005 - A ARTE FÚTIL QUE CONQUISTOU A EUROPA · 035 - Capet, Marie Gabrielle (1761-1818) 039 -...
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Compilação de Paulo Victorino
005 - A “ARTE FÚTIL” QUE CONQUISTOU A EUROPA
013 - Amigoni, Jacopo (1682-1752)
015 - Asam, Cosmas Damian (1686-1739)
017 - Aved, Joseph (1702-1766)
019 - Basseporte, Madeleine Françoise (1701-1780)
021 - Bellotto, Bernardo (1720-1780)
023 - Boni, Giacomo Antonio (1688-1766)
025 - Boucher, François (1703-1770)
027 - Boronat, José Camarón
029 – Canaletto (1697-1768)
033 - Camarón y Meliá, José (1697-1768)
035 - Capet, Marie Gabrielle (1761-1818)
039 - Carlone, Carlo Innocenzo (1686-1775)
037 - Carnicero, Antonio (1748-1814)
041 - Carriera, Rosalba (1675-1757)
045 - Chardin, Jean Siméon (1699-1779)
047 - Coypel, Charles-Antoine (1694-1752)
049 - Drouais, François-Hubert (1727-1775)
051 - Duplessis, Joseph (1725-1802)
053 - Ferrari, Gregorio de (1647-1726)
055 - Foschi, Francesco (1710-1780)
057 - Galgario, Fra (1655-1743)
059 - Fragonard, Jean-Honoré (1732-1806)
061 - Goya, Francisco de (1748-1828)
067 - Gainsborough, Thomas (1727-1788)
069 - Gandolfi, Gaetano (1734-1802)
071 - Gasc, Anna Rosina de (1713-1783)
073 - Ghezzi, Pier Leone (1674-1755)
075 - Giaquinto, Corrado (1703-1765)
077 - Giroust, Marie-Suzanne (1734-1772)
079 - Greuze, Jean-Baptiste (1725-1805)
081 - Guardi, Francesco (1712-1793)
083 - Hogarth, William (1697-1764)
085 - Kauffmann, Angelica (1741-1807)
087 - La Tour, Maurice Quentin de (1704-1788)
089 - Labille-Guiard, Adélaïde (1749-1803)
091 - Lancret, Nicolas (1690-1742)
093 - Le Prince, Jean-Baptiste (1734-1781)
095 - Lemoyne, François (1688-1737)
097 - Levitski, Dmitri (1735-1822)
099 - Longhi, Pietro (1701-1785)
101 - Liotard, Jean-Étienne (1702-1789)
105 - Magnasco, Alessandro (1667-1748)
107 - Marchesi, Giuseppe (1669-1771)
109 - Maulbertsch, Franz Anton (1724-1796)
111 - Meléndez, Luis Egidio (1716-1780)
113 - Mengs, Anton Raphael (1728-1779)
115 - Mercier, Philippe (1689?-1760)
117 - Mura, Francesco de (1696-1782)
119 - Nattier, Jean-Marc (1685-1766)
121 - Oudry, Jean-Baptiste (1686-1766)
123 - Paret y Alcázar, Luis (1746-1799)
125 - Pater, Jean-Baptiste (1695-1736)
127 - Pesne, Antoine (1683-1757)
129 - Piazzetta, Giovanni Battista (1682-1754)
131 - Reboul, Marie-Thérèse (1728-1805)
133 - Reynolds, Joshua (1723-1793)
135 - Ricci, Marco (1676-1730)
137 - Robert, Hubert (1733-1808)
139 - Romney, George (1734-1802)
143 - Roslin, Aleksandr (1718-1793)
163 - Stubbs, George (1724-1806)
145 - Tiepolo, Giovanni Battista (1696-1770)
151 - Tiepolo, Lorenzo Baldissera (1736-1774)
153 – Tiepolo, Giovanni Domenico (1727-1804)
155 – Tischbein, Johann Heinrich (1751-1829)
157 - Tramulles, Manuel (1715-1791)
159 - Tramulles, Francesco (1717-1771)
161 - Troger, Paul (1698-1762)
167 - Vigée-Lebrun, Marie-Louise-Élisabeth (1755-1842)
165 - Viladomat, Antonio (1678-1755)
173 - Watteau, Antoine (1684-1721)
177 - Wilson, Richard (1714-1782)
179 - Zick, Januarius (1730-1797)
181 - Zick, Johannes (1702-1762)
183 - Zimmermann, Johann Baptist (1680-1758)
185 – Zimmermann, Domenikus (1685-1766)
187 - Zuccarelli, Francesco (1702-1788)
- 007 -
ROCOCÓ - A “ARTE FÚTIL” QUE
CONQUISTOU A EUROPA
O Rococó é um estilo artístico que nasceu na França no ano de 1700,
espalhando-se pela Europa no século XVIII. É considerado uma espécie de
continuação um pouco modificada da arte barroca. Todavia, diferencia-se do
Barroco principalmente pela leveza e delicadeza com que se exprime,
oferecendo menos exuberância e vigor. Ao contrário do Barroco, que se prendia
fortemente à figura religiosa, a temática do Rococó mostra preferencialmente
uma vida de divertimento, que levou uma parte da crítica a classificá-lo de arte
fútil. No caso da França, a vida da corte era objeto comum da arte rococó,
tratada de maneira crítica ou não.
- 008 -
A palavra Rococó foi tomada pelos franceses, do latim vulgar rocca, com o
significado de rocha e dele surgiu o rocaille, que os críticos usaram para
designar, depreciativamente, a decoração feita com este material de conchas e
pedras. Em seguida, o mesmo termo se estendeu para as artes decorativas e
acabou sendo usado também para designar a arquitetura, a pintura e a
escultura e outras manifestações artísticas do período que sucedeu ao Barroco
e que se entendia identificado pela frivolidade palaciana, contaminando as artes
em geral.
Tal como acontecera com o Barroco, o Rococó também ganha características
locais nos diferentes lugares em que se manifesta.
Embora surgido na França, o Rococó não prosperou nesse país e
praticamente deixou de existir após a metade do Século XVIII, mas a França
foi o polo disseminador do estilo, que atingiu toda a Europa, notadamente
o Sul da Alemanha e Austria, e chegou ao Novo Mundo, incluindo o Brasil, onde
ele se desenvolveu sobretudo na arquitetura, afetada pelo exagero de detalhes
e cores.
Comum nesse período, foi o surgimento de mestres de determinadas
nacionalidades como grandes expoentes do estilo, ainda que ele tenha se
enfraquecido em seu país de origem. Ninguém é profeta em sua terra...
Não havia um sentimento geral de grupo. O Rococó era uma arte pessoal,
individual, intransferível e independente dos conceitos em vigência numa
determinada região. Um bom exemplo desse individualismo é Goya,
considerado um dos principais artistas do período, sem que, contudo, a Espanha
tivesse realmente assimilado a arte rococó.
- 009 -
Se buscarmos um ponto de contato com o Barroco, o que diferencia o Rococó
é a ênfase aplicada no conjunto. Arquitetura, escultura e pintura deveriam se
complementar num todo harmônico. Era comum ainda a colaboração de vários
artistas das diferentes especialidades para obtenção de tal efeito. Na arquitetura
rococó destaca-se Gabriel-Germain Boffrand (1667-1754) e Johann
Balthasar Neumann (imagem abaixo) (1687-1753).
Boffrand, extremamente popular na Paris do Século XVIII, construía casas
para a aristocracia francesa, preocupando-se sempre com a harmonização entre
a construção e a decoração de seu interior ao estilo rococó. Um dos exemplos
mais conhecidos de seu trabalho é o Salon de la Princesse no Hôtel de Soubise
(1732). Trata-se de uma rica sala de recepção numa casa particular, em que
elementos como janelas e espelhos são usados para dar a sensação de
amplitude e fragmentar a luz. É fantástica a integração entre as formas
arquitetônicas e a decoração e pinturas presentes na moradia.
Neumann, por sua vez, é conhecido pela construção de palácios para
príncipes, sendo o mais famoso chamado Residenz, em Würzburg, uma obra de
interior rico e grandioso.
Na pintura, temos grandes nomes como Giovanni Battista Tiepolo (1696-
1770), na Itália; Jean- Antoine Watteau (1684-1721), na França: William
Hogarth (1697-1764), na Inglaterra; e Francisco de Goya y Lucientes (1746-
1828) na Espanha.
- 010 -
O veneziano Giovanni Battista Tiepolo é considerado um dos maiores
artistas do Século XVIII. Foi o autor das pinturas realizadas na construção de
Neumann "Residenz", celebrizando-se pelas suas obras. Trabalhou, além da
Itália, na corte espanhola de Charles III.
Tiepolo iniciou, na pintura, vários assistentes, inclusive os próprios filhos. O
mais velho deles, Giovanni Domenico Tiepolo, é conhecido, ao lado do pai, por
suas estampas. Seu genro Francesco Guardi também é considerado excelente
paisagista do período.
O pintor flamengo estabelecido em Paris, Antoine Watteau (1684-1721),
mestre em cenas campestres, é outro importante pintor do período, tendo
recebido influências de Rubens e da Escola Veneziana. Os personagens da
Comédia dell’arte (imagem abaixo) e os da Comédie-Française aparecem
frequentemente em sua obra, com belíssimos resultados.
William Hogarth é tido como o fundador da famosa escola inglesa de pintura,
onde a expressão em artes plásticas era, até então, reduzida. Lembremos que
o Barroco teve como um dos motivos incentivadores a divulgação da fé católica
e, como a Inglaterra era um país protestante, ele não prosperou nesse país. Em
contraponto, o Rococó era uma arte decorativa, descolada de conceitos
religiosos e se encaixava como uma luva no espírito da Inglaterra naquele
período. Suas preferências caíam nas pinturas de cunho moralizante tiradas de
sátiras, como a extremamente bem-humorada série "Marriage à la Mode".
- 011 -
Francisco de Goya y Lucientes é talvez um dos mais famosos pintores do
período, conhecido, entre outras coisas, por seu trabalho de crítica sutil na corte
de Charles IV, em Madrid. Seu estilo é considerado o do rococó tardio, bastante
influenciado por Tiepolo e Velázquez.
Na escultura temos Egid Quirim Asam (1692-1750), exemplificado pela obra
"Assunção da Virgem", na Abadia de Rohr, Alemanha, e Claude Michel, ou
Clodion, um dos últimos expoentes do rococó francês, com sua obra "A Ninfa
e o Sátiro".
Merecem destaque, ainda, as esculturas realizadas em larga escala, em
especial na Alemanha e na Áustria. Ao contrário da pintura, que era peça única,
na escultura sempre era possível, a partir da matriz, gerar uma série de cópias
idênticas ao original, barateando a arte e colocando-a ao alcance de gente de
menores recursos. (Enciclopédia Digital e Artcyclopedia, com apoio de várias
outras fontes)
- 013 -
Jacopo Amigoni
1682-1752
Jacopo Amigoni, nascido na cidade de Nápoles (ou talvez em Veneza) no
ano de 1682 e falecido na cidade de Madri (Espanha) no ano de 1752, também
conhecido como Giacomo Amiconi, foi um pintor italiano do Barroco tardio e,
atuou de forma consistente no Rococó, iniciando suas atividades em Veneza,
mas viajando intensamente por toda Europa, onde seus retratos suntuosos eram
muito procurados. Começou a carreira pintando cenas religiosas e mitológicas,
mas, à medida que o domínio de seus patronos se expandiu, ele passou a
produzir quadros de parede com cenas de sensuais divindades pagãs, tão à
gosto na época. Seu estilo influenciou Giuseppe Nogari e, entre seus discípulos,
contam-se Charles Joseph Flipart, Michelangelo Morlaiter, Pietro Antonio Novelli,
Joseph Wagner, e Antonio Zucchi.
Começando em 1717, há documentação comprovando seu trabalho na
Bavária, no Castelo de Nymphenburg (1719); em Schleissheim (1725–1729); e
na abadia beneditina de Ottobeuren. Depois, retornou a Veneza, no ano de 1726.
Sua presença é atestada também na Villa Pisani situada em Stra, que é uma
comuna italiana da região do Veneto, província de Veneza. Entre 1730 e 1739,
trabalhou na Inglaterra, entre outros lugares, na decoração do Theatre of Covent
Garden. Foi nessa ocasião que Amigoni convenceu Canaletto a viajar também
até a Inglaterra, usando como apelo o amplo patronato disponível naquele país.
Em sua outra viagem a Paris, em 1736, conheceu o celebrado cantor
“castrato” Farinelli. Mais tarde, já em Madri, pintou um auto-retrato, no qual
incluiu o cantor e toda sua equipe (imagem na página 014).
Em 1739, aos 57 anos, estava de volta à Itália, talvez em Nápoles e,
seguramente, também em Montecassino, em cuja Abadia se localizaram duas
telas suas, que acabaram sendo destruídas durante a Segunda Guerra Mundial.
Até 1747, trabalhou em Veneza, pintando para Sigismund Streit, da Casa de
Savoia, deixando a marca de sua presença também em outros prédios da
cidade. Nesse ano, mudou-se para Madri, onde ficou até a morte, pintando para
a corte de Fernando VI da Espanha e tornando-se diretor da Academia Real de
San Fernando. (Traduzido da Wikipedia em Inglês, com apoio de outras fontes)
- 014 –
Jacopo Amigoni - Uma de suas muitas
versões de “Venus and Adonis”
“Il cantante Farinelli con amici”, 1750-52 circa
- 015 –
Cosmas Damian Asam
1686-1739
Cosmas Damian Asam, nascido em Benediktbeuren, Bavaria no dia 29 de
setembro de 1686 e falecido em Munique no dia 10 de maio de 1739, foi o
principal expoente alemão do Barroco tardio e do nascente Rococó,
especializado no afresco e dedicado à decoração ilusionista. Ele, e seu irmão
Egid Quirin Asam, produziram obras notáveis de dramática intensidade, com
sentimento profundo de religiosidade. O pintor era filho de Has Georg Assam,
pintor bavariano também dedicado à técnica do afresco e um dos líderes de sua
geração. Cosmas Damian estudou em Roma entre 1712 e 1714, com Pier Leone
Ghezzi e na Accademia de San Luca, com Carlo Maratta. No trabalho, foi
assistente de Quirin, grande arquiteto e escultor. Ele e o irmão, ao assumirem a
arte devocional, tiveram a influência de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680),
arquiteto e escultor. Ainda em Roma, teve oportunidade de ver, na Basilica Santi
Apostoli, o afresco “Ascenção de Cristo”, de Melozzo da Forli (1438-1494), um
dos mais notáveis pintores da Renascença italiana. Melozzo inovou no escorço
(redução de uma figura segundo as regras de perspectiva) e essas técnicas
fascinaram Cosmas Damian, influindo em seus trabalhos. Era comum os dois
irmãos trabalharem em conjunto, confundindo os pesquisadores e, em
consequência, muitos dos projetos atribuídos a Cosmas Damian têm também a
participação de Egid Quirin. (Traduzido da Enciclopédia Britânica e da Wikipedia
em Inglês, com apoio de outras fontes)
- 017 -
Jacques-André-Joseph Aved
1702-1766
Jacques-André-Joseph Aved, nascido no dia 12 de janeiro de 1702 e falecido no dia 4 de março de 1766, também conhecido como Camelot (vendedor ambulante), foi um pintor francês, considerado entre os melhores retratistas do período do Rococó. Entre outros, pintou o retrato de Yirmisekizzade Mehmed Said Efendi, embaixador do Império Otomano credenciado na França. Seu pai era médico, mas ele ficou órfão ainda na infância, sendo criado em Amsterdã por um de seus tios, que era capitão da armada holandesa. Após treinamento com François Boitard e Bernard Picart, começou a trabalhar, já em Paris, em 1721. Dez anos mais tarde, entrou para a Académie Royale de Peinture et de Sculpture e, assim que se formou, em 1734, foi nomeado Conselheiro. Em 1753, tornou-se membro da confraria de pintura. Como comerciante e colecionador, possuía um dos mais importantes acervos de obras de artistas italianos, franceses, e especialmente holandeses. Toda essa coleção foi arrematada em leilão no ano de sua morte (1766). Entre seus discípulos, podemos citar Carle Van Loo, François Boucher, Dumont le Romain and Jean-Baptiste-Siméon Chardin. (Traduzido da Wikipedia em inglês, com apoio de outras fontes)
- 019 -
Madeleine Françoise Basseporte
1701-1780
Madeleine Françoise Basseporte, nascida em Paris no dia 28 de abril de
1701 e falecida na mesma cidade no dia 6 de setembro de 1780, foi uma pintora
de miniaturas e desenhista francesa, com seu trabalho voltado para os jardins
imperiais, no reinado de Luís XV e nos primeiros anos do reinado de Luís XVI.
Ela foi um dos discípulos de Claude Aubriet (1665?-1742), aceita pelo mestre,
que se sensibilizou com o talento precoce da jovem. Após a morte do mestre, foi
aceita como pintora real e o rei Luís XV comissionou a artista para ensinar sua
filha, a princesa real, sobre como pintar flores. Ela colaborou com o químico
Rouelle e com o escultor Larchevêque e estudou botânica com Jussieu. Mais
tarde, ensinou ilustração anatômica para Marie Marguerite Bihéron que, um dia,
viria a dedicar-se na escultura de modelos de cera. Mais tarde, Madeleine fez
alguns desenhos de plantas em pergaminho para Gaston d’Orleans (não
confundir com Gastão de Orleans, Conde d”Eu, que viveu entre 1842 e 1922, e
que era casado com a Princesa Isabel do Brasil. Esse nome, tradicional na
família, se repete por várias gerações) > Traduzido, parte da Wikipedia em
francês e parte da Wikipedia em Inglês, com apoio de outras fontes)
- 021 -
Bernardo Bellotto
1720-1780
Bernardo Bellotto, nascido na cidade de Veneza em 30 de janeiro de 1720
e falecido em Warsau (Polônia) no dia 17 de outubro de 1780, também conhecido
como Canaletto Belotto, foi um pintor do Rococó ligado à escola veneziana,
famoso por suas pinturas topográficas, caprichosamente desenhadas,
registrando a Itália Central e cidades do Leste Europeu. Belotto era sobrinho do
grande mestre Canaletto, (Giovani Antonio Canal, 1697-1768). Foi o tio que o
iniciou na pintura e foi em homenagem ao tio que, fora da Itália, ele se
apresentava como Canaletto,, O Jovem. As cenas urbanas pintadas pelo
sobrinho tinham o mesmo cuidado no desenho e o mesmo realismo revelado
pelo tio, só que marcadas com pesadas sombras, escuras e frias, tanto nas cores
como nas tonalidades. (Traduzido da Enciclopédia Britânica, com apoio de
outras fontes)
Abaixo, Vista de Dresden (Alemanha), Fonte: Commons.
- 022 –
Bernardo Bellotto, “View of Pirna (Saxonia) from the Sonnenstein Castle”,
1750, óleo sobre tela, 1,36 x 2,37 m. Fonte: Commons
Abaixo, Piazza San Marco, Veneza (c. 1740) 1,36 x 2,32 m,
Óleo sobre tela, The Cleveland Museum of Art
- 023 -
Giacomo Antonio Boni
1688-1766
Giacomo Antonio Boni, nascido em Bolonha em 28 de abril de 1688 e
falecido no dia 7 de janeiro de 1766, foi um pintor italiano do Barroco tardio e do
Rococó, ativo principalmente na cidade de Gênova. Foi inicialmente um discípulo
de Marcantonio Franceschini e, depois, do pintor Carlo Cignani, em Forlì, região
da Emiglia Romana. Em sua peregrinação pela Itália, pintou nas cidades de
Gênova, Crema, Piacenza, Lavino di Mezzo, Parma e Roma. Pintou telas para
as capelas da igreja de San Felippo Neri, em Gênova e afrescos para o oratório
na mesma igreja. Em Crema, pintou para a Chiesa del Carmine. Em Piacenza,
pintou na igreja de Santa Maria del Popolo. Retornou a Gênova em 1726, onde
pintou ao lado de Tommaso Aldrovandini, no Palazzo Durazzo. Ele pintou o coro
de San Pancrazio para a nobre família dos Pallavicini. Pintou também no Palazzo
Mari e em muitos outros. Fez afresco para o cofre de doações do Oratório de
San Pancrazio, em Sanremo. Na capital de San Giovanni Evangelista, em
Parma, pintou juntamente com Giuseppe Carpi. Entre seus discípulos, estavam
Lorenzo Brusco (falecido em 1763), Giuseppe Comotti e Giuseppe Rossi
(iluminista) este último falecido em 1796). (Traduzido da Wikipedia em inglês,
com apoio de outras fontes).
“La gloria di Celestino” Musei Civici d'Arte Antica, Bologna
- 025 -
François Boucher
1703-1770
François Boucher, nascido em Paris no dia 29 de setembro de 1703 e
falecido na mesma cidade no dia 30 de maio de 1770. Foi um pintor, gravador e
desenhista, cujos trabalhos são vistos como a mais perfeita expressão do gosto
francês no período do Rococó. Treinado por seu pai, um desenhista de
rendados, Boucher ganhou o Prêmio de Roma em 1723. Em seus trabalhos,
nota-se a influência de Giovanni Battista Tiepolo, Peter Paul Rubens, e de seu
mestre, François Le Moyne. Uma das maiores encomendas que recebeu foi para
a confecção de 125 desenhos inspirados nos trabalhos de Antonine Watteau
(1684-1721). Após ilustrar uma edição de trabalhos de Moliére, ele preparou uma
série de esboços de cenas da vida rural e cenas de “Chinoiserie”, tão comuns no
Rococó, em que os artistas imitavam a pintura chinesa, como se na China elas
tivessem sido feitas. Todos esses cartões pintados serviram de base para a
fabricação de tapeçarias de alto padrão. (Traduzido da Enciclopédia Britânica,
com apoio de outras fontes).
- 026 –
Acima, François Boucher, “Cupido desarmado”, 1751, óleo sobre tela,
1,34 x 0,86m, Fonte, Commons-Sotheby’s
Abaixo, “Ragazza distesa”, 1752, óleo sobre tela (Retrato de Marie-Louise
O'Murphy, cortesã e cantora francesa, amante do rei Luís XV de França)
- 027 -
José Camarón Boronat
1731-1803
José Camarón, nascido em Segorbe, Castellón (Espanha) no dia 18 de maio
de 1731 e falecido em Valencia no dia 14 de julho de 1803, também chamado
José Camarón Boronat, foi um pintor, desenhista e gravador espanhol do
período do Rococó. Seu pai, Nicolás Camarón, foi escultor, enquanto que seu
filho, José Camarón Meliá teria sido pintor. Iniciou seus estudos com o pai que,
entretanto, morreu quando o artista tinha apenas 18 anos. Passou a aprender,
então, com o tio Eliseo Boronat, que era pintor de miniaturas; depois, tornou-
se discípulo do frade dominicano e pintor rococó Miguel Posadas. Em 1752,
mudou-se para Madri, com o objetivo de aperfeiçoar sua arte.
Sua obra se caracteriza, em geral, pelo efeito chiaroscuro, contrastando com
a beleza do colorido, destacado pela harmonia da composição e o extremo
cuidado com os detalhes técnicos, com uma gama cromática de tonalidades
suaves e, por vezes, nacaradas (de coloração rosada). Suas obras mais
consideradas nos dias de hoje são aquelas que reproduzem “majas”, à
semelhança de Goya, de que é exemplo “El Bolero”, que se acha no Museo del
Prado. (Traduzido da Wikipedia em espanhol)
- 029 -
Giovanni Antonio Canal
Canaletto
1697-1768
Giovanni Antonio Canal, nascido em Veneza no dia 17 (ou 18) de outubro
de 1697 e falecido na mesma cidade no dia 19 de abril de 1768, melhor
conhecido como Canalleto (pequeno canal) foi, essencialmente, um pintor de
paisagens (vedute) no período do Rococó, mas também dedicou-se à produção
de gravuras em água forte (técnica de gravura a entalhe em que se marcam
traços na camada protetora (de cera, p.ex.) de uma placa de metal, a qual,
imersa em ácido nítrico, tem esses traços transformados em sulcos pela ação
corrosiva do ácido). Canaletto, juntamente com Giambattista Pittoni, Giovan
Battista Tiepolo, Giovan Battista Piazzetta, Giuseppe Maria Crespi e Francesco
Guardi. Compõem o último grupo veneziano de mestres pintores. Canaletto
nasceu de uma família da nobreza, cujo brasão ele ocasionalmente usava como
identificação de seus quadros. Como ele adquiriu esse apelido, não se sabe ao
certo, mas, talvez, o objetivo era diferenciá-lo do pai, Bernardo Canal, um pintor
de cenários para o teatro, a quem Canalleto assistiu por muito tempo.
A guerra de sucessão austríaca (1741-1748) criou um bloqueio na
comunicação entre Itália e Inglaterra e isso fez com que Canaletto migrasse para
este país, já que ele era o pintor favorito da nobreza britânica e tinha todo o
interesse em manter essa valiosa clientela, permanecendo em Londres entre
1746 e 1755. Com novos cenários à sua frente, passou, então, a pintar Londres
e seus arredores, com mansões e castelos. Não obstante, o trabalho deste
período perde qualidade e fluidez, tornando-se mais mecânico que artístico,
fazendo com que o crítico de arte George Vertue o classificasse como impostor.
Respondendo à altura, Canaletto passou a fazer demonstrações públicas de
pintura, mas já era tarde, e sua reputação como artista nunca se recuperou, por
inteiro na Inglaterra.
De volta a Veneza, em 1763, ingressou na Academia de Belas-Artes, da qual
foi membro até sua morte e entre seus principais discípulos destacou-se seu
sobrinho Bernardo Bellotto. (Traduzido da Enciclopédia Britânica em inglês e
Wikipedia em espanhol, com apoio de outras fontes)
- 033 –
José Juan Camarón y Meliá
1760-1819
José Juan Camarón y Meliá nascido em Segorb (Castellón, Valencia) no
dia 26 de dezembro de 1760 e falecido em Madri no dia 11 de janeiro de 1819,
foi um pintor e gravador espanhol. Era filho de José Camarón Boronat e irmão
de Manuel Camarón, também pintores. Estudou na Escola de Belas Artes de
São Carlos, em Valência e, mais tarde, obteve uma pensão para prosseguir com
seus estudos em Roma. Ao seu regresso a Valência, foi nomeado pintor e diretor
de pintura da Real Fábrica de Porcelana, tornando-se também acadêmico
honorário da Academia Real de São Carlos de Valência e diretor adjunto da
Academia de Artes de São Fernando. O artista valenciano Asensio Julià i
Alvarracín (1760–1832) pintou um retrato de Camarón que, recentemente, foi
leiloado pela Casa Christie’s e está reproduzido abaixo. (Traduzido da Wikipedia
em espanhol, com trechos retirados da edição catalã)
- 035 –
Marie-Gabrielle Capet
1761-1818
Marie-Gabrielle Capet, nascida em Lyon no dia 6 de setembro de 1761 e
falecida em Paris no ano de 1818, foi uma artista francesa do Rococó, em
trânsito para a pintura neoclássica. Nasceu de uma família de parcos recursos
e se desconhece como aprendeu a pintar, mas, em 1781, ela se torna aluna da
pintora francesa Adelaide Labille-Guiard em Paris, mostrando habilidade para
retratos, mas também para pinturas em geral e miniaturas. Permanecendo ligada
à mestra até a morte desta, acompanhou-a não só na execução das obras como
na participação conjunta em exposições. Mesmo quando Adélaide se casou com
o pintor François Vincent, em 1799, Capet permaneceu morando na mesma
casa.
- 037 -
Antonio Carnicero
1748-1814
Antonio Carnicero Mancio, nascido em Salamanca no dia 10 de janeiro de
1748 e falecido em Madri no dia 21 de agosto de 1814, foi um pintor e gravador
espanhol do período Rococó, havendo trabalhado para a Corte espanhola, na
Real Fábrica de Tapices de Santa Bárbara, em cujos trabalhos se pode
identificar traços do Rococó e uma aproximação ao nascente Neoclássico. Filho
do escultor Alejandro Carnicero (açougueiro, em espanhol), viajou para a Corte
de Madri logo na primeira infância, acompanhando ao seu pai, que havia
recebido o encargo de fazer uma série de esculturas para as estâncias reais.
Dentro da família, também era pintor o seu meio-irmão, Isidro Carnicero.
Antonio Carnicero era um artista precoce. Aos 10 anos, ingressou na Real
Academia de Bellas Artes de San Fernando e aos doze recebia a beca pela
Academia, indo com seu irmão para aperfeiçoar-se em Roma, de onde
regressou, em 1766, para iniciar sua atividade profissional em Madri, pintando
para instituições civis, eclesiásticas, clientes particulares e, finalmente, para a
Casa Real, colaborando com José del Castillo na elaboração de cartões que
serviriam de base para a montagem das tapeçarias. Também fez cenários para
o Teatro de la Cruz e para o Teatro del Príncipe, documentados em 1885.
Destacou-se, ainda, como desenhista e gravador.
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Depois de várias tentativas frustradas, em 1788, 1892 e 1793, Carnicero foi,
afinal, nomeado pintor de câmera do Rei, trabalhando, a partir de então, como
retratista da família real e de outros ministros da corte, prosseguindo ainda na
formulação de cartões para a confecção de tapeçarias. Foi professor de desenho
dos infantes reais, inclusive do príncipe de Astúrias, futuro Fernando VII.
Entretanto, sua aproximação com o príncipe, tornou-o suspeito de participação
na conspiração do “El Escorial”, desencadeada pelo príncipe Fernando em 1806
para destronar o pai. Ficou preso 10 dias e depois foi liberado, mas já sem a
confiança real.
Este trecho da biografia de Carnicero se cruza, de alguma forma, com
a História do Brasil. Quem, afinal, destronou o rei não foi o seu filho, príncipe
Fernando, mas sim Napoleão Bonaparte, cujas tropas invadiram a Espanha,
fazendo rei seu irmão José Bonaparte e invadindo, ato contínuo, Portugal, o
que provocou a fuga da família real portuguesa e seu séquito para o Brasil.
Então, a partir de 1809, premido pelas circunstâncias (da mesma forma que
aconteceu a Francisco de Goya), Carnicero se viu obrigado a trabalhar para os
novos donos do poder, para não perder seu posto de Pintor de Câmera da Corte.
Restabelecido o trono, foi processado por haver servido a um rei estrangeiro e
morreu em 1814, antes de ser julgada sua reabilitação. Rei morto, rei posto. Na
briga de grandes, pagam os menores, que não tem quem os defenda.
(Traduzido da Wikipedia em espanhol, com apoio de outras fontes)
Antonio Carnicero. Corrida de toros em la plaza de la calle de Alcala, 1791
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Carlo Carlone 1686-1775
Carlo Innocenzo Carlone, nascido em Scaria (próximo a Como), na
Lombardia, em 1686, e falecido na mesma cidade em 17 de maio de 1775,
conhecido simplesmente como Carloni, foi um pintor e gravador italiano do
período do Rococó, cuja atividade se estendeu também para a Alemanha. Era
filho de Giovanni Battista Carloni e Taddea Maddalena. Em 1717, casou-se
com Giulia Caterina Corbellini, tornando-se pai de quatro filhos e nove filhas. Seu
pai era escultor e estucador, mas como o filho decidiu-se pela pintura, foi
encaminhado para aprender com Giulio Quaglio, aperfeiçoando-se depois em
Roma e Veneza, tendo sido discípulo de Francesco Trevisani até os 23 anos,
quando viajou para a Alemanha, já como profissional, deixando lá muitos
trabalhos, especialmente em afresco, em igrejas e palácios. Igualmente, atuou
em Praga e Viena onde se encontra a marca de sua presença como artista..
Apesar de nascido na Lombardia, seus ancestrais eram originários de Veneto e
igualmente dedicados à pintura e escultura. (Traduzido da Wikipedia em inglês,
com apoio de outras fontes)
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Acima: “Residenza di Ludwigsburg, Galleria degli antenati, soffitto
affrescato da Carlo Carlone – http://www.artistiticinesi-ineuropa.ch/
Abaixo: “A Study for Two Angels on a Balustrade”, óleo sobre papel, 36 x
39 cm,, Commons, Fonte da imagem: Museum Associates/LACMA
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Rosalba Carriera
1675-1757
Rosalba Giovanna Carriera, nascida em Veneza no dia 7 de outubro de
1675 e falecida na mesma cidade no dia 15 de abril de 1757, conhecida
simplesmente como Rosalba Carriera, foi uma retratista e miniaturista do estilo
Rococó, atuando na França e na Itália e famosa por seus trabalhos em pastel.
Desde criança, aprendeu com sua mãe a arte de fazer rendas, mas como a
procura por esse artigo caiu em declínio, ela começou a decorar pequenas
caixas de rapé para vende-las a turistas. Daí a tornar-se uma miniaturista de
retratos, foi só um passo. Ela foi a primeira artista a introduzir o mármore como
suporte, dando mais brilho às miniaturas que pintava. Suas duas irmãs,
particularmente Giovanna, a ajudaram a pintar centenas de retratos, o que, de
certo modo, dificulta a identificação da autoria. (Traduzido da Enciclopédia
Britânica, com apoio de outras fontes)
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Rosalba Carriera, (Google Art Project), “Africa”, 34x28 cm,
Localização: Gemäldegalerie Alte Meister, Fonte: Commons
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Jean-Baptiste-Siméon Chardin
1699-1779
Jean-Baptiste-Siméon Chardin, nascido em Paris no dia 2 de novembro de
1699 e falecido na mesma cidade em 6 de dezembro de 1779 foi um pintor
francês do Rococó, versado em naturezas-mortas e de cenas domésticas
remarcáveis, por seu realismo íntimo, pela atmosfera tranquila e pela qualidade
luminosa de suas pinturas. Para as naturezas mortas, ele escolheu objetos os
mais simples, como se pode ver em “The buffet”, 1728; já para as cenas
domésticas, um ambiente humilde, como se vê em “Woman Sealing a Letter”,
1723. Nos últimos anos, também executou alguns finos retratos usando a técnica
do pastel. (Traduzido da Enciclopédia Britânica, com apoio de outras fontes).
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Charles-Antoine Coypel
1694-1752
Charles-Antoine Coypel, nascido em Paris no dia 11 de julho de 1694 e
falecido na mesma cidade no dia 14 de junho de 1752, foi um pintor e gravador
francês do período do Rococó, que dedicou a maior parte de seu tempo
lecionando e cuidando da administração da Academia Real, onde exerceu o
cargo de diretor, com muito zelo e distinção. O primeiro mestre de Coypel foi seu
próprio pai, Antoine, cuja rigidez de estilo foi absorvida pelo filho e levada a efeito
durante toda sua vida. Após a morte de Antoine, em 1722, Charles herdou as
responsabilidades do pai junto à Corte, tornando-se pintor chefe no reinado de
Felipe II, Duque D’Orleans e recebeu a incumbência de administrar o Louvre,
atividade que manteve até sua morte. Era neto do também pintor Noël Coypel
e também sobrinho de Noël-Nicolas Coype. Coypel era um excelente designer
de tapeçarias, havendo projetado para as Fábrica Gobelins uma série ilustrando
Don Quixote de forma sofisticada. Estas ilustrações foram pintadas como
desenhos para tapeçarias, e foram gravadas e publicadas em um fólio de luxo
em Paris, em 1724. Um desses desenhos está reproduzido abaixo. (Traduzido
da Enciclopédia Britânica e da Wikipedia com apoio de outras fontes).
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François-Hubert Drouais
1727-1775
Francois-Hubert Drouais, nascido na cidade de Paris no dia 14 de
dezembro de 1727 e falecido na mesma cidade no dia 21 de outubro de 1775,
foi um célebre retratista francês, pai de Jean-Germain Drouais, também artista,
só que este último se dedicava à pintura histórica. François-Hubert recebeu seus
primeiros ensinamentos de seu pai Hubert Drouais, estudando depois com
Donat Nonnotte, Charles-Joseph Natoire e, por fim, aperfeiçoou seus
conhecimentos no estúdio de François Boucher (1703-1770), com quem
adquiriu uma técnica de excelência, evidenciada na maioria dos quadros
posteriores à fase estudantil. Nas suas pinturas, são constantes os aspectos
volumosos, os contrastes leves, suaves e delicados, e um estilo monumental,
parcialmente inspirado na técnica de seu último mestre e com evidente influência
do então já falecido pintor flamengo Peter Paul Rubens (1577-1640). Os retratos
pintados por François-Hubert portam uma graciosidade e um charme artificial,
também comparáveis a Boucher. O seu retrato mais interessante e aclamado é
sem dúvida o Retrato de Madame de Pompadour, em destaque na Galeria
Nacional de Londres, no Reino Unido, em detalhe abaixo. (Wikipedia em
português e francês, com apoio de outras fontes)