Fisioterapia, 3º ano Zita Sousa CR-2 (CSH) 2014/2015 o us estsp.ipp · 2015. 9. 21. · 29-10-2014...
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Fisioterapia, 3º ano
CR-2
2014/2015
Zita Sousa
(CSH)
1. Ansiedade, Medo da morte, Depressão e Isolamento social nos
pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
2. Como lidar com a Ansiedade, Medo da morte, Depressão e
Isolamento social dos pacientes com DPOC
1. Estratégias de Comunicação terapêutica com pacientes Ventilados
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1. ANSIEDADE, MEDO DA MORTE, DEPRESSÃO E
ISOLAMENTO SOCIAL NOS PACIENTES COM DPOC
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Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
Uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível mundial (Silva,
2011).
A OMS estima que mais de 600 milhões de indivíduos em todo o mundo
sofram de DPOC.
Estima-se que morram anualmente cerca de 8,7 por cada 100.000 indivíduos
devido à doença.
Calcula-se que a DPOC afete cerca de 14% da
população portuguesa.
(dados da Sociedade Portuguesa de Pneumologia)
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Dia Mundial da DPOC16 de novembro
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-------» A insuficiência respiratória é parte integrante da
DPCO. A limitação ao fluxo aéreo é geralmente progressiva e
associa-se a:
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Problemas emocionaisAnsiedade, Medo da morte, Depressão, Isolamento social
Sintomas físicos
(Langer et al., 2009)
-------» Pode haver falência respiratória aguda.
Espiral de deterioração da saúde
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Problemas emocionaisAnsiedade, Medo da morte, Depressão, Isolamento social
Sintomas físicos
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� Uma condição psicossocial comprometida no paciente com DPOC é
preditor de um desfecho pobre na reabilitação pulmonar (Langer et al.,
2009).
� Ansiedade e Depressão são comuns em pacientes com DPOC.
� A prevalência é + expressiva em estados clínicos + avançados:
� Depressão - 37-71%
� Ansiedade - 50-75% (Maurer et al., 2009).
� A prevalência da Ansiedade e Depressão é geralmente superior
comparativamente a outras doenças crónicas (Godoy & Godoy, 2002).
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� Pacientes com DPOC + Ansiedade
� Na doença crónica há uma perceção mais nítida dos sintomas, comparativamente à
doença aguda.
� Na DPOC, devido ao comprometimento do sistema respiratório, o paciente
precisa de fazer um esforço considerável (que implica alguma ansiedade)
para manter uma ventilação satisfatória essencial à vida.
� Pacientes com níveis elevados de Ansiedade
evidenciam deterioração da qualidade de vida
e admissões hospitalares mais frequentes
(Kuhl, Schurmann & Rief, 2008).
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O problema surge quando os níveis
de ansiedade são elevados!
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� Pacientes com DPOC + Depressão
� Pacientes com DPOC com níveis elevados de Depressão evidenciam
menor qualidade de vida, menor nível de funcionamento geral,
hospitalizações mais frequentes e mais prolongadas, e maior
mortalidade, comparativamente a pacientes sem Depressão (Kuhl,
Schurmann & Rief, 2008).
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� Pacientes com DPOC + Ansiedade e/ou Depressão
� A ansiedade e/ou depressão em pacientes com DPOC podem resultar de
fatores diversos:
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Significado da doença
Agudização clínica
Doença = perda de um corpo saudável e ativo
Diminuição da autonomia
Doença = morte
Doença = “peso” para os outros
Limitações físicas e perda de capacidades para realizar
atividades e cuidado pessoal
Comprometimento da atividade laboral
Intensificação das mudanças somáticas
Comprometimento da vida social, papéis familiares e
funcionamento sexual
Dificuldades de locomoção (própria e de objetos)
Imprevisibilidade e dificuldade de controlo
Necessidade do uso de equipamentos médicos
na gestão da doença
Doença = perda de controlo
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� Pacientes com DPOC + Medo da morte
� O medo da morte é racional se a morte for um evento inevitável (além do
inevitável!!).
Medo
irracional
� O medo da morte poder ser instrumental para
desencadear um comportamento ou ação
para a evitar (Gonçalves, 2006).
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Medo da dor / sofrimento / processo que leva à morte
Medo de morrer / perder
a vida
Medo de ser abandonado
� Pacientes com DPOC + Medo da morte
� Modelo de Perda - 5 Estádios:
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1.Negação: “não, não pode ter acontecido comigo”
2. Cólera/Raiva:“porquê eu?”
4. Depressão:“sim, aconteceumesmo comigo!”
3. Negociação:“se não acontecer comigo, eu prometo...”
5. Aceitação: “aconteceu comigo, e tudo está bem dentro do possível..”
(Kubler-Ross, 1969)
Impacto na Qualidade de
Vida
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� Pacientes com DPOC + Isolamento social
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Reforma por invalidez
Cansaço crescente
Estádios mais
avançados da doença
Incapacidade de realizar
tarefas diárias
Dificuldade em respirar
Isolamento social
Dificuldades em desenvolver redes sociais (Andrade, Eulálio & Melo, 2013)
� Pacientes com DPOC – Impacto nos cuidadores
� Constrangimentos experienciados por cuidadores primários de pacientes
crónicos a nível de:
� saúde física,
� saúde psicológica,
� relações familiares,
� atividades de lazer,
� atividade profissional,
� diminuição dos rendimentos.
� Stress:
� devido à agudização da doença,
� não saber como agir / dificuldades nos procedimentos terapêuticos,
� medo do agravamento da situação clínica / do paciente não sobreviver.
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� Pacientes com DPOC – Impacto nos cuidadores
� Prevalência elevada de Ansiedade e Depressão em cônjuges de pacientes
com DPOC (Kuhl, Schurmann & Rief, 2008).
� A Ansiedade nos cônjuges é preditor de menor qualidade de vida dos
pacientes.
Importante envolver os cuidadores / familiares
nos programas de intervenção.
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� Pacientes com DPOC – Impacto nos cuidadores
� Stress - não saber como agir / dificuldades nos procedimentos terapêuticos
(Silva, 2011)
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� Pacientes com DPOC – Impacto nos cuidadores
� Stress - medo do agravamento da situação clínica/ do paciente não sobreviver
(Silva, 2011)
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2. COMO LIDAR COM A ANSIEDADE, MEDO DA MORTE,
DEPRESSÃO E ISOLAMENTO SOCIAL DOS PACIENTES
COM DPOC
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� É sugerido ao fisioterapeuta implementar intervenções efetivas:(Langer et al., 2009)
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Os cinco “A’s/”passos para mudança de comportamento
1 Avaliação da atividade física, capacidade e prontidão para a mudança.
2 Aconselhamento sobre os benefícios potenciais da mudança comportamental e sobre a quantidade, intensidade, frequência e tipo de atividade física necessária para atingir esses benefícios.
3 Acordo de colaboração com os pacientes num plano de ação e identificação de barreiras pessoais para o plano.
4 Auxílio aos pacientes na identificação de estratégias para superar barreiras pessoais para a mudança.
5 Administração do acompanhamento, avaliação, feedback e apoio aos pacientes.
� Mais 2 A’s… no acompanhamento pós-tratamento a longo prazo:
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Aspectos principais do acompanhamento a longo prazo
1 Apoio à continuação da prática, individual ou em grupo, de atividades de lazer ou desportivas – permite melhorar a aderência a longo prazo.
2 Agendamento de checkups – permite aumentar a motivação do paciente para manter a mudança comportamental e a melhoria atingida no estado de saúde.
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� Guia para a Prática Clínica de Fisioterapia na DPOC (Langer et al., 2009; Neto & Amaral, 2003)
� A abordagem - holística e multidisciplinar:
� os fisioterapeutas devem assumir responsabilidade para a participação e
desenvolvimento de um tratamento multidisciplinar dos pacientes com DPOC.
� Os objetivos:
� Reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes,
� Maximizar a autonomia e independência funcional nas atividades de vida diária,
� Avaliar e iniciar, quando apropriado, o treino físico para aumentar a tolerância ao
exercício,
� Encorajar o gasto de energia de forma eficiente,
� Providenciar cuidados terapêuticos,
� Proporcionar sessões educativas a pacientes e cuidadores/familiares quanto ao processo
da doença, medicação e técnicas terapêuticas.
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� Guia para a Prática Clínica de Fisioterapia na DPOC
� Tendo em vista uma orientação personalizada, uma assistência integrada e
abordagem incorporadora de suporte físico, emocional e educacional, o
tratamento prestado pelo fisioterapeuta integra indicações para:
a) Avaliação da qualidade de vida,
b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica, numa base colaborativa,
c) Aconselhamento / Educação para a saúde.
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a) Avaliação da qualidade de vida
� Inclui a análise das causas da limitação no exercício físico e da motivação
para o autocuidado.
� Importante recolher dados psicossociais para auxiliar na análise dos
problemas de saúde do paciente, na interpretação de resultado de exames e
na formulação dos objetivos de tratamento.
� Importante dar atenção especial ao paciente com história recente de
agudização porque está em risco para deterioração adicional da sua
qualidade de vida e necessita de apoio, particularmente para prevenir a
entrada numa espiral negativa de deterioração.
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a) Avaliação da qualidade de vida
� Para análise e avaliação da qualidade de vida, as seguintes perguntas
devem ser respondidas:
� Existe a presença de problemas de saúde relacionados com a DPOC?
� Quais as funções ou atividades corporais que estão diminuídas ?
� Quais são os principais objetivos do tratamento?
� Quais as queixas, funções e atividades corporais que podem ser
influenciadas pela fisioterapia?
� Quais os fatores que podem prejudicar ou melhorar o tratamento
(motivação, confiança na mudança, comorbidades, condições
psicossociais, etc)?
� As respostas devem possibilitar ao fisioterapeuta avaliar se se justifica a
fisioterapia ou a consulta de outros profissionais da saúde.
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b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
------» Cuidados domiciliários
� Os pacientes com DPOC podem necessitar de tratamento domiciliário.
� Um tratamento global pode envolver intervenções a nível:
• Farmacológico,
• Oxigenoterapêutico,
• Nutricional,
• Psicológico,
• Educacional.
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b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
------» Intervenções promotoras de redução da ansiedade e depressão
� Estudos demonstram que o desenvolvimento de um programa de
reabilitação pulmonar tem como benefícios, entre outros, a diminuição da
ansiedade e depressão (e.g., Godoy & Godoy, 2002; Neto & Amaral, 2003).
� Estes benefícios são + difíceis em estados clínicos + avançados.
Exercícios de relaxamento
� Exercícios de relaxamento podem ser benéficos em pacientes com ansiedade
e dispneia (Langer et al., 2009).
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b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
Respiração diafragmática
� De forma isolada, parece não ter indicação no tratamento de pacientes com
DPOC moderada a grave (Langer et al., 2009).
� Contudo, em estados + ligeiros, é potencialmente benéfica no sentido da
diminuição da ansiedade e, consequentemente, na reversão da espiral
negativa de deterioração.
?? Respiração diafragmática – efeito de manter uma presença cognitiva
permanente do estado de doença ??
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Mindfulness
b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
Mas poderá estar a ansiedade e depressão dependentes das atribuições que o
paciente faz sobre a doença (significado atribuído)?
Favorecer o autocontrolo da doença
(Padilha, 2010).
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> Perceção de controlo sobre
a doença
> Auto-eficácia em situações emocionais
> Auto confiança
> Auto controlo
da doença
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Qualidadede vida
Adesãoao tratamentoe reabilitação
pulmonar
b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
Favorecer o autocontrolo da doença
� Como?
• Acesso a informação sobre doença etratamento
• Motivação para aquisição de conhecimentos e capacidades
• Capacidade de reconhecer sintomas• Capacidades cognitivas ou
instrumentais • Suporte social• Suporte dos profissionais
de saúde
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Perceção de autocontrolo da doença(Padilha, 2010)
Autocontrolo da doença
b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
Favorecer o autocontrolo da doença
� Importante:
• Avaliar e discutir com os pacientes as suas expectativas, preocupações,
crenças, experiências e efeitos dos medicamentos,
para potenciar e otimizar o autocontrolo e a adesão ao tratamento.
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b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
Adotar uma abordagem positiva
� Mesmo admitindo que algumas limitações impostas pela doença não podem
ser superadas, aspectos como a esperança, criatividade, coragem,
sabedoria e felicidade podem contribuir para diminuir a dependência e
melhorar a qualidade de vida (Paludo & Koller, 2007).
� Esta abordagem propiciar uma abertura para o que há de positivo e
saudável mesmo em situações de doença (Keyes & Haidt, 2003).
� Pode contribuir para modificar a forma de pensar sobre a doença e,
consequentemente, ajudar os pacientes a desenvolverem um papel mais
ativo no modo como lidam com a mesma (Andrade, Eulálio & Melo, 2013).
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b) Avaliação e intervenção fisioterapêutica
Educação para a saúde
� Os fisioterapeutas têm um papel importante na educação para a saúde /
autocuidado dos pacientes com DPOC (e.g., Neto & Amaral, 2003).
� Importante a extensão aos cuidadores / familiares
� Os cuidadores / familiares referem a importância de
intervenções psicoeducativas para obterem mais
informação/formação acerca da doença e suporte
emocional (Silva, 2011).
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c) Aconselhamento / Educação para a saúde
� O programa educacional pode providenciar orientações sobre:
� a doença,
� o uso adequado de oxigénio,
� as manobras de higiene brônquica ,
� a prática de exercícios físicos adaptados,
� a nutrição / alimentação saudável,
� A promoção da saúde (relaxamento, respiração diafragmática,
autocontrolo).
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c) Aconselhamento / Educação para a saúde
� ------» Dos pacientes
� Desenvolver uma relação de colaboração com o paciente:
o Estabelecer laços afetivos,
o Formular os objetivos pessoais e expectativas do paciente,
o Clarificar sobre os cuidados necessários para atingor os objetivos.
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c) Aconselhamento / Educação para a saúde
� Adotar uma abordagem focada na solução de problemas para ajudar o
paciente a desenvolver capacidades de autorregulação, necessárias para
sua transição de reabilitação para manutenção de um estilo de vida ativo e
independente:
o Fomentar a motivação e confiança na reabilitação,
o Auxiliar mudanças de comportamento que facilitem uma maior
autoeficácia.
� Acompanhar de forma regular o paciente de modo a avaliar
sistematicamente os resultados e discutir possíveis barreiras ao
processo de mudança comportamental.
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c) Aconselhamento / Educação para a saúde
� ------» Dos cuidadores / familiares
• Envolver os familiares no programa de educação para a saúde porque,
por norma, são eles quem presta apoio e os cuidados necessários ao
paciente com DPOC, e enfrenta os diversos desafios consequentes.
• Informar os familiares acerca da doença e da sua evolução,
motivando-os para integrarem a equipa de prestação de cuidados.
• Dar a conhecer a intervenção adequada a adotar em cada diferentes
momentos /manifestações da doença.
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c) Aconselhamento / Educação para a saúde
• Preparar os familiares para a execução de tarefas de cuidados:
� administração de medicação,
� uso de equipamentos médicos em casa (oxigenoterapia),
� monitorização da falta de ar,
� treino de exercício,
� supervisão das necessidades nutricionais,
� a preparação de refeições com baixos níveis de sódio,
� higiene pessoal,
� gestão das agudizações do paciente,
� apoio psicológico.
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3. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO TERAPÊUTICA COM
PACIENTES VENTILADOS
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� https://www.youtube.com/watch?v=M0-g2hkSiQQ� 11 min
� Comunicação em cuidados de saúde
� A palavra “comunicar”:
o provém do latim comunicare,
o significa “pôr em comum”.
� Em contexto de cuidados de saúde, os processos de comunicação podem estar
alterados em função da condição de doença do paciente.
� Importante o conhecimento e utilização de todas as formas
de comunicação para que haja um bom entendimento.
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� Comunicação em cuidados de saúde
� No processo de comunicação, utiliza-se um complexo sistema de sinais para
dar sentido às mensagens que se pretendem transmitir – sinais:
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Verbais(palavra, discurso)
Não Verbais(gestos, mímicas, posturas, contacto
ocular)
Escritos
� Comunicação em cuidados de saúde
� A comunicação verbal, é, em si mesma, uma forma de cuidado!
� As palavras – o que se diz e como se diz.
� A comunicação não verbal é, em si mesma, uma forma de cuidado!
� As ações, atitudes, postura, gestos, movimentos, toque, olhar …
não são neutros; comunicam e provocam reações.
� O silêncio pode ser uma forma particular de demonstrar interesse e
disponibilidade e serve para transmitir emoções.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� A situação de ventilação do paciente impõe constrangimentos à comunicação.
� Sobretudo em situações de emergência, a comunicação fica
particularmente afetada porque:
� o paciente encontra-se em situação de risco de vida,
� o paciente por vezes está confuso e desorientado,
� o paciente sente-se não compreendido, impotente, aflito, ansioso,
desanimado,
� o profissional da saúde “corre contra o tempo”,
� a família enfrenta o medo das consequências.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� Barreiras à comunicação com o paciente ventilado:
� Psicológicas - sofrimento e perigo de morte constante, que produzem no
paciente medo e incerteza e que levam os prof. de saúde à relegação do paciente
para segundo plano em favorecimento dos aspetos técnicos,
� Sociais - despersonalização do paciente na UCI, afastado da família e amigos,
rodeado por aparato tecnológico e linguagem técnica que não entende,
� Químicas - uso de determinados medicamentos (ex., hipnóticos e sedativos)
reduz o nível de consciência do paciente e a sua capacidade de reação,
� Ambientais – existência de ruídos anormais, decorrentes de equipamento
técnico, presença constante de luzes (perda de noção dia/noite),
� Orgânicas – processos de ventilação mecânica, traqueostomia, etc.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� A comunicação com o paciente ventilado é essencial para perceber as suas
necessidades fisiológicas e psicológicas básicas, tomar decisões para um
plano de cuidados personalizado e abrir oportunidade para o paciente
expressar os seus desejos quanto à vida/morte (Grossbach, Stranberg & Chlan,
2011).
� O plano de cuidados personalizado deve estar acessível a todos os
profissionais e cuidadores do paciente ventilado.
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Elementos de comunicação
Estratégias de comunicação
� Comunicação com pacientes ventilados
� Elementos para uma boa comunicação:
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Paciência
Humildade
Transparência
Segurança
Boa didática
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias verbais
� Criar um ambiente positivo de interação
o O interesse e a disponibilidade podem ser manifestados verbalmente
de modo simples “Como o X se sente hoje?”.
o Todos gostam de ser tratados pelo seu nome.
o Respeito no que se diz e como se diz!
o Proporcionar m0mentos informais de descontração e boa disposição
fortalece a relação e promove uma comunicação eficaz.
o Bom dia! Como se sente hoje?
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias verbais
� Promover empatia
o Ser capaz de compreender o paciente de forma genuína e providenciar
uma resposta afetiva apropriada ao paciente e à sua situação.
o É uma forma de inteligência emocional!
o Implica a capacidade de observar além dos sintomas… o que o paciente
sente!
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias verbais
� Ouvir e incentivar a comunicação
o Escuta ativa e consciente…
o Reforço positivo permite fomentar a segurança no paciente e reduzir
emoções negativas (ex., ansiedade).
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias verbais
� Facilitar a compreensão
o Proporcionar condições para a compreensão das mensagens
transmitidas – ambiente calmo, tranquilo.
o 3 estratégias facilitadoras da compreensão:
• Devolver - transmitir ao paciente o que se entende da sua mensagem,
traduzindo-a em linguagem verbal.
• Clarificar – demonstrar que se pretende entender melhor a mensagem,
solicitando mais pistas ao paciente.
• Reformular – após ter interpretado a mensagem, reformulá-la, i.é.,
devolver/repetir a mensagem que se compreendeu.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias verbais
� Manter um discurso adequado e consistente
o A informação deve ser providenciada de modo compreensível, credível
e consistente (verbalmente / verbalmente + não verbalmente).
o Não desistir se não compreende à 1ª o paciente. Usar a boa disposição e
humor pode facilitar o processo.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� Quando o doente está incapaz de comunicar verbalmente, deverá ser
estabelecido um sistema alternativo de comunicação.
Comunicação Alternativa e Suplementar
grupo integrado de componentes, incluindo símbolos, estratégias e técnicas
usadas para permitir a comunicação.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias não verbais
� Contacto ocular
o A comunicação face a face ajuda a interação.
o As fugas constantes do olhar e um olhar fixo não facilitam a relação e
são sinónimo de inibição ou falta de interesse.
o Olhar nos olhos…
o … Os olhos são o espelho da alma.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias não verbais
� Expressão facial
o A expressão facial (ex., franzir sobrancelha, pregas no nariz e testa,
cerrar lábios, bocejos) transmite emoções (ex., espanto, interesse,
rejeição).
o O sorriso melhora a imagem de quem comunica e, consequentemente,
o relacionamento interpessoal.
o A mímica labial…
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias não verbais
� Gestos
o Quando o que está em causa é a comunicação de atitudes e estados
emocionais, a informação gestual é ainda mais importante que a
comunicação verbal.
o Os movimentos/acenos de cabeça são fontes de encorajamento e
solicitação para que o indivíduo se revele.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias não verbais
� Postura corporal
o A aproximação/distanciamento deve ser suave e consistente com o que
se pretende (ex., se o objetivo é perceber melhor o paciente está a
tentar transmitir com mímica facial é natural que se aproxime mais).
o A postura deve refletir que se está atento ao paciente.
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias não verbais
� Toque
o O toque nas suas formas mais variadas, talvez se revele tão terapêutico
como comunicativo (Rosário, 2009).
o Através do toque transmite-se amor, carinho, empatia, interesse…
o O toque espontâneo demonstra interesse, conforto e proximidade.
o A mão no ombro…
o O aperto de mão…
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias escritas
� Escrita
o Na impossibilidade do paciente ventilado falar, a escrita é uma forma
que se pode utilizar, desde que não existam limitações como a
diminuição acentuada da visão e da mobilidade dos membros
superiores.
o Folha de papel simples, superfície dura, marcador…
o Quadro mágico…
o Computador portátil…
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� Comunicação com pacientes ventilados
� ------» Estratégias escritas
� Placas com gravuras (imagem ou palavras)
o Na impossibilidade do paciente ventilado falar, o uso de gravuras é uma
forma que se pode utilizar, desde que não existam limitações como a
diminuição acentuada da visão e da mobilidade dos membros
superiores.
o Limitação… Não permite a expressão de emoções!
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Bibliografia
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Paidéia, 17(36), 9-20.• Rosário, E.M. (2009). Comunicação e cuidados de saúde comunicar com o doente ventilado em cuidados
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Mestrado em Gerontologia. Escola Superior da Saúde, Universidade de Aveiro, Portugal.
ESTSP-CSH Zita Sousa