxidos de ferro e alumínio; baixo concentração de minerais intemperizáveis. Normalmente profundos, bem drenados, vermelho ou amarelo, baixa fertilidade, propriedades uniformes com a profundidade.

Udox Oxissóis com regime údico de umidade.

Sombriudox: horizonte escuro. Eutrudox: eutrófico (0 a 125cm) Acrudox: ácrico em algum horizonte 150cm) e pH KCl > 5 Kandiudox: Udox com + 40% de argila (0 a 18cm),com horizonte Kandico (0 a 150cm) Hapludox: outros

Ustox Oxissóis com regime ústico de umidade

Eutrustox: eutrófico (0 a 125cm) Acrustox: ácrico e pH KCl > 5 em alguma parte do óxico até 150cm Kandiustox: + 40% argila (0 a 18cm) e com horizonte kandico até 150cm. Haplustox: outros

Torrox Oxissóis com regime árido de umidade

Acrotorrox: ácrico Eutrotorrox: eutrófico

Perox Oxissóis com regime Perúdico

Sombriperox: horizonte sombrico Eutroperox: eutrófico Acroperox: horizonte ácrico Kandiperox: + 40% de argila 0-18cm e com horizonte kandico até 150cm Haploperox: outros

Aquox Oxissóis com regime áquico de umidade

Acraquox: horizonte ácrico Eutraquox: horizonte eutrófico Kandiperox: horizonte kandico Haplaquox: outros

Page 107: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

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Ordem Subordem Grande Grupo

ULTISSOL solos com horizonte argílico, e/ou kandico com saturação de bases inferior a 50% na seção de controle. Normalmente profundo, drenagem boa a moderada, solos vermelho ou amarelo, maior concentração de minerais intemperizáveis do que os oxissóis, com algumas propriedades físicas indesej áveis, baixa fertilidade natural. Ultissóis podem ter horizonte óxico acima ou abaixo do argílico.

Udults Ultissol com regime údico de umidade.

Plinthudults: Plintita Flagiudults: presença de fragipan Kandiudultus: presença de kandico ou argílico, com

CTC fração argila < 22 emg e com decréscimo de argila < 20% (valor relativo) a partir de seu valor máximo na camada O a 150cm Kanhapludults: presença de kandico ou argílico com CTC fração argila < 22 emg, na > parte do horizonte Paleudults: argílico ou kandico com decréscimo de argila < 20% (valor relativo) a partir de seu valor máximo na camada de O a 150cm

Hapludults: Outros Ustults Ultissol com regime ústico de umidade.

Plinthustults: plintita Kandiustults: semelhante kandiudults Kanhaplustults: semelhante Kanhaplusdults Paleustults: semelhante Paleudults Rhodustul ts: epipedon com valor ≤ 3 (úmido) e argílico com valor < 5 (seco) Haplustults: Outros

Humilts Ultissóis com elevado concentração de mato

(horizonte sombrico) Palehumults: horizonte argílico profundo Plinthohumults: com plintita Kandihumults

Aquults Ultissol com regime áquico de umidade Paleaquults:

horizonte argílico muito profundo Plinthaquults: com plintita Fragiaquults: com fragipan Albaquults: horizonte A claro

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Ordem Subordem Grande Grupo

ALFISSOL Solos com horizonte argílico e com saturação de bases superior a 50%. Semelhante aos Ultissóis porém apresentam elevada fertilidade natural.

Udalfs Alfissol com regime údico de umidade.

Natrudalfs: nátrico Glossudalfs: horizonte albico penetra no argílico Kandiudalfs: semelhante o kandiudults Kanhapludalfs: semelhante ao kanhapludults Paleudalfs: decréscimo de argila < 20% (valor relativo) a

partir de seu valor máximo na camada de 0-150cm

·Rhodudalfs: argílico + vermelho 5YR, valor < 3-,5 úmido e seco não mais que 1 unidade superior ao úmido

Hapludalfs: Outros Ustalfs Alfissol com regime ústico de umidade

Kandiustalfs: semelhante ao kandiudults Kanhaplustalfs: semelhante ao kanhapludults Paleustalfs: semelhante ao paleudults Rhodustalfs: semelhar-te ao Rhodustults Plinthustalf: com plintita Natrustalfs: com horizonte nátrico Haplustalfs: Outros

Aqualfs Alfissol com regime áquico de umidade

Fragiaqualfs: presença de fragipan Plinthaqualf: com plintita Natraqualf: horizonte nátrico Duraqualf: com duripan Kandiaqualfs: CTC fração argila < 22 emg no kandico ou

Argílico

Page 109: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

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Ordem Subordem Grande Grupo

ARIDISSOL solos com regime árido de umidade, com diferenciação de horizontes.

Argids Aridissol com horizonte argílico ou nátrico

Nadurargis: presença de duripan e nátrico Paleargid: horizonte argílico muito profundo Natrargid: horizonte nátrico Durargid: com duripan Haplargid: outros

Orthids Aridissolo sem horizonte argílico

Sarthid: com horizonte sálico Paleorthid: solo profundo Caciorthid: com horizonte cálcico Gypsiorthid: com horizonte gípsico Camborthid: com horizonte câmbico Durorthid: com duripan

Ordem Subordem Grande Grupo

INCEPTISSOL solos jovens com horizonte câmbico Aqueps Inceptissol com regime áquico de umidade

Tropaquept: tropical Humaquept: tem horizonte úmbrico ou mólico Halaquept: salino Sulfaquept: solo com horizonte sulfúrico Plintaquept: com plintita Haplaquept: Outros

Tropepts Outros inceptissóis dos trópicos

Distropept: baixa saturação de bases Eutropept: elevada saturação de bases Ustropept: com regime ústico de umidade Humitropept: com elevado concentração de

matéria orgânica Ochrept Presença de horizonte ócrico

Fragiochrept: presença de fragipan Darochrept: presença de duripan Ustochrept: com regime ústico Eutrochrept: eutrófico entre 25 e abaixo da

superfície Dystrochrept: Outros

Page 110: Geologia Mineralogia e Solos Apostila Pedologia

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Ordem Subordem Grande Grupo

ENTISSOL solos jovens ocorrendo apenas um epipedon ócrico e sem horizontes de subsuperfície

Aquents Entissol com regime áquico de umidade

Tropaquent: dos trópicos Fluvaquent:alúvios

Arent Arranjamento desordenado dos horizontes

Ustarents: com regime ústico Udarents: com regime údico

Fluvents Entissóis de origem aluvional recente

Tropofluvent: trópico Ustifluvent: com regime ústico de umidade Torrifluvent: com regime árido de umidade

Psamments Entissol arenoso

Tropopsamment: trópico Ultipsamment:com regime ústico de umidade Torripsamment:com regime árido de umidade Quartzipsamment: principalmente com

dominância de quartzo na areia (90%)

Udipsamment: regime údico Orthents Outros Entissóis tropical

Troporthent:trópico Ustorthent:com regime ústico de umidade Torriorthecom regime árido de umidade

Ordem Subordem Grande Grupo

VERTISSOL solos argilosos e mais do que 5% de minerais 2:1 na fração argila. Normalmente expande e contrai, micro - relevo "gilggai" e superfícies de pressão faces dos agregados.

Usterts Vertissol com regime ústico de umidade.

Cromustert: cor clara, croma ≥ 2 Pelustert: cor escura

Udert Vertissol com regime údico de umidade.

Chromuderts: croma ≥ 2 Paleuderts: Outros

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Ordem Subordem Grande Grupo

MOLISSOL solos com horizonte mólico (elevado concentração de matéria orgânica, macio quando seco e saturação de bases suprior a 50%.

Rendols Molissol desenvolvido de calcário (designado

como Rendzina), sem horizontes argílico, regime údico.

Ustols Molissol com regime ústico de umidade.

Paleustolls: decréscimo de argila < 20% na camada de 0 a 150cm e com horizonte argílico mais vermelho que 10YR e croma > 4 mais vermelho 7,5YR ou croma > 5

Argiustolls: com horizonte argílico Haplustolls: Outros

Udolls Paleudolls: semelhante paleustolls

Argiudolss: presença de horizonte argílico Hapludolls:outros

13. BIBLIOGRAFIA CITADA

CAMARGO, M.N.; KLANT, E.; KAUFFMAN, J.H. Classificação de solos

usada em levantamentos pedológicos no Brasil. B. Inf. Soco Bras. Cio Solo,

Campinas, 12(1) :11-33, 1987.

COMISSÃO DE SOLOS, Centro nacional de Ensino e Pesquisas

Agronômicas. Levantamento de reconhecimento de solos no Estado de São

Paulo. Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas, 1960. 634p. (Boletim 12) .

DEMATTÊ, J.L.I. Manejo de solos ácidos dos trópicos amazônica,

Campinas, Fundação Cargill, 1988. 215p. região

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Serviço Nacional

de Levantamento e Conservação de Solos, Rio de Janeiro. Critérios para distinção

de classes de solos e de fases de unidades de mapeamento - Normas em uso

pelo SNLCS. Rio de Janeiro. 1988. 67p. (Documentos - SNLCS, N. 11).

ESTADOS UNIDOS. Department of Agriculture, Soil Survey Staff. Soil

Taxonomy; a basic system of soil classification for making and interpreting

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soil survey. Washington, Soil Conservation Service, 1975. 754p. (Agriculture

Handbook, 436).

LEPSCH, I.F. e OLIVEIRA, J.B. Explicações sumárias sobre a nova

nomenclatura das legendas de mapas pedológicos em São Paulo. B. Tecn. Inst.

Agron. n. 117, Campinas, 1987. 36p.

RESENDE, M.; CURI, N. e SANTANA, D.L. Pedologia e fertilidade do solo:

interações e aplicações. C. Ag. nos Trópicos Bras. 1988.83p.

LINKS

Nome - Vox Scientiae

Descrição – Página sobre voçorocas.

Url - http://www.eca.usp.br/nucleos/njr/voxscientiae/william13.html

Nome: Ambiente Brasil

Descrição: Artigos sobre erosão do solo

Url:

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agropecuario/index.html&c

onteudo=./agropecuario/erosao.html

Nome: Universidade de Brasília – Instituto de Geologia

Descrição: Glossário de termos geológicos.

Url: http://www.unb.br/ig/glossario/

Nome: Revista Biotecnologia

Descrição: Página que traz um glossário de termos agronômicos.

Url: http://www.biotecnologia.com.br/bioglossario/

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Regime hídrico dos solos do Brasil (Wambeke,1981)

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