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1 Curso de Fitoterapia Aplicada Capítulo 8. Sistema tegumentar Índice Introdução......................................................................................................... 1 Principais plantas usadas no tratamento de úlceras crônicas....................... 2 Melissa officinalis.............................................................................................. 3 Casearia sylvestris ........................................................................................... 4 Curcuma longa ................................................................................................. 6 Cocos nucifera.................................................................................................. 7 Echinacea purpurea ......................................................................................... 8 Arctium lappa.................................................................................................... 9 Centella asiatica ............................................................................................. 12 Sambucus nigra.............................................................................................. 14 Achillea millefolium ......................................................................................... 15 Brosimum gaudichaudii .................................................................................. 17 Calendula officinalis........................................................................................ 18 Copaifera langsdorfii....................................................................................... 21 Lippia origanoides .......................................................................................... 23 Stryphnodendron adstringens......................................................................... 25 Caesalpinia ferrea .......................................................................................... 27 Aloe vera ........................................................................................................ 29 Referências .................................................................................................... 30 Introdução As doenças da pele podem ser classificadas, de maneira bastante geral, em três grandes grupos: doenças inflamatórias, doenças infecciosas, e úlceras crônicas. O tratamento das doenças inflamatórias da pele é feito com plantas com atividade anti-inflamatória e tropismo pela pele. As doenças infecciosas da pele podem ser causadas por bactérias, fungos e vírus, em sua maioria. As plantas que tratam essas doenças possuem atividade antibacteriana, antifúngica e antiviral, além de atividade anti-inflamatória. O tratamento das úlceras crônicas de pele (úlceras de pressão, úlceras vasculares ou ligadas ao diabetes) respeitando-se o mecanismo de cicatrização e o estágio da ferida. A cicatrização pode ocorrer por primeira intenção (bordas regulares e justapostas), segunda intenção (bordas regulares porém afastadas), ou por terceira intenção (bordas irregulares e não coaptadas). A cicatrização ocorre em três fases: fase inflamatória ou defensiva, fase proliferativa ou fibroblástica, e fase de maturação ou remodelação. Os fatores que interferem na cicatrização são fatores locais (temperatura, infecção, tecidos necróticos, inflamação) e fatores do hospedeiro (imunidade, estado nutricional, diabetes). Em uma ferida pode haver um ou mais tipos de tecidos: Tecidos viáveis: o Tecido de granulação o Fibrina

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Curso de Fitoterapia Aplicada Capítulo 8. Sistema tegumentar

Índice Introdução......................................................................................................... 1

Principais plantas usadas no tratamento de úlceras crônicas....................... 2Melissa officinalis .............................................................................................. 3Casearia sylvestris ........................................................................................... 4Curcuma longa ................................................................................................. 6Cocos nucifera .................................................................................................. 7Echinacea purpurea ......................................................................................... 8Arctium lappa.................................................................................................... 9Centella asiatica ............................................................................................. 12Sambucus nigra .............................................................................................. 14Achillea millefolium ......................................................................................... 15Brosimum gaudichaudii .................................................................................. 17Calendula officinalis ........................................................................................ 18Copaifera langsdorfii ....................................................................................... 21Lippia origanoides .......................................................................................... 23Stryphnodendron adstringens......................................................................... 25Caesalpinia ferrea .......................................................................................... 27Aloe vera ........................................................................................................ 29Referências .................................................................................................... 30

Introdução As doenças da pele podem ser classificadas, de maneira bastante geral, em

três grandes grupos: doenças inflamatórias, doenças infecciosas, e úlceras crônicas. O tratamento das doenças inflamatórias da pele é feito com plantas com

atividade anti-inflamatória e tropismo pela pele. As doenças infecciosas da pele podem ser causadas por bactérias, fungos e

vírus, em sua maioria. As plantas que tratam essas doenças possuem atividade antibacteriana, antifúngica e antiviral, além de atividade anti-inflamatória.

O tratamento das úlceras crônicas de pele (úlceras de pressão, úlceras vasculares ou ligadas ao diabetes) respeitando-se o mecanismo de cicatrização e o estágio da ferida.

A cicatrização pode ocorrer por primeira intenção (bordas regulares e justapostas), segunda intenção (bordas regulares porém afastadas), ou por terceira intenção (bordas irregulares e não coaptadas).

A cicatrização ocorre em três fases: fase inflamatória ou defensiva, fase proliferativa ou fibroblástica, e fase de maturação ou remodelação. Os fatores que interferem na cicatrização são fatores locais (temperatura, infecção, tecidos necróticos, inflamação) e fatores do hospedeiro (imunidade, estado nutricional, diabetes).

Em uma ferida pode haver um ou mais tipos de tecidos: • Tecidos viáveis:

o Tecido de granulação o Fibrina

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• Tecidos inviáveis o Esfacelo: tecido residual presente em feridas contaminadas que

necessita de remoção para uma boa evolução do ferimento. Quando não removido retarda o processo de cicatrização e pode evoluir para necrose.

o Necrose: tecido completamente morto e escurecido. Deve ser removido.

Os objetivos do tratamento de uma úlcera crônica incluem: limpeza, desbridamento (químico ou mecânico), controle da infecção e controle da umidade e da temperatura. Em geral, os medicamentos fitoterápicos usados topicamente em feridas crônicas devem ser trocados a cada 2 semanas. Principais plantas usadas no tratamento de úlceras crônicas

• Desbridantes – Alternanthera brasiliensis (agripina) – Calendula officinalis (calêndula) – Kalanchoe brasiliensis (folha-da-fortuna)

• Antissépticos – Pyrostegia venusta (cipó-de-São-João) – Copaifera langsdorffii (copaíba) – Lippia sidoides (alecrim-pimenta) – Melaleuca alternifolia (Maiden & Betche) Cheel (melaleuca)

• Anti-inflamatórios – Calendula officinalis (calêndula) – Sambucus australis (sabugueiro) – Achillea millefolium (mil-folhas) – Centella asiatica (centelha asiática)

• Cicatrizantes – Stryphnodendron adstringens (barbatimão) – Kalanchoe brasiliensis (folha-da-fortuna) – Caesalpinia ferrea (pau-ferro) – Calendula officinalis (calêndula) – Symphytum officinale (confrei) – Aloe vera (babosa)

• Estimulantes da proliferação vascular – Centella asiatica (centelha asiática) – Rosmarinus officinalis (alecrim)

• Hidratante – Óleo de girassol

Muitas das informações contidas neste capítulo são extraídas do Manual prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais (Pereira et al., 2010) e do Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza (Pereira et al., 2014).

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Melissa officinalis

ESPÉCIE: Melissa officinalis L.

Esta planta já foi apresentada nos capítulos de doenças do sistema endócrino e do sistema nervoso. COMENTÁRIOS:

Um extrato aquoso de Melissa officinalis e os compostos fenólicos ácido cafeico, ácido p-coumárico e ácido rosmarínico foram investigados quanto à sua atividade antiviral contra o vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1), tanto sensível quanto resistente ao aciclovir. O extrato de melissa não afetou a replicação intracelular do vírus, mas interagiu diretamente com as partículas virais, impedindo sua adesão às células in vitro, de forma dose-dependente. O efeito provavelmente se deve ao ácido rosmarínico. A penetração do HSV-1 nas células foi inibida em 80% e 96% para as cepas sensível e resistente ao aciclovir, respectivamente. Não houve toxicidade às células (Astani, Navid, & Schnitzler, 2014).

Extratos de melissa também foram estudados em modelos in vitro de infecção pelo HIV. O extrato apresentou alta atividade, dose-dependente, contra a infecção do HIV em linhagens de células T, macrófagos e células das tonsilas. Não houve toxicidade celular. O extrato não age depois que o vírus penetra na célula. O extrato funcionou contra vários vírions com diversos tipos de envelopes, mas não foi efetivo contra vírus sem envelope (adenovírus) (Geuenich et al., 2008). MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 2–6 mL, 1–3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).

o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). • Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

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• Droga vegetal em cápsulas – Uso oral: 250 mg, 1–3 x/dia (Pereira et al., 2014).

• Gel e creme – Uso tópico: aplicar na área afetada 3–4 x/dia (Pereira et al., 2014). Podem conter 1–2% de extrato seco ou até 20% de tintura de Melissa officinalis.

Casearia sylvestris

ESPÉCIE: Casearia sylvestris Sw. SINONÍMIA BOTÂNICA: Anavinga parvifolia Lam., Anavinga samyda C.F.Gaertn.,

Casearia affinis Gardner, Casearia attenuata Rusby, Casearia benthamiana Miq., Casearia caudata Uittien, Casearia celtidifolia de Vriese, Casearia chlorophoroidea Rusby, Casearia herbert-smithii Rusby, Casearia integrifolia Vahl ex DC., Casearia lindeniana Urb., Casearia onacaensis Rusby, Casearia ovoidea Sleumer, Casearia parvifolia Willd., Casearia samyda (P.Gaertn.) DC., Casearia schulziana O.C.Schmidt, Casearia serrulata Sw., Casearia subsessiliflora Lundell, Chaetocrater capitatus Ruiz & Pav., Chaetocrater fasciculatus Ruiz & Pav., Crateria capitata Pers., Guidonia parvifolia (Willd.) M.Gómez, Guidonia stipularis var. serrulata (Sw.) M.Gómez, Guidonia sylvestris (Sw.) M.Gómez, Samyda sylvestris (Sw.) Poir.

FAMÍLIA: Salicaceae. NOMES REGIONAIS: Guaçatonga, erva-de-lagarto e chá-de-bugre. HISTÓRICO:

Árvore originária da América tropical, ocorre espontaneamente do México até a Argentina, no Brasil é encontrada em praticamente todas as formações florestais e também no Cerrado. Uma lenda contada entre os caboclos afirma que os lagartos picados por cobra, procuram esta planta para se salvarem, ou só enfrentam as serpentes se tiverem acesso fácil a esta planta. Os índios foram os primeiros a utilizar a guaçatonga para cicatrizar feridas de pele. PARTE UTILIZADA: Folhas. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Taninos; • Flavonóides; • Saponinas;

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• Antocianosídeos; • Óleos essenciais: elemeno, copaeno, cariofileno, humuleno, germacreno-D,

biciclo-germacreno, cadinenoeespatulenol; • Outros: resinas, pigmentos e terpenos (casearia clerodeno I a VI e casearina

A a R) TROPISMO: Sistema imunológico e digestório. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Infecções virais e processos

inflamatórios. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: antiviral, cicatrizante de mucosas, anti-inflamatória e anti-histamínica. • Boca: cicatrizante de mucosas e antiviral. • Pele e anexos: cicatrizante. • Sistema circulatório: hipolipemiante e tônica cardiocirculatória. • Sistema digestório: usada nas halitoses de origem digestiva e como anti-

inflamatória intestinal. COMENTÁRIOS:

Esta planta é frequentemente associada à Melissa officinalis para o tratamento do herpes simples e do herpes zoster. Em um estudo realizado na UNICAMP, foram estudados cremes à base de tintura de Casearia sylvestris a 10% e dinamizada na DH3, comparando com cremes contendo penciclovir 1%. O estudo foi duplo-cego e envolveu 93 voluntários. Os resultados demonstraram que os cremes de Casearia sylvestris induziram a uma cicatrização significativamente mais rápida do que o creme de penciclovir (Cury & Groppo, 2005). MODO DE USAR:

• Infusão – Uso oral: 2–4 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).

• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). • Creme ou gel a 10%* – Uso tópico: passar nas lesões 3–4 x/dia.

* O gel pode ser preparado em associação com Melissa officinalis a 10%. ADVERTÊNCIAS:

Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Por ser antagonista da vitamina K, o uso prolongado pode provocar hemorragias, além de potencializar a ação dos anticoagulantes, dificultando o controle das dosagens. Para dores da coluna, a associação com Cordia curassavica (erva baleeira) potencializa o seu efeito anti-inflamatório. É indicado associar Maytenus ilicifolia (espinheira santa) no tratamento das úlceras gastroduodenais. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Pode tornar a urina viscosa, rica em sedimento e odor característico. Em dose mais elevada do que a recomendada pode causar náuseas, após algum tempo de uso.

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Curcuma longa

ESPÉCIE: Curcuma longa L.

Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório. COMENTÁRIOS:

A Curcuma longa é uma das plantas com maior potencial terapêutico que existem. Como um poderoso anti-inflamatório, pode ser usada com muita segurança em todas as doenças inflamatórias, agudas ou crônicas. É particularmente útil nas doenças inflamatórias crônicas da pele, como a psoríase (N. Arora, Shah, & Pandey-Rai, 2015; Nguyen & Friedman, 2013), além de eczemas e acne.

Pode ser usada também no tratamento de dermatites e urticária. Possui alto poder cicatrizante, podendo também ser usada em úlceras crônicas na forma de banhos ou de cremes (Akbik, Ghadiri, Chrzanowski, & Rohanizadeh, 2014; Sidhu et al., 1998). MODO DE USAR:

• Droga vegetal – Uso oral: 1 cápsula de 350–400 mg ou 1 colher de café do pó, 1–2 x/dia (Pereira et al., 2014) ou 1,5–3,0 g por dia (Micromedex [Internet], 2017). o Uso pediátrico: 1 colher de café do pó, na comida, em 1–3 x/dia.

• Decocção – Uso oral: 1,5 g em 150 mL, 2 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).

• Tintura – Uso oral: 0,1–1,5 mL (como antidispéptico) ou 1–3 mL (como anti-inflamatório), 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 1–3 x/dia (Pereira et al., 2014).

• Pomada, creme ou gel – Uso tópico: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).

• Extrato fluido – Uso oral: 10–30 gotas, 3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017). o Uso pediátrico: 0,1–0,3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia.

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• Extrato seco – Uso oral: 80–160 mg/dia (extrato etanólico 13-25:1 com etanol a 96%), em 2–4 x/dia, ou 100–120 mg/dia (extrato etanólico 5,5-6,5:1 com etanol a 50%), em 2 x/dia (BRASIL, 2018).

• Extrato seco etílico (75 a 85% de curcuminoides) – Uso oral: 1 cápsula de 670 mg, 3 x/dia após as refeições (BRASIL, 2018).

Cocos nucifera

ESPÉCIE: Cocos nucifera L.

Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório. COMENTÁRIOS:

Recentemente, pesquisas têm confirmado muitos efeitos benéficos dos produtos do C. nucifera (DebMandal & Mandal, 2011). A ação antiviral, atribuída ao monoláurico (o monoglicerídeo do ácido láurico), é de solubilizar os lipídeos e fosfolípides dos envelopes dos patógenos, causando a desintegração de suas membranas (R. Arora et al., 2011). Há também evidências de que o ácido monoláurico interfira nos sinais de transdução e de que o efeito antiviral seja através da interferência com a montagem e maturação viral (Hornung, Amtmann, & Sauer, 1994; Projan, Brown-Skrobot, Schlievert, Vandenesch, & Novick, 1994). O extrato bruto e uma de suas frações, rica em catequinas, mostrou atividade inibitória sobre o vírus herpes simples tipo 1 aciclovir-resistente (HSV-1-ACVr). Sua atividade antiviral tem sido atribuída a uma interferência na adsorção viral à célula e não na penetração viral. A atividade antiviral foi observada quando as células foram tratadas com os extratos de C. nucifera antes da infecção viral, além de os extratos serem capazes de inativar os vírus extracelulares (efeito virucida) (Esquenazi et al., 2002).

Para o tratamento de infecções virais, uma excelente combinação é a de Echinacea purpurea com Cocos nucifera.

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MODO DE USAR: • Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia, diluídas em água (Pereira et

al., 2014). • Decocção a 5% – Uso oral: 10 mL/kg/dia, em 3–4 x/dia (Pereira et al.,

2017a).

Echinacea purpurea

ESPÉCIE: Echinacea purpurea (L.) Moench

Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório. COMENTÁRIOS:

A Echinacea é um dos medicamentos fitoterápicos mais vendidos no mundo todo. O interesse moderno pela Echinacea deve-se às suas propriedades imunomoduladoras, particularmente na prevenção e tratamento das infecções das vias respiratórias superiores (IVAS). Essas propriedades já foram confirmadas por alguns ensaios clínicos de boa qualidade (Barnes, Anderson, Gibbons, & Phillipson, 2005; Shah, Sander, White, Rinaldi, & Coleman, 2007).

A atividade imunoestimulante da equinácea é dada pelas aminas lipofílicas (alquilaminas) e pelos derivados do ácido cafeico polares (por exemplo, o ácido chicórico). Esses compostos estimulam a fagocitose dos macrófagos e aumentam a mobilidade dos leucócitos. Os arabinogalactanos estimulam a produção de TNF, IL-1 e interferon beta 2 (ação virustática).

A atividade anti-inflamatória e analgésica se dão pela ação das alquilaminas. Além disto, a equinácea possui atividades bacterostáticas e fungostáticas. Vários vírus são inibidos na sua replicação pela ação da equinácea: influenza (Fusco et al.,

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2010; Pleschka, Stein, Schoop, & Hudson, 2009), herpes (Binns, Hudson, Merali, & Arnason, 2002) e da estomatite.

Para o tratamento de infecções virais, uma excelente combinação é a de Echinacea purpurea com Cocos nucifera. MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 1–2 mL, 2–3 x/dia (E. angustifolia), ou 3 mL, 3 x/dia (E. purpurea) (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).

• Infusão (planta toda) – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).

• Decocção (raízes) – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).

• Extrato seco – Uso oral: 250 mg, 1–3 x/dia (equivalente a 10–30 mg de ácido chicórico por dia) (BRASIL, 2016).

• Extrato seco (5,5 – 7.5:1) – Uso oral: comprimidos de 30 mg, 6-9 comprimidos por dia (equivalente a 200 mg de droga vegetal) (BRASIL, 2016).

• Droga vegetal (raízes) – Uso oral: 2 cápsulas, 3 x/dia (BRASIL, 2016). • Sumo liofilizado da planta inteira – Uso oral: 1 cápsula contém o

equivalente a 3 mL do sumo fresco, tomar 1 cápsula, 2–3 x/dia (BRASIL, 2018).

Arctium lappa

ESPÉCIE: Arctium lappa L.

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SINONÍMIA BOTÂNICA: Arctium chaorum Klokov, Arctium leiospermum Juz, Arctium majus (Gaertn.) Bernh, Lappa major Gaertn, Lappa vulgaris Hill. FAMÍLIA: Asteraceae. NOMES REGIONAIS: Bardana e orelha-de-gigante. HISTÓRICO:

Esta planta é utilizada desde a antiguidade para problemas dermatológicos e como “depurativo do sangue” no tratamento da sífilis. É originária da Europa e América do Norte. As raízes e folhas novas são intensamente utilizadas na culinária japonesa. As sementes, em contato com o corpo, produzem coceira lembrando a ação do pó de mico. Seu nome provém do grego arktos = veludo e lappa = agarrar (os frutos agarram no veludo). PARTE UTILIZADA: Folhas ou raízes. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Ácidos orgânicos; • Fitosterois: estigmasterol e b-sitosterol; • Polifenois: ácido cafeico, clorogênico, isoclorogênico e arctiína; • Taninos; • Mucilagens; • Resinas; • Ácidos graxos; • Sais minerais: sais de potássio, enxofre, cálcio e ferro; • Óleos essenciais: arctiol, arctinol, arctinal e arctinona; • Inulina: 30-40% da massa total da raiz, responsável pelo seu sabor

adocicado; • Outros: Guaianolídeo, lapina, trachelosídeo e lactonas sesquiterpênicas

(arctiopicrina ou germacranolido); • Nas folhas: fitohemaglutinina, compostos poliacetilênicos (polienos e poliinos); • Na raiz: vitaminas (C e B).

TROPISMO: Pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Raiz: edema e retenção de líquidos. Folhas: dermatoses e picadas de insetos. AÇÕES TERAPÊUTICAS: Raiz:

• Geral: depurativa, hipouricemiante, sudorífica, tônica, antioxidante, antisséptica, antiagregante plaquetária e anti-inflamatória.

• Sistema circulatório: cardiotônica suave, hipotensora arterial e venotônica. • Sistema digestório: aumenta o trânsito intestinal (mucilagens) e tem

atividade anticolinesterásica, colerética, colagoga e auxiliar na redução da calculose biliar.

• Sistema endócrino: hipoglicemiante (diabetes tipo 2). • Sistema nervoso: ansiolítica. • Sistema osteoarticular: anti-inflamatória. • Sistema urinário: diurética, uricosúrica e antisséptica urinária.

Folhas: • Pele e anexos: anti-inflamatória, anti-histamínica, emoliente, cicatrizante,

antisséptica, antiviral (herpes simples). COMENTÁRIOS:

As folhas da bardana possuem grande tropismo para as doenças crônicas da pele. Suas atividades anti-inflamatória, antialérgica já foram demonstradas (Chan et

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al., 2011; Knipping et al., 2008; Sohn et al., 2011). É antimicrobiana contra Streptococcus spp, Staphylococcus spp, Escherichia coli e Shigella spp, além de fungicida. MODO DE USAR:

• Decocção das raízes – Uso oral: 2,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011); ou 1,0 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Infusão das folhas – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Tintura – Uso oral: 8–12 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Potencializa o efeito de medicamentos hipoglicemiantes orais e insulina, devendo-se tomar cuidado para evitar quadros de hipoglicemia. Associar com cavalinha (Equisetum spp) para problemas renais. Para varizes, associar bardana com Hamamellis. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Pode causar irritação ocular em alguns indivíduos. Há relatos de alguns casos de hipersensibilização cutânea (dermatite de contato) com o uso externo prolongado. Doses elevadas podem causar, diarreia, convulsões e dilatação pupilar (midríase).

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Centella asiatica

ESPÉCIE: Centella asiatica (L.) Urb. SINONÍMIA BOTÂNICA: Hydrocotyle asiatica L. FAMÍLIA: Araliaceae. NOMES REGIONAIS: Centelha e centela. HISTÓRICO:

Nativa do sul da Ásia, Austrália e ilhas do Pacífico (Nova Guiné, Melanésia, Malásia). É muito utilizada em tratamentos contra a celulite, mas tem extensivo uso como planta medicinal na medicina ayurvédica e na medicina tradicional chinesa. PARTE UTILIZADA: Partes aéreas. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Triterpenos: ácido asiático, ácido madecássico; • Derivados triterpênicos: asiaticosídeo, madecassosídeo.

TROPISMO: Pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Insuficiência venosa e adiposites

(celulites). AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: desintoxicante, anti-hemorrágica, tônica e antiespasmódica.

• Pele e anexos: cicatrizante de fissuras da pele, regulador da produção de colágeno, anti-inflamatória, analgésica nas queimaduras, antisséptica e antipruriginosa.

• Sistema circulatório: reguladora da circulação venosa, diminui a fragilidade capilar, vasodilatadora periférica nas doenças vasculares, hipotensora suave, ativadora da microcirculação e dos capilares inativos.

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• Sistema endócrino: ativadora das glândulas adrenais, aumentando sutilmente os níveis de glicocorticoides e mineralocorticoides endógenos e hipolipemiante.

• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória e analgésica.

• Sistema respiratório: antitussígena. COMENTÁRIOS:

Entre os usos desta planta que são apoiados por dados clínicos, incluem-se: tratamento de feridas, queimaduras, e prevenção da formação de queloides e cicatrizes hipertróficas. Seus extratos possuem propriedades cicatrizantes. Também tem sido usada no tratamento de úlceras gastroduodenais induzidas por estresse (WHO, 2004). MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). • Extrato – Uso oral: 36 a 144 mg de derivados triterpênicos totais expressos

em asiaticosídeo (BRASIL, 2014). • Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a). • Creme ou gel a 10%

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

O uso desta planta em altas doses pode potencializar o efeito de hipoglicemiantes e hipolipemiantes. O uso concomitante desta planta com anti-inflamatórios e corticoides interfere negativamente no seu papel de reparador tecidual. Para o tratamento de varizes e hemorroidas associar com Ginkgo biloba, Aescullus hyppocastanum, Vitis spp, ou Hamamellis. Para ulcerações cutâneas, associar com calêndula (Calendula officinalis) e confrei (Symphytum officinale). EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Em doses habituais, não produz nenhum efeito colateral. Em sobredosagem ou intoxicações pode provocar náuseas, vômitos, irritação gástrica, hipotensão arterial, depressão do sistema nervoso central, sonolência, sedação e cefaleias. Pode causar fotossensibilização cutânea. Evitar em casos de hipercolesterolemia familiar grave, pois pode aumentar os níveis de colesterol no início do tratamento (descrição de alguns casos).

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Sambucus nigra

ESPÉCIES: Sambucus nigra L.

Esta planta já foi apresentada no capítulo sobre o sistema respiratório. COMENTÁRIOS:

Esta planta, devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antialérgicas, e pelo fato de ser uma planta “fria,” ela é extremamente útil em quadros onde a pele encontra-se inflamada e quente. Exemplos incluem dermatites, urticária, exantemas, etc.

Algumas considerações: a planta é ideal para pessoas com “energia fria” que ficam suando com frequência. Na Medicina Chinesa, reduz calor e água: refrescante. É uma planta que “limpa” todo o organismo, regulando metabolismo.

A combinação com Achillea millefolium é muito eficiente. MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 10–25 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).

o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014). • Infusão – Uso oral: 3 g em 150 mL, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em

150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b). o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Infusão – Uso externo: 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos ou gargarejos 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Creme e gel

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Achillea millefolium

ESPÉCIE: Achillea millefolium L. SINONÍMIA BOTÂNICA: Achillea alpicola (Rydb.) Rydb., Achillea arenicola A.

Heller, Achillea borealis Bong., Achillea gigantea Pollard, Achillea lanulosa Nutt., Achillea laxiflora Pollard & Cockerell, Achillea megacephala Raup, Achillea nigrescens (E. Mey.) Rydb., Achillea occidentalis (DC.) Raf. ex Rydb., Achillea pacifica Rydb., Achillea pecten-veneris Pollard, Achillea puberula Rydb., Achillea rosea Desf., Achillea subalpina Greene, Achillea sudetica Opiz.

FAMÍLIA: Asteraceae. NOMES REGIONAIS: Mil em rama e mil folhas. HISTÓRICO:

Originária da Europa, bem adaptada ao Brasil, cresce espontaneamente nos campos, é frequentemente cultivada para fins medicinais. O nome científico Achillea tem origem grega, surgiu a partir das lendas de Homero, segundo estas o guerreiro Aquiles, ao ser ferido durante a Guerra de Tróia, foi visitado por um deus grego que lhe indicou o uso de folhas da planta para interromper o sangramento. Dioscórides usava esta espécie para ferimentos com sangramento. O nome millefolium (mil folhas) é alusivo aos inúmeros folíolos de suas folhas.

Mais de 50 variedades são encontradas nesta espécie, portanto os quimiotipos podem apresentar diferentes composições químicas, podendo haver variação nos efeitos terapêuticos. PARTE UTILIZADA: Folhas e sumidades floridas. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

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• Óleos essenciais: azulenos (20-50%), ß-pineno, cariofileno, 1,8-cineol, traços de tuiona, pineno, limoneno, canfeno, sabineno, linalol, terpinen-4-ol, alcanfor, mentol, eugenol, camazuleno e derivados do guaianolídeos;

• Flavonoides: luteolina, artemetina, rutina, apigenina, casticina e artemetina; • Ácidos cafeico, clorogênico, salicílico, valeriânico e fórmico; • Lactonas sesquiterpênicas: leucodina, deacetilmatricina, milefina e dihidro-

partenolídeo; • Aquileína (betonicina); • Coleína; • Traços do heterosídeo cianogênico prunasosídeo; • Esterois: fitosterol (beta-sitosterol); • Minerais e vitaminas (C); • Taninos; • Glicosídeos amargos; • Outros: aminoácidos; ácidos graxos; betaína; traços de cumarinas; compostos

nitrogenados como estaquidrina e fenólicos como pirocarboxílico TROPISMO: Pele e sistema digestório. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios, alérgicos e

cólicas em geral. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: anti-inflamatória (azuleno), antisséptica (cineol), hemostática (principalmente nas hemorragias do aparelho digestório), cicatrizante (taninos), antiespasmódica intestinal e uterina (flavonoides), diaforética, adstringente (prozuleno), analgésica, antitérmica, antitumoral e antialérgica.

• Boca: antisséptica, anti-inflamatória e cicatrizante.

• Sistema circulatório: antitrombótica e venotônica.

• Sistema digestório: eupéptica (aquilicina), antidiarreica, colerética (lactonas sesquiterpênicas), hepatoprotetora, carminativa e antiespasmódica.

• Sistema nervoso: analgésica nas cefaleias vasculares (enxaquecas) e tensionais.

• Sistema reprodutor: reguladora hormonal e menstrual, emenagoga e fitoprogestagênica na menopausa.

• Sistema respiratório: antitussígena, expectorante, fluidificante de secreções e antisséptica das vias aéreas superiores.

• Sistema urinário: diurética (terpinen-4-ol) e antisséptica urinária. COMENTÁRIOS:

A A. millefolium apresenta propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias na pele, sendo muito útil em vários tipos de doenças cutâneas inflamatórias e alérgicas (Akkol, Koca, Pesin, & Yilmazer, 2011; Bader, Martini, Schinella, Rios, & Prieto, 2015; Pain et al., 2011; Pirbalouti, Koohpayeh, & Karimi, 2010). Quando combinada com Sambucus spp, seu efeito é potencializado. MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 5 mL, 3 x/dia, entre as refeições ou 2–4 mL, 3–4 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).

o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). • Infusão – Uso oral: 1–2 g em 150 mL, 3–4 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em

150 mL, 2–3 x/dia; ou uso externo em bochechos, gargarejos, compressas ou banhos de assento (Pereira et al., 2017b).

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o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b). • Creme ou gel a 10% – Uso externo: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia.

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Pode potencializar a ação dos anticoagulantes e hipotensores. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Aumenta a secreção de suco gástrico. Pode causar dermatite, pela presença de lactonas sesquiterpênicas, em até 50% dos pacientes. Doses elevadas podem provocar náuseas, vertigens, cefaleias e diminuir o limiar convulsivo (tuiona). Deve-se usar no máximo por 2 ou 3 meses, com intervalos mínimos de 15 dias.

Brosimum gaudichaudii

ESPÉCIE: Brosimum gaudichaudii Trécul SINONÍMIA BOTÂNICA: Alicastrum gaudichaudii (Trécul) Kuntze, Brosimum

glaucifolium Ducke, Brosimum pusillum Hassl. FAMÍLIA: Moraceae. NOMES REGIONAIS: Mamica de cadela e mamacadela. HISTÓRICO:

É um arbusto nativo do cerrado brasileiro (Centro-Oeste). O princípio ativo encontrado na planta é uma furocumarina, o "bergapteno", presente nas raízes, cascas e frutos verdes. É utilizado principalmente no tratamento de vitiligo e outras doenças que causam despigmentação. PARTE UTILIZADA: Casca da raiz. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Furocumarinas • Psoraleno • Bergapteno

TROPISMO: Pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Vitiligo. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

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• Geral: depurativa. • Pele e anexos: estimulante da repigmentação da pele.

COMENTÁRIOS: O Bergapteno, furocumarina encontrada em cascas, raízes e frutos verdes da

Mama-cadela é um princípio ativo já bem conhecido, sendo utilizado (em combinação com as vitaminas A, B1 e B6) no tratamento do vitiligo e outras doenças que causam despigmentação na pele. Ainda que os estudos científicos a respeito dessa substância não estejam concluídos, de fato vem-se observando a repigmentação de áreas afetadas por vitiligo através de seu uso. Alguns laboratórios goianos, paulistas e do Distrito Federal estão elaborando comprimidos, extratos, tinturas, pomadas e cremes com base nesta planta, que é também recomendada em estados natural na forma de chás (Santana, Paula, & Rosa, 2012). MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). ADVERTÊNCIAS:

Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Não há dados na literatura. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Em doses acima das recomendadas pode apresentar hepatotoxicidade. Recomenda-se interrupções periódicas do uso a cada 60 dias, suspendendo durante 15 dias. Pode provocar fotossensibilização.

Calendula officinalis

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ESPÉCIE: Calendula officinalis L. SINONÍMIA BOTÂNICA: Calendula aurantiaca Kotschy ex Boiss., Calendula

eriocarpa DC., Calendula hydruntina (Fiori) Lanza, Calendula prolifera Hort. ex Steud., Calendula × santamariae Font Quer, Calendula sinuata var. aurantiaca (Klotzsch ex Boiss.) Boiss., Caltha officinalis (L.) Moench

FAMÍLIA: Asteraceae. NOMES REGIONAIS: Calêndula e mal-me-quer. HISTÓRICO:

Originária da Europa meridional, muito bem adaptada em países tropicais, inclusive no Brasil. Planta utilizada como ornamental e medicinal, as flores foram muito utilizadas em lesões de soldados feridos na primeira e segunda guerra mundial. Seu nome provém do latim ‘Kalendulae’, que significa o primeiro dia do mês no calendário romano. PARTE UTILIZADA: Flores. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Flavonoides (0,5%): quercetina, quercetinoglicosídeo, narcisina e derivados do isorramnetol;

• Óleos essenciais (0,2%): geranilacetona, mentona e isomentona, carvona, alfa e beta-ionona, flavoxantina, xantofila, crisantemaxantina, aurocromo, mutacromo, flavocromo, lupeol, pedunculatina e dihidroactinidiólico;

• Princípios amargos (calendina ou calendeno); • Terpenos (mono, di e tri); • Outros: resinas; mucilagens; ácidos orgânicos; saponinas (6%);

Nas flores: • Calendulosídeos A, D, D2, F, ácido oleanóico, vitaminas, minerais

(principalmente Ca e Si), ésteres colesterínicos, matérias corantes, taninos, polissacarídeos (galactanas: ramno-arabino-galactanos), pectinas, ácidos fenolcarboxílicos, ácido málico, alcoóis triterpênicos (faradiol, taraxasterol, arnidiol, lupol), gomas (calendulina), esteróis (sitosterol, estigmasterol, isofucosterol, campesterol),ácidosalicílico,cumarinase alantoína;

• Carotenoides: calendulina, caroteno, licopeno, rubixantina e violaxantina. TROPISMO: Pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios da pele e

mucosas. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: antisséptica, anti-inflamatória, antialérgica, antioxidante, antiviral e cicatrizante.

• Boca: anti-inflamatória da mucosa oral e gengival e cicatrizante.

• Pele e anexos: antisséptica, antiacne e anti-inflamatória.

• Sistema circulatório: hipolipemiante, hipotensora suave, venotônica e anti-hemorrágica.

• Sistema digestório: colagoga e colerética, antiespasmódica das vias biliares e anti-inflamatória intestinais.

• Sistema imunológico: imunomoduladora. • Sistema nervoso: sedativa suave, analgésica nas cefaleias. • Sistema reprodutor: reguladora menstrual e emenagoga e antiespasmódica.

• Sistema urinário: antisséptica e anti-inflamatória das vias urinárias. COMENTÁRIOS:

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Existem várias evidências na literatura de que a calêndula é capaz de atenuar as lesões de pele induzidas por radioterapia (D. Arora, Rani, & Sharma, 2013).

Em um estudo randomizado, aberto, controlado, a aplicação de um produto contendo calêndula foi superior à vaselina no tratamento de queimaduras de 2o e 3o graus (Lievre et al., 1992).

Em um estudo piloto aberto, não controlado, 30 pacientes com queimaduras foram tratados por 14 dias com hidrogel contendo 10% de extrato de calêndula. Os sintomas locais melhoraram significativamente (Baranov, 1999).

Em 34 pacientes com úlceras vasculares em membros inferiores, a aplicação de um produto contendo calêndula, comparado com solução salina, resultou em redução de 42% da área total de úlceras, havendo epitelização total em 7 pacientes. No grupo controle, a área total de úlceras reduziu em apenas 14,5% (Duran et al., 2005). MODO DE USAR:

• Tintura a 20% – Uso externo: diluir de 2 mL (BRASIL, 2018) até 25 mL (BRASIL, 2016) de tintura em 100 mL de água, e realizar bochechos ou gargarejos, 2–4 x/dia; ou diluir 1 parte da tintura em 3 partes de água e aplicar sobre a pele por meio de compressa, 2–4 x/dia, removendo após 30–60 minutos (BRASIL, 2018).

• Infusão – Uso externo: 1–2 g em 150 mL, aplicar com auxílio de algodão sobre o local afetado, ou fazer bochecho ou gargarejo, 3 x/dia (BRASIL, 2011, 2016); ou 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos, gargarejos, compressas ou banhos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Gel a 10% – Uso externo: aplicar na área afetada, 3 x/dia (BRASIL, 2016). • Creme ou pomada – Uso externo: aplicar na área afetada, 3 x/dia, nos

casos de eczemas, ou 1 x/dia, nos casos de feridas, a formulação contendo 10% do extrato glicólico (BRASIL, 2016).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Não há dados na literatura. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Em alguns casos pode provocar náuseas ou vômitos e diarreia, quando em uso interno prolongado e ou doses mais elevadas.

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Copaifera langsdorfii

ESPÉCIE: Copaifera langsdorffii Desf. SINONÍMIA BOTÂNICA: Copaiba langsdorfii (Desf.) Kuntze, Copaifera nitida Mart. ex Hayne, Copaifera sellowii Hayne. FAMÍLIA: Fabaceae. NOMES REGIONAIS: Copaíba e pau-d’óleo. HISTÓRICO:

"Copaíba" e "copaibeira" vêm do termo tupi kupa'iwa . "Pau-de-óleo" é uma referência ao óleo extraído de seu caule. De eficácia já comprovada, pelo uso experimental, por grande parte das comunidades nativas da Amazônia, começa a ter suas propriedades terapêuticas alardeadas em toda a parte. Tem origem no caule da árvore. O óleo de copaíba é um fabuloso bactericida e anti-inflamatório, sendo indicado para uso externo. Seu uso interno (ingestão) ainda é controverso, e está sendo pesquisado principalmente pela Universidade Federal do Acre. É utilizada tradicionalmente pelos nativos da Amazônia, internamente (com restrições) e externamente, no tratamento de ferimentos, inflamações e infecções, entre outros. PARTE UTILIZADA: Óleo fixo. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Óleos voláteis • Serquiterpenos (mais de 50%) • Diterpenos: ácido caurenoico (anti-inflamatório e antimicrobiano) • Ácidos terpênicos • Cariofileno (anti-inflamatório)

TROPISMO: Sistema imunológico e pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos inflamatórios em geral e

das vias urinárias. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: anti-inflamatória, cicatrizante e antisséptica e analgésica.

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• Pele e anexos: anti-inflamatória, antisséptica, secativa, cicatrizante e antifúngica.

• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória e analgésica. • Sistema respiratório: anti-inflamatória das vias aéreas, antitussígena e

expectorante. • Sistema urinário: antisséptica das vias urinárias e diurética.

COMENTÁRIOS: A atividade cicatrizante da C. langsdorfii foi estudada em modelos animais. A

aplicação de óleo em concentração de 4% resultou em maior contração da ferida quando comparada ao grupo controle (Paiva, Cunha, et al., 2002).

O ácido caurenoico, presente na C. langsdorfii, foi avaliado em modelo de colite em ratos. O uso oral resultou em proteção da mucosa à lesão induzida pelo ácido acético, mostrando o potencial anti-inflamatório desta planta (Paiva, Gurgel, et al., 2002).

Em modelos animais de feridas cutâneas, a administração de C. langsdorfii resultou em intensa atividade antioxidante e anti-inflamatória local (de Lima Silva et al., 2009), além de favorecer a angiogênese e acelerar a viabilidade de auto-enxertos (Estevão et al., 2013).

A atividade antifúngica do óleo também foi investigada in vitro e confirmada

contra Trichophyton mentagrophytes e Trichophyton rubrum, mas não contra Microsporum canis ou Microsporum gypseum, que são fungos causadores de dermatofitoses (Zimmermam-Franco et al., 2013). MODO DE USAR:

• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014). • Creme e gel – Uso externo: aplicar na área afetada, 3 x/dia (BRASIL, 2011).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Não há dados na literatura. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Pode provocar problemas gástricos por intolerância ou sensibilidade individual. Alguns casos de hipersensibilidade (“eritema copálico”) foram descritos na literatura, sendo necessária a suspensão do uso (RICHARD, 2001). A superdosagem pode provocar náuseas, vômitos, diarreia, cólicas intestinais e exantemas.

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Lippia origanoides

ESPÉCIE: Lippia origanoides Kunth SINONÍMIA BOTÂNICA: Lippia origanoides var. sampaionis Herter, Lippia berteroi Spreng, Lippia microphylla Benth, Lippia schomburgkiana Schauer. FAMÍLIA: Verbenaceae. NOMES REGIONAIS: Alecrim pimenta, alecrim-de-tabuleiro e estrepa-cavalo. HISTÓRICO:

Planta utilizada secularmente pelo nordestino para infecções em geral e gripe. O óleo essencial das folhas é utilizado por agricultores desde o início do século XX para combater a saúva Atta opaciceps. PARTE UTILIZADA: Folhas. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Óleos essenciais (2-5%): timol, carvacrol, cineol, terpineol, lapachenol, felandrenos, cariofilenos, p-cimeno e mirceno, entre outros;

• Flavonóides (luteolina 7-O-b-D-glicosídio) e flavona ( circimaritina); • Quinonas: naftoquinonas; • Ácido vanílico; • Fitosteroides. • No caule: seis quinonas (lapachenol, tectol, acetato do tectol, tecomaquinona

I, tectoquinona e lippisidoquinona) e o esteróide b-sitosterol; flavonóides (quercetina, luteolina e taxifolina); o glicosídio do ß-sitosterol; ácido vanílico e ácido oleanólico e lignana (isolariciresinol).

• Nas raízes: as quinonas tecomaquinona I e isocatalponol TROPISMO: Pele e mucosas. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Processos infecciosos de pele e

mucosas. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: antisséptica potente, antifúngica, moluscicida e anti-inflamatória. • Boca: antisséptica. • Pele e anexos: antisséptica e antifúngica. • Sistema reprodutor: antisséptica tópica.

COMENTÁRIOS: A atividade antibacteriana e antifúngica da L. origanoides foi investigada in

vitro. Esta planta apresentou atividade antimicrobiana importante, inibindo o crescimento de diversas bactérias Gram positivas e fungos (Pinto et al., 2013),

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incluindo um efeito sinérgico com antibióticos contra Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) (Medeiros Barreto et al., 2014). Um ponto importante é que variações sazonais não comprometem a atividade antimicrobiana, podendo ser coletada durante o ano todo (Sarrazin et al., 2015). MODO DE USAR:

• Tintura – Uso externo: após higienização, aplicar 10 mL da tintura diluída em 75 mL de água, com auxílio de algodão, 3 x/dia; ou fazer bochechos ou gargarejos com 10 mL da tintura diluída em 75 mL de água, 3 x/dia (BRASIL, 2011, 2016, 2018).

• Infusão – Uso externo: 2–3 g em 150 mL, fazer bochechos e/ou gargarejos, 2–3 x/dia (BRASIL, 2011, 2016); ou 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos, gargarejos ou banhos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Gel a 10% – Uso externo: aplicar nas áreas afetadas, 1–3 x/dia (BRASIL, 2011, 2016).

• Sabonete líquido – Uso externo: durante o banho, aplicar na área afetada, deixando o sabonete em contato por 10 minutos. Lavar com água corrente (BRASIL, 2011, 2016).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Não há dados na literatura. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Não há dados na literatura.

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Stryphnodendron adstringens

ESPÉCIE: Stryphnodendron adstringens (Martius) Coville SINONÍMIA BOTÂNICA: Acacia adstringens Mart., Mimosa barbadetimam Vell., Mimosa virginalis Arruda, Stryphnodendron barbatimam Mart. FAMÍLIA: Fabaceae. NOMES REGIONAIS: Barmatimão. HISTÓRICO:

Planta nativa do Cerrado usada industrialmente pela indústria de curtição de couro. O nome deriva do termo indígena “Iba Timó”, que significa “árvore que aperta”. PARTE UTILIZADA: Entrecascas. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Taninos condensados (até 40%); • Prodelfinidinas (precursores dos taninos condensados); • Prorobinetinidinas; • Proantocianidina dimérica; • Galocatequina; • Epigalocatequina; • Outros: goma, matéria corante, sacarose e dextrose

TROPISMO: Pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Ulcerações cutâneas em geral, em

especial úlceras de pressão. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: cicatrizante, hemostática, anti-inflamatória e antisséptica. • Pele e anexos: cicatrizante, venotônica, escabicida e pediculicida.

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COMENTÁRIOS: Em um estudo clínico, a eficácia de uma pomada contendo 3% de

fitocomplexo fenólico de S. adstringens na cicatrização de úlceras de decúbito foi investigada em 27 pacientes com 51 úlceras. Em média a cicatrização das lesões de grau I e II ocorreu num período de 3 a 6 semanas e as de grau III entre 10 e 18 semanas. Durante a realização do estudo 100% das lesões tratadas com o medicamento cicatrizaram completamente (Minatel et al., 2010). MODO DE USAR:

• Creme ou pomada a 5–10% – Uso tópico: após a limpeza da área afetada, passar o produto, 1–3 x/dia, e cobrir com gaze (BRASIL, 2011, 2016).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Potencializa os efeitos cicatrizantes e antissépticos da calêndula (Calendula officinalis), para uso tópico, diminuindo o tempo de tratamento, principalmente de úlceras varicosas. Plantas ricas em taninos não devem ser usadas junto com plantas ricas em alcaloides, pois são incompatíveis. Nos quadros de úlceras de pressão, associar com Curcuma longa, Curcuma zedoaria ou Bixa orellana. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Não há dados na literatura.

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Caesalpinia ferrea

ESPÉCIE: Caesalpinia ferrea Mart. SINONÍMIA BOTÂNICA: Apuleia ferrea (Mart.) Baill., Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)

L. P. Queiroz. FAMÍLIA: Leguminosae-Caesalpinoideae. NOMES REGIONAIS: Pau ferro e jucá. HISTÓRICO:

Esta planta, conhecida no Brasil como pau-ferro ou jucá, é encontrada também na Bolívia. Sua madeira é muito usada para fabricação de instrumentos musicais, pisos e mobiliário. PARTE UTILIZADA: Cascas e frutos sem sementes. CONSTITUINTES QUÍMICOS:

• Ácidos graxos: linoleico, palmítico, esteárico e elaídico. • Terpenoides • Compostos fenólicos: taninos condensados e hidrolisáveis, chalconas,

cumarinas, flavonoides, saponinas, esteroides. • Polissacarídeos

TROPISMO: Sistema endócrino e pele. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Diabetes mellitus, processos

inflamatórios em geral e infecções bacterianas e fúngicas.

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AÇÕES TERAPÊUTICAS: • Geral: cicatrizante e hemostática, antianêmica e anti-inflamatória. • Boca: anti-inflamatória da mucosa oral e faríngea (na forma de gargarejos). • Sistema circulatório: tônica cardíaca. • Sistema digestório: anti-helmíntica (ancilostomídeo), antidiarreica (taninos) e

anti-hemorroidária (na forma de creme ou pomada). • Sistema endócrino: hipoglicemiante (principalmente os frutos).

COMENTÁRIOS: Um estudo pré-clínico em caprinos foi realizado para investigar os efeitos

desta planta em feridas cutâneas. As feridas tratadas com a pomada de C. ferrea apresentaram cicatrização mais precoce e menor crescimento bacteriano do que as do grupo controle (Oliveira et al., 2010).

Diversas atividades biológicas já foram confirmadas em ensaios em animais e in vitro: anti-inflamatória, analgésica, antimicrobiana (antibacteriana e antifúngica), antidiabética e antioxidante. Como antimicrobiana, é eficaz contra um grande número de bactérias e fungos, incluindo espécies de Candida e de Aspergillus (Magda Rhayanny & Luiz, 2015). MODO DE USAR:

• Gel com extrato glicólico do fruto a 5% – Uso externo: aplicar no local afetado, até 3 x/dia (BRASIL, 2011).

• Decocção – Uso externo: 0,5 g em 150 mL, fazer bochechos, gargarejos ou banhos, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).

• Pomada ou creme com tintura das cascas e frutos a 10% – Uso externo: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Não há dados na literatura. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Não há dados na literatura.

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Aloe vera

ESPÉCIE: Aloe vera (L.) Burm. f. SINONÍMIA BOTÂNICA: Aloe barbadensis Mill, Aloe chinensis (Haw.) Baker, Aloe

perfoliata var. vera L., Aloe vulgaris Lam. FAMÍLIA: Xanthorrhoeaceae. NOMES REGIONAIS: Babosa e aloe. HISTÓRICO:

O nome Aloe é originário do hebraico “halal”, que significa “amargo”, e o termo vera advém do latim, significando “verdadeira”. Muito usada na antiguidade, inclusive fazia parte dos segredos da Cleópatra para manter sua beleza, ela usava a babosa no cuidado de sua pele e cabelos, e daí o apelido como “planta da beleza”. Também no Egito antigo era usada em cultos religiosos com finalidade medicinal e também na conservação de múmias. Os judeus também envolviam seus mortos em lençol embebido com o suco da babosa para retardar a putrefação. Dioscórides utilizava a babosa nos casos de gastrites, alopécias, queimaduras e manchas. Esta planta é originária da África e está aclimatada no Brasil há mais de cem anos PARTE UTILIZADA: Parênquima da folha fresca (gel mucilaginoso) especialmente

colhida após a floração. Antes da colheita, deixar a planta por 7 dias sem irrigação, e ao colher escolher as folhas mais antigas..

CONSTITUINTES QUÍMICOS: • Derivados antracênicos livres (1%) e combinados com glicosídeos (aloína,

emodina, barbalodina, aloquilodina, aloetina e aloinose); • Barbaloína (20%); • Ácido crisofânico (0,1 a 0,6%); • Aleosona; • Polissacarídeos: manose, ramnose, galactose e glucomananos; • Sais minerais (K, Na, Cl, Ca, Mn, Mg, Cu, P e Fe); • Vitaminas (A, B1, B2, B6, C e E);

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• Outros: aminoácidos, enzimas catalases, amilase, oxidase, celulase, carboxi-peptidase e bradicinase, resinas, óleos essenciais, aloeferon, ácido pícrico, mucilagens, acemanana, salicilatos, lactato de magnésio, hidrocromonas, saponinas esteroidais e lectinas.

TROPISMO: Pele e mucosas. PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Queimadura térmica de 1º e 2º grau. AÇÕES TERAPÊUTICAS:

• Geral: ação anti-inflamatória e analgésica importante para uso local (traumas, bursites, picadas de insetos), antisséptica, antifúngica, antiviral (principalmente herpes) e regenerador celular.

• Boca: analgésica a antisséptica de úlceras orais. • Pele e anexos: cicatrizante, umectante, emoliente, anti-alérgica, antisséptica,

promove proliferação neovascular e o crescimento tissular, pode ser usado na psoríase, em eczemas, na erisipela e no líquen plano, antipruriginoso e anti-inflamatório, protege a pele da dermatite por irradiação ionizante; cicatrizante nas ulcerações do diabético.

• Sistema osteoarticular: antiartrítico; analgésico na fibromialgia, síndrome da fadiga crônica, entorses e contusões.

COMENTÁRIOS: A Aloe vera foi comparada com a sulfadiazina de prata no tratamento de

lesões de queimadura em ratos. As lesões tratadas com A. vera apresentaram cicatrização melhor e mais rápida do que as lesões tratadas com sulfadiazina de prata (Akhoondinasab, Akhoondinasab, & Saberi, 2014).

Em pacientes, a A. vera também foi superior à sulfadiazina de prata tanto na rapidez da cicatrização quanto no alívio da dor (Shahzad & Ahmed, 2013). MODO DE USAR:

• Gel ou pomada a 10% – Uso externo: aplicar nas áreas afetadas, 1–3 x/dia (BRASIL, 2011, 2016).

ADVERTÊNCIAS: Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado

para gestantes e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:

Não há dados na literatura. EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:

Pode retardar a cicatrização das feridas profundas. Em caso de intoxicação ou superdosagem, o tratamento deve ser realizado com carvão ativado após lavagem gástrica, e bicarbonato de sódio, além de suporte hidroeletrolítico. As preparações não padronizadas contendo glicosídeos antraquinônicos devem ser evitadas, uma vez que que seu efeito farmacológico é imprevisível, podendo causar fortes cólicas abdominais e diarreias.

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