PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

75
PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA \\ JOÃO PEDRO BORBA

description

JOÃO PEDRO BORBA UNIVERSITÀ DEGLI STUDI DI PALERMO INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA

Transcript of PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

Page 1: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA \\ JOÃO PEDRO BORBA

Page 2: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 3: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

ORIENTADORES

PROJECTO DE ARQUITECTURA

GIUSEPPE GUERRERA – PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

KATIA SFERRAZZA – PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

GABRIELA GONÇALVES (COORDENADOR) – PROF. AUXILIAR DO ISCTE-IUL

JOSÉ LUÍS SALDANHA – PROF. AUXILIAR DO ISCTE-IUL

TEORIA E HISTÓRIA DO RESTAURO \\ LABORATÓRIO DE RESTAURO DOS MONUMENTOS

FRANCESCO TOMASELLI– PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

GIOVANNI CARDAMONE – PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

RENATA PRESCIA – PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

FRANCESCO ASTA – PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

DESIGN INDUSTRIAL

MICHELE ARGENTINO – PROF. DA FACOLTÀ DI ARCHITETTURA DI PALERMO

PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA JOÃO PEDRO RIBEIRO COELHO DE BORBA

MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA

ISCTE-IUL 2011\\2012

1

Page 4: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

ITÁLIA

2

Page 5: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

MUSEU RISO

– DESIGN INDUSTRIAL \\ 65

3

AS TRÊS PAISAGENS DA CONCA D’ORO

– PROJECTO DE ARQUITECTURA \\ 7

LA CONCA D’ORO \\ 9

PALERMO SUDESTE \\ 13

MASTERPLAN \\ 17

PROJECTO \\ 21

VIA DELL’ALBERGHERIA 74

– RESTAURO DOS MONUMENTO \\ 41

ANALISE \\ 47

PROPOSTA \\ 57

ÍNDICE

Page 6: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

4

Page 7: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

SICILIA

Page 8: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 9: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

AS TRÊS PAISAGENS DA

CONCA D’ORO

P R O J E C T O D E A R Q U I T E C T U R A

7

Page 10: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 11: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

A Concha de Ouro, é a planície sobre a qual se deita a cidade de

Palermo, na Ilha do Sol, a Sicília.

Outrora inteiramente cultivada por pomares de citrinos que

reflectiam as suas cores quentes e douradas, a Concha de Ouro

está rodeada pelos montes de Palermo, espelhando-se no mar

Tirreno.

Dividida entre o Mar, a Planície agora construída e as Montanhas, a

cidade de Palermo é palco destas três formas de paisagem que

coabitam no mesmo espaço, mas que encontram sucessivas

barreiras que impedem a sua convivência.

É exactamente sobre a interacção das três paisagens da cidade que

incide o tema principal do trabalho realizado pelo V ano da Facoltà

di Architettura di Palermo, sob orientação do Professor Giuseppe

Guerrera e da Professora Katia Sferrazza.

Apesar da massiva construção em Palermo, onde habitam

actualmente mais de um milhão de pessoas, resta ainda uma parte

daquele que foi o grande pomar de citrinos italiano, a sudeste da

cidade, onde se manteve o cultivo de árvores de fruto, chamado

Parque Agricola de Ciaculli, um importante recurso da cidade.

LA CONCA D’ORO

PALERMO SÉCULO XIX

9

Page 12: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

3

Page 13: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

4

PALERMO

Page 14: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 15: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

Esta zona compreendida entre o mar, a colina de Ciaculli e o maior rio de

Palermo, o rio Oretto, constitui desde sempre a ‘’porta’’ da Sicília

Ocidental, o Vale de Mazzara. Nos Séculos XVI e XVII, de entre os

pomares despontavam grandes Villas Senhoriais que mantinham o espólio

territorial e exploravam as terras, no Mar, as embarcações atracavam no

porto piscatório da Bandita, que tinha grande importância para a pesca

local.

Hoje, mais conhecido como bairro de Brancaccio, este Palermo sudeste, é

uma das áreas mais degradadas da cidade, mas é também aquela que

oferece maior possibilidade para o desenvolvimento e construção de novos

serviços e infra-estruturas, onde já se encontram em curso diversas

iniciativas para a transformação do território, de modo a conferir um novo

rumo àquele que se considera como um dos mais problemáticos bairros da

Conca d’Oro. Tanto a níveis sociais, como urbanos, é uma zona

visivelmente frágil, onde reina o interesse da Máfia, que controla e

manipula a comunidade e a ocupação do território.

Dono da zona industrial da cidade, este é um espaço de barreiras, que

impedem a fusão há muito desejada pelos Palermitanos entre o Mar e a

Montanha, separados não só pela grande auto-estrada e linha ferroviária

que unem Palermo a Catânia, a segunda maior cidade Siciliana, mas

também pela massiva construção que se estende desde a costa de uma

forma desordenada.

PALERMO SUDESTE

BRANCACCIO DESDE O MONTE DE CIACULLI

13

Page 16: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

PLANIMETRIA DA CIDADE DE PALERMO APONTANDO A RELAÇÃO DAS PAISAGENS A SUDESTE

\\ RESPECTIVA PANORÂMICA DESDE O MAR TIRRENO

14

Page 17: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

BRANCACCIO

15

Page 18: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

16

Page 19: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

MASTERPLAN

17

MATERPLAN INTEGRANDO OS TRÊS PROJECTOS DESENVOLVIDOS E CICLOVIA

Page 20: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

DIAGRAMA REPRESENTATIVO DA PAISAGEM EXISTENTE ENTRE A MONTANHA E O MAR

18

Page 21: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

Numa primeira fase de trabalho, as intenções recaíam sobre estratégias para a desejada união entre

as paisagens, que debatidas em grupo e em audiência, geraram um sem número de sugestões,

desde as mais utópicas às mais óbvias, de entre diversas formas de atravessamento, a ideia de

percurso mantinha-se unânime. Um percurso que unisse as três paisagens à vontade de percorrê-lo,

surgia como ponto de partida comum a todas as propostas.

Uma vez que a grande cidade tende a crescer para sudeste, este lugar não pertence apenas aos

habitantes de Brancaccio, mas sim a todos os Palermitanos, que têm uma enorme vontade de verde

e de vazio.

Sugere-se então, uma linha que os conduz desde o centro da cidade a esta periferia, uma linha

sobre a costa que os direcciona à montanha, percorrendo três pontos-chave segundo o mote das

paisagens.

Este masterplan, realizado em parceria com os colegas Jaume Cortés e Joana Brazão, estabelecia

assim o motivo para a existência de um Parque da Cidade, que servisse como ponte, não só entre

as diferentes paisagens, mas sobretudo entre estas duas realidades distintas, a cidade e a sua

periferia.

Aliam-se deste modo hábitos rurais como a agricultura ou a pesca, a hábitos urbanos ligados à

cultura e ao lazer, numa partilha de experiências e práticas que criam este novo laço na cidade.

Através de um contacto directo com o local, observando e ouvindo os que diariamente contactam

com ele, desde moradores a empresários que usufruem das potencialidades e contestam as

fragilidades, são lançadas as pistas sobre o rumo que o território deve tomar. Mas é também com a

ajuda do projecto Europeu de planeamento urbano que se conhecem detalhadamente as

necessidades locais.

Chamado Electronic Town Meeting, este método utilizado frequentemente em pequenos e médios

centros urbanos da América do Norte, aplica-se agora no bairro de Brancaccio. Inserido no projecto

Parterre (Electronic Participation Tools for Spacial Planning and Territorial Development) convida os

habitantes a participarem de uma forma directa na planificação territorial da cidade, partilhando

questões de carácter quotidiano, problemas e cenários de desenvolvimento. Deste encontro de

opiniões, críticas e sugestões, nasce um documento que expõe os desejos e as necessidades dos

principais actores da cidade, os que nela habitam, servindo como base na intervenção tanto de

investidores públicos como de privados, procurando satisfazer as ambições dos cidadãos.

Com base nestes depoimentos desenham-se as directrizes do trabalho desenvolvido, que procura

também ele responder de forma eficaz, tanto a carências espaciais como sociais, mantendo o

equilíbrio entre as duas condicionantes.

19

Page 22: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 23: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

PROJECTO

21

Page 24: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

A proposta de um novo Parque Urbano para a cidade, implanta-se numa das

maiores áreas não-construídas da zona, junto ao Porto da Bandita,

estabelecendo precisamente o ponto de viragem desde o Mar rumo à

Montanha de Ciaculli. Actualmente cercado e inacessível, é um extenso

terreno privado, explorado pelos que habitam em seu redor. Utilizado para o

cultivo dos mais diversos produtos hortícolas, é desenhado pelos pedaços de

terra que essas hortas ocupam, aliadas a um considerável pomar de citrinos

que se mantém intacto, irrigado por um curso de água que escorre entre o

solo.

O principal objectivo é o de abrir este espaço e oferecê-lo à cidade, mantendo

as suas características, mas tornando-o parte integrante da malha urbana,

para que dele se possam colher todos os frutos desejados.

Uma vez que predomina a paisagem hortícola, é ela própria que comanda e

domina o espaço, recortando percursos e estabelecendo limites. Estrutura

uma imagem dinâmica no terreno, convidando e criando um pano de fundo

apetecível, pelas cores, texturas e diversidade, mantendo-se assim o espírito

do lugar.

Entre este cenário agrícola, um Centro Cultural aliado a uma Biblioteca,

desempenham um papel fundamental no funcionamento do Parque,

mantendo a tarefa de transportar as pessoas à Natureza, e vice-versa,

podendo promover iniciativas ligadas à agricultura, à pesca, à jardinagem, à

botânica, à biologia ou até mesmo à culinária, usufruindo de toda a paisagem

envolvente e do conhecimento dos que nela trabalham.

Também os percursos pedestres que rasgam o tecido agrícola em direcção

ao interior do Parque, convidam à entrada neste espaço de foro lúdico,

detentor de restaurante, café-concerto, galeria de exposições, aluguer de

bicicletas e motociclos, ginásio, livraria, mercado biológico, parque de

merendas e ciclovia, serviços que conferem ao parque um carácter urbano e

diversificado, capaz de satisfazer diversos tipos de público, e de diferentes

faixas etárias.

22

Page 25: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

LINHA FERROVIARIA DE BRANCACCIO \ PORTO DELLA BANDITA \ PARQUE DE CIACULLI \ AUTO-ESTRADA PALERMO-CATÂNIA

Page 26: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

24

Page 27: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

Sobre este imenso vazio, debruçam-se sobretudo edifícios de habitação, que

pelas suas dimensões impedem o contacto visual com o mar. Deste modo, e de

forma a marcar o espaço como um ponto de referência na cidade, erguem-se

duas torres de cor clara, revestidas de lâminas de pedra calcária, tal como

propõem as construções rurais ainda presentes no local.

Uma das torres corresponde à biblioteca, de onde se vislumbra a paisagem

desde o mar até à montanha, e a outra funciona como centro cultural, que,

mantendo uma relação visual com a biblioteca, se estende no terreno,

estabelecendo limites mas sugerindo também uma maior permeabilidade entre a

costa e o Parque.

Este edifício de aspecto pesado adquire uma maior leveza pela transparência que

confere. A sucessão de espaços em constante relação visual atribui à paisagem

envolvente uma importância ainda mais acentuada, podendo-se vislumbrá-la a

partir de qualquer ponto do edifício.

Tanto a biblioteca como parte do centro cultural se estruturam em altura, numa

sequência de salas que se olham entre elas e que se tocam através de pontes

suspensas que atravessam o pé direito vazio sobre o átrio de entrada.

Os espaços fragmentados consoante a actividade atribuída, possibilitam ao

edifício uma maior dinâmica, no caso da biblioteca, dividida por temas, requere

uma flexibilidade espacial que permita essa mesma diferenciação de ambientes,

tais como zona de consulta, zona de estudo, espaço infantil, zona de periódicos

ou zona informática. No centro cultural, os espaços requerem-se maioritariamente

polivalentes, capazes de abranger as mais diversas actividades de uma forma

versátil, como salas de música, de dança, de artes plásticas, de formação, de

conferência ou de espectáculos.

25

SUGESTÃO DE AMBIENTES NO PARQUE DE PALERMO

Page 28: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

ILUSTRAÇÕES REPRESENTATIVAS DA SIMBIOSE ENTRE A ARQUITECTURA E A NATUREZA

26

Page 29: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

O parque de estacionamento subterrâneo, além de servir este centro de

actividades culturais e todos os restantes serviços, serve também os

edifícios de habitação que lhe estão próximos, evitando a circulação

automóvel à superfície.

De forma a preservar o espaço e o que nele já existe, permanecem

também algumas construções rurais que despontam entre as hortas e o

pomar, utilizadas para o apoio à actividade agrícola, e armazenamento de

utensílios, mantêm as suas funções, oferecendo condições para a prática

de formações e workshops destinados ao tema da agricultura.

Por outro lado, uma sequência de novos edifícios de dimensões variadas,

oferece à estrada adossada ao parque um carácter urbano,

disponibilizando uma série de serviços que desfrutam das qualidades do

espaço envolvente, principalmente ao nível das matérias-primas, como é o

caso do restaurante, ou do mercado biológico, que vendem directamente

os produtos da terra e do mar.

Esta sucessão de serviços destinados a actividades lúdicas e comerciais,

funciona também como porta para o Parque, marcando de uma forma

dinâmica a entrada para os diversos percursos pedestres e cicláveis, que

usam a paisagem como cenário e incentivam ao bem-estar e qualidade de

vida.

27

Page 30: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

LEVANTAMENTO MORFOLÓGIO DO TERRENO

28

Page 31: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

\PROPOSTA GERAL PARA O PARQUE DE PALERMO

29

Page 32: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

PISO 4

PISO 3

PISO 2

PISO 1

PISO 0

BIBLIOTECA \\ CENTRO CULTURAL

Page 33: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

ALÇADO NORTE BIBLIOTECA \ CENTRO CULTURAL

Page 34: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

ALÇADO SUL BIBLIOTECA \ CENTRO CULTURAL

Page 35: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

SECÇÃO TRANSVERSAL BIBLIOTECA \ CENTRO CULTURAL

Page 36: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

SECÇÕES BIBLIOTECA \ CENTRO CULTURAL

34

Page 37: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 38: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

36

PLANTA \ ALÇADOS ZONA COMERCIAL

Page 39: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

37

GINÁSIO

Page 40: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

38

CAFÉ-CONCERTO \ QUIOSQUE

Page 41: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

39

DETALHE CICLOVIA

Page 42: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

24

Page 43: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

74 VIA

DELL’

R E S T A U R O D O S M O N U M E N T O S

ALBERGHERIA

41

Page 44: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

PLANTA TOPOGRAFICA DE PALERMO 1893

42

Page 45: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

A origem do nome Albergheria, é ambígua. Entre diversas etimologias, por vezes fantásticas e

pouco credíveis, deriva da palavra romana “albergo'‘, mas também da palavra árabe Arabhar

(perto do mar), ou da palavra “Vulgaria”, isto é, o bairro habitado por pessoas pobres e

vulgares.

Originalmente medieval, este “Novo Bairro” nascia da expansão da cidade de Palermo, sendo

um dos mais extensos da altura.

Após a abertura de uma das principais ruas da cidade, a Via Maqueda, no início do século

XVII, o bairro d’Albergaria formava uma das quatro partes em que Palermo se dividia, cujo

símbolo era composto por uma serpente verde num campo de ouro.

Especialmente no século XVIII, a zona d’Albergheria sofria uma serie de transformações no

que toca à sua configuração, contudo, mantém-se a aparência do típico bairro árabe, formado

por um labirinto de estradas estreitas, becos e pracetas sobre as quais se debruçam edifícios

antigos.

Atravessado pelo tradicional mercado Ballarò, restam ainda neste bairro alguns palácios

senhoriais, como o de Mortillaro do século XVIII, assim como a igreja de Nossa Senhora do

Socorro, construída no século XVI por padres Carmelitas ou alguns fragmentos das muralhas

medievais.

Na sequência do - Curso Integrado de Teoria e História do Restauro e Laboratório de Restauro

de Monumentos - coordenado pelo Professor Francesco Tomaselli e conduzido pelos

professores Giovanni Cardamone, Renata Prescia e Francesco Asta , surge um projecto de

Restauro de um edifício setecentista situado no númeno 74 da Via Albergheria.

Conhece-se pouco sobre esta casa senhorial, à semelhança das que a rodeiam, encontra-se

praticamente destruída e as inúmeras intervenções de que já foi alvo, conferem-lhe um aspecto

descaracterizado e pouco fiel à imagem daquilo que terá sido no século XVIII.

Do seu interior restam-lhe poucas paredes e indícios de alguns frescos, a cobertura está

destruída e a fachada principal incompleta. Hoje utilizada para armazenamento de mercadorias

a céu aberto, é um espaço devoluto e decadente, cedente de uma profunda intervenção.

Previamente a um projecto concreto, torna-se fundamental neste caso uma exaustiva

análise das condições do edifício, averiguando todas as anomalias presentes, analisando

as que possam ser recuperadas e tratadas, procurando as soluções mais adequadas de

forma a manter a integridade do edifício tal como se encontra.

A examinação dos materiais existentes, das anomalias e respectivas causas, é

determinante no restauro do edifício, facilitando um tratamento assertivo e cuidado.

43

Page 46: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

VISTA AEREA BAIRRO DELL’ALBERGHERIA \\ MERCADO BALLARÒ AO CENTRO \\ NÚMERO 74 VIA ALBERGHERIA À ESQUERDA

74

44

Page 47: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 48: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 49: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

ANÁLISE

46

Page 50: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

48 PLANTA \ FACHADA PRINCIPAL

Page 51: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

49 ILUSTRAÇÃO ESTADO ACTUAL DO EDIFÍCIO

Page 52: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

MASSA DE CIMENTO

CIMENTO À BASE DE CAL COM VERNIZ

CIMENTO À BASE DE CAL PIGMENTADA

ENTAIPAMENTOS

CIMENTO À BASE DE CAL HIDRAULICA

MADEIRA

ARENITO

PAREDE DE TIJOLOS

50 ANÁLISE MATERIAIS

Page 53: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

51

Page 54: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

52 ANÁLISE ANOMALIAS E RESPECTIVAS CAUSAS

Page 55: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

53

Page 56: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

54 INTERVENÇÃO SOBRE ANOMALIAS \ LIMPEZA \ PROTECÇÃO \ CONSOLIDAÇÃO \ REPARAÇÃO E REINTEGRAÇÃO \ LIBERTAÇÃO

Page 57: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

55

Page 58: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 59: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

PROPOSTA

56

Page 60: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 61: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

Após uma profunda análise do edifício e respectiva resolução de

anomalias, propõe-se uma intervenção no seu interior.

Uma vez que se encontra próximo de uma Universidade e de uma

residência de estudantes, surge como programa um Casa para Estudantes,

onde se possam reunir, estudar ou conviver. Dotada com diversos espaços

para convívio, pequena biblioteca, espaço informático, sala de jogos,

cafetaria e espaços exteriores, pretende-se que o Palazzo setecentista até

então encerrado e entaipado tome um carácter público e ofereça aos

estudantes um espaço agradável às suas necessidades.

De forma a manter na integra a configuração actual da fachada do edifício,

esta nova intervenção recua no seu interior, seguindo as métricas

existentes e utilizando o esquema de entrada de luz original, instala-se

como um novo corpo dentro das antigas paredes que o envolvem.

Dividida em três pisos distintos, a Casa de Estudantes pretende-se um

espaço dinâmico e flexível, onde todas as áreas se relacionam entre si,

oferecendo tanto ao interior daquele vazio, como à própria rua, uma nova

vivência.

A nova estrutura metálica em contraste com a pesada estrutura de pedra

existente, confere-lhe também esta ideia de espaço versátil, onde os

tempos se fundem e convivem harmoniosamente.

59

Page 62: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

60 PLANTA CASA DE ESTUDANTES E RESPECTIVO SISTEMA ESTRUTURAL

Page 63: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

61 INTERVENÇÃO FACHADA PRINCIPAL \ INTERIOR

Page 64: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

8

7

6

5

4

3

2

1

62 PORMENORES FACHADA PRINCIPAL

Page 65: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

63 SISTEMA CONSTRUTIVO

Page 66: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 67: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

UM OLHAR ENTRE O PASSADO E O FUTURO D E S I G N I N D U S T R I A L

Page 68: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

Sob a direcção cultural de Renato Quaglia, Riso, o Museu de Arte

Contemporanea da Sicilia assumiu em 2007 o carácter de Museu

Regional, envolvendo nas suas actividades os centros de Palermo,

Giebellina, Siracusa e Castel di Tusa. O Museu Riso promove e

coordena diversas iniciativas direccionadas aos jovens: além de

reuniões, criou bolsas de estudo e abriu portas à arte

contemporânea na Sicília, promovendo a criatividade da juventude

Siciliana em Itália e no estrangeiro.

A par da colecção do Museu, ao cuidado de Paolo Falcone e

Valentina Bruschi, juntam-se um sem numero de actividades

didácticas que envolvem novas realidades regionais e novos

projectos no sistema de arte contemporânea siciliano, com uma

serie de influências internacionais.

MUSEO D'ARTE CONTEMPORANEA DELLA SICILIA

UNO SGUARDO TRA PASSATO E FUTURO

Page 69: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

67

Page 70: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

No âmbito da disciplina de Design Industrial, dirigida pelo professor Michele

Argentino, o objectivo principal é o de fazer a ponte entre a Arquitectura e o Design.

Partindo da grande escala e do conceito de um edifício para trabalhar a uma escala

mais pequena, segundo o mote que um museu pode oferecer.

Sendo a Sicília uma ilha repleta de história e de valores, são inúmeros os museus

que contam o seu passado e que descrevem o seu futuro. O Museu Riso é um

deles, situado em pleno centro de Palermo, é o museu Regional de Arte

Contemporânea da Região, responsável pela mostra e pela difusão da Arte Siciliana

produzida na era em que vivemos.

Encomendado pelo principe Belmonte Ventimiglia em 1780, o Palazzo Belmonte

Riso é um exemplo arquitectonico da transição entre o Barroco Siciliano Tardio e o

Neoclassicismo.

O nome que conhecemos hoje provém da família Riso, que se tornou proprietária do

Palazzo no século XIX. Bombardeado durante a Segunda Guerra Mundial,

permaneceu abandonado e parcialmente destruído até à década de 90, quando

começam a ser realizados os primeiros restauros do edificio e dos seus frescos,

para mais tarde dar lugar ao então Museu de Arte Contemporânea.

Partindo do conceito do Museu seleccionado, o desafio lançado pelo Professor

Argentino é o de criar um produto que possa servir como merchandising do Museu,

vendido como um objecto identificador de todo o contexto em que está inserido.

A partir do nome do Museu, RISO, que em português significa arroz, surgem

incontáveis possiblidades a explorar, uma vez que este é um alimento fortemente

presente na cozinha Siciliana. Uma das iguarias que melhor identifica esta cozinha,

são as famosas Arancine, a sua forma redonda assemelha-se a uma laranja, são

bolas de arroz fritas, recheadas geralmente com ragù, mozzarella e ervilhas.

Da fusão entre estes dois conceitos, o Museu e a culinária, surge como souvenir

uma embalagem de Arroz com cor, de modo a reinventar esta típica receita, tão

presente na alimentação Siciliana.

Riso Sorriso encara de forma divertida o mais puro da cultura Regional, a comida e

a Arte, que se unem num conceito que marca a diferença no prato, incentivando ao

tradicional de uma forma alternativa, abrindo o apetite para a gastronomia e para a

criatividade.

68 ARANCINE

Page 71: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 72: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

70

Page 73: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

SOR

SOR

SOR

200g e

200g e

200g e MUSEO D'ARTE CONTEMPORANEA DELLA SICILIA

MUSEO D'ARTE CONTEMPORANEA DELLA SICILIA

MUSEO D'ARTE CONTEMPORANEA DELLA SICILIA

71

EMBALAGEM

Page 74: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA
Page 75: PROJECTO FINAL DE ARQUITECTURA

SO

R

MUSEO D'ARTE CONTEMPORANEA DELLA SICILIA SOR 200g e

SO

R

7c

m

7cm

ING

RED

IEN

TI

20

0 g

di

15

0 g

di m

ac

ina

to d

i ma

nzo

2 t

uo

rli d

i uo

va

fre

sch

e G

ran

aro

lo

12

0 g

di p

ass

ata

50

g d

i pis

elli

less

ati

50

g d

i ca

rota

50

g d

i cip

olla

20

g d

i se

da

no

5

0 g

di v

ino

bia

nc

o s

ec

co

40

g d

i Pa

rmig

ian

o g

ratt

ug

iato

12

0 g

di b

urr

o G

ran

aro

lo

bro

do

di c

arn

e q

.b.

sale

, pe

pe

3

uo

va

ex

tra

fre

sch

e G

ran

aro

lo

pa

ng

ratt

ato

q.b

. fa

rin

a q

.b.

ARANCINE DI

1Tritate finemente la cipolla, il sedano, la carota e appassiteli

in 80 g di burro.

2Unite il macinato, rosolate bene, sfumate con il v ino e

lasciate evaporare.

3Salate e pepate, poi aggiungete la passata e cuocete per

15 minuti.

4Nel frattempo in una padella a parte tostate nel burro

rimasto il riso, poi unite il sugo di carne e portate a cottura

(occorreranno circa 20 minuti) unendo il brodo caldo. A 5

minuti dalla fine della cottura unite i piselli. Allontanate dal

fuoco il riso asciutto e lasciate raffreddare.

5Quando il riso sarà freddo, unite il formaggio e i tuorli

6Con la massa di riso formate gli arancini del peso di 45/50

grammi.

7Passate gli arancini nella farina, poi nelle uova sbattute.

8Infine ricopriteli con il pangrattato, poi friggeteli nell’olio

caldo e una volta dorati, scolateli su carta da cucina.

SOR

73