RODOLFO RITLLER GURGEL DE MEDEIROS IMPLEMENTAÇÃO DE …
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RODOLFO RITLLER GURGEL DE MEDEIROS
IMPLEMENTAÇÃO DE UMA FERRAMENTA NUMÉRICA
PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS DE CONCRETO
NATAL/RN
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Rodolfo Ritller Gurgel de Medeiros
Implementação de uma ferramenta numérica para dimensionamento de estacas de
concreto.
Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade
Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do Título de
Bacharel em Engenharia Civil.
Orientador: Prof.ª Dra. Fernanda Rodrigues
Mittelbach
NATAL/RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede
Medeiros, Rodolfo Ritller Gurgel de.
Implementação de uma ferramenta numérica para dimensionamento
de estacas de concreto / Rodolfo Ritller Gurgel de Medeiros. -
2019.
60f.: il.
Monografia (Graduação)-Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal,
2019.
Orientadora: Dra. Fernanda Rodrigues Mittelbach.
1. Dimensionamento - Monografia. 2. Estacas de Concreto -
Monografia. 3. Algoritmo - Monografia. I. Mittelbach, Fernanda
Rodrigues. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 624
Rodolfo Ritler Gurgel de Medeiros
Implementação de uma ferramenta numérica para dimensionamento de estacas de concreto
Trabalho de conclusão de curso na modalidade
Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do título de Bacharel
em Engenharia Civil.
Aprovado em 18 de junho de 2019.
________________________________________________________
Prof(a). Dra. Fernanda Rodrigues Mittelbach
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Prof(a). Dr. Olavo Francisco dos Santos Junior – Examinador interno
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Prof(a). Me(a). Tahyara Barbalho Fontoura – Examinador externo
Instituto Federal do Rio Grande do Norte.
Natal/RN
2019
Dedico este trabalho primeiramente a Deus. Dedico
também aos meus pais que sempre se esforçaram para
nos dar tudo o que podiam e incentivaram a ser quem
sou hoje. Dedicamos a todo corpo docente e discente da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte por nos
permitir crescer em conhecimento e como pessoa.
AGRADECIMENTOS
Agradeço este trabalho primeiramente a Deus por nunca me deixar desamparado em
momento nenhum da minha vida.
Agradeço também aos meus pais que sempre se esforçaram para me dar tudo o que
podiam e que me incentivaram a estudar e galgar patamares maiores na minha vida. Dedico aos
meus irmãos e familiares que sempre me aconselharam e estiveram presentes. Eles são minha
base e rocha. Dedico também ao meu querido primo e amigo Danilo Gurgel que já se foi, mas
que se tivesse no meio de nós estaria orgulhoso.
Agradeço essa vitória a meus grandes amigosque em suas sabias palavras nunca me
fizeram desistir do meu sonho e foram a força que eu precisava para seguir em frente
batalhando. Agradeço e toda equipe do Ciosp em especial da Central de Monitoramento da
Policia Militar que sempre estiveram ao meu lado nos momentos em que compartilhamos
nossas tristezas e alegrias e também pelo apoio nessa caminhada.
Agradeço em especial minha orientadora Fernanda Rodrigues Mittelbach, pois ela
sempre me atendeu com presteza e me ajudou a realizar mais um sonho. Ela sempre foi presente
não somente como orientadora, mas também como excelente profissional e professora
exemplar, do qual tenho orgulho de dizer que fui aluno e orientando. Obrigado pela paciência
e aprendizado que a senhora me passou. Esse trabalho não é só meu é de todos vocês.
RESUMO
Implementação de uma ferramenta numérica para dimensionamento de estacas de
concreto
O cálculo do dimensionamento de estacas de concreto exige gama conhecimentos acerca das
características do solo, dos parâmetros estabelecidos na NBR 6122 e ainda da aplicabilidade e
execução das estacas no dia a dia. Essa série de fatores dificultam os cálculos desse
dimensionamento. Pensando nisso a presente pesquisa busca o desenvolvimento de uma
ferramenta numérica computacional para o dimensionamento de estacas do tipo concreto
armado para os esforços de compressão. Assim através do software Plato e com auxílio de
planilhas de Excel, juntamente a pesquisa bibliográfica. Assim, chegou-se a formulação de
um algoritmo que apresenta resolução do cálculo de capacidade de carga e carga admissível das
estacas, parâmetros do pré-dimensionamento do bloco e cálculo das armaduras longitudinais e
transversais à compressão. A solução numérica apresentou uma precisão média de 99,82%.
Palavras Chaves: Dimensionamento, Estacas de Concreto, Algoritmo.
ABSTRACT
Implementation of a numerical tool for dimensioning concrete piles
The calculation of pile design is a series of requirements for the determination of soil
characteristics. This series of indicators makes sizing calculations difficult. Thinking about this
is a research for the development of a numerical computational tool for the dimensioning of
concrete-type actions for compression exercises. Thus through the software Plato and with the
help of Excel spreadsheets, along with the bibliographic research. Thus, an algorithm was
formulated that presents the resolution of the calculation of the load capacity and the
permissible load of the piles, parameters of the pre-dimensioning of the block and calculation
of the longitudinal and transversal captures to the compression. The numerical solution
presented an average of 99.82%.
Keywords: Sizing, Concrete Stakes, Algorithm.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CPT - O teste de penetração no cone
KN - Kilo Newton
MPa - Mega Pascal
N.A. - Nível d’água
NSPT - Ensaio de Sondagem à Percussão
Pe - Carga de catalogo de projeto
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Parcelas resistentes que contribuem para cálculo de capacidade carga em fundações
profundas.
Figura 2: Elementos de uma estaca de concreto.
Figura 3: estacas pré-moldadas
Figura 4: Estaca Escavada
Figura 5: estaca Escava com auxílio de lama betonitica
Figura 6: estaca Hélice Continua.
Figura 7: execução de estaca Raiz.
Figura 8: execução de estaca Franki.
Figura 9: execução de estaca Strauss.
Figura 10: Software Plato.
Figura 11: Interface de execução do Software Plato.
Figura 12: Fluxograma do Algoritmo.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Resistencia de Ponta.
Gráfico 02: Somatório das Resistências Laterais.
Gráfico 03: Capacidade de Carga
Gráfico 04: Carga Admissível.
Gráfico 05: Número de estacas do bloco de coroamento.
Gráfico 06: Carga Solicitante.
Gráfico 07: Comprimento da Armadura.
Gráfico 08: Armadura longitudinal mínima.
Gráfico 09: Área de armadura longitudinal
Gráfico 10: Espaçamento entre estribos.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Características das estacas pré-moldadas.
Tabela 02: Distância entre estacas e do centro da estaca a borda do bloco.
Tabela 03: Diâmetro adotado, número de barras e espaçamento entre elas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 13
2. OBJETIVO GERAL ....................................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS ....................................................................................... 14
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 14
4 FUNDAMENTAÇÃO ................................................................................................................. 15
4.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS ..................................................................................... 15
4.1.1 ESTACAS DE CONCRETO ARMADO ............................................................................. 16
4.2 CAPACIDADE DE CARGA E CARGA ADMISSÍVEL ...................................................... 23
4.3 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL PARA TENSÕES DE COMPRESSÃO. ............. 26
4.3.2 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA DA ESTACA PARA ESFORÇOS DE
COMPRESÃO ................................................................................................................ 28
5 MATERIAIS E METODOS ....................................................................................................... 31
5.1 TIPO E CARACTERÍSTICA DA PESQUISA .............................................................. 31
5.2 COLETA DE DADOS .............................................................................................. 32
5.3 FERRAMENTA NUMERICA ................................................................................... 33
5.4 TRATAMENTO DOS DADOS E VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS. ......................... 34
5.5 ORIENTAÇÕES PARA USO DO ALGORITMO ........................................................ 36
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................................ 37
6.1 ANÁLISE DA CAPACIDADE DE CARGA E CARGA ADMISÍVEL ............................ 38
6.5 ANÁLISE DO PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO BLOCO ........................................... 41
6.6 ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA À COMPRESSÃO............... 44
7 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 48
REFERENCIAS .................................................................................................................................. 49
ANEXO I – TABELAS PARA PALCULOS DE CAPACIDADE DE CARGA MÉTODO DE
AOKI E VELLOSO (1975)................................................................................................................. 51
ANEXO II – TABELAS PARA CALCULOS DE CAPACIDADE DE CARGA MÉTODO
DECOURT E QUARESMA (1978) ................................................................................................... 52
ANEXO III – TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS DE CONCRETO
ARMADO. ........................................................................................................................................... 53
ANEXO IV – PERFIS DE SONDAGEM UTILIZADOS NO TRABALHO ................................. 56
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1 INTRODUÇÃO
No universo da Engenharia Civil há uma gama de áreas a serem exploradas e uma delas
é a de geotécnia, na qual realiza-se o estudo das fundações. Em edifícios, bem como nas demais
construções, esse tipo de elemento estrutural é indispensável, pois as cargas são transmitidas
para as camadas mais resistentes do solo através da interação entre o elemento estrutural de
fundação e o solo.
A escolha do tipo de fundação passa pela análise das características do solo e das tensões
atuantes. Assim, pode-se escolher a opção que reduz mais os custos da estrutura, que tenha um
tempo de execução menor, ou seja, uma maior produtividade, e que atenda todas as normas de
segurança.
Neste cenário, as estacas de concreto armado são amplamente utilizadas em fundações,
pois, além do concreto ser um material de baixo custo quando comparado a outros materiais da
construção civil, também apresenta alta resistência a esforços de compressão.
O dimensionamento de estacas de concreto armado passa por uma série de análises de
metodológicas, que requer um gasto de tempo na execução dos cálculos. Com o intuito de
chegar a um dimensionamento com resultados satisfatórios, o projetista utiliza-se de várias
ferramentas ou softwares que tendem a agilizar os cálculos.
Com o passar dos anos as soluções computacionais tem-se ampliado e auxiliado os
engenheiros na análise de elementos estruturais. Nesse cenário, a busca por uma ferramenta
numérica que otimize o cálculo de dimensionamento de estacas, com eficiência e
confiabilidade, abordando os efeitos das solicitações na iteração solo estrutura. Dessa forma, as
ferramentas computacionais são essenciais para suprir as necessidades dos engenheiro
responsáveis por essa área.
2. OBJETIVO GERAL
O trabalho tem por objetivo geral o desenvolvimento de uma ferramenta numérica
computacional para a dimensionamento de estacas do tipo concreto armado para os esforços
solicitantes de compressão.
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2.1 OBJETIVOS ESPECIFICOS
Os objetivos específicos são elencados a seguir:
a) Desenvolver um código computacional para estimar a capacidade de carga e tensão
admissível do solo, baseado no método de Aoki-Velloso (1975) e de Décourt-Quaresma
(1978);
b) Realizar o pré-dimensionamento geométrico do bloco de coroamento;
c) Realizar o dimensionamento da armadura longitudinal e transversal resistente aos
esforços solicitantes de compressão baseado na NBR 6122 e NBR 6118.
3. JUSTIFICATIVA
O presente estudo das cargas atuantes na interação estrutura-solo é de fundamental
importância paras as execuções de edificações da construção civil, o que justifica a elaboração
da presente pesquisa, pois na fase de pré-construção em qualquer obra, faz-se necessário
analisar o comportamento do conjunto solo-estrutura, erros nessa etapa do projeto, e a não
observância desse comportamento podem acarretar a numa serie de patologias futuras ou até a
ruina de uma edificação.
As fundações profundas tem ganho cada vez mais espaço por uma série de vantagens,
tais como: dinamismo, controle de qualidade, monitoramento e produtividade na execução.
Devido à importância desta temática, faz-se necessário aprofundar cada vez mais o
estudo de novas tecnologias que gerem resultados satisfatórios e ferramentas que otimizem o
processo de cálculo e dimensionamento. Para tal, existe uma gama de softwares que fazem esse
tratamento numérico, facilitando e dando maior celeridade a essa análise.
15
4 FUNDAMENTAÇÃO
4.1 FUNDAÇÕES PROFUNDAS
As fundações são elementos estruturais que objetivam transmitir as cargas da
superestrutura para as camadas mais resistentes do solo. Tais elementos podem ser classificados
como fundações rasas (diretas) ou profundas. Existem diversos critérios que devem ser levados
em conta ao se escolher o tipo de fundação, tais como: topografia da área, características do
maciço de solo, dados da estrutura, dados sobre as construções vizinhas, aspectos econômicos.
Tomando como foco a presente pesquisa, passa-se a tratar das fundações do tipo
profundas. Segundo a definição contida na NBR 6122/1996, as fundações profundas são:
Elemento de fundação que transmite a carga ao terreno pela base (resistência de
ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das
duas, e que está assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão
em planta, e no mínimo 3 m, salvo justificativa. Neste tipo de fundação incluem-se as
estacas, os tubulões e os caixões (ABNT, 1996, p.2).
O Elemento de fundação profunda transmite a carga da estrutura para a camada mais
resistente do solo pela ponta, também conhecida como base, (resistência de ponta) ou pelo atrito
lateral da superfície que entra em contato com o solo (resistência de fuste), conforme figura 1.
Além disso, essa transmissão pode ser dada por uma combinação das duas formas, devendo a
sua ponta estar assentada em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta,
tendo como profundidade mínima 3,00m.
16
Figura 1: Parcelas resistentes que contribuem para cálculo de capacidade carga em
fundações profundas.
Fonte: Cintra e Aoki, 2010.
Como a própria norma cita, as fundações profundas podem ser de vários tipos: tubulões,
estacas (escavadas ou cravadas) e caixões.
A NBR 6122 (ABNT,1996), traz o conceito de estacas como elementos de fundação
profunda executados com o auxílio de ferramentas ou equipamentos sem que haja descida de
operário em qualquer fase de execução (cravação a percussão, prensagem, vibração, ou por
escavação, etc), podendo ser constituídos de madeira, aço, concreto, etc; Já os tubulões são
elementos cilíndricos de fundação profunda em que, pelo menos na sua fase final de execução,
ocorre a descida do operário, podendo ser executados a céu aberto ou a ar comprimido, e ter ou
não, a base alargada; os caixões são elemento de fundação de forma prismática, concretados na
superfície do terreno, e instalados por escavação interna, podendo-se ainda na sua instalação
usar, ou não, ar comprimido, e ter, ou não, a sua base alargada. No presente trabalho, serão
tratadas as estacas de concreto armado.
4.1.1 ESTACAS DE CONCRETO ARMADO
As Estacas têm seus procedimentos de execução realizados principalmente por
equipamentos ou ferramentas, sem haver a descida do operário no furo. A escolha deste
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elemento em um projeto é realizada em função da carga transmitida do pilar da estrutura para
o solo e também das características do solo.
Os processos para a execução de estacas pode ser realizado por três métodos: a)
Cravação: que pode ser a percussão, prensagem ou aparafusamento. b) Escavação: sem escoras,
com uso de lama betonitica e suportada por encamisamento do fuste; c) Misto: escavado na fase
inicial e cravado.
As estacas de concreto armado são compostas por três partes: a cabeça da estaca, o fuste
e a ponta. A primeira fica diretamente ligada ao bloco de fundação; já o fuste corresponde a
toda superfície lateral que tem contato com o solo, neste trecho do elemento, se desenvolvem
as resistências de atrito lateral que, somadas a resistência de ponta, compõem a capacidade de
carga do elemento. A Ponta localiza-se na parte inferior da estaca, e é encarregada de transmitir
a tensões para o solo através da interação da área de contato com o solo, por compressão. Vale
salientar que a ponta pode também receber o nome de bulbo, isso se dá quando a ponta possui
um diâmetro maior que o do fuste.
Figura 2: Elementos de uma estaca de concreto.
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Existem diversos tipos de estacas de concreto. Assim passa-se a tratar de alguns
desses.
a) Pré-moldadas:
As estacas pré-moldadas podem ser caracterizadas pelo tipo de execução, pois elas
podem ser cravadas no terreno por percussão, prensagem ou vibração. Elas podem ser
constituídas por um único elemento estrutural (madeira, aço, concreto armado ou protendido)
ou pela associação de dois desses elementos (ALONSO, 1998). Além disso, existe a
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classificação referente ao tipo de fabricação utilizada, podendo ser protendida, vibrada ou
centrifugada.
Figura 3: estacas pré-moldadas.
Fonte: JLfundações (2019).
Algumas recomendações devem ser observadas durante o processo de cravamento. Elas
devem ser executadas até a profundidade especificada em projeto e tem como critério de
parada da nega entre 10 e 20 mm / 10 golpes.
Tabela 01: Características das estacas pré-moldadas.
TIPO DIMENSÕES (cm) CARGA (kN)
Vibrada (quadrada) 20 X 20 a 35 x 35 250 a 750
Vibrada (circular) 22 a 33 300 a 700
Protendida 20 a 33 300 a 800
Centrifugada 20 a 60 250 a 1700
Fonte: Adaptado de (Gonçalves, et al., 2007)
Esse tipo de estaca possui como vantagem a boa qualidade do concreto; a cura e pega
do concreto não são afetadas por agentes agressivos que possam estar presentes no solo; e
segurança na passagem por camadas de solo muito moles. Já como desvantagem, tem
dificuldade na adaptação às variações do terreno.
b) Escavadas sem lama bentônitica:
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Segundo (FALCONI et al., 1998), As estacas escavadas sem lama bentônitica tem por
principal característica serem moldadas no local após a escavação do solo. Esse processo pode
ser realizado nas sondas específicas para a retirada da terra, por perfuratrizes rotativas ou ainda
com irados mecânicos ou manuais. Após a escavação é inserido o concreto, lançado da
superfície, e depois armadura.
Figura 4: Estaca escavada com trado mecânico
Fonte: JLfundações (2019).
Este tipo de estaca tem por característica um diâmetro = 200 a 300 mm, comprimento
máximo de L máximo = 5 m, deve ser executada acima do N.A. e possui baixa capacidade de
carga. Suas principais vantagens são o não deslocamento do solo e inexistência de vibração.
c) Escavadas com lama bentônitica:
O processo executivo das estacas escavadas com lama bentonitica compreende as
seguintes fases: escavação e preenchimento simultâneo da estaca com lama bentonitica, ou seja,
entanto há a perfuração há o preenchimento do furo para estabilizar o solo, evitando
deslizamentos de terra para dentro do fuste da estaca; colocação da armadura previamente
montada; lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubos tremonha, assim
expulsando a lama, que é bombeada de volta para depósitos (SAES, 1998).
Figura 05: estaca escava com auxílio de lama betonitica.
20
Fonte: JLfundações (2019).
Esse tipo de estaca possui as seguintes características: fck mínimo =20Mpa; e peso
especifico do cimento = 400 kg/m3 e Slump 223cm.
d) Hélice contínua
As fases de execução da estaca Hélice Continua são: perfuração, concretagem
simultânea à extração da hélice do terreno e colocação da armadura.
A primeira consiste em cravar a hélice no terreno, até a profundidade determinada em
projeto, por meio de uma mesa rotativa colocada no seu topo, que aplica um torque
apropriado para vencer a resistência do terreno. o concreto é bombeado através do
tubo central, preenchendo simultaneamente a cavidade deixada pela hélice que é
extraída do terreno. A armação, em forma de gaiola, é introduzida na estaca por
gravidade ou com auxílio de um pilão de pequena carga ou vibrador (ANTUNES et
al., 1998, p. 445).
Figura 6: estaca hélice continua.
Fonte: JLfundações (2019).
21
Suas principais características são: a alta produtividade; ausência de vibrações; pressão
de injeção do concreto e o monitoramento durante todo processo. Seus Diâmetros devem estar
entre 0,25 a 1,0 m, a carga de projeto entre 250 a 4000 kN e NSPT limite entre 20 a 45
e) Raiz
De acordo com Alonso (1998, p. 327), “são estacas em que se aplicam injeções de ar
comprimido imediatamente após a moldagem do fuste e no topo do mesmo, concomitantemente
com a remoção do revestimento. Usam-se baixas pressões (inferiores a 0,5 MPa). Essa injeção
de ar comprimido visa garantir a integridade da estaca”.
Figura 7: execução de estaca raiz.
Fonte: JLfundações (2019).
A estaca do tipo Raiz tem por características o diâmetro entre 170 a 370 mm, carga usual
de projeto entre 250 a 1200 KN; o NSPT pode ser maior que 60; perfura rocha; pode ser vertical
ou inclinada; pode ser produzida em locais de difícil acesso e serve também para reforço de
fundação.
f) Franki
O processo executivo das estacas franki pode ser descrito da seguinte maneira,
A execução da estaca é iniciada pelo posicionamento do tubo de revestimento e
formação da bucha. Após apoiar o tubo sobre o terreno, lança-se certa quantidade de
brita e areia no seu interior para ser compactada pelo impacto de golpes do pilão e
expandir lateralmente aderindo fortemente ao tubo. A seguir o tubo é cravado no
terreno pelo impacto de repetidos golpes do pilão na bucha. A profundidade final de
cravação é definida, pela verificação da nega do tubo nos últimos metros de cravação.
Terminada a cravação, o tubo é preso â torre do bate-estaca por meio de cabos de aço,
para expulsar a bucha e iniciar a execução da base alargada. O alargamento da base é
obtido apiloando-se fortemente pequenas e sucessivas quantidades de concreto quase
seco (slump zero). Terminada a base alargada, coloca-se a armação, ajustando-a para
incorporá-la na base e ao mesmo tempo instalar o cabo de controle da armação numa
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de suas barras. A seguir inicia-se a concretagem do fuste lançando-se sucessivas
camadas de pequena altura de concreto e recuperando o tubo com apiloamento
das camadas. (MAIA, 1998, p. 239)
Figura 8: execução de estaca Franki.
Fonte: JLfundações (2019).
Esse tipo de estaca possui diâmetro variando de D = 300 a 700 mm; comprimento entre
a L = 15 a 35 m e carga de catalogo de projeto Pe = 450 a 2600 kN. Suas principais vantagens
são: ponta fechada; pode ser realizada independente do N.A.; a base alargada aumenta a sua
resistência de ponta e o piloamento do fuste aumenta o atrito lateral; comprimento ajustável. Já
as desvantagens são: ruídos e vibrações elevadas; possíveis elevações de estacas;
estrangulamento do fuste e Baixa produtividade (50 m/dia).
g) Strauss:
A estaca Strauss é mais um tipo de escava escavada, entretanto ela possui peculiaridades
que merecem ser destacadas. Pode-se dividir a execução da estaca em duas fases distintas:
primeiro, a perfuração c colocação total dos tubos no solo, e, segundo, o lançamento do concreto
previamente preparado no interior do tubo. “O processo executivo dela é bastante simples,
consiste na retirada de terra com sonda ou piteira e a simultânea introdução de tubos metálicos
rosqueáveis entre si, até atingir a profundidade desejada e a posterior concretagem com
apiloamento e retirada da tubulação” (ALONSO, 1998, p. 338).
23
Figura 9: execução de estaca Strauss.
Fonte: JLfundações (2019).
As estacas do tipo Strauss possuem as seguintes vantagens: ausência de trepidação na
execução; facilidade de locomoção dentro da obra; possibilidade de verificar corpos estranhos
no solo; execução próximo à divisa. Além disso, devem-se ter alguns cuidados: quando não
conseguir esgotar água do furo não deve executar; presença de argilas muitos moles e areias
submersas; retirada do tubo.
Passa-se a tratar do dimensionamento do estrutural das estacas de concreto e do pré-
dimensionamento do bloco.
4.2 CAPACIDADE DE CARGA E CARGA ADMISSÍVEL
Como citado anteriormente, a interação entre solo e estrutura é responsável pela
transmissão de tensões para as camadas mais resistentes do solo. Em um projeto de fundações,
há que se obter a capacidade de carga e a tensão admissível que cada estaca de concreto, ou
elemento de fundação armado, pode suportar, sem haver a ruptura do solo ou do elemento
estrutural.
Segundo a NBR 6122/1986,
A capacidade de carga de uma fundação profunda, estaca ou tubulão isolado, é
definida como a força aplicada sobre o elemento de fundação que provoca apenas
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recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes, oferecendo
simultaneamente segurança satisfatória contra a ruptura do solo ou do elemento de
fundação (ABNT, 1996, p. 6).
O método utilizado pelo projetista para analisar a capacidade de carga, também
conhecida como capacidade de ruptura, é dada pela Equação 1 (conforme figura 1):
𝑅 = 𝑅𝐿 + 𝑅𝑃 (1)
Onde: R => Capacidade de Carga
𝑅𝐿 => Resistencia Lateral
𝑅𝑃=> Resistencia de Ponta
Existem métodos para o projetista analisar os cálculos da capacidade de carga de uma
estaca, são eles: a) realização de provas de carga; b) métodos semi-empíricos. Devido os
objetivos da pesquisa, passa-se a focar nos métodos semi-empíricos, dentre os quais destacam-
se o método de Aoki e Velloso (1975), e o método de Decourt e Quaresma (1978). A principal
distinção entre os métodos se dá pela maneira de se calcular Rp e RL.
a) Método de Aoki e Velloso (1975)
Inicialmente, esse método foi desenvolvido a partir de ensaios de penetração e cone,
CPT1. Entretanto, por esse ensaio não ser muito usual no Brasil em detrimento do ensaio SPT2,
houve uma adaptação da formulação por correlações entre os dois ensaios.
Assim temos:
𝑅𝑝 = 𝐾 𝑁𝑝
𝐹1 Ap (2)
𝑅𝑙 = 𝑈
𝐹2 ∑ (𝛼 𝐾 𝑁𝑙
𝑛1 ∆𝑙) (3)
Onde:
Ap: Área da seção transversal da ponta da estaca
K: coeficiente (conforme anexo I);
Np: índice de resistência a penetração na cota da ponta da estaca;
F1 e F2: Fatores de correção (conforme anexo I);
U: perímetro da estaca;
𝛼: razão de atrito (conforme anexo I);
1 O teste de penetração no cone 2 SPT é a sigla em inglês para Standard Penetration Test ou Ensaio de Sondagem à Percussão.
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NL: índice de resistência a penetração por atrito lateral na camada de solo de espessura
∆𝑙;
∆𝑙: espessura da camada de solo;
n: número de camadas de solo.
Assim, a expressão de capacidade de carga assume a seguinte forma:
𝑅 = 𝐾 𝑁𝑝
𝐹1 𝐴𝑝 +
𝑈
𝐹2 ∑ (𝛼 𝐾 𝑁𝑙
𝑛1 ∆𝑙) (4)
Dessa forma, a Carga admissível é:
𝑃𝑎 = R / FS (5)
Onde:
FS – Fator de segurança. É igual a 2 pela NBR 6122;
Pa – Carga admissível.
b) Metodo de Decourt e Quaresma (1978)
Segundo Schnaid (2000), esse método foi desenvolvido exclusivamente para
dimensionar a capacidade de carga através dos ensaios SPT. A priori ele foi desenvolvido para
estacas pré-moldadas de concreto, mas, devido a sua eficácia, foi estendido a outros e tipos de
estacas escavadas.
𝑅𝑝 = 𝛼 𝐶 𝑁𝑝 𝐴𝑝 (6)
𝑅𝑙 = 𝛽 10 (𝑁𝑙
3 + 1) U L (7)
Onde:
Ap: Área da seção transversal da ponta da estaca
NP: média dos valores de NSPT na ponta da estaca (imediatamente acima e abaixo
desta cota).
Nl: Nspt médio ao longo do fust;
C: coeficiente característico do solo; (conforme anexo II)
𝛼 e 𝛽: determinados em função do tipo de estaca (conforme anexo II);
L: espessura da camada
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Assim, a expressão de capacidade de carga assume a seguinte forma:
𝑅 = 𝛼 𝐶 𝑁𝑝 𝐴𝑝 + 𝛽 10 (𝑁𝑙
3 + 1) U L (7)
Dessa forma, a Carga admissível é:
𝑃𝑎 = 𝑅𝑝
4+
𝑅𝑙
1,3 (8)
4.3 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL PARA TENSÕES DE COMPRESSÃO.
Para um adequado dimensionamento estrutural, o projeto de fundações profundas
devem especificar dois parâmetros: capacidade de carga e cota de parada da estaca. Assim,
Aoki e Cintra (2010), definiram 3 metodologias de projeto para dimensionamento de estacas.
São elas:
a) 1ª Metodologia – Carga de Catalogo.
𝐿 ≤ 𝐿𝑚𝑎𝑥 e 𝑁𝑠𝑝𝑡 ≤ 𝑁𝑠𝑝𝑡𝑙𝑖𝑚 ok
𝑃𝑎 = 𝑃𝑒 se 𝐿 > 𝐿𝑚𝑎𝑥 2ª Metodologia
se 𝑁𝑠𝑝𝑡 > 𝑁𝑠𝑝𝑡𝑙𝑖𝑚 3ª Metodologia
Pe = Carga de Catalógo.
Nesta metodologia, escolhido o tipo de estaca e o diâmetro, iguala-se a carga admissível
a carga de catalogo (conforme anexo III). Multiplica-se a carga admissível pelo fator de
segurança, obtendo a capacidade de carga, e por tentativa, encontra-se um comprimento (L),
que seja compatível com essa capacidade de carga (AOKI E CINTRA, 2010).
b) 2ª Metodologia – Comprimento Limite
𝑃𝑎 ≤ 𝑃𝑒 e 𝑁𝑠𝑝𝑡 ≤ 𝑁𝑠𝑝𝑡𝑙𝑖𝑚 ok
𝐿 = 𝐿𝑚𝑎𝑥 se 𝑃𝑎 > 𝑃𝑒 1ª Metodologia
se 𝑁𝑠𝑝𝑡 > 𝑁𝑠𝑝𝑡𝑙𝑖𝑚 3ª Metodologia
27
Lmaximo = é a limitação executiva para o comprimento de cada tipo de estaca.
Dependendo de fatores como ferramentas, equipamentos e maquinário.
Adota-se o comprimento da estaca como sendo o valor do comprimento máximo
(Lmaximo), em seguida verifica-se capacidade de carga e carga admissível e o Nspt limite
(AOKI E CINTRA, 2010).
c) 3ª Metodologia – Parada de Estaca.
𝑃𝑎 ≤ 𝑃𝑒 e 𝐿 ≤ 𝐿𝑚𝑎𝑥 ok
𝑁 = 𝑁𝑙𝑖𝑚 se 𝑃𝑎 > 𝑃𝑒 1ª Metodologia
se 𝐿 > 𝐿𝑚𝑎𝑥 2ª Metodologia
Nesse método são contemplados os valores de Nspt comparados ao Nspt limite
(conforme anexo III), como um indicador de parada da estaca, em seguida calcula-se o
comprimento (L), capacidade de carga e carga admissível (AOKI E CINTRA, 2010).
4.3.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO BLOCO
Para determinar o número preliminar de estacas utiliza-se a expressão:
𝑁𝐸 =𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑑𝑜 𝑃𝑖𝑙𝑎𝑟
𝑃𝑎⁄ (9)
Onde:
NE – número de estacas.
Pa – Carga admissível da estaca.
Para se determinar a distância mínima entre estacas, a NBR 6122 determina que essa
distância seja de no mínimo 2,5 a 3 vezes o diâmetro da estaca. E a distância entre o centro da
estaca e a borda do bloco é a metade do diâmetro acrescido de 15 cm. Logo tem-se a seguinte
expressão:
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 = 3 ∗ 𝐷 (10)
𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡é 𝑎 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 = (𝐷
2) + 15 (11)
28
Onde:
D = Diâmetro da estaca.
Em seguida, calcula-se a carga solicitante em uma estaca (Pi). Esta carga é estipulada
somando- se separadamente os efeitos da carga vertical e dos momentos. Assim, faz-se
necessário que os eixos x e y sejam os eixos principais de inércia no plano horizontal do bloco,
e que as estacas sejam verticais, tenham o mesmo tipo, diâmetro e comprimento.
𝑃𝑖 =𝑆
𝑛±
𝑀𝑦𝑥𝑖
∑ 𝑥𝑖2 ±
𝑀𝑥𝑦𝑖
∑ 𝑦𝑖2 (12)
Onde:
S = Solicitação do pilar, incluindo o peso próprio do bloco.
n = Numero de estacas no bloco.
Mx = momento na direção x.
My = momento na direção y.
∑ 𝑥𝑖2 = somatório da distância entre o centro da estaca e o eixo Y
∑ 𝑦𝑖2 = somatório da distância entre o centro da estaca e o eixo X
xi e yi: coordenadas da estaca i, segundo as direções x e y, respectivamente.
Para se obter validade da carga solicitante 𝑃𝑖 deve ser inferior a Pa.
4.3.2 DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA DA ESTACA PARA ESFORÇOS
DE COMPRESÃO
Para o cálculo do comprimento da armadura, utilizam-se as seguintes expressões:
𝜕 = 𝑆/𝐴𝑐 (13)
Onde:
S = Solicitação do pilar, incluindo o peso próprio do bloco.
𝜕= Tensão atuante
Ac= área de concreto da seção transversal da estaca.
Logo se 𝜕 for maior que a tensão media atuante definida pela NBR6122 (ver tabela no
Anexo III) à estaca deve ser armada, se não, à estaca não necessita de armação. De acordo com
29
a NBR6122, há casos específicos de estacas que dispensam essa comparação e cálculos, pois
elas devem ser totalmente armadas, são eles: Escatas do tipo Franki, Raiz, Microestacas e
Estacas de trado vazado segmentado (ABNT, 1996).
Em seguida deve-se calcular o somatório médio da resistência lateral da estaca, pela
seguinte expressão:
∑ 𝑅𝑙 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = 𝑆 − (𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 ∗ 𝐴𝑝) (14)
Onde:
S = Solicitação do pilar, incluindo o peso próprio do bloco;
Ap= Área da ponta da estaca;
Assim, por fim é calculado o comprimento da estaca, pela seguinte expressão:
𝑍 = (∑ 𝑅𝑙 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑜)*L/∑ 𝑅𝑙 (15)
Onde:
Z= comprimento da armadura em metros;
L= comprimento da estaca;
∑ 𝑅𝑙 = Somatório da resistência lateral da estaca.
Esse valor de Z deve ser comparado com o valor mínimo de comprimento de armadura,
estipulado pela NBR6122 (ver tabela no Anexo III), se menor deve-se adotar o comprimento
mínimo da armadura.
O cálculo da armadura longitudinal é dado por:
𝛾𝑓𝑆 (1 +6
ℎ) = 0,85𝐴𝑐𝐹𝑐𝑑 + 𝐴𝑠𝐹𝑦𝑑 (16)
Onde:
h (cm): menor lado do retângulo mais estreito circunscrito à estaca ou o diâmetro da
estaca.
𝑆: Carga solicitante do pilar;
𝛾𝑓: coeficiente de majoração;
Ac: área de concreto;
As: área de aço (ver tabela no anexo III);
Resistência de cálculo à compressão do concreto:
30
fcd = fck / 𝛾c (17)
Onde:
fcd= Resistência de cálculo à compressão do concreto;
fck= Resistência característica à compressão do concreto;
𝛾c = Coeficiente de ponderação da resistência do concreto;
Resistência de cálculo à escoamento do aço.
fyd = fyk / 𝛾s ou 0,2%Es (18)
Onde:
fyd= Resistência de cálculo à escoamento do aço;
fyk= Resistencia característica à escoamento do aço;
𝛾s= Coeficiente de ponderação da resistência do aço;
Es= modulo de elásticidade;
O Cálculo da armadura mínima é dado pela seguinte formulação:
As min = 0,5%Ac (19)
As min= Armadura mínima;
Ac = área de concreto da seção transversal da estaca.
Para cálculo dos espaçamentos entre barras da armadura longitudinal, tem-se:
𝑒 =𝐶−∅𝑙𝑜𝑛𝑔∗𝑛º 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠
𝑛º 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 (20)
𝐶 = 𝜋 ∗ (𝐷 − 2𝐶𝑜𝑏) (21)
20 mm
𝑒 ≥ ∅𝑙𝑜𝑛𝑔 (22)
1,2 𝐷50 do agregado
Onde:
e => o maior valor entra as três alternativas;
Cob => cobrimento da armadura;
C => distância do centro da estaca até a borda do bloco;
∅𝑙𝑜𝑛𝑔 => Diâmetro da armadura longitudinal;
31
D50 => diâmetro das partículas relativamente ao qual 50 % em peso destas têm
diâmetro inferior.
Já o cálculo da bitola dos estribos se dá pela seguinte equação:
∅𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜 ≥ 5𝑚𝑚 𝑜𝑢 ∅𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑜 ≥1
4∅𝑙𝑜𝑔 (23)
O espaçamento entre estribos dar-se-a da seguinte maneira:
≤ 200 𝑚𝑚
≤ 12∅ 𝑙𝑜𝑛𝑔
≤ 90000∅𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙
∅𝑙𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑙
𝑓𝑦𝑘 (24)
Onde:
𝑓𝑦𝑘= Resistencia característica à escoamento do aço;
∅𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 = Diâmetro da armadura transversal;
∅𝑙𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙= Diâmetro da armadura longitudinal;
Assim, escolhe-se o menor valor entre os três.
5 MATERIAIS E METODOS
Nesse tópico tratar-se-á dos métodos utilizados para alcançar os resultados da pesquisa
desenvolvida. Segundo Vergara (2007, p. 47): “a pesquisa metodológica é o estudo que se
refere a instrumentos de captação ou de manipulação da realidade. Está, portanto, associada a
caminhos, formas, maneiras, procedimentos para atingir determinado fim”.
5.1 TIPO E CARACTERÍSTICA DA PESQUISA
Com o intuito de construir um instrumento de pesquisa, desenvolvendo uma ferramenta
numérica capaz de dimensionar estacas de concreto armado para os esforços de compressão. A
fim de obter resultados coerentes para o estudo proposto, utilizou-se uma metodologia de
pesquisa quantitativa do tipo exploratório, já que a solução numérica busca uma nova maneira
32
de refazer o dimensionamento das armaduras. A pesquisa exploratória tem como conceituação
segundo (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 52) “orientar a fixação dos objetivos e a
formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto”.
O caráter quantitativo diz respeito a mensuração dos dados.
Pesquisa exploratória é quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como
finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar,
possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema
da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir
um novo tipo de enfoque para o assunto (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 51-52).
5.2 COLETA DE DADOS
Segundo Marconi e Lakatos (2002), a coleta de dados é a etapa da pesquisa em que se
inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar
a coleta de dados previstos.
No que diz respeito às técnicas de coleta de dados utilizadas na pesquisa foram duas: a
documentação indireta e observação direta. A primeira consiste em pesquisa bibliográfica com
objetivo de coletar dados presentes nos livros, teses e dissertações; na segunda o foco será a
observação dos dados obtidos através da ferramenta numérica desenvolvida no software Plato,
em linguagem FORTRAN, em forma de algoritmo.
Figura 10: Software Plato.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
33
Sendo também utilizadas ferramentas como planilhas de Excel e outros softwares para
validação dos dados obtidos.
5.3 FERRAMENTA NUMERICA
A interface do software Plato é simples, semelhante ao DOS. O que possibilita o fácil
manuseio e operação do programa.
Figura 11: Interface de execução do Software Plato.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Para atingir os objetivos da pesquisa, a ferramenta numérica desenvolvida busca
resolver o problema proposto em etapas. A primeira consiste no cálculo de capacidade de carga
da estaca e da carga admissível da estaca, pelo método de Aoki e Velloso (1975), e pelo método
de Decourt e Quaresma (1978). Em seguida será realizado o cálculo do pré-dimensionamento
do bloco; logo após é realizado o dimensionamento estrutural da estaca com comprimento e
armadura longitudinal e transversal resistente a esforços de compressão. Como pode-se
observar na figura 12.
34
Figura 12: Fluxograma do Algoritmo.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
5.4 TRATAMENTO DOS DADOS E VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS.
Para se chegar aos resultados e valida-los foi necessário a formulação de três exemplos.
Para cada um há uma entrada de dados e um boletim de sondagem com um perfil de solo.
Quadro 2: Entrada de dados.
Exemplo 01
Tipo de Estaca Hélice continua
Aoki- Veloso NSPT 7,00 7,40 16,10 23,2 33,00 - -
Delta L (m) 0,70 2,30 3,75 3,25 1,00 - -
Decourt- Quaresma NSPT 7,00 7,40 16,10 22,9 24,00 33,00 43,00
Delta L (m) 0,70 2,30 3,75 3,25 1,00 1,00 1,00
Tipo de Solo Areia Siltosa Areia silto-argilosa
Cota de Arrasamento (m) -2,00
Diâmetro da Estaca (cm) 50,00
L (m) 10,00
Número de Estacas fora do eixo Y 2,00
Distância entre o eixo Y ao centro da
estaca (m) 0,75
Número de Estacas fora do eixo X 0,00
35
Distância entre o eixo X ao centro da
estaca (m) 0,00
S (kN) 1500,00
Mx (KN.m) 900,00
My (KN.m) 500,00
Exemplo 02
Tipo de Estaca Premoldada
Aoki- Veloso NSPT 7,00 7,70 21,20 35,00 - - -
Delta L (m) 1,00 3,00 6,00 1,00 - - -
Decourt- Quaresma NSPT 7,00 7,70 19,00 32,00 35,00 35,00 -
Delta L (m) 1,00 3,00 6,00 1,00 1,00 1,00 -
Tipo de Solo
Argila
siltosa
Areia
siltosa Argila siltosa
Cota de Arrasamento (m) -1,00
Diâmetro da Estaca (cm) 33,00
L (m) 10,00
Número de Estacas fora do eixo Y 4,00
Distância entre o eixo Y ao centro da
estaca (m) 0,50
Número de Estacas fora do eixo X 4,00
Distância entre o eixo X ao centro da
estaca (m) 0,50
S (kN) 1200,00
Mx (KN.m) 100,00
My (KN.m) 200,00
Exemplo 03
Tipo de Estaca Helice continua
Aoki- Veloso NSPT 3,20 7,20 8,00 14,00 - - -
Delta L (m) 5,00 5,00 2,00 1,00 - - -
Decourt- Quaresma NSPT 3,20 7,20 7,00 9,00 14,00 16,00 -
Delta L (m) 5,00 5,00 2,00 1,00 1,00 1,00 -
Tipo de Solo Areia Areia Areia Argilosa
Cota de Arrasamento (m) -1,00
Diametro da Estaca (cm) 80,00
L (m) 12,00
Numero de Estacas fora do eixo Y 2,00
Distancia entre o eixo Y ao centro da
estaca (m) 1,20
Numero de Estacas fora do eixo X 0,00
Distancia entre o eixo X ao centro da
estaca (m) 0,00
S (kN) 1100,00
Mx (KN.m) 150,00
My (KN.m) 300,00 Fonte: Autor da pesquisa (2019).
36
Após o processamento, passa-se a fase de validação do dados obtidos com comparação
com os resultados obtidos analiticamente. Nessa etapa os resultados do algoritmo são tabulados
em planilhas de Excel, comparando os resultados e verificando o diferença percentual.
5.5 ORIENTAÇÕES PARA USO DO ALGORITMO
O presente tópico trata da forma que deve ser usada a solução numérica. Nele estão
todas as orientação necessárias para que haja a interação entre o usuário e o software.
a) Etapa 01: Escolha do método de cálculo para capacidade de carga.
Como foi visto no fluxograma (figura 12), o algoritmo inicia com a primeiro interação
usuário-software, que, é a escolha do método para cálculo de capacidade de carga da estaca.
Nesta etapa o usuário deve escolher entre a opção 01, método de Aoki-Veloso ou opção 02,
método de Decourt-Quaresma.
b) Etapa 02: Diâmetro, tipo de estaca e comprimento da estaca.
O passo seguinte é a entrada de dados. Primeiro o usuário deve entrar com o diâmetro
da estaca em metros; em seguida ele deve escolher o tipo de estaca. O próprio algoritmo oferece
um rol de tipos de estacas que ele contempla; Após isso, deve-se digitar o comprimento da
estaca em metros.
c) Etapa 03: Entrada de NSPT, Tipo de solo e espessuras de camadas.
Antes de iniciar a próxima interação entre usuário-algoritmo, a solução numérica
oferece uma série de recomendações acerca da estaca a ser dimensionada, são elas: Nspt limite,
comprimento máximo, limitações de execução e carca de catalogo. Em seguida, deve-se inserir
os dados de Nspt, tipo de solo e as referidas espessuras de camadas. Para terminar a inserção
desses dados basta digitar 0, e a solução numérica irá retornar os seguintes valores: Somatório
da Resistencia Lateral, Resistencia de Ponta, Capacidade de Carga e Carga admissível.
d) Etapa 04: Pré-dimensionamento do bloco.
A próxima etapa é a de pré-dimensionamento do bloco de coroamento. Nela o usuário
deve inserir a carga a ser transmitida do pilar para a fundação em kN. Assim, o algoritmo retorna
os valores de número de estacas, distância entre estacas (cm) e a distância entre o centro da
estaca e a borda do bloco (cm). Ele deve dimensionar o bloco a seu critério respeitando as
distancias entre estacas.
e) Etapa 05: Carga Solicitante
37
Após o usuário realizar o pré-dimensionamento do bloco, deve-se inserir o número de
estacas fora do eixo Y, que passa pelo centro do bloco, e as suas respectivas distancias do eixo
até o centro de cada estaca. Ao terminar o usuário deve digitar -1. O Mesmo deve ser feito para
as estaca fora do eixo X.
Em seguida, o programa pede que o usuário entre com o valor do momento solicitante
de projeto no eixo X e no eixo Y. Assim, o algoritmo retorna o valor da carga solicitante de
cada estaca e compara com a Carga admissível. Se esse valor for menor ele informa ao usuário,
se maior ele informa ao usuário que a carga solicitante é maior que a carga admissível, e pede
para que o usuário aumente o número de estacas no bloco e retorna o processo da etapa 4, até
que a condição seja atendida.
f) Etapa 06: Dimensionamento da armadura
Ao ser atingida a condição de carga solicitante, o próprio algoritmo retorna também os
valores de comprimento de armadura (m), área de aço da armadura longitudinal mínima (cm²)
e área de aço da armadura longitudinal (cm²). Além disso, ele retorna o número de barras para
diâmetros das barras de aço entre 8 mm e 20 mm. Logo em seguida, o usuário tem a opção de
escolher o diâmetro do aço que irá ser utilizado no dimensionamento. Com isso, o algoritmo
retorna os valores do espaçamento entre barras longitudinais.
Adiante, é calculada a bitola da armadura transversal e apresentado o valor para o
usuário. Daí ele decide qual bitola é mais apropriada, em um rol que contempla da bitola de 5
mm a 8 mm. Adotando esse valor o algoritmo retorna o valor do espaçamento entre estribos.
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para se chegar aos resultados apresentados a seguir, a diferença percentual é calculada
conforme equação a seguir:
𝐷𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛ç𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 =|𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑎𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑜 − 𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑢𝑚é𝑟𝑖𝑐𝑜|
𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑎𝑙í𝑡𝑖𝑐𝑜
Como critério de avaliação será tomada como satisfatória uma diferença percentual de
até 1%.
38
6.1 ANÁLISE DA CAPACIDADE DE CARGA E CARGA ADMISÍVEL
Na análise da capacidade de carga e carga admissível da estaca, foram verificados os
resultados referentes a resistência de ponta, somatório da resistência lateral, capacidade de carga
e carga admissível.
Assim, inicia-se a analise com os resultados referentes a resistência de ponta de cada
estaca. Comparando os resultados analíticos com os resultados do algoritmo elaborado no
presente trabalho, pode-se observar que para o exemplo 01 pelo método de Aoki-Veloso os
valores encontrados foram 2.263,80 kN para a resolução analítica e 2.267,83 kN pelo algoritmo
e pelo método Decourt-Quaresma foram 489,00 kN para a resolução analítica e 490,87 kN pelo
algoritmo. Para o exemplo 02, pelo método de Aoki-Veloso acharam-se os seguintes valores:
466,90 kN para a resolução analítica e 466,25 kN pelo algoritmo, pelo método Decourt-
Quaresma foram 581,60 kN para a resolução analítica e 581,60 kN pelo algoritmo. Já para o
exemplo 03, pelo método de Aoki-Veloso os valores encontrados foram 2110,08 kN para a
resolução analítica e 2111,15 kN pelo algoritmo e pelo método Decourt-Quaresma foram
783,12 kN para a resolução analítica e 784,14 kN pelo algoritmo, conforme o gráfico 01.
Gráfico 01: Resistencia de Ponta.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
2263,8 2267,83
489 490,87466,90 466,25581,60 581,60
2110,08 2111,15
783,12 784,14
0
500
1000
1500
2000
2500
Analítico Algorítmo Analítico Algorítmo
Aoki Decourt
RESISTÊNCIA DE PONTA (KN)
1 2 3
39
Pode-se observar a disparidade entre os valores encontrados nos exemplos 01 e 03
quando se leva em conta os dois métodos, isso se deve aos parâmetros adotados por cada um,
para cada tipo de solo. Quanto a comparação de resultados entre o modo analítico e o algoritmo,
a diferença percentual máxima encontrada foi de 0,17%, o que demostra precisão na análise da
resistência de ponta.
Já sua análise referente ao somatório das resistências laterais os resultados encontrados
para o exemplo 01 pelo método de Aoki-Veloso foram 1033,00 kN para a resolução analítica e
1033,48 kN pelo algoritmo, e pelo método Decourt-Quaresma foram 977,00 kN para a
resolução analítica e 977,66 kN pelo algoritmo. Já o exemplo 02 pelo método de Aoki-Veloso,
tem-se 571,80 kN para a resolução analítica e 569,02 kN pelo algoritmo, pelo método Decourt-
Quaresma foram 603,55 kN para a resolução analítica e 601,64 kN pelo algoritmo. Para o
exemplo 03 s valores encontrados foram: pelo método de Aoki-Veloso 638,05 kN para a
resolução analítica e 638,37 kN pelo algoritmo, e pelo método Decourt-Quaresma foram 853,39
kN para a resolução analítica e 854,51 kN pelo algoritmo, conforme o gráfico 02.
Gráfico 02: Somatório das Resistências Laterais.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Ao se analisar os resultados do somatório das resistências laterais das estacas pode-se
perceber a validade da solução numérica, pois a diferença percentual máxima acontece no
exemplo 02 para o método de Aoki-Veloso, no valor de 0,48%.
1033 1033,48977 977,66
571,80 569,02603,55 601,64
638,05 638,37
853,39 854,51
0
200
400
600
800
1000
1200
Analítico Algorítmo Analítico Algorítmo
Aoki Decourt
RESISTÊNCIA LATERAL (KN)
1 2 3
40
No que desrespeito a Capacidade de Carga de cada estaca, chegam-se aos seguintes
resultados. Para o exemplo 01, pelo método de Aoki-Veloso, os valores encontrados foram
3301,31 kN para a resolução analítica e 3296,80 kN pelo algoritmo, e pelo método Decourt-
Quaresma foram 1466,00 kN para a resolução analítica e 1468,53 kN pelo algoritmo. Para o
exemplo 02, pelo método de Aoki-Veloso, acham-se os seguintes valores: 1038,70 kN para a
resolução analítica e 1035,28 kN pelo algoritmo, pelo método Decourt-Quaresma, foram
1185,15 kN para a resolução analítica e 1183,24 kN pelo algoritmo. Já para o exemplo 03, pelo
método de Aoki-Veloso, os valores encontrados foram 2748,13 kN, para a resolução analítica,
e 2749,42 kN, pelo algoritmo, e pelo método Decourt-Quaresma, foram 1637,82 kN para a
resolução analítica e 1638,65 kN pelo algoritmo, conforme o gráfico 03.
Gráfico 03: Capacidade de Carga.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
No tocante à capacidade de carga das estacas analisadas pode-se perceber uma diferença
percentual máxima no exemplo 02, calculado pelo método de Aoki-Veloso, no valor de 0,33%.
E por último vem a análise da Carga admissível das estacas. Nela chega-se aos seguintes
resultados: Para o exemplo 01, pelo método de Aoki-Veloso, os valores encontrados foram
1291,00 kN para a resolução analítica e 1291,85 kN pelo algoritmo, e pelo método Decourt-
Quaresma, foram 873,91 kN para a resolução analítica e 874,76 kN pelo algoritmo. Para o
exemplo 02, pelo método de Aoki-Veloso, acham-se os seguintes valores: 519,00 kN para a
resolução analítica e 517,64 kN pelo algoritmo, pelo método Decourt-Quaresma foram 609,67
3301,31 3296,8
1466 1468,53
1038,70 1035,281185,15 1183,24
2748,13 2749,42
1637,82 1638,65
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Analítico Algorítmo Analítico Algorítmo
Aoki Decourt
CAPACIDADE DE CARGA (KN)
1 2 3
41
kN, para a resolução analítica e 608,20 kN pelo algoritmo. Já para o exemplo 03, pelo método
de Aoki-Veloso, os valores encontrados foram 797,56 kN para a resolução analítica e 797,96
kN pelo algoritmo, e pelo método Decourt-Quaresma, foram 852,23 kN para a resolução
analítica e 853,35 kN pelo algoritmo, conforme o gráfico 04.
Gráfico 04: Carga Admissível.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
O quanto a carga admissível os resultados também foram satisfatórios pelos dois
métodos, apresentando uma diferença percentual máxima de 0,26% no método e Aoki-
Veloso, para o exemplo 02. Assim, pode-se concluir a validade da solução numérica para
cálculo da de todos os parâmetros analisados nesse tópico.
6.5 ANÁLISE DO PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO BLOCO
Já no que se refere o número de estacas do bloco, chegam-se aos seguintes resultados.
Para o exemplo 01, pelo método de Aoki-Veloso, os valores encontrados foram 2 estacas para
a resolução analítica e algoritmo; já pelo método Decourt-Quaresma foram 6 estacas para a
resolução analítica e algoritmo. Para o exemplo 02, acham-se os seguintes valores: 4 estacas
para a resolução analítica e pelo algoritmo, tanto pelo método de Aoki-Veloso quanto Decourt-
Quaresma. Já para o exemplo 03, os valores encontrados foram 2 estacas para a resolução
1291 1291,85
873,91 874,76
519,00 517,64609,67 608,20
797,56 797,96852,23 853,35
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Analítico Algorítmo Analítico Algorítmo
Aoki Decourt
CARGA ADMISÍVEL (KN)
1 2 3
42
analítica e pelo algoritmo, tanto pelo método de Aoki-Veloso quanto Decourt-Quaresma,
conforme o gráfico 05.
Gráfico 05: Número de estacas do bloco de coroamento.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Na análise do número de estacas no bloco de coroamento, pode-se perceber que o
algoritmo obteve valores iguais aos calculados de forma analítica. Vale salientar que esses
valores encontrados são aproximações e arredondados para o número inteiro superior ao
encontrado, quando o cálculo da expressão 09 resulta em valores não inteiros.
Outro ponto que pode ser observado é que, no exemplo 01, o número de estacas difere
entre os métodos de Aoki-Veloso e Decourt-Quaresma. Isso deve-se ao valor de carga
admissível no método de Decourt-Quaresma ser bastante inferior ao de Aoki-Veloso, assim,
influenciando diretamente na comparação com a carga solicitante, desta forma os valores
encontrados de carga solicitantes com duas estacas e quatro estacas eram superiores a essa carga
admissível. Dessa forma, aumentou-se o número de estacas para seis e foram refeitos os
cálculos. Outra alternativas seria aumentar a distância entre estacas, entretanto, isso pode-se
influenciar diretamente no efeito de grupo do bloco.
No que se refere a distância entre estacas e a distância do centro da estaca até a borda
do bloco, a precisão foi de 100%, chegando aos seguintes resultados apresentados na tabela 02.
2 2
6 6
4 4 4 4
2 2 2 2
0
1
2
3
4
5
6
7
Analítico Algorítmo Analítico Algorítmo
Aoki Decourt
NÚMERO DE ESTACAS
1 2 3
43
Tabela 02: Distância entre estacas e do centro da estaca a borda do bloco.
Parâmetro Exemplo 01 Exemplo 02 Exemplo 03
Distância entre estacas (cm) 150 100 240
Distância entre centro da estacas e
borda do bloco (cm) 40 32 55
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
No que se refere a carga solicitante das estacas do bloco, os resultados foram os
seguintes: para o exemplo 01 obteve-se 1158,00 kN para a solução analítica e 1158,67 kN; já
no exemplo 02, registra-se 480,00 kN para a forma analítica e 480,62 kN para o algoritmo; no
exemplo 03, obteve exatidão em ambas as formas de cálculo, chegando a um valor de 730 kN,
conforme gráfico 06.
Gráfico 06: Carga Solicitante.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Com a análise da carga solicitante do bloco, pode-se perceber que os valores da solução
analítica e os resultados do algoritmo elaborado pela presente pesquisa foram muito próximos,
gerando uma diferença percentual máxima de apenas 0,12%, validando assim a ferramenta
numérica para cálculo dos parâmetros que circundam o pré-dimensionamento do bloco.
1158,00
480,00
730,00
1158,67
480,62
730,00
0,00
200,00
400,00
600,00
800,00
1000,00
1200,00
1400,00
1 2 3
CARGA SOLICITANTE (KN)
Analítico Algorítmo
44
6.6 ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA À COMPRESSÃO
Nessa etapa, avaliam-se os resultados obtidos para armadura das estacas dos três
exemplos propostos para validação do algoritmo. Assim, o primeiro ponto a ser abordado é o
cálculo do comprimento da armadura.
Quanto a esse aspecto os resultados obtidos formam: para o exemplo 01 o
comprimento da armadura foi de 4,568 m para forma analítica e 4,563 m para o algoritmo; já
no exemplo 02 estaca deve ser totalmente armada; e no exemplo 03 o comprimento da
armadura deve ter 4m em ambos os casos, conforme gráfico 07.
Gráfico 07: Comprimento da Armadura.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
No gráfico 07, podem-se perceber três situações distintas para cada exemplo analisado.
No exemplo 01, há um diferença percentual de 0,11% entre os valores calculados, ou seja, o
algoritmo tem uma eficácia alta. Já no exemplo 02, o algoritmo identifica o tipo de estaca (pré-
moldada) e indica que ela deve ser totalmente armada, conforme a NBR 6122. No exemplo 03,
ocorre outra situação prevista nos parâmetros da NBR 6122, nessa situação os valores de delta
em ambos os métodos de cálculo são inferiores a tensão limite, indicando que armadura deve
adotar o comprimento mínimo para a estaca hélice continua.
No que tange a armadura longitudinal mínima, os valore encontrados foram os
seguintes: para o exemplo 01, a forma analítica e o algoritmo resultaram em 9,81 cm² de
armadura; já no exemplo 02, ambos os métodos de cálculo chegaram ao resultado de 4,27 cm²;
4,568
0
4
4,563
0
4
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
1 2 3
COMPRIMENTO DA ARMADURA (M)
Analítico Algorítmo
Total
Armadura em todocomprimento da
estaca
45
no exemplo 03, a forma analítica resultou em 25,10 cm² e o algoritmo em 25,13 cm², conforme
gráfico 08.
Gráfico 08: Área de armadura longitudinal mínima.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Percebe-se, mais uma vez, a validade dos dados apresentados pelo código elaborado,
pois, nos dois primeiros exemplos os diferenças percentuais são nulas, já o exemplo 03,
apresenta uma diferença percentual de 0,12%.
O cálculo da Armadura longitudinal apresentou os seguintes resultados: para o exemplo
01, a forma analítica resultou em 17,49 cm² e o algoritmo em 17,44 cm²; no exemplo 02, a
forma analítica resultou em 27,97 cm² e o algoritmo em 27,95 cm²; já no exemplo 03, a forma
analítica resultou em 25,10 cm² e o algoritmo em 25,13 cm², conforme gráfico 09.
9,81
4,27
25,1
9,81
4,27
25,13
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3
ARMADURA LONGITUDINAL MINIMA (CM²)
Analítico Algorítmo
46
Gráfico 09: Área de armadura longitudinal.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Ao analisar o gráfico 09, pode-se perceber que os valores do exemplo 03 são idênticos
aos valores da armadura mínima, isso se dá pelo fato da área da armadura longitudinal ser
inferior a área da armadura mínima, logo adota-se o referido valor. Para os demais exemplos a
diferença percentual máxima aconteceu no exemplo 01, com um valor de 0,28%.
Assim após ser encontrada a área de aço da estaca, adota-se um diâmetro para calcular
o espaçamento entre elas e o número de barras. E, em ambos os casos, os três exemplos tiveram
o mesmo resultado para ambas as formas de cálculo, resultando nos valores contidos na tabela
03.
Tabela 03: Diâmetro adotado, número de barras e espaçamento entre elas.
Diâmetro (mm) Número de barras
Espaçamento entre
barras (cm)
Exemplo 01 20 6 21
Exemplo 02 20 9 8
Exemplo 03 16 13 16
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Dessa forma, passa-se a tratar dos resultados obtidos para a armadura transversal ou
estribos. Em todos os exemplos os resultados foram os mesmos tanto para a forma analítica,
quanto para o algoritmo, 5 mm de diâmetro.
17,49
27,97
25,1
17,44
27,95
25,13
0
5
10
15
20
25
30
1 2 3
ARMADURA LONGITUDINAL (CM²)
Analítico Algorítmo
47
Já o espaçamento entre eles resultou em 20 cm para a forma analítica e o algoritmo, nos
exemplo 01 e 02. Já no exemplo 03, o resultado foi um espaçamento de 19,20 cm para ambos
modos de analise, conforme gráfico
Gráfico 10: Espaçamento entre estribos.
Fonte: Autor da pesquisa (2019).
Resumo da armadura das três estacas pode ser observado na tabela 04 a seguir.
Exemplo 01:
a) Armadura longitudinal:
Z= 4,56 metros e 6 ∅ 20 mm;
b) Armadura transversal:
∅ 5,0 c/ 20 mm;
Exemplo 02:
a) Armadura longitudinal:
Z= no comprimento total da estaca e 9 ∅ 20 mm;
b) Armadura transversal:
∅ 5,0 c/ 20 mm
Exemplo 03:
a) Armadura longitudinal:
Z= 4,00 metros e 13 ∅ 16 mm;
b) Armadura transversal:
∅ 5,0 c/ 19 mm;
20 20,00
19,2
20 20,00
19,2
18,8
19
19,2
19,4
19,6
19,8
20
20,2
1 2 3
ESPAÇAMENTO ENTRE ESTRIBOS (CM)
Analítico Algorítmo
48
Vale salientar que o resumo das armaduras dos três exemplos é dimensionada e
comparada pelas duas formas de cálculo, possibilitando assim a validação dos resultados
obtidos.
7 CONCLUSÃO
Ao longo da referente pesquisa foram elencados diversos parâmetros acerca das estacas
de concreto. Também foram abordados aspectos do solo e suas peculiaridades no que tange a
execução de estacas. Além disso, foram abordados os aspecto relativos a NBR 6122 e
NBR6118, que norteiam o projeto de execução de estacas de concreto armado.
Assim, vale salientar que os objetivos do trabalho foram atingidos, uma vez que a
ferramenta numérica elaborada durante a pesquisa, se propõem a realizar cálculos de
capacidade de carga e carga admissível das estacas, parâmetros do pré-dimensionamento do
bloco e cálculo das armaduras longitudinais e transversais à compressão. O algoritmo
apresentou, em seus resultados, uma acurácia média de 99,82% e uma diferença percentual
máxima de 0,46%, o que o torna válida para cálculo desses parâmetros acima.
Por fim, a presente ferramenta elaborada não pode ser considerada como terminada,
existe uma gama de opções de cálculos que podem ser incorporados em sua memória de cálculo
de modo a aperfeiçoá-lo ainda mais, tornando-o um novo desafio para trabalhos futuros.
49
REFERENCIAS
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02/09/2018
SAES, J.L. Estacas Modadas “In Loco”: Estacas Escavadas com Lama Bentonítica. In: In:
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SCHNAID, F. Ensaios de Campo e suas aplicações na engenharia de fundações. São
Paulo: Oficina de Textos, 2000.
50
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 9° ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
51
ANEXO I – TABELAS PARA PALCULOS DE CAPACIDADE DE CARGA MÉTODO
DE AOKI E VELLOSO (1975)
Tabela 2 - Valores dos coeficientes F1 e F2 propostos por Aoki e Velloso
52
ANEXO II – TABELAS PARA CALCULOS DE CAPACIDADE DE CARGA
MÉTODO DECOURT E QUARESMA (1978)
Tabela 3 - Valores atribuídos à variável K empregada
Tabela 4 - Valores atribuídos ao coeficiente 𝛼
Tabela 5 - Valores atribuídos ao coeficiente 𝛽
53
ANEXO III – TABELAS PARA DIMENSIONAMENTO DE ESTACAS DE
CONCRETO ARMADO.
54
55
56
ANEXO IV – PERFIS DE SONDAGEM UTILIZADOS NO TRABALHO
EXEMPLO 01
57
EXEMPLO 02:
58
EXEMPLO 03