46317325 Apostila Bioquimica Clinica Prof Tarcizio

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APOSTILA DE BIOQUÍMICA CLÍNICA Centro Universitário Augusto Motta Faculdade de Farmácia Bioquímica Clínica Prof. Tarcizio José dos Santos Filho Farmacêutico Bioquímico (FF/UFRJ) Mestre em Ciências  Química de Produtos Naturais  Síntese Orgânica (NPPN/UFRJ) Professor de Bioquímica Clínica  UNISUAM (BS-JP-CG) [email protected] Rio de Janeiro 2 0 1 0

Transcript of 46317325 Apostila Bioquimica Clinica Prof Tarcizio

  • APOSTILA DE BIOQUMICA CLNICA

    Centro Universitrio Augusto Motta

    Faculdade de Farmcia

    Bioqumica Clnica

    Prof. Tarcizio Jos dos Santos Filho

    Farmacutico Bioqumico (FF/UFRJ)

    Mestre em Cincias Qumica de Produtos Naturais Sntese Orgnica (NPPN/UFRJ)

    Professor de Bioqumica Clnica UNISUAM (BS-JP-CG)

    [email protected]

    Rio de Janeiro

    2 0 1 0

  • ASSUNTOCaptulo

    TIETZ HENRY

    1. Tcnicas Analticas em Bioqumica Clnica 4 e 6 3

    2. Protenas Plasmticas 18 13

    3. Nitrogenados No-Proticos 21 10

    4. Eletrlitos e Gases Sanguneos 24 9

    5. Carboidratos 22 11

    6. Lipdios 23 12

    7. Doena Heptica 19 e 36 14

    8. Doena Cardiovascular 19 e 33 15

    9. Urinlise - 18

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    Relao de Captulos dos Livros-Texto Utilizados neste Curso

    Bioqumica Clnica - Prof. Tarcizio J.S. Filho, M.Sc

  • HENRY, John Bernard. Diagnsticos Clnicos e Tratamento por Mtodos Laboratoriais. 20 ed. So Paulo: Editora

    Manole, 2008.

    BURTIS, Carl A.; ASHWOOD, Edward R. Tietz: fundamentos de qumica clnica. 6 ed. Rio de Janeiro: Editora

    Saunders Elsevier, 2008.

    Bibliografia Recomendada3

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  • Tcnicas Analticas em

    Bioqumica Clnica

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  • SumrioTCNICAS ANALTICAS EM BIOQUMICA CLNICA

    Fotometria e Espectrofotometria

    Fotometria de Reflexo

    Espectrofotometria de Emisso de Chama

    Espectrofotometria de Absoro Atmica

    Fluorimetria

    Citometria de Fluxo

    Hematofluormetro

    Fosforimetria

    Luminometria

    Quimioluminescncia

    Bioluminescncia

    Eletroquimioluminescncia

    Nefelometria e Turbidimetria

    ELETROFORESE

    Gel de Amido e Acetato de Celulose

    Gel de Agarose

    Gel de Poliacrilamida

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  • MTODOS PTICOS

    TIPO EXEMPLO

    ABSORO

    Absoro atmica

    Densitometria

    Espectroscopia de luz IV/FT

    Fotometria

    Espectrofotometria

    EMISSO

    Espectrofotometria de emisso de chama

    Fluorimetria

    Luminometria (luz emitida de Luminescncia, Quimioluminescncia ou reao de Eletroquimioluminescncia)

    Fosforimetria

    POLARIZAO Espectroscopia de polarizao de fluorescncia, polarimetria

    DISPERSO Nefelometria e Turbidimetria

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  • Tcnicas pticas

    Fotometria

    Medida da intensidade luminosa ou a quantidade de luminosidade incidente em uma

    superfcie, independente do comprimento de onda.

    Espectrofotometria

    Trata da medida da intensidade da luz EM COMPRIMENTOS DE ONDAS SELECIONADOS

    (Espectros)

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  • 8Bioqumica Clnica - Prof. Tarcizio J.S. Filho, M.Sc

  • Comprimentos de onda

    Luz: energia radiante das regies de luz visvel e ultravioleta do espectro (290 a 800 nm)

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  • Luz: Dualidade Onda-Partcula

    A luz no somente uma onda eletromagntica, podendo tambm se comportarcomo se fosse composta de pacotes discretos de energia chamados ftons, cujaenergia inversamente proporcional ao comprimento de onda.

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  • Transmitncia e Absorbncia

    Quando um feixe de luz incidente com intensidade I0 passa atravs de uma clulaquadrada contendo uma soluo com um composto que absorve luz em comprimentode onda especfico, , a intensidade do feixe de luz transmitida IS inferior a I0, e a luztransmitida definida como:

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  • Transmitncia e Absorbncia

    Parte da luz incidente, entretanto, pode ser refletida pela superfcie ou absorvida pelaparede da clula ou solvente. Estes fatores so eliminados pela utilizao de uma clula dereferncia idntica da amostra.

    Transmitncia:

    Na prtica, faz-se o ajustecom o branco (as duascubetas so inseridassimultaneamente)

    Absorbncia:

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  • Transmitncia e Absorbncia

    Conceitualmente:

    Transmitncia = A medida da intensidade de um feixe luminoso que atravessa um meio(no caso, a soluo analisada) cuja densidade seja diferente da densidade do solvente(utilizado na soluo).

    Absorbncia = O quanto de luz que esse meio capaz de absorver em relao clulade referncia (branco).

    Ou:

    Transmitncia = o quanto que passa de luzAbsorbncia = o quanto que fica de luz

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  • Lei de Lambert-Beer

    Lei resultante da fuso dos conceitos estabelecidos pela lei de Lambert e a Lei de Beer.

    Lei de Lambert

    A TRANSMITNCIA diminui exponencialmente medida que a ESPESSURA DO MEIOABSORVENTE aumenta aritmeticamente.

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  • Lei de Beer

    A TRANSMITNCIA diminui exponencialmente medida que a CONCENTRAO do meioaumenta aritmeticamente.

    Assim, a lei de Beer a mais adequadamente aplicada s tcnicas de espectrofotometria.Porm, no podemos esquecer da lei de Lambert, pois certos concursos gostam deperguntar justamente o que voc acha que sabe!

    Querem ver?

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  • 16

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  • Lei de Beer

    Matematicamente, a lei de Beer pode ser expressa por:

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  • Lei de Beer

    A proporcionalidade direta entre a absorbncia e a concentrao deve ser estabelecida

    experimentalmente para um determinado instrumento sob condies especificadas.

    Freqentemente existe uma relao linear at certa concentrao ou absorbncia, at onde

    a soluo respeita a Lei de Beer.

    Na prtica, quando a soluo alcana concentrao tal que a relao linear com a

    absorbncia perdida, procede-se a diluio da amostra, multiplicando o valor experimental

    obtido pelo nmero de diluies realizadas.

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  • Lei de Beer

    Assim, a Lei de Beer s seguida se:

    1. A radiao incidente sobre a substncia de interesse monocromtica

    2. A absoro pelo solvente insignificante, quando comparada com a absorbncia do

    soluto

    3. A concentrao do soluto est dentro dos limites

    4. No h interferncia ptica

    5. No ocorre reao qumica entre a molcula de interesse e outra molcula do soluto

    ou solvente

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  • 20

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  • Espectrofotometria

    Espectrofotometria de UV quando a fonte luminosa emite radiao na faixa ULTRAVIOLETA (entre 180 e 390 nm).

    Espectrofotometria de IV quando a fonte luminosa emite radiao na faixa do INFRAVERMELHO (770 e 12.000 nm).

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  • Fotometria de Reflexo

    A luz difundida incide em uma mistura de reao localizada em um carreador, e a luz refletida medida. A intensidade da luz refletida comparada, ento, com a intensidade da luzrefletida em uma superfcie de referncia.

    Espectrofotometria de Emisso de Chama

    Baseia-se nas caractersticas de emisso de luz por tomos de diversos elementos metlicosquando fornecida energia suficiente, como, por exemplo, uma chama quente.

    Principal uso dosagem de :LTIOSDIOPOTSSIO

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  • Espectrofotometria de Absoro Atmica

    Nesta tcnica, o elemento contido na amostra excitado pela chama (que no o faz

    adequadamente), e a energia radiante, obtida ao longo do processo, medida enquanto o

    elemento retorna ao nvel de mais baixa energia.

    Quando a luz da lmpada de catodo oco penetra na chama produzida pela queima do

    elemento na amostra, parte dessa luz absorvida pelos tomos no estado fundamental,

    levando reduo da intensidade dos raios na chama. Este processo denominado

    Absoro Atmica.

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  • A lmpada de ctodo oco utilizada constituda do prprio material a ser analisado, a fim

    de produzir um comprimento de onda de luz especfico do material.

    Ex.: Catodo de sdio comprimento de onda 589 nm indicado para medir sdio.

    Em geral, a AA 100 vezes mais sensvel que a emisso de chama, e tambm mais especfica

    para cada elemento, graas ao comprimento de onda da lmpada de catodo seco.

    Espectrofotometria de Absoro Atmica

    Lmpada de Brio

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  • 25

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  • Fluorimetria

    A fluorescncia ocorre quando uma molcula absorve luz em um comprimento de onda e a

    reemite em comprimento de onda maior.

    A fluorimetria definida como a medio da fluorescncia da luz emitida por um tomo ou

    molcula.

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  • Tipos de fluormetros e espectrofluormetros

    Citmetro de fluxo

    Citometria refere-se medida fsica e/ou qumica de caractersticas celulares, ou por

    extenso, outras partculas biolgicas (plaquetas, por exemplo).

    A citometria de fluxo combina fluorimetria induzida por laser e anlise de disperso da luz

    em partculas pela forma e tamanho, utilizando luz baixa e disperso de luz em ngulo reto.

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  • Citmetro de fluxo28

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  • Hematofluormetro

    O hematofluormetro um fotofluormetro de superficie frontal com canal simples dedicado

    anlise de zinco protoporfirina no sangue total

    Um hematofluormetro tpico utiliza uma lmpada de quartzo e tungstnio.

    Uma gota de sangue total depositada sobre um pequeno vidro retangular que funciona

    como cubeta.

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  • Nefelometria e Turbidimetria

    A disperso da luz um fenmeno fsico resultante da interao da luz com partculas em

    soluo. A nefelometria e a turbidimetria so tcnicas analticas utilizadas para medir a luz

    dispersa.

    Turbidimetria:

    A turbidez diminui a intensidade do feixe de luz incidente enquanto este passa por uma

    soluo contendo partculas. A turbidimetria mede a diminuio desta intensidade.

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  • Nefelometria

    A nefelometria definida como a deteco de energia da luz dispersa ou refletida em

    direo a um detector que no se encontra na trajetria direta da luz transmitida.

    Alguns nefelmetros so projetados para

    medir a luz dispersa em ngulos diferentes de

    90 para aproveitar o aumento na intensidade

    para frente causada pela disperso da luz por

    partculas maiores (Ex.: Complexos Imunes)

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  • 32

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  • ELETROFORESE

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  • ELETROFORESE

    Refere-se migrao de partculas ou solutos carregados em um meio lquido sob a

    influncia de um campo eltrico.

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  • a tcnica mais comumente usada em aplicaes clnicas, onde as molculas carregadas

    migram em zonas, normalmente em um meio de suporte poroso, como um gel de agarose,

    aps a amostra ter sido misturada a uma soluo-tampo.

    gerado um eletroferograma, uma representao de zonas de protenas, cada uma finamente

    separada das zonas vizinhas sobre o material de suporte.

    ELETROFORESE ZONAL35

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  • Eletroferograma e zonas de protenas 36

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  • 37

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  • ELETROFORESE ZONAL

    As zonas de protena so visualizadas quando o meio de suporte corado com um corante

    especfico para protena.

    O meio, ento, seco, e as zonas so quantificadas em um densitmetro. O meio de

    suporte seco e mantido como um registro permanente.

    38

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  • TEORIA DA ELETROFORESE

    - Espcies qumicas carregadas eletricamente (por ionizao) movem-se em direo ao catodo

    (eletrodo negativo) ou ao anodo (eletrodo positivo), dependendo da carga que possuem.

    - Os ons positivos (ctions) migram em direo ao catodo, e os ions negativos (nions) migram

    em direo ao anodo.

    - Molculas ANFLITAS, que so carregadas tanto positiva quanto negativamente, adquirem

    uma carga positiva em uma soluo mais cida do que seu ponto isoeltrico, e migram em

    direo ao catodo.

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  • RELEMBRANDO: Ponto Isoeltrico!

    O VALOR DO pH ONDE UMA MOLCULA, POR EXEMPLO UMA PROTENA OU AMINOCIDO,

    APRESENTA CARGA ELTRICA LQUIDA IGUAL A ZERO = H EQUILBRIO ENTRE AS CARGAS

    NEGATIVAS E POSITIVAS DOS GRUPOS INICOS DE UM AA OU PROTENA

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  • TEORIA DA ELETROFORESE

    A velocidade de migrao dependente de fatores tais como:

    1. Carga eltrica lquida da molcula2. Tamanho e forma da molcula3. Fora do Campo Eltrico4. Propriedades do meio de suporte5. Temperatura de operao

    A mobilidade eletrofortica () definida como a velocidade de migrao (cm/s) por unidadede fora de campo (volts/cm):

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  • DESCRIO TCNICA

    Tampo

    1. Conduz a corrente aplicada

    2. Estabiliza o pH no qual a eletroforese realizada

    3. Determina a carga eltrica do soluto

    4. Sua fora inica influencia na condutncia do suporte, densidade da nuvem inica em

    torno da molcula carregada, a velocidade da sua migrao e a nitidez das zonas

    eletroforticas

    Meios de suporte

    1. Gel de amido e acetato de celulose

    2. Agarose

    3. Poliacrilamida

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  • 43

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  • 44

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  • Quantificao das Zonas de Protenas

    Tipo de separao Colorao

    Protenas Sricas em geral

    Amido Black (Naftol Azul Preto)

    Azul Brilhante de Coomassie

    Ponceau-S

    Zonas de Lipoprotenas

    Fat Red 7B (Vermelho de Sudan 7B)

    leo vermelho 7B (Oil Red O)

    Preto de Sudan B (Sudan Black B)

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  • 46

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  • Protenas Plasmticas

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  • SumrioPROTENAS PLASMTICAS

    Pr-Albumina Metabolismo da vitamina A (Transtiretina)

    Albumina Principal protena plasmtica

    1- Antitripsina Modula a protelise endgena

    2 Macroglobulina Inibidor de proteinases / Ptn volumosa

    Haptoglobina Ligante da Hb livre

    -Lipoprotena LDL

    Transferrina (siderofilina) Transporte de ferro para sntese de Heme

    Complemento Protenas da imunidade humoral inata

    Fibrinognio Mais importante fator de coagulao

    Ceruloplasmina Protena ligante do cobre

    Globulina Gc Ligante da vitamina D

    Hemopexina Ligante do Heme

    Glicoprotena 1-cida (orosomucide) Ligante de progesterona e outros lipfilos

    Protena C-Reativa Ligante de Fosfatidilcolina e cidos nucleicos

    48

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  • ESTRUTURA DAS PROTENAS49

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  • ESTRUTURA DAS PROTENAS

    Primria: Seqncia linear de aminocidos

    50

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  • Secundria: Configuraes tridimensionais regulares = -hlice, -pregueadas e encurvadas

    ESTRUTURA DAS PROTENAS 51

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  • Terciria: Tridimensional real ou padro de dobramento da protena singularmentedeterminado pela sua seqncia de aminocidos

    ESTRUTURA DAS PROTENAS52

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  • ESTRUTURA DAS PROTENAS

    Quaternria: Complexos mais estveis, como dmeros, trmetros e tetrmeros

    53

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  • PADRO ELETROFORTICO DE SEPARAO

    + -

    54

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  • Outros Mtodos de Separao

    Precipitao

    Desenvolvida para caracterizar a albumina e as globulinas em duas ou mais fraes que

    podem ser quantificadas em termos de contedo protico.

    Com adio de Sulfato de Sdio, Sulfito de Sdio, Metanol ou Sulfato de Amnio, as

    globulinas tendem a precipitar, deixando a albumina em soluo.

    55

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  • Separao em Colunas- Prolas de Sephadex (excluso)

    - Cromatografia de troca inica

    Outros Mtodos de Separao56

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  • DETECO E QUANTIFICAO DE PROTENAS

    Tcnica de Kjeldahl

    Mtodo de referncia baseado na anlise do teor de nitrognio

    Consiste da digesto cida para liberar os ons amnia de compostos contendo nitrognio

    (inespecfico)

    57

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  • A amnia ento quantificada por converso em gs amnia e titulao como uma base ou

    pela nesslerizao, na qual iodetos duplos (potssico e mercrico) formam um complexo

    colorido com a amnia em meio bsico.

    DETECO E QUANTIFICAO DE PROTENAS

    Tcnica de Kjeldahl

    58

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  • OBS.: Por espectroscopia, as protenas em soluo absorvem a luz ULTRAVIOLETA em 280nm, devido principalmente presena de TRIPTOFANO, TIROSINA E FENILALANINA

    59

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  • MTODOS TURBIDIMTRICOS

    Mtodo do BIURETOReao colorimtrica altamente especfica para protenas e peptdeos Detecta a presena de ligaes peptdicas. Ocorre em meio bsico

    Padro negativo(Somente H2O)

    H2O + BiuretoBiureto + Albumina(Complexo prpura)

    60

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  • MTODOS TURBIDIMTRICOS

    Mtodo de FOLIN-CIOCALTEU

    Altamente sensvel, detectando a presena de aminocidos aromticos

    Reagente tambm chamado:

    REAGENTE FENOL ou CIDO FOSFOTUNGSTOMOLBDICO (mistura de fosfomolibdato e

    fosfotungstato)

    Este reagente OXIDA os compostos fenlicos, como TIROSINA, TRIPTOFANO e HISTIDINA,

    para fornecer uma colorao AZUL PROFUNDA

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  • MTODOS TURBIDIMTRICOS

    Mtodo de LOWRY

    Consiste na utilizao do mtodo do Biureto seguido do reagente de Folin-Ciocalteu, a fim

    de potencializar a formao de cor.

    CORANTE AZUL BRILHANTE DE COOMASSIE

    Confere ainda mais sensibilidade ao mtodo, com deteco de at 1 g de protena, e no

    sofre a interferncia de uma variedade de substncias.

    CORANTE NINIDRINA

    Possui sensibilidade semelhante ao anterior, mas desenvolve uma cor violeta ao reagir com

    aminas primrias.

    62

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  • QUANTIFICAO DE ALBUMINA

    possvel a deteco especfica de albumina atravs da ligao com os seguintes corantes:

    - AZUL DE BROMOFENOL

    - LARANJA DE METILA

    - CIDO HIDROXIBENZENOAZOBENZNIO (HABA)

    - PRPURA DE BROMOCRESOL

    - VERDE DE BROMOCRESOLMuito utilizado nos analisadores automatizados

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  • PROTENAS PLASMTICAS ESPECFICAS

    64

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  • Propriedades

    - As protenas normalmente esto listadas na ordem de duas mobilidades eletroforticasem gis de agarose em pH 8,6.

    - A maioria das protenas plasmticas sintetizada no fgado, com poucas excees (ex.:Imunoglobulinas) e l tambm catabolizada a maioria delas.

    - Aps uma leso, algumas protenas plasmticas apresentam alterao em suasconcentraes, resultante de uma resposta ou REAO DE FASE AGUDA. As protenas quese alteram nesses casos so conhecidas como PROTENAS DE FASE AGUDA (APP).Essa resposta pode ser POSITIVA ou NEGATIVA, e as protenas listadas como APP+ ou APP-.

    APP + APP-

    1-Antitripsina Transtirretina

    1-Glicoprotena cida Albumina

    Haptoglobina Transferrina

    Ceruloplasmina

    C3 e C4

    Protena C-Reativa

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  • Principais Componentes

    PROTENAS PLASMTICAS

    Pr-Albumina Metabolismo da vitamina A (Transtiretina)

    Albumina Principal protena plasmtica

    1- Antitripsina Modula a protelise endgena

    2 Macroglobulina Inibidor de proteinases / Ptn volumosa

    Haptoglobina Ligante da Hb livre

    -Lipoprotena LDL

    Transferrina (siderofilina) Transporte de ferro para sntese de Heme

    Complemento Protenas da imunidade humoral inata

    Fibrinognio Mais importante fator de coagulao

    Ceruloplasmina Protena ligante do cobre

    Globulina Gc Ligante da vitamina D

    Hemopexina Ligante do Heme

    Glicoprotena 1-cida (orosomucide) Ligante de progesterona e outros lipfilos

    Protena C-Reativa Ligante de Fosfatidilcolina e cidos nucleicos

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  • PR-ALBUMINA (transtiretina)

    -Eletroforeticamente, a frao que migra mais rpido que a albumina em direo ao nodo

    - uma das menores protenas sricas

    - Contm stios de ligao aos hormnios T3 e T4, transportando 10% destes.- NO A PRINCIPAL TRANSPORTADORA DESSES HORMNIOS! a Globulina ligante datiroxina.

    - Possui papel importante no metabolismo da VITAMINA A, ao complexar-se com aPROTENA LIGANTE DO RETINOL (RBP). A RBP tem sntese dependente de zinco e ocorre nofgado.

    - rica em TRIPTOFANOAPP-

    - Possui meia vida de dois dias, sendo um importante marcador nutricional, visto sua snteseser sensvel ingesto de dieta adequada e s alteraes da funo heptica.(KWASHIORKOR e MARASMO)

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  • ALBUMINA

    - Protena mais abundante do plasma sanguneo e altamente solvel em gua, por sua altacarga negativa em pH fisiolgico.

    - Constitui at 2/3 das protenas plasmticas totais.

    - Sintetizada no fgado, atua como repositrio mvel de aminocidos para incorporao aoutras protenas.

    - Importante transportador de vrias substncias pelo plasma, tais como tiroxina, bilirrubina,penicilina, cortisol, estrognio, cidos graxos livres, warfarina, clcio, magnsio e outros onsmetlicos, heme e fosfolipdios.

    - Meia vida de +/- 17 dias importante para o monitoramento de curto prazo da glicemiamdia (ensaio da frutosamina)

    APP-

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  • ALBUMINA

    - Sua principal funo manter a presso osmtica coloidal, tanto nos espaos vascularesquanto extravasculares.

    AUMENTORaro, como na desidratao (aumento relativo)

    REDUO Secundria desnutrio Cirrose: A reduo na sntese heptica em hepatopatias compensada pela produopoliclonal das imunoglobulinas (frao ) Sndrome Nefrtica (perda pela urina, albuminria macia): compensada pela 2-macroglobulina

    Outras:- Analbuminemia (deficincia gentica rara)- Inflamao (hemodiluio, consumo pelas clulas, sntese reduzida)- Perda GI- M nutrio- Edema e ascite

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  • ALBUMINA

    Anlise Laboratorial:

    Feita por mtodos automatizados de ligao a corantes, usando os corantes VERDE DE

    BROMOCRESOL ou PRPURA DE BROMOCRESOL.

    Obs.:

    - A 1-fetoprotena um anlogo da albumina, sendo uma das primeiras -globulinas a

    aparecer no soro de mamferos durante o desenvolvimento do embrio.

    - Tambm a protena srica dominante no incio da fase embrionria.

    - Ela reaparece no soro de adultos durante certas patologias, tais como Carcinomas

    Hepatocelulares.

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  • GLICOPROTENA 1-CIDA (OROSOMUCIDE)

    - Tambm conhecida como OROSOMUCIDE, pelo alto percentual de carboidrato com umgrande nmero de resduos de cido silico Carga lquida negativa alta, alta solubilidade.

    - sintetizada pelo fgado e precipita-se com HClO4.- classificada como uma das LIPOCALINAS, protenas que se ligam a substncias lipoflicas.

    - Liga-se a e inativa hormnios bsicos e lipoflicos, tais como a progesterona.

    - capaz de se ligar e reduzir a biodisponibilidade de frmacos como propranolol, quinidina,clorpromazina, cocana e benzodiazepnicos.

    Aumento:Doena inflamatria GI e Neoplasias Malignas e em uso de corticosterides e AINES.

    Reduo:Sndrome Nefrtica, durante a gravidez ou em uso de contraceptivos orais (sntese).

    Visualizada bem pelo CIDO PERIDICO DE SCHIFF (PAS)

    APP+

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  • 1- ANTITRIPSINA

    - uma SERPINA (inibidor da serina protease) que inativa as serinas proteases,especialmente as relacionadas com a tripsina. o inibidor de proteinase mais abundanteno plasma.

    -Inibidor da elastase leucocitria liberada no processo de fagocitose pelos leuccitos, almde reagir com a elastina da rvore traqueobrnquica e do endotlio vascular.

    - Inibe a resposta bioqumica inadequadamente grave inflamao (APP+)

    - A elastase no-inibida na rvore brnquica em virtude do excesso de elastase ou dedeficincia de 1-antitripsina pode resultar em perda do recolhimento elstico edesenvolvimento do enfisema pulmonar (e outras condies, como sndrome dodesconforto respiratrio neonatal).

    AUMENTOGravidez

    REDUOPancreatite GraveSndrome Nefrtica

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  • GLOBULINA Gc

    Importante no metabolismo da vitamina D, pois esta liga-se a um componente grupo-especfico da globulina (Gc)

    Liga-se vitamina D e seus metablitos mol por mol.

    Mostra-se reduzida na sndrome nefrtica, levando perda de vitamina D.Esta perda pode contribuir para os problemas subseqentes do metabolismo do clcioencontrados na sndrome nefrtica.

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  • 2 MACROGLOBULINA

    - um importante inibidor de proteinases do plasma.

    -No uma protena de fase aguda

    - Diferente dos outros inibidores de proteinase, uma molcula MUITO GRANDE, e no se

    difunde do espao plasmtico para os lquidos extracelulares em quantidades significativas.

    - Sua concentrao aumenta 10 vezes ou mais na sndrome nefrtica quando outras

    protenas menores so perdidas (mecanismo compensatrio osmtico)

    - Concentraes baixas observadas em indivduos com pancreatite aguda grave e, antes do

    tratamento, em indivduos com carcinoma avanado de prstata.

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  • HAPTOGLOBINA

    - Tem como principal funo a ligao hemoglobina liberada pela lise dos eritrcitos, a fimde preservar as reservas de ferro e protenas.

    - Os complexos Hp-Hb so grandes o suficiente para evitar a perda renal de Hb e seu Ferro.

    - Esse complexo uma peroxidase potente, capaz de hidrolisar perxidos liberados durante afagocitose pelos leuccitos polimorfonucleares nos stios de inflamao.

    - Possui grande importncia como BACTERIOSTTICO para bactrias que requerem ferro, taiscomo Escherichia coli, evitando o uso do ferro por esses organismos.

    - APP+: Concentrao srica elevada em resposta ao estresse, infeco, inflamao aguda ounecrose tecidual, provavelmente por estimulao sntese.

    - Ela deve ser sempre analisada sempre em associao orosomucide, pois excesso dassndromes de perda protica, todos os outros fatores influenciam na concentrao de ambasem paralelo.

    Obs.: A mioglobina no se liga a ela!Logo, no h reduo em casos de rabdomilise

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  • CERULOPLASMINA

    Contm aproximadamente 95% do cobre srico total, o que confere a ela uma coloraoazulada (lembrar do biureto).

    Funciona como oxidante ou antioxidante, dependendo de fatores, tais como a presena deons frricos livres e stios de ligao da ferritina. (APP+)

    Possui vital importncia na manuteno do estado inico do ferro.

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  • -LIPOPROTENA

    Corresponde frao LDL das lipoprotenas plasmticas.

    Na eletroforese zonal, geralmente no visualizada quando utilizadas coloraes para protenas (azul brilhante de coomassie, amido black, ponceau S)

    Ser melhor abordada na aula de lipdios.

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  • 2-MICROGLOBULINA

    Encontrada nas superfcies celulares das clulas nucleadas (antgeno de superfcie)

    Corresponde cadeia leve dos antgenos leucocitrios humanos (HLA).

    AUMENTOInsuficincia Renal, Inflamao e Neoplasias, especialmente as associadas aos LinfcitosB.

    PRINCIPAL VALOR CLNICOTeste da funo tubular em indivduos expostos a metais pesados e transplantados

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  • TRANSFERRINA (SIDEROFILINA)

    - a principal protena plasmtica de transporte de FERRO.

    -O complexo TRF-Fe3+ transporta o ferro para as clulas para incorporao nos citocromos, Hb emioglobina e, para os locais de reserva, tais como fgado e sistema reticuloendotelial.

    - A avaliao das concentraes plasmticas de TRF til para o diagnstico diferencial daanemia e para o monitoramento do tratamento da anemia ferropriva.

    DEFICINCIA DE FERRO: TRF Elevada, mas a protena est menos saturada com ferro.

    FALHA NA INCORPORAO DE FERRO: TRF Normal ou Baixa, mas a protena est muito saturada com ferro.

    SOBRECARGA DE FERRO: TRF Normal, com saturao aumentada.

    -Altas concentraes de TRF so observadas na gravidez e em administrao de estrgenos.

    OBS.: A Neisseria gonorrhoeae capaz de roubar o ferro da transferrina

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  • HEMOPEXINA

    - Protena com a propriedade de se ligar ao HEME liberado

    pela degradao da hemoglobina, protegendo-a da excreo e

    contribuindo para a manuteno das reservas de ferro.

    - Encontra-se em concentraes muito baixas (50 a 120

    mg/dL), devendo ser quantificada por mtodos imunes.

    - As redues mais profundas ocorrem aps hemlise

    intravascular, quando a quantidade de hemoglobina livre

    excede a capacidade de ligao da haptoglobina.

    HEME + HPX FGADO

    Enquanto a HPX no retorna, o HEME livre liga-se albumina

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  • COMPLEMENTO

    - Conjunto de pelo menos 20 protenas pertencentes imunidade humoral inespecfica.

    -Interagem com complexos antgeno-anticorpo, ou entre si ou com membranas celulares deuma forma complexa, porm flexvel, para destruir vrus e bactrias e, em alguns casos, atmesmo as clulas do hospedeiro.APP+

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  • Vias Clssica e Alternativa do Complemento

    Note que ambas dependem dapresena de C3, justificando ofato desta ser a frao maisabundante das protenas docomplemento.

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  • As fraes mais importantes so C3 e C4, principalmente C3, pois participa de todas asvias do complemento

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  • FIBRINOGNIO

    o mais abundante dos fatores da coagulao sangunea, formador do cogulo defibrina.

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  • FIBRINOGNIO 85

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  • FIBRINOGNIO

    AUMENTO- Sua concentrao encontra-se elevada com os outros reativos de fase aguda (APR+).- Neste caso, a Velocidade de Hemossedimentao (VHS) tambm encontra-se marcantementeelevada devido, diretamente, ao contedo de fibrinognio.- Na gravidez e uso de contraceptivos.

    REDUO- Indicam extensa ativao da coagulao com consumo de fibrinognio.

    Velocidade de Hemossedimentao (VHS)Ensaio no qual mede-se a taxa na qual os eritrcitos precipitam no perodo de uma hora.

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  • PROTENA C-REATIVA

    - Foi descoberta como resultado da interao do soro de pacientes em recuperao deinfeco pneumoccica com o polissacardeo C do pneumococo (Streptococcus pneumoniae).

    - As concentraes dela se elevam marcantemente sempre que houver necrose tecidual.

    - Est presente no soro e capaz de se ligar a restos celulares, agindo como umaseqestradora geral.

    Na presena de Ca2+ liga-se a vrios polinions (cidos nuclicos), fosfatidilcolinas epolissacardeos presentes em fungos, bactrias e protozorios. Na ausncia de Ca2+ se liga a polictions tais como as histonas.

    - Uma vez complexada, ativa a via clssica do complemento.

    uma das primeiras APR a se elevar em doenas inflamatrias e tambm a exibir osaumentos mais expressivos de concentrao. (APP+)

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  • PROTENA C-REATIVA

    Geralmente quantificada pela sua capacidade de precipitar a substncia C (polissacardeoC), ou por mtodos imunes, incluindo nefelometria, precipitaes, radioimunoensaio e enzimaimunoensaio.

    Um ensaio altamente sensvel para CRP pode contribuir com o valor preditivo dos lipdiossricos para identificar indivduos em risco de eventos cardiovasculares.

    muitas vezes utilizada pelos reumatologistas para monitorar a progresso ou a remissode uma doena auto-imune.

    Em casos de infarto agudo do miocrdio, eleva-se 6 a 12 horas aps seu incio. Pode apresentar valores 2000 vezes maiores que o normal

    NORMAL: 100 ng/mL (recm-nascidos)170 ng/mL (crianas)430 a 1340 ng/mL (adultos)

    Com infeco intra-uterina, pode chegar a 26.000 g/mL

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  • IMUNOGLOBULINAS 89

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Tambm conhecidas como ANTICORPOS HUMORAIS, reconhecem antgenos estranhos einiciam os mecanismos que os removem ou os destroem.

    Compostas de duas cadeias pesadas (H) iguais e duas cadeias leves (L) idnticas.

    So conhecidos 5 tipos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM.

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  • 91

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Imunoglobulina A

    - Existe como monmero de 4 cadeias (IgA1) ou como um dmero contendo duas dessasunidades (IgA2).

    - A forma dimrica chama-se IgA secretora, e encontra-se nas secrees corporais, tais comolgrimas, suor, saliva, leite, colostro, secreo gastrointesinal e secreo brnquica.

    - A IgA secretora composta das duas unidades monomricas com uma nica cadeia J(junction), (semelhante associada com a IgM pentamrica) e uma cadeia glicopeptdicaadicional, denominada componente secretor.

    - Este componente secretor protege a IgA secretora (ou IgA2) da hidrlise por parte dasenzimas proteolticas presentes nas secrees, e, por conseguinte, mais resistente destruio por bactrias patognicas.

    - Inibe a aderncia dos microorganismos superfcie das clulas da mucosa, impedindo suapenetrao. Envolvida em respostas contra parasitas por induzir a desgranulao doseosinfilos.

    - Tambm pode se ligar a antgenos alimentares, reduzindo a incidncia de reaes alrgicas.

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Imunoglobulina D

    Principal imunoglobulina de membrana na superfcie de Linfcitos B nav (virgens), especialmente de recm-nascidos.

    Ainda no possui funo primria conhecida (alm de ser marcador de superfcie de Linfcitos B, juntamente com a IgM)

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Imunoglobulina E

    A IgE to rapida e firmemente ligada a mastcitos que somente quantidades trao estonormalmente presentes no soro.

    Est envolvida nos processos de HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA.Quando o antigeno (alrgeno) faz ligao cruzada de duas molculas de IgE ligadas, omastcito estimulado a liberar HISTAMINA e outras aminas vasoativas que so responsveispela permeabilidade vascular e pela contrao do msculo liso, ocorrendo em reaesalrgicas como RINITE, ASMA, URTICRIA e ECZEMA.

    Importante na resposta imune humoral a parasitas, uma vez que freqentemente encontrada em nveis elevados em soros de doentes parasitados por helmintos.

    No atravessa a barreira placentria No fixa o complemento pela via clssica

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Imunoglobulina G

    - o istipo mais bem estudado, constituindo a principal imunoglobulina do sangue,produzida durante a RESPOSTA IMUNE SECUNDRIA.

    - So necessrias pelo menos duas molculas de IgG para a ativao do complemento.

    - So os nicos anticorpos capazes de atravessar a BARREIRA PLACENTRIA (proteo contrainfeces nas duas primeiras semanas de vida do neonato)

    H 4 tipos de IgG:

    IgG1 IgG2 IgG3 IgG4

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Imunoglobulina G

    CLASSES FUNO

    IgG1

    Principal a atravessar a placenta e a proteger os neonatos durante os primeiros3 meses de vida.T1/2: 22 diasSubclasse dominante em humanosForte relao com alergias em adultos

    IgG2

    Relacionada com as respostas celulares TCD8+ (T citotxicas) (patgenosintracelulares). Estimulada por IFN- e IL-2.T1/2: 22 diasNO ATRAVESSA A PLACENTA!

    IgG3

    a subclasse que mais eficientemente liga-se ao complemento pela viaclssica.T1/2: 7 dias

    IgG4 Incapaz de se ligar eficientemente ao complemento pela via clssica.

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  • IMUNOGLOBULINAS

    Imunoglobulina M

    - a classe mais abundante de anticorpos secretados no sangue na FASE INICIAL DE UMARESPOSTA PRIMRIA POR ANTICORPOS.

    - Normalmente um pentmero: 5 unidades de 4 cadeias + cadeia J (junction)

    - uma MACROGLOBULINA!

    - a imunoglobulina mais primitiva e menos especializada, sendo a primeira classe deanticorpos a ser produzidas pelas clulas B em desenvolvimento.

    - Sua alta eficcia na ligao e ativao do sistema complemento, associada ao surgimentoprecoce durante o curso de uma infeco faz da IgM um agente particularmente potente nocombate aos organismos invasores (s necessita de 1 molcula para ativar o complemento).

    - a nica imunoglobulina sintetizada por neonatos

    - No atravessa a placenta!!!

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  • 98

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  • 99

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  • 100

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  • 101

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  • 102

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  • 103

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  • 104

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  • Nitrogenados No-Proteicos

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  • Sumrio

    NITROGENADOS NO-PROTEICOS

    UriaCondensao de CO2 + AmniaReao de Fearon / Reao da Urease acoplada a Berthelot

    Creatinina e CreatinaReserva rpida de fosfatoReao de Jaffe (Reagente Picrato)

    cido rico

    Metablito de cidos Nuclicos (Purinas)Aumentada na Sndrome de Lesch-NyhanReao com Uricase Gera AlantonaMtodo de Caraway (Com Fosfotungstato Alcalino)

    AmniaProduto do catabolismo protico Aumentada na Sndrome de ReyeQuantificao com Reagente de Nessler

    Aminocidos

    Subunidades proticasTeste de Guthrie (Ensaio microbiolgico)TLCFluorimetria com Fenilalanina + Cobre + Ninidrina

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  • Nitrogenados No-Proticos (NPN)

    So formados no organismo como resultado do catabolismo de cidos nuclicos,

    aminocidos e protenas.

    A uria o principal composto NPN no plasma, constituindo 45% do total.

    A determinao de NPN no sangue tem sido usada como ndice da funo renal

    concentraes elevadas decorrem de funo renal reduzida

    [NPN] um ndice inespecfico para nefropatias, visto que outras doenas (gota,

    hepatopatias, hemorragias) podem variar a [NPN] plasmtica.

    Principais NPN:

    - Creatinina

    - Uria

    - cido rico

    109

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  • Creatina e Creatinina

    - CREATINA: A creatina-fosfato a principal reserva de fosfato altamente energtico necessrio

    ao metabolismo muscular.

    - Sintetizada no fgado (principalmente), rins e pncreas a partir da arginina, glicina e

    metionina.

    - A interconverso de fosfocreatina e da creatina uma caracterstica particular dos processos

    metablicos da contrao muscular.

    110

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  • Creatina e Creatinina

    Importncia Clnica

    - A creatinina filtrada pelos glomrulos mas principalmente ou completamente

    reabsorvida pelos tbulos renais, sendo excretada a uma taxa constante, que proporcional

    massa muscular do indivduo.

    - Creatinina srica e urinria so usadas como ndices da funo renal, em virtude da

    constncia da formao da Creatinina (clearance) A renovao da creatinina constante:

    1,0% a 2,0% da creatina total livre transformada a cada 24 h.

    - AUMENTO DA [CREATININA]srica REDUO DA TFGlomerular

    - A constncia da produo da creatinina a qualifica como MEDIDA DA TOTALIDADE DA

    COLETA DE URINA DE 24 h, atravs da quantificao da excreo urinria de creatinina.

    - [CREATININA] plasmtica Pouco afetada pela dieta

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  • 112

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  • Creatina e Creatinina

    Tcnicas Analticas: Mtodos Qumicos ou Enzimticos

    MTODOS QUMICOS

    Mtodo de JAFFE

    -A creatinina reage com o on picrato num meio alcalino para resultar num complexo laranja-avermelhado.- atualmente o mtodo mais amplamente utilizado para a quantificao de creatinina.

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  • Creatina e Creatinina

    Tcnicas Analticas: Mtodos Qumicos ou Enzimticos

    MTODOS QUMICOS

    Mtodo de JAFFE

    - O mtodo est sujeito a interferncias de outras substncias:

    POSITIVAMENTE (reagem dando cor idntica): cido Ascrbico, Cefalosporinas, Glicose,Corpos Cetnicos, Piruvato, Frutose e cido rico.

    NEGATIVAMENTE: Bilirrubina, Hemoglobina, Amostras Lipmicas

    ESTRATGIAS- Adio da Terra de Fuller (Reagente de Lloyd) Adsorvem os materiais no-creatinina dasamostras. (desvantagem: trabalhoso!)- A correo do valor obtido com o branco capaz de eliminar a interferncia da bilirrubina.

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  • - Mais de 90% excretada pelos rins, onde facilmente filtrada do plasma pelos glomrulos.Porm, de 40 a 80% so reabsorvidos por difuso passiva do tbulo renal para o interstcio,para retornar ao plasma.

    - Ela constitui aproximadamente metade dos slidos urinrios totais (~25g) e 80 a 90% donitrognio urinrio total.

    Uria

    - A uria o principal produto excretado do catabolismo das protenas, sendo sintetizada nofgado a partir de CO2 e da amnia gerada pela desaminao dos aminocidos por meio dociclo da ornitina ou do ciclo de Krebs-Henseleit.

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  • 116

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  • Uria 117

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  • Uria

    - A doena renal associada ao acmulo de uria no sangue, visto esta ser excretada pelosrins.- O aumento da uria plasmtica caracteriza o estado urmico (azotemia).

    IMPORTNCIA CLNICA-Tem sido utilizada como indicador da funo renal, embora a dosagem da creatininaproporcione informaes mais confiveis sobre essa atividade.- Atualmente, tem mais valor clnico como indicador da ingesto de nitrognio e do estado dehidratao do paciente do que da funo renal.

    [URIA]plasmtica ELEVADA:Dieta rica em protenasCatabolismo protico elevadoReabsoro das protenas plasmticas aps hemorragia GITratamento com cortisol ou seus anlogos sintticosDesidrataoPerfuso reduzida dos rins

    118

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  • Uria

    Tcnicas Analticas: Mtodos Qumicos ou Enzimticos

    MTODOS QUMICOS

    Reao de FEARON (mtodo direto)

    - Condensao da diacetila com a uria para formar o cromgeno DIAZINA, que absorvefortemente a 540 nm.- Embora amplamente utilizado no passado, esse mtodo tem sido substitudo pelos mtodosenzimticos.

    119

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  • Tcnicas Analticas: Mtodos Qumicos ou Enzimticos

    MTODOS ENZIMTICOS

    Hidrlise pela Urease Amnia : Quantificao por EspectroscopiaA reao de BERTHELOT (mtodo indireto)

    - A quantificao da amnia pode ser por vrios mtodos

    Uria

    Mtodo satisfatrio e de baixo custo, porm, com a desvantagem de ser muito sensvel contaminao com a amnia (de qualquer origem).

    120

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  • Tcnicas Analticas: Mtodos Qumicos ou Enzimticos

    MTODOS ENZIMTICOS

    Ensaio Enzimtico com GLUTAMATO DESIDROGENASE (mtodo de referncia)

    - Nos ensaios de plasma, o sistema reacional contm urease, de modo que a adio daamostra contendo uria inicia a reao.

    Uria 121

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  • Relembrando: Estrutura de NAD+ e NADH122

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  • cido rico

    - O cido rico o produto final da degradao dos cidos nuclicos e do catabolismo daspurinas em seres humanos (adenosina e guanosina).

    - Deriva de 3 fontes principais: Catabolismo das nucleoprotenas ingeridas Catabolismo das nucleoprotenas endgenas Transformao direta de purina-nucleotdeos endgenos

    - o principal composto nitrogenado do excremento dos rpteis e pssaros (e morcegos)- Encontrado em pequenas quantidades na urina dos mamferos, e seus sais ocorrem nasarticulaes na gota.- um cido fraco, com pKa1 de 5,75 e um pKa2 de 10,3 A urina alcalina solubiliza o cidorico. Assim, no se formam clculos no trato urinrio.

    123

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  • cido rico

    Importncia Clnica

    - Existncia de diversos distrbios do metabolismo da purina.

    Os sintomas que devem gerar suspeitas incluem:

    1. Insuficincia renal ou clculos numa criana ou adulto jovem

    2. Pedrinhas na fralda de um beb

    3. Problemas neurolgicos inexplicveis num beb, criana ou adolescente.

    4. Presena de gota num homem ou mulher com menos de 30 anos de idade.

    - A manifestao clnica mais evidente e importante da alterao plasmtica do cido rico a

    GOTA.

    124

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  • cido rico

    GOTA

    - Condio hiperuricmica de variada etiologia.- Consiste no acmulo de cristais de cido rico nasarticulaes.- Ocorre quando o urato monossdico se precipita doslquidos corporais supersaturados.- A articulao do dedo do p (primeirametatarsofalngica) o stio clssico da gota.

    125

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  • 126

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  • 127

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  • cido rico

    GOTA

    - A artrite gotosa pode estar associada aos cristais de urato no lquido da articulao e adepsitos de cristais (tofos) no tecido que circunda a articulao.- Em qualquer lugar que ocorram, despertam uma resposta inflamatria intensa,consistindo de leuccitos polimorfonucleares e macrfagos.- A gota caracterizada por crises ocasionais e longos perodos de remisso.- Geralmente, durante uma crise gotosa a concentrao de cido rico plasmtica normal.

    - A gota pode ser PRIMRIA ou SECUNDRIA:

    PRIMRIA- Associao de superproduo metablica de purinas, excreo renal reduzida e ingestoalimentar elevada.- Pode tambm estar relacionada a defeitos enzimticosherdados na via metablica da purina.

    128

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  • cido rico

    GOTA

    SNDROME DE LESCH-NYHAN

    - Caracteriza-se pela deficincia completa da enzima hipoxantina-guanina-fosforribosiltransferase, a enzima principal da via alternativa da purina.

    - Manifesta-se clinicamente por: Retardo mental Movimentos musculares anormais Problemas comportamentais (automutilao e agressividade patolgica)-Nas primeiras semanas de vida: cristalria, insuficincia renal aguda e gota.

    -Os sintomas neurolgicos dessa sndrome podem estar relacionados com a disponibilidadede purinas para o crebro em desenvolvimento, o qual possui capacidade limitada paranovas snteses de purina. Ele conta, portanto, com as vias alternativas de purina paraabastec-lo com a maior parte dos nucleotideos purina que lhe so necessrios.

    - Ocorre somente em indivduos do sexo masculino (relacionada ao cromossomo X).

    129

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  • Alopurinol

    Sndrome de Lesch-Nyhan

    130

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  • 131B

    ioq

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  • OUTRAS FONTES PARA O CIDO RICO(ou melhor... Como voc quer piorar suas dores secundrias GOTA?)

    Caf? Chocolate?Ou Ch?

    132

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  • cido rico

    GOTA

    SECUNDRIAResulta da hiperuricemia atribuvel a diversas causas identificveis.- Doena Renal aguda ou crnica de qualquer tipo.- Conseqncia da administrao de diurticos.- Acidemia orgnica ocasionada pela elevao do acetoacetato (cetoacidose diabtica) ouacidose lctica.- Aumento do catabolismo das purinas encontrado na proliferao rpida das clulastumorais e na destruio ampla dessas clulas na terapia com certos agentesquimioterpicos.

    133

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  • Intervenes farmacolgicas

    - O Tratamento de crise aguda envolve uso de AINEs.Obs.: Convm evitar o uso de AAS, uma vez que os salicilatos provocam aumento de uratopor inibir competitivamente com a excreo renal deste ltimo.

    - Abordagens especficas incluem:

    O uso de medicamentos uricosricos (probenecida, sulfinpirazona), que melhoram a

    excreo renal do cido rico, bloqueando os condutores nas clulas tubulares que

    modulam a reabsoro.

    Uso de alopurinol, que inibidor da enzima xantina oxidase.

    cido rico 134

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  • cido rico

    Fatores que afetam a concentrao plasmtica de urato

    -Pacientes devem ser aconselhados a evitar: Alimentos que tenham contedo de purina elevado (fgado, rins, carne vermelha esardinhas) Medicamentos que afetem a excreo de urato (diurticos tiazdicos e salicilatos)

    A ingesto de etanol freqentemente aumenta a concentrao plasmtica de urato e podeprovocar crises de gota nos pacientes susceptveis.

    O etanol altera o metabolismo do cido rico ao aumentar a produo de urato poraumentar o catabolismo da adenina-nucleotdeo mediado pelo acetato (lcooldesidrogenase).

    Tambm h supresso da excreo renal do cido rico, que se d atravs em virtude doexcesso de lactato produzido pela oxidao do etanol em acetaldedo, que inibecompetitivamente a secreo tubular de urato.

    135

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  • Fatores que afetam a concentrao plasmtica de urato

    - A produo e o catabolismo aumentados das nucleoprotenas so importantes nahiperuricemia que ocorre com leucemias, linfomas, policitemia, mieloma mltiplo,neuroblastoma e vrios outros neoplasmas amplamente disseminados.

    cido rico

    - Quimioterapias e a terapia porradiao ionizante dasneoplasias malignas aumentamsignificativamente a formaode cido rico

    136

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  • cido rico

    Metodologia Analtica

    Mtodos de cido Fosfotngstico (PTA): Mtodo de CARAWAY

    Baseia-se no desenvolvimento de um cromgeno de reao azul (azul de tungstnio) medida que o PTA reduzido pelo urato num meio alcalino.

    Esto sujeitos a muitos interferentes, e os esforos para modific-los tm sido poucoeficazes na melhoria de sua especificidade.

    137

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  • cido rico

    Metodologia Analtica

    Mtodos de Uricase

    So mais especficos que as abordagens PTA A uricase utilizada como etapa nica ou inicial para oxidar o cido rico, produzindoalantona, H2O2 e CO2.

    138

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  • Eletrlitos e Gases Sanguneos

    139

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  • SumrioINTRODUO

    1.1. Funo Renal

    1.2. Manuteno do Equilbrio Eletroltico

    1.3. Manuteno do pH sanguneo

    1.4. cidos e Bases: Aspectos qumicos

    GASES SANGUINEOS E pH

    2.1. Comportamento dos Gases

    2.2. Aplicao da Equao de Hendersson-Hasselbalch na Mensurao dos Gases

    2.3. Distrbios cido-Base: ACIDOSE e ALCALOSE

    2.4. Distrbios cido-Base METABLICOS

    2.5. Distrbios cido-Base RESPIRATRIOS

    ELETRLITOS

    3.1. Principais Eletrlitos

    140

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  • 1.1. Funo Renal

    - Os rins regulam as condies do fluido eletroltico e o equilbrio cido-base por meio dafiltrao do sangue, seguida da reabsoro seletiva ou da secreo para o fluido tubular.

    - A alterao na funo renal uma das causas mais comuns de toxicidade medicamentosa,decorrente da excreo inadequada dos medicamentos ou de seus metablitos.

    Funo Endcrina dos Rins

    Regulao do metabolismo dos ossos e minerais [1,25-(OH)2 vitamina D3] Regulao da hematopoese (eritropoetina) Regulao de funo Adrenal (renina)

    Produo de Pr-renina inativaReduo do fluxo sanguneo renal ativa a renina angiotensina I angiotensina II aldosterona Promove a reabsoro tubular de Na+ , vasoconstrico arteriolar, atividadesimptica, etc, com a finalidade de aumentar a presso arterial.

    141

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  • 142

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  • Funo Glomerular

    - Diferente dos filtros mecnicos, a membrana basal do glomrulo possui uma carga negativaforte, que leva a diferentes tamanhos de ponto de corte, dependendo da carga do composto. Molculas negativas (como a albumina) = 1,8 nm Molculas positivas (como os anticorpos) = 4,5 nm

    Em caso de dano membrana basal do glomrulo, a albumina (raio molecular de 3,6 nm), porexemplo, passa pela membrana basal

    Funo Tubular

    - Com funo glomerular normal: 180 L de ultrafiltrado/dia

    - A funo dos tbulos recuperar seletivamente os componentes essenciais filtrados peloglomrulo, reabsorver gua e eletrlitos em quantidades suficientes para manter as condieshidroeletrolticas normais, ajustar a excreo de bicarbonato e H+ e manter as condies denormalidade cido-base.

    1.1. Funo Renal 143

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  • - A ingesto e perda de lquidos se equivalem: eliminao diria de 2 a 2,5 L de gua peloorganismo, principalmente pela urina

    - A excreo mnima diria deve ser de 500 mL para controlar a carga osmtica de substnciasfiltradas que chegam ao nfron distal.

    - A eliminao de gua no suor e na urina controlada pelo hormnio antidiurtico (ADH), cujaproduo estimulada pela presso arterial reduzida ou pela osmolalidade plasmticaaumentada, sendo este ltimo o fator mais importante na produo de ADH.

    - Osmolalidade: Representa a concentrao molar total dos solutos encontrados no sangue. ONaCl responsvel pela maior parte da osmolalidade do plasma. Outra substncia importante eosmoticamente ativa no plasma a glicose.

    OBS.: O Etanol no interfere no movimento da gua, por se encontrar (aps a ingesto)presente tanto no fluido extracelular quanto intracelular.

    1.2. Manuteno do Equilbrio Eletroltico 144

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  • Estrutura do Nfron 145

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  • 146

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  • 1.3. Manuteno do pH sanguneo

    - O processo de respirao celular requer O2, para fins de oxidao de substncias, emespecial acares, para obteno de energia sob a forma de ATP, com conseqente formaode CO2 e H2O.

    - O CO2 produzido precisa ser eliminado por difuso atravs da membrana celular, entrandona corrente sangunea, onde absorvido pelos eritrcitos.

    - Como j abordado anteriormente, parte deste CO2 combina-se com NH3 oriundo dadesaminao oxidativa de aminocidos para formar a Uria no ciclo da Uria.

    - Na presena da enzima anidrase carbnica, o gs carbnico reage com a gua e estabeleceum equilbrio com o cido carbnico, o qual se dissocia espontaneamente para o bicarbonato.

    147

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  • 1.3. Manuteno do pH sanguneo

    Composio do tampo sanguneo %

    Bicarbonato/ cido Carbnico 64

    Hemoglobina/ Oxi-Hemoglobina 28

    Protenas cidas/ Bsicas 7

    Fosfato Monocido / Fosfato Dicido 1

    - O pH do sangue varia em uma faixa bem estreita, entre 7,35 e 7,40 para o sangue venoso e7,40 e 7,45 para o sangue arterial.

    - O pH sanguneo ento, mostra-se ligeiramente mais bsico que a gua pura, e essaalcalinidade mantida por um sistema tampo bastante eficiente

    - Assim, o sangue tamponado por quatro sistemas diferentes, sendo que o principal tampo composto por bicarbonato de sdio/ cido carbnico.

    - Esse sistema essencial regulao do equilbrio cido-base, pois o metabolismo celular geramuitos cidos orgnicos que circulam no sangue at serem eliminados pelos rins.

    148

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  • CONTROLE CIDO BASE RENAL

    - Os glomrulos so livremente permeveis aos ions H+, bicarbonato e aos nions de cidosinorgnicos (sulfato, fosfato).

    - Os rins devem absorver a maior parte do bicarbonato filtrado e fixar o cido na urina por meiode ligao s bases (como fosfato e amonia) para manter o equilibrio normal do pH.

    - 90% do bicarbonato filtrado recuperado.

    1.3. Manuteno do pH sanguneo 149

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  • 1.4. cidos e Bases: Aspectos qumicos

    - Um cido pode ser definido como uma substncia capaz de dissociar-se para gerar on H+,enquanto uma base uma substncia capaz de aceitar um on H+, neutralizando-o (Teoria deBrnsted-Lowry).

    - H um equilbrio entre a quantidade de cido de um lado e de ons hidrognio e de baseconjugada (produzida pela perda de H+) de outro.

    A Constante de Equilbrio denominada Ka:

    Nos casos intermedirios, os cidos encontram-se parcialmente dissociados, e o valor de

    Ka, que pode ser maior ou menor que 1, depender da fora do cido considerado.

    Para cidos MUITO FORTES, Ka tende a infinito

    (equilbrio deslocado para a direita).

    Para cidos MUITO FRACOS, Ka tende a zero

    (equilbrio deslocado para a esquerda).

    150

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  • 1.4. cidos e Bases: Aspectos qumicos

    cidos fortes se dissociam completamente, e a sua fora cida pode ser expressa pelo

    valor do Ka , como no exemplo abaixo:

    Ao aplicarmos o logaritmo nesta equao, obtemos a chamada equao de Henderson -

    Hasselbach , onde o pKa de um cido correlacionado com o valor do pH do meio e com a

    concentrao de suas espcies dissociadas e no dissociadas.

    151

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  • Tampes

    1.4. cidos e Bases: Aspectos qumicos

    - Qualquer soluo que contenha um cido fraco e uma base fraca tem a seguintepropriedade:

    Quando pequenas quantidades de um cido forte so adicionadas, elas so neutralizadas pelabase fraca, enquanto pequenas quantidades de base forte so neutralizadas pelo cido fraco.

    LOGO:

    Tampes so solues capazes de absorver pequenas adies de cidos e basesconcentradas sem mostrar variao significativa no pH da soluo.

    - A faixa de pH mais efetiva para um tampo est sobre ou prxima do pH em que asconcentraes do cido e do sal so iguais.

    - Assim, o meio considerado tamponado se o pH da soluo oscila numa faixa de pKa +/- 1(do cido em questo).

    152

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  • SumrioINTRODUO

    1.1. Funo Renal

    1.2. Manuteno do Equilbrio Eletroltico

    1.3. Manuteno do pH sanguneo

    1.4. cidos e Bases: Aspectos qumicos

    GASES SANGUINEOS E pH

    2.1. Comportamento dos Gases

    2.2. Aplicao da Equao de Hendersson-Hasselbalch na Mensurao dos Gases

    2.3. Distrbios cido-Base: ACIDOSE e ALCALOSE

    2.4. Distrbios cido-Base METABLICOS

    2.5. Distrbios cido-Base RESPIRATRIOS

    ELETRLITOS

    3.1. Principais Eletrlitos

    153

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    - O tratamento clnico de distrbios metablicos e respiratrios depende da mensuraorpida e precisa do oxignio e dixido de carbono sanguneos.

    - Medidas ativas para manter a vida em pacientes com dano cardiopulmonar dependemamplamente da ventilao assistida utilizando misturas de gases que so adaptadas emresposta aos resultados laboratoriais de cido-base e gases sanguneos.

    154

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    A gasometria consiste na leitura do pH e das presses parciais de O2 e CO2 em uma amostrade sangue.

    A leitura obtida pela comparao desses parmetros na amostra com os padres internosdo gasmetro. Essa amostra pode ser de sangue arterial ou venoso, porm importante saberqual a natureza da amostra para uma interpretao correta dos resultados.

    Obviamente, quando se est interessado em uma avaliao da performance pulmonar,deve ser sempre obtido sangue arterial, pois esta amostra informar a respeito da hematose epermitir o clculo do contedo de oxignio que est sendo oferecido aos tecidos. Noentanto, se o objetivo for avaliar apenas a parte metablica, isso pode ser feito atravs deuma gasometria venosa.

    Parmetro Sangue arterial Sangue venoso

    pH 7.35 a 7.45 0.05 unidades menor

    PaCO2 35 a 45 mmHg 6 mmHg maior

    PaO2 70 a 100 mmHg~ 50% (35 a 50

    mmHg)

    155

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    2.1. Comportamento dos Gases

    Presso Parcial

    - Lei de Dalton: A presso parcial de um gs dissolvido no sangue , por definio, igual presso parcial do gs em uma fase gasosa ideal imaginria em equilbrio com o sangue

    - Em equilbrio, a presso parcial (tenso) de um gs a mesma nos eritrcitos e no plasma,ento, a presso parcial de um gs a mesma em todo o sangue e plasma.

    - A presso parcial de um gs em uma mistura gasosa definida como a frao molar do gsvezes a presso total do sistema.

    OU SEJA

    A presso medida de uma mistura de gases a soma das presses que os gases exerceriam secada um estivesse sozinho no recipiente.

    156

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  • - A lei de Dalton pode ser determinada para o ar ambiente como:

    - A lei de Dalton no se aplica aos gases em soluo, ou seja, a soma de todos os gasesdissolvidos pode ser menor, igual ou maior que a presso da soluo mensurada.

    - Se a soma das tenses dos gases significativamente maior que a presso da soluo, podeocorrer a formao de bolhas, como acontece no sangue de mergulhadores emergindo delocais profundos (doena descompressiva), ou na amostra de sangue resfriada sendo aquecidapara a realizao da anlise.

    GASES SANGUINEOS E pH

    2.1. Comportamento dos Gases

    Presso Parcial

    157

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  • 2.2. Aplicao da Equao de Hendersson-Hasselbalch na Mensurao dos Gases

    GASES SANGUINEOS E pH

    -O dixido de carbono e a gua reagem para formar cido carbnico, que, por sua vez, sedissocia em ons hidrognio e bicarbonato:

    - Hendersson, a partir da combinao das reaes de hidratao e dissociao, encontrou umvalor de K = 4,68 . 10-7 (pK = 6,33), onde:

    158

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  • 2.2. Aplicao da Equao de Hendersson-Hasselbalch na Mensurao dos Gases

    GASES SANGUINEOS E pH

    Assim, as concentraes totais de CO2 (ctCO2), bicarbonato (cHCO3-), CO2 dissolvido (cdCO2) e

    on H+ (cH+) so inter-relacionadas.

    Pela mensurao de quaisquer dois dos quatro parmetros, PCO2 ou cdCO2, pH, ctCO2 oucHCO3

    -, e utilizando a equao com os valores de pK e (coeficiente de solubilidade para oCO2), os outros dois parmetros podem ser calculados.

    - A equao de Hendersson-Hasselbalch resultante aplicada quantificao dos gasessanguneos que temos :

    159

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  • 2.2. Aplicao da Equao de Hendersson-Hasselbalch na Mensurao dos Gases

    GASES SANGUINEOS E pH

    importante ressaltar, ento, que o valor de bicarbonato expresso na gasometria no medido diretamente e sim calculado atravs da equao de Henderson-Hasselbach, usando osvalores de pH e presso parcial de gs carbnico (PaCO2) medidos, onde:

    - Os distrbios metablicos alteram o numerador da equao, atravs de diminuio (acidose)ou aumento (alcalose) no clculo da concentrao de bicarbonato.

    -Os distrbios respiratrios interferem com o denominador da equao, elevando (acidose) oureduzindo (alcalose) a PCO2.

    - Os distrbios metablicos so compensados, inicialmente, por alteraes na PCO2(compensao pulmonar) e, posteriormente, atravs de mudanas na excreo renal de cidose na reabsoro de lcalis (compensao renal). Os distrbios respiratrios possuemmecanismos mais precrios de compensao que dependem, j de incio, de mecanismos renaisde compensao.

    160

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  • 2.4. Distrbios cido-Base: ACIDOSE e ALCALOSE

    GASES SANGUINEOS E pH

    -Os distrbios cido-base so frequentemente classificados em dois grandes grupos:Metablicos e Respiratrios.

    - Nos distrbios metablicos, o problema primrio reside no metabolismo anormal, que leva aalteraes no bicarbonato plasmtico.

    - Os distrbios respiratrios resultam de alteraes na excreo pulmonar do dixido decarbono.

    ACIDEMIA: sangue arterial de pH < 7,35ALCALEMIA: sangue arterial de pH > 7,45

    Acidose e Alcalose referem-se aos estados patolgicos que levam acidemia ou alcalemia.

    161

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  • Relao entre o pH e a razo da concentrao de HCO3-/CO2 dissolvido

    A linha pontilhada mostra um caso de alcalose descompensada (excesso de bicarbonato), com umaconcentrao de bicarbonato de 44 mmol/L e um cdCO2 de 1,1 mmol/L. Logo, a razo 40:1 e o pHresultante 7,7.

    162

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    2.5. Distrbios cido-Base METABLICOS

    - O distrbio cido-bsico que mais freqentemente se observa na prtica clnica a acidosemetablica. Existem algumas controvrsias em relao ao uso de lcalis para a correo dessedistrbio. Isso se deve ao fato de existirem os seguintes riscos relacionados principalmente ainfuso rpida e excessiva de HCO3

    -

    Acidose metablica: Decorrente da produo aumentada de cidos (acidose lctica, cetoacidose diabtica,inanio) Por ingesto de cidos ou seus precursores (etilenoglicol, metanol e salicilatos) Por excreo reduzida de cidos (insuficincia renal oligrica, raro) Por excreo aumentada de bicarbonato (leva a um aumento da reabsoro renal de cloreto ede sdio para manter a eletroneutralidade)

    163

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    2.5. Distrbios cido-Base METABLICOS

    - Para abordar as alcaloses metablicas importante a avaliao dos seguintes parmetros:volemia, presso arterial, eletrlitos na urina e no soro e, em casos selecionados, o sistemarenina-angiotensina-aldosterona.

    - O tratamento deve ser dirigido causa bsica do distrbio, sendo restritas as indicaes de usode cidos.

    - Quando a alcalose resulta da administrao excessiva de lcalis exgenos, basta a suspensodessa administrao para a normalizao do pH. Esse distrbio ocorrer com mais freqncia sehouver comprometimento da funo renal.

    Alcalose Metablica Como resultado da excreo aumentada de cido do estmago e rins (vmito, suconasogstrica, bulimia, aumento de cortisol ou aldosterona Sndrome de Cushing) Resultante da ingesto de base (ingesto de citrato, na transfuso sangunea massiva ebicarbonato de sdio oral). Por excreo reduzida de bicarbonato (nos quadros de depleo de cloreto, a deficincia decloreto leva a reabsoro do bicarbonato junto com o sdio, mantendo a alcalose)

    164

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    2.6. Distrbios cido-Base RESPIRATRIOS

    - So assim classificados os distrbios primrios em cdCO2.

    - Pode resultar da alterao da excreo de CO2 pela respirao externa, mecanismo primriode regulao da concentrao plasmtica de CO2.

    165

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    DISTRBIO ALTERAO

    ACIDOSE METABLICA DFICIT DE HCO3-

    ALCALOSE METABLICA EXCESSO DE HCO3-

    ACIDOSE RESPIRATRIA EXCESSO DE CO2

    ALCALOSE RESPIRATRIA DFICIT DE CO2

  • Qualquer fator que reduza a ventilao pulmonar, aumenta a concentrao de CO2 (aumentaH+ e diminui pH) resultando em acidose respiratria.

    Hipoventilao Hipercapnia (PCO2 > 45mmHg) Acidose respiratria

    Causas de Acidose Respiratria: Leso no Centro Respiratrio (AVE, TCE, tumor); Depresso no Centro Respiratrio (intoxicaes, anestsicos, sedativos, leses, narcticos); Obstruo de Vias Areas (Asma, DPOC, secreo, corpo estranho); Infeces agudas (Pneumonias); Edema Pulmonar; Trauma torcico, deformidades torcicas severas; P.O cirurgia abdominal alta, toracotomias; Distenso abdominal severa; Doenas Neuromusculares (Poliomielite, Polirradiculoneurites); Tromboembolia Pulmonar; Fadiga e falncia da musculatura respiratria.

    Acidose Respiratria (Aumento da PCO2)

    GASES SANGUINEOS E pH

    2.6. Distrbios cido-Base RESPIRATRIOS

    166

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  • GASES SANGUINEOS E pH

    2.6. Distrbios cido-Base RESPIRATRIOS

    Quando a ventilao alveolar est aumentada a PCO2 alveolar diminui, conseqentemente,haver diminuio da PCO2 arterial menor que 35mmHg, caracterizando uma alcaloserespiratria (diminuio de H+, com aumento do pH).

    Hiperventilao Hipocapnia (PCO2 < 35mmHg) Alcalose respiratria

    Causas de Alcalose Respiratria: Hiperventilao por ansiedade, dor, hipertermia, hipxia, grandes altitudes; Hiperventilao por VM; Leses do SNC, tumores, encefalites, hipertenso intracraniana; Salicilatos e sulfonamidas; Alcalose ps acidose.

    Manifestaes Clnicas:A principal caracterstica clinica a hiperventilao. Em casos graves, pode ser observadotetania com sinais de Chvostek e de Trousseau, parestesia circumoral, acroparestesia, cimbranos ps e mos resultante de baixas concentraes de Clcio ionizado no soro.

    Alcalose Respiratria (diminuio da PCO2)

    167

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  • SumrioINTRODUO

    1.1. Funo Renal

    1.2. Manuteno do Equilbrio Eletroltico

    1.3. Manuteno do pH sanguneo

    1.4. cidos e Bases: Aspectos qumicos

    GASES SANGUINEOS E pH

    2.1. Comportamento dos Gases

    2.2. Aplicao da Equao de Hendersson-Hasselbalch na Mensurao dos Gases

    2.3. Distrbios cido-Base: ACIDOSE e ALCALOSE

    2.4. Distrbios cido-Base METABLICOS

    2.5. Distrbios cido-Base RESPIRATRIOS

    ELETRLITOS

    3.1. Principais Eletrlitos

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  • - Os eletrlitos so classificados como nions, ons com carga negativa que se movem emdireo a um anodo, ou ctions, ons carregados positivamente que se movem em direo aum catodo.

    ELETRLITOS

    Ctions nions

    Na+ Cl-

    K+ HCO3-

    Ca+2 H2PO4-2

    Mg+2 SO4-2

    Lactato-

    - Os principais eletrlitos (Na+, K+, Cl- e HCO3-) ocorrem primariamente como ons livres,

    enquanto quantidades significativas (>40%) de Ca+2, Mg+2 e elementos-trao esto ligados aprotenas, como a albumina.

    - A determinao de Na+, K+, Cl- e HCO3- conhecida como Perfil Eletroltico.

    169

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  • 3.1. Principais Eletrlitos

    Sdio (Na+)

    - Principal ction do fluido extracelular, representa cerca de 90% dos ~154 mmol de ctionsinorgnicos por litro de plasma. Assim, responsvel por quase metade da fora osmtica doplasma.

    - Apresenta uma funo central na manuteno da distribuio normal de gua e pressoosmtica no compartimento de fluido extracelular.

    - A dieta diria contm 8 a 15 g (130 a 260 mmol) de NaCl, que quase completamenteabsorvido no TGI, embora o organismo somente requeira 1 a 2 mmol/dia, e o resto sejaexcretado pelos rins.

    170

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  • Sdio (Na+)

    3.1. Principais Eletrlitos

    Amostras

    1. Soro2. Plasma Heparinizado3. Sangue Total4. Suor5. Urina6. Fezes (lquidas, diarreicas)7. Fluidos GI

    Os eritrcitos contm ~10% do Na+ no soro ou plasma.Amostras lipmicas devem ser ultracentrifugadas e analisa-se o infranadante

    (LEMBRANDO: Soro = Plasma Fibrinognio)

    171

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  • Sdio (Na+)

    Metodologia Analtica

    1. Espectroscopia de Absoro Atmica2. Espectroscopia de Emisso de Chama3. Eletroquimicamente, com Eletrodos on-Seletivos (ISE) para Na+.

    Intervalo de Referncia

    Para o Na+ srico 135 a 145 mmol/L

    A concentrao do sdio urinrio varia de acordo com a dieta alimentar. Com a dietapadro com 8 a 15 g/dia, o intervalo de ~ 40 a 220 mmol/dia.

    3.1. Principais Eletrlitos172

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  • Potssio (K+)

    - Principal ction intracelular, com concentrao celular mdia de 150 mmol/L (nos eritrcitos de 105 mmol/L ~ 23 vezes sua concentrao plasmtica).

    - Sua concentrao extracelular mantida menor s expensas de ATP, atravs da ao dabomba de Na+/K+ : Esta um fator crtico na manuteno e ajuste dos gradientes inicos dosquais dependem os impulsos nervosos e a contratilidade do msculo.

    - Algumas condies, como a Paralisia Peridica Hipocalmica manifestam-se por perdatransiente da capacidade de utilizao dos msculos. Esto relacionadas a diversas condies,como Hipertireoidismo, Hiperaldosteronismo ou uso crnico de corticides.

    - A necessidade diria de K+ satisfeita com a ingesto de 50 a 150 mmol/dia. Do potssioabsorvido no TGI, a maior parte eliminada pelos rins.

    3.1. Principais Eletrlitos173

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  • Potssio (K+)

    Amostras

    Basicamente, as mesmas amostras vlidas para Na+.

    Intervalo de Referncia

    Referncia: 3,5 a 5,0 mmol/L (adultos) e 3,7 a 5,9 mmol/L (neonatos)

    As concentraes de K+ no sangue total so 0,1 a 0,7 mmol/L menores que no soro.Os intervalos de referncia para o K+ srico so 0,2 a 0,5 mmol/L mais altos que aqueles para oK+ plasmtico.Os mtodos para determinar potssio devem minimizar a hemlise, e qualquer hemlise deveser relatada junto aos valores de potssio.

    Hemlise Aumento de K+ (%)

    Leve ~ 50 mg Hb/dL 3

    Moderada ~200 mg Hb/dL 12

    Intensa > 500 mg Hb/dL 30

    3.1. Principais Eletrlitos174

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  • Cloreto (Cl-)

    - o principal nion extracelular, com concentraes medianas no plasma e fluido intersticialde ~103 mmol/L (a concentrao total de nions inorgnicos de 154 mmol/L).

    - Est envolvido de forma significativa em diversos processos: Manuteno da distribuio da gua Controle da Presso Osmtica Balano ction-nion no fluido extracelular (ECF).

    - Sua concentrao intracelular em eritrcitos de 45 a 54 mmol/L, e nas demais clulasteciduais de apenas ~1 mmol/L.

    - Diurticos de ala como furosemida e cido etacrnico inibem a bomba Na/K/2Cl, a qual responsvel por promover a absoro ativa de Cl-, com reabsoro passiva de Na+. O cloretoexcedente eliminado na urina e suor.

    3.1. Principais Eletrlitos175

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  • Cloreto (Cl-)

    Amostras

    O Cloreto mais freqentemente mensurado no soro, plasma, urina e no suor.Ele muito estvel no soro e no plasma, mesmo com hemlise intensa ou alterao naconcentrao de protenas plasmticas.

    A anlise do suor para verificar a concentrao do eletrlito utilizada para confirmar odiagnstico de fibrose cstica.

    Fibrose Cstica

    Possui apresentaes clnicas de amplo espectro, tais como doena pulmonar obstrutivacrnica e insuficincia pancretica. causada por um defeito em uma protena reguladora do transporte de eletrlitos atravs dasmembranas epiteliais (protena reguladora da condutncia transmembrana da fibrose cstica).Embora existam anlises genticas mais especficas, o teste quantitativo de cloreto no suorcontinua sendo o teste de diagnstico padro.

    3.1. Principais Eletrlitos176

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  • Cloreto (Cl-)

    Metodologia Analtica

    Historicamente, o cloreto era mensurado por titulao mercurimtrica e mtodos deespectrofotometria.

    Titulao Coulomtrica-Amperomtrica:Cloridrmetro de Cotlove

    Dependem da gerao de Ag+ a partir do eletrodo de prata, a uma taxa constante, e da reaode Ag+ com Cl-, para formar cloreto de prata insolvel.

    Aps atingir o ponto estequiomtrico, o excesso de Ag+ na mistura paralisa a gerao de Ag+.Um cronmetro marca o tempo passado entre o inci e a pausa na gerao de Ag+. O intervalode tempo proporcional quantidade de Cl- presente na amostra.

    INTERFERENTES: CN- e SCN-, grupos sulfdricos (S-2) e metais pesados.

    3.1. Principais Eletrlitos177

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  • Carboidratos

    179

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  • SumrioCARBOIDRATOS

    Qumica

    MonossacardeosDissacardeosPolissacardeosAmido e GlicognioCeluloseGlicoprotenas

    Bioqumica e Fisiologia

    Regulao da concentrao da Glicose SanguneaTransporte de GlicoseFormao de Hb-GlicadaHormnios Contra-Reguladores

    Significncia Clnica

    Diabetes Mellitus:- Tipo1- Tipo 2- Diabetes Gestacional

    Metodologia Analtica

    Determinao da Glicose em Fluidos CorporaisMtodos que usam a HexoquinaseMtodos que usam a Glicose OxidaseMtodos que usam a Glicose DesidrogenaseEnsaio da FrutosaminaTeste de Tolerncia Oral Glicose

    180

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  • 181

    Carboidratos

    - Principais constituintes dos sistemas fisiolgicos, os carboidratos so compostos orgnicosconstitudos de carbono, hidrognio e oxignio [Cx(H2O)y] que, juntamente com os lipdios e asprotenas, fornecem energia e contribuem com a estrutura dos organismos.

    - Eles realizam mltiplas funes, tais como componentes estruturais em RNA e DNA (ribose edesoxirribose) e fornecerem uma fonte de energia (glicose).

    A glicose forma-se a partir de:1. Quebra de Carboidratos na dieta (gros, vegetais amilceos e legumes) ou de estoques

    corporais (glicognio)2. Sntese endgena a partir de protenas ou da poro glicerol dos triglicerdeos

    Introduo

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  • 182

    Fontes de Carboidratos

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  • 183

    Carboidratos

    Quando o gasto energtico excede a ingesto calrica, a formao de glicose endgenaocorre a partir da quebra dos estoques de carboidratos e de fontes no-carboidratos(aminocidos, lactato e glicerol).

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  • Quando a ingesto de energia excede oseu gasto, o excesso convertido emgordura e glicognio paraarmazenamento no tecido adiposo e nofgado ou msculo, respectivamente.

    Carboidratos184

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  • 187

    Qumica

    Carboidratos

    Carboidratos so derivados aldedicos ou cetonas de lcooils poliidroxilados (mais de umgrupo OH) ou de compostos que produzem esses derivados quando hidrolisados.

    Tipo Exemplo

    Monossacardeos Glicose, galactose, frutose

    Dissacardeos Maltose = Glicose + GlicoseLactose = Glicose + GalactoseSacarose = Glicose + Frutose

    Polissacardeos AmidoGlicognioCelulose

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  • 188

    Amido e Glicognio

    Qumica

    Carboidratos

    O amido constitui a principal reserva glicdica vegetal, composto de amiloses (-1,4; no-ramificada) e amilopectinas (-1,4; ramificaes -1,6 a cada 24 a 30 resduos).

    O glicognio a reserva glicdica animal, e em muito se assemelha amilopectina, porm,possui mais ramificaes (a cada 8 ou 12 resduos de glicose).

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  • 189

    Qumica

    Carboidratos

    Glicoprotenas

    - Muitas protenas integrais de membrana possuem oligossacardeos covalentemente ligadosna regio extracelular, formando as glicoprotenas.Alm disso, muitas protenas que so secretadas, tais como anticorpos, hormnios e fatores decoagulao so glicoprotenas.

    - Uma funo biolgica das cadeias de carboidratos regular a vida til das protenas.Por exemplo, a perda dos resduos de cido silico da extremidade das cadeiasoligossacardicas nos eritrcitos resulta na remoo dos glbulos vermelhos do sangue.

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  • 190

    Os carboidratos tambm esto envolvidos nos reconhecimento clula-clula, na secreoe no direcionamento de protenas para domnios celulares especficos.

    Qumica

    Carboidratos

    Glicoprotenas

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  • 191

    Qumica

    Carboidratos

    Glicoprotenas

    As glicoprotenas de interesse especial so a Hemoglobina Glicada (GHb) e outras protenas(Albumina Glicada) que so utilizadas para monitorar o controle da glicemia a longo prazo empessoas com diabetes mellitus. Alm disso, a GHb uma medida de risco dodesenvolvimento de complicaes do diabetes.

    Quimicamente, a GLICAO a adio no enzimtica de um resduo de acar aos gruposamino de protenas.

    Obs.: NO CONFUNDIR GLICAO COM GLICOSILAO!

    REFUTE A IDIA DE QUE O TESTE O DA HEMOGLOBINA GLICOSILADA!

    A glicosilao um processo enzimtico, responsvel pela ligao de acares a protenas,lipdios e outras molculas orgnicas, produzindo diversos importantes biopolmeros.

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  • 192

    Qumica

    Carboidratos

    - A glicao da hemoglobina uma reao no-enzimtica dependente da concentrao deglicose no plasma.- Se d em duas etapas, sendo a primeira uma etapa reversvel e a segunda irreversvel

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  • Qumica

    Carboidratos

    A maioria dos testes quantifica a cetoamina estvel, visto que a concentrao da aldimina plenamente influenciada pela ingesto recente de carboidratos.

    193

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  • Qumica

    Carboidratos

    - A HbA composta por 4 cadeias polipeptdicas: 2 alfa e 2 beta

    - A anlise cromatogrfica da Hb A identifica vrias hemoglobinas menores:Hb A1a, Hb A1b, Hb A1c

    Tipos de Hb Adulta Humana Percentual

    Hb A (Hb A1 ou Hb rpida) 97

    Hb A2 2,5

    Hb F 0,5

    194

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  • Bioqumica e Fisiologia

    Carboidratos

    -Glicognese: converso da glicose em glicognio

    -Glicogenlise: processo reverso da glicognese

    -Gliconeognese: formao da glicose a partir de fontes no-glicdicas, tais comoaminocidos, glicerol ou lactato.

    -Gliclise: converso da glicose ou outras hexoses em lactato ou piruvato.A oxidao completa at CO2 e H2O ocorre atravs do Ciclo de Krebs e da Cadeia detransporte de Eltrons acoplada fosforilao oxidativa na mitocndria, gerando ATP.

    195

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  • 196

    Via Glicoltica

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  • Bioqumica e Fisiologia

    Carboidratos

    - Durante um breve jejum, ocorre a preveno de um grande declnio da concentrao deglicose sangunea atravs da quebra de glicognio armazenado no fgado e da sntese daglicose no fgado. Uma pequena quantidade de glicose tambm, pode ser produzida a partirde sntese renal (G6Pase).

    - Nos casos de jejum mais prolongado (> 42 h), a gliconeognese a responsvel poressencialmente toda a produo de glicose.

    - Independentemente das grandes flutuaes no suprimento e na demanda de carboidratos aconcentrao da glicose no sangue normalmente mantida em um intervalo estreito porhormnios que modulam o movimento da glicose dentro do corpo.

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  • Carboidratos: Bioqumica e Fisiologia

    InsulinaHormnio produzido pelas clulas das ilhotas de Langerhans (pncreas) que estimula acaptao da glicose pelos tecidos adiposo e muscular, promove a converso de glicose emglicognio ou gordura para armazenamento, inibe a produo de glicose pelo fgado, estimula asntese protica e inibe a quebra protica.

    198

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  • 199

  • Canetas descartveis de insulina

    Human Pen Memoir

    A caneta autobiogrfica ou Human pen memoirpode ajudar pacientes administrarem suasdosagens de insulina evitando assim uma overdose.O laboratrio farmacutico, Eli Lilly, emIndianapolis/EUA, inventou este injetor que naverdade esconde uma agulha hipodrmica. Integracartuchos de insulina que permitem o operadordiscar a quantia de insulina exata que necessitatomar. O HumaPen registra a dose, data e tempodas ltimas 16 injees tomadas. Assim o diabticono precisa preocupar-se caso esquea o nmerode doses injetadas.Preo: 45 dlares

    SQ Pen

    Administra a insulina sob pressoelevada em micro-jato, no tecidosubcutneo, o que permite que ainsulina penetre na pele, sem dor ede forma eficaz.Laboratrio: MediRex Pharma(Portugal)Preo: 260 euros

    Canetas de insulina200

  • 201

    201

    Regulao Hormonal da Glicose Sangunea

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  • 202

    Bioqumica Clnica - Prof. Tarcizio J.S. Filho, M.Sc