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DIOGO DE TEIVE POR NAIR DE NAZARé CASTRO SOARES 3ª edição Obra protegida por direitos de autor

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Diogo De Teive

por

nair De nazaré casTro soares

3ª edição

Obra protegida por direitos de autor

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DIOGO DE TEIVE

'Qrrag€dia do principe :JJoao

inlrodu'rao, IcxlO. vcrsao c nOlas de

NAIR DE NAZARf: CASTRO SOARES

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Autor: Diogo de Teive

Título: Tragédia do Príncipe João

Introdução, texto, versão e notas: Nair de Nazaré Castro Soares

Editor: Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos

Edição: 3ª/2010 [reimpressão da 2ª edição/1999 pela Fundação Calouste Gulbenkian / Fundação para a Ciência e a Tecnologia]

Coordenador Científico do Plano de Edição: Maria do Céu Fialho

Conselho Editorial: José Ribeiro Ferreira, Maria de Fátima Silva, Francisco de Oliveira, Nair Castro Soares

Director Técnico da Colecção: Delfim F. Leão

Concepção Gráfica e Paginação: Ana Carvalho, Miguel Sena, Rodolfo Lopes

Capa: Rodolfo Lopes (ilustração de C. A. Louro da Fonseca)

Impressão: Simões & Linhares, Lda. Av. Fernando Namora, no 83 - Loja 4 3000 Coimbra

Obra Realizada no âmbito das Actividades da UI&D Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos

Universidade de Coimbra - Faculdade de Letras Tel.: 239 859 981 | Fax: 239 836 733

ISBN: 978-989-8281-64-7

ISBN Digital: 978-989-8281-65-4

Depósito Legal: 320148/10

© Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra

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A Melf.'i Pais

Nazare de Castro Freire

Mario Pereira Soares

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Tern tanto for~a as obras dos "omens doutos que, por mais que a ignorancia au a inveja as queira cansumir, sempre 0 mere­cimento lite depara ocasiiio em que elas tor­nem a figurar .

(FRANClSCO DE MASSUELOS [segundo I NOcENCIO.

Die. bibl. porr. , 1. III (1859), 70], Pr61ogo a sua edic;ao do primeiro livro dos £podos de Teive.)

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APRESENTAt;AO

No abundan'~ Uteralura sobre temas portugueses, rscrita em tarim no secula XVI. em grande parle ainda por txp/arar. e all. por recuperor em bibliotecas I!slrangeiras. a Tragocdia Joannes Princeps de Diogo de Teil/I! mereu urn fugar d parle.

Solda do tradirdo ncolar do 'earro em lalim. ria e mais do que urn exercicio pedagoglco para oper!eiroomento do latinMode das a/unos e edijica;ao moral das participantes e audiincia.

No verdade Q Tragedia do Principe Joao sltua·st Jora dos quadros. predom;nantemente blblicos. do dramotllrgia (lovi/Illino do uu tempo. a que perte"ceram, entre n6s, OJ peras de Jorge Buchanan. as perdidtu David e Iudith do proprio Tei'll! e 0 feolro de Miguel Venegas I,

Olema e nacional e 0 sell I,otamenlo dramatico reflute as angus,"os de uma epoca em que Portugol, ~ntrQdo jd no ocaso, depois de urn seculo de ~slorfos ocima das SUDS pos3ibi/idades demogrdjicDS e econ6micas, se aproximova do esgotamenlo e dos anos !alfdjcos do perda da independenda. Todas as persona· gtru, e 'ale as dUQv prinusas coste/hanas, Q mile e a mulher do principe, D. Catarina e D. Joana, sentem que Q morte de D. Jado e a jim do reino portuguis e da sua projecf40 hist6rica.

D. Jooo 111. que mantim ao 101lg0 de tada a OCfdo dramdtica uma reserro e um dom/flio tk s; que fldo i diflcil alribuir·fhe lUI

I Sobre este dramalurao, consultar Vt'rbo: &ddo,wdfa Luso-Brasllejra de Cul/ura, s.u. Veneps (Miaucl).

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vida real, admire c/oramellre que dru mlfitas ('alamitlades do seu reil/ado - IIau/ragios com perdas de vidar t tie bells. 0 abamfollo daJ prU(QJ de .{friea e 0 morte de /lumerosos fillros e irmiio.r­(1 desaporecimento do hnt/eiro do trollo era a mais grave (v~ . 1264

r sqq.). Daf 0 cllidado em ocuJ,ar do jovem esposa do principe.

D. Joolla de Austria,ji/lra de Car/os Ve irmd de Filipe II de Espalliro. a siluaC'ua I/O maric/o, para que n sua gr(J~idez, 1'0 110 perlodo final. 1100 /osse alectado.

E a ,ragedia lermina com uma nQtll discreta de esperanra, dada pe/a persollagem que me pareee nwis ('(Jerel/Ie em roda 0

peru. a rei D. Jodo III:

Nobis nepotem. regni et heredem dabll 1359

Oeste modo. a Tragoedia iOIiOIlCS Princeps insere-$(' em UIII dos temus "uciOI/O;S de //Ioior perJlIIUlellcio hist6rica: a Sebas· lianismo.

o rei, lIase/do em 20 de Janeiro de /554. dezoito dias depois 110 morle de sell poi, e 0 Desejado , "indo antes de ter nascit/o. como evidendom estes yt!rSO$ de 11I0('io de Morais:

Nascere, parue purr, solio sessurus auilo. duelor Lysiadum! Naseere, parue puerl2

o dlslico ecoa intellciono/mente a paruus puer do Qllorto Hllc6lica de Virgilio , a fomoso ec/oga messianica.

£Sle Sebastianismo, ainda em ~ida do soherOllo, ('ollstirlii 11m aspecfo ndo sujicil'nlememe eJllidado. emhora conhuido 3, do

2 «Na5Oe. p:quenino, que hto;-de scnlar·le no Irono de tem avOs, I 6 guia d03 Lusitanos! Na5Ce, pequenino!» (IgnoriuJ Muralis in in/trill/III Principls loolll/(s. no pocma «Ad naeenlem { sic] protem Serenissimae loannae>l, vv. )1·)2.

J O. AnlOnio Ma(:hado Pires, D. Stbastfdo t 0 Encobtrto. Lisboa. Funda~Jo C.lousle Gulbenkian, 1971, p. )1.

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complexo prob/~mo ~ ~nco"tra-s~ '-',pllciIO no ponia nayi/wino do t~mpo .

o poela de Os Lusiadas chamou a D. Sebostii/o, como todos sohem, «maravilna fatal do /JOssa idadt'».

Tres anos antes do publicaroo da epopeia camoniana, Andre rk Resende, 0 criador do pafavrQ Lusfadas 4, ti/o saboroso esli­/ista do porlugues quanto dgil cuftor do latim, deixou-nos 0 registo do emorilo que a presenra do rei dupertoyo. oc sauda-Io em ivora. a j de Novembro de 1569,

Iniciando a seu di.{curso com as saudaroes trodicionals, «Muito alto &: muilo poderoso Rei nOllO Senhonl, (ago se delculpou ddle comefo «per palauras costumadas a se diurem a outros Reis. pais ij no oulras proprias e particular~s de Vossa A/leta. Emen­dome pais Ii digo assi. Miracu/oso Rei nosso Senhor. Rei filho das /ogrimas de todo !JaSSO pouo. com non menos gemidos pedida o Deus. q cam alegrio grondi1Sima de/le impetrodo».

ESfo emori/o. lluociado a uftexil'o melancolio, expressos ombas em casligodos venos latinos. mIo falta na Trag~dia loannes Princeps, como pluie confirmor. noo hd muito, pelo reol.:ri/o de dassicislas eSlrangeiros com quem Ii e comentei. num leminario de pos-graduarQo. Q pero de Diogo de Tc-il'e.

AMERICO OA COSTA RAMALHO

• Apesar de tudo quanto ultimamcnte se repetiu contra a autona resendiana, a mcu lIer, scm rado. cr. A. Costa Ramalho, itA pa13l1ra. Lus{ndQ1», HUmD"/tQS, Coimbra, XXVII-XXVIII (1975·76). )·15.

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Prefácio à 3.ª edição

Vimos apresentar mais uma edição desta obra, esgotadas que estavam as duas primeiras: a edição princeps, de 1977, subsidiada pelo instituto de Alta cultura, através do centro de estudos clássicos e Humanísticos da faculdade de Letras da Universidade de coimbra, a que se seguiu a publicação pela fundação calouste Gulbenkian – fundação para a ciência e a Tecnologia, em 1999.

escasseando os exemplares das edições anteriores, em boa hora os Classica Digitalia, braço editorial do centro de estudos clássicos e Humanísticos, acolheram esta publicação de uma tragédia de assunto nacional contemporâneo, obra do primeiro dramaturgo neolatino português, diogo de Teive – «douto Mestre, doce amigo» do autor da Castro, o poeta António ferreira.

coimbra, 8 de outubro de 2010

Nair de Nazaré castro Soares

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PREFAclO A 2." EDICAO

A Tragedia do Principe Joao de Diogo de Tehe. primicias do meu labor 110 area da Literatura Ilea/alillD, relle sempre para mim !1m fugar "'!lito especial, elllre todos oS traha/hos que 00 10llgo dOl anos

fili publicllndo. 0 enlllsiasmo que uIIli, ao fmdllZ;' e commtar eSl(!

It!xtn ql!efoi a base da ",in/l(j disscr1afclo de Licenciiltura, oriellfad/1 pelo Prof AmericD da COj'/a Ranwilla, eo fmlOfQO qll(! expu;mt!1I1ei DO olhti-lo, j6 impressa com abO/lila capa do autoria do /lieu mut/osa

meSlre Carlos Alberto WUI'V da Fonseca, /1!arcaram-me de forma imprcssil'u.

Seja-me. por ;SS(}, consentido, /111m pequeno toque de imodesria. drar algulls apOlllamentos dtJ africa.

Anibal Pimo de Castro - Col6quio-Letras 42 (1978) 99· /00-refere·se-Ihe. lIi!stes trmlOs: «Numa epoca cultural em que a domlllia

do Latim ~'ai sendo jlll'ejado prilliUgio de alguns c1ercs cada lIez mais raros, merece justo relevo a pubficafiio do uxto lla loanncs Princeps Tragocdia, acompanhado de cuidada versilo ponugllesa e precedido de subsfallcial illlrodllriio. onde .fe rel/nem elcmCllfos de

fUlldamental interesse para 0 camp/eta conhecimento aa biobi­bliografla de Teive e se eSludam os aspectos essenciais do obra em causa ... .

«AI)oiada numa informofiio ablllldallu e criter;osanuulle

interpretada com segura lucidez critica. pixie Nair SoaresJazt'r dena intrvduriio um qlUldrv vivo do ambiellfe litertirio do siculo XVI portugues. sobretudo quando trata do difusiio do tema da morte do malogrado principe 110 nossa paesia qllillheflfista.» .

«Doi.f capillI/OS me parecem. 110 entanto. digl/os de especial met/plo - a amifise da tragedia a tul. do tealro de Seneca e a

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con~JCiio ~stab~lecida (~ demollstrada) entre eSICl vbra de Teiv~ e a

CaSlro d~ Ferreira. 0 primeiro, pelo COII/ribllIO qlle rid para 0

conhecimento da I~orio dramat;eu vig~lIIe dura/lie a Re"asc:illl~nto ~ aa fonga de todo a per(odo barroco. 0 segundo. porqlle. permililldo

lIma eompreellsiio mais per/eila da e.ftrIUllra, do eslito e da propria orgallizariio tematica da tragedia de Ferreiro. (ral. arglll/lelllUS irrespolldiveis - Sf! acaso Qllfms lliio bastcHum - para a slIa

illdubilovel mribuiriio ao estro do al/lUr dos Pocmas Lusil:lnos, recemememe posta em cmu'O pelo Prof Roger Bimwi ... ».

Selll mudar a rt/mo das .ft/as cOllell/SoeS, 110 que se "jer~ iz

autorio e origjllalidade de Ferreira, i digtlll de regislO u apreciarcio de Roger BiSllmt - . Deux approclles d~ la Castro: la Tragidie loannes

Princeps el la Castro d'AmQllio Ferreira '. Arquivos do Centro Cultural

Portugues 20 (1984) 429·457: or)' empnmle Ie titre de cette illfde iz

ceilli d'lIl1 ehapitre de Tragedia do Principe Joao, pubfil a Coimbra ell /977, et qui viellf de me pafV~lIir. Celte rragldie lati/u~ de I'lmmallisle Diogo de Teive u jllit f'objn d 'ulle lIolU'effe iditioll,

auompagnit de sa lraducrioll ell portugais, c/ prieidie d'ulle riche. introductiOn de 140 pages. Nl)lIs del'olls Ie IOlir a M(I(itmle Nair de

Nawri Cartro Soares, Grris/allte a la FaClllti des Lettrn de

l'U"iversiti d~ Coimbra.it . or L'objet du priselll article lI'esl pa ... de din 10111 Ie biell que. je

pel/Sf! de 10 traduction, excelfellte iJ lOllS tgards. I/i /lion admirarion par (OufeS les qllG/itb' d'emdiliQ/I que aliI.' ellireprise a dOl/lie

l'occasioll de riviter.». A problemiitica (Ia allloriu da Caslro (Ie Allfollio Ferreira, lias

slIa." duas ediroes, a de 1587 e a de 1598, a primeira mais djl"l~cto· mellle i,u'I'irada 110 tragidia loanncs Princ~ps de Teil't' e IUI/Jlvc/lj(.i10

dramatica senet/lll'cmtl e a segllnda mode/ada de acordo com QS

canones da lragedia grega do sicilio Va. c., joi abjecto de IIOI'OS estlldo.f, que se encOllfmm rewlidOl" lUI mi"ha obf-a Teatro djssico no sec. XV I. A Caslro de An(6nio Ferreira. Fontes - original idadc (Coimbra, Aimf!d;na, J996).

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revelar. Neste cJima se inserem as Jamentar;:l)es e receios poli­ticos dos poetas, que adquirem urn cunbo profetico. Sente-se, nesta altura, a inseguranc;a da patria, como nar;:ao livre, tal como urn seculo antes se sentira 0 desvanecer da aspirar;:ao de grandeza lusa e 0 acentuar da suprernacia espanhola.

Desfaz-se em 1578. em Alcacer Quibir, 0 u ltimo soOOo da unidade iberica sob a egide portuguesa. A Espanha tera. em breve possibilidade de 0 concretizar, em sentido inverso.

Assim se compreendem as preocupar;:iSes poUticas que tao analogamente se manifestam na poesia de epocas hem distintas, por altura da morte elestes principes I.

Da tradi~ao litenlria e da comunbio num identico senti­menta do significado transcendente dcstas perdas decorre a sensivel afinidade ideol6gica e ate formal que 0 confronto das obras dedicadas a este tema evidencia.

I A aura de transccndencia que rodeia a figuca de urn principe ou chefe, cuja pcrOO se se:lte como causa de decadencia polhica, e tfpica Da lileratura portuguesa de todas as epocas (d. 0 que se passa no sCculo xx com Fernando Pessoa que, Da E/egio D mOrle do Presidenrf! - Rei SidOnlo POIiI,

publicada pela primeira YeZ 03 Acri'lo, o.g 4, em 27 de Fevereiro de 1920, deu a mAxima expressao poetica a C5ta csptcie de encatDa~o mitica, que a Ilgum do chefe assume e cujo desaparecimenlo representa a calaslrofe).

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ESTRUTURA DA OBRA. CARACTERlZAC;:ii.O

E IDENTIFlCAC;:ii.O DE PERSONAGENS

I - ESTRUTURA DA OBRA

Nao nos alongaremos sabre a estrutura da peca, que sera mais demoradamente tratada no capitulo referente as reJa"iks com a tragedia de Seneca.

Notemos para ja que, no aspecto dramatiea. a intriga em poueD se resume: 0 acontecimento fulcral e a morte do Principe, que ja no acto II se dB. como certa (vv. 373-374).

Toda a peca, portanto. se apresenta como uma especie de reflexao, em forma de diaJogo, onde 0 lirismo e a atitude de uma expressio moral, nas divenas personagens, em face do acontecimento, se substituem ao movimento dramatico propria­mente wto 1.

AclO 1 - Totalmente preenchido pelo diAJogo entre 0

Rei e a Rainha. que serve simultaneamente de pr6Jogo a pe~, a sua intencl0 fundamental e mostrar 0 valor da fir­meza de alma, que lorna as bomens superiores. Tal aspecto e sugerido por uma esp&:ie de contraste entre ambas as perso­nagens. A Rainha nao esconde a sua inquieta~ao perante 0

I O. cw.UDE HENIU-FRkHES, U IM4trt' nlo-ltJlin au Portugal, Paris, 1964. p_ 107.

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sonho que revela ao Rei: unl monstro, em forma de muther, dcsferia contra c=la a seu nrco cruel e com golpes repetidos lhe arrancava urn a urn nove dos dez othos que a imaginayao Ihe dizia possuir.

Atemorizada c= receosa, a Rainha suplicava que Ihe poupasse este ultimo olho com que ainda se consolava. o morutro, porem, com urn derradeiro golpe, deixa-a comple­tamente cega.

Contudo, deste ultimo olbo sala uma pequena centelha que, no rueio da inconsolAvel desgra~a, the trazia A alma uma leve esperan4;a_

o simbolismo do sonho torna-S(' evidente. quando pelas palavras da Rainha, sabemos que estl't gravemente enfermo 0

(mico filho que de tantos sobrevivera. Contrariando as pressAgios e 0 abatimeoto da Rainha,

aconselha-a 0 Rei a ter confi.an~a em Deus e a resistir com firmeza As provaCOes, mas ela confessa ser incapaz de imitar a serenidade e a coragem do marido.

Termina este acto 0 Coro que, num canticum de acentuado lirismo, faz 0 elogio da Idade do Ouro e do bom rei em opo5i~io a tirania I.

Acto 11- A forma de wAtogo reHexivo. que jA dominava no acto J, continua no acto segundo corn duas outras persona­gens: Eubularco e Filanax. que rupomos representarem figuras intimamente ligadas a corte e a pessoa do Principe.

£. Eubularco que dA inicio a este acto, num longo e senten­closo mon6logQ. onde exprime a valor da lealdade e 0 arnor desinteressado que vota ao seu rei, (daO justo e virtuoso».

Aparece seguidamente Filanax que, com suas IAgrimas, sobres­salta Eubularco: 0 Principe est! muilO mal e neste momento 56 Deus poderA \faler-Lhe. A vinda do Medico, que con1lrma est&

j Vide infra, pp. 90-91, a amm$!: do conleudo desle Cora e alnda nn. 27 e 33 a lradu~o.

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noticia, escassamente interrompe a natureza Hrica das falas de ambos que mais se aproximam do monologo, nas longas inter­venc;oes de tom retorico, atraves das quais se manifestam 0 receio e a amargura em face da desgrac;a pressagiada.

Notavel a este respeito e a longa teoria que, embora em momenta tao grave, 0 Medico desenvolve sobre as causas e principios dos males (vv. 385-450), quando Eubularco Ihe pede uma narrativa circunstanciada do estado do Principe. Entre a esperanc;a de que os pressagios se nao confinnem e 0 desespero de uma situac;ao que no fundo se afigura irremediavel, 0 acto termina com 0 encargo, assumido por Eubularco, de transmitir ao Rei as noticias trazidas pelo Medico.

Como uma especie de conclusao, 0 Cora refere as multiplas desgrac;as que na vida assaltam os homens e sugere uma ima­gem contrastante com 0 Coro do acto I, ao pintar uma Idade do Ferro, onde aos perigos naturais se juntam aqueles que os homens voluntariamente procuram, levados pela sede das riquezas, vicios e por enganos de toda a ordem.

Hi aqui como que esboc;ada a teoria de um enfraquecimento progressivo que sucede it grandiosidade dos Descobrimentos, urn sentido de decadencia nacional que a morte do Principe nao vern senao confinnar. De certo modo, podemos descortinar tam­bern neste cora um Velho do Restelo que, antecipando-se ao do celebre episodio d'Gs Lusfadas, faz notar 0 cankter vao de todos os grandes empreendimentos, sobretudo os maritimos, dado queninguem tern a vida segura em parte alguma.

Este Coro afigura-se-nos de especial interesse para 0 estudo da mentalidade da epoca do autor.

A primeira vista, tais considerac;oes poderiam nao passar de urn lugar-comum frequentemente utiIizado pelos auto res gregos e latinos, desde Hesiodo 1. Porema. relac;ao directa coma morte

1 Vide HEsiono, TraballlOs e Dias, 617-630 e, por exemplo, HORAcIO, Odes, I, 3 e II, 16.

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do Prfncipe, como pressagio da rulna iminente do reino. leva-nos a crer que se trata de urna reac9io nadonal e ate pessoal do autor perante os Descobrimentos, como alias outras grandes figuras do sec. XVI tambem manirestararn I,

Acto 111 - Este acto enquadra-se na tragedia ate certo ponto como urn episodio Urico que, no entanto. nao adianta rnais nada a accao da pel;a. E constituido por urna unica ctna em que D. Joana dialoga com a sua confidente -a Aia ­e Ihe d! parte dos receios que a atemorizam. Esta tenta coo­soIA-la. com 0 argumcnto de que nada lhe ralta para ser reliz: beleza. inteligencia, alta linhagem e urn rnarido digno de governar urn mundo maior.

A Princesa. porem, nao se dcixa convencer: esui. auscnte a sua 1u1., a sua vida e nlegria: dccerto umn perigosa doen98 impede a seu Principe de a vir visitar. S6 finalrnente a idcia de que traz em si a salva9ao da Patria - D. Sebastiio devia em breve nas­cer - e 0 desejo 'de nao preocupar as pais que virao visita-Ia, a razern ceder a05 ragos da Aia para que tente esconder a sua dar.

A prorundidade dos sentim::ntos aqui manirestados par D. Joana atlnge na rala do Cora 0 rnais alto grau de sublirnidade poetica com urn hino ao Arnor cujo peder submete todos os seres, hurnanos e divinos.

Unidos pelos rnais puros 1890S esHio as Prineipes que ronnam uma 56 alma, urna so vontade, mas talvez por issa sujeitos rnais do que ninguem ao «rapido movimentm) da «sorte invejosa».

A natural compaixio pclo destino humano dos Prindpes, vern mais uma vez juntar-se 0 pressagio de uma tragedia colectiva que cai nao apenas sabre as personagens individualmente consi­deradas. mas sobre a na~o e ate sabre todo 0 universo, se Deus nio acudir ao pavo ameal;ado.

Vide e.g. GIL VICENTE. AUIO do I"dia. e SA DE M IRANDA. IICarta ao Senhor de BastG).

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Acto IV - A ac9iio eleva-se ao climax com a noticia da morte do Principe, transmit ida por Fflanax 0 EubuJarco.

o tom deste epis6dio e prcdominantemente lfrico, para 0

que contribui 0 Ion go treno (vv. 930-988) ern que altema­damonte Fllanax 0 Eubularco incitam a que cborem todos aqueles a quem a morte do Principe ira profundamente ferir, isto e, niio apenas os Reis e a Princesa, mas toda a na9iio (vv. 930-940).

Correlativamente, 0 elogio das superiores virtudes do Prin­cipe condensa aqui 0 objectivo principal do peya, que gira toda 11 volta desta figura, embora ausente da cena.

Atraves da narrativa de Filanax, que assume aqui 0 papel do mensageiro caracteristico na tragedin, ressalta a alitude firme de aceitayilo e de nobreza, que, diante da morte, tanto 0 Principe como seu pai revelam.

Sem coragern para seguir 0 exemplo do Rei, as persona­gens em cena niio conseguem ocultar a sua dor e dilo largas ao pranto e as lamentayOes.

E entao que :tubularco sai para levar a triste notlcia ao soberano, que se encontra nos aposentos da Iilha. 0 facto de que D. Joana devera em breve dar 11 luz, torna toda eSln cena intensa­mente tragicn, na medida em que as personagens eSlllo impedidas de exprimir 0 que lbes vai na alma, a nilo ser as ocultas da Princesa.

Enquanto Eubularco se ausenta da cena, 0 Coro prolonga 0

treno pela morte do infeliz Principe: C natureza illieira que deve participar no luto que a todos atinge.

Acto V - Se adoptarrnos 0 criterio da interven~ao dos Coros para a divisiio dos actos I, teremos de considerar aqui duas partes.

I Vide infra 0 que sc diz. sabre cste assunto no cnpitulo sabre a ana lise da /oannes PrInceps II luz do tcatro de S~neca, p. 83.

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A primeira de certo modo retorna a 1iga~ao com 0 acto anterior. Eubularco volta c coma a Filanax 0 que entretanto sucedeu. lima vez nos aposentos de D. Joana, de aeordo com as ordens que reeebera do Rei, 0 fiel eonsclhciro declara que 0

Principe esta melhor e pede licencra para ir a BeIem cumprir urn voto que fizera no periodo mais critieo da docnc;a. Tanto 0 Rei como a Rainha pereebern que ncstc momento 0 Principe jli morreu, porem a Prineesa, que acredita na mensagem, mostra satisfa~o e intervem mesmo ern favor desse pedido, quando 0

Rei simula relutAncia em conceder autorizac;ao. Todll esta descrif;ao se reveste duma ironia particularmente

tnigica, no que se refere a D. Joana. Scm que a princesa 0 saiba, essa partida para Belern, (<em cumprimento de um volQ)l. cuja autorizavao cia se empenha em obter do Rei, e 0 pr6prio funeral do marido que lanto amava.

A segunda parte reflecte esscllcialmente a atitude do Rei e da Rainha, em face da lragedia consumada. Entra primeiro a Rainha em cena e exprime, nurn 10ngo mon610go, a magoa de ficar scm esle ultimo ruho, cuja penia assume para ela 0

significado de urn castigo divino (vv. 1213·121 8). Pouco depois entra 0 Cora, dcsdobrado em quatro partes,

que, em amargas exclama~Oes, junla os seus prantos aos da Rainha, evocando a sorte cruel que concede «VaS esperan9as de alegria» para logo as derrubar.

E ainda em mon61ogo que 0 Rei, ao intervir neste momento, revela 0 lado mais humano da sua pcrsonalidade, que' finalmente se verga a dor, ainda que por pouco tempo. Em breve, a necessi· dade de incutir arumo e coragem a esposa.. bern como de dar 0

exemplo ao reino. «que tern os olhos postos nele.», se sobrepOem ao natural desalento que 0 assalta.

o dialogo deseovolve-se agora visivelmente no mesmo plano que caracteriza a conversa entre 0 Rei e a Rainha no inicio da pe:c;a. E de novo 0 Rei que apeJa para a const5ncia e firmeza de alma, enquanto a Rainha, inconsolavel, 5e confessa incapaz de 0 imitar. 0 sonho que oprirne D. Catarina. no acto I.

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e agora substitufdo pela visiio nile menos aterradora do reino votado a ruina, que se vislumbra no tim da ~a como castigo irremedi1vel.

Urna unica nota de optimismo - a confian~ em Deus, cujos designios sao imperscrutaveis, e no menino que vai nascer­parte, sem grande convi~o, da boca do Rei, a quem a morte sucessiva de tantos filhos nile deixou tambem de pesar amarga­mente.

Neste falso clima de esperan~a termina a pe~, que pressagja para 0 reino U1I1 sombrio destino. Os faetos, infelizmente. vieram confirma-lo.

E interessante notar que a ordem por que as personagens aparecem em cena obedece a urn certo paralelismo quiAstico. Assim. no acto I, dialogam a Rei e a Rainha. Seguem-se­-lhes, no n. Filanax e £ubularco, cuja eonversa Co par momen­lOS interrompida com urna interven~ao do Medico. No acto rv, voltam de novo FHanax e Eubularco, cujo dii!ogo ainda se pro­longa no acto quinto. Neste acto, assistimos finalmente ao apa­recimento das duas figuras centrais - 0 Rei e a Rainha - que tinham ocupado a cena durante todo 0 acto 1. No meio da pe~a. a conversa da Princesa com a Aia canstitui urna especie de epis6dio intercalar que, pclo seu tom amoroso, marea a separa­~ao entre as duas partes do quiasmo.

E rnuito natural que Teive. ao estruturar assim a sua pe~a. tenha inteneionalmente utilizado urn recurso orat6rio que teria a vantagem de sistematizar de forma mais clara 0 processo reflexivo sabre a morte do Principe e a pr6pria situayaa polilica. Nesse sentido ainda podera entender-se que, em vez de misturar ao longo da pe~a as diversas personagens. 0 autor tenha preferida apresentar dais a dois os seus interlocutores. a que nos faz quase adivinhar urn esquema ideol6gico que e passivel manter para eada persanagem, cam ll1? minima de vaTia~o dramatica.

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2 - CARACTERIZAtyAO E IDENTIFICAtyAO DI: PERSOSAGENS

Ao longo da introdu~o foram referidos aJguns aspectos mais importantes da caracteriza~iio de personagens, pelo que nos limitaremos agora a aprescntar re,sumidamente a que nos pareee cssencial a sua comprcensao.

o REI - A sua constancia e resigna~ao, varias vezes subli­nhadas, quer pela Rainha, quer par Eubularco e Filanax, consti­tuem ponto fulcral na uagMia.

Verno-Io sempre a consolar a csposa e sabemo-Io lambem capaz da maior farya de animo, quando encoraja 0 filho a aceitar a morte que era vontade de Deus. Nunea deixa transparecer urna atitude au urn gesto de fraqueza perante as personagens da pc~a: s6 atraves do mon610go (vv. 1264-1306) 0 vemos por momenlos bcsitante, mas, pedindo auxilio a Deus para perse­verar na sua posi~o (vv. 1290-1292), prossegue 0 diaJogo, em que mais uma vez manifesla 0 seu espirito inquebrantavel.

Confonne a personalidade que aqui se rdrata e elogia e a carta T, livro I, de, Ant6nio Ferreira que tern por titulo Can­gratulariio de todo a reina a el-Rei D. Joao III, 110 morte do Principe D. laao, $ell fiiho, qll(' sofreu pacienrissimamente.

Assim, para al6m da reil lidade literaria. cste caraeter do Rei, tal como se pOe em cena, C bern urn dado hist6rico.

A RAINHA - A Rainha reve,la urn duplo aspccto na sua personalidade.

56 dialoga com 0 Rei. A ele exp<kl logo flO irucio da peya. os seus receios. a sua amargura. os seus pressentimentos.

POI' fim, no aClo V, manifesta-se tamoom como mae incon­sola vel. pelo que a Rei tenta de novo move-Ia a dar 0 exemplo a na~ao. que naquele momenta tamb6m soCre pungentemente.

No entanto, no initio destc acto V, Eubularco conta a Fila­nax a cxtraordimhia coragem c nobreza de alma que a Rainha

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de Teive. Nao duvidamos de que pelo menos tenhn tido con he· cimento dela, conforme Luis de Matos jli tambem frisou I.

De facto, algumas das coincideneias apontadas sao mais do que casuais. Mas note·se que estas coincidencias foram proposi­tadamente isoladas, pando de parle as aspectos fundamental­mente diveTsos que determinam a estrutura e 0 lear de cada urna delas.

Analise mos em conjunto as linhas gerais que presidiram a elaborayao de ambas as obra s e us diferenyas que neste capitulo podem aponlar-se.

Ant6nio Ferreira nAa tentou escrevcr a sua tragedia ern laum: preferiu a lingua vcrnacula, que semprc defendera. o mcsmo tin ham ja {eita Trissino Da S%nisba e Rucellai na Rosmunda e no Orestes, que inspiraram ainda a autor da Castro na ado~ao do verso soho.

Atcnlemo~ agora no papel do Cora em ambas as tragectias. Na Caslro, em dccassilabos, por vezes com quebrados de quatro e seis silahas, 0 Coro e dramdlico I! lirico, e personagem e canlO 2 e disscmina-se por entre as fala s das varias ccnas. Na loannes Prillceps,o Coro, posta no fim de cada acto, it maneira seneqwana, confere a pc~a urn movimento dramatico menos intense; com as suas medita~Oes liricas, que refor~am a tcmalica do epis6dio anterior ou que a ela se ligam, nunea intervem na ac~iio da pec;a .

Antonio Ferreira seguiu mais do que Teive, neste ponto, as modelos cia lragedia antiga, 0 movimento tragico dos clas­sicos. Contudo. nao poderemos considerar, neste aspeclo, a Iragedia de Ferreira estruturalmenle diferente da de Teive, e mesmo da obra dramatica de Seneca, se tivennos em conta os argumentos de Ettore Paratore a este respeito 3.

I Vide Luis DE MATOS, arl. ell., p. 41.

2 Vide A. J . DA CosTA PtMJ'AO, £Suitor dil't,sor, no capitulo «As cotrcntes dramaticas DB literntura portuluesa do sec. XVI», p. 441.

3 Este autor. no seu cstudo 'L'influcnza della IcllcrDlura latina da Ovidio ad Apulcio ncll' cIA del manierismo e del barocco', in : Monle,isnw-

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As diferenyas mais substanciais entre as duas tragedias deve­do procurar-se no tema enos seus objectos. Na Caslro e a paixao amorosa em conRito com a razao de Estado. Na [oannes Princeps, a morte do Principe e 0 sentimento de decadencia que a acompanha.

o conflito da Castro, tal como na tragedia cllissica. refere-se a caracteres individuais. Assim. esta peya nasce da diversidade de atitudes das vArias personagens que se colocarn em pontos de vista opostos I, quanto a legitimidade da morte da jovem Ines. Porque as vontades humanas que a condenam se sohrepOem as que a vScm isenta de culpa, 0 desfecho e tragico e sem remedio 2.

Na [oannes Princeps, a tragooia nao atinge s6 as personagens individuais, mas, para aMm delas, alveja 0 proprio reino. cujo destino aparece identificado com 0 do in feliz Principe. Assim, o sentimento tragico resulta inteiramente da iminencia da sua morte, que pesa sabre as personagens e sobre 0 reino como desgraya tremenda, que naa esta ao alcance de ninguem deter ou remediar.

Barocco-RococO, Roma, 1962, p. 297, ao rererir 0 papel do Coro na Castro afirma: (& in a1cunc scene dialoga coi pc:rsonaggi, ha sopratlutlo la funzione di dividere la tragedia nei canonici cinque alti, mediante i suoi quattro inler­mezzi. Ma su questa osservalione deve prevalere I'altra suggerita dal con· lenuto di questi intermezzi, cioe da! loro carattere cOSlantemente, quasi esasperatamente moralistlco, dal loro continuo val ore di lC'lione celebratrice della virtu e fustigatrice del viu. Sotto qucsto aspccto nessuna opera d'arte moderna si adegua cosl slretlamente a UD aspeUo rondamentale della pocsia sene<:ana.l)

1 JACINTO DO PRADO COELHO, 'Relendo a Castro de Ferreira', Dei­denle, XXXVI (1949), 18-21, fal urn interessante confronto entre a figura do Rei e as restantes persoDagens, situando nela 0 canl.cler drnmalico da ~: «Afonso IV, em Ferreira , e a pe.rsonagem de maior interesse drnmatico. Tirando 0 sucesso elCterior que e a morte de Ines, na ~ s6 M acontecer dramalieo DO espirito do Rei. 0 resto e eJegiaco, passivo, lamenIOSo.»

Z Vide a esle respeito, A. A. CoIMBRA MARTINS, 'La fata lite dans la Castro de Ferreira', Bu/fetin d'histoire dll lheli/rl~ portugais, tom. HI. 2 (1952), 169-)95.

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De acordo com esta perspectiva, e 0 comportamento das personagens que na Castro provoca 0 desfecho, tomando esta tragedia mais bumana, rnais viva e mais c1Assica. Nao ha nela vestigios do antigo [atum, da ",olea helenica, pois as personagens actuam livre mente. Assim. nao e a Castro «urn drama do des· lino, mas sim da o~iim): reside neste facto a sua originalidade e modernidade I. Na loannes Princeps, 0 desfecho niio depende do componamento ou da reaccao das personagens, mas antes dum Fotum no sealido cristao, dum Deus de quem depeode a vida e a destine dos homens.

E por isso que, oa Castro, assistimos a urna evolueao de car3Cteres que coDstilui 0 principal exito da tragedia antiga. Assim. a nota de alegria que inicialmente reina, gradualmtnte se trallSforma "num sentimento de angustia que chega ao climax no acto IV. com a morte de Ines de Castro. Na tragedia de Teive. as personagens logo de inicio aparecem carregadas de tristeza e de receios e, pouco depois, no acto II, a morle do Principe c dada como certa.

No entamo, em ambas as obras a a~o dranuitica e quare nula. Na Castro nem 0 acto I nem 0 V apresentam movi· menta psicol6gico; aquele limita·se a introduzir a a~o e a fazer real~ar os sentimentos dos protagonistas, este nilo passa dum simples monclogo, em que se deploTa a grande fatalidade. Nos outros actos acentua·se 0 cenRito interior que culmina com a mOrle de Ines, Este acontecimento patetico domina toda a peea, e a ele se prendem reflexOes morais ou largas efusOes UTicas, lao caracteristicas da tragedia quinhentista 2. Na loannes Princeps a falta de movimento drarnatico e ainda mais evidente. Pode mesmo ser considerada uma tragedia de ideias, ja que a sua finalidade consiste em apresentar as varias atitudes das persona­gens em face de urn acontecimento trilgico,

L Vide A. A. CoIMBRA MARTINS, art. dt., p. 195; e LUCIANA STEOAONO

PU:OILO, Hisldrlo do t~alro jJOrtuguls, p. 155. 2. a.hCINTO 00 PRADO CoELHO, art. dt., pp. 19-21.

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Atentemos ainda no conceito de religiosidade que cada uma encerra.

Na primeira, a mentalidade crista e apenas secund8.ria, nao inftui na maneira de ser das personagens: embora 0 velho rei invoque 0 seu sentido religioso, vai em seguida despreza-Io e entregar InSs as maos dos sellS conselheiros. Na scgunda, hi uma Vontade Divina que as personagens se esfon;:am por aceitar no meio da sua dor.

Debate-se na Castro a ideia de culpa que gera 0 casligo: e e esta culpa que vai condenar, aos olhos dos seus algozes, a protagonista I . Tambem a nOl;aO de culpa se esboca na loannes Princeps, nas palavras cheias de dor da mae e rainha, quando se cerere ao filho inocente, que expia os erros de outros. Hi aqui como que urna reminiscencia da crenl;8 numa culpa original imanente ao humano. Apesar disto, 0 castigo do Alto aparece-nos, ao longo de toda a pec;a. identificado com a Von­tade e os designios de Deus, que nos nao cumpre indagar, mas aceitar com fe e resignal;ao.

Esta diferen~a de concept;:Oes religiosas ests. especialmentc documentada no final de ambas as pel;as. Na tragedia Castro , apesar do tom Urico do desfe<:ho, tudo e sem remMio, por­quanto nem a vinganc;a de Pedro dcscerra uma esperam;:a. Nisto segue mais de perto os moldes cJassicos. A loannes Princeps termina com uma nota de esperanc;a: nas palavras finais, 0 Rei como que entrega tudo nas maos de Deus e manifesta a sua confian~a na salval;ao que vira do menino que vai nascer.

Em suma, na Castro, a tragedia sllbjuga as personagens e nada ha que as possa levantar - Deus e os homens encon· tram-se separados em dominios independentes. Na loannes Princeps, apela-se para a interligal;ao do humane e do divino.

Em conclllsiio: Ant6nio Ferreira conhecia a tragedia de Tcive e linha-a mesmo na memoria ao compor certos passos da sua

I Vide acto II e acto IV.

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ohra. Mas algumas afinidades existentes entre duas ~as serao antes reswtado da mentalidade c1assiea e personalidade. ja for­mada, que ambos possufam, da cultura comum, da sua religio­sidade, rnentalidade nacional e maneiras de ser dos autores.

Como vimos, os moldes da Castro afastam-se muito dos da tragedia loannes Prinups e, a parte algumas ideias comuns e urna au outra inftueneia directa, e arriscado falar de imita~ao.

Apesar disso, se flzermos nossas estas palavras: «Par urn lado a tradi~ao coirobr! - a das coisas e a das almas - e, par outro, 0

contacto intimo com os autores ciassieos e com os humanistas determinaram a ideia tragica de Ferreira. executada com urna com­preensao cstctica da sobriedade, regularidade e nobreza clAssicas, dignas do mais alto eiogim) I, poderemos afirmar, scm restri~lSes, que Teive passui tambem 0 seu quinhio na imortalidade da Castro.

I Vide A. J. CosTA PIMPAO, op. cit., p. 440.

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ASPECTOS FORMAlS DA fOANNES PRINCEPS

Grande parte dos aspectos formais da pe~a, em especial aqueles que se relacionam com a. sua estrutura, foram ja ana­lisados no capitulo dedicado ao confronto com Seneca.

Ao longo desta introdu~ao, bern como nas nOlas ao texto, encontram-se ainda assinaladas as influencias de linguagem e estilo que nos pareceram mais importantes para definiT as pre­ferencias de Diogo de Teive, no que respeita aos principais autorcs latinos.

Salientamos ja, no Jugar devido, que Seneca foi 0 seu grande modelo. tanto na composi~ao da obra, como no uso de uma Iinguagem solene e empolada, onde avultam numerosas liguras de ret6rica que, pela sua Snfase e caracter expressivo. anunciam ja 0 estilo barroco. Mas tamb6m esta presente na pe~a a infiuencia mais ou menos marcada de outros autores, como Virgilio, Hora­cia e acasionalmente Ovidio, Cicero, etc. 1.

1 Veja-se, no coment4,rio ao te:o;.to, para Virgilio: nn. 1,4,9, 10, 13, 19,26,27,28,30,31,56,61,67,68,71,79,88,95, 104,106, III, 117, 118, 119, 133, 145, 147. 153. IS7, 158, 161, 169, 190.

Para Hon!.cio: nn. 2. 4, S, 16,20, 27, 28, 30. 32, 40, 42, 68, 69, 72, 86. 104, 107, 133.

Para Ovidio: nn. 4, 24, 27, 32, 119. Para Cicero: nn. 2, 4, 113, 142, 160, 193.

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o estilo da ~ nao provem, no entanto. de uma imita~o rigida ou for~da de alguns passos de obras latinas que mais sensivelmente se tenham gravado em Teive: 0 humanista revela urn consciente dominio da lingua latina, urn conhecimento vasto de exprcss6es e processos estilisticos genuinamente latinos au de influencia grega. que justificam as palavras elogiosas de Jose Cae­tano de Mesquita e Quadros:

... in omnibus Teuii scriptis facile cernitur, quod Graecos Lo.tinosque scriptores n()Cturna diurnaque manu uersauerit.

(Iacobi Teuii u;la, pp. XV-XVI)

Exemplifiquemos surnariamente algumas dessas figuras de estilo mais frequentes e alguns aspect,?s particulares da linguagem da pel;a: simile (1-15), aliterac;Ocs (11,13,144,417,770, 1183), metaforas (17-20, 710-711), anaforas (entre outras 18-19, 75~76, 79-81, 133-134,222-224,230-231,233-234,359-360,412-413,517-518, 681-682, 689-690, 741-743, 749-751, 785-786, 806-807, 845, 846--847, 877-878,891-893,932-936,979-980, 1117-1118, 1131 -1132, 1215-1216, 1225-1227, 1325-1329), protepse (47), tmese (861), comparaC;Oes (49-50, 72. 247, 433-434, 530-532, 859-861, 881--883), corre~ao de uma afirma~o (53-54), litotes (125, 137, 303, 3~2), paralelismos (195 e 198,230-231 , 1118-1119, 1131-1132), oximoro (654), simetria (241). dissimetria (217, 494495), hipa­lages (323, 762-763, 1160, 1251-1252, 1262), hendIadis (450),

assindetos (519. 817, 827, 975, 1008), homeoteleutos (726-728, 1257--1259), quiasmo (791·792), figuras etimol6gicas (817-818, 1298· -1299), eufemismo (986), anAstrofe (1117), paronomasia (1183), animizac;ao (1196), jogos de palavras (677, 1331), biperboles (979-

-981. J075·1077). ap6strofes (295, 1058-1059, 1213"-1215, 1290--1292), perguntas ret6ri~s (350-361, 653·654, 654-655, 656, 661·662. 1225, 1226-1227, 1264-1268), a",.I,mo, (25, 77, 185, 350, 373, 425. 689, 858, 1262), Iinguagem figurada (48-90, 84-86),

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plurais de uso poetico (104, 273, 426, 679, 1242-1243), pleo­nasmos (844, 858), vulgarismos (261, 343), constrw;:Oes ret6ricas (289-291 , 327-333, 854-855, 932-936, 1131-1132), linguagem patetica (138-140, 313, 477-485, 590-598, t188-1189, 1228-1259).

Quanto a metrica, Tcive nao se afasta, no geral, das regras

c1Assicas. As partes faladas sao compostas em senarios iambicos e

s6 nos coros se apresenta maior variedade metrica : dimetros anaptsticos no primeiro Coro, asclepiadeus menores no segundo, estrofe sMica (tres hendecassilabos saficos e um ad6nico) no terceiro e novamente dimetros anapesticos no quarto.

Note-se que a emprego dos dimetros anapesticos, no pri­meiro e no quarto Coro, sugerem como que urn dtmo pr6prio de entrada e de saida, que se ajusta a simetria e ao equilibrio da composiyao, notados ja a prop6sito da estrutura da perra.

Ex:emplificayao metrica;

- - I - ""1- ""1"" -Coro I : Justo Principe nil dedit Opifex

-- 1- -I ~"-I -­rerum summus melius terris

- I - "" I -" " I-­Tum res publica pace quieta

- 1 "" "1- "" 1 --el perfruitur otio arnica

- - 1- ~ Y -I- ~ ~ -I~ -

Coro il : Morlalis grauibus cincla periculis - -I -" "-1- ~~ -I .....

uila est: siue ocu/is ignea sidera

- - 1- " "-1 - ~Y- I ~ ­

lucentesque poli suspicias globos. _1 _ -I-y"-I""

Hinc aeslus rabida. hinc aspera Irigora

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"- -I- .... -I ... - -Coro III: Nos lUas uires. Paler 0 Cupido.

- I.. .. .... I no.s tUaJ flammas. quibus et profundum

"--1- -1"-" aequor incendis, quibus el supremum

uris O/ympum

v .. I--I ...... t-­Coro IV: lam lacrimatum [undiu lonte~

-1"--1-" "I-" ac perpetuis ora rigate

-"" 1- - 1 - " " 1 -fletibus ingens crescere Ul aequor ...... 1--1--1-.......

senliot undas plena ;"umpant

Urn case que se nos afigura curioso e 0 reaparecimento do Coro, no acto V, em senarias iimbicos, num quasc diAIogo com a Rainha.

Exemplifica~o metrica :

Coro 1: + -1- - I" .. 1--1-'"

o uita rehus subdila infelicibus

- -I'"' - I" -I" - I - -I .... o /lila morte pe;or lit nos despicis

-I" .. "I" -1"-1 - -I .... Coro ll : Sic uita fragilis exigil mor/alium!

-1"-1" -1"""1--1"-In quam repente du(m) ingredimur Q lacTimis

.. -I - .. "I" -I'" .. 1- -1"-Coro III : Clad; fie poteril ulla tamentalio

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--1--1 - -1"-1--1"­par esse tantal', par dolor tan tis maUs?

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-I" -1- -1"-1 --I"" Cora IV: Non lacrimarum fontibus manantibus

-I ~ -1- -I" - 1""-1 " ­planctuue acerbo tantus jll(eritus palest

Neste ponto teremos de considerar 0 Cora naa como ele­mento exterior a ac~1io. mas como persona gem integrada na propria ac~ao . Na verdade. mais do que uma personagem 0

Coro e aqui uma personificacao do Teina que, para Teive. tera sido 0 mais duramente atingido com a morle do herdeiro do trono,

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PRINCESA JOANA

Visto que 0 teu conselho pareee justo, par todos os modos

tentarei exeeuta·lo: mas receio que 0 meu esforc;o acabe por se

710 revelar inutil e vio. Sim, como pode urn punhado de einza

manter oculto incendio tao desmesurado?

Mas, vista que os Reis, que eu eonsidero verdadeiros pais,

me fazem alegres promessas com rosto sereno, eu vou tentar,

715 pela minha parte, manter secreta esta dar imensa cravada no meu

peito, para me nao tomar desagradavei a pais tao bondosos.

Palavras dignas de uma virtude muito grande e do ceptro ilustre que urn dia, em companhia de teu marido, com as tuas maos has-de empunhar. Mas, antes, his-de dar muitos netos

720 a teus sogros, e filhos a teu marido. que possaro manter firme a pAtria lusitana.

PRINCES" JOANA

Ai de mim! MO prossigas, que 0 meu espirito pressago

me nao agoira nada disso, antes coloea amargos 1utos dianle

dos meus olhos tristes. Aeompanhado da sua querida esposa,

72S n&o tardara. que a Rei esteja presente: importa que de imediato

eu mude poT completo de semblante e seque estas ligrimas. para

nilo aumentar os amargos sofrimentos de urn e de outro .

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CIIOR,VS

Nos tuas uires, Pater 0 Cupido, 730 nos tuas flammas, quibus et profundum

aequor incendis, quibus et supremum uris Olympum,

quis flagrat teUus. breuiter canamus. Nil saturo terris pcJagoque uasto,

735 nil saturn claro aethere, quod tuos non seutiat ignes.

Hunc simul blandae uolucres furorem sentiunt tecto radiante caeli, et suos uictae modulantur ignes

740 ore canoro; hunc ferae densis nemorum latebris;

hunc aper saeuus, leo, taurus, ursus; bunc greges mites, simul et furore

condta turba. 745 Sentiunt tautum uitreis sub undis

numen auratis coopcrta squamis gens maris uasti retinentque flammas

gurgite in alto. His suos praebent sata cuncta fructus;

750 his suas messes bene culta tellus; his apes gratum generant liquorem

ignibus aetae. Angulum nuDum. mare, terra et aether

abditum quamuis habet et recessum, 755 in quo ArnOT sceptrum ualido superbum

non geral arcu. Sit licet caecus iuuenisque, certum

754 et B: aut A

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CORO

N6s, 6 deus Cupido, os teus poderes 9S,

730 as tuas chamas com que ate os abisl11.os do mar incendeias, com que ate as alturas do Olimpo afogueias, com qu~ se abrasa a pr6pria terra, em breves palavras os cantemos. Nada ha nascido no solo e no vasto oceano,

735 nada hiL nascido no eter brilhante que nlio sinta os teus ardores. Este delIrio, logo que 0 sentem as maviosas aves, na mansiio fulgurante do ceu, entoam vencidas seus cantos de arnor,

740 com voz melodiosa. Este delirio sentem-no as feras nos densos esconderijos das fiorestas; sentem-no 0 feroz javali, 0 leao, 0 touro, 0 urso; sentem-no os mansos rebanhos, e ao mesmo tempo, turvada do desvairo, a multidiio.

745 Sentem, sob 0 cristal das aguas, a grandeza do deus os habitantes, cobertos de escarnas doiradas, do mar infinito e acalentam estas chamas no fundo do abismo. Estimuladas por estas labaredas, todas as plantas semeadas produzem os seus frutos;

750 pOT elas, a terra bern cultivada, as suas messes; por elas, as abelhas geram 0 nectar delicioso. Recanto nenhum t~m 0 mar, a terra e 0 eter, por mais escondido e afastado que seja,

755 no qual 0 Arnor nao empunhe 0 seu ceptro sobeTbo com arco poderoso. Embora seja cego e jovem, certeiro

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dirigit telum laceratque pectus uulnere infesto nec: opem querenti

760 praebet amanti. Ille nee parcit Polyphemo agenti

moUe per sa ltus pecus; iile elauam torquet inuietarn ualidis Iacertis

ab loue nato. 765 Quem nec immanes domuere gentes

nee truces tauri Nemeaeque terror, monstra nec Lemae ne<: atrox trifauci

Cerberus ore, perdomat caecus pUeI' et tenellus,

770 cogit et coUo juga seu iuuenc\Un ferre deuietum dominaeque carae

reddere pensa. Cuncta si uictor superat Cupido

corda uietorum, licet illa duris 775 ac feris gestent truculenta setis

einctaque ferro, molle cur pectus nequeat domare

uirginum, moUes iuuenumque mentes? Sed repugnantes trahit et uolentes

780 dudt amice. Omnium uietor deus est CUpido,

sed magis moUes animos domare uirginum nouit iuuenumque blandis

urere ftammis. 785 Hunc uoeant quidam rabiem ae uenenum,

hune luem, pestem, scelus et furorem miUeque immani maledicta lingua

turpia iaetant. Haud tamen norunt geminum esse Amorem:

790 alterum caecum, furibundum . acerbum.

7S9 quacrtntl A

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aponta 0 dardo e dilacera 0 peHo com urna ferida dolorosa e nllo da lenitivo

760 as queixas do enamorado 96. Ele nem poupa a Polifemo que conduz o seu d6cil rebanho pelos pastos. Ele arranca ao fitho de Jupiter a invencfvel clava, apesar dos seus musculos robustos.

765 Aquele a quem 000 dominaram os povos poderosos, nem os ferozes touros, nem 0 terror de Nemea, nem os monstros de Lema, nem 0 atroz Cerbero de boca trifauce, domina-o um menino cego e debil

770 e fo~a·o, vencido, a levar ao pesco90 urn jugo ou urn vitelo e ir passando os novelos a dona bem·amada 97. Se Cupido vencedor triunfa sobre todos os cora~&:s dos vencedores, por violentos que sejam

775 e providos de duras e bravias cerdas e cingidos de ferro 98, como nao hlI.~e dominar 0 tenro peito das donze1as e os lemas espiritos dos jovens? Aos que resistem, Rrrasta.-os; e aos que consentem,

780 amorosamente os conduz. De todos e vencedor 0 deus Cupido, mas sabe mellior dominar as .cora~s senslveis das donzelas e abrasar as dos jovens com as chamas da sedu~ilo.

785 Cbamam·lhe alguns fUria e veneno, ftagelo. peste, crime e desvario, mil ditos uitrajantes tbe arremessam com lingua truculenta. Nilo sabem, todavia. que hi dais Amores:

790 urn cego, furioso, cruel,

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qui sua ceruos leuitate uincit, uincit et auras:

alterum castum, moderatum, amicum, prouidum, mitem, placidum, quietum,

795 cui fides semper probitasque grata pectori adhaeret.

Runc pii obseruant teneris ab annis Principes lecto sociati eburno, Plincipes nostri: quibus a supremo

800 Phoebus Olympo aut soror Phoebi nihil intuetur

maius extensis meliusue terris, nil magis pulchrum, magis aut decorum

quod semel ortum est. 805 Vinculis ambo socialltur artis;

unus et constans animus duorum est; una mens ambos regit; una uincit

firma uoluntas. ~es at humanae ancipites uagantur

810 nec loco perstant stabili inquietae: huic pio ardori fidei que uerae

fat a repugnant. Dura sors rebus solet inuidere

prosperis nec fert diuturnum in orbe 815 quidpiam inconstans celerique uoluit

cuncta rotatu.

820

Vastitas, mors, interitus, ruina maxima in terras ruet obruetque machinam hanc totam, nisi, summe, nobis

Tu, Pater, adsis.

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que em sua ligeireza as proprios cervos vence, e vence ate as brisas 99; outro, casto, morigerado, amigo, prudente, dace, aprazivel, sossegado,

795 a quem sao gratas sempre a lealdade e a justiya, esta ao peito bem ligado. A ele prestam clllto, desde tenros anos, os piedosos prlncipes unidos em leila de marlun 100,

as nossos priocipes. Lli do supremo 800 Olimpo, Febo

0\1 a irma de Febo nnda veem, na extensilo da terra, que soja maior au melhor do que eles, nada mais bela all mais harmo.nioso que alguma vez tenha nascido.

805 Ambos estao unidos par vInculos estreitos; U1na e constante e a alma dc um e de outro; um espirito a ambos delermina; uma vontade firmc as Iraz ligados 101.

Mas as coisas humanas sao incertas na sua ambiguidade 810 e irrequietas nao se mantem em lugar estavel l02.

A este piedoso ardor, a esta Iealdade verdadeit'a os destinos sc opOem. A dura sorte costuma invejar a prosperidadc e, na sua inconstfinciu, nada tolera no nUllldo

815 que 111uito dure c tudo revolve com nlpido movimento 103.

A devasta~iio , a marte, a deStruic;ao, a ruina total hao-de sabre a terra Tuir e derruir toda csta maquina do universo, se em nosso auxilio

820 Tu nao vieres, 6 Supremo Pai.

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ACTVS QVARTVS

PHILANA X EVDVLARCHVS

PH1LANAX

Ergo malorum aceruus iIIe maxim us, ergo illa clades, nulla qua maior potest excogitari. contingit miserrimo regno, quod omnium exstitit c1arissimum.

825 quod cuncta felix erigebat uerticem celsum ante regna: nunc repente Principe sublato, inane, dissipatum, dirutum et consepultwn in maxirois tenebris iacet, Vt sole discedente nox caligine

830 abseuTat orbem et nubibus spissis tegit. sic nostra lux, sic splendor omrus ac lubar micans l berae gcntis obscurum latct tanti recessu Principis neque enim adeo intra allnora luna fulgens sidera

835 cmieat, ut iIle Principes claTissimos praeluxit inter. 0 Pater diuum optime. rerum 0 Creator summe. nobis Principem CUT abstulisti, quo nihil sol pulchrius uiditque melius 1 Omnium integerrimus

840 aetale in ilia iuuenis et fiorentibus egregius annis, quid mali committere aut facere potuit, hoc acerbo funere

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ACTO QUARTO

FiLANAX EUBULARCO

FILANAX

Sim. aqucla tremenda acumula~ao de males, sim, aquela

fulna, tao grande que maior se nao pode imaginar. atingiu

estc reino imensarnente desgra~do, que se elevou como 0 mais

825 ilustre de todos, que na prosperidade erguia sublime a sua

cabec;a diantc de todos as Teinos 104. Agora. de repente, 6rfl0

do seu Principe, jaz vazia, destT~do, destruido e sepulto

na mais profunda escuridlo 10'. Tal como, em baixando 0

830 Sol, a Daite envalve no seu negrume 0 universo e 0 recobre de

nuvens espessas, assim a nossa lux, assim todo 0 esplendor e

brilho intenso dos pavDs ibericas St esconde na obscuridade

com 0 desaparecimento de tao grande Principe 106; e nem a

lua brilha tio radiosa entre as astros menOTes 107 como ele reful~

835 giu entre as mais i1ustres prmcipcs. 0 Pai sublime dos seres

divinais. 6 Criador supremo da natureza, porque nos arrebataste

este Principe, 0 mais beto e 0 melhor que 0 Sol conh~eu 7 lovern,

de tOOos 0 mais puro naquela idade. e ja famoso, a despeito

840 dos seus verdes anos 108, que mal pooe cometer ou fazer para

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ul dignus esset? Sed tua haee mystcria obscura noslris obteguntur mentibus.

845 Sed quando spes abrepta, quando omnis salus adcmpta nobis, cur miser diulius, cur animam in ista !uce detineo amplius?

EvavLARCI-lVS

Quas ipse uoces et quam acerbas audio! Quam b'Tauia ab Uno prodeunt suspiria

850 gemitusque pectore! 0 diem maestissimum! Probus Philanax et fidelis Principis custos, querclis comptet infelicibus omnia. Quod esse certius signum potest ilium periisse? Quo peremplo corruit

855 res lola Lysae, quo decus, quo gloria. o falsa spes mortalium! 0 rerum omnium fortuna fragilis! 0 labores irrili! Medio ut soletis saepe spatio labier medioque cursu, ut naufragae cymbae, obrui,

860 tumidis superba quas procella fiuctibus euertit, ante lacta quam adeant littora!

Sed iIlum adibo. nostra ut audiam mala c1ademque propius. Cur malestas, obsecro, iteras querelas? quem mihi affers nuntium?

PHILANAX

865 Quem nostra summa prodere infelicitas regnique summus tradere interitus potest.

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FERREIRA, Francisco Leiliio - 3 n. 2, 5 n., 35 n. 3.

FIALHO de Almeida - Vide ALMEIDA, Fialho de.

F ICINO, Marsilio - 300 n. 128. FII.ANA X - vide MENESES, Fran­

cisco de Sa de. D. FllIPE, infante (filho de

D. Joiio 1Il) - 263 n. II. FIUPE U - 6S n. I (b(s). 79. 263

n. 11,316 n. 199 (bis). FlUS - Vide D. JOANA, princesa. FONSECA, Alvaro da - 9. ' FRANCISCO I, rei - 8, 282 n. 76. S. FRANCISCO de Borja - 68 n. I,

79, 79 n. I. FI/.A NCO - Vide MENESES. Fran­

cisco de S4 de. FRANCO, Meslre Diogo - 76. FRtcIJES, Claude-Henri - 33, 59

n. I, 74 n. 1,83 n. 2, 84 on. 1 oJ.

FREIRE, Jose Geraldes - 266 n. 16. FREIRE, Paulo - 287 n. 88.

GAMA, Vasco da - 304 n . 149. GARIN, Eugenio - 311 n. 166. G AVO, Felgueiras - 73 n. I. GOERTZ, wolr -22 n. 2. GOff, Jacques Ie - 20 n. 1 (bis) , G615, Damiao de - 27, 28. GOLlAS - 20 e n. I. GoN<:ALVE5, Sebasti!o - 3. GO UVEIA, Andr~ de - 8 (bis) , 10

( bis) , ]3, 95 n. 1-GOUYfIA, Ant6nio de - 7 e n. 1.

10, II, 11 n. I. GOUVEIA 0 M~. Diogo de -

9, 13. GOUVEIA SENIOR, Diogo de - 4

nn. 2 e 3, S, 9 n. I, 19. GRANADA, Fr. Luis de-33 .

GRIMAL, Pierre - H7. GUl'iRENTI!, Guilherme de - 14 n. I,

21 n. I. GUEV"RA, Luis V~lez de - 97 n. 1.

D. H ENRIQUE, cardeal (-rei) _ 16, 18, 19 n. 2, 31, 40, 41 en. 2, 68 n. I. 302 n. 136,316 n. 199.

HENRIQUE II, rei - 316 n. 199. HERRMANN, Leon - 82 n. J , 84,

e nn. 4 e 6, 86 n. I, 87 e n. J, 89 n. I, 90 e nn. 1 e 2, 91 en. 2, 92 n. 2, 93 n. 2, 315 n. 193.

HESfooo - 61, 61 n. 1,281 n. 70. HOMERO _ 8, 266 n. 18, 267 n. 22. HORAcIO - 19, 32, 61 n. I, 81,

83,84,91,98,133 e n. 1,251 n. 2, 258 n. 4 (quall'r) . 259 n. 5 (bis) , 265 n. 16, 267 n. 20, 269 n. 27, 270 n. 28 (his) , 271 nn. 30 e 32, 275 n. 40, 276 n. 42 (bis) , 280 nn. 68 e 69, 281.n. 72, 285 n. 86, 293 n. 104, 294 Fl. 107, 303 n. 144.

Huoo, Victor - 97 n. I. HUIZINOA, J ohan - 38 n, 304

n. 148.

INOctNCIO Francisco da Silva -vide SILVA, lnoceneio Fran­cisco da.

D. ISABEL, inranla (irma de D. Joao 111) - 316 n. 199.

D. IsABEL, princesa (filha de D. Joao 1JI)-263 n. 11 (his), 316 n. 199.

ISABEl., RaiFlha Santa - 127 n. 1.

JACQUOT. Jean - 87 n. 2. JANtO- vide D. JoXo, principe. S. JER6NIMO - 88 n. D. JOANA, princesa - 32, 40. 42

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(bb) . 54, 62 ( qulnqules), 63 (quater) 64 (quoler), 65, 67, 68 n. I, 69, 78 (ler). 1'9 ( ter), 83,89,1 12 (bis). 11 3, 11:4 (bis). 115 (qualer) 116 (biJ). 117. 118 (bis), no, 125, 282 n. 76, 283 n. 81, 284 nn. 82, 83 (bls), 84 (bis). 8S e 86, 285 nn. 87 e 88 (bis), 287 nn. 90 e 91 , 291 nn. 100 (bis) e 101 ( qualer). 301 n. 134, 30S n. 150 (bis). 310 n. 164,31 I n. 166, 3li~ n. 207. AIlN/A - 46 (bls). Flus - 43.

D. JOAO, principe - 12 (his), 17 ( bls), 21, 32, 37 (qllar~r). 38, 39 (ur) 40 (quaUtr) ;~ n. 2, 41 (qUOler), 42 (quinquies). 43 (quinquits). 44 ( rer) . 4S n. 2, 46 (ter) . 47 (bil). 48 (bis), 49

SO, SI, S2 (bis). 53. 54 (bis). 55 (bis). 56 e n, I, S7, 59, 60 (ter ). 61 (bls). 62 (qualer) . 63 (quinquier), 64 (qualer), 65, 67 ( quafrr) , 68, 70 ( quinauies), 71

(bis),72 (Ier) en. 1,73 e n. I (Ier). 74 n. e n. I. 75 (bls), 76, 77 ( Ier ), 78 (q lwter). 79 (bis). SO, 82. 83 (Ier) . 8S. 86 n. 2, 89 (bis) . 91, 92 (bis), 93 (bis) . 99, 112, 114, 116 (bis), 117, 118 (bls), 120, 12.J , 122. m (bis). 124, J29 (Mr). !JO, 131 , 137, 260 n. 7, 263 n. II. 268 n. 23, 273 n. 39, 277 n. S2 (bis), 278 nn. 57 (' 59, 279 nn. 60 e 62 (bis). 283 n. 78, 284 nn. 83 (qualer). 84, 85, 286 n. 88 (ter). 291 nn. 100 (bis) e 101 (qualer), 293 n. 105,294 n. 108, 295 n. 111, 296 nn. 113 e 11 5 (bis) , 297 11 . 119, 298 11.11. 120.

121 ( fer). 122 e .123. 299 nn. 124, 125 e 126, 300 n. 130, 301 nn. 132 e 134, 302 nn. 136, 138, 139 e 142. 303 n. 146,304 n. 148 (Ier), 3m 1111. 150 e 152 ( bls). 310 lin. 164 (bis) e 16S, 31J n. 166 (ler). 312 n. 170, 313 nn. 179, 180 (bls) e 182, 314 n. 184,316 n. 199, 317 n. 202. AoO;\"fs_ 45, 46, 268 n. 23. A(}N/O- 46. DA'''NIS ....!. 43.

J -I,,·/0- 42,43. D. l OAo II, rei - 47. 56. O. lolo III , rei - 4 n. 2, 10, 14.

17 (bis). 18. 21, 28 e n. I, 32 C 11. 2, 33, 37, 39,41 n. 2, 43, S4. 55. 56, 59, 60 (ler), 61, 63 (J1!r) 64 (actin), 65 (I~r), 66 ( quattr). 67 (.fe-:dn). 68 (qua­ur) e n. 1,69 (tJUtJIe-r), 70, 74 n. (bis), 75, 76 (6is). 77 (his;, 78 ( bisJ. 83, 85, 86 n. 2, 88 (ler). 89 (Ier), 90, 91 (bis). 101 , 102 ( fe-r), J03, lOS ( bls). 109, 111 , 126, 127 (bis), 131, 257 n. 1, 260 n. 7, 263 n. 11,264 n. 11 (his), 265 n. 16.266 n. 16,268 n. 23, 273 nn. 35 (ltr ) e 36, 276 n. 46, 282 n. 76, 283 n. 76, 286 n. 88, 298 n. 123, 301 D. 131. .302 nil. 136 e 142, 303 nn, 142. 145 e 146.30411. ISO ( ltr), 311 n. 166, 3 12 n. 170 (bis), 31 5 lin. 195 e 196, 3 16 nn. 197 (bls). 199 e 200, 317 nn. 200, 201 e 202,318 n. 207 (bisJ.

D. JOAO IV, rei -56 n, I J09-3 14 n. 187. JORGI!, Ricardo - 36. JOUKOVSKY, Frantoise - 38 n. I,

470.3,282n. 76, 31S n. 193.

,Ja7

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J U\lSN"L - 276 n. 45, ] 12 n. 174. LElltCU£, R:\ymond - BI, 82 n. 1.

87 e n. 4, 88 n. 1,9711. 2. LIMA, F. 9. de - ]J. LI.lIM{f(}- vide BERN"RDES, Diogo. LiVID, T ilO - ]0, ]09 n. 160.

S . LOUR£N~D - 14. LUCEN", D. Mem "Vasques -

74 n. LUC'RtclO - 81. 288 n. 95 (his). D. LuIs, in fan te (filho de

D. Joao HI ) - 20, ]2, 41 . ]02 n. 136, ] 16 n. 199.

M"CII"DO, Barbosa - 10 n. I , 19 n. ], 21 c n. ], 22 n. J. ]6n.l, 71n.2.

Sunta Maria MADALENA - 71-MAMUDE - 28. MANSECAL - 7. MANUEl.. D . 10ilo - 47, 49 n. 2,

51 e n. 2, 52, D . MANUEl., infante (fifho de

D. J oilo 11 1) - 26] n. 11. ]JI n. 166.

D. MANUEL, re i - 296 n. 115, ]1] n. 166 (bis) , ]16 n. 197.

MANUPPEI.LA, Giacinto--286 n. 88. D. MARIA, infanta (irma de

O. lodo UI) - 41, ]16 n. 199.

D. MARIA, princcsa (fitha de D. J oao 111)- 26] n . II ( bis) , ]16 n. 199.

MARQUES, F. Costa - 97 n. 2 . MAII.Tlf'/0T - 14 e n. ] (bis) . MARTINS, A. A. Coimbra - 129

n. 2, 1]0 n. I , MARTINS, M~rio - 37 n. 1,38 n.,

]9 n. l. MARTINS. 1. V. Pina - 300 n. 128.

MASCAR1;NHAS, D . Pedro de (senhor de Palma') -73n. I.

338

MASS\J[t.OS, Francisco de Sousa Pinto de - 36 n. J.

MATOS, Luis de - 4 n. 3, J I n. 2, 35 n. I, 97 e n. 2, 98 n. 3, 102, 108 (bis), 109, 110, 112, tl3, 115. 116. 119, 122. 128 e n. l.

MECENAS -30, ]2, 40, 285 n. 86.

MWE1ROS, Wal ter de SOUS<l -

41 n. 2. MEDICIS, Catllrina de - 287 n. 88. M~DICO (Leonardo Nunes?) - 60,

61 (bis) , 65, 70, 75 n. (ler) , 76, 78, 12[ , 122, 277 n. 52, 278 nil. 54 c 57, 279 n. 60 (bis) .

Vide t:lmbCm Leonardo NUNES, M E1ANCHTHON - 15. MELD, D. Francisco Munuel de -

266 n. 16. MENAGf R, Oaniel - 38 n. I. MF.N rcS ES, D . Fernando dc - IS. MENESES. Francisco de S~ de - J 3,

33 (bis) , 41, 43. 44 (bis) , 45 n. 2, 7] (quoter), 72 ( ter) , 73, 74 ( rer) . 295 n. 111,29911. 126. FftA NAX- 42, 45 n. 2 ( Ier) , 60

( bis) . 63 ( fer ) , 64, 65 (his) , 66 (bis) , 67, 68, 70 (srplies) , 71, 72 en. 1, 74 ( Ier) c n. [ (ler) . 75 en. (ler} ,85. 89. 93, 101, 122, 124,279 n. 62. 280 n. 64, 295 n. 111,299 nn. 125 e 126, 30 1 nn . DI e 132, 303 n. 145, 304 nn. 148 (bis) e 149.

FRA NCO - 45 c n. 2 (quater) . 72 (bis) e n. 1.

SA7./O-74. MENESES, 10lio RodriSlIcs de Sa

de - 71,72.

MENESES, D . Manud de - 17. MESNARD, Pierre - 266 n. 17. M1MNERMO - 296 n. 117.

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MINUT, Jacques - 7. MIRANDA, Francisco de S! de -

41 (bis) e nn. 3 e 4, 43 e n. 3, S2, 7J ( bis) , 270 n. 28, 282 n. 76, 283 n. 78, 284 n. 81 , 28S n. 88, 291 n. 101,293 n. lOS,

2% n. liS, 302 n. 136, 313 nn. 180 e 182.

MONl;OM, Francisco de- 35. M01"TAI(lNI! - 8, 33 . MOf'l1'l!MOR, Jorge .de - 40, 46. MO,,"'TUERLANT, Henri de - 97 n. I . MORAIS, Imido de - 12, 82. Mosco- 290 n. 96 (bis) . MOTIf:, Houdar de la - 97 n . I. MUSSATO. Alberlino - 99.

NAVARRO, MarLim Azpilcuela -12cn.1.

NERO - 273 n. 35, 286 n. 88. NORO:iHA, Andri: de - 30, 33. NORONHA, D. Francisco de--9 n 3. NOSTRADAM US - 287 n . 88. N UNES, uonardo- 76 (bis), 77

(q',altr), 18 (bis) en. 2. Vide lambtm MtDlCO.

NVi"CES (Ial. Nuptiis), Fram;:ois de - 1 (bis).

NuPaS, Pierre -7.

OCTAVIA - 261 n. 7 ( Ier) , 277 n. 51.

OLIVJiN<:A, Fr. BrAs de - 16. Os6RIO, Jorge Alves - 41 n. I,

279 n. 60, 311 n. 166. Os6Rlo, D . Jer6nimo - 33 . QviDlO-81 , 91, 133 e n. I ,

258 n. 4, 268 n. 24, 269 n. 27, 272 n. 32, 297 n. 119.

PACHECO, Diogo Lopes - 122. PAL.kIO, Pedro - 16.

PARATORE, Eltore - 128 e n. 3. S. PAULO-88 n. D. PEDRO, Condeslabre - 47 n. 3. D. PEDRO, principe (depois D. Pe-

dro 1) - 69, 100 (bis) , 103, 1M, 106, 112, 115 ( ltr) . 116, 117 (bis), 118 (It,), 121, 122, 123, 124, 126, 127 e n. 1,131,298 n. 120.

PUtfJRA, M. Helena da Rocha -98 n. 2.

P£SSOA, Fernando-57 n. I . PETRARCA - 37 n. t, 301 n. 134. PETR6:-.'lo - 274 n. 39. PIBIlAC, Pierre Dufaur de - 6,7. P1CCHIO, Luciana Slegagno - 20

n. 2, lI8 n, I, 130 n. I. Pl"lPAO, A. J. da Cosla - 47 n. 2,

118n.l, 128n.2. 132n.1. PINA. Rui de - 49 n. 2, 53 e

n. 2, 55. PtNHElRO, Ft. Joio - IS. PINHO, Sebasliio Tava res de -

46 n . 3. 301 n. 1J4, PINS, Jean de - 7. PLATAo-299 n. 128 (bls) . 300

n. 128 (bis) , 315 n. 192. PLAUTO- 261 n. 21. PoPEIA-261 n. 7, PsEUoo-StNECA - 269 n. 21, 278

n, 55, 308 n. 159. Vide tamlXm Sb:ECA.

QUADROS, Jose Caetano de Mes· quita e - 13 e n. 1,21 n,4, 29, 31, 134, 139, 302 n. 136.

QUICHEIlAT, J, - 9 n. I. QUINTILA, Paulo - 38 n.

RAMALHO, America da Costa-29n. 2,31 n.I,47n. I,50n.2, 270 n. 28, 271 n. 30, 276 n. 42, 290 n. 96.

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REBELO, Diogo Lopes - 272 n. 33 RI!BELO, Luis de Sousa - 27 n. I ,

28, '29 e n. S. RESENDI!, Andre de-4 D. I, 17,

39 n. 1,40. RWNOE, Gareia de-19 n. 1,47,

49 n. 2, 52 e n. 2, 5], 286 n. 88, 302 n. 136.

RtvAH, J. S. - 16 n . 1. ROlO, Adrien - 3S n. 3. ROMANO, Ruggiero - 38 n., 304

o. 148. RUCELLAI - 128. RtlMEcAO-28.

S..4., Artur Moreira de - 286 n. 88. 287 n. 88.

S,Ho-294 n. 107. SAlW·MARTIN - 9. SANCHES, Francisco - 286 n. 88. S""CHES. Pedro - 12, 82. SAoNT!A.GO, Fr. Jorge de- IS. S.iZIO - Vide MENESES, Francisco

de sa de. ScIllll.ER, Johann C. Friedrich­

] 16 n. 199. O. SEIV,snAo - 12 (bi,), 32, 33,

3S (bi,). 36 n. 3, 37, 43 (bis) , S6 e n. 1, 62, 65, 67, 68 n. 1 (bis), 74 n. 75, 26] n. II , 284 0, 83 (his). 287 n. 9]. 298 n. 121, 311 n. 166.

SEM6NlDES de AmorjO-296 n. 117. S~NEcA-59, 63 n. J. 81 (ter)

e n. 2 (bis) , 82 (bis) e nn. 2, e 3, 83 (bil) , 84 (qIlQltr), 85. 86 (bis) , 87 (ter). 88 (bls) e n. (his), 90 (his), 91 (bis). 92,93,94 (bl,). 95 (Ier) e n. I , 97 n, 2. 128, 133 (bl,), 257 nn. I e 2, 259 nn. S (bll) e 6, 260 n. 7, 264 nn. 12 e IS, 267 n. 21 ~

310

268 n. 23. 270 n. 28, 212 n. 33, 273 nn. 35 e 39, 274 n. 39, 276 n, 44. 277 nn. 48 e 49. 278 n. 55, 280 n. 67, 281 o. 70. 283 n. 81, 287 n. 91, 288 nn. 94 e 95, 292 n. 102, 293 n. 104,

294 n. 106, 295 n. 113, 296 nn. 133 e 117. 297 nn. 118 e 11 9 (bls). 300 n. 131, 304 n. 146., 30S n, 151, 306 n. 153, 307 n. 153,308 nn. 156 c: 159, 311 1'1. 168 (bis). 312 1'1. 174, 314 n. 187, 315 n. 193. Vide tam­bem PsElJ~StNECA.

SERR.4.0, Joaquim Vc:rissimo - J n. 2, 6 en., 7 n. I, 39 n. I, 47 n. 4.

St:RRAO, Lopo-9, 46 11 . 3 (bi,). 266 n, 16,301 n, lJ4, JI4 n, 187.

SILVA, lnodncio Francisco da-31 n. 2, 36 nn. I c: 3, 139 n, 1.

SILVA, M. Margarida Brandao Go-mes da - SO n. 2.

SILVEIRA, Fernio da - 41. SILVEIRA, O. Simil.o da - 46. SoARES, D. Fr. Joilo- 13. S6FOCLES - 288 n. 95. So'rroMAYOR, Ana Paula Quintela

Ferrc:ira -283 n. 81. SoUSA, D. Ant6nio Caetano 00 -

56 n. I, 73 n. I, 263 n. 11 , 264 n. I),

SoUSA, Cardeal- 22 n. I. SoUSA, Fr. Luis de-3 15/316 n,

196,316 nn. 197 e 198. SYMONDS, John Addington-20 n. I .

TAPIE, M .o Jacques -14 n. I . TEIVE, Baltasar de - 4 e nn.

c: 2 (qumer). TEIVE, Diogo de - J (bis) e n, 2

(bIJ). 4 e n. J (qulnqlllel). 5

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(b/I) e n. 2, 6 (bb) e n. (ur), 7 (q/W.ted eo. I ( bls) , 8 (qua­Itr) e n. I, 9 e on. I, 2, e 3, 10 (ter) e n. I. II ( tt r) e n. 2, 12 (octitl) en. 2, 13 (qualtr). 14 e n. J (bil). 15 e n. I, 16 (Iv). 17, 18 (bb) e n. 2, 19 (fer), 21 ( qualtr) e n. I , 22, 27 (bis). 28 (ftr) e n. I, 29 (bls) , )0 (quattr). )1, )2 (qua. ter) . 33 ( Ier). 34 (tu) e n. 1, 35 (ltr). 36, 37, 42. 48. 49, SO, 51, 53, S4, S5, 6S, 69, 75. 79, 81 (bil), 82, 83 (bb). 86 D. 2, 87 ( tl'r), 88. 93, 94 (bis) , 95 (qufnquitl), 97 (bis). 98 e n. 2. 99 ( bts). 103, 116, 123, 126, 128 (ttr). 130, 131, 132, 13), 134. 1l5, 137. 139 (bu) . 2S8 n. 4 (ur), 259 nn. 5, 6 e 7, 263 n. 11 (bis). 264 n. II (bis). 266 n. 17.269 n. 28. 272 n. 33, 273 nn . 35 e 39, 278 n. 5S, 279 D. 60, 280 n. 66, 2BJ n. 70, 282 n. 76, 286 n. 88, 288 n. 9S, 289 D. 9S, 290 n. 96, 291 n. 97, 296 n. 11l, 297 n. 119, 298 JUl. 12/ ( bis), 122 e 123,299 M. 124 e 12S, ) 01 n. 1)4.302 n. 136. 303 nn. 142 e 144 (bu). 304 nn. 148 e 149, 30S n. IS2, 311

n. 166, 317 n. 203. TEiVE. Gaspar de - 4 n, 2. Taw, Manuel de - 3, 4 n. 2

(bu) , S. TENIlNtt, Alberto- 37 n. 1,38 D.,

304 n. 148. Santa TEk£1.\ de Avila - 302

n. 137. TEIlIlA, Jose F. da SUva-4 n. 1.

TERTUUANO - 88 D.

TORRES, Manuel- 76. TIUSSINO-l28.

USCATESCU, George - 81, 82 n. 2. 87 n. 4, 91 n. 2.

V.w>15, !.sabel de - 316 n. 199. VAIt.Mo-83. VASCONCaos, Carolina Michaelis

de - 13 n. 2, 41 n. 3, 98. VASCONCELOS, Jorge Ferreira de -

12, 40, 46. VEII.OERIO, Pier Paolo -311 D. 166. VlaNTE, Oil- 38 n., 62 n. 1.

282 n. 76, 286 o. 88, 296 n. lIS. VIl .... ~HO, Pain Rodrigues de -

9, 17, 18. VINET, E.-95 n . I . VlIlOILIO-8I, 91, 133 e n. I,

257 D. I, 25g n. 4, 263 n. 9. 267 n. 19, 268 n. 26, 269 nn. 27 e 28, 270 n. 28, 271 n. 30, 276 n. 42, 278 n. 56, 279 n. 61, 280 no. 67 e 68, 281 o. 71, 283 n. 79, 28S n. 88, 288 n. 9S , 293 no. 104 e 106, 29S n. Ill, 296 nn, 117 e 118, 297 n, 119 (bis), 303 n. 14S, J04 n. 147, 306 o. 1S3 (bll), JOB n, IS7, 309 n. 161,312 D. 169, 314 D. 190,

Vmuo, Sousa-71. 77 n. I, 78 n. 2.

XENoroNTE. - 21 e D. 3, 35. Xu.tb.'EZ, DlW1e - 76.

WUlU.EUIoIIER, Piette - 89 n. I , 94 M . I e 2.

341

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iNDICE

APRESENTACAO .

PREFA.ClO A 2.° EDI(:AO PREFAclQ A I." EDI<;AO

INTRODUCAO

DIOGO DE TEIVE. VIDA E D8 RA

I - Dados blugrdficos 2 - Obra

GERAL

IX XIII

XV II

J

" o TfMA DA MORTE DO PRINCIPE o. JOAO 1'11'" POESIA QUINHENTlSTA. 37

ESTRUTURA DA OBRA. CARA.CTERIZA(AD II ID ENTlf1CACAo DE

PERSONAGENS

I - £Slru/ura da obru 2. - Carac{erizQflw e identificu¢D de persollagcns

ANA LISE DA TRAOIDIA fOANNf:S PRINCEPS A LUZ DO TEATRO DE

" 66

S~NECA 81

A TRAotOiA IOANNF3 PRINCEPS E A c.~srRO D£ "NT6NIQ FERREIRA 97

A - Canltudo ideo/dgieD 99

1-0 conceito de realeza 100 2 - A caraclenza"Ao do «leal servidor» IO~

B - Aspectos temdtico-esrruturais

1 - 0 motivQ do sonho . J08 2-0 papel da Aia. . 112 l-Otemadoamor.. I tS

a) A cxpressao do arnor nas personagens principals . 11 6

b) 0 poder c6smico do arnor nos Coros de ambas as tragedias 119

C- Correspondellcias vdrias . 121 D - Conc/u5Qq 127

ASPECTOS FORMAlS DA IO'(NNES PRJIVC£PS.

NOTA PReVIA

TEXTO 6 TRADUCXO NOT AS E COMENT ARIos

BIBLIOGRAFIA

fNDlCE ONOMAsTICO ..

133

139

141

'" 31' m

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ImpressãoSimões & Linhares, Lda.

Av. Fernando Namora, nº 83 ‑ Loja 43000 Coimbra

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