Ç DQR Volume 3 - Conquista | Guia · 2020. 6. 19. · capítulo 3 Neoclassicismo,Romantismo e...

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Capítulo 3 Neoclassicismo, Romantismo e Realismo 2 Volume 3

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  • Capítulo 3Neoclassicismo, Romantismo e Realismo 2

    Volume 3

  • capí

    tulo 3 Neoclassicismo, Romantismo e

    Realismo

    A passagem do século XVIII para o século XIX foi mar-

    cada por intensas transformações sociais, políticas, eco-

    nômicas e tecnológicas. Nesse contexto histórico, acon-

    teceram o Neoclassicismo, o Romantismo e o Realismo. A

    arte neoclássica surgiu como contraponto aos exageros

    do período barroco; o Romantismo buscou romper as re-

    gras acadêmicas e veio como uma crítica à racionalidade

    do Renascimento; e o Realismo, por sua vez, se opôs à

    subjetividade do Romantismo.

    Artes visuais no

    Neoclassicismo, no Romantismo e no Realismo

    Teatro e Música no Classicismo e no

    Romantismo

    o que vocêvai conhecer

    DAVID, Jacques-Louis. Retrato de Madame Récamier. 1800. 1 óleo sobre tela, color., 174 cm × 224 cm. Museu do Louvre, Paris, França.

    ©Museu do Louvre, Paris, França

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  • Arte

    Entender conceitos relacionados às artes visuais no Neoclassicismo, no Romantismo e no Realismo.

    Conhecer o teatro neoclássico e romântico.

    Apreciar a música produzida no Classicismo e no Romantismo.

    Reconhecer o Neoclassicismo e o Realismo no Brasil.

    objetivos do capítulo

    Neoclassicismo

    A arte neoclássica se estabeleceu em meados do século XVIII,

    como reação aos excessos do Barroco, vigente até então.

    Os artistas se voltaram, mais uma vez, ao passado greco-roma-

    no, adotando, como padrão de beleza, os modelos de equilíbrio

    e proporção da Antiguidade Clássica. Escavações arqueológicas

    realizadas nas cidades romanas de Herculano (em 1738) e Pom-

    peia (em 1748), destruídas pela erupção do Vesúvio em 79, amplia-

    ram o conhecimento sobre esse período. Os objetos encontrados,

    como ornamentos, pinturas e outras relíquias, reacenderam o in-

    teresse pelas ideias racionalistas do Classicismo, já apregoadas no

    Renascimento.

    Na arquitetura e no planejamento urbano, surgiu a ideia de

    organização racional da cidade para o progresso social. Na pintu-

    ra, os retratos ganharam força, pois expressavam temas sensíveis

    ao período, como a individualidade, os mitos e os acontecimentos

    históricos.

    O Neoclassicismo valorizou a técnica e o desenho pré-

    vio na pintura. A arte passou a ser ensinada em academias,

    onde os alunos aprendiam as regras consideradas desejá-

    veis, e aproximou-se das necessidades sociais e econômicas.

    Os artistas criaram obras nas quais predominavam

    sobriedade, equilíbrio, simetria e proporções perfeitas.

    Com base nas regras acadêmicas, como claro-escuro e

    perspectiva, os pintores e escultores neoclássicos mistu-

    raram o passado ao presente, retratando a nobreza e a

    burguesia, além dos acontecimentos que precederam a

    Revolução Francesa e a Revolução Industrial.

    O Barroco foi um estilo artístico desenvolvido na Itália, na

    passagem do século XVI para o

    século XVII, e difundido por toda

    a Europa. As obras barrocas têm

    como características a presença

    de linhas curvas, a abundância de

    ornamentação, a complexidade

    das formas e o predomínio

    da emoção em seus temas.

    O claro-escuro é uma técnica inovadora da pintura

    renascentista, definida pela

    distribuição equilibrada de

    luz e sombra em um quadro,

    o que dá relevo às formas e

    cria um efeito de espaço e

    profundidade na composição.

    INGRES, Jean-Auguste D. A virgem do véu azul. 1827. 1 óleo sobre tela, color., 80 cm × 66,5 cm.

    Museu de Arte de São Paulo, Brasil.

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  • GALERIA

    O francês Jacques-Louis David (1748-1825) foi um dos principais pintores do perío-

    do neoclássico. Conheça mais algumas de suas obras.

    DAVID, Jacques-Louis. A morte de Marat. 1793. 1 óleo sobre tela, color., 165 cm × 128 cm. Museus Reais de Belas Artes da Bélgica, Bruxelas.

    A pintura retrata o revolucionário francês Jean-Paul Marat, assassinado por Charlotte Corday, sua oposicionista política. A inscrição “À Marat, David” na caixa de madeira é uma homenagem a Marat, que era amigo do pintor. Charlotte o apunhalou no peito enquanto o revolucionário repousava na banheira, um hábito que cultivava para amenizar as dores causadas por uma doença de pele.

    Uma das cinco versões de um retrato de Napoleão Bonaparte, encomendado pelo embaixador espanhol na França. Jacques-Louis David

    era o pintor oficial de Napoleão. Esta obra retrata, de maneira idealizada e heroica, sua passagem e a de seu exército pelos Alpes, em 1800.

    DAVID, Jacques-Louis. Napoleão cruzando os Alpes. [1801-1805].

    1 óleo sobre tela, color., 261 cm × 221 cm. Museu Nacional

    do Castelo de Malmaison, Rueil-Malmaison, França.

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  • Arte

    A Revolução Francesa abalou algumas ideias de arte que pa-

    reciam inquestionáveis, entre elas a noção de estilo. Até então,

    seguir um estilo era a melhor maneira de alcançar o efeito deseja-

    do. No decorrer do século XVIII, essa ideia mudou, pois os artistas

    perceberam que era possível escolher um estilo, ou um tema, com

    base em critérios mais livres, rompendo com a tradição.

    Nesse período, os artistas começaram a participar de exposi-

    ções anuais, com o objetivo de atrair a atenção de críticos de arte

    e compradores, e ganhar o gosto do público.

    atividades

    Para compreender melhor o que é o estilo individual, pense nos diferentes modos de uma pessoa se

    vestir ou de cortar o cabelo, por exemplo. Entre muitas possibilidades, cada uma faz as suas opções. Essas escolhas revelam algo da personalidade, ou seja, é um modo de expressão.

    O mesmo raciocínio pode ser aplicado à arte. Um artista expressa sua visão de mundo por meio de

    estilo próprio, que é a sua marca, o seu ponto de vista, o que o difere dos demais.

    Com isso em mente, crie um desenho ou uma pintura com estilo próprio. Essa obra pode represen-tar uma paisagem, um fato ou uma pessoa. Lembre-se de que o estilo próprio se relaciona ao modo como o artista trabalha com as cores, as formas, os volumes; o modo como opta por representar determinada cena ou personagem, etc.

    Para realizar essa atividade, use uma folha avulsa, de tamanho grande, que poderá ser exposta no evento Artes em festa, com os outros trabalhos da turma.

    A Revolução Francesa foi um movimento contrário ao

    absolutismo monárquico. O lema

    desse movimento era “liberdade,

    igualdade e fraternidade”.

    Iniciou-se em 1789, com a

    tomada da prisão da Bastilha

    pelos burgueses, com o apoio

    dos camponeses e da população

    urbana, que viviam na miséria.

    DAVID, Jacques-Louis. Retrato de uma jovem. [ca. 1800]. 1 óleo sobre tela, color., 57,5 cm × 75,6 cm. Museu de Arte de Harvard, Cambridge, Estados Unidos.

    A obra revela algumas características típicas dos famosos retratos de Jacques-Louis David: a cabeça da jovem está virada de modo a confrontar o observador; ela é retratada em fundo escuro, sem nenhum elemento; as roupas e o lenço na cabeça faziam parte da moda adotada pelas mulheres na época.

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  • Todas as criações artísticas realizadas no decorrer deste bimestre podem ser apresen-

    tadas à comunidade escolar pela sua turma, no evento comunitário Artes em festa, que vai acontecer no fim do ano letivo.

    Vocês já vêm se planejando para o evento desde o primeiro bimestre. Reveja com a tur-

    ma os preparativos e confirme com a direção da escola a data para a realização dessa festa

    cultural. Combinem a organização do evento com todas as turmas do Ensino Fundamental

    – Anos Finais, pois todos participarão.

    Para que essa organização seja efetiva, observem os aspectos a seguir.

    Organizem os trabalhos já realizados que podem ser apresentados nesse evento.

    Escolham o espaço mais adequado para armazenar as obras produzidas, de forma que elas fiquem em boas condições até o momento da exposição.

    Gravem e fotografem (com celular ou câmeras digitais) cenas, danças e músicas cria-das nas aulas.

    Imprimam as melhores imagens, ou selecionem os vídeos, para montar uma ex-posição que revele ao público o processo de criação das obras ao longo do ano.

    Organizem-se para oferecer uma experiência transformadora à comunidade escolar,

    do tamanho das experiências artísticas vividas pela turma ao longo do ano letivo.

    artes em festa

    GALERIA

    Observe outras obras de Jean-Auguste Dominique Ingres (1780-1867), outro pin-

    tor de destaque do período neoclássico.

    O artista se inspirou em um episódio de

    A divina comédia, de Dante Alighieri, no qual Francesca, já morta, conta ao personagem Dante, em sua visita ao

    Inferno, sobre o momento em que ela e Paulo liam um livro e, inspirados pela cena de amor descrita, acabam se beijando. O marido de Francesca flagra os dois e, enciumado, mata os amantes,

    lançando-os na eternidade do Inferno.

    INGRES, Jean-Auguste D. Francesca da Rimini e Paolo Malatesta. 1819. 1 óleo sobre tela, color., 50 cm × 41 cm. Museu de Belas Artes de Angers, França.

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  • Arte

    A exatidão da pintura de Ingres e sua inspiração em obras de arte históricas fez com que esse trabalho recebesse severas críticas no Salão de Paris, em 1806, feitas inclusive por seu antigo mestre, Jacques-Louis David. Atualmente, é uma das pinturas mais célebres de Napoleão Bonaparte.

    INGRES, Jean-Auguste D. Napoleão I no seu trono imperial. 1806. 1 óleo sobre tela, color., 259 cm × 162 cm. Museu da Armada, Paris, França.

    INGRES, Jean-Auguste D. A apoteose de Homero. 1827. 1 óleo sobre tela, color., 386 cm × 512 cm. Museu do Louvre, Paris, França.

    Neste grande painel, as 44 figuras reunidas nas escadarias de um templo da Grécia Antiga prestam homenagem ao poeta Homero, que está ao centro, sendo coroado por uma figura alada. Sentadas aos seus pés, as figuras femininas personificam as suas duas obras, Ilíada e Odisseia.

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  • atividades

    Com seus colegas, organize uma exposição de arte, que servirá de prévia ao evento Artes em festa. Criem pinturas com temática livre, inspiradas no estilo neoclássico. Em seguida, dividam-se em dois grupos. Um deles será responsável pela curadoria da mostra, ou seja, pela escolha e organização das obras no espaço da exposição. O outro grupo deve realizar a montagem das pinturas: confec-cionar molduras, fixá-las nas paredes e identificar cada obra com etiquetas que indiquem nome do autor, título da obra, data, técnica empregada e local.

    No espaço abaixo, faça o esboço da pintura neoclássica que você pretende criar para a exposição.

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  • Arte

    Arquitetura e escultura neoclássicas

    A arquitetura neoclássica teve início na Inglaterra, nas primeiras décadas do século XVIII.

    Não era a primeira vez que surgia o interesse pela arquitetura do passado clássico, mas antes

    não havia acesso a informações tão detalhadas e abundantes sobre as obras arquitetônicas

    e decorativas do período. A publicação de diversos estudos permitiu conhecer os padrões de

    beleza da Grécia Antiga e de Roma, além do Egito Antigo.

    Havia uma diferenciação entre a arquitetura católica e a protestante. A católica adotava

    o estilo barroco, e a protestante rejeitava seus excessos. Na Inglaterra, onde o protestantis-

    mo predominou, percebia-se uma valorização da razão sobre a emoção.

    Os artistas neoclássicos exploraram as regras exatas de proporções e simetrias com base

    em análises dos templos e palácios da Antiguidade Clássica, que eram caracterizados por li-

    nhas retas, frontões triangulares e arcos romanos. O Arco do Triunfo (construído em 1806),

    em Paris, França, e a Chiswick House (construída entre 1726 e 1729), em Londres, Inglaterra,

    entre outras obras, reafirmaram os novos valores e a imponência do estilo.

    Chiswick House, Londres, Inglaterra

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    Arco do Triunfo, Paris, França

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  • Na escultura, ninfas e deuses gregos voltaram a

    ser representados e misturaram-se com figuras impe-

    riais, em meio a movimentos e transparências. Essas

    características podem ser observadas, principalmente,

    nos trabalhos de Antonio Canova (1757-1822), consi-

    derado um dos mais importantes escultores da época.

    Canova era reconhecido por esculpir figuras mi-

    tológicas nuas, de formas simples e elegantes.

    Assim como ocorreu no Renascimento, o Neo-

    classicismo apresentava características da arte

    greco-romana: cores neutras, frontões triangulares,

    colunas com capitéis decorados, entre outras. Ainda

    hoje, essas influências são percebidas na arquitetu-

    ra de prédios de universidades, escolas de belas-ar-

    tes, bibliotecas, etc. Observe essas características

    nas imagens seguintes.

    CANOVA, Antonio. Teseu vencendo o Minotauro. 1782. 1 escultura em mármore, 1,45 m de altura. Museu Vitória e Alberto, Londres.

    Suprema Corte, Washington, Estados Unidos

    atividades

    Na cidade onde você mora, identifique alguns edifícios que contenham elementos associados à Antigui-dade Clássica e fotografe-os. Depois, imprima algumas dessas imagens e apresente-as aos seus colegas.

    Se não for possível fotografar, desenhe a fachada desses locais pesquisados em uma folha separada.

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    A Universidade Federal do Paraná, localizada em Curitiba, é a mais antiga do Brasil, fundada em 19 de dezembro de 1912.

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  • Arte

    Arte romântica

    O Romantismo se opôs à arte neoclássica. Buscava libertar-se das regras da academia

    e da necessidade de imitação da natureza. O movimento, que ganhou força na França e na

    Inglaterra, propôs uma alternativa a um mundo ordenado, como se desejava no Neoclassicis-

    mo, incorporando à arte as noções de descontrole e imprevisibilidade.

    Importantes representantes desse movimento foram Eugène Delacroix, Francisco de

    Goya, William Turner, John Constable e Théodore Géricault. Esses artistas se rebelaram con-

    tra as regras da objetividade e da razão, demonstrando mais interesse pela emoção, intuição

    e imaginação. Em grande parte, as temáticas de suas obras estão ligadas às lendas medie-

    vais, chamadas de romances, às paisagens e ao exotismo. No material de apoio, há mais uma obra de Turner.

    CONSTABLE, John. O cavalo branco. [ca. 1818-1819]. 1 óleo sobre tela,

    color., 127 cm × 183 cm. Galeria Nacional de Arte, Washington,

    Estados Unidos.

    TURNER, William. A queima das casas do parlamento. 1835. 1 óleo sobre tela, color.,  92,7 m × 123 cm. Museu de Arte de Cleveland, Estados Unidos.

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    Turner abriu mão dos detalhes e buscou explorar formas essenciais em suas pinturas de paisagem.

    As paisagens de Constable denotam serenidade e

    representam lugares onde o artista passou sua

    infância e juventude.

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  • No Romantismo, destacaram-se obras com narrativas de feitos heroicos, como A balsa

    da Medusa, de Théodore Géricault (1791-1824). O artista pintou os náufragos da fragata

    Medusa, pertencente à marinha francesa, com base em uma notícia de jornal. Géricault ex-

    pressou em cores, formas e pinceladas o desespero de cada um dos personagens.

    Muito além de realizar estudos no papel, Géricault entrevistou sobreviventes do naufrágio

    e mandou construir, em tamanho natural, uma jangada com personagens de cera. Estudou

    ainda corpos putrefatos e expressões faciais de condenados à guilhotina, montando, em seu

    ateliê, a cena que pretendia pintar. Como se tudo isso não bastasse, ele se amarrou ao mastro

    de um barco, em plena tempestade, para poder reviver os sentimentos daqueles homens.

    GÉRICAULT, Théodore. A balsa da Medusa. [1818-1819]. 1 óleo sobre tela, color., 4,91 m × 7,16 m. Museu do Louvre, Paris, França.

    Observe as obras A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, e Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808, de Francisco de Goya. Compare essas obras e, depois, faça uma pesquisa sobre elas, seus autores e o contexto histórico. Utilize as linhas abaixo de cada obra para registrar o resultado de sua pesquisa.

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  • Arte

    DELACROIX, Eugène. A liberdade guiando o povo. 1830. 1 óleo sobre tela, color., 2,60 m × 3,25 m. Museu do Louvre, Paris, França.

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  • GOYA, Francisco de. Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808. 1814. 1 óleo sobre tela, color., 2,66 m × 3,45 m. Museu do Prado, Madri, Espanha.

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  • Arte

    Teatro clássico francês

    A inspiração em obras da Antiguidade Clássica aconteceu primeiramente no teatro e

    depois nas artes visuais. No século XVII, o francês Molière se consagrou como autor teatral,

    inspirando-se em obras de autores romanos da Antiguidade. Ele fortaleceu, assim, um novo

    estilo de comédia que nascia na Europa. Devido à sua forma de escrever, lúcida e sem exces-

    sos, a comédia criada por ele ficou conhecida como “humor do cérebro”.

    O avarento

    O avarento é a peça mais encenada de

    Molière. Sua estreia foi em 1668, em Paris. A

    obra conta a história de Harpagon, homem

    idoso extremamente mesquinho. Ele proces-

    sa animais por terem comido restos de sua co-

    mida, só empresta dinheiro ao filho cobrando

    juros altíssimos e negocia o casamento da fi-

    lha com alguém que a aceite sem dote.

    curiosidade?

    Cena de O avarento, em 2006, com a atriz Arieta Corrêa e o ator Paulo Autran

    -

    peceiro rico, ele abandonou a confortável situação financeira familiar para ser dramaturgo.

    Fundou o grupo L’Illustre Théâtre, em 1643, mas não deu certo, e o jovem se juntou a uma

    companhia itinerante que viajava pelo interior do país.

    Começou influenciado pela comédia italiana,

    elaborando peças com tramas complicadas e re-

    pletas de ações físicas, que foram apreciadas pelo

    Rei Luís XIV. Seu primeiro texto, de 1658, chama-

    va-se As preciosas ridículas. Aos poucos, aperfei-

    çoou seu estilo de escrita, criando personagens

    Tartufo O avarento.

    Molière escreveu outras peças que se tornaram

    Escola de mu-

    lheres Escola de maridos Don Juan O burguês

    fidalgo, entre outras.

    MIGNARD, Pierre. Retrato de Molière. 1645. 1 óleo sobre tela. color., 73 cm × 56 cm. Museo de La Comedia Francesa, França.

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  • pesquisa1. Com a orientação do professor, façam uma leitura dramática do trecho da peça O avarento.

    CENA IV

    ELISA, CLEANTO, HARPAGÃO

    HARPAGÃO. – Na verdade, não é nada fácil esconder em casa uma grande quantia de di-nheiro; feliz daquele que tem toda a sua fortu-na bem guardada, e só conserva consigo o ne-cessário para as suas despesas. É uma grande preocupação inventar um esconderijo seguro em casa; para mim, os cofres-fortes são sus-peitos, não me fio neles: vejo-os justamente como um isco fácil para ladrões, e é sempre a primeira coisa que vão atacar. No entanto, não sei se fiz bem em enterrar no meu jardim os dez mil escudos que recebi ontem. Dez mil escudos em ouro em nossa casa, é uma quan-tia bastante…

    (Neste momento, surgem os dois irmãos conversando em voz baixa)

    Oh, Céus! Ter-me-ei traído a mim próprio: deixei-me levar pelo entusiasmo, e creio ter fa-lado alto ao reflectir sozinho. O que há?

    CLEANTO. – Nada, meu pai.

    HARPAGÃO. – Estais aí há muito tempo?

    ELISA. – Acabamos de chegar.

    HARPAGÃO. – Ouvistes…

    CLEANTO. – O quê, meu pai?

    HARPAGÃO. – Aqui…

    ELISA. – O quê?

    HARPAGÃO. – O que acabei de dizer.

    CLEANTO. – Não.

    HARPAGÃO. – Ouvistes, ouvistes.

    ELISA. – Perdoai-me.

    HARPAGÃO. – Bem vejo que ouvistes al-gumas palavras. Estava a falar comigo mesmo sobre a dificuldade que há hoje em dia para arranjar dinheiro, e, dizia eu, que é bem feliz aquele que pode ter dez mil escudos em casa.

    CLEANTO. – Nós estávamos hesitantes,

    não nos queríamos aproximar com receio de vos interromper.

    HARPAGÃO. – Ainda bem que vos posso di-zer isto, não fôsseis entender as coisas ao con-trário e imaginar que era eu quem tinha os dez mil escudos.

    CLEANTO. – Nós não nos metemos nos vossos negócios.

    HARPAGÃO. – Provera Deus que eu os ti-vesse, dez mil escudos!

    CLEANTO. – Não creio…

    HARPAGÃO. – Seria um bom negócio para mim.

    ELISA. – São coisas…

    HARPAGÃO. – Bem falta me fazem.

    CLEANTO. – Penso que…

    HARPAGÃO. – Facilitavam-me a vida.

    ELISA. – Vós estais…

    HARPAGÃO. – E não me lamentaria, como o faço agora, dos tempos miseráveis que correm.

    CLEANTO. – Por Deus! Meu pai, não tendes razão para vos lamentardes, todos sabem que a vossa fortuna é suficiente.

    HARPAGÃO: – Como? a minha fortuna é su-ficiente! Quem diz isso, mente. Não há nada de mais falso; foi algum malandro que fez correr por aí esse boato.

    ELISA. – Não vos zangueis.

    HARPAGÃO. – É estranho que os meus próprios filhos me traiam e se tornem meus inimigos!

    CLEANTO. – É ser vosso inimigo dizer que tendes fortuna suficiente?

    HARPAGÃO. – Sim, discursos como esse e os gastos que fazeis serão motivo para que um dia destes me entre alguém pela casa adentro (...) ensando que estou a nadar em dinheiro.

    [...]

    MOLIÈRE. O avarento. Disponível em: . Acesso em: 21 ago. 2019.

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  • Arte

    2. Agora, na internet, procure o texto inteiro da peça O Avarento e escolha outros trechos para ler. Aproveite o momento e assista a vídeos e veja fotos de montagens da peça feitas tanto no Brasil quanto no exterior.

    atividades

    Inspire-se em tudo o que você aprendeu sobre a peça O avarento e crie os diálogos de uma cena cômica que aborde temas relacionados à sociedade atual. Lembre-se de escrever as rubricas, ou seja, as indicações cênicas (por exemplo: “Paula bate à porta da casa de sua amiga. Demonstra estar ansiosa para entrar”). Depois, encenem-na para a turma. Vocês também podem reapresentar essa

    cena no evento Artes em festa.

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  • No teatro, os ideais clássicos também levaram muitos outros autores a se voltarem para

    o passado grego, em um movimento chamado aristotelismo. Na busca por aperfeiçoar as pe-

    ças até que elas alcançassem o ideal de verossimilhança, eles passaram a adotar a chamada

    doutrina unitária, que envolve três elementos:

    unidade de ação (todos os acontecimentos devem ser necessári-os para o desenlace);

    unidade de tempo (não deve haver grandes saltos temporais);

    unidade de lugar (grandes deslocamentos devem ser evitados).

    Tudo isso servia para que a encenação se parecesse ao máximo com a realidade e para

    que o público pudesse entrar na ilusão proposta em cena.

    verossimilhança: qualidade do que é semelhante à vida, à realidade.

    atividades

    Em sua opinião, a peça teatral precisa seguir a mesma lógica de tempo e espaço experimentada no mundo real para que o público possa apreciá-la? Converse com seus colegas sobre esse assunto, citando livros ou filmes que quebram essa lógica. Escreva a conclusão a que vocês chegaram no espaço abaixo.

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  • Arte

    Teatro romântico

    A Revolução Francesa preparou o terreno para que o Romantismo se instalasse no tea-

    tro. Assim como nas outras linguagens artísticas, no teatro, o Romantismo estava ligado à

    ânsia por liberdade e igualdade.

    Em vez de deuses e heróis, os personagens passaram a ser homens e mulheres da bur-

    guesia e do povo. Além disso, a escolha dos temas passou a ser mais livre.

    Você já se perguntou o que é teatro?

    O teatro é uma arte que envolve dois

    elementos essenciais: o ator e o espectador.

    Eles estabelecem entre si uma relação em que

    os atores proporcionam o vislumbre de um novo

    mundo – contando uma história, representando

    um personagem, usando máscaras e bonecos, fa-

    zendo uma performance –, e o espectador assiste

    a essa apresentação. Essa interação pode assumir as

    mais variadas formas, o que dificulta o estabelecimento

    dos limites dessa arte.

    Uma encenação de teatro pode

    envolver vários outros tipos de arte:

    música, artes visuais, dança e projeção

    de filmes. Os espaços cênicos mais co-

    muns são o palco e a rua, embora tam-

    bém ocorram apresentações em lugares

    inesperados, como hospitais e presídios.

    Você sabe o que é crítica teatral?

    A consciência crítica faz parte

    do ser humano e pode ser apli-

    cada a todas as suas manifes-

    tações individuais e em socieda-

    de. No caso das artes, a crítica é uma atividade de análise

    e reflexão sobre as obras, a qual ultrapassa as impressões

    e o gosto pessoal.

    O exercício crítico exige um olhar sensível para possibi-

    litar a apreciação estética, fazer interpretações, perceber

    relações entre as partes (texto, cenário, modos de atuação,

    luz, objetos em cena, etc.) e observar o contexto da obra

    para relacioná-la às demais produções do presente, estabe-

    lecendo um diálogo com outras manifestações humanas.

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    dos limites dessa arte.

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  • atividades

    Na cidade onde você mora, há peças de teatro sendo representadas? Se sim, considere a possibili-dade de assistir a uma delas. Se não houver, assista a um filme e faça um comentário crítico sobre ele no espaço abaixo. Preste atenção no modo como a história é contada, na atuação dos atores, na composição visual do cenário e dos figurinos e na música. Fale sobre o modo como essa história se relaciona com a realidade vivida nos dias de hoje.

    20

  • Arte

    Música do Classicismo

    Na música, o século XVIII foi marcado pelo Classicismo, estilo que se desenvolveu para-

    lelamente à pintura e à escultura neoclássicas, e influenciado pelas ideias iluministas, que

    priorizavam a razão em lugar do sentimento.

    Esse período se caracterizou pela predominância dos moldes clericais e da sonata. A

    sonata é uma forma de música instrumental, sem narrativa, que apresenta andamentos dis-

    tintos, mas integrados.

    Um exemplo de dinâmica da sonata é que ela se inicia alegre (allegro) e torna-se mais

    lenta em seu andamento (adágio); depois, segue uma dança cheia de vida (minueto ou ron-

    dó); e apresenta um final também alegre e vivaz (finale). Geralmente, essa forma musical era

    executada por conjuntos de dois ou mais instrumentos, chamados de duos, trios e quartetos.

    Havia também outras formas musicais, como os concertos e as sinfonias. Até o século

    XVII, o termo “concerto” era dado a qualquer música feita para vozes e instrumentos. A partir

    do século XVIII, contudo, passou a nomear composições executadas por um ou mais solistas,

    acompanhados de orquestra, e divididas geralmente em três movimentos. Já a sinfonia é

    uma obra de grandes dimensões. É uma composição em forma de sonata, feita para ser exe-

    cutada somente por orquestras, valorizando os diversos timbres dos instrumentos.

    Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) foi um dos mais importantes compositores clássi-

    cos, criador de uma grandiosa obra, em que se destacam 41 sinfonias, 21 óperas e peças para

    conjuntos de câmara (quintetos, quartetos e trios).

    O período clássico foi muito fértil para a música, influenciando até hoje compositores

    eruditos e populares. Entre seus representantes, estão também Ludwig van Beethoven e

    Franz Joseph Haydn (1732-1809).

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    A figura de Mozart foi retratada em obras de arte, em peças de teatro, na literatura e no cinema. Em 1984, o diretor Milos Forman produziu Amadeus, que foi vencedor de oito indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme. Nele, Mozart é retratado conforme o que se sabe sobre sua personalidade, uma pessoa alegre, irreverente e bem-humorada, o oposto do que geralmente se vê nos retratos da época.

    21

  • Faça uma pesquisa sobre a vida e a obra de um compositor clássico de sua preferência. Em seguida, selecione uma das obras dele e ouça-a com atenção. Após a audição musical, discuta com os colegas e o professor sobre as características dessa música. Utilize o espaço abaixo para criar um desenho inspirado no que você sentiu ao conhecer e ouvir a música pesquisada.

    pesquisa

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  • Arte

    Música do Romantismo

    Na música, o Romantismo teve início por volta de 1830 e prosseguiu até o século XX. A mú-

    sica romântica se caracteriza por maior liberdade na escolha das formas musicais e por enfatizar

    a expressão do sentimento, e não somente a estética, ao contrário do Classicismo. No entanto,

    gêneros já praticados anteriormente, como a sinfonia e o concerto, continuaram sendo escritos.

    Entre seus representantes, destacam-se Frédéric Chopin e Ludwig van Beethoven.

    Frédéric Chopin, pianista e compositor, nasceu na Polônia, em

    1810. Aos sete anos, ingressou em uma escola de música e com-

    pôs sua primeira peça. Um ano depois, participou de um concer-

    to, que foi a primeira das muitas apresentações de sua carreira

    artística.

    Aos 20 anos, Chopin realizou concertos de piano em Viena,

    Praga e Dresden. Em Paris, onde se instalou em 1831, obteve rá-

    pido sucesso e fama. Lá conheceu e teve contato com Franz Liszt,

    Robert Schumann e Hector Berlioz.

    Nos anos de 1830, Chopin contraiu tuberculose, doença então

    conhecida como o “mal do século”. Lutando contra a enfermidade,

    utilizou todos os seus recursos financeiros, passando a depender de

    amigos para sobreviver. Em 1849, a tuberculose o matou.

    Entre as suas mais de 260 obras, podemos citar Valsa em mi

    menor, Fantasia improviso Op. 66, Scherzo em si bemol menor,

    Piano concerto n. 1 em mi menor Op. 11, noturnos, prelúdios e Piano sonata em si bemol

    menor Op. 35 (o terceiro movimento é a famosa Marcha fúnebre).

    Ludwig van Beethoven, músico e compositor alemão, nasceu

    em Bonn, em 1770, e faleceu em 1827, em Viena. Começou a to-

    car cravo, violino, viola e piano aos cinco anos de idade. Entrou na

    escola em 1778 e, por não obter bons resultados, foi incentivado

    pelo pai a se dedicar mais ao estudo da música. Ainda muito jovem,

    com apenas 29 anos, passou a ter problemas auditivos. Em 1820,

    quando já era considerado o maior compositor da Europa, perdeu

    completamente a audição e deixou a carreira de concertista.

    A música de Beethoven conciliava as técnicas em voga no seu

    tempo a outras menos conhecidas. Isso conferia a ele um estilo

    próximo do Classicismo na forma, mas que coincidia temporaria-

    mente com o do pré-Romantismo, sem que houvesse afinidade de

    estilo com esse movimento. Em sua fase final, o artista ainda bus-

    cou outras raízes musicais.

    Entre suas principais obras, estão Sinfonia n. 5, Sinfonia n. 9, Piano Sonata n. 29, Concerto

    para violino e orquestra op. 61; Piano concerto n. 4, entre outras.

    Ludwig van Beethoven

    DELACROIX, Eugène. Frédéric Chopin. 1838. 1 óleo sobre tela, color., 45 cm × 38 cm. Museu do Louvre, Paris, França.

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  • Arte realista

    O Realismo foi um movimento artístico que teve início na segunda metade do século

    XIX. Representou uma reação ao subjetivismo do Romantismo. A característica que mais

    o distingue de outras estéticas é a abordagem objetiva da realidade, privilegiando temas

    sociais, principalmente aqueles que representam classes menos favorecidas, como campo-

    neses e trabalhadores domésticos.

    Um dos nomes mais im-

    portantes da estética realista

    foi o pintor francês Gustave

    Courbet (1819-1877). A beleza

    de suas obras está na verdade

    que elas transmitem, muito di-

    ferente da fantasia expressa

    pelo Romantismo.

    COURBET, Gustave. Homem desesperado. [1843-1845]. 1 óleo sobre tela, color., 45 cm × 54 cm. Coleção particular.

    Gustave Courbet nasceu em 1819, na França, e foi considerado um dos principais artistas

    do Realismo. Seu modo de pintar é descritivo, liberto das amarras da pintura histórica, aca-

    dêmica, religiosa ou romântica. Para Courbet, esses estilos escondiam a realidade e entor-

    peciam o espírito do povo.

    Durante seu processo de

    produção, Courbet fazia es-

    boços e, depois, aperfeiçoa-

    va os desenhos, trabalhando

    o que considerava a essência

    da realidade observada. Na

    obra Moças peneirando tri-

    go, a relação com a realidade

    é quase fotográfica. Courbet

    valorizava as histórias do

    povo como uma forma de

    denúncia contra a burguesia.

    COURBET, Gustave. Moças peneirando trigo. 1855. 1 óleo sobre tela, color., 131 cm × 167 cm. Museu

    de Belas-Artes de Nantes, França.

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  • Arte

    atividades

    Com base nas ideias realistas de Gustave Courbet, registre cenas do seu cotidiano criando uma obra no espaço abaixo. Nessa obra, reúna elementos de diversas linguagens, como desenho, pintura, colagem, entre outras. Você também pode realizar a atividade em folhas avulsas, que podem ser expostas em uma pequena mostra, na sala de aula. Os trabalhos realizados também podem fazer parte do evento Artes em festa.

    25

  • São muitas as obras artísticas que a turma vai produzir ao longo do ano. Então, é im-

    portante manter organizadas as escolhidas para o evento Artes em festa. Lembrem-se de separar vídeos e fotos para compor uma exposição que mostre a turma com a mão na

    massa.

    artes em festa

    Como você pode observar nas obras de arte reproduzidas neste volume, cada artista

    elege uma combinação de cores para formar um conjunto harmonioso, chamado de harmo-

    nia cromática. Nos períodos neoclássico, romântico e realista, as harmonias cromáticas são

    bastante próximas.

    COURBET, Gustave. O ateliê do artista. [1854-1855]. 1 óleo sobre tela, color., 3,51 m × 5,98 m. Museu D’Orsay, Paris, França.

    Identifique na obra O ateliê do artista as cores que ocupam a maior parte da tela. Perceba quais são as mais vibrantes e as intermediárias, formando a harmonia cromática. Escreva-as no caderno.

    ©Museu D’Orsay, Paris, França

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  • Arte

    GALERIA

    Outros artistas de destaque do Realismo são Honoré Daumier, Jean-François Millet

    e Édouard Manet. Observe algumas imagens de obras desses pintores. No material de apoio, há mais uma obra de Jean-François Millet.

    DAUMIER, Honoré. O vagão de terceira classe. [1862-1864]. 1 óleo sobre tela, color., 65,4 cm × 90,2 cm. Museu Metropolitano de Arte de Nova Iorque, Estados Unidos.

    MILLET, Jean-François. Colheitadeiras descansando. [1850-1853]. 1 óleo sobre tela, color., 67 cm × 119 cm. Coleção particular.

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  • MANET, Édouard. Música nas tulherias. 1862. 1 óleo sobre tela, color., 76,2 cm × 118,1 cm. Galeria Nacional de Londres, Inglaterra.

    Arquitetura e escultura realistas

    A partir dos séculos XVIII e XIX, a arquitetura realista desenvolveu novas técnicas

    e estilos graças aos avanços tecnológicos e à valorização de alguns materiais, como

    cimento, ferro e vidro. Nesse período, destacaram-se nomes como Joseph Paxton

    (1803-1865), arquiteto do Palácio de Cristal, situado em Londres, e Gustav Eiffel (1832-

    1923), engenheiro que projetou a famosa Torre Eiffel, em Paris. Na escultura, revelou-

    -se a genialidade de Auguste Rodin (1840-1917).

    Mesmo considerado precursor da escultura moderna, as obras de Rodin apre-

    sentam uma inegável influência do Romantismo. Sua famosa escultura, O pensa-

    dor, retrata um homem perdido em pensamentos, mas que tem, ao

    mesmo tempo, grande capacidade de ação, como sugere seu corpo

    forte e musculoso.

    RODIN, Auguste. O pensador. 1903.

    1 escultura em bronze, 180 cm × 98 cm × 145 cm.

    Museu Rodin, Paris, França.

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    A Torre Eiffel foi construída como pórtico de entrada

    para a Exposição Universal de 1889, realizada em Paris.

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  • Arte

    Neoclassicismo e Realismo no BrasilApós a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil em 1808, muitas mudanças ocor-

    reram. Quando a sede do governo se instalou no Rio de Janeiro, Dom João VI regularizou o

    comércio, os portos, as fábricas e as importações, que eram proibidos antes de sua chegada.

    Além disso, foi construído o Teatro São João, organizou-se a Biblioteca Real e criaram-se o

    Observatório Astronômico, o Jardim Botânico e o Museu Nacional.

    A contribuição mais importante de Dom João VI para as artes foi trazer da França um grupo

    de artistas, formado por pintores, escultores e arquitetos – a chamada Missão Artística Francesa.

    Chefiada por Joaquim Lebreton, a missão tinha como objetivo inserir o Brasil no con-

    texto artístico daquele tempo, para satisfazer as necessidades da corte. Para isso, em 1816,

    foi criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, depois nomeada Academia Imperial de

    Belas-Artes – atualmente conhecida como Escola de Belas-Artes e integrada à Universidade

    Federal do Rio de Janeiro. Dois pintores da missão se destacaram pelo teor e pela quantida-

    de de suas produções: Félix Émile Taunay (1795-1881) e Jean-Baptiste Debret (1768-1848).

    Jean-Baptiste Debret foi o responsável pela realização da primeira exposição de arte no

    Brasil. Seus desenhos ultrapassaram a linha do Neoclassicismo para dar vazão a uma maneira

    de pintar mais despojada no traço, no uso das cores e na abordagem temática. No material de apoio, há mais uma obra de Debret para apreciação.

    TAUNAY, Félix Émile. Baía de Guanabara vista da Ilha das Cobras. [ca. 1828]. 1 óleo sobre tela, color., 68 cm × 136 cm. Coleção particular, Rio de Janeiro.

    DEBRET, Jean-Baptiste. Paisagem do Rio de Janeiro. 1800. 1 litografia, color.

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  • Primeiros neoclássicos brasileiros

    Em 1826, com a inauguração da Academia Imperial de Belas-Artes, no Rio de Janeiro,

    iniciou-se o ensino artístico no Brasil, em moldes semelhantes aos das academias europeias.

    Os artistas neoclassicistas brasileiros estavam intimamente ligados à instituição, entre eles

    Victor Meirelles (1832-1903) e Pedro Américo (1843-1905).

    Victor Meirelles iniciou suas atividades na Academia Imperial de Belas-Artes. Mais tarde,

    tornou-se um dos grandes pintores do reino. Com seu estilo elegante e sóbrio, manteve-se

    fiel ao Neoclassicismo. Usando coloridos discretos e desenhos precisos, Meirelles criou ce-

    nas inesquecíveis da história brasileira, como a pintura Primeira missa no Brasil.

    Pedro Américo pintou te-

    mas bíblicos e, principalmente,

    fatos históricos. Sua obra mais

    conhecida é Independência ou

    morte (O grito do Ipiranga).

    Nela, o artista recriou o mo-

    mento de declaração da inde-

    pendência do Brasil com base

    em uma visão heroica, confe-

    rindo dramaticidade à cena.

    AMÉRICO, Pedro. Independência ou morte (O grito do Ipiranga). 1888. 1 óleo sobre tela, color., 7,60 m × 4,15 m. Museu Paulista, São Paulo.

    MEIRELLES, Victor. Primeira missa no Brasil. 1860. 1 óleo sobre tela, color., 2,68 m × 3,56 m. Museu Nacional de Belas- -Artes, Rio de Janeiro.

    ©Museu Paulista, São Paulo

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  • Arte

    Realismo no Brasil

    Nas artes visuais brasileiras, o Realismo tem feições mais voltadas para o passado. Foi mar-

    cado pelas obras de paisagistas que retrataram o interior do país. Artistas como Almeida Jú-

    nior e Henrique Bernardelli pintaram o cotidiano do país, exaltando o trabalho e a realidade da

    vida de caboclos, brancos e afrodescendentes.

    Entre outras obras, Almeida Júnior pintou Saudades e Descanso do modelo, na qual se

    incluiu como personagem. No material de apoio, conheça mais uma obra desse artista.

    José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899) nasceu em Itu e morreu em Piracicaba,

    ambas em São Paulo. Foi um pintor romântico, com forte influência da pintura acadê-

    mica, pois havia frequentado a Academia Imperial de Belas-Artes em 1869. Nas telas de

    Almeida Júnior, figuram costumes, cores e a gente de sua terra. Para a pintura no Brasil,

    ele é considerado um marco divisório entre os modelos europeus e a liberdade estética

    brasileira.

    arte brasileira

    ALMEIDA JÚNIOR, José F. de. Saudades. 1899. 1 óleo sobre tela, color., 1,97 m × 1,01 m. Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo.

    ALMEIDA JÚNIOR, José Ferraz de. Descanso do modelo. 1882. 1 óleo sobre tela, color., 1,00 m × 1,30 m. Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

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  • Inspire-se nas obras de arte deste volume e, assim como Almeida Júnior, crie uma cena em que você apareça como autor. Para isso, utilize o espaço abaixo. Depois, faça a pintura definitiva em uma tela ou uma folha de papel maior.

    o que já conquistei

    32

  • Material de Apoio7°. ano – Volume 3

    Arte

    Página 11

    Página 27

    TURNER, William. A última viagem do Temeraire. 1839. 1 óleo sobre tela, color., 91 cm × 112 cm. Galeria Nacional de Londres, Inglaterra.

    MILLET, Jean-François. As respigadeiras. 1857. 1 óleo sobre tela, color., 83 cm × 110 cm. Museu D’Orsay, Paris, França.

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    Página 29

    Página 31

    DEBRET, Jean-Baptiste. Negras livres vivendo de suas atividades. 1800. 1 desenho, color., 15,3 cm × 21,3 cm. Instituto Histórico e Geográfico, Rio de Janeiro.

    ALMEIDA JÚNIOR, José F. de. O violeiro. 1899. 1 óleo sobre tela, color., 1,41 m × 1,72 m. Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo.

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