DAYANE MONTEMEZZO CARACTERIZA9AO DOS...
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DAYANE MONTEMEZZO
CARACTERIZA9AO DOS PACIENTES PEDIATRIC OS
PORTADORES DE ENFERMIDADES RESPIRATORIAS
Curitiba - PR
2001
DAYANE MONTE MEZZO
CARACTERIZA<;:Ao DOS PACIENTES PEDIATRICOS
PORTADORES DE ENFERMIDADES RESPIRATORIAS
Monografia apresentada como requisitoparcial a obtenC;80 do grau de especialistaem Fisioterapia Cardio-Respiratoria do setorde Ciencias da Saude da Universidade Tuiutido Parana.Professor Orientador: Esperidiao E. Aquim
Curitiba - PR
2001
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
SETOR DE CIENCIAS DA SAUDE
CURSO DE FISIOTERAPIA CARDIO-RESPIRATORIA
A comissao examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia
CARACTERIZAC;:AO DOS PACIENTES PEDIATRICOS PORTADORES DE
ENFERMIDADES RESPIRATORIAS
elaborada par
Oayane Montemezzo
Como requisito parcial para obteny80 do grau de Especialista em Fisioterapia
Cardio-Respirat6ria
COMISSAO EXAMINADORA
Prof. Dr. Esperidiao E. Aquim
Prof. Dr. Gustavo A. Cuello
Curitiba, 2001
SUMARIO
LlSTA DE FIGURAS .
LlSTA DE TABELAS.
1. INTRODUC;AO.
2. REVISAO DE LITERATURA .
vi
vii
3
2.1- Pneumonias e broncopneumonias . 5
2.2- Bronquiolite .. 6
2.3- Asma. 6
2.4- Tratamento fisioterapeutico nas enfermidades respiratorias . 8
3. METODOLOGIA.
4. RESULTADOS E DISCUSSAO .
4.1- A identifica'Vao dos pacientes ,..
4.2- Caracteristicas da internac;ao hospitalar .
5. CONSIDERAC;OES FINAlS.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .
ANEXO ..
10
13
12
17
24
27
29
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - Distribui<;iio dos 78 pacientes conforme a faixa eta ria . 14
FIGURA 02 - Distribui<;ao dos 78 pacientes conforme 0 sexo . 15
FIGURA 03 - Distribui<;ao da amostra conforme 0 diagnostico medico. 16
FIGURA 04 - Distribui<;ao dos pacientes conforme 0 tempo de interna<;ao 17
FIGURA 05 - Distribui<;iio da amostra conforme a realiza<;ao de
fisioterapia respiratoria . 18
FIGURA 06 - Distribui<;ao dos 42 pacientes para continuidade do
tratamento.. 18
FIGURA 07 - Distribui<;ao dos 42 pacientes submetidos a fisioterapia
respirat6ria conforme 0 numero de sess6es realizadas . 20
FIGURA 08 - Distribui<;ao de 42 pacientes em rela<;ao ao dia de inicio da
fisioterapia respiratoria . 20
FIGURA 09 - Compara<;ao entre os sintomas e sinais apresentados pel a
amostra conforme 0 dia da internac;ao e 0 dia da alta hospitalar . 21
FIGURA 10 - Compara<;ao da ausculta pulmonar dos pacientes que
compuseram a amostra com relac;ao 80 dia da internacyao e a dia da alta
hospitalar . 23
LIST A DE TABELAS
TABELA 01 - Comparal'ao entre os sintomas e sinais apresentados pela
amostra conforme 0 dia da interna~o e 0 dia da alta hospitalar . 21
TABELA 02 - Comparal'ao da ausculta pulmonar dos pacientes que
compuseram a amostra com rela~o aD dia da interna9E1o e 0 dia da alta
hospitalar . 22
1. INTRODUc;:Ao
A fisioterapia respiratoria pediatrica vern buscando aprimorar-se atrav8S
dos avanc;:os tecnol6gicos e cientificos, 0 que permite maior especificidade no
emprego de metodos e tscnicas de tratamento, bern como na garantia de a<;6es
preventivas condizentes com a realidade da populaC;:8o alvD.
Aplicadas desde 1950, Rossi (2000), as tecnicas de fisioterapia respirat6ria
pediatrica vern sendo usadas com crescenta demanda nos setores hospital ares,
tanto em unidades de terapia intensiva como em enfermarias, nos setores de
pronto-socorro e, tambem, nos servic;:os ambulatoriais.
Considerando que 0 desenvolvimento da crianc;:a compreende, nao apenas
o crescimento do ponto de vista fisico, mas envolve tambem modificar;6es e
adaptar;6es fisiol6gicas determinadas sobretudo pel as caracteristicas geneticas,
exigencias do ambiente e pelas experiencias par ela vivenciada. 0 mesmo
processo ocorre com 0 sistema respiratorio, que no momenta do nascimento nao
esta plena mente desenvolvido, e quando associ ado a uma determinada doenc;a
au disfunC;ao resulta numa resposta organica peculiar. Estes sao fatores
relevantes durante 0 emprega da fisiaterapia respiratoria pediatrica que exigem
medidas terapeuticas especiais a fim de adapta-Ias as candic;6es do lactente au
da crianrya, nao apenas reproduzindo tecnicas empregadas com adultos.
As afecc;6es respiratorias estao entre as causas mais frequentes das
enfermidades infantis. Pod em relacionar-se a condic;6es geneticas, ambientais e
anatomo-fisiol6gicas (Shepherd, 1998).
o maior conhecimento e melhores esclarecimentos sobre 0 paciente que esubmetido ao tratamento de fisioterapia respirat6ria pediatrica permitem a
execuc;ao de uma conduta mais adequada as situac;oes, colaborando para uma
resoluC;2Io mais eficaz do quadro clinico sem permitir a instalay2l0 de danos
importantes ao desenvolvimento infantil, principal mente no que se refere ao
sistema respiratorio.
Baseando-se nas considerac;oes acima, na importancia da prevenyao de
muitas doenc;as respirat6rias na inffmcia e na alta incidencia das mesmas
comprovadas pelo grande numero de internac;oes hospitalares, a presente
pesquisa visa reunir as caracteristicas dos pacientes pediatricos portadores de
enfermidades respirat6rias. Para tanto, objetiva-se mais especificamente verificar
a idade, a doenc;a e 0 sexo de maior acometimento; a realizayao ou nao de
fisioterapia respirat6ria bern como 0 acompanhamento ambulatorial; a durac;ao da
internagao hospitalar; os principals sintomas e as caracteristicas auscultat6rias
apresentados na internaC;2Io e na alta hospitalar.
2. REVISAO DE L1TERATURA
Para melhor compreensao a respeito do tema em estudo apresenta-se,
neste capitulo, uma sintese bibliografica conforme a literatura especializada.
A anatomia da arvare bronquica, a mecElnica da ventilay80, bern como 0
estado de desenvolvimento do sistema respirat6rio precisam ser levados em
devida consideraC;8o no momento de determinar uma conduta em relac;ao aos
lactentes ou crianc;as jovens, uma vez que ales estao sujeitos a sofrer
conseqOencias muito mais graves seguidas de enfermidades respiratorias, como
uma infecc;ao ou uma aspirac;8o.
Conforme Shepherd (1998), 0 desenvolvimento do sistema respiratorio
inicia par volta da 4a semana de vida intrauterina a partir do sulco laringotraqueal.
A extremidade inferior deste sulco divide-se em dais brotamentos que vao originar
as bronquios fontes e a haste mediana a traqueia.
Na vida intrauterina as trocas gasosas do feto sao realizadas pela placenta.
No momenta do nascimento, a partir do primeiro ato inspirat6rio, 0 leito vascular
placenta rio e substitufdo par outro. A primeira respirac;ao e profunda, secundaria a
uma contra~o diafragmatiea e pareee ser desencadeada par estimulos laleis e
termicos (Avery, 1975; Henderson-Smart. 1984 apud Shepherd, 1998). Sao as
primeiras inspirac;6es as responsaveis pela substituic;ao do ilquido contido nas
vias aereas par ar. 0 pleno exito dessa transi~o esta na dependencia, tambem,
da quantidade e qualidade do surfactante pulmonar. Sua presen,a garante urn
esforyo adequado ao ato inspiratorio. Apos a nascimento, as movimentos
resp;rator;os sao regulados pelas necessidades metabolicas.
o pequeno calibre das vias aereas, a falta de apoio estrutural, a reduzida
ventilayao colateral, a numero menor de alveolos, a desproporyao do tipo de
fibras musculares respiratorias sao peculiaridades do recem-nascido,
responsaveis pela maior suscetibilidade por eles apresentada (Shepherd,199B)
A caixa toracica de natureza cartilaginosa, 0 formato circular das costelas e
o angulo horizontal das inseryoes diafragmaticas tem como resultado uma menor
eficiencia nos rnecanisrnos da caixa toracica, au seja, urn trabalho respiratorio
aumentado e conseqOentemente uma ventila~ao deficiente (Shepherd, 199B;
Cuello et al. 1993).
As paredes dos branqui%s sao re/ativamente fracas antes dos 3 a 4anos de idade, ate se desenvo/verem os muscu/os lisos. Essa fraquezaestrutura/ parece contribuir para 0 co/apso das vias aereas e para 0sequestra do ar na crianqa de tema idade. A venWaqao co/atera! atravesdos poras de Kohn e de Lambert e reduzida a/em desta falta de apoioestrutural nas vias aereas de menor calibre. Oai a maior suscetibilidadeda crianqa pequena para a atelectasia e para as infecqoes (Shepherd,1998, p. 340).
As afecc;oes do aparelho respiratorio figuram entre as causas de 6bito mais
freqOentes durante 0 periodo neonatal.
Nesse aspecto, e importante considerar que 0 desenvolvimento das vias
aereas e dos alveolos depende ate certo grau das solicitayoes que Ihes sao
impostas, tanto no que se refere a individuos higidos que aperfeic;oam 0 seu
desenvolvimento, como por exemplo, urn atleta; quanta aqueles que apresentarn
episodios patologicos, principalmente de repeti~o.
2.1- Pneumonias e broncopneumonias
As broncopneumonias e pneumonias sao processos inflamat6rios, em geral
agudos, comprometendo alveolos, bronqu[olos e 0 espac;o intersticial, que se
caracterizam conforme 0 agente etiol6gico, a idade do paciente, a doenc;a de
base, 0 estado nutricional e a imunidade.
Sao consideradas umas das mais importantes entidades m6rbidas em
pediatria pela sua frequemcia e gravidade. Sao a terceira causa de morte no
Brasil, as etiologias viral e bacteriana representam cerca de 80% delas.
Segundo Rozov in Marcondes (1999), alguns autores consideram que 0
processo inicial seria sempre de etiologia viral, propiciando solwyao de
continuidade na mucosa respirat6ria e permit indo instalac;ao de bacterias
secundariamente.
Pod em ser classificadas em pneumonia alveolar, pneumonia lobular ou
tambem chamada broncopneumonia, e pneumonia intersticial, as quais
diferenciam-se, principal mente, na localizac;ao do processo inflamat6rio (Cuello etal. 1993).
A clinica caracteriza-se par inicio abrupto de hipertermia, taquipneia,
cianose, retrac;6es costais, expectorac;ao purulenta. Radiologicamente e visivel
condensac;ao limitada.
As broncopneumonias sao mais comuns em recem-nascidos, prematuros,
lactentes pequenos, desnutridos, pacientes com baixas defesas imunitarias e com
doen~a basa I.
o quadro clinico inicia-se com infecc;ao leve de vias aereas superiores ou
de forma aguda. Febre alta, tosse seca no inicia e prod uti va mais tarde, dispneia
progressiva. No exame radiologico aparece em quadro multiforme, de limites
irregulares e com aumento da trama vasobronquica.
2.2- Bronquiolile
Trata-s8 de uma afecc;ao respiratoria aguda, que acamete crian<;as com
menos de dois anos de idade. Sem prevalencia par sexo au raY8.
o principal agente etiologico e viral, em 90% 0 virus sincicial respiratorio.
o quadro clinieD tern inicio com infecyao de vias aereas superiores,
evoluindo rapidamente para 0 aumento da freqLIE§ncia respiratoria, cianose,
batimento das asas do nariz, usa de musculatura acessoria, a9it8980, creptantes
e sibilos na ausculta pulmonar.
Na radiologia de lorax os pulm6es aparecem radiotransparentes, 0
diafragma aplainado, as costelas horizontais, pequenas zonas atelectasicas e
aumento no diametro antero-posterior do torax refletindo uma insuflac;ao
pulmonar.
2.3- Asma
A 8sma caracteriza-se pela hiperreatividade da musculatura lisa dos
bronquios diante de uma serle de fatores intrinsecos elou extrinsecos (Shepherd,
1998).
A etiol09ia nao e claramente definida, ate porque as causas podem ser
variadas num mesmo individuo.
A crise asmatica decorre devido ao edema da mucosa inflamada, 0
espasmo da musculatura lisa dos bronquios e, tambem, ao aumento das
secrec;oes mucosas das glEmdulas traqueobronquicas.
Quando comparada a qualquer outra doenc;a cr6nica da
exacerbac;:6es agudas da asma sao respons8veis pelo maior
internac;6es hospital ares e absenteismo escolar.
Conforme D'Elia & Barbosa (1999), sintomas recorrenles de tosse
prolong ada, dispneia e sibilos sugerem asma, bem como resposta a terapia
broncodilatadora, historia familiar de atopia. Pode tambem se manifestar
associada a outra doenc;a au quando a historia e atipica, au ainda, a resposta ao
tratamento adequado e ruim.
o raio-X e recomendado para identificar complicac;6es que podem estar
associadas, como pneumonias, atelectasias e pneumotorax.
Faz-se necessaria considerar a diagnostico diferencial entre asma,
bronquiolite e broncopneumonia.
Com relaC;8o a asma e a bronquiolite e passive I a coexistemcia, sendo esta
ultima 0 fator desencadeante da crise asmatica. Antecedentes alergicos, his tori a
de crises anteriores, predominio de sibilos na ausculta pulmonar, eosinofilia
sangOinea ou no muco nasal podem colaborar em alguns casos.
Na bronco pneumonia e na bronquioiite existem semelhanc;as clinicas e
radiol6gicas. Na primeira a toxemia e mais evidente, enquanto que na outra
predominam sinais de insuficiencia respirat6ria.
Uma cuidadosa anamnese e urn exame fisico apurado, na grande maioria
dos casas sao suficientes para esclarecer as duvidas.
A etiologia da obstruc;ao das vias aereas apresenta como fatores causais a
aumento da secrec;ao de muco, a viscosidade anormal das secrec;6es, a
aspiraC;80 de materia is, como par exemplo, corpo estranho, vomitos, secrec;6es
das vias aereas superiores, e tambem a espasmo bronquico. A inflamayao do
revestimento mucosa atraves da presenc;a de alergenos, de infecc;oes e da
irritaC;ao por materiais estranhos, sao causas responsaveis pel a aumento da
secrec;ao mucosa, que facilitam a obstrucyao bronquica.
o curso cHnico de determinadas patologias, como a bronquiolite, a
pneumonia bacteriana ou viral, a aspirac;:c3.o, pode agravar-se, complicando-se
atravas de uma atelectasia ou pela presenc;a de rolhas de muco que causam uma
obstruyao completa da luz do bronquio; ou secundario as crises de asma; ou a
instala<;ao de bronquiectasias em funyao da ayao das secre<;6es infectadas sobre
as paredes dos bronquiolos, quando estas nao sao removidas; ou ainda nas
crianc;as portadoras de fibrose cistica que apresentam defici€mcia no mecanisme
de limpeza das vias aareas.
2.4- Tratamento fisioteraplmtico nas enfermidades respirat6rias
Para Shepherd (1996), lactentes e crian9as com doen9as respirat6rias sao
encaminhadas para a fisioterapeuta com 0 objetivo de melhorar a capacidade
fundonal dos pulm6es. 0 tratamento envolve tres finalidades principais: a higiene
bronquica, a reexpansao pulmonar e a reeducac;ao respiratoria.
Com isso, objetiva-se alcanc;ar a concentrac;ao ideal dos gases arteriais, ou
seja, as press6es parciais de oxigenio e gas carbonico, garantindo condic;oes de
born funcionamento aos orgaos vitais.
Oentre os recursos usados pela fisioterapia respiratoria Cappo in Ferreira &
Trester (1996), seleciona-os em tecnicas convencionais e atuais. As tacnicas
convencionais englobam a drenagem postural que usa de posic;oes especificas do
corpo conforme a anatomia da arvore bronquica em associac;ao com a forc;a
gravitacional favorecendo, desta forma, a higiene bronquica e a melhora da
ventilayao. Acrescenta a vibrayao que atravas do efeito tixotropico visa fluidificar
as secrec;oes; a percussao toracica que caracteriza-se por ondas de energia
mecanica aplicadas na parede do torax correspondente ao segmento
comprometido. A percuss80 a questionada por muitos estudiosos quanto a sua
aplicac;ao e eficacia na crianc;a pequena. Outra tacnica a a pres sao expiratoria,
que trata-se de uma pressao exercida no torax no momento da expiraC;80
objetivando a conduyao de secrec;oes para vias aareas de grossos calibres para
facilitar sua elimina~o atravas do ato tussigeno. A tosse e considerada, da
mesma forma, uma tecnica de depurayao das vias aareas, sendo classificada
como convencional.
As tecnicas atuais envotvem a acelera<;8o do fluxo expirat6rio (AFE) que
compreende uma expirac;ao ativa au passiva a altos volumes pulmonares para
desobstruC;c30 bronquica; a drenagem autogenica (DA) que nada mais e 0 controle
respiratorio com respirac;oes a varios volumes conforme 0 objetivo do tratamento;
a tecnica de expira9ao for98da (TEF), que e a combina<;8o de uma ou duas
expirayaes fon;adas, as chamados "huffs~ I seguidas de periodo de relaxamento e
respiraC;8o control ada com a finalidade de remover 0 excesso de secrec;6es. 0
cicio ativo da respirac;ao consiste na combinaC;8o de manobras de respira~o
control ada, exercicios de expansao toracica e "huffs" > podem estar associadas
tecnicas manuais. E, tambem classificados como uma das tecnicas atuais, os
exercicios respiratorios objetivam promover uma reexpansao alveolar, urn
aumento da ventilayao e oxigenayao e mobilizayao da caixa toracica, eJeitos
conforme a patologia.
A determina~ao de uma ou outra tecnica, em especial na area pediatrica,
esta de depend€mcia do nfvel de compreensao do paciente. Os estudos mais
reeentes mostram resultados satisfat6rios com pacientes eoJaborativos; ja para os
prematuros, os lactentes ou mesmo as erian~s pequenas necessita-se lan9ar
mao das tecnicas passivas. 0 plano de conduta fisioterapeutica necessita estar
adaptado de forma adequada as caracteristicas de cada paciente, ao quadro
clinico apresentado no momenta da execu9ao do tratamento, a patologia de base
alem do embasamento tecnico-cientifico.
o tratamento fisioterapeutico apresenta ainda urn aspecto preventivo que
deveria ser executado quando detectado 0 aumento das secrec;:6es para impedir
ou dificultar que a doen98 pulmonar progrida alem deste ponto; caso contrario, a
obstru~ao das vias aereas pode evoluir para atelectasias e infecyao destas
secrec;:6es retidas, podendo levar a alterac;:6es pulmonares irreversfveis.
Outro aspecto preventivo esta na possibilidade das crian~as virem a
apresentar uma afecyao das vias aereas inferiores a partir das repetidas
infec96es das vias aereas superiores. 0 tratamento se aplica tambem aos casos
de paresia ou paralisia dos musculos respiratorios, as crian9as acamadas, como
aqueJas paralisadas cerebra is; as portadoras de graves deformidades toracicas,
10
escoliose, mielomeningocele; aquelas submetidas a cirurgia geral com
pneumopatia pre-existente e, tambem, as submetidas a cirurgia pulmonar au
cardiaca.
Contudo, a abordagem respiratoria da fisioterapia pediatrica deve ser
criteriosa e cuidadosamente aplicada podendo sar aplicadas em nivel de terapia
intensiva, enfermarias, ambulatorial e domiciliar, considerando que 0
desenvolvimento biopsicomotor S8 processe de maneira mais favoravel e global
passive!.
3. METODOLOGIA
A presente pesquisa caracteriza-se par do tipo explorat6rio descritivD. A
populac;ao abrangida constituiu-se de crianc;as internadas na clinica pediatrica de
urn hospital da re9i80 oeste de Santa Catarina.
Primeiramente, fcram selecionados as prontuariDs dos pacientes
internados no periodo de 01 a 30 de abril de 2001, totalizando 241 interna90es.
Em seguida separados aqueles com diagnostico de doenc;as respiratorias,
compreendendo uma amostra de 78 prontuarios. Utilizou-se para coleta de dados
urn instrumento sob forma de formulario, elaborado especial mente para esse tim
(anexo unico). Os instrumentos de pesquisa fcram numerados e preenchidos de
acordo com os dados coletados nos prontuarios, pela pr6pria pesquisadora.
Quanta a sintomatologia, em relaryao a tosse foi considerado como tosse
umida improdutiva quando no prontuario estava referido como Utossen; a tosse
seca e a tosse produtiva foram assim determinadas conforme as relatos nos
prontuarios.
No que se refere a obstruryao nasal foi considerado tambem 0 que estava
determinado como a "respirat;ao ruidosa~
As consideraryoes encontradas nos prontuarios em relaryao a ausculta
pulmonar foi determinado "sibilos" sem definir a fase do cicio respiratorio, tendo
em vista a nao caracterizaryao da me sma. Do mesmo modo foi determinado como
"sibilos~ toda a referenda de chiado.
12
Ap6s a coleta, as dados foram analisados quali-quantitativamente e
apresentados em graficos efou tabelas para posterior analise e discussao.
4. RESULTADOS E DISCUSSAO
Apresenta-se neste capituto os resuttados obtidos no estudo,
acompanhados de sua discussao. Dizem respeito a identificayao dos pacientes e
as caracteristicas da internayao hospitalar.
4.1- A identifica~ao dos pacientes
Os dados referentes a identific89.30 dos pacientes estao relacionados com
a idade, a sexo e 0 diagnostico medico.
A figura que segue relaciona a faixa 8taria da amostra distribuida em
intervalos, conforme Murahovschi (1995), que classifica a crian98 segundo as
periodos de cresci mento, como neonato compreendido entre zero e 28 dias;
lactent8 de 29 dias ate 2 anos; pre-escolar que corresponde ao perfodo acima de
2 anos ate as 7; escolar na faixa etaria superior a 7 anos ate as 10, e a
adolescemcia considerada acima dos 10 ate as 20 anos conforme 0 sexo em
questao.
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CNeonatoo Lactenteo Pre-escolaro Escolaro Adolescente
FIGURA 01 - Distribuiyiio dos 78 pacientes conforme a faixa etaria
Quanta a idade dos 78 pacientes no momento da internac;ao pode-s9
observar, 02 (2,55%) neonatos, 56 (71,80%) lactentes, 17 (21,80%) pre-
escolares, 02 (2,55%) escolares e apenas 01 (1,30%) adolescente.
Os dados expostos na Figura01 condizem com Ferreira et al. (1996), que
consideram elel/ada a freqOencia das doenc;as respiratorias em todas as faixas
etarias, mas que ocorrem mais epis6dios ate as 2 anos do que entre 3 a 5 anos.
Acrescentam tambem que a idade urn dado extremamente vali050 no estudo
epidemiologico das doeng8s respirat6rias. A idade interfere ainda na frequencia e
gravidade das afecc;5es.
De acordo com Irwin & Tecklin (1994), existem algumas diferen<;as
anatomicas e fisiologicas entre as recem-nascidos e as crianc;as maiores que
tornam as primeiros mais vulneraveis a doenc;as respirat6rias.
Consideram como diferenyas anatomicas relevantes a laringe alta
permitindo simultaneamente a respiray80 e a deglutiyao; diametro e suporte
estrutural reduzido facilitando a obstru~o e 0 colapso das vias aereas; 0 pequeno
numero de canais de ventilay80 colateral, em especial nos lobos medio e superior
direitos, caracterizando maior incidencia de atelectasias netas regi6es; e a
configuragao da caixa toracica combinada a inser~ilo do diafragma.
15
Dentre as fisiol6gicas incluem a diminuig80 da complacencia, as padr6es
respiratorios irregulares, 0 aumento da frequencia respiratoria ao inves da
prolundidade para compensar as diliculdades respiratorias; a natureza das libras
museu lares do diafragma; 0 grande aumento no trabalho respirat6rio durante 0
sona no periodo de movimento rapido dos olhos (REM) secunda rio a diminuiry80
do tonus postural.
Segundo Bertoncelio et al. (1998), em um estudo realizado no Hospital
Universitario de Santa Maria (HUSM), crianl'8s de 0 a 2 anos representaram
cerea de 70% dos casas de disturbios respirat6rios, situac;ao que vai ao encontro
do presente estudo, onde 74,35% da amostra encontra-se neste grupo eta ric, ou
seja, neonatos e lactentes,
Em relac;ao ao sexo dos componentes da amostra a figura 02 evidencia
que 33 crianyas, au seja, 42,30% pertencem ao sexo feminino e, que 45 crianryas,
correspondentes a 57,70%, sao do sexo masculino
FIGURA 02 - Distribuic;iio dos 78 pacientes conforme 0 sexo
Portanto, 0 sexo masculino toi 0 mais acometido por doenc;as respirat6rias,
condic;ao compativel ao perfil cHnico de crian~s menores de cinco anos com
infecc;ao respirat6ria aguda do Hospital Universitario Julio Muller da Universidade
Federal do Mato Grosso (UFMT), no periodo de outubrol1996 a levereirol1997,
onde a proporc;ao foi de 1F:1,2M. A amostra em questao evidencia uma
ProPor9aode 1F:1,36M.(Botelho & Duarte,2000)
16
De acordo com a figura 03, pneumonia, broncopneumonia, 8sma e
bronquiolite fcram as principais causas de interna~o hospitalar. Islo nos permite
salientar a grande incidencia (55,15%) de pacientes com pneumonia; tambern
aparece como destaque 0 alto fndice de broncopneumonia (34,60%); seguidos de
03 (3,85%) pacientes com associa980 de asma e broncopneumonia; 02 (2,55%)
com diagnostico de bronquiolite e Qutros 2,55% com 8sma associ ada apneumonia e apenas 01 paciente (1,30%) internado com diagnostico de asma.
FIGURA 03 - Distribui,ao da amostra conforme 0 diagnostico medico
CPNM
DBep
CPNM+Asma
CBCP+Asma
• Asrna
BBQLT
Segundo Zhang et al. (1999), em um estudo retroativo, num periodo de 18
anos, as internac;oes par pneumonia permaneceram na faixa de 48,9% a 30,7%,
seguidas de indices inferiores a 5% para a bronquiolite e valores entre 5,49% a
14,7% para as casas de asma. E importante salientar que nos ultimos 5 anos da
realiz8980 deste estudo, 0 Indice de asma caiu para 10,6% do total das
internac;6es hospital ares.
Em rela980 a pneumonia, bronquiolite e asma, quando comparados os
dados acima aos encontrados na amostra percebe-se uma semelhanr;a entre as
populac;6es estudadas. Uma vez que se pode considerar 57,70% da amostra
como portadora de pneumonia e 7,70% de asma.
4.2- Caracteristicas da interna~aohospitalar
Os dados relaeionados as caracteristicas da internac;ao referem-se ao
tempo de internaC;80 hospitalar, a intervenC;80 fisioterapeutica, aos prineipais
sintomas e aspectos da ausculta pulmonar no momenta da internaC;8o e da alta.
Primeiramente, a figura 04 apresenta a duraC;80 da internaC;80 hospitalar em dias.
FIGURA 04 - Dislribui~o dos pacienles conforme 0 lempo de interna~o
Em relaC;80 ao fator tempo de internaC;80 a maior parte da amostra,
correspondente a 46,15% dos pacientes, permaneeeu ate 5 dias hospitalizada;
seguida de 24 pacientes, ou 30,75%, com ate 3 dias de interna~o; 12 pacientes
(15,40%) internados por ate 7 dias e 06 pacientes, 7,70% da amostra,
eompletaram ate 10 dias de internaC;80 hospitalar.
Quanto a dura9ao da interna9ao hospitalar, Freitas & Colling (1998)
colocam que dentre as pacientes internados na Unidade Pediatrica do HUSM, em
1997, os que permaneceram por urn menor peri ado de tempo foram aqueles
acometidos por doenc;as respirat6rias, sendo que 60% receberam tratamento
elinico e fisioterapeutico associ ados durante todo a periodo que permaneceram
hospitalizados.
Essa constataC;80 leva a crer que a intervencyao precoce e a
abordagem combinada do tratamento empregado podem prevenir
eomplicac;oes elinicas, melhorar a funcyao respiratoria e favorecer 0 processo
de desenvolvimento global da crianc;a, uma vez que esta e dotada de
17
CAte 3 dias
DAte 5dias
DAte 7 dias
DAte 10dias
16
significativas particularidades anatomicas e fisiologicas; alem de diminuir 0
tempo de interna~o hospitalar.
A analise conjunta das figuras 05 e 06 permite atentar para a realiz8g<30 de
fisioterapia respiratoria, os dados expressos na figura 05 mostram que 53,85% da
amostra foi submetida ao tratamento de fisioterapia respirat6ria em nivel
hospitalar, enquanto que 46,15% absteve-se dessa terapia.
FIGURA 05 - Distribuig8.o da amostra conforme a realiz8gao de fisioterapiarespirat6ria
Pelos dados expostos na figura 06, das 42 crianc;.as com interveng30 da
fisioterapia respiratoria hospitalar, apenas 04 fcram encaminhadas, no momenta
da alta, para continuidade do tratamento fisioterapeutico em nivel ambulatorial, 0
que corresponde a pequena parcela de 9,50% da populaC;8o em estudo.
FIGURA 06 - Distribui,ao dos 42 pacientes para continuidade do tratamento.
19
A fisioterapia respirat6ria e indicada nas situ890es em que ocorre acumulo
de secreg80 traqueobronquica, repercuss6es gasometricas desfavoraveis e
alterac;oes radiologicas, sinais caracteristicos de problemas com a depurayao
ciliar, com a ventilagao au a mecanica respirat6ria. Esses dadas, juntamente com
a avaliaC;8o, fornecem indicat;6es especificas para justificar a intervenc;ao
lisioterapeutica (Dominguez & Kamiyama in Kopelman et a/., 1998).
Marujo in Kudo et a/. (1994) enlatiza a importancia da lisioterapia
respiratoria para melhor evolur;ao das doenC;8s pulmonares pediatricas.
Quanta ao encaminhamento para a fisioterapia respirat6ria ambulatorial,
urn levantamento feito com 20 crianC;8s com diagn6stico elinico de bronquiolite
encaminhadas para esls nivel de assistencia, identificou que dos 50% dos
pacientes que abandonaram a tratamento, 40% apresentaram recidivas seguidas
de interna96es hospital ares e aqueles que concluiram a terapeutica ate sua alta
nao loram recidivantes (Teles, 2000).
Para tanto, se faz necessaria sensibilizar a populacao, incluindo tambem
profissionais da saude, para ag6es profilaticas e educativas em saude,
principalmente no que se refere a populagao infantil que determina uma resposta
sistemica diferente a doenga e exige, entao, medidas de tratamento especiais.
Na figura 07, distribuem-se 42 criangas conforme ° numero de sess6es da
intervengao fisioterapeutica, onde se observa que 54,75% tiveram ate 05 sess6es:
seguidas de 30,95% com ate 10 sessoes; 11,90% com no maximo 15
atendimentos e apenas 2,40% que correspondem ate 20 sess6es.
20
DAte 5 sess6esDAte 10 sess6es
DAte 15 sess6esII Ate 20 sess6es
FIGURA 07 - Distribui980 dos 42 pacientes submetidos a fisioterapia respirat6riaconforme 0 numero de sess6es realizadas
Na analise da FIgura 08 encontram-se os dad as relacionados com 0 inicio
da intervenC;8o fisioterapeutica e 0 dia da internaC;80 correspondente. Entre 0
primeiro e 0 segundo dia de internaC;80, 78,55% da amostra iniciou 0 tratamento,
seguidos de 14,30%, 4,75% e 2,40% nos terceiro, quarto e quinto dias de
internac;ao, respectivamente.
FIGURA 08 - Distribui980de 42 pacientes em rela980 ao dia de inicio dafisioterapia respirat6ria
Pelo exposto, nas figuras 07 e 08, percebe-se a necessidade e a
preocupar;80 de urn inieia concomitante da abordagem clinica e fisioterapeutica.
A concretizayao mais precoce da intervenc;ao fisioterapeutica, junto aos
pacientes pediatricos, pode interferir no tempo de interna98o, reduzindo-o e dessa
mane ira beneficiando a criantya em diversos aspectos.(Colling & Freita
Bertoncello et al. 1998).
Analisando a tabela 01 e a representa~80 dos dados relacionados com a
sintomatologia apresentada no momenta da avaliat;80 de admissao e na alta
hospitalar, segundo a figura 09, permite compreender a evOlut;80 das doenc;as
respiratorias caracterfsticas da amostra.
TABELA 01 - Compara980 entre os sintomas e sinais apresentados pela
amostra conforme 0 dia da internat;80 e 0 dia da alta hospitalar
SINTOMAS E SINAIS INTERNACAO ALTATosse urnida irnprodutivaFebreObstruryao nasal (respiraryaa ruidasa)DispneiaV6rnitosGernenciaPalidezTaquipneiaTiragensProstrayaoTosse secaTasse produtivaBom estado geral (BEG)
65 83,30% 27 34,60%65 83,30%09 11,50%14 17,95%03 3,85%10 12,80%5 6,40% 02 2,55%06 7,70%04 5,10%01 1,30%01 1,30%
01 1,30%48 61,55%
Fonte: Autora
100% DTosse urnida.~ %
90% ~ c.o Febre.Obstrucao nasal
80% I.. ~ .•',. ,Ii. iiJ:; DOispnEHa
70% '~~". 1~ )~ 'y... DVomitos60% ". " ~ DGemencia50% , i'i " ElPalidez40%
'''i .if . I"" ." ,: .. t,,· ..· )"'i'" OTaquipneia30% DTiragens20% " .Prostracaol1.:lIn-..10% DTosse seca
0% .. I' .- CTosse produtivaInterna~ao Alta IJBEG
FIGURA 09 - Compara9BO entre os sintomas e sinais apresentados pel a amostraconforme 0 dia da interna9ilo e 0 dia da alta hospitalar
22
Enquanto a tosse umida improdutiva e a febre fcram sintomas
apresentados par 83,30% das crian98s no dia da internayao, apenas 34,60%
delas ainda apresentavam este tipo tosse no momento da alta e estavam afebris
ha pelo menes 24 a 48 haras; criteria este utilizado na Unidade Pediatrica do
hospital em questao para alta hospitalar, conforme a doen9a do paciente. A
taquidispneia acometeu 25,65% da amostra. A preseny8 deste sintoma retrata
nada mais que a dificuldade para respirar, apesar do percentual inferior a febre e
a tosse; e importante para a detecc;::ao precoce dos cases de pneumonia.
Conforme Botelho & Duarte (2000), este sinal associ ado as tiragens ou retra90es
foram adotados pela Organiza9ao Mundial da Saude (OMS) como 0 mais
prov8vel e melher indicador de necessidade de iniciar a administra9ao de
antibi6tico. Nos estudos de Shan et 81 apud Botelho & Duarte (2000), a taquipneia
aeirna de 40 inspirayoes par minuto e considerada a sinal mais precoce e a
tiragem intercostal 0 indicativo de maior gravidade.
Os dados expostos mostram-se semelhantes aos obtidos par Botelho &
Duarte (2000), onde a tosse e febre aparecem com 80,40% e 81,90%
respectivamente, e a dlficuldade para respirar esta em 20,40% dos casos.
Do mesmo modo, as peculiaridades auscultatorias apresentadas pelas
crian9as que compuseram a amostra encontram-se na tabeJa 02 e estao
representadas na figura 10.
TABELA 02 - Compara9ao da ausculta pulmonar dos pacientes que compuserama amostra com rela9ao ao dia da interna9ao e 0 dia da altahospitalar
AUSCULTA PULMONAR INTERNACAO ALTAEstertores ereptantesRoneosSibilosMV rudeMV diminuidoEstridor laringeoMVRD
35 20,10%47 27,00%49 28,15%26 14,95%12 6,90%03 1,75%02 1,15%
04 4,75%21 25,00%09 10,70%09 10,70%01 1,20%01 1,20%39 46,45%84 100%TOTAL 174 100%
Fonte: Autora
23
DMVRD[] Estridor laringeo
oMV diminuido
fDMVrudeCSibilosCJRoncoso Estertores creptantes
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
FIGURA 10 - Compara~ao da ausculta pulmonar dos pacientes que compuserama amostra com relag80 ao dia da internagao e 0 dia da altahospitalar
Conlorme a observa~o da tabela 02 e a representa~ao dos dados na
figura 10, 98,85% da amostra apresentavam alterac;oes na distribui980 da
ventilag80 e/ou ruidas advenHcios na ausculta pulmonar no dia da internag8o,
indica reduzido a 53,60% dos casas na alta hospitalar. Do mesma modo apenas
1,15% das crianC;8s apresentavam murmurio vesicular regularmente distribufdo
(MVRD) na avalia~o da admissao e 46,45% tinham esta caracteristica no
momento da alta.
Pode-S8 considerar ainda a alta incidencia de raneos e estertores
creptantes que vern ao encontro com a maior numero de pneumonias e
broncopneumonias no diagnostico clinico da amostra estudada.
Conlorme Marcondes (1998), estertores creptantes, localizados ou dilusos,
mostram 0 grau do comprometimento parenquimatoso na broncopneumonia, e
acrescenta que nas pneumonias lobares ou segmentares este tipo de ruido
adventicio e mais raro.
Ja para Cuello et al. (1993), os roncos sao audiveis nos pacientes com
pneumonia e tambem a diminuiC;8o do murmurio vesicular (MV). Este ultimo
caracteriza 6,90% da ausculta pulmonar no dia da internaC;8o e 1,20% na alta.
24
A alta incidencia de sibilos na ausculta pulmonar das crian,as, acredita-se
estar relacionado ao diagn6stico clinico de broncopneumonias, presente em
34,60% dos pacientes e tambem a idade da amostra inferior a 3 anos
corresponder a 74,35%, considerando que a diagnostico de 85ma e confirmado,
entre outros fatores, com idade igual au superior aos 3 anos.
Conforme Barauna & Delarosa (2000), a diagnostico de asma e definido
rna is clararnente durante a crise, situ8c;ao em que as sinais e sintomas fieam mais
pronunciados, portanto, tornando-s8 prejudicada 0 diagnostico nos periedos da
intercris8. Outro aspecto relevante, considerado pel os autores, esta no fato das
crianc;;as nao expressarem com exatidao a sintomatologia caracteristic8. 08
mesma forma, enfatiza que a 8sma pode desenvolver-se nos primeiros anos de
vida porem a diagnostico fica dificultado pelas peculiaridades inerentes da faixa
eta ria. E, cancluindo, acrescenta que a indu~o da crise apesar de agressiva e
uma conduta medica ainda muita utilizada para determina~o do diagnostico.
o II Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (1998), considera a tosse
naturna, apos exercicios, rir au chorar; intervalos $em sintomas, res pasta
adequada a broncadilatadores inaladas au nebulizadas, his tori a pessaal au
familiar de atopia au crise sem rela~o com a virus sincicial respiratorio como
caracteristicas sugestivas de asma em crianyas pequenas.
A evalu~aa da doen9a em lactentes e crian~as que sibilam par infecyaa
viral apresenta dais padroes clinicos distintas: a remissao das sintamas na idade
preMescalar e a persistencia da asma na infancia.
5. CONSIDERAyOES FINAlS
Os resultados obtidos atraves deste estudo contemplaram as seus
objetivos e permitem as seguintes conclus5es:
a faixa elaria mais acometida par disturbios respirat6rios foi de 1 mes a 2
anos de ida de, ou seja, laetentes, eorrespondendo a 71,80% da amostra;
o sexo de maior incidencia na amostfa rai a masculino com 57,70%;
o disturbio respiratorio de maior comprometimento roi a pneumonia, em
55.15% dos casos, seguido de broneopneumonia em 34,60%;
quanta ao tempo de interna~o hospitalar a maior parte das criangas,
46.15%, permaneeeu por ate 5 dias hospitalizada;
o indice de interven<;ao fisioterapeutica ficou em torna de 53,85% dos
pacientes, sen do que destes apenas 5,20% fcram encaminhados para a
fisioterapia respirat6ria ambulatorial a tim de dar continuidade a este tipo de
tratamento;
houve significativa preocupa<;8.o em iniciar precocemente 0 tratamento de
fisioterapia: 38,10% no primeiro dia de internac;c3o e 40,45% no segundo;
quanto ao numero de sess6es de fisioterapia realizadas, 54,75% da amostra
recebeu ate 5 sess5es;
dentre os sintomas e sinais apresentados a tosse umida improdutiva e a
febre acometeram 83,30% das crianc;as na avaliaC;80 da admiss80 e apenas
26
34,60% del as ainda apresentavam tosse, porem com menor freqOencia, no
momenta da alta;
na alta hospitalar 61,55% das crian9as estavam em born estado gera1 sem
apresentar nenhum sinal ou sintoma de disfunc;ao respiratoria;
quanta a ausculta pulmonar inicialmente 98,85% dos casas apresentavam
ruidas adventlcios au murmurio vesicular rude e/au diminuido, situa980 que
reduziu para 53,60% no dia da alta hospitalar. Sibilos, rancos e estertores
creptantes fcram, respectivamente, as ruidos adventicios de maior
incidencia.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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28
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TELES, P.C. Fisioterapia preventiva e publica como urn fator de intervenyaoprecoce da bronquiolite: analise do Centro de Saude Vila dos Comerciarios emPorto Alegre, Revista Brasileira de Fisioterapia, Sao Carlos: UniversidadeFederal de Sao Carlos, v. 04, n. 03, setembro/2000. p. 88.
ZHANG, L, D'AvILA, Nildo E.M.; SANTOS, J.C.D.; FERRUZZI, C.D.; CHITOLlNA,J., COSTA, M.G.C. A tend,mcia das hospitalizayoes por crises de asma emcrianyas em urn periodo de dezoito anos. Jarnal de Pediatria, v. 75, n. 04, julho-agosto/1999. p. 249.
ANEXO
30
ANEXO UNICO
CARACTERIZACAo DO PACIENTE PEDIATRICO PORTADOR DE
ENFERMIDADES RESPIRATORIAS
1. Dados de Identifica~ao:
1.1Idade: _
1.2Sexo: F() M(
1.3Diagnoslico medico:
2. Caracterlsticas da Interna~ao:
2.1 Dura<;iio da inlerna<;iio:
) ale 3 dias
) ale 5 dias
) ale 7 dias
) ate 10 dias
) ate 14 dias
) mais de 15 dias
2.2 Realizac;ao de fisioterapia respiratoria hospitalar:
2.2.1 ( ) Niio
2.2.2 ( ) Sim Numero de sess6es: _
Data de in;cio: _
2.3 Encaminhamento para fisioterapia respiratoria ambulatorial:
2.3.1 ( ) Niio
2.3.2 ( ) Sim
31
INTERNA<;;AO
2.4 Principias sintomas/sinais da crian9a nos dias da internayEio e alta:
ALTA
) tosse seea
) tosse umida improdutiva
) tosse produtiva
) febre
) obstruy8o nasal) outro Qual _
2.5 Ausculta pulmonar:
INTERNA<;;AO
) MVRD) Sibilos _) Estertores _) Roncos) MV Rude) MV diminuido
) tosse seea
) tosse umida improdutiva
) tosse produtiva
)febre
) obstruy8o nasal
) outro Qual _
ALTA
MVRDSibilos = _Estertores _RoneosMV RudeMV diminuido