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Capítulo 11 A Presença da Ciência e Tecnologia na Mídia Impressa Paulista

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Capítulo 11

A Presença da Ciência e Tecnologia na MídiaImpressa Paulista

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Sumário

Introdução ................................................................................11-3

1. Contexto Histórico ............................................................... 11-4

2. A Tensão Mídia-Ciência .......................................................11-4

3. C&T nos Jornais Paulistas ...................................................11-6

4. Análise das Informações de C&T nos Jornais Paulistas .....11-64.1. Espaço ocupado pelas notícias ............................................... 11-64.2. Emissão da informação ............................................................11-9

4.2.1. Origem das fontes ..........................................................11-94.2.2. Tipos de fontes de informação .....................................11-104.2.3. Informação por área do conhecimento ........................ 11-114.2.4. Autores da notícia ........................................................ 11-12

4.3. Transmissão da informação ................................................... 11-134.3.1. Localização espacial da notícia .................................. 11-134.3.2. Enfoque e gênero jornalístico ...................................... 11-144.3.3. Protagonistas ............................................................... 11-14

5. Conclusões ........................................................................11-15

Referências Bibliográficas .....................................................11-17

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Opapel fundamental exercido pela mídia na democracia, ao informar apopulação sobre os acontecimentos do cotidiano sócio-político-econômicodo país, é uma questão sobre a qual hoje não pairam dúvidas. Mais do que

isso, as concepções de democracia e cidadania � esta última, conseqüência direta daprimeira � pressupõem o direito de o público ser bem informado sobre notícias edecisões que afetam sua vida. �E, já que a pesquisa em C&T mobiliza grandessomas de recursos públicos, é também direito do contribuinte exigir informaçõessobre quanto, em que e para que se investe nessa pesquisa� (Pesquisa FAPESP n. 47,1999)1.

Nesse contexto, em que são crescentes a complexidade e a velocidade dodesenvolvimento científico-tecnológico, pode-se dizer que a agenda de notícias2 sobreciência e tecnologia (C&T), apresentada pelos meios de comunicação de massa àsociedade, influencia muito a discussão, aprovação ou reprovação do direcionamentodado à pesquisa no país. Ciente disto, a comunidade científica vem, pouco a pouco,preocupando-se em divulgar o que produz, de uma forma que explicite a relevânciade seu trabalho para o desenvolvimento econômico e social brasileiro.

Há hoje uma enorme concentração de universidades e grandes centros depesquisa e desenvolvimento no Sudeste do Brasil, região responsável por cerca de70% da produção científico-tecnológica brasileira, sendo 50% proveniente do estadode São Paulo (ver capítulo 6 deste volume). Por outro lado, é bom lembrar que maisda metade dos títulos da imprensa brasileira está reunida na mesma região (Melo,1998). Isso evidencia a importância de conhecer o que a imprensa � especialmentea paulista � publica sobre a área de ciência e tecnologia.

O objetivo deste capítulo é analisar as informações sobre C&T que foramapresentadas à opinião pública pelos meios de comunicação de massa na últimadécada e verificar se tais informações refletiram o que estava sendo produzido pelacomunidade científica estadual. Buscou-se identificar quais tópicos de ciência etecnologia foram noticiados e como se deu essa difusão, avaliando se houve ênfasena divulgação da produção nacional. Foram também investigadas as áreas doconhecimento que se destacaram na mídia, as fontes geradoras de informações e osprincipais protagonistas das notícias.

Para levantar os dados necessários a tal análise, realizou-se um estudo quecobriu a veiculação de cinco jornais produzidos no estado de São Paulo, na últimadécada: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil, Correio Popular (regiãode Campinas) e ValeParaibano (região do Vale do Paraíba).

A proposta teórica deste trabalho considerou a força de agendamento dosveículos (influência que a publicação de matérias sobre C&T pode exercer sobre osrumos da pesquisa de um país); o papel do receptor de informação como atorsocial; e a compreensão da notícia como resultado de um complexo processo denegociação e construção, nos termos definidos por Latour e Woolgar (1997), Knoor-Cetina (1981) e Velho (1997)3.1 Esta declaração foi enfatizada num documento elaborado na Reunião Regional de Consulta da América Latina eCaribe da Conferência Mundial sobre a Ciência, em Santo Domingo, na República Dominicana, realizada em março de1999. Nesse texto, ressaltou-se que a democratização da ciência postula três grandes metas: a ampliação do número depessoas beneficiadas diretamente com os avanços da ciência e da técnica; a expansão do acesso à ciência, entendidacomo componente central da cultura; e o controle social da ciência e da tecnologia e sua orientação a partir de opçõesmorais e políticas coletivas. O documento reconhece também que o apoio e a legitimidade social das atividades científicase tecnológicas dependem, em grande medida, de sua efetiva atenção à satisfação das necessidades básicas da população.2 Para maiores discussões sobre a importância e influência da agenda de notícias dos meios de comunicação na sociedadever Shaw (1979); McCombs e Shaw (1993) e Sousa (1999).3 Ainda que eles tratem, especificamente, do processo de construção da ciência, a metodologia utilizada para acompreensão dos objetos estudados e as proposições dela resultantes podem ser adaptadas a pesquisas sobre outrosaspectos da vida social.

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Este capítulo está dividido em cinco seções.A primeira faz um breve retrospecto histórico dadifusão da C&T na mídia impressa do país,especialmente nas últimas décadas. A tensão mídia-ciência é discutida no segundo tópico, que abordaaspectos relacionados às dificuldades de diálogoentre a comunidade científica e a classe jornalísticae as possíveis formas de eliminar as barreiras decomunicação existentes entre esses dois interlo-cutores. A terceira seção trata do perfil dos cincojornais selecionados para a realização deste estudo,bem como dos critérios usados para sua escolha.Os indicadores da presença de C&T nos veículospesquisados são apresentados na quarta seção, queanalisa informações referentes ao espaço ocupadopelas notícias do setor científico-tecnológico, aorigem e os tipos das fontes de informação easpectos de sua transmissão, entre outros itens. Oquinto tópico faz um apanhado dos principaisresultados revelados pela pesquisa.

1. Contexto Histórico

Um trabalho sobre a difusão da ciência e datecnologia através da imprensa e em periódicosespecializados afirma que, nas últimas décadas doséculo XIX, houve uma notável expansão davulgarização científica no Brasil, comparável à que jáacontecia na Europa e nos Estados Unidos (Figuerôae Lopes, 1997). O texto ressalta que limitações comoo alto índice de analfabetismo e a reduzida capacidadedo país para fazer face ao investimento em ciência etecnologia não restringiram, nos jornais e periódicos,o interesse por informações científicas4. No caso deSão Paulo, sugere-se que esse interesse, em parte, podeser explicado pelo fato de os jornais terem apoiadoprojetos políticos embasados em pressupostoscientíficos, que ajudaram a consolidar a elite cafeeira.

No levantamento feito em dois jornais, O Estadode S. Paulo e O Correio Paulistano, o trabalho mencionadoarrola os temas de ciência que mais apareceram noinício do século XX: saúde pública e medicina,geologia e mineração, e astronomia. O primeiro, emdecorrência das epidemias que atormentavam osbrasileiros naquela época, envolvendo discussõessobre vacinas e doenças tropicais. O segundo itemdevido, em grande parte, às matérias sobre geografiae geologia, transcrições de artigos de Theodoro

Sampaio e Orville Derby publicados na Revista doInstituto Histórico e Geográfico. O interesse por temas deastronomia, por sua vez, relacionava-se com apassagem do cometa Halley, em 1910.

A institucionalização da ciência no Brasil sóocorreu, porém, depois da Segunda Guerra. No restodo mundo, vivia-se o auge da big science. Por aqui,criaram-se os primeiros fundos universitários depesquisa, o Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(Capes). Em 1961 foi fundada a FAPESP e apareceramas primeiras editorias de ciência nos grandes jornais,como a seção Atualidade Científica, no Estado de S. Paulo,e a Periscópio, na Folha.

O Jornalismo Científico só ganhou corpo noBrasil, de forma sistematizada, a partir dos anos 70.Todos os chamados grandes jornais criaram emantiveram editorias de ciência e tecnologia. Nos anos80, foram realizados os primeiros congressos daAssociação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC)e, na mesma época, o CNPq encomendou a primeira(e única até hoje) pesquisa sobre o que o brasileiropensa da ciência e da tecnologia. Os númerossurpreenderam, não só a comunidade científica, mastambém o governo e os empresários do setor decomunicação: 52% da população consideraram o paísatrasado em termos de C&T e 71% revelaram interessepor assuntos de ciência (CNPq/Mast-Gallup, 1987).

Nesse momento, duas grandes discussõesganhavam corpo no interior da comunidade científicae entre os jornalistas. A primeira, já respaldada empesquisas acadêmicas, questionava a prevalência, namídia, da ciência produzida na Europa e, principalmente,nos Estados Unidos, em detrimento da ciência nacional.A segunda, referia-se à relação entre cientista e jornalista,que se tornava cada vez mais tensa e, algumas vezes,impeditiva e comprometedora: impossível divulgarciência, com qualidade, partindo do pressuposto de queo cientista não confiava no jornalista e vice-versa. Nopróximo item serão aprofundados alguns aspectos dessatensão, cujo entendimento é imprescindível à com-preensão do modelo de gerenciamento estratégico dainformação científica que se defende.

2. A Tensão Mídia-Ciência

Durante muito tempo debateu-se o desinteresseda mídia pela produção científica nacional. E, nessadiscussão, pelo menos duas hipóteses ganharam força.

4 Na verdade, a primeira restrição se reflete no pequeno número de pessoasque lêem jornais no país.

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 5

A primeira delas, de natureza econômica: os empre-sários da comunicação não investiam na cobertura dosfatos científicos e tecnológicos produzidos no paísporque custava caro. Uma editoria de ciência requeria,além de profissionais especializados, estrutura própria,e não sinalizava retorno comercial em curto prazo. Deoutro lado, agências internacionais garantiam fartomaterial de ciência a baixo custo.

A segunda hipótese, embora não exclua aquestão econômica, não faz dela seu determinante. Oponto de partida aqui é a formação do jornalista. Agrande maioria hoje tem apenas o curso de graduaçãoe pouca ou quase nenhuma experiência em pesquisa.Os cursos de comunicação, com raríssimas exceções,apóiam sua grade curricular na técnica, em detrimentode conteúdos mais elaborados. Mesmo os que incluema disciplina Jornalismo Científico na grade obrigatórianão têm professores, pelo menos com especializaçãona área, para ministrá-la. Apenas três ou quatrouniversidades brasileiras oferecem cursos de pós-graduação nessa disciplina ou em DivulgaçãoCientífica para Público Leigo. Considerando essequadro, a conclusão parece óbvia: não se divulgaciência porque não se tem conhecimento sobre ciência.É esse desconhecimento que mantém as universidades,centros e institutos de pesquisa ainda ausentes ouocupando um lugar secundário na relação de fontesdos jornalistas.

Há ainda outra discussão sobre a relação mídia-ciência: a que trata da tensão entre jornalistas epesquisadores, uma tensão que se situa, também, noâmbito da formação (ou da falta de formação). Acomunidade científica teme a divulgação de suaprodução e cria dificuldades para estabelecer diálogocom a mídia sob a alegação de que os jornalistas nãosabem escrever sobre ciência. Por sua vez, osjornalistas, agindo na defensiva, também não seaproximam da comunidade científica. As abordagenspara a interpretação desse estranhamento sãodiferentes. Há autores que privilegiam a simplificaçãorealizada na transposição para a linguagem jornalísticae o conseqüente abandono do jargão científico comofatores que levam o pesquisador a afastar-se do textojornalístico, acostumado que está com linguagem epúblico especializados (Burkett, 1990). Um outro autorvai além, ao considerar que a divulgação de notíciascientíficas descontextualizadas da produção científicapode levar o público a fazer deduções indevidas sobreo sentido e significados de determinadas linhas deinvestigação (Trachtman,1997). Para Kreinz (2000), o

problema não é a simplificação da linguagem, mas ofato de que a comunicação pública da ciência na mídiaestá sujeita às regras da ideologia de mercado.

Um dos mais antigos divulgadores da atividadecientífica no Brasil, José Reis, admite a existência denumerosas barreiras entre a descoberta e o conhe-cimento científico, de um lado, e sua comunicação eabsorção pelo público, de outro. Porém, ressalta quea divulgação criteriosa em qualquer que seja o veículoda mídia comercial, mais do que fornecer informaçõese interpretações sobre o progresso da ciência e datecnologia, contribui para familiarizar o público leigocom a natureza do trabalho da ciência e a vida dopesquisador (Reis, 2000).

Apesar dessas tensões, que tornam ainda maisdinâmica a relação mídia-ciência, considera-se que osmeios de comunicação impressos ou eletrônicos aindasão os canais mais eficientes para a popularização daciência. Em primeiro lugar, porque atingem pessoasde diferentes níveis sócio-culturais. Para ter uma idéia,a tiragem da Folha de S. Paulo, aos domingos, chegaperto de um milhão de exemplares, o que equivalemais ou menos a 0,5% da população brasileira. Épouco, mas nenhuma revista científica ou dedivulgação científica chega perto dessa tiragem. Háainda o aspecto da circulação: tais revistas mal chegamàs universidades. Para os jornais, há uma banca emcada esquina.

Em segundo lugar, mesmo considerando asacusações graves de que a linguagem da mídia égeneralista, sensacionalista, fragmentada, descon-textualizada e simplificada em excesso (Oliveira, 1992;Trachtman, 1997), trata-se de algo que pode sertrabalhado em favor da ciência. É pela mídia que grandeparte das informações científicas chega às escolas e étambém por ela que os professores se informam,principalmente os de primeiro e segundo graus.Destaca-se, por exemplo, que mais de 70% dosprofessores da rede pública, responsáveis pela disciplinaEducação Ambiental, têm como fonte de informaçõesos meios de comunicação (Bortolozzi, 1999).

Por fim, o alcance dos veículos é outro aspectoque precisa ser considerado. Estudo sobre a gestão deinformação científica e tecnológica nas universidadesmostra que a divulgação científica para público leigo éum indicador de vantagem competitiva para elas (Sousae Santos, 2000). No caso estudado, da Universidade deTaubaté (Unitau), em São Paulo, matérias publicadasna mídia regional e nacional sobre as pesquisas alidesenvolvidas proporcionaram a essa instituição novas

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parcerias, contatos importantes com empresas e atébolsas para dar continuidade aos seus projetos.

Tudo isso faz crer que a mídia, principalmente aimpressa, pode ser um poderoso instrumento depopularização da ciência nos termos definidos naconvenção de Santo Domingo5. Não vai aqui umaapologia aos meios de comunicação, mas um re-conhecimento de sua penetração em todos os estratossociais, da sua importância política e de seu papelestratégico. A discussão agora é como qualificar e ampliara participação da ciência e tecnologia na mídia, uma tarefaque deve ser encarada com urgência pelas universidades,centros de pesquisa e agências de fomento.

Nesse aspecto, cabe ressaltar a iniciativa daFAPESP, que lançou, em 1999, o Programa José Reis deJornalismo Científico/Mídia Ciência, visando apoiar aformação de profissionais da imprensa e alunos dejornalismo, interessados em divulgação científica parapúblico leigo. O programa motivou a criação de doiscursos de pós-graduação em Jornalismo Científico noestado de São Paulo: um na Universidade de São Paulo(USP) e outro na Unitau. A especialização em JornalismoCientífico da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp) é anterior ao programa da FAPESP: a primeiraturma iniciou suas aulas em março de 1999, cerca decinco meses antes do lançamento daquele programa.

3. C&T nos Jornais Paulistas

A pesquisa de campo desenvolvida para estetrabalho destinou-se à construção de indicadores dapresença da ciência e tecnologia nos jornais �quantidade, qualidade e áreas em que o tema aparece� como insumo fundamental para o estudo do papelda divulgação científica na legitimação da atividadede pesquisa na sociedade paulista.

As fontes de dados deste estudo foram asedições de cinco jornais diários paulistas, consultadosno mês de maio6 dos anos de 1989, 1995, 1999 e 2000.Objetivou-se, com isso, o levantamento de uma sériehistórica de informações que servissem de base paraa discussão da evolução da presença da C&T na mídiaimpressa paulista na última década.

A seleção dos jornais baseou-se nos seguintescritérios: deveriam ser veículos de comunicação diária,de informação geral, editados no estado de São Paulo

e formadores de opinião pública em âmbito nacionalou regional. Foram escolhidos: a Folha de S. Paulo, OEstado de S. Paulo, a Gazeta Mercantil, o Correio Populare o Jornal ValeParaibano.

A observação recaiu sobre as unidades deinformação jornalística que relatavam fatos vinculadosao mundo da ciência e da tecnologia, examinando-seos aspectos associados à emissão da notícia e suatransmissão. A questão fundamental era verificar aevolução da presença e a distribuição de temascientífico-tecnológicos na imprensa escrita paulista,e, a partir daí, estudar a natureza da notícia científica,as fontes do noticiário científico, por meio de quaisgêneros jornalísticos a C&T torna-se notícia e quaisos protagonistas de suas matérias.

O estudo realizou-se segundo as possibilidadesoferecidas pelo método comparativo. Analisou-se cadaum dos jornais isoladamente e, em seguida, procedeu-se à comparação de uns com os outros. A identificaçãodas unidades de análise fez-se por meio de umacombinação das técnicas de pesquisa construídas porKayser e Melo. Recorreu-se, basicamente, ao referencialtestado em pesquisas anteriores sobre jornais brasileiros(Melo, 1972; 1986; Figueirôa e Lopes, 1997). Iden-tificam-se, a seguir, as características principais dosveículos selecionados para a pesquisa de campo.

4. Análise das Informações de C&Tnos Jornais Paulistas

A análise dos dados contemplou três aspectosfundamentais: o espaço ocupado pelas matérias deC&T, a emissão e a transmissão da informação.

4.1. Espaço ocupado pelas notíciasUma leitura desavisada dos números pode

conduzir a algumas ciladas. Por isso, sempre quepossível, a análise será contextualizada, para expressara compreensão que se teve do material pesquisado.Assim, por exemplo, a revelação de que o CorreioPopular sofreu, entre 1989 e 1995, uma queda doporcentual relativo à área de texto ocupada comnotícias de C&T, de 4,76 para 4,04%, encobre outraem sentido contrário, pois, nesse mesmo período,cresceu, em termos absolutos, o espaço ocupado pelaC&T, que passou de 9.625,5 cm/coluna para 12.078,0cm/coluna, um aumento de 25,5% (gráfico 11.1 etabela anexa 11.1). Nesse intervalo de tempo, os jornaispassaram por mudanças gráficas e editoriais e,principalmente, elevaram o número de páginas.

5 op.cit. (ver nota 1)6 Maio foi escolhido por ser um mês considerado típico, ou seja,tradicionalmente sem grandes e significativos eventos de C&T que pudessemdirecionar o noticiário dos veículos estudados e assim mascarar os resultadosda pesquisa.

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 7

Perfil dos jornais

Folha de S. Paulo (FSP) � Fundado em 1921.Nas últimas duas décadas, optou por tornar públicasas discussões internas que orientaram as reformasgráficas e editoriais que o transformaram no jornalde maior circulação do país. Na semana, a tiragemfica em torno 460 mil exemplares, e aos domingosvaria entre 600 mil e 1 milhão. O caderno �Brasil�, omais importante do jornal, é dedicado à coberturapolítica nacional e sua última página publicaexclusivamente temas científicos. A Folha tambémtem uma cobertura especializada em economia emantém cadernos regionais em vários estados e nointerior de São Paulo. O caderno �Mais�, aosdomingos, dedicado à cultura, reserva um espaçoconsiderável à ciência, principalmente às áreashumanas e sociais.

O Estado de S. Paulo (OESP) � É um dosjornais mais antigos da região Sudeste ainda emcirculação. Foi fundado em 1875, como A Província deSão Paulo. Na semana, a tiragem média é de 300 milexemplares, número que dobra aos domingos. OEstadão, como é mais conhecido, sofreu diversasmudanças em sua apresentação gráfica ao longo dessesanos, mas manteve-se fiel aos seus princípiosideológicos. É, assumidamente, de tendência liberal.Sofreu intervenção do Estado Novo (década de 30) e,por diversas vezes, teve suas páginas censuradas peladitadura militar, nos anos 70. Realiza ampla coberturapolítica e econômica, dedica pelo menos duas páginasa artigos opinativos, tem uma editoria de ciência e éum dos veículos que mais abre espaços para onoticiário internacional. Disputa com a Folha de S. Pauloa posição de maior jornal do país.

Gazeta Mercantil (GM) � Um dos primeirosjornais especializados em economia do Brasil,apresenta também uma ampla cobertura política.Fundado em 1920, foi revigorado em 1970, com acontratação de redatores econômicos de destaque. Suatiragem é de cerca de 100 mil exemplares, circula desegunda a sexta-feira e vem-se especializando, nosúltimos anos, na publicação de relatórios sobre odesenvolvimento econômico e tecnológico de estados,regiões e empresas. Trata-se, sem dúvida, de um dosprincipais veículos indicadores da realidade econômica

do país. Seguindo a tendência de interiorização, circulacom cadernos regionais em vários estados. Àssegundas-feiras publica o tablóide Gazeta MercantilLatino-Americana e, às sextas-feiras, o caderno especial�Fim de Semana�. Dos jornais de circulação nacionalpesquisados, é o que mais tem reservado espaço paraa divulgação de matérias ligadas à área de políticacientífica e tecnológica7.

Correio Popular (CP) � Jornal de característicaregional, fundado em 1927, tem hoje uma tiragemsuperior a 30 mil exemplares. Circula em toda a regiãocampineira e segue um modelo editorial consagradopela imprensa do interior. A política ocupa semprelugar de destaque, na seguinte ordem hierárquica:notícias locais em primeiro plano, depois as regionaise estaduais e, por último, as notícias nacionais. Acobertura econômica também ocupa posição de realce,seguindo aproximadamente a mesma hierarquia dasinformações políticas. O noticiário de cidades é o fortedo CP, que dá ênfase à prestação de serviços e aosfatos policiais. Os eventos culturais são publicados àparte, no caderno �C�. Não existe uma editoriaespecífica de C&T, mas o jornal usa alguns recursosgráficos, como subtítulos, para situar assuntos dessanatureza. Em razão da existência de duas universidadesem Campinas, cientistas escrevem freqüentementepara o jornal.

ValeParaibano (VP) � Este jornal circula nascidades do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra daMantiqueira. Fundado em 1952, tem sede em São Josédos Campos e circula de terça-feira a domingo, comtiragem média de 20 mil exemplares durante a semanae 30 mil aos domingos. A cobertura é basicamenteregional. O caderno nacional engloba política,economia e esportes. Não tem uma editoria específicade C&T, mas sempre que publica assuntos da áreaidentifica-os com subtítulos do gênero �pesquisa�,�ciência�, �tecnologia�. Nos últimos anos, seguindoa tendência nacional, tem investido na produção decadernos especiais, aproveitando a repercussão defatos e datas históricas.

7 A política de C&T trata de temas relativos ao planejamento da atividadecientífica e tecnológica, além de mecanismos voltados para o fomento de suaexecução, criação de políticas setoriais e incentivos fiscais à C&T.

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A presença das matérias sobre C&T na Folhade S. Paulo caiu porcentualmente de 2,02%, em 1989,para 1,58%, em 1995, e 1,08% em 1999; recuperoualgum espaço em 2000, quando chegou a 1,44%, nummovimento parecido ao observado nos jornais CorreioPopular e ValeParaibano (gráfico 11.1). Ainda que,durante a seqüência temporal estudada, uma ediçãodiária da Folha, por exemplo, que tinha em média 60páginas, tenha passado a 80, superando a barreiradas 200, aos domingos, o total de centímetros/colunacaiu 23% (tabela anexa 11.1). Por outro lado, éfundamental registrar que os temas de ciência etecnologia mantiveram seu status privilegiado naspáginas desse jornal, apesar de sua área porcentualter-se reduzido.

O Estado de S. Paulo seguiu movimento similarao da Folha entre 1989 e 1995: caiu de 2,79% para1,33% a ocupação porcentual de temas ligados a C&T.Houve uma ligeira recuperação em 1999, subindo para1,50%, e, em seguida, observa-se outra queda, para1,38% em 2000. Isso pode significar que algumasoutras editorias conseguiram maior presença eocuparam parte do espaço destinado às matérias deC&T nesse jornal, que se reduziu em 29% no período.Nos demais jornais selecionados a presença da C&Tcresceu consideravelmente.

Quanto à Gazeta Mercantil, que tambémrealizou mudanças gráficas e editoriais nosúltimos dez anos, registra-se um fato curioso:em maio de 1989 os temas de ciência repre-sentavam 2,08% da área de texto; em 1995 adifusão científica disparou para 4,68%; caiupara 0,68% em 1999 e em 2000 voltou acrescer, ficando acima da média inicial, com2,82% de área. Assim, com altos e baixos, apresença da C&T na Gazeta Mercantil mais doque dobrou em centímetros/coluna entre1989 e 2000 (tabela anexa 11.1). Esse jornalmantém, semanalmente, um espaço fixo paraa divulgação de informações científicas etecnológicas com influência direta nos fatospolíticos e econômicos.

A observação dos jornais regionais(ValeParaibano e Correio Popular) permite fazertrês afirmações pontuais: 1) a proximidadegeográfica das fontes de C&T (universidadese instituições de pesquisa) possibilita umarelação mais intensa com a mídia local; 2)os fatos gerados por essas fontes locais sãocompetitivos, considerando a natureza da

cobertura regional; 3) a ciência que prevalece namídia é a que tem resposta para as questões locaismais urgentes: meio ambiente, saúde, engenharia eagricultura. A presença de ciência e tecnologia noVP e no CP é maior do que nos jornais já analisadose vem se ampliando numa escala crescente. OCorreio, por exemplo, em maio de 1989 tinha 4,76%de área de texto dedicada à C&T. Em centímetros/coluna, o Correio elevou em 55% a presença denotícias sobre as atividades C&T no período.Registrou uma ligeira queda em participaçãoporcentual em maio de 1995 (4,0%) e de 1999(3,2%), mas fechou maio de 2000 com 5,1%,exibindo grande quantidade de notícias relacionadasàs demandas regionais. Entre elas, por exemplo,matérias abordando a estiagem e suas conseqüên-cias para a região: racionamento de água, incêndios,poluição, etc. No ValeParaibano a situação é parecida:em maio de 1989 tinha 1,45% de área de texto sobreC&T; manteve-se em queda em 1995 e 1999, parachegar em maio de 2000 com uma coberturabastante razoável, de 2,04%. Em centímetros/coluna o Vale registrou um aumento (com variaçõespositivas e negativas no período) de 206% dasnotícias sobre C&T entre maio de 1989 e 2000(tabela anexa 11.1).

Gráfico 11.1

Evolução porcentual da área ocupada por notícias de C&Tnos jornais paulistas selecionados - 1989-2000

6

5

4

3

2

1

0

%

1989 1995 1999 2000

Folha de S. Paulo O Estado de S. Paulo

Gazeta Mercantil Correio Popular

ValeParaibano

Veja tabela anexa 11.1

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

CP

GM

VP

FSPOESP

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 9

É importante destacar que esses dois jornaiscirculam em regiões de intensa atividade científica etecnológica. O ValeParaibano fica em São José dosCampos, onde estão o Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe), o Centro Técnico Aeroespacial(CTA), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)e a Universidade do Vale do Paraíba (UniVap).Abrange ainda uma região de grandes universidades,como a Unitau, o Centro Universitário Salesiano(Unisal) e a Faculdade de Engenharia Química(Faenquil), ambas de Lorena, além da UniversidadeEstadual Paulista �Julio de Mesquita Filho� (Unesp),nos campi de São José dos Campos e Guaratinguetá.Além disso, a região abriga um grande número deempresas de base científica e tecnológica, entre as quaisdestaca-se a Embraer, responsável por uma expressivafatia das exportações brasileiras.

O Correio Popular, com sede em Campinas, temem sua volta a Unicamp, o Instituto Agronômico deCampinas (IAC), a Pontifícia Universidade Católicade Campinas (PUCCAMP), o Laboratório Nacionalde Luz Síncrotron (LNLS), o Instituto de Tecnologiade Alimentos (Ital), a Fundação Centro de Pesquisa eDesenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), aEmpresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), além de multinacionais como a LucentTechnologies, a Motorola e a Nortel, entre outrasempresas e instituições.

Pode-se dizer então que a relação ciência-mídiaregional é mais próxima e �produtiva� (comodemonstrado nas tabelas) e, possivelmente, menostensa do que a relação ciência-mídia nacional. Éapoiada, em grande medida, pelo pragmatismo dosmeios: o potencial de mídia do �produto� ciênciaaumenta à medida que seu poder de intervenção etransformação da realidade local também aumenta.Ao divulgar ciência, os jornais regionais tambémincitam a reação de universidades e centros depesquisa, criando demandas por notícias. O jornalistaconhece o cientista ou está mais perto dele, o quefacilita o processo de construção das matérias. Nasduas regiões citadas há um ponto comum que tambémdeve ser considerado: o fascínio do mundo tecno-lógico, particularmente nos campos espacial,aeronáutico e de telecomunicações, com desenvol-vimentos de computadores, aviões e satélites, entreoutros produtos.

Essa realidade potencializa a ciência como fatonoticioso e provoca mais uma diferença significativaem relação aos grandes jornais: a origem da fonte.

4.2. Emissão da informação

4.2.1. Origem das fontesA pesquisa demonstrou que a origem da

informação publicada sobre ciência e tecnologia foipredominantemente nacional, em todos os veículosestudados. Na FSP a proporção foi de cerca de 50% eno OESP ao redor de 60% , na média do período,embora houvesse grande variação desses porcentuaisde acordo com a época tomada8 (tabela anexa 11.2).Essa proporção é quase sempre superior à detectadapelos estudos de Bueno (1985), cerca de 48%, econsideravelmente inferior ao resultado de 84%encontrado nos estudos de Melo (1991).

Em dois outros veículos pôde-se observar quehouve uma clara tendência de aumento do espaçoocupado por informações de origem nacional. NoCorreio Popular, a utilização de fontes nacionais emnotícias de C&T passou de 81%, em 1989, para 92%,em 2000, e na Gazeta Mercantil saltou de 68%, em 1989,para 85% em 2000. É auspiciosa a notícia de que aciência de origem nacional está ocupando espaçocrescente na grande imprensa, em detrimento daciência produzida internacionalmente. Na média dosperíodos selecionados a participação das fontesnacionais foi de 67% na Gazeta Mercantil e 92% noCorreio Popular (tabela anexa 11.2).

O ValeParaibano mostrou-se um caso singularnesse sentido. Quase a totalidade do material publicadonesse veículo (98% na média dos períodos sele-cionados) foi proveniente de fontes nacionais, em gerallocalizadas no Sudeste do país, privilegiandoclaramente a divulgação de acontecimentos ocorridosem sua própria região. O auge de exportaçõesalcançado pela Embraer, com grande impacto sobrea economia nacional, certamente influenciou bastanteessa preferência.

Apesar da grande variação que esses porcentuaisapresentaram nos diversos anos escolhidos para análise,existe uma ampla predominância das notícias de fontessituadas na região Sudeste, principalmente nos doisjornais regionais, CP e VP (gráfico 11.2).

O Correio Popular passou de uma média de53,2% de utilização de fontes da região Sudeste sobreo total de notícias de C&T (o que significa 65% dototal de fontes nacionais), em 1989, para 89,6% dasnotícias de C&T (97% das nacionais), em 2000 (tabela

8 Assim, o porcentual da FSP variou de 27% de notícias de fontes nacionais,em 1999, até 65% em 1995; e, no OESP, a variação foi de 55%, em 1989, até65,5% em 2000.

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Capítulo 11 - A Presença da Ciência e Tecnologia na Mídia Impressa Paulista11 - 10

anexa 11.3). Os jornais de âmbito nacional, poroutro lado, apresentaram nos últimos anos umatendência de utilização das fontes nacionais deforma melhor distribuída, buscando contem-plar fatos de todas as regiões do país (tabelasanexas 11.2 e 11.3).

A Gazeta Mercantil apresentou situaçãointermediária. Ainda assim, porém, privilegiou autilização de fontes do Sudeste, região de grandepeso na economia do país e que concentra aprodução científico-tecnológica nacional.

4.2.2. Tipos de fontes de informaçãoNa imprensa paulista, as instituições

governamentais foram as que mais contri-buíram como fontes de informação para onoticiário científico, numa taxa média quevariou entre 30% e 50 % do total delas (gráfico11.3 e tabela anexa 11.5).

Pode-se dizer que esse resultado reflete,também, o posicionamento de instituiçõescomo a FAPESP, que gerenciam a informaçãoproduzida internamente e a utilizam com visãoestratégica, estimulando a reação dos órgãosde comunicação, �vendendo ciência� nos

Gráfico 11.2

Evolução porcentual das fontes situadas na Região Sudesteem relação às fontes nacionais nas notícias de C&T dosjornais paulistas selecionados - 1989-2000

100

80

60

40

20

0

%

1989 1995 1999 2000

Folha de S. Paulo O Estado de S. Paulo

Gazeta Mercantil Correio Popular

ValeParaibano

Nota: Utilizou-se o porcentual de notícias de C&T publicadas no jornal como porcentagemda área total do jornal.

Veja tabela anexa 11.3

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

CP

GM

VP

FSP

OESP

Gráfico 11.3

Evolução porcentual de utilização das instituições governamentais e das universidades como fontes de informa-ção nas notícias de C&T nos jornais paulistas selecionados - 1989-2000

Instituições governamentais

%

Nota: Utilizou-se o porcentual de texto (área do jornal sem publicidade ou propaganda) somente da área ocupada por notícias de C&T.

Veja tabela anexa 11.5

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

100

80

60

40

20

01989 1995 1999 2000

Folha de S. Paulo O Estado de S. Paulo

Gazeta Mercantil Correio Popular

ValeParaibano

100

80

60

40

20

0

%

Universidades

1989 1995 1999 2000

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 11

termos definidos por Nelkin (1987). Normalmente,essas instituições têm assessorias de comunicaçãoestruturadas, as quais produzem pautas de divulgaçãocientífica dirigidas aos meios de comunicação,contendo temas passíveis de se transformarem emmatérias jornalísticas.

As universidades, por outro lado, apesar deserem grandes produtoras de conhecimento, têm umpapel menor como fonte de notícias, fornecendoapenas cerca de 10%, em média, das pautas veiculadaspela mídia. Essa proporção pode, contudo, variar e àsvezes no mesmo jornal. No ValeParaibano, porexemplo, não houve nenhum registro de pautaveiculada por fonte universitária em 1999, enquantoem 1995 o porcentual foi de 36,9% da área de textopublicada em C&T (gráfico 11.3).

As sociedades científicas salientaram-se comouma das fontes regularmente utilizadas pela FSP epelo OESP. Isso ocorreu, provavelmente, porque essesjornais situam-se na capital do estado, onde tambémestá implantada a maioria das sedes das sociedadescientíficas nacionais, como a Sociedade Brasileira parao Progresso da Ciência (SBPC), o que facilita achecagem das fontes e a realização de entrevistas paraas reportagens setoriais.

Devido ao seu perfil econômico, a GazetaMercantil deu um espaço razoável para as notíciascientíficas provenientes de empresas privadas: 20,7%do total do espaço ocupado pela C&T em 1989, 7,6%em 1995 e 21,7% em 2000 (tabela anexa 11.5).Normalmente, essas matérias contêm informaçõessobre processos de transferência de tecnologia, comono caso de divulgação de novas tecnologias para oplantio de seringueira, da entrada de novos tipos defibra óptica no mercado, ou de novas aplicações detecnologias de clonagem.

A Folha e O Estado também dedicaram espaçoimportante às notícias de ciência e tecnologiaprovenientes das empresas privadas, variando entre11,9% e 39,8% o porcentual de área ocupada por essesassuntos em ambos os jornais (tabela anexa 11.5).

Correio Popular e ValeParaibano utilizarampredominantemente instituições governamentais euniversidades como fontes de informação, sendo queo primeiro também recorreu a sociedades científicase a empresas privadas (tabelas anexas 11.4 e 11.5).Isso sustenta a afirmação feita anteriormente de quea ciência que prevalece nos jornais de perfil regional éa que responde às demandas locais mais urgentes. Umexemplo disso é a matéria publicada pelo CP sobre o

projeto Catarata, desenvolvido pela Unicamp paraatendimento da população carente com problemas devisão, e notícias sobre as regras para acondicionamentode lixo radioativo, divulgadas no VP.

4.2.3. Informação por área do conhecimentoA identificação dos temas abordados em cada

artigo possibilitou agrupá-los em nove subáreas doconhecimento � meio ambiente, ciências agrárias,ciências exatas e da terra, ciências da saúde,tecnologia/engenharias, informática, ciênciasbiológicas, ciências humanas e ciências sociaisaplicadas, lingüística e artes �, numa adaptação dascategorias utilizadas pelo CNPq na classificação dosgrupos de pesquisa do país. A seguir, num nível maiorde agregação, os artigos foram agrupados dentro dastrês grandes áreas do conhecimento: Ciências daVida, Ciências Exatas e Ciências Humanas e Sociais.A partir dessas áreas e subáreas do conhecimento,as matérias foram separadas, tabuladas e comparadas.

Os resultados mostram que algumas diferençasde perfil dos jornais influíram no tratamento dado aomaterial científico difundido. Na Gazeta Mercantil, cercada metade das notícias veiculadas pertenciam à áreade Ciências Exatas, com ênfase em matérias sobretecnologia e engenharia, versando, por exemplo, sobrequestões relacionadas ao consumo de energia ou àtelefonia digital (tabela anexa 11.6).

Quanto à FSP e ao OESP, houve um certoequilíbrio na distribuição das diferentes áreas doconhecimento (gráfico 11.4 e tabela anexa 11.6). OCP, por sua vez, privilegiou as Ciências da Vida, áreaa que dedicou entre 43,2% e 50,6% do espaço ocupadopelas notícias de C&T. Já no caso do VP, as matériasrelacionadas a Ciências Exatas chegaram a abranger82% da área dedicada à C&T em 1999 e passam aocupar apenas 6% do espaço da C&T no jornal em2000, que publica em maio desse ano principalmenteartigos referentes às Ciências Humanas e Sociais (71%)(gráfico 11.4).

Dentre as subáreas do conhecimento, predo-minaram na FSP ciências biológicas, ciências dasaúde, ciências humanas e ciências sociais aplicadas.Como já mencionado, esse jornal edita se-manalmente o caderno cultural �Mais�, que mostraclara preferência pelas ciências humanas e sociaisaplicadas.

O Estado de S. Paulo, por sua vez, deu ênfase àsmatérias ligadas às ciências da saúde, tecnologias eengenharias e ciências sociais aplicadas. A área de

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Capítulo 11 - A Presença da Ciência e Tecnologia na Mídia Impressa Paulista11 - 12

informática esteve também bastante presente, tantona FSP como no OESP.

Na Gazeta Mercantil foram publicados artigosprincipalmente relativos às áreas de tecnologias/engenharias, ciências sociais aplicadas e ciênciashumanas, meio ambiente, informática e ciênciasbiológicas.

Já o Correio Popular privilegiou matérias sobreciências da saúde, meio ambiente e tecnologias/engenharias. Por último, o ValeParaibano mostrouclara opção pelas matérias com temas ligados atecnologias/engenharias.

Uma síntese desse quadropermite concluir que os jornaisdo interior, além de veicularemmatérias científicas ligadas às suasregiões, aproveitaram as �ofertas�de informações locais. É o casodo ValeParaibano, que, devido asua proximidade com institutosde pesquisa do porte do CTA edo Inpe, e de empresas como aEmbraer, tem uma ampla gamade possibilidades para explorartemas ligados à tecnologia e àsengenharias. Os jornais nacionais,por outro lado, optaram pormaior diversificação, incluindotodas as áreas do conhecimentona sua pauta informativa.

4.2.4. Autores da notíciaOs redatores das notícias

de C&T foram jornalistas, em suaexpressiva maioria: as proporçõesoscilaram entre 63% e 99% emmédia, independentemente doperfil do periódico analisado(considerando sempre o espaçocoberto por esta pesquisa).

Deve-se esclarecer que,quando uma matéria não saiassinada, normalmente foiproduzida por jornalistas dostaff do periódico. Refletindosobre essa norma, pode-seconsiderar que grande parte doporcentual localizado na cate-goria �sem identificação�,(gráfico 11.5 e tabela anexa

11.7) possivelmente foi escrito por autoresjornalistas, que não assinam suas colunas e devemtraduzir o pensamento do jornal.

Note-se que a dificuldade de identificação daautoria ocorreu principalmente nos jornais CorreioPopular e ValeParaibano. No geral, a participação decientistas na produção de matérias sobre C&T foibastante reduzida e normalmente restrita a temas desua especialidade, principalmente em assuntos decontrovérsia científica.

A Folha de S. Paulo apresentou o mais altoporcentual de participação de cientistas como autores,

Gráfico 11.4

Distribuição porcentual das notícias de C&T nos jornais paulistasselecionados, segundo a área do conhecimento - 1989-2000

FSP: Folha de S. Paulo OESP: O Estado de S. Paulo GM: Gazeta Mercantil CP: Correio Popular

VP: ValeParaibano

Nota: Utilizou-se o porcentual de texto (área do jornal sem publicidade ou propaganda) somente da área ocupada pornotícias de C&T.

Veja tabela anexa 11.6

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Ciências exatas e tecnológicas Ciências da Vida Ciências humanas e sociais

FSP

OESP

GM

CP

VP

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 13

entre todos os jornais estudados, variando entre 4% e8% da área de texto de sobre C&T no períodoanalisado. É importante ressaltar que a FSP temcientistas-colunistas que escrevem com regularidadeno jornal sobre temas científico-tecnológicos.

No OESP a participação de cientistas comoautores ficou entre 1,1% e 2,7%; enquanto na GazetaMercantil sua presença foi detectada apenas em 1989 e2000. No Correio Popular, os cientistas vêm, grada-tivamente, aumentando sua participação na autoria dematérias de C&T, passando de 0,45% da área de texto,em 1995, para 4,8%, em 2000. Já no ValeParaibano não

se observou a ocorrência decientistas escrevendo sobre C&T.

A autoria mista de maté-rias nessa área apareceu comconstância na FSP e no OESP.Nos jornais regionais pôde-seobservar algumas iniciativas deparceria, entre cientistas ejornalistas, mas elas não atin-giram uma cifra porcentual-mente significativa.

4.3. Transmissão dainformação

4.3.1.Localização espacialda notíciaCiência e tecnologia te-

riam um espaço próprio e deli-mitado nos jornais, que pudesseatrair a atenção seletiva do leitor?A pesquisa mostrou que sim, háuma tendência dominante deconcentrar as matérias da áreaem editorias específicas, comoEducação, Ciência e Cultura.

Ao examinar em detalheessa questão, observou-se que OEstado de S. Paulo e a GazetaMercantil mantiveram, em toda adécada estudada, cerca de 80%de sua cobertura científico-tecnológica concentrada emseções específicas (tabela anexa11.8). O Correio Popular grada-tivamente agregou seu noticiáriocientífico-tecnológico em edi-torias específicas, saltando de

52% das matérias classificadas, em 1989, para 90% dasnotícias nesse formato, em 2000.

No mesmo período analisado, a Folha de S. Pauloapresentou evidências de aumento da presença dematérias de C&T em outras editorias; entretanto,manteve 50% do seu noticiário científico-tecnológicoreunido em seção específica. Pode-se dizer que, emalguns momentos, a cobertura científico-tecnológicadisseminou-se pelo jornal, mostrando uma dispersãoeditorial interessante.

Quanto ao ValeParaibano, em 1989 o jornalapresentava uma cobertura científico-tecnológica

Gráfico 11.5

Distribuição porcentual das notícias de C&T nos jornais paulistasselecionados, segundo a autoria - 1989-2000

FSP: Folha de S. Paulo OESP: O Estado de S. Paulo GM: Gazeta Mercantil CP: Correio PopularVP: ValeParaibano

Nota: Utilizou-se o porcentual de texto (área do jornal sem publicidade ou propaganda) somente da área ocupada pornotícias de C&T.

Veja tabela anexa 11.7

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

1989

1995

1999

2000

0 20 40 60 80 100

Jornalistas Cientistas Mista s/ identif.

FSP

OESP

GM

CP

VP

%

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editorialmente dispersa, com grande presença de matériasde C&T nos seus suplementos. Em 1995, observou-seuma concentração desse noticiário em uma editoriaespecífica para, em 1999 voltar a dispersar-se entre asdiferentes seções do jornal. Em 2000, as matérias de C&Tretomaram sua concentração nos suplementos. Nestecaso, a grande variação da distribuição dessas notíciasestá relacionada à estrutura das editorias do jornal e àalocação (ou não) de jornalistas para cobrir espe-cificamente os temas científico-tecnológicos.

A presença do noticiário científico na primeirapágina foi pequena e geralmente privilegiou aspectoscuriosos de pesquisas científicas, ou questões relacionadasàs áreas da saúde, educação e meio ambiente.

A Gazeta Mercantil foi o único jornal queapresentou, no período analisado, um crescimentoporcentual das notícias de C&T na primeira página(tabela anexa 11.8), cujos temas mais constantesabrangeram os desenvolvimentos tecnológicosvinculados a resultados econômicos.

Os contrastes observados na localizaçãoespacial das matérias, nos cinco jornais analisados,mostram não só as diferenças existentes entre eles noque toca à estratégia de tratamento dessas notícias,mas revelam também as diferentes concepções eperfis de cada um, incluindo o seu alcance.

4.3.2. Enfoque e gênero jornalísticoO tratamento dado às notícias sobre C&T

divulgadas nos veículos examinados demonstrou apredominância da utilização do enfoque informativo.Mais de 90% das matérias buscaram reconstruirobjetivamente os fatos científicos. Algumas vezes foramutilizadas metáforas, mas houve sempre a preocupaçãode informar o leitor, de modo que ele próprio, ao fazeruma leitura crítica, pudesse tirar suas conclusões.

Os resultados da pesquisa demonstram que osautores dos textos sobre ciência e tecnologiautilizaram-se de todos os gêneros jornalísticos9 paracaptar a atenção dos leitores e também para facilitar aassimilação dos temas descritos.

Dentro do enfoque informativo utilizado,notícias e reportagens foram os gêneros mais usadosna redação de todo o material sobre C&T publicado,ocupando quase três quartos do noticiário dos jornaisanalisados. Os textos com foco opinativo ficaram

restritos aos artigos, colunas e comentários, e nãopassaram de 10% do material (tabela anexa 11.9).

Na Gazeta Mercantil, merece destaque a presençade colunas, sobretudo nos anos de 1999 e 2000, e ogênero comentários, abordando em geral assuntosvinculados aos temas de educação, qualificação derecursos humanos e competitividade. Ressalte-se que,devido ao perfil do jornal, o enfoque econômicosempre permeou o material opinativo publicado.

Na Folha e no Estado de S. Paulo, as notastambém tiveram uma presença constante no períodoanalisado. Já entre os jornais regionais, o ValeParaibanose destacou pela presença de matérias de serviço.

4.3.3. ProtagonistasOs veículos estudados diferiram no enfoque

dado aos protagonistas das matérias relativas a C&T.A Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e o ValeParaibanoelegeram as personalidades como �atores� principais.Nesses jornais pode-se observar que, em 2000, pelomenos 68% das matérias publicadas sobre C&Tmantiveram como protagonistas as personalidades. E,dentre elas, mereceram destaque os cientistas, alémde personagens que interagem com a comunidadecientífica, como empresários, funcionários gover-

9 Utilizou-se como referência a classificação em gêneros jornalísticos adotadapor Melo (1985). Essa classificação divide as mensagens difundidas atravésdos meios de comunicação de massa em dois gêneros: informativo – notas,notícias, reportagens, entrevistas – e opinativo – editorial, comentário, artigo,resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.

Gráfico 11.6

Distribuição porcentual das notícias de C&T nosjornais paulistas selecionados, segundo o tipo deprotagonista - 1989-2000

FSP: Folha de S. Paulo OESP: O Estado de S. Paulo GM: Gazeta MercantilCP: Correio Popular VP: ValeParaibano

Nota: Utilizou-se o porcentual de texto (área do jornal sem publicidade oupropaganda) somente da área ocupada por notícias de C&T.

Veja tabela anexa 11.10

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

100

80

60

40

20

0FSP OESP GM CP VP

Personalidades Instituições s/ identif.

%

%

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 15

namentais e políticos (gráfico 11.6 e tabela anexa11.10).

A Gazeta Mercantil e o Correio Popular privi-legiaram em seu noticiário as instituições � centrosde pesquisa, universidades, órgãos de fomento eentidades beneficiárias de pesquisa � como principaisprotagonistas das matérias de C&T, em pelo menos60% das matérias publicadas.

Observa-se que dois jornais de alcance nacional� FSP e OESP � optaram por utilizar personalidadescomo protagonistas de suas matérias para ajudar ailustrá-las. Tal individualização confere também menorcompromisso com o produtor da informação, e,conseqüentemente, com o relato a ser veiculado.Conclusões parecidas já foram apresentadas an-teriormente num estudo (Melo, 1986).

Por outro lado, os jornais que escolheraminstituições como principais protagonistas � CorreioPopular e Gazeta Mercantil � provavelmente têm umaboa relação com as assessorias de comunicação dessesórgãos, nos quais devem se abastecer regularmentede declarações oficiais e sugestões de pautas.

5. Conclusões

Os números analisados até aqui indicamalgumas tendências.

� Os jornais realmente se interessam por assuntosligados a ciência e tecnologia, ao contrário do quese constatou em outros levantamentos feitos nosanos 80.

� A ciência nacional ocupa mais espaço na mídia doque a produzida fora do país.

� As fontes predominantes de notícias são asinstituições governamentais, as sociedades cien-tíficas e as universidades; os jornalistas escrevem amaior parte das matérias.

� Nos jornais de circulação nacional são bemsignificativos os porcentuais de publicação sobre aciência produzida no Sudeste, principalmente noestado de São Paulo. Nos periódicos de âmbitoregional, porém, tais matérias aparecem ainda mais.

� Os protagonistas das notícias dividem-se, prin-cipalmente, entre personalidades relacionadas aouniverso científico-tecnológico e instituições(governamentais ou não).

� O gênero informativo predomina. A ciência, na maiorparte das vezes, vem publicada em editorias específicase, não raro, aparece na primeira página e em

suplementos especiais. Isso só reforça a tese de que ostemas de C&T têm prestígio como fato noticioso.

A pesquisa revela algumas preferências damídia. Os temas em destaque são geralmente aquelesde natureza mais prática, com algum poder deintervenção na realidade local, regional e até nacional.Basta ver a predominância das engenharias, dasciências agrárias, das questões ambientais e das ciênciasda saúde. Mas isso não implica dizer que outras áreasnão apareçam: as disciplinas filiadas às ciências sociaisaplicadas são um bom exemplo. Cadernos como o�Mais�, da Folha de S. Paulo, e o �Fim de Semana�, daGazeta Mercantil, têm uma clara preferência editorialpelas ciências humanas.

Para fechar esse quadro-resumo, é importantemencionar uma característica dos textos sobre C&T,dominante nos jornais pesquisados: a grande maioriapode ser qualificada como difusão � ou seja, registroem linguagem jornalística. Porém, os textos dedivulgação � tradução da linguagem científica para acoloquial/convencional � também são muitos.

Não basta, porém, apenas mapear o que estásendo publicado sobre C&T na mídia, de formaquantitativa. É preciso aprofundar um pouco mais aanálise e fazer estudos de conteúdo, avaliar a qualidadedo que é comunicado e devolver esses estudos paraas fontes � universidades, institutos, centros depesquisa e agências de fomento. Grande parte dosproblemas de imprecisão, discursos fragmentados,falta de contexto, entre outros já apontados emalgumas análises de conteúdo de ciência como fatonoticioso, têm origem na emissão da informação, ouseja, nas fontes de informação. Primeiro, pela questãodo acesso. No início da ciência moderna, os cientistasbuscavam público para seus experimentos, queriamreconhecimento, testemunhos cognitivos. Hoje, aciência tem um sistema próprio de comunicaçãointerna, circula entre pares e os pesquisadoresconstroem redes de relações que não atingem opúblico leigo. Não são poucos os cientistas quedesqualificam a mídia como instrumento de legi-timação social e têm uma visão negativa da popu-larização da ciência.

Tem-se, assim, na comunidade científica, umquadro pouco favorável à interação com a mídia.Considerando esses fatos, de um lado, é fácilentender porque ciência e tecnologia ocupam menosde 3% do total de textos publicados pelos grandesjornais; e, de outro, fica evidente a necessidade de

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Capítulo 11 - A Presença da Ciência e Tecnologia na Mídia Impressa Paulista11 - 16

capacitação de recursos humanos para atender ademanda da mídia por informações de naturezacientífica e tecnológica.

McCombs e Shaw (1993), sustentam a opiniãode que é conveniente uma revisão do conceito de agendsetting10: este seria a capacidade de a mídia fornecer àspessoas uma determinada agenda de assuntos sobreos quais a audiência discutiria. Se a mídia agenda osgrandes temas políticos, econômicos, sociais, tambémpode agendar a ciência. Se não o está fazendo com aênfase que a produção científica e tecnológica do país

10 A hipótese da agend-setting (ou do agendamento) – com foco inicial nas notícias políticas –, formulada por. McCombs e Shaw, no final dos anos 60, sustentaque as pessoas agendam seus assuntos e suas conversas em função do que a mídia divulga.

merece, é porque existe algum obstáculo na co-municação com os pesquisadores ou com o público,o qual, aliás, pode ser um aliado político na luta pormais recursos para a pesquisa.

Essas conclusões têm, portanto, um caráterprovocador: não basta gerar dados, produzirinformações, enfim, construir o conhecimento. Épreciso contar com um bom sistema de comunicaçãoque faça circular as idéias, os projetos e os resultadosque contribuem para alargar as fronteiras do setorcientífico-tecnológico nacional.

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 11 - 17

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 19

1989 1995 1999 2000

Folha de S. PauloÁrea de texto (cm/coluna) 7.670,4 6.235,0 4.802,5 5.893,0% Área de texto 2,02 1,58 1,08 1,44% Área total jornal 1,41 1,08 0,74 1,00

O Estado de S. PauloÁrea de texto (cm/coluna) 7.198,5 4.612,5 6.196,0 5.132,3% Área de texto 2,79 1,33 1,50 1,38% Área total jornal 1,62 0,76 0,84 0,80

Gazeta MercantilÁrea de texto (cm/coluna) 3.445,0 10.096,5 1.699,0 7.117,1% Área de texto 2,08 4,68 0,68 2,82% Área total jornal 1,35 3,05 0,44 1,79

Correio PopularÁrea de texto (cm/coluna) 9.625,5 12.078,0 10.422,0 14.917,5% Área de texto 4,76 4,04 3,17 5,10% Área total jornal 3,28 2,82 2,16 3,53

ValeParaibanoÁrea de texto (cm/coluna) 1.870,3 2.517,1 896,3 5.729,7% Área de texto 1,45 1,09 0,40 2,04% Área total jornal 1,01 0,76 0,30 1,41

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Tabelas Anexas - Capítulo 11

Tabela anexa 11.1

Área ocupada por matérias de C&T nos jornais selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Tabelas AnexasT - 20

Folha de S. PauloNacional 4.369,0 1,14 0,79 4.040,0 1,02 0,69 1.292,5 0,27 0,18 3.150,0 0,76 0,52 Sudeste 2.150,5 0,40 0,57 2.912,5 0,74 0,51 615,0 0,11 0,07 807,8 0,20 0,14Internacional 3.301,4 0,88 0,61 2.195,0 0,56 0,39 3.510,0 0,82 0,56 2.743,0 0,68 0,48S/identif. 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00Total 7.670,4 2,02 1,40 6.235,0 1,58 1,08 4.802,5 1,09 0,74 5.893,0 1,44 1,00

O Estado de S. PauloNacional 3.938,0 1,53 0,88 2.437,5 0,66 0,37 4.060,0 0,98 0,55 2.868,8 0,95 0,54 Sudeste 2.150,5 1,12 0,65 1.052,5 0,29 0,17 1.052,5 0,48 0,27 933,8 0,32 0,18Internacional 3.260,5 1,26 0,73 1.497,5 0,45 0,26 2.136,0 0,52 0,29 2.128,5 0,72 0,42S/identif. 0,0 0,00 0,00 677,5 0,21 0,12 0,0 0,00 0,00 135,0 0,05 0,03Total 7.198,5 2,79 1,62 4.612,5 1,33 0,76 6.196,0 1,50 0,84 5.132,3 1,71 0,99

Gazeta MercantilNacional 2.355,0 1,42 0,92 6.079,0 2,80 1,84 1.465,0 2,82 0,59 1.465,0 2,40 1,53 Sudeste 1.385,5 0,55 0,83 1.729,0 0,77 0,53 1.205,0 2,48 0,53 1.205,0 2,11 1,35Internacional 950,0 0,57 0,37 4.017,5 1,88 1,21 171,5 0,29 0,07 171,5 0,29 0,18S/identif. 140,0 0,09 0,05 0,0 0,00 0,00 62,5 0,08 0,02 62,5 0,12 0,08Total 3.445,0 2,08 1,35 10.096,5 4,68 3,05 1.699,0 3,19 0,68 1.699,0 2,82 1,79

Correio PopularNacional 7.596,0 3,88 2,68 11.632,5 3,91 2,73 11.632,5 3,02 2,05 13.936,5 4,72 3,26 Sudeste 6.628,5 2,53 3,64 11.632,5 2,73 3,91 11.632,5 2,97 2,02 13.558,5 4,57 3,16Internacional 2.029,5 0,88 0,60 445,5 0,13 0,09 445,5 0,15 0,10 796,5 0,31 0,22S/identif. 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00 184,5 0,07 0,05Total 9.625,5 4,76 3,28 12.078,0 4,04 2,82 12.078,0 3,17 2,16 14.917,5 5,10 3,53

ValeParaibanoNacional 1.870,3 1,45 1,01 2.498,1 1,08 0,75 896,3 0,40 0,28 1.870,3 2,01 1,39 Sudeste 1.870,3 1,45 1,01 2.498,1 1,08 0,75 1.870,3 0,07 0,05 1.870,3 1,99 1,38Internacional 0,0 0,00 0,00 19,0 0,01 0,01 0,0 0,00 0,00 103,6 0,02 0,02S/identif. 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00Total 1.870,3 1,45 1,01 2.517,1 1,09 0,76 896,3 0,40 0,28 1.973,9 2,04 1,41

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Origem da

fonteÁrea texto

(cm/coluna)

% Área

de texto

% Área

total

jornal

Área texto

(cm/coluna)

% Área

total

jornal

Área texto

(cm/coluna)

% Área

de texto

% Área

total

jornal

Área texto

(cm/coluna)

% Área

de texto

1989 1995 1999 2000

% Área

de texto

% Área

total

jornal

Tabela anexa 11.2

Origem das fontes de informação utilizadas nas notícias de C&T nos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995,1999 e 2000

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 21

1989 1995 1999 2000 1989 1995 1999 2000

Folha de S. PauloNacional 1,14 1,02 0,27 0,76 56,4 64,6 24,8 52,8 Sudeste 0,40 0,74 0,11 0,20 19,8 46,8 10,1 13,9Internacional 0,88 0,56 0,82 0,68 43,6 35,4 75,2 47,2S/identif. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Total 2,02 1,58 1,09 1,44 100 100 100 100

O Estado de S. PauloNacional 1,53 0,66 0,98 0,95 54,7 50,0 65,3 55,2 Sudeste 1,12 0,29 0,27 0,32 40,2 22,1 18,0 18,5Internacional 1,26 0,45 0,52 0,72 45,3 34,2 34,7 42,1S/identif. 0,00 0,21 0,00 0,05 0,0 15,9 0,0 2,7Total 2,79 1,33 1,50 1,71 100 100 100 100

Gazeta MercantilNacional 1,42 2,80 2,82 2,40 68,3 59,8 88,4 85,1 Sudeste 0,83 0,77 2,48 2,11 39,9 16,5 77,7 74,8Internacional 0,57 1,88 0,29 0,29 27,4 40,2 9,1 10,3S/identif. 0,09 0,00 0,08 0,12 4,3 0,0 0,0 0,0Total 2,08 4,68 3,19 2,82 100 100 100 100

Correio PopularNacional 3,88 3,91 3,02 4,72 81,5 96,8 95,3 92,6 Sudeste 2,53 2,73 2,97 4,57 53,2 67,6 93,7 89,6Internacional 0,88 0,13 0,15 0,31 18,5 3,2 4,7 6,1s/ identif. 0,00 0,00 0,00 0,07 0,0 0,0 0,0 1,4Total 4,76 4,04 3,17 5,10 100 100 100 100

ValeParaibanoNacional 1,45 0,75 0,28 2,01 100 98,7 100 98,5 Sudeste 1,45 0,75 0,05 1,99 100 98,7 17,9 97,6Internacional 0,00 0,01 0,00 0,03 0,0 1,3 0,0 1,2S/identif. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Total 1,45 0,76 0,28 2,04 100 100 100 100

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Origem da fonte% Área de texto % Área de texto - apenas notícias de C&T

Tabela anexa 11.3

Origem das fontes de informação das notícias de C&T como porcentagem da área total de texto e da área ocupadapor notícias de C&T nos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Tabelas AnexasT - 22

Folha de S. PauloInstit. governamentais 2.098,0 0,55 0,38 1.480,0 0,35 0,24Sociedades científicas 2.063,9 0,55 0,39 1.592,5 0,42 0,29Universidades 860,5 0,23 0,16 297,5 0,08 0,06Empresas privadas 1.820,0 0,49 0,34 1.890,0 0,48 0,33Outras 375,5 0,10 0,07 322,5 0,08 0,05S/identif. 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00Reprodução 452,5 0,10 0,06 652,5 0,16 0,11Total 7.670,4 2,02 1,41 6.235,0 1,58 1,08

O Estado de S. PauloInstit. governamentais 1.755,5 0,68 0,39 1.702,5 0,47 0,27Sociedades científicas 2.587,5 1,00 0,58 677,5 0,20 0,11Universidades 655,0 0,25 0,15 120,0 0,04 0,02Empresas privadas 1.272,5 0,49 0,29 1.810,0 0,53 0,30Outras 570,0 0,22 0,13 302,5 0,09 0,05S/identif. 358,0 0,14 0,08 0,0 0,00 0,00Reprodução 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00Total 7.198,5 2,79 1,62 4.612,5 1,33 0,76

Gazeta MercantilInstit. governamentais 1.640,0 0,99 0,64 3.989,0 1,81 1,22Sociedades científicas 75,0 0,05 0,03 30,0 0,01 0,01Universidades 0,0 0,00 0,00 145,0 0,07 0,04Empresas privadas 710,0 0,43 0,28 775,0 0,36 0,24Outras 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00S/identif. 200,0 0,12 0,08 1.325,0 0,64 0,39Reprodução 820,0 0,49 0,32 3.832,5 1,79 1,16Total 3.445,0 2,08 1,35 10.096,5 4,68 3,05

Correio PopularInstit. governamentais 4.261,5 2,19 1,51 8.163,0 2,72 1,90Sociedades científicas 2.043,0 0,91 0,62 1.404,0 0,48 0,33Universidades 2.515,5 1,45 1,01 544,5 0,19 0,13Empresas privadas 0,0 0,00 0,00 1.485,0 0,51 0,36Outras 45,0 0,03 0,02 121,5 0,04 0,03S/identif. 0,0 0,00 0,00 108,0 0,04 0,03Reprodução 760,5 0,19 0,12 252,0 0,06 0,04Total 9.625,5 4,76 3,28 12.078,0 4,04 2,82

ValeParaibanoInstit. governamentais 1.717,8 1,33 0,93 1.510,2 0,60 0,42Sociedades científicas 0,0 0,00 0,00 19,0 0,01 0,01Universidades 152,5 0,12 0,08 847,9 0,40 0,28Empresas privadas 0,0 0,00 0,00 140,0 0,07 0,05Outras 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00S/identif. 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00Reprodução 0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00Total 1.870,3 1,45 1,01 2.517,1 1,09 0,76

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Área texto

(cm/coluna)

% Área

de texto

% Área

total

jornal

Área texto

(cm/coluna)

% Área

texto

% Área

total

jornal

1989 1995

Tabela anexa 11.4

Tipos de fontes de informação utilizadas nas notícias de C&T nos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

Tipo de fonte

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 23

Folha de S. Paulo1.702,5 0,15 0,10 2.187,0 0,53 0,37

677,5 0,65 0,44 1.761,8 0,42 0,30120,0 0,10 0,06 492,8 0,12 0,09

1.810,0 0,16 0,11 688,5 0,17 0,12302,5 0,01 0,01 247,5 0,06 0,04

0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,000,0 0,02 0,01 515,5 0,13 0,09

4.612,5 1,08 0,74 5.893,0 1,44 1,00O Estado de S. Paulo

2.772,5 0,66 0,37 1.860,8 0,51 0,291.327,5 0,34 0,20 481,5 0,12 0,07

695,0 0,16 0,09 528,8 0,13 0,08888,5 0,22 0,12 904,5 0,25 0,14

42,5 0,01 0,01 0,0 0,00 0,000,0 0,04 0,02 135,0 0,04 0,02

470,0 0,10 0,05 1.221,8 0,33 0,196.196,0 1,50 0,84 5.132,3 1,38 0,80

Gazeta Mercantil903,0 0,37 0,23 3.935,5 1,60 1,00118,0 0,05 0,03 1.132,5 0,38 0,27215,0 0,08 0,06 367,1 0,15 0,09195,0 0,08 0,05 1.492,0 0,61 0,38

0,0 0,00 0,00 0,0 0,00 0,00256,5 0,09 0,07 0,0 0,00 0,00

11,5 0,00 0,00 190,0 0,08 0,051.699,0 0,68 0,44 7.117,1 2,82 1,79

Correio Popular1.921,5 0,67 0,46 4.698,0 1,79 1,253.735,0 1,08 0,73 3.213,0 1,08 0,75

868,5 0,17 0,11 922,5 0,23 0,152.790,0 0,85 0,58 5.188,5 1,65 1,13

958,5 0,36 0,25 364,5 0,14 0,10117,0 0,02 0,02 189,0 0,07 0,0531,5 0,01 0,01 342,0 0,13 0,09

10.422,0 3,17 2,16 14.917,5 5,10 3,53ValeParaibano

680,0 0,31 0,21 677,7 0,24 0,170,0 0,00 0,00 100,0 0,05 0,030,0 0,00 0,00 472,0 0,09 0,069,8 0,00 0,00 381,7 0,14 0,10

116,6 0,06 0,04 0,0 0,00 0,0018,7 0,00 0,00 3.975,3 1,49 1,0371,2 0,03 0,02 123,0 0,03 0,02

896,3 0,40 0,28 5.729,7 2,04 1,41

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Área texto

(cm/coluna)

% Área

de texto

% Área

total

jornal

Área texto

(cm/coluna)

% Área

de texto

% Área

total

jornal

1999 2000

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Tabelas AnexasT - 24

FSP OESP GM CP VP

1989Instit. governamentais 27,2 24,4 47,5 45,9 91,7Sociedades científicas 27,4 35,9 2,3 19,0 0,0Universidades 11,4 9,1 0,0 30,5 8,3Empresas privadas 24,2 17,7 20,7 0,0 0,0Outras 5,0 7,9 0,0 0,6 0,0S/identif. 0,0 5,0 5,8 0,0 0,0Reprodução 4,8 0,0 23,7 4,0 0,0Total 100 100 100 100 100

1995Instit. governamentais 22,5 35,3 38,7 67,5 55,3Sociedades científicas 26,9 15,0 0,3 11,8 0,9Universidades 5,2 2,8 1,4 4,7 36,9Empresas privadas 30,3 39,8 7,6 12,6 6,4Outras 4,9 7,1 0,0 1,0 0,0S/identif. 0,0 0,0 13,7 0,9 0,0Reprodução 10,3 0,0 38,7 1,5 0,0Total 100 100 100 100 100

1999Instit. governamentais 13,7 44,2 54,5 21,2 75,8Sociedades científicas 60,0 22,9 7,1 34,3 0,0Universidades 9,0 11,0 11,7 5,3 0,0Empresas privadas 14,4 14,5 12,3 26,7 1,2Outras 0,9 0,8 0,0 11,4 14,7S/identif. 0,0 4,1 13,8 0,7 0,9Reprodução 2,0 2,6 0,6 0,4 7,5Total 100 100 100 100 100

2000Instit. governamentais 36,8 36,8 56,7 35,1 11,8Sociedades científicas 29,5 8,7 13,6 21,2 2,4Universidades 8,5 9,7 5,2 4,5 4,3Empresas privadas 11,9 17,9 21,7 32,4 7,0Outras 4,3 0,0 0,0 2,7 0,0S/identif. 0,0 2,7 0,0 1,4 72,9Reprodução 8,9 24,2 2,9 2,5 1,7Total 100 100 100 100 100

FSP: Folha de S. Paulo, OESP: O Estado de S. Paulo, GM: Gazeta Mercantil, CP: Correio Popular,VP = ValeParaibano.Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

% Área de texto - apenas notícias de C&T Tipo de fonte

Tabela anexa 11.5

Tipos de fonte de informação das notícias de C&T como porcentagem da área ocupada por notícias de C&T nosjornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 25

(continua na página seguinte) % Área de texto % Área de texto - apenas notícias de C&T

Folha de S. PauloCiências Exatas e Tecnológicas 0,62 0,40 0,28 0,41 30,6 25,2 25,4 28,6

Ciências Exatas e da Terra 0,02 0,08 0,09 0,15 1,2 4,9 8,2 10,2Tecnologias/Engenharias 0,34 0,13 0,10 0,06 16,7 8,2 9,1 4,3Informática 0,26 0,19 0,09 0,20 12,8 12,2 8,1 14,1

Ciências da Vida 0,73 0,67 0,73 0,69 36,2 42,1 67,3 47,7Ciências Agrárias 0,24 0,24 0,04 0,11 11,7 14,9 3,6 7,8Ciências Biológicas 0,40 0,01 0,24 0,31 20,0 0,9 21,7 21,4Genética Molecular 0,00 0,07 0,06 0,03 0,0 4,6 5,1 1,8Genoma 0,00 0,00 0,00 0,02 0,0 0,0 0,0 1,1Ciências da Saúde 0,03 0,34 0,35 0,24 1,4 21,8 32,6 16,5Meio Ambiente 0,06 0,00 0,10 0,03 3,1 0,0 9,4 2,0

Ciências Humanas e Sociais 0,67 0,52 0,08 0,34 33,2 32,6 7,3 23,8Cs. Sociais Aplicadas & Humanas 0,59 0,38 0,08 0,34 29,0 24,1 7,3 23,8Política Científica e Tecnológica 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Lingüística e Artes 0,09 0,13 0,00 0,00 4,3 8,5 0,0 0,0

Total 2,02 1,58 1,08 1,44 100 100 100 100O Estado de S. Paulo

Ciências Exatas e Tecnológicas 0,91 0,45 0,30 0,47 32,5 34,1 20,1 34,4Ciências Exatas e da Terra 0,60 0,03 0,10 0,11 21,4 1,9 6,5 8,2Tecnologias/Engenharias 0,20 0,29 0,13 0,07 7,0 21,4 8,5 4,9Informática 0,11 0,14 0,08 0,29 4,1 10,8 5,2 21,2

Ciências da Vida 1,35 0,28 0,57 0,55 48,5 21,0 38,1 39,9Ciências Agrárias 0,53 0,00 0,19 0,12 19,0 0,0 12,6 8,7Ciências Biológicas 0,53 0,09 0,10 0,14 19,0 6,4 6,6 10,0Genética Molecular 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Genoma 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Ciências da Saúde 0,21 0,19 0,23 0,22 7,7 14,6 15,5 16,3Meio Ambiente 0,08 0,00 0,05 0,07 2,8 0,0 3,4 4,9

Ciências Humanas e Sociais 0,53 0,60 0,63 0,36 19,0 44,9 41,8 25,7Cs. Sociais Aplicadas & Humanas 0,39 0,55 0,54 0,36 14,1 41,3 36,2 25,7Política Científica e Tecnológica 0,02 0,00 0,00 0,00 0,6 0,0 0,0 0,0Lingüística e Artes 0,14 0,05 0,08 0,00 4,9 3,6 5,6 0,0

Total 2,79 1,33 1,50 1,38 100 100 100 100Gazeta Mercantil

Ciências Exatas e Tecnológicas 1,05 1,46 0,30 1,33 50,5 31,2 43,5 47,3Ciências Exatas e da Terra 0,03 0,00 0,04 0,16 1,4 0,0 5,7 5,5Tecnologias/Engenharias 0,92 0,83 0,20 0,70 44,3 17,7 29,9 24,9Informática 0,10 0,63 0,05 0,48 4,8 13,5 8,0 16,9

Ciências da Vida 0,69 0,88 0,32 0,84 33,1 18,8 47,6 29,8Ciências Agrárias 0,09 0,25 0,04 0,24 4,3 5,3 6,2 8,6Ciências Biológicas 0,23 0,19 0,15 0,07 11,0 4,0 21,9 2,4Genética Molecular 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Genoma 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Ciências da Saúde 0,04 0,11 0,02 0,11 2,1 2,4 3,4 3,7Meio Ambiente 0,33 0,33 0,11 0,42 15,7 7,1 16,2 15,1

Ciências Humanas e Sociais 0,34 2,34 0,06 0,65 16,5 50,0 8,9 22,9Cs. Sociais Aplicadas & Humanas 0,34 2,34 0,06 0,64 16,5 50,0 8,9 22,6Política Científica e Tecnológica 0,18 1,05 0,02 0,47 8,7 22,4 3,5 16,7Lingüística e Artes 0,00 0,00 0,00 0,01 0,0 0,0 0,0 0,3

Total 2,08 4,68 0,68 2,82 100 100 100 100

1989 1995 1999 2000 1989 1995 1999 2000 Área de conhecimento

Tabela anexa 11.6

Área e subárea de conhecimento das notícias de C&T como porcentagem da área total de texto e da área ocupadapor notícias de C&T nos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Tabelas AnexasT - 26

(conclusão) % Área de texto % Área de texto - apenas notícias de C&T

Correio PopularCiências Exatas e Tecnológicas 1,00 0,69 1,30 2,00 20,9 17,0 41,1 39,2

Ciências Exatas e da Terra 0,37 0,00 0,01 0,58 7,9 0,0 0,5 11,3Tecnologias/Engenharias 0,14 0,57 1,08 1,59 2,9 14,0 34,1 31,2Informática 0,48 0,12 0,21 0,20 10,2 3,0 6,6 3,9

Ciências da Vida 2,41 1,74 1,47 2,41 50,6 43,2 46,4 47,3Ciências Agrárias 1,33 0,41 0,28 0,05 27,9 10,1 8,9 1,1Ciências Biológicas 0,00 0,01 0,20 0,23 0,0 0,2 6,3 4,6Genética Molecular 0,00 0,01 0,17 0,00 0,0 0,2 5,3 0,1Genoma 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,1 0,0Ciências da Saúde 0,57 0,61 0,30 0,50 12,0 15,1 9,4 9,7Meio Ambiente 0,51 0,72 0,69 1,74 10,6 17,9 21,8 34,1

Ciências Humanas e Sociais 1,36 1,61 0,39 0,15 28,5 39,8 12,4 3,0Cs. Sociais Aplicadas & Humanas 1,15 1,45 0,39 0,21 24,2 35,8 12,4 4,1Política Científica e Tecnológica 0,41 0,20 0,00 0,00 8,6 5,0 0,0 0,0Lingüística e Artes 0,20 0,16 0,00 0,00 4,2 4,0 0,0 0,0

Total 4,76 4,04 3,17 5,10 100 100 100 100ValeParaibano

Ciências Exatas e Tecnológicas 0,91 0,68 0,33 0,12 62,8 62,2 82,1 6,1Ciências Exatas e da Terra 0,27 0,15 0,00 0,03 18,5 13,3 0,0 1,2Tecnologias/Engenharias 0,64 0,53 0,31 0,08 44,3 48,9 75,6 4,1Informática 0,00 0,00 0,03 0,02 0,0 0,0 6,6 0,8

Ciências da Vida 0,54 0,41 0,07 0,46 37,2 37,8 17,9 22,7Ciências Agrárias 0,43 0,01 0,03 0,09 30,0 1,3 8,4 4,7Ciências Biológicas 0,04 0,40 0,00 0,01 3,0 36,5 0,0 0,4Genética Molecular 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Genoma 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Ciências da Saúde 0,00 0,00 0,00 0,16 0,0 0,0 0,0 7,9Meio Ambiente 0,06 0,00 0,04 0,20 4,2 0,0 9,5 9,7

Ciências Humanas e Sociais 0,00 0,00 0,00 1,45 0,0 0,0 0,0 71,3Cs. Sociais Aplicadas & Humanas 0,00 0,00 0,00 1,45 0,0 0,0 0,0 71,3Política Científica e Tecnológica 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Lingüística e Artes 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0

Total 1,45 1,09 0,40 2,04 100 100 100 100

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Tabela anexa 11.6

Área e subárea de conhecimento das notícias de C&T como porcentagem da área total de texto e da área ocupadapor notícias de C&T nos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

1989 1995 1999 2000 1989 1995 1999 2000 Área de conhecimento

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 27

% Área de texto % Área de texto - apenas notícias de C&T

1989 1995 1999 2000 1989 1995 1999 2000

Folha de S. PauloJornalistas 1,75 1,22 0,80 0,90 86,6 77,2 73,6 62,5Cientistas 0,08 0,10 0,09 0,07 4,1 6,1 8,1 4,8Mista 0,10 0,26 0,20 0,46 4,9 16,7 18,3 32,2S/identif. 0,09 0,00 0,00 0,01 4,5 0,0 0,0 0,5Total 2,02 1,58 1,08 1,44 100 100 100 100

O Estado de S. PauloJornalistas 2,35 1,21 0,74 1,26 89,7 91,3 87,8 90,9Cientistas 0,04 0,04 0,01 0,00 1,6 2,7 1,1 0,0Mista 0,23 0,08 0,09 0,04 8,7 6,0 11,1 2,6S/identif. 0,00 0,00 0,00 0,09 0,0 0,0 0,0 6,5Total 2,62 1,33 0,84 1,38 100 100 100 100

Gazeta MercantilJornalistas 2,00 4,02 0,67 2,72 96,1 85,9 98,9 96,5Cientistas 0,03 0,00 0,00 0,03 1,5 0,0 0,0 0,9Mista 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0S/identif. 0,05 0,66 0,01 0,07 2,4 14,1 1,1 2,6Total 2,08 4,68 0,68 2,82 100 100 100 100

Correio PopularJornalistas 0,54 2,93 2,14 4,11 11,3 72,7 67,5 80,5Cientistas 0,00 0,02 0,06 0,25 0,0 0,6 1,8 4,8Mista 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0S/identif. 4,22 1,08 0,97 0,75 87,7 26,7 30,8 14,7Total 4,76 4,04 3,17 5,10 100 100 100 100

ValeParaibanoJornalistas 0,00 0,80 0,26 0,06 0,0 72,8 65,0 3,0Cientistas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Mista 0,11 0,00 0,00 0,00 7,5 0,0 0,0 0,0S/identif. 1,34 0,30 0,14 1,97 92,5 27,2 35,0 97,0Total 1,45 1,09 0,40 2,04 100 100 100 100

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Autoria

Tabela anexa 11.7

Autoria das notícias de C&T como porcentagem da área total de texto e da área ocupada por notícias de C&T nosjornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Tabelas AnexasT - 28

% Área de texto % Área de texto - apenas notícias de C&T

Folha de S. Paulo1ª Página 0,11 0,01 0,00 0,00 5,5 0,6 0,0 0,0Opinião 0,05 0,00 0,05 0,03 2,5 0,0 4,1 2,1Cobertura setorial específica 1,76 0,89 0,55 0,68 87,1 56,3 50,5 47,2Outras seções 0,00 0,47 0,39 0,58 0,0 29,8 35,8 40,3Suplementos 0,10 0,21 0,09 0,15 5,0 13,3 8,3 10,4Total 2,02 1,58 1,09 1,44 100 100 100 100

O Estado de S. Paulo1ª Página 0,05 0,02 0,03 0,01 1,8 1,5 2,0 0,7Opinião 0,00 0,03 0,00 0,00 0,0 2,3 0,0 0,0Cobertura setorial específica 2,20 1,28 1,47 1,32 78,9 96,2 98,0 95,7Outras seções 0,45 0,00 0,00 0,00 16,2 0,0 0,0 0,0Suplementos 0,09 0,00 0,00 0,05 3,1 0,0 0,0 3,6Total 2,79 1,33 1,50 1,38 100 100 100 100

Gazeta Mercantil1ª Página 0,04 0,08 0,06 0,10 1,9 1,7 1,9 3,6Opinião 0,03 0,02 0,04 0,00 1,4 0,4 1,3 0,0Cobertura setorial específica 2,02 4,58 2,70 2,60 97,1 97,9 84,6 92,2Outras seções 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Suplementos 0,00 0,00 0,39 0,11 0,0 0,0 12,2 3,9Total 2,08 4,68 3,19 2,82 100 100 100 100

Correio Popular1ª Página 0,15 0,25 0,03 0,17 3,2 6,2 1,0 3,3Opinião 0,00 0,00 0,16 0,36 0,0 0,0 5,1 7,1Cobertura setorial específica 2,51 3,38 2,89 4,57 52,7 83,7 91,2 89,6Outras seções 0,36 0,36 0,09 0,00 7,6 8,9 2,8 0,0Suplementos 1,74 0,04 0,00 0,00 36,6 1,0 0,0 0,0Total 4,76 4,04 3,17 5,10 100 100 100 100

ValeParaibano1ª Página 0,16 0,02 0,00 0,01 15,8 1,8 0,8 0,5Opinião 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Cobertura setorial específica 0,22 0,71 0,12 0,02 21,8 65,1 30,0 1,0Outras seções 0,59 0,36 0,28 0,45 58,4 33,0 70,0 22,1Suplementos 0,48 0,00 0,00 1,56 47,5 0,0 0,0 76,5Total 1,01 1,09 0,40 2,04 100 100 100 100

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Localização das notícias1989 1995 1999 2000 1989 1995 1999 2000

Tabela anexa 11.8

Localização das notícias de C&T como porcentagem da área total de texto e da área ocupada por notícias de C&Tnos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 29

(continua na página seguinte) % Área de texto - apenas notícias de C&T

FSP OESP GM CP VP

1989Informativo 93,5 92,6 94,2 100 92,5

Chamada 0,7 1,8 0,0 3,1 6,2Enquete 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Entrevista 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Nota 29,0 18,7 1,2 2,6 0,0Notícia 48,3 41,0 76,0 46,6 40,1Perfil 0,0 0,0 0,0 2,8 0,0Registro 1,0 2,1 0,0 0,0 3,0Reportagem 13,2 29,1 16,9 44,9 0,0Serviço 0,0 0,0 0,0 0,0 43,2

Opinativo 6,5 7,4 5,8 0,0 7,5Artigo 0,6 5,4 5,8 0,0 7,5Caricatura 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Carta 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Coluna 3,2 2,0 0,0 0,0 0,0Comentário 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0Crônica, resenha ou crítica 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Editorial 2,4 0,0 0,0 0,0 0,0

Total 100 100 100 100 1001995

Informativo 100 97,4 84,8 99,4 100Chamada 0,6 1,3 1,1 5,3 1,7Enquete 0,0 0,0 4,4 0,0 0,0Entrevista 0,0 1,9 0,0 0,0 12,7Nota 0,0 16,2 1,3 0,0 0,6Notícia 41,5 78,1 53,9 6,4 44,1Perfil 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Registro 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0Reportagem 57,9 0,0 23,7 87,7 37,0Serviço 0,0 0,0 0,5 0,0 3,8

Opinativo 0,0 2,6 15,2 0,6 0,0Artigo 0,0 0,0 6,2 0,0 0,0Caricatura 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Carta 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Coluna 0,0 2,6 0,0 0,6 0,0Comentário 0,0 0,0 8,6 0,0 0,0Crônica, resenha ou crítica 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Editorial 0,0 0,0 0,4 0,0 0,0

Total 100 100 100 100 100

Tabela anexa 11.9

Enfoque e gênero das notícias de C&T como porcentagem da área ocupada por notícias de C&T nos jornais paulistasselecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Tabelas AnexasT - 30

(conclusão) % Área de texto - apenas notícias de C&T

FSP OESP GM CP VP

1999Informativo 96,1 100 89,0 96,0 90,4

Chamada 0,0 7,4 2,9 0,8 6,7Enquete 0,0 0,0 0,0 2,4 0,0Entrevista 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Nota 16,6 7,9 0,0 1,3 1,6Notícia 46,9 51,8 82,3 4,6 69,3Perfil 0,0 0,0 0,0 0,8 0,0Registro 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Reportagem 32,7 32,9 3,8 86,0 0,0Serviço 0,0 0,0 0,0 0,0 12,9

Opinativo 3,9 0,0 11,0 4,0 9,6Artigo 3,9 0,0 1,1 1,8 0,0Caricatura 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Carta 0,0 0,0 0,0 0,8 0,0Coluna 0,0 0,0 6,4 0,0 8,4Comentário 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Crônica, resenha ou crítica 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Editorial 0,0 0,0 3,5 1,5 1,2

Total 100 100 100 100 1002000

Informativo 94,2 100 94,7 93,4 98,4Chamada 0,5 0,7 5,1 0,7 0,4Enquete 2,5 0,0 0,0 0,0 0,0Entrevista 0,0 0,0 0,0 6,9 0,0Nota 7,9 16,4 0,0 0,1 0,0Notícia 61,0 60,3 82,1 11,2 21,2Perfil 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Registro 8,8 0,0 0,0 0,0 0,0Reportagem 13,5 22,7 6,9 74,5 75,0Serviço 0,0 0,0 0,0 0,0 1,7

Opinativo 5,8 0,0 5,3 6,7 1,6Artigo 0,7 0,0 0,0 0,0 0,0Caricatura 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Carta 0,0 0,0 0,5 0,0 0,0Coluna 0,0 0,0 0,8 0,0 0,7Comentário 5,1 0,0 0,0 0,0 0,0Crônica, resenha ou crítica 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0Editorial 0,0 0,0 1,3 0,1 1,0

Total 100 100 100 100 100

FSP: Folha de S. Paulo, OESP: O Estado de S. Paulo, GM: Gazeta Mercantil, CP: Correio Popular, VP:ValeParaibano.

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

Tabela anexa 11.9

Enfoque e gênero das notícias de C&T como porcentagem da área ocupada por notícias de C&T nos jornais paulistasselecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000

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Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo - 2001 T - 31

Protagonistas das % Área de texto % Área de texto - apenas notícias de C&T

notícias

Folha de S. PauloPersonalidades 1,88 0,78 0,73 0,99 92,8 49,2 67,1 68,5Instituições 0,15 0,80 0,36 0,45 7,2 50,8 32,9 31,6S/identif. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Total 2,02 1,58 1,08 1,44 100 100 100 100

O Estado de S. PauloPersonalidades 1,92 1,18 1,00 1,09 68,9 88,8 66,5 78,6Instituições 0,87 0,15 0,50 0,26 31,1 11,2 33,5 18,7S/identif. 0,00 0,00 0,00 0,04 0,0 0,0 0,0 2,7Total 2,79 1,33 1,50 1,38 100 100 100 100

Gazeta MercantilPersonalidades 0,31 1,09 0,04 0,16 15,1 23,4 5,2 5,8Instituições 1,65 3,08 0,63 2,62 79,0 65,8 92,6 93,0S/identif. 0,12 0,51 0,01 0,03 6,0 10,9 2,2 1,2Total 2,08 4,68 0,68 2,82 100 100 100 100

Correio PopularPersonalidades 0,90 0,99 0,34 2,07 19,0 24,4 10,7 40,6Instituições 3,72 3,05 2,83 3,03 78,2 75,6 89,3 59,4S/identif. 0,14 0,00 0,00 0,00 2,8 0,0 0,0 0,0Total 4,76 4,04 3,17 5,10 100 100 100 100

ValeParaibanoPersonalidades 2,24 0,84 0,84 1,14 92,8 49,2 67,1 68,5Instituições 0,17 0,86 0,41 0,52 7,2 50,8 32,9 31,6S/identif. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,0 0,0 0,0Total 2,41 1,70 1,25 1,66 100 100 100 100

Fonte: Elaboração própria a partir de pesquisa direta

Indicadores de CT&I em São Paulo - 2001, FAPESP

1989 1995 1999 2000 1989 1995 1999 2000

Tabela anexa 11.10

Protagonistas das notícias de C&T como porcentagem da área total de texto e da área ocupada por notícias de C&Tnos jornais paulistas selecionados - 1989, 1995, 1999 e 2000