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  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

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    CULTUR

    O

    R MI

    NO GRESTE NORDESTINO

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    2/22

    CIRCULAR TECNICA

    No

    22

    SSN 100 6460

    S e t e m b r o 996

    CULTURA DO

    RAMI NO AGRESTE NORDESTINO

    Eleusio

    Curvêlo Freire

    José da unha Medeiros

    Francisco

    ereira e ndrade

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    4/22

    I

    INTRODUÇAO

    2 .

    C A R A C T E R ~ S T I C A S

    D A

    FIBRA

    D O

    RAM

    3

    CONDIÇÓES IDEAIS PARA E X P L O R A Ç Á O

    DO R A M

    I

    4 PREPARO DO

    SOLO E

    PLANTIO

    5

    D U B Ç O

    6 PROCESSO

    D E

    MULTIPLICAÇAO

    7 .

    CULTIVARES

    8

    T R A T O S C U L T U R A I S E

    COLHEITA

    9 PRAGAS E

    DOENÇAS

    P R O D U Ç Á O

    CUSTOS

    E COM ERCIAL IZAÇÃO

    1

    I

    ENEFIC IAMENTO INDUSTRIAL

    1 2 .

    R A M I NA

    AL IMENTAÇÁO

    A N I M A L

    1 3. R E F E R ~ N C I A S IBLIOGRA

    FICAS

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    CULTURA O RAMI NO

    AGRESTE NORDESTINO

    EEeusio

    Curvêlo Freire'

    Josb

    da Cunha

    M

    edeiros'

    Francisco Pereira de

    Andrade'

    O

    ram

    i

    e um

    a planta

    perene, r i rornatosa e produtora

    de

    f ib ras

    liberianas, uti l izada t am bérn

    orno

    f oarageira (B enatt i Jun ior , l9 87 a) .

    A espbcie cultivada n ó Brasil, Boehmeria

    nivea

    Gaud. per tence à

    f a m

    ilia

    Ur t caceae, tendo-se originado nas regi0es temperadas da

    Asia Oriental provave lmente nos vales d o Sudoeste d a China de

    onde se espalhou para

    as

    Filipinas Formosa, lndia

    ,

    J a p i o , Coréia e

    Europa (M edina,

    1

    .

    O rami f o i cu l t i vado no Brasil, pela pr imei ra

    vez

    em

    1

    884,

    por agr icu l tores rad icados na co l6n ia

    Grão

    Par&, em Santa Catarina

    (Medina, 5 9 ) . Os Estados de Santa Catarina, Esplirito

    Santo e

    Rio

    Grande do

    Sul fo ram cons iderados in t rodutores do seu cu l t i vo no

    Brasi l

    (Fornazieri Junior,

    99 ).

    Atua lmen te ,

    a

    maior p roduç o

    est

    co n ce n t ra d a no Estada do Paranh (mun ic íp ios

    de

    Ura i , A s s a i e

    Londr ina) com

    5 . 2 2 4 h a

    explorados em

    1992 (AnuArio

    Estat ist ico

    d o

    Brasil,

    1 9 9 3 ) .

    Os maiores produtores m und ia is

    s%o

    a China,

    o

    Brasi l

    e

    as

    Fil ipinas, potkrn

    a

    p r o d u ~ á o u n d i a l

    nunca excedeu de 130 .00Ot

    de fibra

    seca om

    apenas uma

    pequena

    percentagem

    dest inada

    exportação, pr inc ipa lmente para o

    Japão

    (Greenhalgh,

    1979).

    Do

    pon t o de v is ta técnico, a

    sua

    fibra rnatkria-prima de

    Stima

    qualidade para a confecçã o e tecidos, f ios, corda s e tapetes,

    aPem de u m a infinidade

    de

    ou t ros pnodufos

    e

    sub-produtos. Trata-se

    de

    uma

    f ib ra

    lustrosa

    c o m o

    a

    seda,

    mais

    fresca

    e

    absorven te

    que

    o

    l inho,

    f cil de ser

    lavada c o m o

    o algodão; n ã o encolhe, n ã o alarga e

    não desbota

    carn

    a passagem d o tempo , sendo mais res is ten te que

    a do canharno e mais fo r te que a do ny lon (Benat t i Junior, 1 9 8 5 ,

    1 9 8 7 a e Fornaz ie r i Jun io r , 1991). Por suas p rop r iedades f í s i cas ,

    esquisadores da Embrapa-Algodso,

    CP

    174

    CEP

    58107 720

    Campina

    Grande, PB

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    e a m a i s d u r 0 v e l e r e s i s t e n t e de t o d a s

    a s

    f i b r a s v e g e t a i s

    conhecidas; as excepcionais qualidade e adaptabi lidade a os v&rias

    sistemas

    de

    preparo

    e

    d e f i açaa ,

    comuns

    a

    outras f ibras t&xteis,

    conferem

    do

    rami

    a possibilidade

    de

    ser trabalhada nas

    máquinas

    que processam a lgodão, lã , seda e l inho, isoladamente ou em

    m i s t u r a s c o m

    e s t a s f i b r a s ,

    s e m

    n e c e s s i d a d e

    de

    g r a n d e s

    m odif icaç6es

    n o s

    equ ipam ento s das fsibricas.

    O

    rarni , albm

    d e

    produtor

    de f ib ras , t5

    u m a

    exce lente

    forirageira, açeit a pelos animais dom

    6st

    icos, rum inantcs ou n o;

    suas

    folhas

    e

    ponteiros

    podem

    ser aproveitados

    pelas

    fAbricas

    de

    raças anim al .

    Carnparat

    ivamente, a

    rami produz t tbs vezes mais

    protelna

    que a

    alfafa e

    quatro

    vezes mais que

    a

    soja, por hectare

    cultivado

    (Benatti Junior, 1 9 8 7 a ) . Tbm

    sido efetuados testes para

    uso o

    rami ta m bbrn na al imentação

    humana,

    na forma

    de farinhas

    protbicas,

    graças ao

    seu a lto valor nutritivo e

    energbtico.

    Em mkdia,

    os

    ponteiros d o rami

    cant m

    28

    de proteínas, 2 1

    de

    f ibra hcida

    detergente, 6 de céilcici e

    4 pprn de

    ferra

    (Ziggiatti , 1985).

    Pelo

    potencial

    do

    rami

    para

    as regibes Úmidas

    e

    irr igadas

    do

    Nordeste ,

    a

    Embrapa AIgod30

    preparou

    esta ci rcular tkcnica

    com

    o iinstrum

    ento

    orient ador d o s extensionistas e

    produtores

    interessadas

    em sua

    explaraçZio.

    2.

    C A R A C T E R [ S T ~ C A S

    D A

    FIBRA D O 'RAMI

    A

    fibra

    do rami d

    a mais longa , a ma is resistente e u m a das

    mais f inas

    de

    todas as f ibras vegetais; var ia de

    50

    a

    3 0 0 m r n ,

    sendo

    bem mais longa

    que

    a

    da

    l inho;

    o

    seu

    diamet ro

    3

    a

    5

    vezes maior que o d as f ibras da

    seda,

    do algodão e d o l inho,

    r e s p e c t i v a m e n t e ;

    om

    relação a resist8ncia a t r a ç ã o , k m a i s

    resistente

    que as fibras do

    a lgodáo,

    d a seda e

    d a Ia.

    porbrn

    se

    equipara

    s

    do

    linho;

    quanto

    elasticidade. pe r de para as

    fibras

    d a

    seda da l i m a s apresenta l igeira superioridade

    em

    relaç3o

    s f i b r a s do

    l inho

    (Benatt i Junior , 1 9 8 5 ) .

    3

    CONDIÇÓES

    IDEAIS

    PARA

    E X P L O R C O

    DO

    R A M I

    O rami é

    u m a

    planta perene e r izomatosa, com caules verdes

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    mais ou menos p i losos, tornando-se pardas

    na

    maturidade e

    cilindricos,

    raramente

    ramif icados e d e por t e variandci d e 1 a

    metros de altura e de 0,7

    a

    1 , 2 c m de BiBmetro (Figura

    I .

    s

    folhas 80 alternadas,

    pecioladas,

    trinervadas. com lim ba dentado

    hirsuto

    e coberto

    por um t o m e n t o

    branco em t oda

    a

    face inferior

    (M

    edina, 1959 .

    FIGURA

    1

    Aspectos

    das folhas, caule e

    flores

    do mm

    rami exige. para crescimento favorável, clima subtropical ou

    temperado

    quente;

    as

    regiões

    de

    alta

    precipitação

    pluvial.

    entre

    I500

    e 2 . 0 0 0 m m anuais,

    com

    chuvas bem distribuídas durante os meses

    do

    ano,

    %o

    as

    mais favoráveis; as

    temperaturas

    dxima-m [nima

    entre

    12OC e 28OC, s o as mais propícias. ramizal, depois de formado,

    suporta secas mais ou menos prolongadas porbm,

    para

    melhores

    produções,

    o

    rami

    n4o deve

    ser cultivado

    em

    regiões

    onde ocorra

    normalmente

    u m a

    estação seca por demais pronunciada.

    Nao

    se deve

    plantar

    o r mi

    onde

    ocorrem

    ventos

    fortes e constantes, pois

    provocam

    a quebra

    dos

    caules, culminando

    no

    seu

    entrelaçamento;

    este

    f a t o

    dificulta

    o corte e

    o desfibramento (M edina, 1959).

    Os solos leves, profundos e

    ferteis,

    são os mais -indicados. A

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    presença de alto teor

    de

    materia organica 4 condiqgo que vem

    favorecer o b o m desempenho da cultura, pois alem d e assegurar

    maior retençao

    de

    umidade no sala

    promove

    rápido crescimento

    dos caules

    e maior perfilhamento

    das

    tuuceiras. Nos so os argilosos;

    férteis,

    profundos e

    de boa drenagem

    natural,

    o

    rami prospera

    sat isfatoriarnente; t

    arn bdm veget ã bem

    em solos

    m

    edianamente

    Acidús com p H entre 5 , 5 e

    6 , 5 ,

    desde que

    ftlrteis

    e bem supridos de

    n t

    roggnio

    M

    edina 59).

    A regiao Nordeste

    do

    Brasil

    t5

    considerada

    inapta

    para o cultivo

    do rami,

    devido caagncia hidrica ocasional severa Benatt i

    Sunior,

    1 987a) porem nesta

    regiao

    as stab-regides da

    Zona

    da M a t a (litoral e

    brejo) e Agreste, apresentam distribuiçao

    de

    chuvas

    que

    permitira a

    expláraç oracional desta

    cultura, conforme com provam as pesquisas

    efetuadas pelo Centro Nacional

    de

    Pesquisa

    de

    A

    lgodao-CNPA. Alem

    do mais,

    a cultura do rami estd sendo

    explorada

    em algumas

    regiões

    áridas do mundo, utilizando-se u recurso da irrigaç o.

    Nas

    Filipinas,

    tem-se conseguido um a dois

    cortes

    adicionais, com bom rendimento

    econbmico, aplicando-se

    5 0 m m

    de

    &gua a cada

    1 2

    ou

    1 5 dias,

    durante

    o

    período

    seco. Em

    Taiw

    an,

    alem

    d

    Irrigaçao

    por

    aspersão

    efetua-se a

    irrigaqaa por

    infilitraçao,

    que permite

    obter duas colheitas

    adicionais

    por ano, com aumento de produç3o

    de

    7 6

    a

    98 . No

    VietnEl, a prdtica da irrigaç8o por infilWaç o eleva

    o

    número de

    colheitas de trBs para cinco por ano, com aumento de produçao de

    fibra

    de

    60

    (Benatti

    Junior,

    9 8 7 a )

    .

    Também para as Gress

    irrigadas

    do

    Nordeste, o r am i poderia ser uma

    boa

    alternativa, especialmente

    para

    queles solos

    que

    se encontram

    altamente

    in festados

    de

    tiririca,

    inviabilizanda economicamente

    a

    exploraqBo

    de

    culturas anuais;

    no

    E stado d a Bahia ,

    n a s

    margens do

    Rio Sga

    Francisco, tem-se

    conseguido

    realizar um

    corte

    de rami

    a

    cada

    60 dias, em condiçlaes

    de

    irrigaçilo

    por

    aspers8io.

    4 PREPARO DO

    SOLO E PLANTIO

    preparo do

    solo

    B

    u m a

    aperaçh simples s

    ndispensdvel

    ao

    desenvolvimento

    d a

    cultura;

    quando

    bem

    efetuado

    garante

    altas

    produtividades

    por longos períodos,

    considerando-se

    que

    a

    cultura

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    permanece

    no te rreno du ran te pe lo men os 1 5

    anos;

    para i s t o deve-

    se, antes de

    tudo, analisar

    os

    perfis

    do

    solo

    e o

    re levo, para

    fac i l i tar

    as r ecomendaçdes

    das

    técn icas de preparo do so lo e de con t ro le da

    erosão.

    D e

    m o d o

    geral,

    o preparo do so lo deve ser execu tado

    a

    u m a

    profund idade suf ic ien te para romper adensamentos sem u l t rapassar

    a c a m a d a arável.

    A superf

    icie do so lo d e ve

    f i ca r

    c o m

    a rnixinaa

    rugasidade, d e f o r m a a p e r m i t i r

    uma

    b o a

    semeadura;

    i s t o v e m

    perm i t i r ma io r i n f i l t r ação

    de

    Agua m e lh o r d e s e n v o l v im e n t o

    d a s

    plantas e

    m e n o r erosLTo. Outro f a t o r i m p o r t a n t e a ser

    observado

    o

    t e o r

    de umidade

    do

    so lo

    no

    rn -omento

    do

    preparo.

    O

    so lo

    deve

    ser

    t raba lhado com

    o t eo r de um idade ,

    em que

    sua

    cons is t6nc ia es te ja

    f r i h e l , o u seja

    seus

    t o r r b e s p o s s a m

    ser

    f a c i lm e n t e r o m p id o s e m

    f rações

    m e n o r es , q u a n d o c o m p r im id o s e n t r e o s

    dedos, sem aderir

    aos m e s m o s , Ne s t a c o n d i ç ã o , qualquer m á q u in a o u Implemento

    o p e r a c o m o

    minirno de

    es fo rço , r ea l i zando me lho res se rv iços ,

    m e n o s o n e ro s o s e c o m m e n o r e s r is c o s d e c o m p a c t a ç ã o d o s o lo .

    Sugerem-se, a seguir, a lgumas thcn icas

    onde se

    leva em

    consideraç%ioa t e x t u r a do solo, como pr inc ipa l fator a ser observado:

    1. So lo s de t e x t u r a m é d ia

    Esses

    são os de f á c i l

    mane j o

    t o le rando ,

    m u i t a s v ez es , v & r i o s t i p o s d e preparo, d e p e n d e n d o d a i n f r a -

    e s t r u t u r a de m Aquinas e equ ipamentos d ispan lve is , psrbrn

    os

    p r e p a r o s

    minfmo e

    i n v e r t id o p r o m o v i d o m e l h o r e s

    resultados.

    O

    preparo inver tido cons is te na t r it u raçâo do s res tos

    cu l tu ra is com grade des tor roadara ou n ive ladora, segu ida de uma

    araçao

    a

    pro fund idade

    d e

    25

    a

    30cm

    No pre pa ra 'm[nPrno é

    e f e tu a d a u m a escarif icaç30

    com arado

    eçcar i f i cador

    e, caso

    haja

    necess idade

    de

    se

    destor raar , p rocede-se

    a

    u m a

    gradagem

    com

    grade niveladora.

    2.

    So los

    de t ex tu ra a rg i losa

    Por

    apresen tarem maior f o r i a d e

    coesão ent re suas part ículas,

    geralrn

    ent e

    esses

    solos apresent

    rn

    m a io r d i f i c u l d a d e de m a n e jo, f a t o

    es te

    que vem ev idenc ia r mais

    ainda a observdnc ia do

    t eo r

    de umidade no m om en to da operação,

    q u a n d o o so lo estd com con s is tenc ia f r i8ve l .

    Para

    e s t e t i p o de

    solo, albm d o preparo mínimon c i tado anter io rmente , recomenda-

    se um a

    araçãio a

    pro fund idade

    de

    2 5 a

    3 0 c m

    e,

    l o g o

    apb s

    uma

    ou duas

    gradagens

    com g rade n ive ladora .

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

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    V a l e a

    pena

    lembrar que o melhor preparo d o sala

    6

    aquele

    em que se proporcionam

    as

    melhores

    condições para

    germinaçao,

    emer gemia e desenvolvimento r dicul r da cultura, com o mlnirno

    de

    operaçães e sempre conservando o solo.

    O

    plant io d e v e ser e f e t u a d o em sulcos c o m Ocm

    e

    profundidade,

    com

    espaçamento

    entre

    sulcos de 8 0 c m nos solos

    de baixa fertilidade e de

    ate

    1 3 0 c m nos solos

    de

    alta fert i l idade Os

    r i ramas devem ser distribuidos

    em

    posiç0o horizontal no

    fundo

    dos

    sulcos, com

    espaçamento e 3 0 c m . Caso

    haja disponibilidade

    de rizomas, estes podem ser distribuídos

    d e

    forma contínua; logo

    apds

    a

    distribuição,

    os

    rizomas

    devem

    ser

    cobertos

    com

    u m a

    camada

    de 1 0 c m de

    solo

    Benatti

    Junior,

    1 9 8 5 ) . A

    emergbncie ocorrer4 em

    aproximadamente 10 dias Figura 2 .

    ? .

    FIGURA 2 berg6ncia do

    raml apbs

    corte

    A grande quant idade de m s s verde removida

    a pbs

    cada

    colheita, caracteriza esta cultura c o m o esgotante.

    Estima-se

    que

    em t rês

    colheitas

    comerciais de

    2

    oneladas de m assa verde por

    hectare e

    por co lhei ta ,

    sejam retiradas as seguintes quant idades

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    11/22

    de elementos nutr i t ivos

    do

    solo

    em kglhalano, segundo

    Fornazieri

    J unior ( i

    9 1 :

    nitrogenio

    21

    kg

    ál io - 1 1 5 kg

    potgssio 5 0 kg

    magnbsio 3 5 kg

    f6storo 10 kg

    Esses

    dados indicam o

    quanto

    a cultura

    do rami absorve

    nutr ientes

    do

    solo, necessitando que

    os

    m esm os sejam repostas

    atravbs

    de

    adubaçges

    arganicas

    e

    quim icas.

    A

    adubação

    de

    correçCio

    deverá

    ser

    recomendada de

    acordo

    com a

    anhlise

    da solo

    Tabela

    I ;

    unto

    com a

    adubaçao

    qufmica

    deve ser adicionado esterco de

    curral

    ou

    esterco

    de gal inha,

    n a

    dosagem de 102 e 3t ,

    respect ivamente .

    U m a

    f o rm a

    e restringir

    os gastos com ferti l izantes espalhar,

    sobre

    o

    solo, as folhas e

    resíduos

    de

    descort icagem

    a rnateria orgiinica administrada

    irCE

    melhorar as condiç6es de r e t e n ç i o de umidade, proparcisnando

    b ro t a ç á o m a i s v i g o ro s a , a l 8 m de reduzir

    a s c u s t o s c o m o s

    fertilizantes

    químicos. prat icamente irnposslvel

    recomendar

    u m a

    fórmula de adubação quimica geral,

    porque

    cada

    s o b

    apresenta

    suas deficiencias

    especí f icas, s e n d o necesshrias

    a

    cole ta e a

    anAlise

    do solo para a

    prescriç80 da

    adubaç o .

    TABELA 1. Recamendaç6es de adubação e calagem para a cultura

    do

    rami

    Fonte: Benatti Junior 1987 b)

    Nas

    çondiç6es

    de

    solos

    arenosos, predominantes no

    agreste

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    12/22

    d e

    Campina

    Grande,

    tem-se

    usada a fbrmula 40-80-20 na fundaçao

    e mais

    45

    k g l h a

    de

    nitrogênio trinta

    dias ap6s

    a brotaçéo , além

    d e 5 t f h a de esterco, n a f ase

    de

    preparo

    do

    solo. A p b s c a d a cor te

    comerc ia l deve-se

    repetir

    a adubação nitrogenada.

    Em

    Sáo Pau'lo

    a

    adubaçSro mais utilizada 6

    a

    fórmula

    20-413-1 0

    na

    fundalçiio, e

    20 k g l ha de

    N apbs

    c a da corte, a lém

    de 70

    t l h a

    de

    esterco

    no

    preparo do solo. A s pesquisas na 6rea de

    adubação

    da rami n o

    N o r d e s t e

    d e v e m

    ser

    pr ior i zadas com o m e d i d a

    neeessgr ia a o

    e s t a b e l e c i m e n t o d a

    f o r m

    u l a ~ a om a i s e c o n r n i c a a s e r

    recomendada para as v6r ias

    ecorregiaes.

    6 PROCESSO DE

    MULTIPLICAÇÃO

    A

    propagaçao

    do ra m i p o d e ser efe tuada

    por

    v ia

    s e x u ã d a

    ou

    assexuada;

    a

    primeira , por interméd io

    d e

    sementes

    (Figura 3 )

    exig e m 20-de-obra

    especializada; a segunda, atraves

    d e

    r izom as,

    i5 a

    mais utilizada. N a

    hip6t

    ese de

    fa l ta

    e

    rizomas pode-se utilizar

    a s s e m e n t e s p a r a s e m e a r c a n t e i r o s p r e p a r a d o s c o m s o l o

    peneirado

    e

    adubado organicarn ente .

    A s

    sementes ,

    por serem

    m u i t o

    pequenas ,

    devem ser s e m e a d a s

    n a

    superficie d o

    canteiro

    e

    cober tas com f ina

    c a m a d a

    de esterco

    curtido. Os canteiros

    d e v e m s e r

    regados

    d u a s v e t e s

    ao dia e

    protegidos

    d a incid8ncia

    direta

    do

    sol.

    Depois

    d e cerca de 5 m s s as p lantas podem

    ser

    cor tadas

    e arrancadas

    para

    t ransplant io ,

    d e preferencia

    em dias

    nubladas . Calcula-se

    que

    3009

    de sem entes

    em 300m2

    evem

    produzi r

    u m

    n ú m e ro d e m u d a s suficientes pa r a plant io de

    u m

    h e c t a re ,

    no

    e s p a ç a m e n to d e

    30

    x

    0 , 3 0 m

    A m u l t i p l i c a ç ~ o

    o r

    r i zomas

    a mais

    indicada,

    por

    garantir

    maior

    capac idade

    d e

    brotaçSio, al4m

    d e

    co lhe i tas

    m a i s

    p re c o c e s

    rebrotas mais

    uni formes e maiores. Estima-se q u e

    o

    incremento

    de f ibras d as

    plántaqdes

    efetuadas

    atrCives

    de

    r izom as,

    seja 14

    super ior ao

    plant io por

    sementes. m h e c t a re d e r a m i

    p lantado

    c o m

    r i r o m a s

    poder8 fornecer, no

    O

    ano

    d e

    c o r t e , um n u m e ra d e

    r i z om a s

    suf ic iente

    para

    plantar

    u m a grea 8 vezes m a i or

    e, no

    3

    e

    4 anos

    Areas

    2

    e

    30

    vezes

    m a i or e s

    (Benatt i

    Junior ,

    1 9 8 5 ) .

    Os r izomas

    ideais

    s?iio

    aqueles

    q u e

    apresen tam a grossura

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    13/22

    de

    um l á p i s e c o l o ra ç ã o

    m a rro m

    F igu rá 4 . D e v e - s e t o m a r o

    cuidado de não

    confundir

    os r izamas

    om

    a s r lres tuberosas , que

    se aprafundam

    o

    solo são m a i s

    grossas

    e l isas

    que

    os r izomas.

    s

    r izomas,

    depois d e

    cor tados ,

    d e v e m ser c o lo c a d o s

    em

    sacos de

    juta

    m o l h a d o s ,

    para evi tar seu ressecarnento a té

    o p la n t io .

    FIGURA Sementes

    de

    r mi em

    fase

    de maturação

    I

    IGURA Riromas de

    ram em

    varias

    idades

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    14/22

    7 CULTIVARES

    A s cultivares de ram

    i

    s%o relativamente poucas, porem existe,

    entre elas, uma

    grande variaçao

    de

    comportamento

    em

    rel qão

    a s

    condiçbes de solo e clima. Algumas

    adaptam-se

    melhor aos

    período's

    de frio e geada,

    outras seca; um as são

    mais produtivas

    em solos

    argilosos, outros em solos arenosos. A s cultivares tam bem diferem

    em

    relação

    As caracteristicas de resistência,

    finura

    e uniformidade

    de fibras, as qwais t amb6m podem

    ser

    nfluenciadas pelas condições

    am

    bient ais (M edina,

    I 5 9 .

    A

    cultivar

    a

    ser explorada em determinada Area

    deve,

    acima

    de

    tudo,

    ser

    precoce,

    ter

    alta

    produtividade, apresentar

    alto

    teor

    d e

    f ibras

    e oferecer facilidades de descorticagem mecanica dos cauies.

    A s cul t i vares recémendadas par a São Paulo

    sao

    as seguintes:

    urakami,

    M iyasaki,

    Saikei(JãpBo), 7 covas, Tãssen

    I

    Paraguai

    1 (Pedro Junior et al. 1987 .

    A s pesquisas

    no

    Centro Nacional

    de

    Pesquisa de AlgodLfo-

    CNPA

    com

    a cultura

    do rami tem-se restringido

    introdução, no

    Estado da Paraiba, de 2

    clones oriundos

    do Instituto AgronBmico

    do

    Paranh-IAPAR

    e 4

    clones

    do Instituto

    Agron6mico

    de Campinas-

    IAC, para avaliação,

    em

    solo

    arenoso,

    do

    Agreste

    paraibano.

    Estes

    clones

    foram aval iados para produtividade

    sob condições de

    chuva

    e, ao f inal d a estaçso normal

    de

    seca da região, foi aplicada

    escala

    d e

    n o ta s

    para

    mensur açáa d a tolerancia à seca. Os resul tados

    correspondentes

    ao s va lo r es medios

    obt i dos

    n o s t r g s c o r t e s

    comerciais 80 apresentados nas

    Tabelas

    2

    e

    3 . Observa-se que,

    para peso verde, produçso de

    fibra seca

    e comprimento

    de

    fibra, as

    melhores

    cfones foram os I APAR

    II

    urakami e

    Parãguat

    I

    odos

    com

    mais d e 4 5 0 kglha de fibra seca de comprimento aproximado

    de 1 50-1

    7 5 c m .

    D a coleçCio recebida

    da l AC ,

    apenas o clone

    Tatsuta-

    Kairyo

    se destacou. Na avaliação da

    toterancia seca, foi;

    aplicada

    escala de

    notas

    n a ileira, o n e se considerou,

    como

    nota I fileira

    resistente

    à

    seca

    (sem

    qualquer sintoma de estresse hidriea) e

    nata

    5

    para a fileira

    al tamente

    susceptivel seca (caracterizada

    por

    rnurchamento geral

    e morte d e toueeiras). Destacaram-se

    quanto

    a

    tolerancia seca os

    clones IAPAR

    I

    ossen

    Paraguai e

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    15/22

    Tatsuta

    Kairyo (Freiire et al.

    1991

    ).

    A s

    pesquisas

    com relação a

    identificação do melhor clone,

    parem,

    devem ser cant inuadas visando

    identificar

    as

    melhores

    opç6es

    para expforaç30

    no

    Agreste

    e

    sob

    condiçlies irrigadas

    na

    Nordeste.

    Rizornas

    ou

    sementes

    de rami podem

    ser

    conseguidos

    em

    pequenas quantidades junto aio CNPA (Campina

    Grande-PB), IAC

    (Campinas-SP)

    e

    IAPAR (Londrina-PR);

    grandes volumes

    devem ser

    procurados junto aos produtores de

    Urai

    (Parana).

    TABELA 2

    Características medias por

    corte obtidas

    na coleção

    de

    clones

    de

    rãm i oriundos

    do

    IAPAR. Campina

    Grande,

    1

    987

    Peso

    verde Altura

    das ibra

    seca

    Perfilhosl

    olerâncla

    Clones kglha

    plantas kglha comp. cova seca

    (cm

    cm no nata

    IAPAR 10

    9.437

    923 398,2

    135 9 f 3 o

    IAPAR 11 32.686

    7 78 672,4

    175

    17,7

    2 o

    M IYASAKI 12.161 135

    274,6

    135 7 8 5

    ,o

    MURAKAM1 19.697 í54

    534,5

    175 7

    2 ,7 4,o

    TOSSEN 1 13.412 166

    334,3 175

    15,7 4 3

    TOSSEN

    2

    22.309

    174

    288,8

    160 15,2

    2,o

    P A R A G V A I

    1 28.j 7 179 458,2

    170 20 O 2 o

    SAIKEY- Filipinas

    17.728 173

    246,8

    770 1 8 - 8

    3 0

    SAIKEY-

    3ápã0 14.635

    145 351,9

    162

    14,8

    4 , O

    72

    COVAS 15.1 16 129 2 9 0 , l 7 5 0 16,8 5 ,0

    0  1 13.3 3.

    M dia 7 7.289 152 342.4 158 14,5 3,4

    Avaliaçaa efetuada

    no

    meio

    da

    est

    açao

    seca, at tavbs d e escala de

    notas aplicada

    em cada clone,

    ande 1 resistente

    seca e

    5

    altamente suscept lvet seca

    TABELA

    3. Caaacteristfcas

    mbdias

    p r

    corte obtidas

    na coleção de

    clones

    de

    rami

    oriundos do

    IAC.

    Campina

    Grande, PB, 1 9 8 7

    Peso verde Altura

    das

    Fibra seca Perfilhesl Tolerançia

    Clanes

    kglha plantas kglha comp. cova B

    seca

    (cm cm no nota

    MEYASAK1 13.689

    I 5 6 22

    152

    7,3

    2 5

    KAGISEI

    76.282

    765 234

    147

    11,3 2 O

    M U R A K A M I 13.718

    747

    228

    140

    13,7 2 O

    TATSUãA-KAIRYO--j-9.854_

    762

    228

    í

    57

    l ,7

    2,O

    M dia 15.881 157 242 149 12 2 2 l

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    16/22

    8.

    TRATOS CULTUR IS E

    COLHEIT

    N o primeiro

    ano

    de plant io a cu l tu ra do

    rami necessi ta d e

    dois

    t r a t o s

    culturais

    com

    cult ivador

    e

    d e um

    a

    çornplementação

    da

    capina

    a enxada; aos

    6 0 dias

    do plantio

    6

    efetuado

    o corte de padronizaç%o,

    seguido de

    nova

    cultivaçáo, com

    distribuição do material cortado

    entre

    as fileiras. Os cortes com erciais são realizados, em mkdia, a cada O

    dias, quando se deseja explorar

    a

    produção

    de

    fibras;

    quando

    se explora

    o

    ram

    c om o forrageira os cor tes podem

    ser

    realizados a cad a 4 5 dias.

    O critério adotado

    para

    se escolher o ponto exato de maturação

    d a

    planta , para

    a

    produçso

    de

    f ibras , e quando

    213

    dos caules

    apresentam,

    nas

    suas

    bases,

    manchas

    irregulares

    de

    cor

    marrom

    (Figura 5 ; n e s t a fase as inflorescênçias

    apresentam

    m e t a d e d e suas

    f lores

    com

    coloração

    verde

    e

    m e t a d e com

    coloração

    marrom

    A

    operação do curte dos caules, em plantações consideradas

    pequenas

    áreas , e

    e x e c u t a d a m a n u a l m e n t e , por

    m e i o

    d e f c s

    o u f o i c e s

    especia is .

    operador d e v e c o r ta r o s caules o mais prbx imo possível

    d superfície do

    solo

    e

    o primeiro corte deve ser

    seguido de uma

    operação denominada a p a ra

    tocos'

    que consiste em aparar ,

    com

    enxada

    b e m

    af iada

    e em

    rente

    ao solo , o s t o c o s d o s

    caules

    que

    perma necem nas touceiras. A f inalidade desta operação e evitar

    o

    e s g a l h a r n e n t o d o s t o c o s , m o t i v a d o pe l a b r o t a ç ã ú d e

    g e m a s

    ex is ten tes , o q u e d i f i c u l t a rá a o p e r a ç ã o de desfibrarnent o

    *--mI Rk mt -ar-+---

    FIGURA 5 Manchas

    do

    caule do rami, n

    f se

    de maturação

    elou corte

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    17/22

    Os caules, depois

    de

    cortados, não podem esperar mais

    de

    24

    horas

    para serem desfibrados. Antes do processo de desfibramento

    efetuada a passagem

    dos

    caules at

    rav6s

    de

    pentes

    f ixos,

    que retiram

    as folhas e ponteiros das plantas,

    antes

    de seu

    desfibramento em

    méquina

    periquito

    ou

    em

    máquinas utilizadas tradicionalmente

    para

    o

    desfibramento

    de

    sisal no Nordeste do Brasil

    (Figura

    6 ) . A s folhas

    e

    ponteiros podem

    ser im ediat am ente utilizados para

    a

    alimentação

    de animais domésticos, ruminantes ou

    não,

    com grandes vantagens.

    A p ~ s desfibrament o, as fibras

    sao colocadas

    em varais para

    secagem sendo,

    posteriormente,

    efetuada

    a

    confecção

    de bonecas

    de 3 g cada

    uma,

    as quais,

    após batimento,

    são

    enfardadas

    para

    comercializaç80.

    Se

    as

    fibras

    forem

    submetidas a lavagem

    antes da

    secagem, serd

    obtido um

    produto comercial de valor superior.

    A

    p r o p o r ç ã o

    d e f o l h a s , cau les , f ib ras b r u t a s

    e

    f ib ras

    desgomadas

    aproximadamente a

    seguinte, dependendo do corte

    e

    da cultivar M

    edina,

    9 5 9 ) :

    caules verdes

    enfolhados

    100

    folhas

    e ponteiros 5 5 %

    caules verdes desfolhados 4 5 %

    fibras brutas secas 3

    fibras desgomadas

    -

    Oh

    Considera-se

    a

    vida

    econômica

    da plantação

    d e rami de a

    O anos, efetuando-se

    t rês

    cortes

    comerciais

    por ano; entretanto, a

    lavoura f ica

    no campo

    por

    aproximadamente

    1 5

    anos.

    I .

    FIGURA 6. Desfibramentodo raml em desfibradora

    de

    sisal do

    Nordeste

  • 8/17/2019 Cultura Do Rami

    18/22

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    19/22

    para um perfodo

    de um

    ano em

    uma

    propriedade

    de

    4 4 , 5 h a

    em

    São

    Paulo,

    por

    Benat t i Jun ior

    I

    8 7 a )

    correspondem

    6 5 , 7

    p r

    as

    despesas d i re tas i nsumos, r i zom as, fe r t i l i zan tes, de fens ivos,

    m

    ecanizaçao, rnão-de-obra e descorticagem).

    A

    comercia l izaçáo

    do

    rami no Brasi l sofre u m a ba ixa

    n o s

    me se s de junho a se tembro ,

    que cor;respondem ao per iodo d e

    en t ressa f ra

    na

    região Sul-Sudeste,

    e

    elevação nos me se s

    d e

    novembro

    a

    maio,

    que

    são o s

    meses

    de

    s fr no Paranh

    .

    Estudos

    so b r e

    c u s t o s

    e rece i tas

    do

    r a m i n a s

    co n d i çõ e s

    do Nordeste

    necess i tam

    ser

    efet

    uados p r om paovaqi30 da viab i l idade da

    cul tura na regiao.

    Enquanto

    esses estudos não são processados,

    os

    produtores

    que desejarem

    entrar nesta a t iv idade

    devem

    iniciA-Ia

    em

    pequena

    escala eSou ap6s es tud o de m ercado.

    j BENEFICIAM

    ENTO iNDUSTR1AL

    O rami , desf ib rado o u desco r t icado , p rec isa passar por

    determ inados processos

    de

    benef ciament o,

    de

    acordo com

    a

    finalidade

    a que se destina, conforme descr i to p or Bena tt i Junior

    1

    987a):

    a

    m

    aciament

    Q as

    f ibras que

    se

    dest inam fabr icação

    de

    sacaria,

    barbante ou cordoar ia , devem p a ssa r p o r u m p r o ce sso de

    amaciamento m

    ecan ico ,

    que

    t e m p o r fi n a li d a d e d i m i n u i r

    o

    excesso de tec ido lenhos0 aderente ds f ibras, nSo el iminado

    pelo

    processo

    de

    descor t icagem

    a e ~ a a e m

    as

    f i b ras dest inadas onfecç30 de tec ido

    passam

    pelo processo de desgomagem,

    que

    consiste na lavagem

    das f i b ras para e l iminação

    q u a s e

    co mp l e t a das substanc ias

    pCct icas

    matbria

    lenhosa

    e

    cutículas

    da

    casca)

    efetuada

    por

    três processos, que submetem a f ibra a t ra tamentos com agentes

    b i o l b g i c o s

    m

    ace ração ) , f is icos evapo raç f i o ) ou q u i m c o s

    desgornagem to ta l )

    * Alve iamen to - a f ibra,

    que

    se dest ina fabr icaçao

    de

    f i o s

    e

    tec idos, depois de passar pelo processo

    de

    desgomagem requer

    u m

    a

    o p e r a ç ã o m a i s r e f i n a d a d e t r a t a m e n t o industr ia l ;

    submetendo-a a a ç ã o de agentes químicos, obtCm-se a f ibra

    alvejada, absolutamente branca e l ivre de qualquer

    im

    pureza.

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    20/22

    A s

    f ibras submet idas a o s processos

    d e

    benef ic iamento

    secundário

    t m

    um a perda de peso de 35 , correspondente ao

    processo

    de

    desgomagern

    e

    alvejamento.

    O rami produzido no

    Brasil é

    industrializado internamente na

    produção dos seguintes

    produtos:

    tecidos semelhantes ao linho

    (cortinas,

    malharia fina), sacaria, tapeçaria,

    cordas e

    barbantes, fios

    e tops .

    1 2 . RAMI

    NA ALIM E N T Ç O A N I M A L

    Graças ao seu elevado teor

    de

    proteínas e

    sais minerais, da

    ordem de 3,8016 e 4,3 sobre a

    matéria

    verde,

    respect ivamente,

    as

    folhas e

    os

    ponteiros

    do

    rami constituem excelente

    alimento de

    baixo

    custo ,

    a

    ser ut i l izado no preparo de rações

    para aves,

    animais e

    peixes. A s f ol ha s

    e

    os ponteiros

    são

    considerados

    subprodutas

    d a

    cultura, descartados

    durante

    o processo de desfibramento.

    Pode-se

    efetuar

    a aproveitamento das

    fo lhas

    ponteiros n a preparação da

    farinha

    proteica

    obtida

    através

    de

    secagem

    em estufa a 60°C'ou ao

    sol.

    Esta farinha

    apresenta a

    seguinte composição: 2 5 %

    de

    prote ína,

    2 1 de

    fibra

    Cicida

    detergente,

    4 , 0 6 %

    de ma té r ia graxa, 8 % d e

    um

    idade,

    19

    de

    cinzas,

    0 , 1 8

    de

    fósforo,

    1

    I

    %

    de

    potássio,

    0,77 de

    rnagnesio

    5 , 8 3 %

    de cálcio,

    1,84 de enxofre, 7 3 p p m

    de boro, 6 , 6 p p m

    de

    cobre,

    404ppm

    d e

    ferro ,

    1 7 4 p p m

    de mangan6s

    e 1 8 , 6 p p m de zinco.

    A farinha

    d e folhas de rami pode ser fornecida

    sem

    problema algum a coelhos, suínos caprinos, ovinos,

    aves ,

    bovinos

    e equinos em misturas com as

    raçaes,

    na

    proporqão

    de a t e

    45 (Benatti Junior, 1987a).

    O

    ram i

    verde

    é

    bem aceito

    pelos

    animais;

    para ser explorado

    como

    forrageira,

    as

    plantas

    devem

    ser

    cortadas

    a

    cada 4 5

    dias,

    apresentando, neste caso, tear proteico de 21

    a 24 ,

    bem

    mais

    elevado

    que

    os

    teores do

    rami explorado

    com

    fins

    t8xteis. Como

    forrageira,

    o rami fornece de 60

    a

    80 t lha lano de

    massa

    verde,

    destacando-se

    pela sua

    elevada

    palat abilidade

    1 3 .

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    p 2

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    BR SIL

    Governo ederal