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ELEITOR DESANIMADO COM POLITICA EMBOLADISPUTA Corn alta taxa de rejeiggo dos principais. candidatos, corrida pel0 govern0 do Rio ngo tern favoritos

Luciana Nunes Leal 1 RIO

v arios candidatos com chances de chegar ao 2.O turno, uma briga sem trkgua entre PT e PMDB e a alta rejeiq3o dos concorrentes mar-

cam a disputa pel0 govern0 do Rio de Janeiro, terceiro colkgio eleitoral do Pais, com 12 milhbes devotantes. Esse quadro cria um constrangi- mento para a presidente Dilma Rousseff, candidata A reeleiqgo, que viu pane do PMDB migrar para a candidatura presidencial do tucano Akcio Neves, em resposta ao lanqa- mento do senador petista Lind- bergh Farias ao Palacio Guanabara, sede do Executivo fluminense.

0 governador Luiz Fernando Pe- z30 (PMDB), que assumiu em abril e disputaraareelei@o, promete apoiar Dilma, mis diz n3o ter como evitar o movimento "Aezb" (voto conjunto em Akcio e PeGo). "Estarnos com a presidente, mas tem limite. N3o va- mos ficar com carade paisagem escu- tando agressdes e provocaqdes. 0 PT estacriando urn climamuito ruim pa- ra a presidente e provoca as bases", diz PezBo, que tera na chapa o ante- cessor e padrinho politico, Sergio Ca- bral, candidato ao Senado.

0 rompimento entre PMDB e PT fluminenses ocorreu apos sete anoi e tr&s meses de uma alianqa que per- mitiu a parceria entre Uni3o e Esta- do, exaltada por Dilma a cada via- gem ao Rio. Lindbergh comeqou a prk-campanha com ataques ao go- verno ~abral , 'a quem acusa de ter dado atenqiio A elite e esquecido os pobres.Areaq30 foi imediata e o pre- sidente do PMDB estadual, Jorge Pic- ciani, passou a liderar a dissidencia.

Embora tenham sido protagonis- tas dos maiores embates ate agora, Pez3o e Lindbergh n b s3o os favori- tos. Pesquisa Ibope encomendada pela Federaqzo das Industrias do Rio de Janeiro (Fi rjan),realizadaen- tre 7 e 11 dejunho,mosrrao pre-can- didato do PR, o ex-governador An- thony Garotlnh, na lideranqa, com 18% das intenqdes de voto. 0 sena- 'dor e ex-ministro Marcelo Crivella (PRB) tem 16%. Pez3o tem 13% e Lindbergh, 11%. Em quinto aparece o ex-prefeito Cesar Maia (DEM),

com 8%. Miro Teixeira (PROS) e Tarci- sioMotta (PSOL) tiveram i%cada. Co- mo a margem de erro C de tr&s pontos porcentuais, Garotinho, Crivella e Pe- z5o est5o tecnicamente empatados.

Na tarde de anteontem, Miro abriu in50 da prC-candidatura ao governo.e,

, em carta a direq5o do PROS, disse que n5o havia "ambienten parauma coliga- $50 com o PSB. 0 diretono local do partido de Eduardo Campos resistia a alianqa, alegando que a prC-canclidatu- ra de Miro n50 decolou, o que ameaqa- ria a campanha dos deputados da sigla. Apds a desisdncia de Miro, o diretorio

estadual do PT no Rio anunciou alian- qacomo PSB. Convenq50 realizadaon- tem que confirmou a candidatura de Lindbergh tambCm aprovou acandida- tura do deputado Romano (PSB) ao Senado na chapa do petista.

0 PSDB n5o definiu se entrara na campanha de Pez50 ou se fara alianqa corn o DEM de Cesar Maia. 0 ex-prefei- to recusou sugest50 de Akcio de desis- tir da disputa e apoiar o governador. "N2o ha hip6tese de o DEM se aliar ao PMDB. Fazemos oposiqgo ha oito anos, seriaumavergonha", disse Maia.

Nulo ou branco. 0 que mais desafia os prk-candidatos C a alta proporq2o de eleitores que, atrCs meses e meio da eleiqgo, pretendem votar em branco ou nulo: 27%. E um porcentual elevado se comparado a pesquisas de outras campanhas, quando brancos e nulos ficavam em torno de 20% nesta Cpoca.

0 Ibope tambkm mostrou que. a ex- ceq5o de Crivella, todos os candidatos tCm rejeiq5o maior que a inten950 de voto. Garotinho esth em primeiro no quesito, com p%de entrevistados que n5ovotariam nele em nenhuma hipote- se. Cesar Maia k rejeitado por 24%, Pe- z5o por 18% e Lindbergh por 14%.

A revolta do eleitorado fluminense se explica em grande parte pel0 com- portamento de SCrgio Cabral, que viu

as realizaqdes de sua administraqzo, como as Unidades de Policia Pacifica~ doras (UPPS) e a retomada de investi- mentos, ofuscadas por viagens luxuo- sas para a Europa, em companhia de empresarios prestadores de serviqo ao Estado, e pelo uso de helicopter0 ofi- cia1 para transportar a familia para a casa de veraneio. Cabral chegou a ape- nas 18% de avaliaq5o boa/6tima, segun- do pesquisa CNI/Ibope de dezembro, ainda em reflex0 dos protestos inicia- dos no meio do ano passado. Na pes- quisamais recente, porkm, Cabral lide- ra entre os prk-candidatos ao Senado, com 26%, seguido por Romano (22%).

"N5o me lembro de ter visto uma eleiq5o t5o aberta, com auskncia de fa- voritos. Esta e uma caracteristica das eleiqdes na capital, mas, no Estado, a essa altura, em geral, ja existiria uma bipolariiaq50", diz o cientista politico Jairo Nicolau, professor da Universida- de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Embora ressalte a dificuldade de fazer previsdes com um quadro t50 incerto, o professor crC que o 2.O turno seradis- putado entre Garotinho ou Crivella de um lado e Peziio ou Lindbergh de ou- tro. Garotinho e Crivella s5o fortes en- tre os evangklicos; Pezgo e Lindbergh disputam o eleitorado de renda mCdia da capital e regib metropolitana.

0 cientista politico afirma que, entre

os quatro principais candidatos, Lindbergh e Crivella silo osUcarisma- ticos". Pez5o e Garotinho far50 "uma disputa de gest50n. Embora a populaq50 do Rio sigaa tendenciana- cional e aponte a saude como maior problema, a seguranqa estarano cen- tro do debate, aponta Jairo Nicolau.

A campanha ocorre no momento emque as UPPs est5o emxeque. Ata- ques de bandidos as unidades tCm sido constantes. So neste ano, 25po- liciais foram feridos e quatro foram mortos em favelas pacificadas. S5o crescentes tambkm as denuncias de violencia policial cometidas contra moradores, quevieram atona com a morte do pedreiro Amarildo de Sou- za, desaparecido desde julho do ano passado, depois de ter sido aborda- do por policiais da UPP. Seu corpo jamais foi encontrado.

Cabral e Peziio tambkm s50 cobra- dos por n5o terem levado na mesma medida beneficios sociais e infraes- trutura as comunidades pacifica- das. Pez5o argumentaque o projeto das UPPs ainda sera aperfeiqoado, especialmente com a formaq5o de novos policiais, epromete levar me- lhorias as favelas. Seus opositores s5o sempre cautelosos e falam em "aperfeiqoar" as UPPs, masreconhe- cem os mCritos da pacificaq50.

MarceloCrivella, 56ANos

.PRe . . . Senadof reeleito, foi ministro da Pesca

na gesteo Dilrna Rousseff. ' . I ' ' '

Luiz Fernando PezBo, s s n ~ o z .. - I - PMDB ,

0 Atual governador, f o ~ vice de'S6rgio Ca- bra1 e prefeito de P~rai (RJI pocduas vezes.

-~ 0 ~enadod~foi.d,~putad? federal e prefeito-

! de Nova Igu& , . . , iRJI por dois,mandatos. I . . , . I , . > .

Atos derrubam indices de Cabral A passeata de 20 de junho de 2013, dia seguinte a revogaqb do aumento do Bnibus' pel0 prefeito Eduardo Paes (PMDB), entrou para a hist6ria da cidade ao lado de manifestaqdes dontra a ditadu- ra militar e pelas Diretas-Ja. Pelo menos 300 mil pessoas sairam da

Candeliria, no centro, em direqao a sede da prefeitura - os otganizadores falaram em 1 milhao de participantes.

Durante duas horas, o protest0 foi pacifico, com reivindicaqdes que iam de mehr ias em saude e educaqao a criticas ao entao governador Skrgio Cabral (PMDB). No final, porkm, con- f ron t~ entre ativistas e policiais dei- xou 55 feridos ou intoxicados por gas 1acrimogCneo e sete presos. AgCncias bancarias, abrigos de hibus e re16-

gios eletrhicos foram destruidos ao longo da Avenida Presidente Vargas.

Na zona sul, o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, morto ap6s ser abordado por policiais da UPP da Rocinha, motivou passeatas e o movimento "CadC Amarildo??, com adesao de intelectuais e celebridades. 0 s protestos dermbaram a populari- dade de Cabral, que durante 36 dias viu urn grupo acampar na esquina da rua onde mora, no Leblon (zona sul).