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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E
MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – NÍVEL MESTRADO
JISLAINE CRISTINA DA SILVA
ECOLOGIA ALIMENTAR DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE PEQUENO PORTE EM
DIFERENTES BIÓTOPOS DA BACIA DO RIO VERDE, ALTO RIO PARANÁ, BRASIL
CASCAVEL-PR
AGOSTO/2013
2
JISLAINE CRISTINA DA SILVA
ECOLOGIA ALIMENTAR DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE PEQUENO PORTE EM
DIFERENTES BIÓTOPOS DA BACIA DO RIO VERDE, ALTO RIO PARANÁ, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
graduação Stricto Sensu em Conservação e Manejo
de Recursos Naturais – Nível Mestrado, Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre em Conservação
e Manejo de Recursos Naturais.
Área de Concentração: Conservação e Manejo de
Recursos Naturais
Orientador: Prof. Dr. Éder André Gubiani
Co-orientadora: Profª. Dra. Rosilene Luciana
Delariva
CASCAVEL-PR
AGOSTO/2013
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
JISLAINE CRISTINA DA SILVA
ECOLOGIA ALIMENTAR DAS ESPÉCIES DE PEIXES DE PEQUENO PORTE EM
DIFERENTES BIÓTOPOS DA BACIA DO RIO VERDE, ALTO RIO PARANÁ, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Conservação e
Manejo de Recursos Naturais-Nível de Mestrado, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde,
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título
de Mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, pela comissão Examinadora
composta pelos membros:
Prof. Dr. Éder André Gubiani
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Presidente)
____________________________________
Profª. Dra. Rosilene Luciana Delariva
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
____________________________________
Prof. Dr. Pitágoras Augusto Piana
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
____________________________________
Profª. Dra. Rosemara Fugi
Universidade Estadual de Maringá
Aprovada em
Local da defesa
4
DEDICATÓRIA
A meus pais Sebastião e Rosana que me deram
todo apoio necessário ao longo de minha vida.
Ao meu esposo Luís Paulo, que esteve todos os
momentos ao meu lado, com muita paciência,
carinho, amor e compreensão.
Serei eternamente grata.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por todas as conquistas e obstáculos
vencidos.
À Prof. Dr. Éder André Gubiani, pela orientação e imenso conhecimento
transmitido, pela pessoa extremamente competente e dedicada. Agradeço a confiança,
paciência e apoio em todas as decisões, ao longo deste trabalho.
À Prof. Dra. Rosilene Luciana Delariva, pela orientação, por todo conhecimento e
experiência compartilhada desde a minha graduação, pelo exemplo de ética e
profissionalismo a ser seguido, e especialmente pela amizade e compreensão.
Ao GERPEL (Grupo de pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia) pelos
trabalhos de campo, fornecimento dos dados e apoio concedido durante a realização deste
trabalho.
Ao Programa de Pós-graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais,
coordenação e professores pelas fundamentais contribuições ao longo do curso e a
secretária assistente Márcia, por toda presteza.
Aos amigos Mayara, Guilherme e Lázaro pela ajuda na análise dos estômagos,
sobretudo, a Mayara pela amizade.
As queridas amigas Ana Paula Castaldelli e Ana Paula Mamprim, que me
acolheram como companheira de apartamento, pelas longas conversas e palavras de
incentivo.
Aos meus eternos amigos da graduação Karine Orlandi Bonato, Aline Duarte e
Caio Henrique, que mesmo distantes, estiveram sempre presente nesta caminhada, me
incentivando em todos os momentos.
Aos meus pais Sebastião e Rosana, responsáveis pela pessoa que sou hoje, pelo
amor, incentivo e compreensão.
Aos meus sogros Luiz e Lucimara, que considero meus segundos pais, por toda
ajuda e palavras de estímulo.
Ao meu esposo Luís Paulo, que além, de todo amor, carinho, paciência e
compreensão, esteve sempre disposto a me ajudar no laboratório, nas planilhas, etc.
À Capes, pelo auxílio financeiro.
À todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização dessa
pesquisa.
6
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................................7
CAPÍTULO 1: Partição de recursos alimentares entre espécies de peixes de pequeno porte
em rios neotropicais...............................................................................................................9
RESUMO.............................................................................................................................10
ABSTRACT.........................................................................................................................11
INTRODUÇÃO...................................................................................................................12
MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................14
Área de estudo..........................................................................................................14
Amostragens.............................................................................................................14
Análise da dieta........................................................................................................17
Análise dos dados.....................................................................................................17
RESULTADOS....................................................................................................................20
DISCUSSÃO........................................................................................................................26
REFERÊNCIAS...................................................................................................................29
CAPÍTULO 2: Variações espaciais e sazonais no uso dos recursos alimentares por espécies
de peixes de pequeno porte em diferentes biótopos de um rio
neotropical............................................................................................................................35
RESUMO.............................................................................................................................36
ABSTRACT.........................................................................................................................37
INTRODUÇÃO...................................................................................................................38
MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................40
Área de estudo..........................................................................................................40
Amostragens.............................................................................................................40
Análise da dieta........................................................................................................43
Análise dos dados.....................................................................................................43
RESULTADOS....................................................................................................................46
DISCUSSÃO........................................................................................................................52
BIBLIOGRAFIA CITADA..................................................................................................55
7
APRESENTAÇÃO
Este trabalho faz parte do projeto “Resgate, Manejo e Conservação da Ictiofauna na
área de influência da futura UHE São Domingos” desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa
em Recursos Pesqueiros e Limnologia – GERPEL.
Os dados compilados nessa dissertação retratam a ecologia alimentar das espécies
de peixes de pequeno porte coletadas durante 14 meses de amostragens realizadas no canal
principal do rio Verde e dois tributários adjacentes (rio São Domingos e ribeirão Araras),
pertencentes a bacia do Alto rio Paraná, região do estado do Mato Grosso do Sul.
É importante ressaltar que a área de estudo, além de estar inserida na bacia do Alto
rio Paraná, a segunda maior bacia da América do Sul, também pertence ao bioma Cerrado.
Este bioma possui uma das faunas mais ricas do país e é considerado um dos hotspots para
a conservação da biodiversidade mundial. Entretanto, tem sofrido inúmeros impactos
antrópicos, com alto nível de degradação nas últimas décadas, especialmente a implantação
de culturas não-nativas, afetando fauna e flora dos rios e entorno da região. Além disso,
após este estudo foi instalada a Usina Hidrelétrica de São Domingos no rio Verde, assim
como inúmeras outras que estão operando ou em processo para serem viabilizadas na
região do Cerrado, provocando grande desestruturação dos ambientes aquáticos.
Dessa forma, estudos ecológicos da fauna aquática, embora crescente nos últimos
anos, consolidam ideias e conceitos ecológicos que contribuem para a preservação da
biodiversidade, especialmente porque grande parte dela ainda é desconhecida. Estudos na
região do Cerrado, especificamente, em grandes rios são praticamente inexistentes, o que
torna, pesquisas como esta, fundamentais para futuros projetos de conservação da fauna de
peixes no cerrado brasileiro.
Os dados relativos à dieta foram distribuídos em dois capítulos, sendo que no
capítulo 1 foi abordado: Partição de recursos alimentares entre espécies de peixes de
pequeno porte em rios neotropicais e no capítulo 2: Variações espaciais e sazonais no uso
dos recursos alimentares por espécies de peixes de pequeno porte em diferentes biótopos
de um rio neotropical.
8
Capítulo 1 elaborado e formatado conforme as
normas de publicação científica Ecology of
Freshwater Fish. Disponível em:
http://onlinelibrary.wiley.com/journal/10.1111/(ISS
N)1600-0633/homepage/ForAuthors.html e Capítulo
2 elaborado e formatado conforme as normas de
publicação científica Zoologia. Disponível em:
http://www.scielo.br/revistas/zool/iinstruc.htm.
9
CAPÍTULO 1
PARTIÇÃO DE RECURSOS ALIMENTARES ENTRE ESPÉCIES DE PEIXES DE
PEQUENO PORTE EM RIOS NEOTROPICAIS
10
RESUMO
Um dos maiores desafios para os estudos ecológicos de peixes neotropicais é entender os
mecanismos que permitem muitas espécies coexistirem num mesmo local, compartilhando
os recursos disponíveis. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar se as variações
interespecíficas na utilização dos recursos alimentares é o principal fator de segregação
alimentar e coexistência entre espécies de peixes de pequeno porte no rio Verde, Bacia do
Alto rio Paraná, Brasil. As amostragens foram realizadas de novembro de 2010 a agosto de
2012, utilizando arrastos, tarrafas e redes de espera, em 11 locais. Os conteúdos estomacais
de 3.374 indivíduos pertencentes a 12 espécies de pequeno porte foram analisados de
acordo com o método volumétrico. Ao todo foram registrados 31 itens alimentares, onde
os de origem alóctone foram os mais representativos. Astyanax aff. paranae consumiu
maior proporção de vegetal e Bryconamericus stramineus além de vegetal, ingeriu
Hymenoptera, insetos aquáticos e Isoptera. Astyanax aff. fasciatus ingeriu quantidades
similares de sementes, vegetal e Hymenoptera. Astyanax altiparanae, Bryconamericus
sp.1, Knodus moenkhausii, Piabina argentea e Pimelodella gracilis, consumiram,
especialmente, sementes. Aphyocharax dentatus e Moenkhausia aff. intermedia ingeriram,
principalmente, larva e pupa de Diptera, outros insetos aquáticos, Ephemeroptera e
Hymenoptera. Moenkhausia aff. sanctaefilomenae consumiu Hymenoptera e Coleoptera.
Serrapinus notomelas ingeriu maior proporção de algas e detrito. A análise de
correspondência distendenciada demostrou segregação de algumas espécies de acordo com
a composição da dieta. Diferenças significativas foram observadas na composição da dieta
entre as espécies (p<0,05). No geral, as espécies apresentaram baixa amplitude de nicho
trófico (Ba< 0,3) e a maioria dos pares que co-ocorreram apresentaram baixa sobreposição
de nicho. Nesse sentido, os resultados demonstram a existência de evidente partição de
recursos alimentares em ambientes neotropicais, sendo o oportunismo trófico, fator
preponderante, na segregação alimentar e coexistência das espécies.
Palavras-chave: Cerrado; coexistência; oportunismo; peixes; pequeno porte; segregação.
11
ABSTRACT
One of the biggest challenges for ecological studies of neotropical fishes is to understand
the mechanisms that allow many species coexist in the same place, sharing the available
resources. Thus, the aim of this study was to determine whether interspecific variation in
resource use is the main factor of feed segregation and coexistence among species of small
fish in the Green River, the Upper Paraná River, Brazil. Samples were collected from
November 2010 to August 2012, using trawls, cast nets and gillnets in 11 locations. The
stomach contents of 3,374 individuals belonging to 12 species of small size were analyzed
according to the volumetric method. Altogether 31 food items were recorded, where the
allochthonous origin were the most representative. Astyanax aff. paranae consumed a
greater proportion of plant and Bryconamericus stramineus plus vegetable ingested
Hymenoptera, aquatic insects and Isoptera. Astyanax aff. fasciatus ingested similar
amounts of seed, plant and Hymenoptera. Astyanax altiparanae, Bryconamericus sp.1
Knodus moenkhausii, Piabina argentea and Pimelodella gracilis consumed, especially
seeds. Aphyocharax dentatus and Moenkhausia aff. intermedia ingested mainly larvae and
pupae of Diptera, other aquatic insects, Ephemeroptera and Hymenoptera. Moenkhausia
aff. sanctaefilomenae consumed Hymenoptera and Coleoptera. Serrapinus notomelas
higher proportion of ingested algae and detritus. Detrended Correspondence Analysis
demonstrated segregation of some species according to the composition of the diet.
Significant differences were observed in the dietary composition between species (p
<0.05). Overall, the species had low niche breadth (Ba <0.3) and the majority of couples
who co-occurred showed low niche overlap. In this sense, the results demonstrate the
existence of clear partition of food resources in neotropical environments, and the trophic
opportunism, a major factor in the food segregation and species coexistence.
Keywords: Cerrado; coexistence; opportunism, fish, small; segregation.
12
INTRODUÇÃO
As espécies de peixes de pequeno porte compõem um grupo ecológicamente muito
diverso. Eles podem ser encontrados em todos os ambientes aquáticos (Hahn & Loureiro-
Crippa 2006), e habitam preferencialmente micro-hábitats marginais, onde encontram
abrigo contra a predação, além de condições favoráveis para alimentação. Além disso,
essas espécies podem alterar seu hábito alimentar a partir de flutuações na oferta de
alimentos (Balassa et al. 2004). Nos últimos anos tem sido crescente os estudos com
espécies de pequeno porte em rios, riachos e lagoas (Viana et al. 2006; Loureiro-Crippa et
al. 2009; Corrêa et al. 2009; Wolff et al. 2009; Silva et al. 2012; Carniatto et al. 2012),
revelando uma elevada diversidade de hábitos e estratégias alimentares, possivelmente,
refletindo a variedade de recursos alimentares disponíveis nos ambientes tropicais (Uieda
& Pinto 2011).
Os padrões de utilização dos recursos alimentares, por essas espécies, constituem
uma propriedade fundamental em sistemas ecológicos (Winemiller & Pianka 1990). Além
disso, o conhecimento da origem desses alimentos, o modo como essas espécies os
compartilham, a amplitude de nicho e as relações de sobreposição alimentar entre elas,
proporciona o entendimento da estruturação trófica de uma assembleia (Deus & Petrere-
Junior 2003; Brazil-Sousa et al. 2009).
Conjuntamente, fatores como a disponibilidade de itens alimentares, micro-hábitats
de forrageio, morfologia trófica e táticas de captura do alimento, podem minimizar os
efeitos da sobreposição alimentar (Balassa et al. 2004; Brazil-Sousa et al. 2009) e facilitar
a coexistência das espécies (Giacomini 2007). Para compreender melhor esse processo,
pode-se utilizar a abordagem de partilha de recursos entre as espécies que coexistem
(Schoener 1974; Herder & Freyhof 2006), particularmente em relação a um importante
eixo do nicho, o alimento, que em ambientes aquáticos, é o mais preponderante na
segregação trófica (Ross 1986; Schoener 1989). Dessa forma, entender como algumas
características biológicas podem estar relacionadas, e como as relações resultantes se
convertem em padrões de coexistência em diferentes escalas, representam um passo
importante no sentido de fornecer ideias ecológicas (Giacomini 2007).
Um dos maiores desafios para os estudos ecológicos de peixes neotropicais é
entender os mecanismos que permitem muitas espécies coexistirem compartilhando os
recursos disponíveis (Esteves & Galetti 1995). Nesse aspecto, existem dois modelos
13
teóricos que buscam explicar a coexistência de um grande número de espécies em um dado
ambiente (Gravel et al. 2006; Sircom & Walde 2011). O primeiro é a teoria do nicho, no
qual as espécies apresentam exigências para existir em um determinado local (Chase &
Leibold 2003). Essa teoria tem como premissa, que a partição de recursos é um mecanismo
importante para as espécies coexistirem de forma estável e com sucesso em um mesmo
ecossistema (Hutchinson 1957; Schoener 1974). Além disso, as diferenças no uso dos
recursos entre as espécies são essenciais na manutenção da biodiversidade em diferentes
escalas (Leibold & McPeek 2006; Mason et al. 2008), uma vez que há redução da
amplitude de nicho entre espécies coexistentes. O segundo modelo é o da teoria neutra, o
qual defende que ideias relacionadas ao nicho não seriam importantes. Segundo Bell
(2001) e Hubbell (2001) espécies que coexistem em uma determinada área são similares
em suas características ecológicas, isto é, não há espécies superiormente competitivas,
sendo que a diversidade de espécies é resultado de fatores ecológicos e evolucionários
estocásticos que atuam em escala local e regional.
Diante deste contexto, nesse estudo buscamos testar a hipótese de que as variações
interespecíficas na utilização dos recursos alimentares é o principal fator de segregação
alimentar e coexistência entre espécies de peixes de pequeno porte no rio Verde, Bacia do
Alto rio Paraná, Brasil. Dessa forma, os objetivos deste estudo foram: 1) Descrever a
composição alimentar das espécies de peixes de pequeno porte. 2) Identificar diferenças
interespecíficas na dieta. 3) Determinar a amplitude de nicho trófico de cada espécie. 4)
Analisar o grau de sobreposição alimentar entre as espécies que co-ocorreram.
14
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
A área estudada pertence à Bacia do Alto rio Paraná e está inserida no Cerrado
brasileiro, que é considerado o segundo maior bioma do país e um dos hotspots para a
conservação da biodiversidade mundial (Klink & Machado 2005; Abell 2008). Nessa
região encontram-se as nascentes e cursos de água das principais bacias hidrográficas da
América do Sul, incluindo a do rio Paraná e Paraguai (formadores da bacia do Prata),
Parnaíba, Amazonas, Tocantins e São Francisco, constituindo assim, importante região
ligada à manutenção das fontes de água e fauna aquática do país (Stevaux et al. 1997;
Pagotto & Souza 2006). O clima do Cerrado é caracterizado por duas estações distintas:
invernos secos (abril a setembro) e verões chuvosos (outubro a março) (Ribeiro & Walter
1998; Pagotto & Souza 2006).
A bacia do rio Paraná representa a segunda maior drenagem hidrográfica da
América do Sul, com 3,2 milhões de km2 (Lowe-McConnell 1999) e seus principais
tributários são os rios Grande, Parnaíba, Tietê e Paranapanema. No estado de Mato Grosso
do Sul, o rio Verde, se destaca por ser um importante tributário do Alto rio Paraná. A bacia
de drenagem do rio Verde se localiza na porção nordeste do estado de Mato Grosso do Sul
e abrange áreas dos municípios de Camapuã, Costa Rica, Água Clara, Ribas do Rio Pardo,
Brasilândia e Três Lagoas. Sua foz está localizada no rio Paraná, no reservatório da Usina
Hidrelétrica Sérgio Mota (Porto Primavera), no estado de São Paulo.
Na área de estudo, está localizada a cachoeira Branca, um obstáculo com
aproximadamente 1,5 metros de altura, com várias quedas de água menores, com águas
turbulentas e corredeiras extensivas, que atua como uma barreira biogeográfica natural
(Silva et al. a - em preparação). Neste trecho o substrato é rochoso, sendo o entorno da
cachoeira composto por vegetação marginal nativa arbustiva e rochedos.
Amostragem
As coletas foram realizadas em 11 locais de amostragem distribuídos no rio Verde
(6 pontos) e em dois tributários adjacentes: rio São Domingos (3 pontos) e ribeirão Araras
(2 pontos) (Figura 1). Os locais foram agrupados em tributários (1, 2, 3, 4 e 5), montante
da cachoeira Branca (6, 7 e 8) e jusante da cachoeira Branca (9, 10 e 11) (Tabela 1).
15
Figura 1. Área de estudo no rio Verde e seus tributários (rio São Domingos e
ribeirão Araras), bacia do Alto rio Paraná, Mato Grosso do Sul, Brasil.
16
Tabela 1. Características físicas dos pontos de amostragens no rio Verde e tributários (rio São Domingos e ribeirão Araras), bacia do Alto rio Paraná, Mato
Grosso do Sul.
Pontos Biótopo Substrato
predominante Vegetação ripária Fisiografia do canal Entorno
1, 2, 3 (rio São
Domingos), 4 e 5
(ribeirão Araras)
Tributários (acima
da cachoeira
Branca) Arenoso/rochoso
Vegetação ciliar nativa
(arbustiva) em média 10 metros
de largura, alguns locais sem
vegetação e com erosões (no
ponto 1 margem esquerda com
mais de 500 metros de
vegetação).
Largura aproximada de 10 a 20
metros, águas rápidas e corredeiras,
com algumas áreas de remanso,
abrigos nas margens. Regiões com
pequenas lagoas marginais e áreas
de várzeas.
Apresenta no entorno
grandes fazendas com
atividade pecuária
extensiva.
6, 7 e 8 (rio
Verde) Montante da
cachoeira Branca Rochoso/arenoso
Região preservada com
vegetação ciliar nativa
(arbustiva) entre 20 a 30 metros
de largura nas duas margens.
Largura entre 40 e 150 metros, com
águas rápidas e turbulentas, poucos
locais de abrigo e remanso. Algumas
lagoas marginais e áreas de várzeas.
Atividade de pecuária
extensiva e produção de
eucalipto.
9, 10 e 11 (rio
Verde) Jusante da
cachoeira Branca Rochoso/arenoso
Vegetação ciliar nativa
(arbustiva) em média 10 metros
de largura.
Largura entre 40 e 60 metros, com
águas rápidas e turbulentas com
aréas de remanso, abrigos nas
margens e grandes regiões de
várzeas.
Atividade de pecuária
extensiva e
reflorestamento.
17
As amostragens foram realizadas mensalmente de novembro/2010 a março/2011 e
outubro/2011 a fevereiro/2012, período reprodutivo da maioria dos peixes neotropicais
(Vazzoler 1996) e trimestralmente, de maio a agosto de 2011 e 2012, totalizando 14 meses
de amostragem. Para as amostragens foram utilizados diferentes aparelhos de pesca, como
arrasto, tarrafas e redes de esperas, estas com malhas simples (2.4, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12,
14 e 16 cm entre nós não adjacentes) e tresmalhos (feiticeiras, malhas de 6, 7 e 8 cm entre
nós não adjacentes), com 1,5 metros de altura e 20 metros de comprimento no rio Verde e 10
metros nos tributários. Após a captura, os peixes foram anestesiados com solução de
benzocaína (250 mg/l) conforme sugerido pela Associação americana de medicina
veterinária (American Veterinary Medical Association; Avma 2001), fixados em
formaldeído 10% e acondicionados em tambores de polietileno.
Em laboratório, os peixes foram identificados de acordo com Britski et al. (1999) e
Graça & Pavanelli (2007), medidos (comprimento total e padrão em cm) e pesados (gramas).
Exemplares testemunhos de cada espécie foram conservados em álcool 70% e depositados
na coleção ictiológica do Nupélia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e
Aquicultura) da Universidade Estadual de Maringá, disponível em
(http://peixe.nupelia.uem.br).
Análise da dieta
Foram utilizadas apenas as espécies de pequeno porte (com número de estômagos >
15), consideradas àquelas em que os indivíduos adultos apresentam comprimento padrão
menores que 15 cm, conforme proposto por Castro et al. (2003). Foram analisados os
estômagos com grau de enchimento maior que 50% (GR2 e GR3) (Zavala-Camin 1996). Os
conteúdos estomacais foram analisados sob microscópio óptico e estereoscópico, sendo os
itens alimentares identificados, utilizando as chaves de identificação de Bicudo & Bicudo
(1970) para as algas e de Mugnai et al. (2010) para invertebrados e outras referências
específicas quando necessárias. Os itens foram quantificados de acordo com o método
volumétrico (Hyslop 1980), utilizando-se proveta graduada e placa de vidro milimetrada
(Hellawell & Abel 1971).
Análise dos dados
Composição da dieta
Para avaliar a composição da dieta das espécies, os dados de volume dos itens
18
alimentares foram sumarizados por meio de uma Análise de Correspondência distendenciada
(DCA; Hill & Gauch 1980). Nessa análise foram retidos os eixos que apresentaram maior
explicação da variância dos dados. Posteriormente, os escores dos eixos retidos foram
plotados em gráfico de média para visualizar possíveis padrões de separação na composição
da dieta entre as espécies. Para testar possíveis diferenças significativas na composição da
dieta entre as espécies foi utilizado o método não-paramétrico de permutação de
multiresposta (MRPP; Zimmerman et al. 1985).
O método de valor indicador (IndVal; Dufrêne & Legendre 1997) foi usado para
detectar quais itens alimentares foram indicadores na dieta de cada espécie. Para testar a
significância do MRPP e valor indicador foi utilizado o procedimento de randomização de
Monte Carlo com 10.000 permutações.
A DCA, MRPP e IndVal foram calculados usando o software PC-Ord® 5.0 (McCune
& Mefford 2006). O nível de significância estatística adotado para todas as análises foi de p
< 0,05.
Especialização da dieta
A fim de descrever o nível relativo de especialização na dieta, a amplitude de nicho
trófico de cada espécie foi calculada utilizando a medida de Levins (Krebs 1999), com os
dados de volume dos itens alimentares. A fórmula de Hurlbert (1978) foi aplicada para
padronizar a medida do nicho trófico (variando de 0 a 1), de acordo com a equação:
Onde: Ba = Amplitude de nicho trófico padronizado; pi = proporção dos itens
alimentares na dieta da espécie i, n = número total de itens alimentares. Os valores de
amplitude de nicho variam de 0 (consumo de um único tipo de recurso alimentar) a 1 (ampla
utilização dos recursos alimentares disponíveis).
Sobreposição alimentar
A sobreposição da dieta foi calculada para cada par de espécies que co-ocorreram nos
19
mesmos locais, dentro de cada biótopo, com base na matriz de volume dos itens alimentares.
Foi utilizado o índice de sobreposição alimentar de Pianka (1973), descrito pela equação:
Onde: Ojk = medida de sobreposição de nicho de Pianka, entre as espécies j e k; Pij=
proporção do item alimentar i na dieta da espécie j; Pik = proporção do item alimentar i na
dieta da espécie k; n = número total de itens alimentares.
Os valores de sobreposição variam de 0 (nenhuma sobreposição) a 1 (sobreposição
total) e foram definidos nos seguintes níveis: baixa (0 - 0,39), intermediária (0,4 - 0,6) e alta
(0,6 -1) (modificado de Grossman 1986; Corrêa et al. 2011). Para calcular a sobreposição
alimentar foi utilizando EcoSim® 7.0 (Gotelli & Entsminger 2006).
20
RESULTADOS
Composição da dieta
Neste estudo, foram analisados 3.374 indivíduos pertencentes a 12 espécies de peixes
de pequeno porte (Tabela 2).
Tabela 2. Posição taxonômica das espécies (Reis et al. 2003), número de estômagos analisados e
amplitude de tamanho dos indivíduos amostrados no rio Verde, bacia do Alto rio Paraná, Brasil, no
período de novembro de 2010 a agosto de 2012.
Ordem/Família/Espécie Estômagos analisados
Amplitude de comprimento (cm)
CHARACIFORMES Characidae Astyanax aff. fasciatus (Cuvier, 1819) 621 1,6 – 13,5 Astyanax aff. paranae Eigenmann, 1914 19 2,0 – 7,5 Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 485 1,5 – 13 Aphyocharax dentatus Eigenmann & Kennedy, 1903 22 2,1 – 4,1 Bryconamericus sp.1 375 2,1 – 6,2 Bryconamericus stramineus Eigenmann, 1908 470 1,5 – 6,1 Knodus moenkhausii (Eigenmann & Kennedy, 1903) 169 1,7 – 4,4
Moenkhausia aff. intermedia Eigenmann, 1908 193 1,3 – 6,5
Moenkhausia aff. sanctaefilomenae (Steindachner, 1907) 19 2,0 – 6,2 Piabina argentea Reinhardt, 1867 836 0,5 – 7,5 Serrapinnus notomelas (Eigenmann, 1915) 137 1,5 – 3,2 SILURIFORMES Heptapteridae Pimelodella gracilis (Valenciennes, 1835) 28 2,6 – 18
Número Total 3374
Ao todo foram registrados 31 itens alimentares, sendo que os de origem alóctone
foram os mais representativos (67,7%) na dieta das espécies (Tabela 3). Astyanax aff.
paranae consumiu maior proporção de vegetal e Bryconamericus stramineus além de
vegetal, ingeriu quantidades expressivas de Hymenoptera, insetos aquáticos e Isoptera.
Astyanax aff. fasciatus consumiu quantidades similares de sementes, vegetal terrestre e
Hymenoptera. Astyanax altiparanae, Bryconamericus sp.1, Knodus moenkhausii, Piabina
argentea e Pimelodella gracilis, utilizaram sementes como item principal. Aphyocharax
dentatus e Moenkhausia aff. intermedia tiveram suas dietas baseadas em insetos aquáticos e
terrestres, sendo que os mais representativos foram larva e pupa de Diptera, outros insetos
aquáticos, Ephemeroptera e Hymenoptera. Moenkhausia aff. sanctaefilomenae alimentou-se
21
basicamente de insetos terrestres (Hymenoptera e Coleoptera). Serrapinus notomelas ingeriu
maiores proporções de algas e detrito (Tabela 3).
Tabela 3. Itens alimentares consumidos pelas espécies de peixes de pequeno porte, capturadas no rio
Verde, bacia do Alto rio Paraná, Brasil, no período de novembro de 2010 a agosto de 2012. Valores
de porcentagem de volume dos itens alimentares. Asterisco indica valores menores que 0,1%. Em
negrito os itens alimentares mais consumidos pelas espécies. Afa= A. aff. fasciatus; Apa= A. aff.
paranae; Aal= A. altiparanae; Ade= A. dentatus; Bst= B. stramineus; Bry= Bryconamericus sp.1;
Kmo= K. moenkhausii; Min= M. aff. intermedia; Msa= M. aff. sanctaefilomenae; Par= P. argentea;
Pgr= P. gracilis; Sno=S. notomelas.
Itens/ Espécies Afa Apa Aal Ade Bst Bry Kmo Min Msa Par Pgr Sno
AUTÓCTONE Tecameba
* *
* * * Acarina *
*
*
*
*
Amphipoda
* Cladocera
0.1
Ostracoda
*
* Ephemeroptera 0.7 0.9 0.3 17.3 5.2 5.1 1.4 15.2
1.6 0.3 0.8
Larva de Coleoptera 0.1 0.7 0.1
0.7 0.7 0.7 1.7
0.6 0.6 *
Larva de Lepidoptera 0.2
0.3
0.3 0.3 1.0 0.6 4.1 0.3 0.3 Larva e pupa de Diptera 0.1
* 20.7 6.4 2.0 8.9 16.1 0.2 1.0 1.0 1.1
Ninfa de Odonata 2.2
0.7 3.5 4.3 3.0 0.1 1.7 0.2 1.7 5.0 0.5
Plecoptera 0.6 0.7 0.2
6.1 2.6 0.5 2.0
1.0 0.2 0.1
Trichoptera 0.6 0.3 0.1 9.5 5.5 5.2 2.0 3.6 1.6 6.2 3.0 1.0
Outros insetos aquáticos 2.0 1.8 0.7 19.0 11.9 5.3 1.6 11.0 4.3 2.7 1.6 1.3
Escamas 0.1
0.9 7.1 0.2 0.2 0.1 * * 0.3 9.9 *
Restos de peixes 0.1
0.7
*
0.1 3.0 Algas 4.1 1.9 3.0
* 4.0 0.5 0.2 0.2
45.2
Vegetal aquático 5.2 1.2 * 0.1 2.6 0.4 0.7 1.7 2.9
ALÓCTONE Oligochaeta 0.4
4.1
4.2
Coleoptera 4.2 5 8.8 8 3.5 4 1.6 1.5 16.7 2.7 0.9 *
Aranae * 0.2 1
0.6 0.2 0.4 0.6 0.2 0.5
0.1
Diptera *
0.2 0.2 0.4 0.3 0.1 0.5
* * Hemiptera 3
2.2 2.2 0.8 1.4 0.4 1.6 0.4 1.4 0.1
Homoptera 0.1
0.1
* * * 0.1
0.1 Hymenoptera 20.9 9.4 18.4 2.6 14.8 8.5 6.7 12.9 57.2 6.7 3.8 *
Isoptera 0.7 1.1 4.9
11.0 3.6 5.7 9.9 1.2 0.5 0.1 Orthoptera 2.7
0.9
0.1
0.1
0.3
Psocoptera * 4.1 *
0.2 *
4.6 Outros insetos terrestres 2.3 0.2 0.8 1.7 0.9 1.2 0.4 1.9 1.6 1.9
0.1
Sementes 28.6 9.7 41.2
20.8 47.9 46.1 8.7
62.6 59.5 4.3
Vegetal 20.7 64.1 9.4 1.3 5.9 8.3 15.3 4.8 12.3 6.4 4.7 19.0
INDETERMINADO Detrito 0.2 * 6.9 0.3 0.3 0.4 0.1 24.0
22
Para interpretação dos dados de composição da dieta das espécies de acordo com a
DCA, foram retidos os eixos 1 (autovalor = 0,51) e 2 (autovalor = 0,34) (Figura 2A-B). O
principal padrão observado foi que nos menores escores do eixo 1 e maiores do eixo 2, se
concentraram as espécies que consumiram principalmente itens de origem alóctone (insetos
terrestres e sementes). Por outro lado, nos maiores escores do eixo 1 e menores do eixo 2 foi
observado o posicionamento das espécies que consumiram itens de origem autóctone,
principalmente algas, detrito e vegetal aquático. Escores intermediários foram associados ao
consumo de vegetal terrestre e insetos aquáticos (Figura 2A-B).
A distribuição dos escores do eixo 1 (melhor visualizado pelos escores médios;
Figura 2B) demostra segregação de algumas espécies de acordo com a composição da dieta,
especialmente, A. aff. paranae, M. aff. sanctaefilomenae, P. argentea e S. notomelas.
Figura 2. A) Ordenação dos itens alimentares consumidos ao longo dos eixos 1 e 2; B) escores
médios do eixo 1, ambos retidos da Análise de Correspondência distendenciada (DCA). Afa= A. aff.
fasciatus; Apa= A. aff. paranae; Aal= A. altiparanae; Ade= A. dentatus; Bst= B. stramineus; Bry=
Bryconamericus sp.1; Kmo= K. moenkhausii; Min= M. aff. intermedia; Msa= M. aff.
sanctaefilomenae; Par= P. argentea; Pgr= P. gracilis; Sno=S. notomelas.
23
Diferenças significativas foram observadas na composição interespecífica da dieta
das espécies de peixes de pequeno porte (MRPP; A = 0,08; p < 0,05).
Na análise de valor indicador, apenas quatro espécies apresentaram itens indicadores,
que contribuíram para essas diferenças. Para A. aff. paranae, os itens indicadores foram
predominantemente de origem alóctone (Psocoptera e vegetal terrestre). Serrapinnus
Notomelas e M. aff. intermedia apresentaram itens indicadores de origem autóctone (algas,
detrito e Larva e Pupa de Diptera). Pimelodella gracilis apresentou maior número de itens
indicadores, com predominância de itens de origem autóctone, exceção apenas de sementes
(Tabela 4).
Tabela 4. Análise de valor indicador mostrando a abundância relativa (AR), Frequência relativa (FR)
e valor indicador (Indval) dos itens alimentares consumidos pelas espécies de peixes de pequeno
porte capturadas no rio Verde, Bacia do Alto rio Paraná, Brasil. São listados apenas os itens com
valores significativos, p <0,05 pelo teste de Monte Carlo.
Espécies Itens alimentares RA% FR% Indval p
A. aff. paranae Psocoptera 86 24 20 0,0001
Vegetal terrestre 47 100 47 0,0001
S. notomelas Algas 38 78 16 0,004
Detrito 62 51 31 0,0001
M. aff. intermedia Larva e Pupa de Diptera 22 61 13 0,0209
P. gracillis Sementes 36 80 19 0,0034
Escamas 81 36 29 0,0001
Trichoptera 34 50 17 0,0026
Tecameba 99 18 7 0,0027
Restos de peixe 68 11 7 0,0025
Especialização da dieta
No geral, todas as espécies apresentaram baixa amplitude de nicho trófico (Ba < 0,3).
Os menores valores de amplitude de nicho foram observados para A. aff. paranae P.
argentea, M. aff. sanctaefilomenae e P. gracillis. As espécies que apresentaram os maiores
valores de amplitude trófica foram M. aff. intermedia, B. stramineus e A. dentatus (Figura
3).
24
Aal Ade Afa Apa Bry Bst Kmo Mas Min Par Pgr Sno
Espécies
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
Am
pli
tud
e d
e N
ich
o
Figura 3. Amplitude de nicho trófico das espécies de peixes de pequeno porte capturadas no rio
Verde, Bacia do Alto rio Paraná, Brasil, no período de novembro de 2010 a agosto de 2012. Afa= A.
aff. fasciatus; Apa= A. aff. paranae; Aal= A. altiparanae; Ade= A. dentatus; Bst= B. stramineus;
Bry= Bryconamericus sp.1; Kmo= K. moenkhausii; Min= M. aff. intermedia; Msa= M. aff.
sanctaefilomenae; Par= P. argentea; Pgr= P. gracilis; Sno=S. notomelas.
Sobreposição alimentar
De maneira geral, foi observado baixos valores de sobreposição alimentar entre as
espécies de peixes de pequeno porte analisadas. Valores de sobreposição acima de 0,6 foram
observados somente para alguns pares de espécies, sobretudo, em função do alto consumo de
sementes e Hymenoptera. Aphyocharax dentatus e S.notomelas apresentaram total
segregação na dieta, não se sobrepondo com nenhuma espécie (Tabela 5).
25
Tabela 5. Índice de Sobreposição de Pianka calculado para cada par de espécies com base no volume de cada
item (em negrito), e o percentual dos locais em que as espécies co-ocorrem (matriz triangular inferior) nos
biótopos do rio Verde, Bacia do Alto rio Paraná, Brasil, no período de novembro de 2010 a agosto de 2012.
Asterisco indica valores de alta sobreposição e traço indica locais onde as espécies não co-ocorreram. CB=
cachoeira Branca. Afa= A. aff. fasciatus; Apa= A. aff. paranae; Aal= A. altiparanae; Ade= A. dentatus; Bst=
B. stramineus; Bry= Bryconamericus sp.1; Kmo= K. moenkhausii; Min= M. aff. intermedia; Msa= M. aff.
sanctaefilomenae; Par= P. argentea; Pgr= P. gracilis; Sno=S. notomelas.
Locais/
espécies
Aal Ade Afa Apa Bry Bst Kmo Msa Min Par Pgr Sno
Jusante CB Aal 0.15 0.44 _ 0.85* 0.83* 0.83* 0.57 0.76* 0.85* 0.78* 0.14
Ade 2 0.1 _ 0.16 0.26 0.17 _ _ 0.15 0.05 _
Afa 29 2 0.4 0.5 0.6 _ 0.38 0.46 0.34 0.3
Bry 45 5 29 _ 0.97* 0.95* 0.13 0.81* 0.99* 0.97* 0.08
Bst 26 2 17 _ 31 0.96* 0.13 0.84* 0.97* 0.92* 0.19
Kmo 31 2 21 _ 31 19 0.12 0.80* 0.96* 0.92* 0.3
Mas 5 0 0 _ 2 2 5 0.19 0.16 0.03 0.06
Min 10 0 7 _ 10 7 10 2 0.81* 0.75* _
Par 43 2 29 _ 50 29 31 2 10 0.96* 0.12
Pgr 14 2 2 _ 17 7 7 2 7 12 _
Sno 2 0 2 _ 2 2 2 2 0 2 0
Montante CB Aal _ 0.90* 0.23 0.47 0.72* _ 0.31 0.35 0.93* 0.5 0.24
Afa 74 _ 0.4 0.71* 0.74* _ 0.55 0.61* 0.72* 0.58 0.41
Apa 2 _ 2 _ _ _ _ _ _ _ _
Bry 24 _ 24 0 0.54 _ _ 0.52 0.28 0.65* _
Bst 29 _ 29 0 12 0.39 0.62* 0.60* 0.57 0.14
Mas 2 _ 2 0 0 2 _ _ 0.07 _ _
Min 10 _ 10 0 5 7 _ 0 0.12 0.32 0
Par 57 _ 57 0 26 33 _ 2 10 0.45 0.09
Pgr 10 _ 7 0 2 7 _ 0 2 7 _
Sno 5 _ 5 0 0 2 _ 0 2 5 0
Tributário Aal _ 0.93* 0.42 0.87* 0.43 _ 0.52 0.3 0.91* 0.73* 0.19
Afa 45 _ 0.67* 0.84* 0.4 _ 0.46 0.31 0.86* 0.67* 0.26
Apa 7 _ 7 0.5 0.27 _ _ 0.26 0.3 _ 0.36
Bry 7 _ 7 2 0.73* _ _ 0.55 0.80* _ 0.16
Bst 18 _ 21 4 7 0.72* 0.82* 0.32 0.23 0.07
Mas 14 _ 9 0 0 5 _ 0.42 0.21 _ 0.08
Min 30 _ 34 2 7 23 _ 9 0.25 0.25 0.11
Par 32 _ 29 4 5 18 _ 7 27 0.91* 0.12
Pgr 2 _ 2 0 0 2 _ 0 2 2 0.08
Sno 16 _ 20 2 4 14 _ 5 21 14 2
26
DISCUSSÃO
Exceto Pimelodella gracilis, as demais espécies analisadas nesse estudo pertencem a
família Characidae. A maioria apresentou dieta bastante diversificada, composta,
especialmente, por sementes e insetos terrestres. Essa tendência corrobora o descrito para
essas espécies na literatura, as quais são caracterizadas pelo elevado oportunismo trófico,
especialmente, as pertencentes aos gêneros Astyanax, Bryconamericus, Knodus,
Moenkausia, Piabina e Pimelodella (Casemiro et al. 2002; Russo et al. 2004; Viana et al.
2006; Ceneviva-Bastos & Casatti 2007; Wolff et al. 2009; Tófoli et al. 2010; Gandini et al.
2012).
Ainda que, algumas espécies tenham apresentado variações interespecíficas na dieta,
a maioria pode ser considerada onívora, ou seja, utilizam diversos itens alimentares,
variando desde algas e plantas superiores até escamas, insetos e outros artrópodes. Segundo
Attayde et al. (2006), alguns estudos empíricos parecem demonstrar que a onivoria é
extremamente frequente na natureza. Além disso, a presença marcante dessa categoria,
principalmente em regiões tropicais é esperada para peixes, visto que existe tendência de
aumento na riqueza relativa de onívoros em menores latitudes (González-Bergonzoni et al.
2012). Alguns autores ainda sugerem que essa alta riqueza de onívoros nessa região, pode
estar associada a maior riqueza de espécies de peixes e à grande diversidade de itens
alimentares disponíveis como potenciais presas (Winemiller 1991; Ibañez et al. 2009;
Teixeira-de Mello et al. 2009, 2012). Adicionalmente, a onivoria parece ser bastante
expressiva em rios de maior porte (González-Bergonzoni et al. 2012), corroborando o
mesmo encontrado para as espécies de pequeno porte nesse estudo.
Em ambientes tropicais, os alimentos de origem alóctone são considerados os
principais recursos alimentares para a fauna de peixes, especialmente em locais com
presença de vegetação ciliar. Esse fato pode estar associado a alta abundância desses itens,
principalmente de vegetais e insetos (Uieda & Kikuchi 1995; Nakano & Murakami 2001;
Alvim & Peret 2004; Pinto & Uieda 2007), ou ainda, à menor disponibilidade de itens de
origem autóctone. Neste estudo, as espécies avaliadas, consumiram alimentos
principalmente de origem alóctone. Isso parece ser uma constatação comum para espécies de
pequeno porte que habitam grandes rios (Cassemiro et al. 2002; Alvin & Peret 2004; Viana
et al. 2006; Gandini et al. 2012).
27
Outro fator que pode ter contribuído para a alta ingestão de recursos alóctones, pelas
espécies avaliadas neste estudo, são as táticas alimentares exibidas pelos caracídeos. Os
peixes dessa família, geralmente, são caracterizados por apresentar hábitos nectônicos,
exploram toda a coluna de água e capturam itens alimentares na superfície e arrastados pela
correnteza (Casatti et al. 2001; Casatti & Castro 2006; Uieda & Pinto 2011), na maioria das
vezes, provenientes da vegetação ciliar e área de entorno (Alvin & Peret 2004; Gimenes et
al. 2010). Segundo Gerking (1994), as especializações morfológicas e estratégias alimentares
exibidas por muitas espécies de peixes em ecossistemas tropicais, são primordiais para seu
sucesso ecológico e sobrevivência.
A dieta das espécies aqui analisadas foi composta por muitos itens alimentares,
embora, a maioria foi utilizada de forma acessória, visto que todas as espécies exibiram
baixa amplitude de nicho trófico. Por mais que essas espécies alterem sua alimentação em
função dos recursos mais disponíveis, as mesmas tendem concentrar suas dietas em poucos
itens alimentares. A teoria do forrageamento ótimo tenta explicar essas tendências, uma vez
que, segundo MacArthur e Pianka (1966), em áreas ricas em recursos alimentares, as
espécies exibem menor amplitude de nicho, enquanto que nas áreas com baixa densidade de
recursos, as espécies demonstram maior amplitude de nicho trófico, a fim de compensar a
baixa qualidade das presas (Schoener 1971; Esteves et al. 2008).
Embora a oferta de recursos alimentares não tenha sido medida diretamente no
ambiente, nos baseamos na suposição de que os peixes são os melhores amostradores dos
recursos disponíveis, porque incide sobre o recurso que efetivamente eles podem acessar
(Winemiller & Winemiller 1996; Mérona et al. 2003). Dessa forma, a maior disponibilidade
de recursos alóctones parece ser o ponto crucial para explicar a baixa amplitude de nicho
supracitada e os baixos índices de sobreposição alimentar entre a maioria das espécies de
pequeno porte. Não obstante que alguns pares, principalmente, as congenéricas de Astyanax
e de Bryconamericus, e as espécies K. Moenkausii, M. aff. intermedia, P. argentea e P.
gracillis apresentaram alta sobreposição entre si, em função, sobretudo, do alto consumo de
sementes, a tendência geral, neste estudo, foi de partilha de recursos alimentares.
Considerando que o alimento é a dimensão do nicho mais importante na segregação
de peixes (Ross 1986), é esperado que para diminuir o potencial competitivo, espécies
simpátricas, com poucas diferenças anatômicas partilhem os recursos alimentares (Wootton
1990; Herder & Freyhof 2006; Giacomini 2007). Ademais, a coexistência entre as espécies
depende de que elas apresentem respostas ecológicas diferentes, a processos ecológicos
28
semelhantes (Hutchinson 1957). Assim, muitas espécies tendem a modificar sua dieta,
utilizando recursos mais abundantes, para minimizar a sobreposição de nicho (Schoener
1974; Gerking 1994). Esse mecanismo pode ser o fator chave para a segregação alimentar
entre os peixes de pequeno porte no rio Verde, visto que segundo Casatti et al. (2001) e
Romero & Casatti (2012), as espécies analisadas apresentam características morfológicas
muito semelhantes e co-ocorrem nos mesmos hábitats.
Desde Hutchinson (1957) se questiona os mecanismos que permitem espécies
simpátricas a particionarem os recursos e co-existirem. Entretanto, se tem observado que em
assembleias altamente diversas, as espécies tem reduzido seu nicho realizado, traduzido
através da amplitude trófica, para amenizar os efeitos da competição (MacArthur 1972).
Neste estudo, os resultados corroboram a teoria ecológica de nicho, que prevê que as
espécies correlacionadas que ocupam o mesmo ambiente tendem a apresentar estreitamento
do nicho e partição dos recursos (Schoener 1974). Ademais, a partilha de recursos tem sido
relatada para muitos peixes neotropicais (Hahn et al. 2004; Mérona & Rankin-de-Mérona
2004; Russo et al. 2004; Novakowski et al. 2008; Brasil-Souza et al. 2009; Corrêa et al.
2009, 2011; Alves et al. 2011; Silva et al. 2012).
Por fim, é importante ressaltar que para a coexistência das espécies em sistemas
naturais, as diferenças de nicho devem se constituir não só da partição do alimento, mas
também da forma como as espécies utilizam esses recursos alimentares em resposta às
variações espaço-temporais no ambiente (Giacomini 2007). Deste modo, as diferenças
espaciais e sazonais no uso dos recursos alimentares observadas por Silva et al. b (- em
preparação), se traduz em adicional fator que favorece a coexistência das espécies de peixes
de pequeno porte.
Nesse sentido, os resultados aqui expostos demonstram a existência de evidente
partição de recursos alimentares em ambientes neotropicais, sendo que o oportunismo
trófico, isto é, o uso dos recursos alimentares que presumivelmente estavam mais
disponíveis no ambiente deve ser o fator preponderante, que facilita a coexistência dessas
espécies. Adicionalmente, a amplitude de nicho foi baixa para todas as espécies estudadas, o
que aliada as variações interespecíficas na dieta e, possivelmente, as diferenças espaciais e
sazonais no uso dos recursos alimentares, resultou na baixa sobreposição de nicho
observada, minimizando possíveis efeitos competitivos entre as espécies.
29
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CAPÍTULO 2
VARIAÇÕES ESPACIAIS E SAZONAIS NO USO DOS RECURSOS ALIMENTARES
POR ESPÉCIES DE PEIXES DE PEQUENO PORTE EM DIFERENTES BIÓTOPOS DE
UM RIO NEOTROPICAL
36
RESUMO
Variações na oferta dos recursos alimentares desempenham um papel central nas alterações
dos padrões de utilização dos alimentos pelos peixes em escala espacial e temporal. Dessa
forma, este trabalho teve como objetivo avaliar as variações espaciais e sazonais no uso dos
recursos alimentares pelas espécies de peixes de pequeno porte no rio Verde, Bacia do Alto
rio Paraná, Mato Grosso do Sul. As coletas foram realizadas no período de cheia e seca, de
novembro de 2010 a agosto de 2012, utilizando arrastos, tarrafas e redes de espera. Foram 11
locais de amostragem, agrupados em três biótopos: montante e jusante da Cachoeira Branca
e tributários. Os conteúdos estomacais de 3.374 indivíduos pertencentes a 12 espécies de
pequeno porte foram analisados de acordo com o método volumétrico. Ao todo foram
registrados 31 itens alimentares, onde os mais consumidos à jusante da cachoeira Branca
foram sementes, Coleoptera e vegetal terrestre. À montante da cachoeira Branca e tributários
os itens principais foram sementes, Hymenoptera e vegetal terrestre. No período de cheia, os
recursos de origem alóctone foram nitidamente os mais consumidos pelas espécies e no
período seco, as proporções de consumo dos recursos alóctones e autóctones foram
estatisticamente similares nos três biótopos. A análise de correspondência mostrou
segregação da dieta entre os biótopos e períodos hidrológicos. Diferenças significativas
foram verificadas quanto à composição da dieta entre os biótopos e entre os períodos seca e
cheia. No geral, a sobreposição alimentar entre as espécies foi baixa (<0,4) para cerca de
60% dos pares de espécies e diferenças significativas foram observadas na sobreposição
alimentar entre os biótopos. Para os períodos hidrológicos diferenças na sobreposição de
nicho, foram verificadas apenas à montante da cachoeira Branca. Portanto, as espécies de
peixes de pequeno porte, apresentaram alta versatilidade no uso dos recursos alimentares nas
escalas espaciais e sazonais, minimizando a sobreposição alimentar, o que possivelmente
contribui para a coexistência das espécies nesses biótopos.
Palavras-chave: biótopos; Cerrado; dieta; sazonalidade; rios.
37
ABSTRACT
Changes in the supply of food resources play a central role in changing patterns of utilization
of food by fish in spatial and temporal scale. Thus, this study aimed to evaluate the spatial
and seasonal variations in the use of food resources for species of small fish in the Green
River, the Upper Paraná, Mato Grosso do Sul Samples were collected during flood and dry
from November 2010 to August 2012, using trawls, cast nets and gillnets. 11 sampling sites
were grouped into three biotopes: upstream and downstream of the Waterfall White and tax.
The stomach contents of 3,374 individuals belonging to 12 species of small size were
analyzed according to the volumetric method. Altogether 31 food items were recorded,
where the most consumed downstream waterfall White were seeds, Coleoptera and land
plants. In the amount of tax and White Waterfall major items were seeds, Hymenoptera and
land plants. In the rainy season, the resources of allochthonous origin were clearly the most
consumed by the species and the dry period, the proportion of consumption of allochthonous
and autochthonous resources were statistically similar in the three biotopes. Correspondence
analysis showed segregation diet between biotopes and hydrological periods. Significant
differences were observed in the composition of the diet among the biotope and between dry
and wet periods. Overall, dietary overlap between species was low (<0.4) to about 60% of
pairs of species and significant differences were found in food overlap between biotopes. For
periods hydrological differences in niche overlap were found only upstream of the waterfall
White. Therefore, the species of small fish, showed high versatility in the use of food
resources in the seasonal and spatial scales, minimizing dietary overlap, which possibly
contributes to species coexistence in these biotopes.
Keywords: biotopes; Cerrado; diet; seasonality; rivers.
38
INTRODUÇÃO
Em estudos ecológicos o enfoque à utilização dos recursos alimentares pelas espécies
de peixes é considerado um instrumento efetivo para o conhecimento da dinâmica dos
ecossistemas aquáticos. Essas informações em ambientes tropicais permitem avaliar o
comportamento alimentar dos peixes relacionados com a variação espacial e sazonal na
disponibilidade de alimentos (SCHOENER 1974). As variações na oferta dos recursos
alimentares desempenham um papel central nas alterações dos padrões alimentares dos
peixes em escala espacial e temporal (PREJS & PREJS 1987, WINEMILLER & WINEMILLER
2003), resultante principalmente das oscilações de temperatura, nível da água e regime de
chuvas, que ocasionam alterações cíclicas na abundância dos recursos alimentares (LOWE-
MCCONNEL 1999, ABUJANRA et al. 2009).
Conjuntamente com esses fatores que influenciam na disponibilidade de recursos, os
peixes neotropicais, principalmente os de pequeno porte, são caracterizados pela elevada
plasticidade trófica, importante estratégia que permite o uso de recursos alimentares
abundantes (GERKING 1994, ABELHA et al. 2001). Dessa forma, estudos realizados em
ambientes tropicais, têm demonstrado que os peixes de pequeno porte selecionam os
recursos alimentares com base na sua disponibilidade (VIANA et al. 2006, WOLFF et al. 2009,
UIEDA & PINTO 2011, GANDINI et al. 2012).
Ademais, as variações espaciais e sazonais na disponibilidade de recursos também
interferem no aporte de itens de origem alóctone e autóctone (DAVIES et al. 2008). Em
ambientes tropicais, a dieta das espécies de peixes, é em grande parte, baseada em material
alóctone (NAKANO & MURAKAMI 2001, ALVIM & PERET 2004, DAVIES et al. 2008), uma vez
que, as inundações sazonais aumentam a disponibilidade de itens alóctones e reduzem a
oferta de recursos autóctones (ABUJANRA et al. 2009). Dessa forma, os itens de origem
autóctone representam apenas uma pequena parte da energia dos rios com margens
florestadas (ABELHO 2001). A cobertura vegetal apresenta extrema importância para a
manutenção da integridade e para a ecologia alimentar de peixes de água doce, pois
fornecem vegetal e invertebrados terrestres, que se tornam amplamente disponíveis e
caracterizam as principais fontes de recursos para os ecossistemas aquáticos (WOOTTON
1992).
Nas regiões tropicais, é relatada elevada partilha de recursos entre as espécies
(MAZZONI et al. 2012), em função da versatilidade na forma de utilização dos alimentos e a
elevada diversidade de recursos alimentares (WINEMILLER & JEPSEN 1998, UIEDA & PINTO
39
2011). Assim, o uso dos recursos alimentares pelos peixes pode estar relacionado, além de
sua oferta no ambiente, pela escolha ativa e preferência alimentar de cada espécie, de acordo
com seu nicho trófico ou áreas de forrageamento (WINEMILLER & JEPSEN 1998, AHRENS et
al. 2012). Esses mecanismos atenuam a sobreposição alimentar, facilitando a coexistência
das espécies. Assim, os padrões de sobreposição alimentar também podem variar espacial e
temporalmente (ZARET & RAND 1971, ESTEVES & GALETTI 1995).
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar as variações espaciais e
sazonais no uso dos recursos alimentares pelas espécies de peixes de pequeno porte no rio
Verde, Bacia do Alto rio Paraná, Mato Grosso do Sul, buscando responder especificamente
as seguintes questões: 1) Ocorrem variações espaciais e sazonais no uso dos recursos
alimentares pelas espécies de peixes de pequeno porte? 2) Se ocorrerem, essas variações
estão associadas à mudanças na origem do alimento? 3) A sobreposição alimentar reflete
essas variações espaciais e sazonais?
40
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
A área estudada pertence à Bacia do Alto rio Paraná e está inserida no Cerrado
brasileiro, que é considerado o segundo maior bioma do país e um dos hotspots para a
conservação da biodiversidade mundial (KLINK & MACHADO 2005; ABELL 2008). Nessa
região encontram-se as nascentes e cursos de água das principais bacias hidrográficas da
América do Sul, incluindo a do rio Paraná e Paraguai (formadores da bacia do Prata),
Parnaíba, Amazonas, Tocantins e São Francisco, constituindo assim, importante região
ligada à manutenção das fontes de água e fauna aquática do país (STEVAUX et al. 1997;
PAGOTTO & SOUZA 2006). O clima do Cerrado é caracterizado por duas estações distintas:
invernos secos (abril a setembro) e verões chuvosos (outubro a março) (RIBEIRO & WALTER
1998, PAGOTTO & SOUZA 2006).
A bacia do rio Paraná representa a segunda maior drenagem hidrográfica da América
do Sul, com 3,2 milhões de km2 (LOWE-MCCONNELL 1999) e seus principais tributários são
os rios Grande, Parnaíba, Tietê e Paranapanema. No estado de Mato Grosso do Sul, o rio
Verde, se destaca por ser um importante tributário do Alto rio Paraná. A bacia de drenagem
do rio Verde se localiza na porção nordeste do estado de Mato Grosso do Sul e abrange áreas
dos municípios de Camapuã, Costa Rica, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Brasilândia e
Três Lagoas. Sua foz está localizada no rio Paraná, no reservatório da Usina Hidrelétrica
Sérgio Mota (Porto Primavera), no estado de São Paulo.
Na área de estudo, está localizada a cachoeira Branca, um obstáculo com
aproximadamente 1,5 metros de altura, com várias quedas de água menores, com águas
turbulentas e corredeiras extensivas, que atua como uma barreira biogeográfica natural
(SILVA et al. em preparação). Neste trecho o substrato é rochoso, sendo o entorno da
cachoeira composto por vegetação marginal nativa arbustiva e rochedos.
Amostragem
Para esse estudo foram definidos 11 pontos de amostragem no rio Verde e em dois de
seus tributários (rio São Domingos e ribeirão Araras) (Figura 1). Para as análises das
variações espaciais no uso dos recursos os pontos foram agrupados em tributários (1, 2, 3, 4
e 5), montante da cachoeira Branca (6, 7, 8) e jusante da cachoeira Branca (9, 10, 11). As
características físicas de cada biótopo são descritas na Tabela I.
41
Figura 1. Área de estudo no rio Verde e tributários (rio São Domingos e ribeirão
Araras), bacia do Alto rio Paraná, Mato Grosso do Sul, Brasil.
42
Tabela I. Características físicas dos pontos de amostragens no rio Verde e tributários (rio São Domingos e ribeirão Araras), bacia do Alto rio Paraná, Mato
Grosso do Sul.
Pontos Biótopo Substrato
predominante Vegetação ripária Fisiografia do canal Entorno
1, 2, 3 (rio São
Domingos), 4 e 5
(ribeirão Araras)
Tributários (acima
da cachoeira
Branca) Arenoso/rochoso
Vegetação ciliar nativa
(arbustiva) em média 10 metros
de largura, alguns locais sem
vegetação e com erosões (no
ponto 1 margem esquerda com
mais de 500 metros de
vegetação).
Largura aproximada de 10 a 20
metros, águas rápidas e corredeiras,
com algumas áreas de remanso,
abrigos nas margens. Regiões com
pequenas lagoas marginais e áreas
de várzeas.
Apresenta no entorno
grandes fazendas com
atividade pecuária
extensiva.
6, 7 e 8 (rio
Verde) Montante da
cachoeira Branca Rochoso/arenoso
Região preservada com
vegetação ciliar nativa
(arbustiva) entre 20 a 30 metros
de largura nas duas margens.
Largura entre 40 e 150 metros, com
águas rápidas e turbulentas, poucos
locais de abrigo e remanso. Algumas
lagoas marginais e áreas de várzeas.
Atividade de pecuária
extensiva e produção de
eucalipto.
9, 10 e 11 (rio
Verde) Jusante da
cachoeira Branca Rochoso/arenoso
Vegetação ciliar nativa
(arbustiva) em média 10 metros
de largura.
Largura entre 40 e 60 metros, com
águas rápidas e turbulentas com
aréas de remanso, abrigos nas
margens e grandes regiões de
várzeas.
Atividade de pecuária
extensiva e
reflorestamento.
43
As amostragens foram realizadas mensalmente na estação cheia, de novembro/2010
a março/2011 e outubro/2011 a fevereiro/2012, período reprodutivo da maioria dos peixes
neotropicais (VAZZOLER 1996) e trimestralmente na estação seca, de maio a agosto de
2011 e 2012, totalizando 14 meses de amostragem. Para as amostragens foram utilizados
diferentes aparelhos de pesca, como arrasto, tarrafas e redes de esperas, estas com malhas
simples (2.4, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 14 e 16 cm entre nós não adjacentes) e tresmalhos
(feiticeiras, malhas de 6, 7 e 8 cm entre nós não adjacentes), com 1,5 metros de altura e 20
metros de comprimento no rio Verde e 10 metros nos tributários. Após a captura, os peixes
foram anestesiados com solução de benzocaína (250 mg/l) conforme sugerido pela
Associação americana de medicina veterinária (AMERICAN VETERINARY MEDICAL
ASSOCIATION; AVMA 2001), fixados em formaldeído 10% e acondicionados em tambores
de polietileno. Em laboratório, os peixes foram identificados de acordo com BRITSKI et al.
(1999) e GRAÇA & PAVANELLI (2007), medidos (comprimento total e padrão em cm) e
pesados (gramas). Exemplares testemunhos de cada espécie foram conservados em álcool
70% e depositados na coleção ictiológica do Nupélia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia,
Ictiologia e Aquicultura) da Universidade Estadual de Maringá, disponível em
(http://peixe.nupelia.uem.br).
Análise da dieta
Foram utilizadas apenas as espécies de pequeno porte (com número de estômagos >
15), consideradas àquelas em que os indivíduos adultos apresentam comprimento padrão
menores que 15 cm, conforme proposto por CASTRO et al. (2003). Foram, analisados os
estômagos com grau de enchimento maior que 50% (GR2 e GR3) (ZAVALA-CAMIN 1996).
Os conteúdos estomacais foram analisados sob microscópio óptico e estereoscópico, sendo
os itens alimentares identificados, utilizando as chaves de identificação de BICUDO &
BICUDO (1970) para as algas e de MUGNAI et al. (2010) para invertebrados e outras
referências específicas quando necessárias. Os itens foram quantificados de acordo com o
método volumétrico (HYSLOP 1980), utilizando-se proveta graduada e placa de vidro
milimetrada (HELLAWELL & ABEL 1971).
Análise dos dados
Composição da dieta
Para avaliar diferenças espaciais e sazonais na composição da dieta das espécies, os
dados de volume dos itens alimentares foram sumarizados por meio de uma Análise de
44
Correspondência (CA; GAUCH JR. 1982). Essa técnica de ordenação é considerada a mais
apropriada quando a matriz de dados contém muitos zeros (OLDEN et al. 2001). Para testar
possíveis diferenças significativas na composição da dieta das espécies entre os grupos pré-
definidos (biótopos e períodos hidrológicos) foi utilizado o método não-paramétrico de
permutação multiresposta (MRPP; ZIMMERMAN et al. 1985).
O método de valor indicador (IndVal; DUFRÊNE & LEGENDRE 1997) foi usado para
detectar quais itens alimentares foram responsáveis pelos padrões observados na MRPP,
quando essa foi significativa. Para testar a significância da MRPP e do valor indicador foi
utilizado o procedimento de randomização de Monte Carlo com 10.000 permutações.
Origem dos recursos
Para determinação da origem dos recursos alimentares consumidos pelas espécies
de peixes, os itens alimentares foram agrupados em alóctone, autóctone e indeterminado
para cada biótopo em ambos os períodos hidrológicos. Buscando testar se as proporções de
itens alóctones e autóctones diferiram entre si, em cada biótopo, em ambos os períodos
hidrológicos, foi utilizado o teste de Qui-Quadrado (χ2). Os recursos de origem
indeterminado não foram considerados nessa análise, pois representaram menos de 1% da
composição da dieta de todas as espécies.
Sobreposição alimentar
Para analisar o padrão de sobreposição alimentar das espécies, foi calculado para
cada amostra (ponto/mês), com base na matriz de volume dos itens alimentares, o índice de
sobreposição alimentar de PIANKA (1973), descrito pela equação:
Onde: Ojk = medida de sobreposição de nicho de Pianka, entre as espécies j e k; Pij=
proporção do item alimentar i na dieta da espécie j; Pik = proporção do item alimentar i na
dieta da espécie k; n = número total de itens alimentares. Os valores de sobreposição
variam de 0 (nenhuma sobreposição) a 1 (sobreposição total) e foram definidos nos
seguintes níveis: baixa (0 - 0,39), intermediária (0,4 - 0,6) e alta (0,6 -1) (modificado de
GROSSMAN 1986, CORRÊA et al. 2011).
45
Para avaliar a significância do índice de Pianka foi utilizado o modelo nulo
(JULIANO & LAWTON 1990, WINEMILLER & PIANKA 1990, TOKESHI 1999). Neste
procedimento, as porcentagens observadas das categorias alimentares foram randomizadas
10.000 vezes dentro de cada amostra e para cada randomização o índice de Pianka foi
calculado. Para essa análise foi utilizado o algoritmo de zeros embaralhados (RA3), cujo
procedimento retém a amplitude de nicho das espécies observada, mas permite a utilização
de qualquer recurso disponível na matriz. A sobreposição alimentar média observada foi
comparada com a média calculada por modelos nulos (WINEMILLER & PIANKA 1990).
Para testar diferenças na sobreposição alimentar entre os biótopos, foi utilizada a
análise não-paramétrica de variância (teste de Kruskal-Wallis), pois os dados não
atenderam aos pressupostos de normalidade e homocedasticidade. Para testar diferenças na
sobreposição alimentar entre os períodos hidrológicos em cada local, foi utilizado o teste t.
As rotinas da CA, MRPP e IndVal foram calculadas usando o software PC-Ord®
5.0 (MCCUNE & MEFFORD 2006). A sobreposição alimentar e o modelo nulo foram
calculados utilizando EcoSim®
7.0 (GOTELLI & ENTSMINGER 2006). O Qui-quadrado, o
teste de Kruskal-Wallis e o teste t foram realizados no programa Statistica®
7.1 (Statsoft).
O nível de significância estatístico adotado para todas as análises foi de p < 0,05.
46
RESULTADOS
Composição da dieta
Neste estudo, foram analisados 3.374 indivíduos pertencentes a 12 espécies de
peixes de pequeno porte (Tabela II).
Tabela II. Posição taxonômica das espécies (REIS et al. 2003), número de estômagos analisados e
amplitude de tamanho dos indivíduos amostrados no rio Verde, bacia do Alto rio Paraná, Brasil, no
período de novembro de 2010 a agosto de 2012.
Ordem/Família/Espécie Estômagos Analisados
Amplitude de comprimento (cm)
CHARACIFORMES Characidae Astyanax aff. fasciatus (Cuvier, 1819) 621 1,6 – 13,5 Astyanax aff. paranae Eigenmann, 1914 19 2,0 – 7,5 Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 485 1,5 – 13 Aphyocharax dentatus Eigenmann & Kennedy, 1903 22 2,1 – 4,1 Bryconamericus sp.1 375 2,1 – 6,2 Bryconamericus stramineus Eigenmann, 1908 470 1,5 – 6,1 Knodus moenkhausii (Eigenmann & Kennedy, 1903) 169 1,7 – 4,4 Moenkhausia aff. intermedia Eigenmann, 1908 193 1,3 – 6,5
Moenkhausia aff. sanctaefilomenae (Steindachner, 1907) 19 2,0 – 6,2 Piabina argentea Reinhardt, 1867 836 0,5 – 7,5 Serrapinnus notomelas (Eigenmann, 1915) 137 1,5 – 3,2 SILURIFORMES Heptapteridae Pimelodella gracilis (Valenciennes, 1835) 28 2,6 – 15
Número Total 3374
Ao todo, foram registrados 31 itens na composição alimentar das espécies. Os itens
mais consumidos à jusante da cachoeira Branca foram sementes (39,9%), Coleoptera
(13,8%) e vegetal terrestre (9,7%). À montante da cachoeira Branca e tributários os itens
mais consumidos foram, respectivamente, sementes (38% e 37,9%), Hymenoptera (18,5%
e 20,6%) e vegetal terrestre (13,1% e 14,3%) (Tabela III).
47
Tabela III. Porcentagem de volume dos itens alimentares, consumidos pelas espécies de peixes de
pequeno porte, organizados pelo tipo de origem em cada biótopo: montante da cachoeira Branca
(MCB), jusante da cachoeira Branca (JCB) e tributário (TRI), no rio Verde, bacia do Alto rio
Paraná, Brasil, no período de novembro de 2010 a agosto de 2012. Asterisco indica valores
menores que 0,1%. Em negrito os itens alimentares mais consumidos em cada biótopo.
Itens/ Biótopos MCB JCB TRI
AUTÓCTONE
Tecameba * * *
Acarina *
*
Amphipoda * Cladocera 0,2
Ostracoda
*
Ephemeroptera 0,7 1,6 1,3
Ninfa de Odonata 3,0 0,8 0,6
Plecoptera 0,7 1,1 0,6
Larva de Coleoptera 0,1 0,3 0,3
Trichoptera 1,1 1,6 1,4
Larva e pupa de Diptera 0,5 1,3 0,8
Larva de Lepidoptera 0,2 0,5 0,2
Outros insetos aquáticos 2,4 2,1 1,8
Escamas 0,2 1,6 0,6
Resto de peixes 0,1 1,2 0,2
Algas 3,6 2,3 2,8
Vegetal aquático 1,7 1,2 3,6
ALOCTÓNE
Oligochaeta 3,0 0,3 2,5
Araneae 0,2 1,2 0,5
Orthoptera 2,8 * 0,6
Isoptera 2,2 8,1 1,3
Psocoptera * 0,1 0,1
Hemiptera 2,1 1,1 3,0
Homoptera 0,1 0,1 0,1
Diptera * 0,2 0,1
Hymenoptera 18,5 9,3 20,6
Coleoptera 3,8 13,8 3,3
Outros insetos terrestres 1,9 0,6 1,4
Sementes 38,0 39,9 37,9
Vegetal 13,1 9,7 14,3
INDETERMINADO
Detrito 0,3 0,1 0,4
48
Origem dos recursos
No período de cheia, os recursos de origem alóctone foram nitidamente os mais
consumidos pelas espécies (Figura 2). Diferenças significativas foram observadas nas
proporções de consumo dos itens alimentares nesse período (Qui-quadrado; MCB, χ2 =
28,43; JCB, χ2 = 43,0 e TRI χ
2 = 26,95; p < 0,05). Entretanto, no período seco, as
proporções de consumo dos recursos alóctones e autóctones foram estatisticamente
similares nos três biótopos (MCB, χ2 = 1,18; JCB, χ
2 = 1,07; e TRI, χ
2 = 1,41; p < 0,05)
(Figura 2).
Figura 2. Composição percentual da origem dos recursos alimentares consumidos pelas espécies de
peixes de pequeno porte no rio Verde, Bacia do Alto rio Paraná, Brasil, no período de novembro de
2010 a agosto de 2012. Montante da cachoeira Branca (MCB), jusante da cachoeira Branca (JCB) e
tributário (TRI).
A análise de correspondência sumarizou a composição da dieta das espécies de
peixe de pequeno porte e mostrou separação da dieta entre os biótopos e períodos
hidrológicos considerados neste estudo (Figura 3 A-B). O eixo 1 (autovalor = 0,84)
explicou a maior parte da variabilidade dos dados e foi retido para interpretação. Nítida
separação foi observada na composição da dieta, principalmente tributários em relação a
montante e jusante da cachoeira Branca, e períodos hidrológicos. (Figura 3 A-B).
0
20
40
60
80
100
Cheia Seca Cheia Seca Cheia Seca
MCB JCB TRI
% d
e volu
me
Alóctone Autóctone Indeterminado
49
Figura 3. Escores médios do eixo 1 retidos da Análise de Correspondência, baseado nos itens
alimentares da dieta das espécies de peixes de pequeno porte capturadas no rio Verde, Bacia do alto
rio Paraná, Brasil, durante o período de novembro de 2010 a agosto de 2012. A) Biótopo e B)
Período Hidrológico. Montante da cachoeira Branca (MCB), jusante da cachoeira Branca (JCB) e
tributário (TRI).
Diferenças significativas foram verificadas quanto à composição da dieta entre os
biótopos (MRPP; A = 0,02; p < 0,05) e entre os períodos hidrológicos (A = 0,006; p <
0,05). À montante e jusante da cachoeira Branca, os itens que contribuíram para essa
diferenciação foram, principalmente, sementes e insetos de origem alóctone (IndVal, p <
0,05; Tabela IV). Por outro lado, nos tributários, os itens indicadores foram,
50
predominantemente, de origem autóctone, com exceção de vegetal terrestre. Para os
períodos hidrológicos, os itens indicadores foram principalmente insetos e vegetal de
origem autóctone na seca e, especialmente, insetos e sementes de origem alóctone na cheia
(Tabela IV).
Tabela IV. Análise de valor indicador mostrando a abundância relativa (AR), Frequência relativa
(FR) e valor indicador (Indval) dos itens alimentares consumido pelas espécies de peixes de
pequeno porte, discriminados entre os biótopos e períodos hidrológicos, no rio Verde, Bacia do
Alto rio Paraná, Brasil, no período de novembro de 2010 a agosto de 2012. São listados apenas os
itens com valores significativos, p <0,05 pelo teste de Monte Carlo. Montante da cachoeira Branca
(MCB), jusante da cachoeira Branca (JCB) e tributário (TRI).
Fator Grupos Itens alimentares AR% FR% Indval p
MCB Ninfa de Odonata 68 8 6 0,00
Orthoptera 82 1 1 0,01
Outros insetos terrestres 49 8 4 0,01
Sementes 35 52 18 0,02
JCB Araneae 61 4 3 0,02
Coleoptera 62 13 8 0,00
Biótopo
Escamas 63 7 5 0,00
Isoptera 67 7 5 0,00
Larva e pupa de Diptera 46 27 13 0,00
TRI Algas 42 16 5 0,02
Vegetal aquático 59 5 3 0,00
Detrito 55 6 3 0,00
Ephemeroptera 40 16 7 0,00
Vegetal terrestre 41 34 14 0,00
Seca Acari 96 1 0 0,01
Vegetal aquático 83 8 7 0,00
Ephemeroptera 65 16 11 0,00
Larva e pupa de Diptera 73 30 22 0,00
Ninfa de Odonata 60 10 6 0,00
Períodos hidrológico Plecoptera 67 11 8 0.00
Vegetal terrestre 61 30 18 0,03
Cheia Tecameba 76 1 1 0,00
Isoptera 92 5 5 0,00
Psocoptera 100 1 1 0,01
Sementes 71 45 32 0,00
Trichoptera 59 21 12 0,03
Sobreposição alimentar
No geral, a sobreposição alimentar entre as espécies foi baixa (< 0,4) para cerca de
60% dos pares de espécies (Figura 4). Diferenças significativas foram observadas na
51
sobreposição alimentar entre os biótopos (H = 19,2; p < 0,05). Para os períodos
hidrológicos diferenças significativas foram verificadas apenas à montante da cachoeira
Branca (t = 3,12; p < 0,05). De acordo com o modelo nulo do índice de Pianka, os valores
de sobreposição alimentar foram significativamente maiores do que o esperado ao acaso (p
< 0.05) em 72% das amostras, sugerindo que estes valores não são aleatórios e, portanto,
representam um real processo de partilha de recursos entre as espécies.
Figura 4. Valores de sobreposição alimentar das espécies de peixes de pequeno porte, no rio Verde,
Bacia do Alto rio Paraná, Brasil, usando o índice de Pianka, para cada biótopo: montante da
cachoeira Branca (MCB), jusante da cachoeira Branca (JCB) e tributário (TRI), amostrado em
ambos os períodos hidrológicos (cheia e seca), de novembro de 2010 a agosto de 2012.
Sobreposição alimentar: baixa (0 - 0,39), intermediária (0,4 - 0,6) ou alta (0,61 - 1).
0
20
40
60
80
Cheia Seca Cheia Seca Cheia Seca
MCB JCB TRI
% d
e vo
lum
e
0 - 0,39 0,4 - 0,6 0,61 - 1
52
DISCUSSÃO
As espécies de peixes de pequeno porte avaliadas nesse estudo exploraram de
forma geral, itens alimentares comumente encontrados em todos os biótopos analisados,
como sementes, insetos terrestre e vegetal. Considerando que atividade de forrageamento
despende muita energia na busca de alimentos, há a tendência das espécies consumirem o
que está mais disponível e fácil de explorar, otimizando o custo-benefício de sua
alimentação (GERKING 1994). Em ambientes tropicais, é importante ressaltar que, a seleção
e exploração dos recursos alimentares, na maioria das vezes, estão relacionados com a sua
disponibilidade no ambiente (PREJS & PREJS 1987, UIEDA & PINTO 2011, GANDINI et al.
2012) e apresentam forte influência na dieta da fauna de peixes. Além disso, os peixes são
considerados o melhores amostradores da disponibilidade de recursos no ambiente
(MÉRONA et al. 2003).
Variações espaciais e sazonais na oferta de alimento influenciam no uso desses
recursos pelas espécies, levando a uma grande versatilidade na forma de exploração dos
mesmos (WINEMILLER & WINEMILLER 2003, UIEDA & PINTO 2011). Quando analisada a
composição alimentar das espécies em escala espacial, observamos que os biótopos
montante e jusante da cachoeira Branca foram mais semelhantes entre si e diferiram em
relação aos tributários. Essa maior similaridade era esperada entre estes dois biótopos,
visto que ambos pertencem ao canal principal do rio Verde. Além disso, não existem
registros na literatura, de que barreiras à dispersão influenciam na oferta de alimento para a
fauna de peixes. Ademais, os biótopos localizados à montante e jusante da cachoeira
Branca foram caracterizados por itens indicadores de origem alóctone, principalmente
sementes e insetos terrestres. Em grandes rios, existem fatores específicos que influenciam
a dieta de peixes, onde o principal é a expansão do seu leito, que inunda áreas adjacentes e
disponibiliza itens alóctones em grandes proporções à fauna de peixes (AGOSTINHO &
ZALEWSKI 1995, ABUJANRA et al. 2009).
As diferenças observadas também podem estar relacionadas às especificidades,
frequentemente, atribuída aos tributários. Estes são caracterizados por apresentar menor
porte, com vegetação ciliar mais preservada e características físicoquímicas e estruturais
distintas do canal principal, o que consequentemente pode influenciar no provimento de
alimento para esses ambientes. Não obstante, que nos tributários os recursos mais
consumidos foram de origem alóctone, observamos que os itens indicadores foram
53
principalmente de origem autóctone (exceto vegetal terrestre), o que possivelmente,
também tenha contribuído para as diferenças supracitadas.
O maior consumo de algas e vegetal aquático (briófitas), nos tributários está
fortemente relacionado com as características desses locais, visto que estes recursos
alimentares são mais comuns em ambientes de menor profundidade e com maior
incidência luminosa, fatores propícios para o desenvolvimento desses táxons (WOOTTON
1992, FISHER et al. 2010, CENEVIVA-BASTOS et al. 2012). Além disso, os tributários
apresentaram maior cobertura vegetal, o que contribui para o elevado aporte de vegetal
terrestre. A entrada desse material, além de ser fonte direta de recurso alimentar para os
peixes, ainda contribui para a deposição de matéria orgânica no fundo do rio, que também
serve de alimento para outras espécies (DAVIES et al. 2008, GIMENES et al. 2010). Esse
incremento favorece a formação de microhábitas e aumenta consideravelmente a riqueza e
abundância de insetos aquáticos (RUSSO et al. 2002, GALINA & HAHN 2004).
Nesse contexto, ressaltamos a extrema importância da vegetação do entorno na
estruturação trófica das assembleias de peixes em todos os biótopos estudados. A
vegetação ciliar é considerada um fator crucial para os ecossistemas aquáticos, oferecendo
abrigo e uma grande diversidade de alimentos à fauna de peixes (ALVIN & PERET 2004,
FISHER et al. 2010). Resultados similares foram relatados por MELO et al. (2004) e
SCHNEIDER et al. (2011), em estudos sobre a ecologia alimentar de peixes em riachos do
Cerrado no centro-oeste do Brasil.
Conjuntamente com as variações espaciais, neste estudo foi observada evidente
segregação trófica entre os períodos hidrológicos seca e cheia. Em rios tropicais, mudanças
sazonais na disponibilidade de alimento afetam as relações tróficas da comunidade
(WINEMILLER & JEPSEN 1998), pois alteram a composição qualitativa e quantitativa na
oferta de recursos ao longo do ano. De acordo com WOOTTON (1999), mudanças sazonais
na dieta de peixes podem ser devido à expansão e contração das áreas disponíveis para
alimentação. Considerando que no período de cheia, ocorre aumento do volume de água e
a vegetação marginal é alagada, fornecendo grande quantidade de recursos alóctones,
infere-se que a assembleia de peixes irá responder a essas condições cíclicas de oferta de
alimento (ABUJANRA et al. 2009, SANTOS & CARAMASCHI 2011). Além disso, alterações na
oferta dos recursos alóctones e autóctones são comuns entre períodos hidrológicos cheia e
seca (DAVIES et al. 2008).
Variações no fluxo de água, provocados por distúrbios naturais como fortes chuvas,
quedas bruscas de temperatura e secas prolongadas, são os principais fatores associados às
54
alterações na origem dos recursos (GIMENES et al. 2010, SCHNEIDER et al. 2011). Essas
tendências têm sido relatadas para rios brasileiros (ALVIN & PERET 2004, VIANA et al.
2006, ABUJANRA et al. 2009, GANDINI et al. 2012), bem como, observado neste estudo. Na
estação cheia, itens de origem alóctone foram, substancialmente, mais consumidos, visto
que nesse período coincide maior atividade reprodutiva dos insetos terrestres (GALINA &
HAHN 2004) e a frutificação e dispersão de muitas espécies de plantas do Cerrado (PIRANI
et al. 2009). Esses recursos são carreados pela chuva e tornam disponíveis no ambiente
aquático, sendo consumidos pela maioria das espécies de peixes (CORRÊA et al. 2009).O
período seco, em contrapartida, foi caracterizado pelo substancial consumo de itens de
origem autóctone, como insetos aquáticos e vegetal aquático. A elevada disponibilidade de
juvenis de insetos aquáticos pode estar associado a maior estabilidade ambiental no
período seco (UIEDA & PINTO 2011). Por outro lado, o maior consumo de vegetal aquático,
está relacionado ao menor nível de água, que aumenta a incidência luminosa e,
consequentemente, eleva a produção primária (DAVIES et al. 2008, ABUJANRA et al. 2009).
Adicionalmente as variações espaço-temporais, observamos que a sobreposição
alimentar, de forma geral, foi baixa entre as espécies de pequeno porte. Contudo, parece
não haver uma tendência espacial e sazonal para a sobreposição alimentar, a qual
provavelmente esteja refletindo a oscilação na disponibilidade de alimentos no ambiente.
Essa ausência de padrão para sobreposição em ambientes neotropicais é corroborado por
outros trabalhos. ZARET & RAND (1971) e TÓFOLI et al. (2010) observaram um aumento da
sobreposição alimentar no período de cheia para peixes tropicais, no Panamá e região
Centro-Oeste do Brasil, respectivamente. Por outro lado, DIAS & FIALHO (2011)
registraram um pequeno aumento da sobreposição na estação seca, para peixes em um rio
no sul do Brasil, e CORRÊA et al. (2009, 2011) não encontraram diferenças entre as unidade
espaço-temporal para fauna de peixes do rio Cuiabá, Estado do Mato Grosso.
De forma geral, observamos que as espécies de peixes de pequeno porte analisadas
nesse estudo ajustaram suas dietas de acordo com as variações espaciais e sazonais na
disponibilidade de alimentos. Assim, a alta versatilidade no uso dos recursos alimentares,
minimizou a sobreposição trófica, o que possivelmente contribui para a coexistência das
espécies nesses biótopos. Adicionalmente, os resultados ainda enfatizam a importância da
vegetação do entorno dos corpos hídricos para a manutenção das assembleias de peixes,
especialmente em se tratando de áreas com alta biodiversidade e sob intensas ameaças de
perda de hábitats, como é o caso do Cerrado.
55
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60
NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA ECOLOGY OF FRESHWATER FISH
(1) A covering letter indicating succinctly why the manuscript is novel and of
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studies recently published and comment their contents including short abstracts. Authors
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of Freshwater Fish recognizes conflict of interest. Therefore, authors may also indicate
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61
article. In cases where there are five (5) authors or more, the corresponding author must
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Author material archive policy
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Introduction - State the purpose, give only strictly pertinent references and do not
review the subject extensively.
Material and methods and study area - Material and methods should be concise
but allow confirmation of observations and repetition of the study. The study area may be
described under a separate heading before Material and methods.
Results - Present your results in a logical sequence in the text, tables and figures.
Do not repeat in the text all data in the tables and figures; emphasise or summarise only
important observations.
62
Discussion - Summarise the findings without repeating in detail the data presented
in Results. Relate your observations to other relevant studies; point out the implications of
the results and their limitations and place them in the context of other work.
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contributed to the study and sources of financial support.
References in articles - We recommend the use of a tool such as EndNote or
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Text citations should quote the surnames of the authors in one of two ways:
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1991),...'For text citations with 2 authors, use both surnames separated by &. For 3 or more
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authors with the same year, place a, b, c, etc. after the year. Include only references cited in
the text. Check that the text citations correspond exactly with the reference list. Verify the
references against the original documents. Do not abbreviate the titles of journals. Do not
include unpublished material, including theses, in the references. List the references in
alphabetical order at the end of the manuscript. For publications with one author, arrange
them chronologically. For 2 authors, arrange alphabetically and then chronologically. For 3
or more authors, arrange chronologically.
Examples
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Chapman & Hall. xii + 434 pp.
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in England. In: Northcote, T.G., ed. Symposium on salmon and trout in streams. H.R.
MacMillan lectures in fisheries. Vancouver: University of British Columbia, pp. 269-280.
63
Scientific names - Cite the scientific name, genus and species for every organism
at first mention. The generic name may then be abbreviated as an initial capital except if
intervening references to other genera would cause confusion. Common names of
organisms must be accompanied by the correct scientific name at first mention. Latin
names should be italicised (or underlined).
Abbreviations and units - Give the full name of abbreviations at first mention.
Invent new abbreviations only for unwieldy names mentioned frequently. Identify
abbreviations in the title and abstract and use them sparingly in the introduction and
discussion. Use SI and metric units. Use no roman numerals. In decimals use the decimal
point, not the comma.
Tables - Number tables consecutively in Arabic numerals following their order in
the text. Type each table on a separate sheet and provide a title that makes the table self-
explanatory. Give due regard to the proportions of the printed page. Indicate the
approximate location desired in the text.
Illustrations - Number all figures consecutively with Arabic numerals. Identify
each with a label indicating the author's name at the top. Figures should clarify the text and
must be professionally drawn. The details must be large enough to retain clarity after
reduction. Half-tones should exhibit high contrast. Avoid using tints if possible; if shading
is essential to the understanding of the figure, try to make it coarse. High-quality (laser or
equivalent) computer-generated figures are acceptable. Select photographs only to
illustrate something that cannot otherwise be adequately shown. Photographs should be
original half-plate, glossy, black-and-white prints. Type the legends on a separate page at
the end of the manuscript. Give due regard to the proportions of the printed page. Indicate
the approximate location desired in the text. Line graphs: please place tick marks outside
the axes of the graph. Please do not include a border or grid around your figure.
More detailed illustration guidelines for authors can be found at
http://authorservices.wiley.com/bauthor/illustration.asp
Supporting Information – Publication of a research article in Ecology of
Freshwater dictates that all materials described in the paper will be made available freely
(or at a nominal price) to the academic scientific community for their own use any
64
materials (e.g. strains, clones, antibodies, etc.) used in the experiments described. An
investigator who feels that reasonable requests have not been met by the authors should
correspond with the Editors. Authors must use the appropriate database to deposit detailed
information supplementing submitted papers, and quote the accession number in their
manuscripts.
In addition to regular journal material, Ecology of Freshwater Fish offers the
opportunity to publish extra material via its website. Examples of Supporting Information
include additional tables, data sets, figures, movie files, audio clips, 3D structures, and
other related nonessential multimedia files. Supporting Information should be cited within
the article text, and a descriptive legend should be included. Please note however that only
relevant, good quality and material of particular interest will be published on the internet.
The material published on the internet cannot be used as sole evidence for the print version
of the article.
Authors are responsible for the preparation of supporting information. It is
published as supplied by the author, and a proof is not made available prior to publication;
for these reasons, authors should provide any Supporting Information in the desired final
format. For further information on recommended file types and requirements for
submission, please visit:http://authorservices.wiley.com/bauthor/suppinfo.asp
Authors are encouraged to place all species distribution records in a publicly
accessible database such as the national Global Biodiversity Information Facility (GBIF)
nodes (www.gbif.org) or data centers endorsed by GBIF, including BioFresh
(www.freshwaterbiodiversity.eu).
Proofs – The corresponding author will receive an email alert containing a link to a
web site. A working e-mail address must therefore be provided for the corresponding
author. The proof can be downloaded as a PDF (portable document format) file from this
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downloaded (free of charge) from the following web site:
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This will enable the file to be opened, read on screen and printed out in order for
any corrections to be added. Further instructions will be sent with the proof. Hard copy
proofs will be posted if no e-mail address is available. Excessive changes made by the
author in the proofs, excluding typesetting errors, will be charged separately.
65
Offprints – Free access to final PDF offprint of the published article will be
provided to the corresponding author, and available via Wiley-Blackwell Author Services
only. Please register for free access by visiting http://authorservices.wiley.com/bauthor/
and enjoy the many other benefits the service offers. PDF offprint may be distributed
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article may be purchased if ordered via the method stipulated on the instructions that will
accompany the proofs. Printed offprints are posted to the correspondence address given for
the paper unless a different address is specified when ordered. Note that it is not
uncommon for printed offprints to take up to eight weeks to arrive after publication of the
journal. Electronic offprints are sent to the first author at his or her first e-mail address on
the title page of the paper, unless advised otherwise; therefore please ensure that the name,
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Early View – Ecology of Freshwater Fish is covered by Wiley-Blackwell’s Early
View service. Early View articles are complete full-text articles published online in
advance of their publication in a printed issue. Articles are therefore available as soon as
they are ready, rather than having to wait for the next scheduled print issue. Early View
articles are complete and final. They have been fully reviewed, revised and edited for
publication, and the authors’ final corrections have been incorporated. Because they are in
final form, no changes can be made after online publication. The nature of Early View
articles means that they do not yet have volume, issue or page numbers, so Early View
articles cannot be cited in the traditional way. They are therefore given a Digital Object
Identifier (DOI), which allows the article to be cited and tracked before it is allocated to an
issue. After print publication, the DOI remains valid and can continue to be used to cite
and access the article. More information about DOIs can be found at:
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please see this page.
Note to NIH Grantees
Pursuant to NIH mandate, Wiley-Blackwell will post the accepted version of
contributions authored by NIH grant-holders to PubMed Central upon acceptance. This
accepted version will be made publicly available 12 months after publication. For further
information, see www.wiley.com/go/nihmandate.
66
NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA ZOOLOGIA
ZOOLOGIA, periódico científico da Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ),
publica artigos originais em Zoologia, de autoria de membros e não-membros da
Sociedade. Os manuscritos devem ter caráter científico. A priori não são aceitos para
publicação: notas simples sobre ocorrência, novos registros (e.g. geográficos, hospedeiros),
notas sobre distribuição, estudos de casos, lista de espécies e estudos similares meramente
descritivos, a não ser que bem justificados pelos autores. Justificativas devem ser enviadas
ao Editor-Chefe antes da submissão. Comunicações breves podem ser consideradas.
Artigos de revisão somente quando solicitados. Os manuscritos são analisados por no
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Responsabilidade. Manuscritos são submetidos à ZOOLOGIA com o
entendimento que: 1) todos os autores aprovaram a submissão; 2) os resultados ou opiniões
contidas são originais; 3) o manuscrito não foi publicado anteriormente, não está sendo
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que tenha sido rejeitado por ZOOLOGIA ou retirado do processo editorial por notificação
por escrito do Editor-Chefe; 4) foram preparados de acordo com as Instruções aos
Autores; 5) se aceito para publicação e publicado, o artigo ou parte deste, não será
publicado em outro lugar a menos que haja consentimento por escrito do Editor-Chefe; 6) a
reprodução e uso de artigos publicados em ZOOLOGIA é permitido para comprovados
fins educacionais e não-comerciais. Todos os demais usos requerem consentimento e taxas
serão aplicadas quando apropriado; 7) os custos para publicação por páginas e de revisão
de texto são aceitas pelos autores; 8) os autores são inteiramente responsáveis pelo
conteúdo científico e gramatical do artigo; 9) os autores concordam com taxas adicionais
associadas à revisão de língua inglesa, se considerada necessária.
Idioma. O manuscrito deve ser redigido exclusivamente em inglês. Para não causar
atrasos na publicação, sugerimos que, antes de submetido, seja revisado preferencialmente
por especialista da área que tenha o inglês como primeira língua. Após recomendação para
publicação, será revisado pela editoria em língua inglesa e poderá ser solicitada revisão
final de idioma.
Seções. Sistemática e evolução, Taxonomia e nomenclatura, Biogeografia,
Morfologia e fisiologia, Biologia, Ecologia, Simbiose, Conservação, Comportamento,
67
Genética, Zoologia aplicada, Aqüicultura e pesca.
Taxas. Membros da SBZ são isentos de taxas de publicação, no entanto, para não-
membros é exigido pagamento por página publicada, conforme indicado em lista de preços
publicadas no site da Sociedade (www.sbzoologia.org.br).
Submissão. Somente serão aceitas submissões eletrônicas, através do seguinte
endereço:http://submission.scielo.br/index.php/rbzool/index. Por meio desse sistema de
submissão, você pode submeter o manuscrito e acompanhar o status do mesmo durante
todo o processo editorial. Garantindo rapidez e segurança na submissão do seu manuscrito
e agilizando o processo de avaliação. Caso encontre alguma dificuldade com o sistema,
existem vários tutoriais no site da Sociedade Brasileira de Zoologia que poderão auxiliar os
autores. O manuscrito deverá ser preparado de acordo com as Orientações aos Autores.
Ao encaminhar um manuscrito para a revista, os autores devem estar cientes de que,
se aprovado para publicação, o copyright do artigo, incluindo os direitos de reprodução em
todas as mídias e formatos, será concedido exclusivamente para a Sociedade Brasileira de
Zoologia. A revista não recusará as solicitações legítimas dos autores para reproduzir seus
trabalhos.
Para mais informações sobre o formato e o estilo da revista, favor consultar um
número recente da Revista ou o site da Revista em www.sbzoologia.org.br. Informações
adicionais podem ser obtidas com a editoria científica através do e-mail
Forma e preparação de manuscrito
ORIENTAÇÕES GERAIS
ZOOLOGIA, periódico científico da Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ),
publica artigos originais em Zoologia, de autoria de sócios e não-sócios da Sociedade.
Membros da SBZ podem publicar sem taxas, no entanto, para não-sócios é requerido o
pagamento de taxa por página publicada, conforme indicado em lista atualizada disponível
na página eletrônica da Sociedade (http://www.sbzoologia.org.br).
Manuscritos devem ser preparados somente em inglês. A submissão de
manuscritos para ZOOLOGIA está disponível somente através do
endereço http://submission.scielo.br/index.php/rbzool/index. O sistema de submissão é
amigável e permite aos autores monitorar o trâmite de publicação. Caso encontre alguma
68
dificuldade para utilização do sistema, existem vários tutoriais no site da SBZ que o
auxiliarão. Todos os documentos devem ser preparados através de programa um editor de
textos (preferencialmente MS Word ou compatível).
ZOOLOGIA não publicará notas simples de ocorrência, novos registros (e.g.
geográfico, hospedeiro), nota de distribuição, estudos decaso, lista de espécies e estudos
similares meramente descritivos, a não ser que bem justificados pelos autores.
Justificativas devem ser enviadas ao Editor-Chefe antes da submissão.
RESPONSABILIDADE
Manuscritos são recebidos por ZOOLOGIA com o entendimento que:
- todos os autores aprovaram a submissão;
- os resultados ou idéias contidas são originais;
- o manuscrito não foi publicado anteriormente, não está sendo considerado para
publicação por outra revista e não será enviado a outra revista, a menos que tenha sido
rejeitado por ZOOLOGIA ou retirado do processo editorial por notificação por escrito do
Editor-Chefe;
- foram preparados de acordo com estas Instruções aos Autores;
- se aceito para publicação e publicado, o artigo ou parte deste, não será publicado
em outro lugar a menos que haja consentimento por escrito do Editor-Chefe;
- a reprodução e uso de artigos publicados em ZOOLOGIA é permitido para
comprovados fins educacionais e não-comerciais. Todos os demais usos requerem
consentimento e taxas serão aplicadas quando apropriado; - os custos para publicação por
páginas e de revisão de texto são aceitos pelos autores;
- os autores são inteiramente responsáveis pelo conteúdo científico e gramatical do
artigo;
- os autores concordam com possíveis taxas adicionais associadas à revisão de
língua inglesa, se considerada necessária.
FORMAS DE PUBLICAÇÃO
Artigos: artigos originais em todas as áreas da Zoologia.
MANUSCRITOS
O texto de ser justificado à esquerda e páginas e linhas devem ser numeradas.
69
Utilize fonte Times New Roman tamanho 12. A primeira página deve incluir: 1) o título
do artigo incluindo o nome(s) da(s) maior(es) categoria(s) taxonômica(s) do(s) animal(ais)
tratado(s); 2) o nome(s) do(s) autor(es) com sua afiliação profissional, somente com o
propósito de correspondências, afiliações adicionais devem ser incluídas na seção
Agradecimentos; 3) nome do autor correspondente com endereço completo para
correspondência, incluindo e-mail; 4) um resumo em inglês; 5) até cinco palavras-chave
em inglês, listadas em ordem alfabética e diferentes daquelas utilizadas no título. A
informação total dos itens 1 a 5 não devem exceder 3,500 caracteres incluindo espaços,
exceto se autorizado pelo Editor-Chefe.
Citações bibliográficas devem ser digitadas em caixa alta reduzida (versalete),
como indicado: Smith (1990), (Smith 1990), Smith (1990: 128), Smith (1990, 1995), Lent
& Jurberg (1965), Guimarães et al. (1983). Artigos de um mesmo autor ou seqüências de
citações devem ser em ordem cronológica.
Somente nomes de gêneros e espécies devem ser digitados em itálico. A primeira
citação de um táxon animal ou vegetal deve ser acompanhado pelo nome do autor, data
(de plantas se possível) e família, seguindo a padronização determinada pelo Código
Internacional de Nomenclatura Zoológica.
O manuscrito de artigos científicos deve ser organizado como indicado abaixo.
Outras seções e subdivisões são possíveis mas o Editor-Chefe e Corpo Editorial deverão
aceitar o esquema proposto.
Artigos e Revisões Solicitadas
Título. Evite verbosidades tais como "estudos preliminares sobre...", "aspectos
de..." e "biologia ou ecologia de...". No título, não utilize citações de autor e data em
nomes científicos. Quando nomes de táxons forem mencionados no título, deverão ser
seguidos pela indicação de categorias superiores entre parênteses.
Resumo. O resumo deve ser relativo aos fatos (contrapondo-se a indicativo) e deve
delinear os objetivos, métodos usados, conclusões e significância do estudo. O texto do
resumo não deve ser subdividido nem conter citações bibliográficas (exceções serão
analisadas pelos editores). deve constituir-se em um único parágrafo.
Palavras-chave. Utilizar até cinco palavras-chave em inglês, dispostas em ordem
alfabética, diferentes daquelas contidas no título e devem ser separadas por ponto e
vírgula. Evite o uso de expressões compostas.
Introdução. A introdução deve estabelecer o contexto do documento expressando a
70
área de interesse geral, apresentando resultados de outros que serão contestados ou
expandidos e descrevendo a questão específica a ser abordada. Explicações de trabalho
anterior devem ser limitadas ao mínimo de elementos necessários para dar uma
perspectiva adequada. A introdução não deve ser subdividida.
Material e Métodos. Esta seção deve ser curta e concisa. Deve fornecer informação
suficiente que permita a repetição do estudo por outros. Técnicas padronizadas ou
previamente publicadas podem ser referenciadas, mas não detalhadas. Se a seção Material
e Métodos for curta, não deve ser subdividida. Evite extensiva divisão em parágrafos.
Resultados. Esta seção deve restringir-se concisamente sobre novas informações.
Tabelas e figuras devem ser utilizados apropriadamente, mas as informações apresentadas
nelas não devem ser repetidas no texto. Evite detalhamento de métodos e interpretação
dos resultados nesta seção.
Discussão. Interpretação e explanação da relação entre resultados obtidos e o
conhecimento atual deve existir na seção Discussão. Deve ser dada ênfase sobre novos
achados importantes. Novas hipóteses devem ser claramente identificadas. Conclusões
devem ser suportadas por fatos ou dados. Subdivisões são possíveis. Uma seção
Conclusão não é permitida em Zoologia.
Agradecimentos. Devem ser concisos. A ética requer que colegas sejam
consultados antes que seus nomes sejam citados pelo seu auxílio no estudo.
Literatura Citada. Citações são ordenadas alfabeticamente. Todas as referências
citadas no texto devem ser incluídas na seção Literatura Citada e todos os itens nesta
seção devem ser citados no texto. Citação de estudos não publicados ou relatórios não são
permitidas. Volume e número de páginas devem estar disponíveis para periódicos. Cidade,
editora e paginação total para livros. Resumos não sujeitados ao processo de avaliação por
pares não devem ser citados. Trabalhos podem ser citados excepcionalmente como "no
prelo" somente até o estágio de revisão de texto, quando a referência deverá ser
completada ou suprimida caso não ainda tenha sido publicada. Se absolutamente
necessário, um relato pode ser documentado no texto do manuscrito como "pers. comm.",
alertando a pessoa citada que sua comunicação pessoal será transcrita em seu artigo.
Comunicações pessoais não deverão ser incluídas na seção Literatura Citada. As
referências citadas no texto devem ser listadas no final do manuscrito, de acordo com os
exemplos abaixo. O título de cada periódico deve ser completo e sem abreviações.
Periódicos
71
Sempre que disponível, inclua o DOI (Digital Object Identifier) como
demonstrado abaixo.
GUEDES, D.; R.J. YOUNG & K.B. STRIER. 2008. Energetic costs of
reproduction in female northern muriquis, Brachyteles hypoxanthus(Primates: Platyrrinhi:
Atelidae). Revista Brasileira de Zoologia 25 (4): 587-593. doi: 10.1590/S0101-
81752008000400002.
LENT, H. & J. JURBERG. 1980. Comentários sobre a genitália externa masculina
em Triatoma Laporte, 1832 (Hemiptera, Reduviidae).Revista Brasileira de Biologia
40 (3): 611-627.
SMITH, D.R. 1990. A synopsis of the sawflies (Hymenoptera, Symphita) of
America South of the United States: Pergidae. Revista Brasileira de Entomologia 34 (1):
7-200.
Livros
HENNING, W. 1981. Insect phylogeny. Chichester, John Wiley, XX+514p.
Capítulo de livro
HULL, D.L. 1974. Darwinism and historiography, p. 388-402. In: T.F. Glick (Ed.).
The comparative reception of Darwinism. Austin, University of Texas, IV+505p.
Páginas eletrônicas
MARINONI, L. 1997. Sciomyzidae. In: A. Solis (Ed.). Familias de insectos de
Costa Rica. Available online at: http://www. inbio. ac.cr/papers/insectoscr/texto630.html
[Accessed: date of access].
Ilustrações. Fotografias, desenhos, gráficos e mapas devem ser designados como
figuras. Fotos devem ser nítidas e possuir bom contraste. Por favor, sempre que possível,
organize os desenhos (incluindo gráficos, se for o caso) como pranchas de figuras ou
fotos, considerando o tamanho da página da revista. O tamanho de uma ilustração, se
necessário, deve ser indicado utilizando-se barras de escala verticais ou horizontais (nunca
utilize aumento na legenda). Cada figura deve ser numerada com algarismos arábicos no
canto inferior direito. Ao preparar as ilustrações, os autores devem ter em mente que o
tamanho do espelho da revista é de 17,0 por 21,0 cm e da coluna é de 8,3 por 21,0 cm,
devendo ser reservado espaço para legendas e também devendo haver proporcionalidade a
estas dimensões. Figuras devem ser citadas no texto em seqüência numeral. Para
propósitos de revisão, todas as figuras devem ser inseridas no final do texto, após a seção
Literatura Citada ou após as tabelas caso existam. Os autores devem estar cientes que, se
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aceito para publicação em ZOOLOGIA, todas as figuras e gráficos deverão ser enviados
ao editor com qualidade adequada (ver abaixo). Ilustrações devem ser salvas em formato
TIF com modo de compressão LZW e enviados arquivos separados. A resolução final é de
600 dpi para ilustrações em preto e branco e de 300 dpi para as coloridas. Os arquivos de
ilustrações devem ser inseridos no sistema de submissão como arquivos suplementares. O
upload é limitado a 10 MB por arquivo. Figuras coloridas podem ser publicadas desde que
o custo adicional seja assumido pelos autores. Alternativamente, os autores podem
escolher por publicar ilustrações em preto e branco na versão impressa da revista e mantê-
las em cores na versão eletrônica sem custo adicional. Independentemente da escolha,
estas figuras devem ser incorporadas, em baixa resolução mas com boa qualidade,
diretamente no manuscrito somente para os fins de revisão. Cada figura ou conjunto de
figuras sob a mesma legenda (prancha) deve ser incluída no final do manuscrito, em
páginas separadas. Legendas das figuras devem ser posicionadas logo após a seção
Literatura Citada. Use parágrafos separados para cada legenda de figura ou grupo de
figuras. Observe publicações anteriores e siga o padrão adotado para legendas.
Tabelas. Tabelas devem ser geradas pela função de tabelas do processador de texto
utilizado, são numeradas com algarismos romanos e devem ser inseridas após a lista de
legendas de figuras. Não utilize marcas de parágrafo no interior das células da tabela.
Legendas devem ser inseridas imediatamente antes de cada tabela.
PROCEDIMENTOS
Manuscritos submetidos à ZOOLOGIA serão inicialmente avaliados pelos
editores Chefe e Assistente quanto a adequação e para determinação da área específica.
Um primeira avaliação da língua inglesa é efetuada neste momento. Manuscritos com
problemas serão retornados aos autores. Uma vez que a área específica seja
determinada/confirmada, o manuscrito é enviado, pelo Editor-Chefe, ao Editor de Seção
apropriado. O Editor de Seção encaminha o manuscrito para os Revisores, no mínimo
dois. Cópias do manuscrito com os comentários dos revisores e a decisão do Editor de
Seção, serão retornados para o Autor correspondente para avaliação. Os autores terão até
30 dias para responder ou cumprir a revisão e retornar a versão revisada do manuscrito
para a seção adequada no sistema eletrônico de submissão. Uma vez aprovado, o
manuscrito original, os comentários dos revisores, os comentários do Editor de Seção,
juntamente com a versão corrigida e os respectivos arquivos de figuras, devidamente
73
identificados, são retornados ao Editor-Chefe. Excepcionalmente, o Editor-Chefe pode,
após consulta aos editores de seção, modificar a recomendação dos Revisores e Editor de
Seção, com base em justificativa adequada. Alterações a posteriori ou adições poderão ser
recusadas. Uma versão de revisão do manuscrito será enviada aos autores para apreciação
final. Este representa o último momento para alterações substanciais, desde que
devidamente justificadas. A próxima etapa é restrita a correções tipográficas e de
formatação. Provas eletrônicas serão submetidas ao Autor correspondente para apreciação
antes da publicação.
SEPARATAS
O Autor correspondente receberá arquivo eletrônico (no formato PDF) do artigo
após sua publicação. Autores poderão imprimir o arquivo e distribuir cópias impressas de
seu artigo conforme sua necessidade. Autores também poderão distribuir eletronicamente
o arquivo para terceiros, da mesma maneira. Entretanto, solicitamos que os arquivos PDF
não sejam distribuídos através de grupos de discussão ou sistemas de envio de mensagens
em massa (não faça SPAM). É importante para a revista ZOOLOGIA que os usuários
visitem a página eletrônica do periódico na Scientific Eletrectonic Library Online
(SciELO) e acessem os artigos publicados para fins estatísticos. Atuando desta maneira,
você estará auxiliando o incremento dos índices de qualidade de ZOOLOGIA.
ESPÉCIMES TESTEMUNHA E TIPOS
Os manuscritos devem informar os museus ou instituições onde os espécimes
(tipos ou testemunha) estão depositados e seus respectivos números de depósito.