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ANA EMÍLIA MANGANARI UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO

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ANA EMÍLIA MANGANARI

UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA DO ENSINO MÉDIO

Londrina2013

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ANA EMÍLIA MANGANARI

UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA DO ENSINO MÉDIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura em Educação Física do Departamento de Estudos do Movimento Humano da Universidade Estadual de Londrina, para obtenção do título de Licenciada em Educação Física sob orientação do Profº. Dr. José Augusto Victoria Palma.

Londrina2013

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ANA EMÍLIA MANGANARI

UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO

FÍSICA NO ENSINO MÉDIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Licenciatura em Educação Física do Departamento de Estudos do Movimento Humano da Universidade Estadual de Londrina, para obtenção do título de Licenciada em Educação Física.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________Dr. Jose Augusto Victoria Palma

Professor OrientadorUniversidade Estadual de Londrina

____________________________________Dr. Ângela Pereira Teixeira Victoria Palma

Professora Componente da BancaUniversidade Estadual de Londrina

____________________________________Me. Thiago Pelegrini

Professor Componente da BancaUniversidade Estadual de Londrina

Londrina, 06 de Dezembro de 2013.

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Dedico este trabalho a Deus que me deu forças para conseguir concluí-lo mesmo diante dos obstáculos e das barreiras que se encontraram em meu caminho. Nos momentos mais difíceis, sinto como se Ele tivesse segurado em minha mão e me ajudado a escrever quando eu já não encontrava mais as palavras certas. Obrigada Senhor Jesus, pela graça e vitória alcançada em minha vida. Obrigada Nossa Senhora Aparecida, pelas intercessões junto a Deus para a conclusão desse curso. Amém!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço muito a Deus que ao

longo desses anos me conduziu pelo caminho

que muitas vezes eu havia me perdido, me

mostrando novamente a direção certa e me

dando a paciência, a calma e a força de

vontade necessária para conquistar meus

objetivos. Sem Ele, eu não teria conseguido.

A minha família, por acreditar

em mim mesmo quando eu não acreditava

mais. Principalmente a minha mãe Maria

Helena de Freitas Manganari, que sempre

sonhou com o término da minha Faculdade, ao

meu irmão Lucas Henrique de Freitas

Manganari, pessoa pela qual eu tentei dar o

meu melhor para que ele sentisse orgulho de

mim, e ao meu pai Ademir Antonio Manganari,

que passa por um momento complicado de

saúde, tenho certeza que irá se orgulhar de

mim.

Agradeço aos meus amigos

que estiveram ao meu lado durante a incrível

jornada, compartilhando diversos momentos

fossem eles felizes, tristes, angustiantes,

momentos de cansaço, mas enfim, sei que

estavam torcendo por mim. Agradeço aos

meus colegas de curso tanto da turma de 2006

que passamos quatro anos juntos, quanto à

turma de 2010 que me acolheu de braços

abertos, sem essas pessoas eu não teria tido

forças para continuar. Obrigada pelas palavras

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de incentivo que ficarão para sempre em meu

coração.

Ao meu orientador Dr. Jose

Augusto Victoria Palma, por aceitar essa

empreitada difícil ao meu lado e me apoiar na

construção deste trabalho, a quem devo

desculpas, pois deveria ter me dedicado mais

mesmo nas difíceis circunstâncias desse ano

de elaboração,

Agradeço a todos os

professores da UEL que me ajudaram ao longo

da minha formação, especialmente Ângela

Pereira Teixeira Victória Palma, Ana Claudia

Saladini, Gisele Franco de Lima Santos,

Débora Beatriz Martins e Thiago Pelegrini.

Obrigada por tudo! Que Deus abençoe a vida,

a família e a carreira profissional de todos

vocês. Agradeço também aos professores que

participaram dessa pesquisa, especialmente o

professor Ronaldo Pereira Leme.

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De tudo, ficaram três coisas: A certeza de que estamos começando...A certeza de que é preciso continuar...E a certeza de podemos ser interrompidos antes de terminar. Façamos da interrupção, um caminho novo... Da queda, um passo de dança... Do medo, uma escada...Do sonho, uma ponte... Da procura... um encontro!

(Fernando Sabino)

MEU UNIVERSO ♫♪

Que sejas meu universoNão quero dar-te só um pouco do meu tempo

Não quero dar-te um dia apenas da semana

Que sejas meu universoNão quero dar-te as palavras como gotas

Quero que saia um dilúvio de bênçãos da minha boca

Que sejas meu universo

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Que sejas tudo o que sinto e o que pensoQue de manhã seja o primeiro pensamento

E a luz em minha janela

Que sejas meu universoQue enchas cada um dos meus pensamentos

Que a tua presença e o teu poder sejam alimentoJesus este é o meu desejo

Que sejas meu universoNão quero dar-te só uma parte dos meus anos

Te quero dono do meu tempo e dos meus planos

Que sejas meu universoNão quero a minha vontade

Quero agradar-teE cada sonho que há em mim quero entregar-te!!!

Que sejas meu universoQue sejas tudo o que sinto e o que penso

Que de manhã seja o primeiro pensamentoE a luz em minha janela

Que sejas meu universoQue enchas cada um dos meus pensamentos

Que a tua presença e o teu poder sejam alimentoJesus este é o meu desejo

Que sejas meu universoQue sejas meu universoQue sejas meu universo

Compositor: Jesus A. Romero

Senhor... Seja tudo que tenho que sou, está nas Tuas mãos... Amém!

MANGANARI, Ana Emília. Utilização do Livro Didático Público Como Ferramenta de Ensino Nas Aulas de Educação Física no Ensino Médio. 2013. 56 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Educação Física – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013.

RESUMO

As aulas na disciplina de Educação Física, históricamente foram ministradas sem o auxílio de um livro didático, porém, no ano de 2006 foi implantado na Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná um Livro Didático Público de Educação Física para o estudante. O livro foi elaborado em prol do aluno mas também do professor. Cada estudante do Ensino Médio recebeu seu exemplar e pode utilizar durante os três

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anos de escolarização. Os professores pudeream ter um dircionamento maior para sua prática pedagógica tanto para ministrar suas aulas e planejá-las. O Livro foi criado apenas para este segmento de ensino, Este trabalho tem como finalidade analisar a utilização do Livro Didático Público de Educação Física do Paraná nas aulas do Ensino Médio. Partimos do seguinte questionamento: Qual o sginificado do Livro didático Público de Educação Física do Ensino Médio para os professores desse componente curricular? Para a concretização desse estudo, foi utilizada a pesquisa de campo qualitativa, por meio de entrevista semi-estruturada afim de analisar quais os valores atribuídos ao Livro Didático Público de Educação Física pelos docentes dessa disciplina na Rede Estadual de Ensino da cidade de Londrina/PR. Essa entrevista ocorreu com seis professores, cinco atuantes a mais de 10 anos na área, assim poderão ter uma visão do antes e depois da implantação do livro e um sexto professor que é o responsável pela discplina no Núcleo Regional de Educação. Ocorre uma grande polêmica, em torno da utilização do material didático, utilizá-lo ou não? Ele é bom ou ruim? Enfim, muitos docentes, discentes e a sociedade em sua maioria, entendem a disciplina de Educação Física apenas como uma prática esportiva, sem necessidade de uma reflexão por parte dos alunos para tomarem consciência de suas ações, do seu movimentar-se, por isso ocorreu uma certa resistência para implantar uma ferramenta de ensino como o livro na disciplina. A fim de mudar esta visão deturpada da Educação Física nas escolas, o Livro Didático Público é um material que auxilia o docente em sua prática pedagógica, promovendo a contextualização e uma reflexão crítica dos alunos referente aos saberes ensinados nas aulas. O resultado da pesquisa, indicou que os professores de Educação Física entenderam o Livro como um grande avanço para a disciplina, e que a área precisava de uma mudança para buscar ainda mais sua legitimidade no âmbito escolar. Constatamos que eles utilizam o material e o consideram os conteúdos importantes para suas aulas.

Palavras-chave: Educação Física, Livro Didático, Ensino Médio, Formação de Professores.

MANGANARI, Ana Emília. Use of Textbooks as a Tool for Public Education In Physical Education classes in high school. 2013.56 p. Work for the Conclusion Course in Physical Education - State University of Londrina, Londrina, 2013.

ABSTRACT

Classes in Physical Education, historically have been taught without the aid of a textbook, but in 2006 was implanted in State Schools in the State of Paraná one Textbook of Public Physical Education for the student. The book has been prepared on behalf of the student but also the teacher. Each high school student received your copy and you can use during the three years of schooling. Teachers have a greater pudeream to their practice dircionamento much to teach their classes and plan for

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them. The book was created just for this segment of education, this paper aims to analyze the use of the Textbook of Public Physical Education of Paraná classes of high school. We start with the following question: What sginificado Textbook of Public Physical Education of the High School for teachers of this curriculum component? To achieve this study, qualitative field research, through semi-structured interviews in order to analyze which values assigned to the Textbook of Public Physical Education teachers of this discipline in the State Schools of Londrina/PR was used. This interview was conducted with six teachers, five active for more than 10 years in the area, so may have a view of before and after implantation of the book and a sixth teacher who is responsible for discplina the Regional Education Center. Is a great controversy around the use of teaching materials, use it or not? He is good or bad? Finally, many teachers, students and society mostly understand the discipline of Physical Education only as a sports practice without need for reflection by students to be aware of your actions, your move, so there was a certain reluctance to deploy a teaching tool as the book in the discipline. In order to change this distorted view of physical education in schools, the Public Textbook is a material that assists teachers in their teaching, promoting critical reflection and contextualization of the students regarding the knowledge taught in class. The survey results indicated that physical education teachers understand the book as a major breakthrough for the discipline, and that the area needed a change to get even more legitimacy in the school. We note that they use the material and consider the important content for their classes.

Keywords: Physical Education, Textbook, Secondary Education, Teacher Training.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Perfil dos Professores.............................................................................30

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LDP – Livro Didático Público

E.M. – Ensino Médio

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional

SEED-PR – Secretaria Estadual de Educação do Paraná

REA – Recursos Educacionais Abertos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................................12

CAPÍTULO I..............................................................................................................14

1 EDUCAÇÃO FÍSICA NO AMBITO ESCOLAR.....................................................14

1.1 A EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO MÉDIO..................17

CAPÍTULO II.............................................................................................................22

2 LIVRO DIDÁTICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO.......................................22

2.1 O LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO DO

PARANÁ: PROJETO FOLHAS..................................................................................23

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGCOS...............................................................27

4. ANÁLISE DADOS.................................................................................................29

4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:.................................................30

CONCLUSÃO............................................................................................................36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................38

APÊNDICES..............................................................................................................41

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.............43

APÊNDICE B - QUESTÕES NORTEADORAS PARA A ENTREVISTA....................46

APÊNDICE C - TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS.............................................49

APÊNDICE D - ENTREVISTA COLABORATIVA......................................................54

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho é resultado de uma preocupação que ocorreu durante a

minha formação acadêmica em Educação Física - Licenciatura na Universidade

Estadual de Londrina. Através da experiência com o estágio curricular supervisionado

no Ensino Médio identifiquei que os alunos e até mesmo alguns professores da Rede

Estadual de Educação, temiam que as aulas de Educação Física fossem todas em

“sala de aula” se regidas pelo Livro Didático.

No período dos estágios, notei que a maioria das aulas de Educação

Física eram apenas práticas esportivas, sem reflexão alguma sobre a ação do aluno, A

prática da escrita, da leitura, de discussões, entre outras, não são muito exploradas nas

escolas. Desse modo, me indaguei sobre: qual o sginificado do Livro Didático Público

de Educação Física do Ensino Médio para os professores desse componente

curricular? O que se tornou a problemática desse estudo de campo.

O objetivo geral foi analisar de que forma o livro didático está inserido,

pelos professores de Educação Física, na prática pedagógica. Referente aos objetivos

específicos, foram analisar a concepção que os professores têm sobre o Livro Didático

de Educação Física do Estado do Paraná, a importância que os professores atribuem a

esse material didático em suas aulas, como foi realizada a distribuição do material

didático e identificar se os professores estão utilizando ou não essa ferramenta de

ensino.

O LDP foi desenvolvido pelo Governo Estadual do Paraná através de

um projeto, o “Folhas”, que é um Programa de Formação Continuada dos Profissionais

da Educação e que propõe uma metodologia específica de produção de material

didático como forma de viabilizar a pesquisa dos saberes e fundamentos teórico-

metodológicos das disciplinas que compõem a matriz curricular da Educação Básica da

escola pública paranaense. Espera-se que, por meio desta metodologia de produção de

material didático, seja desenvolvida uma prática de pesquisa no cotidiano escolar e

sejam implementadas as Diretrizes Curriculares para Educação Básica da rede pública

de ensino do Estado do Paraná. O resultado deste processo são textos de material

didático, chamados Folhas, dirigidos aos estudantes da Educação Básica. Ou seja, o

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livro foi elaborado para o aluno, e todos os estudantes do E.M. receberam o material.

Estamos tratando apenas do E.M pois foi a única modalidade de ensino favorecida com

o LDP, a educação infantil e o ensino fundamental não foram privilegiados com a

elaboração de uma ferramenta de ensino desse porte.

Essa estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo, onde foi

realizada uma entrevista semi-estruturada com cinco professores do ensino médio da

Rede Estadual de Ensino do Paraná, atuantes no município de Londrina e com pelo

menos dez anos de atuação no âmbito escolar.

O presente trabalho foi estruturado em dois capítulos, sendo que no

primeiro capítulo, foi abordada a Educação Física no âmbito escolar. Partimos das

questões históricas e mudanças que ocorreram com o passar do tempo e de que forma

está estruturado o ensino hoje, visamos compreender as propostas de um ensino mais

critico e reflexivo para aulas de Educação Física. Ainda no primeiro capítulo, falamos

sobre a relação da Educação Física com o E.M, qual o papel e as finalidades da

disciplina nessa fase de ensino. No segundo capítulo, colocamos em questão o Livro

Didático Público do Paraná, analisando o surgimento, o seu objetivo e de que forma

surgiu essa ideia de se criar um LDP para a disciplina de Educação Física utilizar como

ferramenta de Ensino. Em seguida está a metodologia utilizada na produção da

pesquisa e finalizamos com a análise de dados, onde foi analisado os resultados

obtidos.

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CAPÍTULO I

1. EDUCAÇÃO FÍSICA NO AMBITO ESCOLAR

A Educação Física está incluída, no rol das disciplinas que fazem parte do

currículo das escolas responsáveis pela Educação regular, por meio de leis de ordem

Federal e Estadual, sendo estas criadas conforme necessidades que surgem em

função das realidades vividas pelo país e pelo mundo.

Ao longo da história, podemos afirmar que a Educação Física no Brasil

teve diversas influências na sua prática de ensino. Por exemplo, as quatro primeiras

décadas do século XX foram marcantes no sistema educacional a influência dos

métodos ginásticos e da instituição militar. Sendo assim, nessa perspectiva podemos

considerar que: [...] a Educação Física na escola, no decorrer dos anos, assumiu certas concepções e funções de acordo com as tendências de ensino que a orientava, tais como: higienista, biologicista, pedagogicista, tecnicista, entre outras. (MASIERO, 2010. p.31)

A Teoria Tecnicista fora Implantada à partir dos anos 1960, por influência dos

grupos políticos dominantes que compreendiam o esporte como complemento da ação

das pessoas inseridas na escola, ou seja, o ensino com a prática esportiva voltada “[...]

para a educação do indivíduo para a obediência de regras e ensinam a vencer por meio

do esforço individual, convivendo, assim, com vitórias e derrotas” (Palma, et al 2010,

p.41).

Para podermos analisar a situação legal e atual da Educação Física escolar,

teremos que retomar seu contexto histórico no Brasil, a princípio, a área da educação

Física foi tratada apenas como área de atividade, ao pensarmos em área de atividade

ligamos isso diretamente com atividades práticas. Era considerada uma disciplina não

pensante e que não fazia parte integrantemente da formação dos alunos, menos ainda

buscava a compreensão de conhecimentos e saberes, mas sim estava voltada apenas

à Educação do Físico por si só.

A Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (LDBEN) nº 4.024 de

20 de dezembro de 1961, legalizou a Educação Física na escola:

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Art. 22. - Será obrigatória a prática da Educação Física nos cursos primário e médio, até a idade de 18 anos.

Art. 22. - Será obrigatória a prática da Educação Física em todos os níveis e ramos de escolarização, com predominância esportiva no ensino superior. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 705, de 1969)

“Nessa legislação, a Educação Física ganha espaço como área de

atividade, permanecendo seu caráter instrumental e utilitarista” (PALMA, et al 2010,

p.41).

Portanto, compreendia-se a Educação Física como área de atividade

que por meio de seus “processos e técnicas desperta, desenvolve e aprimora a forças

físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais dos educando (constituindo-se em) um dos

fatores básicos para a conquista das finalidades da Educação Nacional” (CASTELLANI

FILHO, 2004, p.104).

Nessa perspectiva, a Educação Física:

[...] enquanto “matéria curricular” incorporada aos currículos sob forma de atividade – ação não expressiva de uma reflexão teórica, caracterizando-se, dessa forma, no “fazer pelo fazer” – explica e acaba por justificar sua presença na instituição escolar, não como um campo do conhecimento dotado de um saber que lhe é próprio, específico – cuja apreensão por parte dos alunos refletiria parte essencial da formação integral dos mesmos, sem a qual, esta não daria – mas sim enquanto uma mera experiência limitada em si mesma, destituída do exercício da sistematização e compreensão do conhecimento existente apenas empiricamente, como tal, faz reforçar a percepção da Educação Física acoplada, mecanicamente, à “Educação do Físico” (CASTELLANI FILHO, 2004, p.108).

Portanto, podemos constatar que entre a década de 60 a 90 do século

XX a Educação Física era considerada como uma área de atividade que visava

descobrir talentos esportivos na finalidade de selecionar os melhores e mais aptos para

representar o país em competições importantes pelo mundo.

Desta maneira, consideramos que:

Essa influência do esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, então, não o esporte da escola mais sim o esporte na escola. Isso indica a subordinação da educação física aos códigos/sentidos da instituição esportivas, caracterizando-se o esporte na escola como um prolongamento da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Esses códigos podem ser resumidos em: princípios de rendimento, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitoria, racionalização de meios e técnicas etc (SOARES et al,1992, p.54).

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Com um novo cenário político do Brasil, a partir de 1985 surgiram novas

propostas para a Educação Física escolar, e com isso, passaram a emergir diversas

críticas contrárias ao modelo que vinha sendo seguido nas aulas da disciplina, “[...]

dentre as quais se podem destacar o seu caráter recreativo, descompromissado e

alienante, ou sua ligação com o rendimento máximo somente de alguns alunos.”

(DARIDO; JUNIOR, 2006, p.13-14).

Em 20 de dezembro de 1996, a Educação Física passou a ser

compreendida como componente curricular obrigatório com a aprovação e a

promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) 9.394 que

institui a Educação Física como componente curricular obrigatório:

Art. 26. § 3º -  A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 01/12/2003)

II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 01/12/2003)

III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 01/12/2003)

IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 01/12/2003)

V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 01/12/2003)

VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 01/12/2003)

Entendo que é dever da escola compreender a Educação Física como

disciplina escolar e promover aos alunos essa percepção.

Ao considerar a Educação Física como matéria do currículo escolar, entendemos que ela não pode ter tarefas diferentes dos demais componentes do contexto, muito embora apresente particularidades (saberes) que são próprias da área. Portanto, ela deve ser considerada como uma matéria escolar que objetiva o ensino de conhecimentos, sendo o movimento culturalmente construído seu referencial primário. (PALMA, et al, 2010 p.30).

Conforme a citação acima, pode-se afirmar que a Educação Física é

uma disciplina escolar como as outras mais tradicionais, e que deve contribuir com o

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processo de transmissão do conhecimento e dos saberes que foram culturalmente

construídos pelo homem, proporcionando a formação de cidadãos críticos e

participativos que deverão atuar na sociedade, produzindo e transformando

conhecimentos para o benefício da mesma.

Entretanto, ainda encontramos profissionais que pensam e tratam as

aulas de Educação Física apenas como “a prática pela prática”, muitos ainda entendem

a Educação Física apenas como área de atividade ou uma disciplina recreativa na

escola. Isso ainda está muito ligado ao senso comum, onde acabamos percebendo que

de um modo geral, a sociedade pensa que a Educação Física cuida apenas do corpo

por si só e não do homem que se movimenta, do sujeito que pensa, age, que é

psicológico, afetivo, cognitivo, social e motor. 

[...] em muitas escolas, a identidade das aulas de Educação Física é representada unicamente como aula de práticas corporais, local e momento para realização de brincadeiras e esportes [...] (NEIRA, 2007, p.22).

Podemos perceber, que a mudança de pensamento em relação à área

da Educação Física na escola te se dado através de um processo bastante lento e

difícil que timidamente começou a aparecer no final do século XX. Visando essa

derrubada de barreiras, o professor será de fundamental importância para a disciplina

alcançar sua legitimidade. Sendo assim, deverá romper padrões do tradicionalismo

onde a Educação Física era apenas um tempo para brincadeiras, jogos e práticas

esportivas. O professor deve propiciar aos alunos aulas diversificadas utilizando

diferentes estratégias de ensino a fim de conquistar a atenção dos alunos para uma

Educação Física além das linhas de uma quadra.

1.1 A EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA RELAÇÃO COM O ENSINO MÉDIO

No Brasil, o Ensino Médio é a etapa final da educação básica e integraliza a

formação que todo brasileiro deve ter para enfrentar com melhores condições a vida

adulta. De acordo com as finalidades do Ensino Médio, postas na Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDBEN), isto significa assegurar a todos os cidadãos a

oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino

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fundamental, aprimorar o educando como pessoa humana, possibilitar o

prosseguimento de estudos, garantir a preparação básica para o trabalho e a cidadania

e dotar o educando dos instrumentos que lhe permitam continuar aprendendo, tendo

em vista o desenvolvimento da compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos

dos processos produtivos.

Em um estudo interessante, Daólio (1986), procurou levantar a importância

da Educação Física para o adolescente que trabalha numa perspectiva psicológica. O

autor propõe que as aulas de Educação Física para o aluno/trabalhador ofereça uma

oportunidade para uma atividade pessoal, em contrapartida ao trabalho. Uma Educação

Física que permita ao adolescente um relaxamento, com a intenção de fazê-lo perceber

seu corpo e capacitá-lo a controlar esse corpo, em oposição ao automatismo que o

trabalho muitas vezes exige. Uma Educação Física que permita ao aluno a prática de

atividades prazerosas, em oposição à rigidez e ao caráter repressivo de muitos

trabalhos. Aulas que permitam aos alunos convivência e relacionamento em grupo, já

que o trabalho muitas vezes, não permite estas possibilidades, e também aulas que

permitam uma aprendizagem globalizante, que aliem o cognitivo ao afetivo-vivencial.

Até o ano de 1996, a Educação Física do Ensino Médio era regida pela Lei nº

5.692 de 11 de agosto de 1971, que em seu artigo 7 descrevia: “Será obrigatória a

inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e

Programas de saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º

grau”.

Atualmente, a Educação Física no Ensino Médio, contemplada na nova Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu artigo 26, no parágrafo 3º,

estabelece: “A Educação Física integrada à proposta pedagógica da escola, é

componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao

aluno:

I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;

II – maior de trinta anos de idade;

III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver

obrigado à prática da educação física;

IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;

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V – (VETADO)

VI – que tenha prole.

A Educação Física no Ensino Médio, e em especial no noturno, encontra-se

em uma situação não muito valorizada, parece não ser de fundamental importância à

educação do aluno, pois, amparado pela Lei 10.793 - de 1º de Dezembro de 2003 pode

receber dispensa das aulas práticas. O inaceitável é que isso ocorre apenas com as

aulas de Educação Física, nas outras disciplinas não tem opção de escolha, caso não

freqüente as aulas, o mesmo será reprovado na série.

Com a LDB/1996, que regulamenta a Educação Brasileira, a Educação

Física, como parte integrante desta educação, está passando por um processo de

repensar qual o seu papel dentro da Escola, frente às mudanças que esta Lei trouxe

para a disciplina.

Através de vários estudos como, por exemplo, EDUCAÇÃO FÍSICA NO

ENSINO MÉDIO: REFLEXÕES E AÇÕES de Darido, notou-se que, hoje, a Educação

Física, e em especial a do Ensino Médio, em muitos momentos é um componente

curricular que não possui grande valia, chegando até, por muitas vezes, a ser excluída

dos projetos políticos pedagógicos de algumas escolas. Nas palavras de Santin (1987,

p.46):

A Educação Física nem sempre foi considerada de capital importância, nem mesmo por alguns de seus profissionais, porque não é posta como uma real educação humana, mas apenas como suporte para atividades esportivas, acabou sendo uma disciplina dispensável.

Segundo Mattos & Neira (2000, p.25):

[...] para inserir a Educação Física dentro do currículo escolar e colocá-la no mesmo grau de importância das outras áreas conhecimento é através da fundamentação teórica, da vinculação das aulas com os objetivos do trabalho, da não improvisação e, principalmente, da elaboração de um plano que atenda às necessidades, interesses e motivação dos alunos.

A Educação Física está lutando por sua legitimidade, querendo conquistar

um lugar de respeito junto aos demais componentes curriculares, está em busca de

seus princípios fundamentais, questionando quais são seus objetivos, seus conteúdos,

suas metodologias de modo a dizer da sua importância junto aos demais saberes

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escolares, está lutando para ser compreendida como parte integrante da cultura, enfim,

como um componente que prime pela produção da cultura do educando.

A Educação Física deve fazer parte da educação como um todo, não sendo

considerada uma matéria à parte do currículo das escolas, mas uma matéria rica para o

desenvolvimento cognitivo, físico e psicossocial do aluno do Ensino Médio e das

demais fases do ensino.

Observa-se através da experiência em estágios, debates entre colegas de

sala, que a Educação Física carrega uma grande influência do fenômeno esporte em

sua prática escolar. Desse modo, muitos alunos levados pelo senso comum acabam

por “igualarem” a Educação Física ao Esporte, é como se fosse uma coisa só,

principalmente no Ensino Médio. Nota-se uma rejeição por parte dos alunos pelas aulas

onde a Educação Física sai da linha do Esporte coletivo (Voleibol, Basquetebol, Futebol

e Handebol), e não poderia ser diferente, todos os anos aprenderam as mesmas

coisas, possivelmente, em virtude das limitações com relação a materiais, espaços

físicos inadequados, ou até mesmo ao despreparo ou falta de vontade dos professores.

Eles acabam por se renderem apenas ao “jogo”. Mesmo assim, é visível que os

adolescentes encontram-se descontentes com os conteúdos ou com a forma de

atuação dos professores. Os conteúdos, na maioria das aulas, são realizados sem se

saber o porquê ou para que. Para estes alunos, a Educação Física acabou se tornando,

uma atividade sem muita contribuição para o seu crescimento pessoal.

Segundo MOYA (2008, pg. 13):

Considerando que o aluno hoje passa doze anos de sua escolarização, sendo nove anos no Ensino Fundamental, mais três anos que compõem o Ensino Médio, vivenciando esses esportes clássicos, não é de se estranhar que alguns alunos apontem a disciplina como repetitiva, mecanicista, um momento de lazer, desconectada da especificidade da escola e sua relação com o saber, entre outros.

Neira (2007) compreende que qualquer aula de Educação Física que não

apresente práticas esportivas e/ou corporais será negada e entendida como diferente

ou até mesmo não sendo aula de Educação Física, nesse âmbito, por incentivar novas

práticas diferentes das tradicionais, as mudanças podem gerar uma forte resistência e

falta de interesse por parte dos alunos. Mais adiante, agrega que “se o professor

pretende desenvolver um tema específico fazendo uso do quadro-negro ou de um

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cartaz pode ouvir dos alunos comentários críticos sobre sua proposta”. Muitas vezes,

percebemos que não somente os alunos, mas também outros membros do corpo

docente, a equipe pedagógica e os pais dos alunos entre outros que não compreendem

ou não conhecem a disciplina Educação Física e seus reais objetivos na escola, podem

ter essa aversão a uma aula diversificada.

Podemos afirmar que o professor de Educação Física que tem a capacidade

de modificar sua ação docente e não de seguir apenas o comum (práticas esportivas)

possivelmente serão criticados ao fugir do padrão esperado. Esperamos um

compromisso do professor com o processo de ensino e aprendizagem dos alunos,

afinal, em sua ação docente, cabe a ele o planejamento das aulas, a organização e

sistematização dos conteúdos, os objetivos a se alcançar e a intervenção durante o

período da aula.

Não queremos negar ou substituir o esporte e as práticas corporais nas aulas

de Educação Física, ao contrário queremos enfatizar [...] a riqueza de conteúdos que a

Educação Física pode utilizar em seu ensino, superando a mesmice adotada pelo

sistema escolar [...] (PALMA, et al, 2010 p.56).

O professor deve buscar conhecimentos que superem o modelo tradicional

de ensino, sempre desejando alcançar a formação do estudante crítico, autônomo e

emancipado, que transforme e atue de forma participativa em sua sociedade.

Conforme Caldeira (2001), o processo de formação deve ser entendido como

inacabado e em constante transformação e a escola reconhecida como espaço

privilegiado de formação profissional. Isso reforça que a docência é um processo de

formação contínuo, que deve durar toda a vida profissional. Os alunos no Ensino Médio

estão prestes a concluírem uma etapa importante de suas vidas e possivelmente irão

adentrar em outra etapa que seria o Ensino Superior, o professor faz parte

integralmente dessa transição, por isso tem uma responsabilidade tremenda para com

a formação de bons estudantes.

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CAPITULO II

2. LIVRO DIDÁTICO COMO FERRAMENTA DE ENSINO

Designamos como ferramentas de ensino todos os meios e recursos

materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para a organização e condução

metódica do processo de ensino aprendizagem. Alguns autores classificam como meio

de ensino manuais e livros didáticos; rádio cinema, televisão; recursos naturais (objetos

e fenômenos da natureza); recursos da localidade (biblioteca, museu, indústria, etc.),

entre outros.

O Livro Didático é um material para dar suporte aos professores em sua

prática pedagógica, visando auxiliar nas escolhas dos conteúdos, no planejamento e na

ação docente.

DARIDO. et. al. 2010, p.452:Entende o livro didático como um material intimamente ligado ao processo de ensino-aprendizagem, ou seja, elaborado e produzido com a intenção de auxiliar as necessidades de planejamento, intervenção e avaliação do professor, bem como de contribuir para as aprendizagens dos alunos.

O Livro Didático deve auxiliar a prática educativa do professor, sendo

assim, de forma alguma devemos usá-lo como um manual e menos ainda sermos

reféns apenas dos conhecimentos apresentados, mas devemos tentar complementá-lo

com novos conhecimentos.[...] o livro didático faz parte do ambiente de ensino e aprendizagem e os conteúdos, exercícios e atividades didáticas que sugere, refletem uma cultura escolar, estabelecendo relações de mediação que muitas vezes são assumidas pelos/as professores/as de forma pragmática [...]. (ANGUSKI et. al, 2007, p.02)

Sabemos que a função do professor é ensinar determinados conteúdos,

porém, não se deve utilizar o livro como um único instrumento para o ensino, afinal,

sem questionamentos, discussões e reflexões durante uma aula entre alunos e

professor não haverá de maneira alguma uma prática pedagógica reflexiva, acontecerá

apenas o ensino reprodutivo de conteúdos.

Pensando assim, o professor ficaria limitado a ser um mero reprodutor

dos conhecimentos descritos em um livro e conseqüentemente limitaria a aprendizagem

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do aluno, isso seria uma perda lastimável para o ensino, visto que não aconteceria a

troca entre os saberes e o compartilhamento dos conhecimentos.

2.1 O LIVRO DIDÁTICO PÚBLICO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO DO PARANÁ: PROJETO FOLHAS

O Livro Didático Público de Educação Física do Paraná, foi elaborado a

partir do Projeto Folhas que foi desenvolvido pela SEED-PR, com o objetivo inicial de

estimular a produção acadêmica por parte dos docentes da rede de educação básica

no estado do Paraná, o Projeto Folhas acabou se tornando, mesmo que sem querer,

um dos pioneiros e mais bem sucedidos programas de Recursos Educacionais Abertos

(REA) do país. O projeto existiu entre 2003 e 2010 com intuito de fornecer aos

professores uma formação continuada, por meio de elaboração e produção de textos

pedagógicos. O Livro Didático Público trata-se de uma coletânea de folhas produzidas

por professores compondo um livro para os alunos do Ensino Médio, único segmento

de ensino contemplado com edições do mesmo..

Segundo Paraná (2011) o projeto folhas é[...] um projeto de Formação Continuada que oportuniza ao profissional da educação a reflexão sobre sua concepção de ciência, conhecimento e disciplina, que influencia a prática docente. O Projeto Folhas integra o projeto de formação continuada e valorização dos profissionais da Educação da Rede Estadual do Paraná, instituído pelo Plano Estadual de Desenvolvimento Educacional. O Folhas, nesta dimensão formativa, é a produção colaborativa, pelos profissionais da educação, de textos de conteúdos pedagógicos que constituirão material didático para os alunos e apoio ao trabalho docente.A Folha é um Programa de Formação Continuada dos Profissionais da Educação que propõe uma metodologia específica de produção de material didático, como forma de viabilizar a pesquisa dos saberes e fundamentos teórico-metodológicos das disciplinas que compõem a matriz curricular da Educação Básica da escola pública paranaense. Espera-se que, por meio desta metodologia, seja desenvolvida uma prática de pesquisa no cotidiano escolar e implementadas as Diretrizes Curriculares para Educação Básica da rede pública de ensino do Estado do Paraná. O resultado deste processo são materiais didáticos voltados para os alunos da educação básica.

Podemos constatar que o Folhas veio como uma forma de incentivar os

professores do Paraná a produzirem textos direcionados aos estudantes, textos estes

que foram chamados com o nome do projeto: folhas. Estas produções tiveram como

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fundamento teórico-metodológico as Diretrizes Curriculares do Paraná, sendo os

conteúdos estruturantes o básico da disciplina em seu ponto de partida.

Entendemos que o projeto Folhas foi o ponto de partida para a

produção do Livro Didático Público, sendo o professor, participante ativo deste

processo de construção de conhecimentos.

O Livro Didático Público, escrito integralmente por professores do Ensino Médio da rede pública estadual, é o resultado de um processo que valorizou as experiências dos professores, acumuladas ao longo da sua trajetória profissional no espaço escolar, a troca de experiências entre professores da mesma disciplina do nível Médio da rede e professores das Instituições de Ensino Superior, sem perder de vista o rigor da pesquisa e a cientificidade do conhecimento de forma crítica e reflexiva. (ANGULSKI et. al, 2007, p.05).

Pensando em uma Educação de melhor qualidade, no caso do Livro

Didático de Educação Física do Ensino Médio do Paraná, ele foi posto como um

material de apoio ao professor, para que este pudesse usá-lo como ferramenta de

ensino, como meio para desenvolver a criticidade e investigação nos alunos, não

apenas como um fim para realização de uma atividade escolar.

Segundo os autores do livro (2006):Para a Educação Física, este Livro Didático tem dupla importância: primeiro, por constituir-se em um material produzido por professores da rede pública de ensino e distribuído gratuitamente; segundo, por representar um momento histórico para a disciplina, pois, pela primeira vez, um livro didático subsidia a prática docente, trazendo reflexões sobre diversos assuntos que constituem o corpo teórico-prático desta área de conhecimento.Refletir sobre as práticas corporais significa buscar a superação de uma visão que vinculou, por muito tempo, a Educação Física a uma perspectiva tecnicista voltada para o desenvolvimento de aptidões físicas, o que priorizou, historicamente, na escola, a simples execução de exercícios físicos destituídos de uma reflexão sobre o fazer corporal.O Livro Didático Público de Educação Física tem por objetivo principal desenvolver uma abordagem histórica de como, por que e a partir de que interesses o conhecimento que compõe o campo de estudos desta disciplina foi produzido e validado. Os Folhas presentes no livro propõem a desnaturalização das práticas que compõem o desenvolvimento teórico-prático do ensino da Educação Física na escola. (PARANÁ, 2007, p.10)

Pensar em um Livro Didático na disciplina de Educação Física causa

um certo ponto de interrogação nas pessoas, afinal, muitos entendem a mesma como

uma disciplina prática” e não “teórica”.

A Educação Física é a disciplina que estuda o movimento culturalmente

construído pelo homem ao longo da história, de acordo com PALMA et al,(2010).

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Movimentos estes que foram sistematizados e classificados em forma de conteúdos

sendo eles: dança, jogos, lutas, ginásticas e esportes, que serão estudados pela

Educação Física ao longo dos anos de escolarização.

O Livro Didático pode oferecer uma proposta de conteúdos e

possibilidades com encaminhamentos metodológicos, não se resumindo somente ao

esporte ou a prática corporal. Assim, compreendo que o livro é uma proposta válida

para auxiliar os professores na função da docência, fazendo-o refletir sobre o que tem

sido feito nas aulas de Educação Física e qual é o papel da disciplina na escola? Como

pode contribuir para a formação do sujeito?

Entende-se que o Livro Didático Público, se diferencia dos conteúdos

clássicos propostos pela Educação Física, já que o ensino dessa disciplina estava

voltado principalmente ao esporte, desse modo, o livro didático oferece opções de

conteúdos e metodologias de formas críticas e reflexivas que irá auxiliar o professor na

sua prática de ensino e tendo como ênfase romper com essa visão de um ensino

voltado só para a prática.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná, o Livro

Didático Público do Ensino Médio da Disciplina Educação Física apresenta na

organização curricular conteúdos estruturantes: Esporte; Jogos (brinquedos e

brincadeiras); Ginástica; Lutas; Dança.

Seguem a disposição dos conteúdos descritos no livro:

O Futebol - para além das quatro linhas;

A relação entre a televisão e o voleibol no estabelecimento das regras, eu faço esporte

ou sou usado pelo esporte?;

Eu faço esporte ou sou usado pelo esporte?;

Competir ou cooperar: eis a questão;

O jogo é jogado e a cidadania é negada;

O circo como componente da ginástica; Ginástica: um modelo antigo com roupagem

nova? Ou uma nova maneira de aprisionar os corpos?;

Capoeira: Jogo, Luta ou Dança?;

Judô: a prática do caminho suave;

Influência da mídia sobre o corpo do Adolescente e

Hip Hop – movimento de resistência ou de consumo.

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O Livro Didático Público do Estado do Paraná é uma ferramenta

metodológica extremamente interessante para se aplicar nas aulas de Educação Física,

pois ele contempla diversos conteúdos de maneira conceitual, não somente ao enfatizar

práticas corporais, mas levando o professor em conjunto com os alunos refletirem sobre

suas ações.

Com toda certeza, o livro não é o fim das dificuldades da nossa área,

sequer é a solução ou a salvação dos problemas das aulas Educação Física, mas é um

avanço visando a superação do tradicionalismo técnico que ainda é encontrado.

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Pesquisar é uma forma eficiente de encontrar respostas para questões

propostas, utilizando métodos científicos.

Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um

“processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo

fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de

procedimentos científicos”.

Neste estudo, realizamos uma pesquisa de campo de cunho qualitativo,

no intuito de interpretarmos o fenômeno que observamos.

De acordo com Richardson et al. (1999), a pesquisa qualitativa

caracteriza-se como sendo uma tentativa de compreensão detalhada dos significados e

características situacionais apresentadas pelos participantes e o uso da pesquisa

qualitativa em educação justifica-se por ser a mais adequada para entender a natureza

de um fenômeno social.

O instrumento de pesquisa que foi utilizado para coleta de dados deste

trabalho foi a entrevista semi-estruturada. O questionário apresentado aos

entrevistados estava composto por seis questões abertas referente ao objeto de estudo

do trabalho: o Livro Didático Público de Educação Física do Ensino Médio, os

procedimentos da pesquisa foram explicados aos professores através do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

Conforme Thompson (1992) e Burke (1977 apud BIASOLI-ALVES,

1998, p.144), a entrevista é uma ferramenta imprescindível para se trabalhar buscando-

se contextualizar o comportamento dos sujeitos, fazendo a sua vinculação com os

sentimentos, crenças, valores, e permitindo, sobretudo, que se obtenham dados sobre

o passado recente ou longínquo, de maneira explicita, porém tranqüila, e em comunhão

com o seu entrevistador que deverá, inicialmente, transmitir atitudes que se

transformem em transferência e troca mútua de confiabilidade.

As entrevistas foram realizadas com cinco professores de Educação

Física que atuam no segmento do Ensino Médio nos colégios da rede Estadual de

Educação de Londrina/Paraná. A seleção dos professores entrevistados se deu através

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de alguns fatores: atuantes a mais de 10 anos na área e que estejam exercendo a

docência atualmente. Também fora realizada uma entrevista com um responsável pela

Educação Física do Núcleo Regional de educação de Londrina, afim de investigar o

processo de elaboração, distribuição e o que há por vir em relação ao LDP;

Para a realização da entrevista, foi agendado um horário com os

docentes selecionados e então compareci em sua escola de atuação. Os entrevistados

puderam analisar as questões previamente e depois responderam em forma de

entrevista que foi gravada e transcrita para a elaboração do trabalho. A mesma se deu

de forma bastante tranqüila, visto que os professores sentiram prazer em colaborar com

a pesquisa.

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4. ANÁLISE DE DADOS

Nessa pesquisa, para a análise de dados, optamos pela técnica de

análise dos conteúdos segundo Bardin (2006), que organiza o estudo em três fases:

1) Pré-análise: fase em que se organiza o material a ser analisado com

o objetivo de torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. Trata-se da

organização propriamente dita por meio de quatro etapas:

(a) leitura flutuante, que é o estabelecimento de contato com os

documentos da coleta de dados, momento em que se começa a conhecer o texto;

(b) escolha dos documentos, que consiste na demarcação do que será

analisado;

(c) formulação das hipóteses e dos objetivos;

(d) referenciação dos índices e elaboração de indicadores, que envolve

a determinação de indicadores por meio de recortes de texto nos documentos de

análise (Bardin, 2006).

2) Exploração do material: A exploração do material consiste numa

etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e

inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer

material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas

hipóteses e referenciais teóricos.

3) Tratamento dos resultados, inferência e interpretação: Esta etapa é

destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela a condensação e o destaque das

informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da

intuição, da análise reflexiva e crítica (Bardin, 2006).

Para Minayo (2001, p. 74), a análise de conteúdo é “compreendida

muito mais como um conjunto de técnicas”. Na visão da autora, constitui-se na análise

de informações sobre o comportamento humano, possibilitando uma aplicação bastante

variada, e tem duas funções: verificação de hipóteses e/ou questões e descoberta do

que está por traz dos conteúdos manifestos. Tais funções podem ser complementares,

com aplicação tanto em pesquisas qualitativas como quantitativas.

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4.1 ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No quadro 1, está especificado o perfil dos docentes que colaboraram

de forma direta com a pesquisa. Os entrevistados não foram identificados com seus

nomes por uma questão ética e profissional, sendo assim, os mesmos foram

identificados como Professor 1, Professor 2, Professor 3, Professor 4 e Professor 5.

Quadro 1 – Perfil dos Professores

Entrevistado Idade SexoInstituição Acadêmica

Ano de conclusão

EspecializaçãoTempo de

Atuação na área escolar

Professor 1 41 Feminino UEM 1995 Sim 18 anos

Professor 2 36 Feminino UEL 1999 Sim 14 anos

Professor 3 33 Feminino UNOPAR 2003 Em andamento 10 anos

Professor 4 54 Masculino UEL 1984 Sim 29 anos

Professor 5 34 Feminino UEL 2003 Sim 10 anos

Fonte: Autora

Analisando o quadro anterior, observamos que todos os professores

entrevistados atuam há mais de 10 anos na Educação Física Escolar, quatro deles

concluíram um curso de especialização (Professor 1, Professor 2, Professor 4 e

Professor 5) , o que não concluiu, está com o curso em andamento (Professor 3).

Temos quatro docentes do sexo feminino (Professor 1, Professor 2, Professor 3 e

Professor 5) e apenas um do sexo masculino (Profesor 3), quatro formados em

instituições públicas (Professor 1, Professor 2, Professor 4 e Professor 5) e um formado

em instituição privada (Professor 3).

Vamos a seguir para o resultado da pesquisa.

Inicialmente, aponto a entrevista com o colaborador no NRE, foi uma

entrevista bastante importante para o esclarecimento de algumas dúvidas que estávam

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emergindo referente ao LDP. O cume da pesquisa, era identificar se o livro estava

sendo recolhido dasescolas ou proibido de ser utilizados, isso pelo fato do atual

governo não autorizar sua reimpressão e distribuição. Isso não ocorreu, as escolas que

tem exemplares podem continuar usando normalmente e o mesmo não será recolhido

ou proibido de utilização. Achei interessante quando ele mencionou que muitas escolas

acabam solicitando exemplares do LDP para serem utilizados pelos alunos, isso mostra

que o trabalho tido com o projeto Folhas valeu a pena. A distribuição do material levou

aproximadamente duas semanas para ser concluida em toda a rede do NRE/Londrina,

dezenove municípios, foi muito eficaz. Infelizmente, ao meu ver e do próprio professor,

as escolhas estão perdendo com a não reimpressão do material, pois era de grande

valia para as aulas, muitos alunos não terão a chance se quer de conhecer o recurso. O

projeto não teve continuidade e também não se ouve mais nada a respoeito de algum

outro projeto para substituir o Folhas. O governo tem outras prioridades no momento.

No apêndice D consta a entrevista completa para conhecimento.

Analisaremos agora, as quetões levantadas com os professores da

Rede de Educação afim de verificar a utilização do LDP.

Na questão número 1, questionamos os professores se eles utilizam ou

utilizaram o LDP em sua prática pedagógica e caso sim, de qual forma fizeram.

Seguem as considerações:

[...] como material de apoio para os alunos nas aulas, não uso

constantemente para não ficar muito “maçante”. (Professor 1)

[...] para ensinar os conteúdos que eu não domino muito bem.

(Professor 2)

[...] para planejar algumas aulas e para trazer temas polêmicos

incitando discussão/debates entre os alunos, uso com freqüência. (Professor 3)

[...] como complemento para algumas matérias vistas ao longo do ano.

(Professor 4)

[...] para propiciar aos alunos um conhecimento mais abrangente da

disciplina que não se resume apenas em esporte, apenas em aulas práticas. (Professor

5)

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Podemos constatar que 100% dos professores entrevistados já

utilizaram ou ainda utilizam o Livro Didático como ferramenta de ensino em suas aulas,

seja de forma direta ou indireta. Conclui-se que a maioria dos entrevistados, 60% dos

docentes, utilizam o Livro somente um complemento para as aulas, apenas como um

material de apoio/auxílio, já os outros 40% dão uma importância/significado maior ao

Livro, entendem o material como uma ferramenta muito importante para a construção

do conhecimento na disciplina de Educação Física, buscando a reflexão e a criticidade

do aluno. Darido (2011, p.59) descreve o livro didático como “um instrumento auxiliar do

trabalho docente e da aprendizagem dos alunos”. Partindo desta definição

compreendemos o livro didático como um material complementar para aulas “teóricas”,

que por meio de textos provocam a reflexão e discussão de assuntos da Educação

Física e busca uma contextualização na aprendizagem dos alunos sobre os conteúdos

estudados.

Na questão 2, os professores foram questionados se eles acreditam

que os conteúdos do LDP agregam valor (éticos/morais)as aulas de Educação Física.

Apenas o Professor 4 não demonstrou tanta empolgação quanto ao

livro dizendo: [...] entendo que o professor deve ensinar os conteúdos propostos pelo

PPP mesmo sem o auxílio do livro, ele é muito teórico e os alunos preferem outro tipo

de aula.

Na maioria dos entrevistados foi possível identificar que eles

consideram o LDP da Educação Física um material que agrega valor para as aulas,

cada um na sua perspectiva.

O Professor 1 e 5 (respectivamente) disseram que o Livro enriquece as

aulas: [...] enriquecem as aulas, pois os alunos têm uma forma de consultar sobre o que

estão estudando e aprendem mais com isso. [...] é um material muito rico e coopera

bastante com a ação docente, nos dá uma direção para o ensino além da quadra

esportiva.

O Professor 2 afirma que as aulas fogem do tradicionalismo: [...]

material de apoio para o conhecimento além do básico tradicionalista.

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O Professor 3 ressalta a interação entre os alunos e a relação com os

temas transversais: [...] podemos interagir mais com os alunos em sala e contextualizar

as aulas, fazer

Com isso, afirmamos que 80% dos docentes consideram que LDP é um

material importante para as aulas de Educação Física e agregam um valor à disciplina.

Já 20% consideram-no não essencial, pois os professores podem/devem ensinar os

conteúdos sem um material de apoio para as aulas não ficarem tão “maçantes”.

Na questão 3, onde fora questionado de qual maneira o LDP de

Educação Física ajudou no o planejamento das aulas do professores e se ajudou,

tivemos respostas muito parecidas.

Todos os professores responderam que sim, o LDP foi usado para

planejamento por 100% dos entrevistados. Em 40% dos professores (Professor 1 e

Professor 4), o livro aparece como material de apoio para as aulas.

[...] planejei aulas baseadas nos conteúdos e também com outros

materiais de apoio. (Professor 1)

[...] utilizo alguns textos como materiais de apoio. (Professor 4)

Os outros 60% dos docentes entrevistados, assumem utilizar o material,

mas não o vêem apenas como material de apoio.

[...] nos trás algumas situações que podemos criar em sala para uma

abordagem mais crítica, por isso gosto de planejar minhas aulas em cima do material

didático proposto pelo Estado. (Professor 2)

[...] temos uma gama de conteúdos importantes e que às vezes

deixamos de ensinar por falta de conhecimento, mas o livro nos possibilita uma

intervenção direcionada e abrangente. Sempre utilizo para planejamento. (Professor 3)

[...] muitas aulas foram planejadas em cima do LDP, temos assuntos

sobre esporte, jogos, ginástica, lutas e dança, o material é bastante didático e nos

possibilita uma intervenção diferenciada que incita a reflexão dos alunos. (Professor 5)

Analisando as respostas dos professores é possível identificar que o

livro é visto como um material complementar para as aulas de Educação Física, sendo

utilizados para a leitura de textos, trabalhos para casa e discussões na sala de aulas,

incentivando uma reflexão crítica dos alunos.

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Nesta próxima pergunta, questão 4, questionamos o professor quanto à

linguagem do livro, se ele teve alguma dificuldade de adaptação. Apenas o Professor 4

disse ter um pouco de dificuldade, relata que a linguagem usada foge da realidade das

escolas. Os outros 80% se adaptaram sem grandes problemas, o Professor 5 deu uma

resposta mais completa onde podemos também encaixá-la à opinião dos Professores 1,

2 e 3: [...] foi muito bem elaborado em minha concepção, ficou de fácil compreensão por

parte dos alunos e professores. Podemos observar que, para 80% dos entrevistados, o

livro é de fácil manuseio e que os conteúdos são considerados acessíveis e de fácil

entendimento tanto pelo corpo docente quanto pelo discente.

No momento em que a questão se voltou mais para o que presenciaram

do ponto de vista dos estudantes, a resposta dos docentes foi unânime. Questionamos

se houve alguma resistência por parte dos alunos quanto à utilização do LDP nas aulas

e se sim, como foi. Todos os professores, 100% dos entrevistados mencionaram ter

dificuldade com os alunos nesse período de adaptação. Muitos alunos, segundo o

Professor 2 [...] temiam que todas as aulas fossem regidas em sala. Isso é natural, visto

que as matérias mais tradicionais como Português, Matemática, História, entre outras,

que possuem o LDP são em sala de aula (na sua maioria). Segundo o Professor 1, [...]

toda mudança onde o indivíduo saia da sua zona de conforto gera resistência, mas foi

questão de tempo para a adaptação. Colaborando com a resposta, o Professor 3 coloca

que [...] tudo depende da forma com que as coisas são postas ou impostas, o professor

tem que saber vender a idéia de uma forma positiva, como algo que agregue para o

aluno, feito isso, foi fácil trabalhar. No caso do Professor 5, ele enfatizou a questão do

costume e da adaptação, [...] eles não estavam acostumados com um livro para a

disciplina de Educação Física, mas depois acabaram percebendo o real significado do

material e acabaram se interessando pelos conteúdos propostos.

O Professor 4 também disse que o início foi um pouco complicado [...]

eles não compraram a idéia, por isso não utilizo tanto o material, uso alguns textos

apenas, mas ministro poucas aulas direcionadas com o livro.

Toda essa dificuldade dos professores em conseguir introduzir o livro

nas aulas se deve a nossa cultura. Poucos professores tentam melhorar sua ação

docente, renovar sua prática pedagógica e buscar novas formas de atuação. Com a

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separação dos cursos, entendo que hoje os profissionais que hoje saem formados do

nível superior em Licenciatura em Educação Física, estão, com certeza, tendo mais

suporte para o trabalho escolar, afinal, ele está mais dedicado à formação do sujeito

crítico, e tem o desejo de uma Educação Física de maior qualidade nas escolas.

Nossa ultima questão aos professores foi se mesmo sem a reposição

do LDP, eles continuam trabalhando com o material em suas aulas e de qual forma.

Professor 1: Sim a escola ficou com alguns exemplares e faço grupos

em sala para discutirmos alguns assuntos.

Professor 2: Sim, tenho o um exemplar e quando necessário tiro cópias

sobre alguns conteúdos que deseja ministrar com o auxílio do livro, além disso,

continuo utilizando para o planejamento de algumas aulas.

Professor 3: Sim, a escola possui exemplares que não foram dados aos

alunos e alguns resolveram doar os livros ao termino do E.M. reaproveitamos os livros

em bom estado para usarmos com as turmas que não receberam o LDP.

Professor 4: Raramente, pois é melhor trabalhar com um pra cada

aluno, quando trabalho com o LDP tiro cópias para os alunos do material abordado.

Professor 5: Sempre que possível ainda utilizo alguns exemplares que

ficaram no acervo da biblioteca a escola, temos conteúdos ricos que não podemos

deixar de compartilharmos com os alunos, fora que em respeito aos colegas que

elaboraram o LDP, não podemos deixá-lo extinguir.

Dessa questão, podemos tirar qual é o real valor dado ao material

elaborado pelos professores do Estado, afinal, passaram um bom tempo projetando o

LDP e com certeza o intuito não era que ele não fosse mais utilizado. Todos os

professores dizem ainda usar em sua prática pedagógica. É evidente que se o material

tivesse sido reimpresso pelo novo Governo do Paraná, talvez as respostas fossem mais

motivadores. Muitos professores citaram utilizar matérias que “sobraram” nas escolas.

A partir da pesquisa, compreendemos que o livro é utilizado mais como

material de apoio nas aulas de Educação Física. Quanto ao o planejamento das aulas,

notamos que os professores se baseia no livro didático público, mas não somente nele.

Utilizam o mesmo como material auxiliar ou ferramenta metodológica na

contextualização das aulas.

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CONCLUSÃO

O referido estudo analisou de que forma o livro didático esta sendo

utilizada pelos professores de Educação Física da rede estadual de educação do

Ensino Médio de Londrina/PR.

Com a finalização da pesquisa, constatamos que a maioria dos

professores utiliza o livro didático como um material de apoio/auxílio em suas aulas,

Sendo assim, podemos considerar o Livro Didático como uma ferramenta que auxilia o

professor no ensino, contextualização, reflexão e na aprendizagem dos conteúdos, A

Educação Física sempre teve sua “fama” de aula de esporte, de “prática pela prática”,

enfim, de ser uma disciplina que não tivesse absolutamente nenhum foco na formação

de um sujeito crítico e pensante, o livro veio para agregar às aulas acabando com esta

visão tradicionalista de que a disciplina oferece apenas aulas práticas, sem

questionamentos, discussões e reflexões sobre os conteúdos propostos..

É notável que o uso de recursos didáticos para as aulas de Educação

Física ainda causam um determinado receio e sofrem até uma resistência em sua

utilização por parte dos professores e até mesmo dos alunos, afinal, ainda é gritante a

dificuldade de sair das quatro linhas de uma quadra para uma Educação Física além

das práticas esportivas e corporais. Afirmamos assim, que muitos docentes ainda se

rendem ao mesmo tipo de aula que tiveram em sua formação escolar, o fazer pelo

fazer, mas estamos evoluindo, afinal, muitos professores estão no processo de

formação continuada e tentando agregar à disciplina com aulas diferenciadas utilizando

recursos como o Livro e até mesmo outros materiais didáticos (textos, filmes, data show

e etc.),

O Livro em si, não é referência para os professores em seus

planejamentos de aulas, mas é visto pela maioria como um importante material

pedagógico. Principalmente por ter sido elaborado por colegas que estão no “mesmo

barco” almejando uma Educação Física de mais qualidade e legitimidade.

Diante dessas vertentes, entendemos que existe muito mais a se

estudar sobre esse tema, visto que não existe um consenso sobre o Livro Didático

Público de Educação Física, muitos aprovam como também muitos não aprovam as

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aulas pautadas no material. Identifiquei que não existe uma fiscalização dos órgãos

competentes, como secretarias de Educação, Núcleos Regionais de Ensino e etc. afim

de verificar como está a utilização do livro nas escolas, se estão sendo utilizados ou se

estão deixados de lado em caixas e bibliotecas.

O Livro Didático Público de Educação Física do Estado do Paraná é um

avanço na tentativa de mudar as Práticas Pedagógicas da disciplina, tanto que o projeto

foi aderido em outros Estados do Brasil, pretendendo uma Educação Física que supere

as aulas tradicionais tentando ajudar na formação de alunos críticos, reflexivos e

autônomos, que serão o futuro da sociedade, e até mesmo futuros profissionais da

área.

O Folhas não teve continuidade. O atual governo do Paraná [Beto

Richa, do PSDB, foi eleito governador em 2010] não deu continuidade ao projeto. Tudo

o que temos de material já produzido que está disponível para consulta e utilização,

mas não há mais produção. Não há uma política vinculando a produção de conteúdo à

evolução na carreira dos docentes da disciplina de Educação Física. Não há também

uma previsão para elaboração de novos recursos didáticos e nem de reimpressão do

material já criado. Algumas escolas ainda possuem uma reserva do material para uso

durante as aulas, mas desde 2010 não receberam mais os recursos didáticos. Com

isso, o Livro pode se perder pelo caminho e acabar caindo no esquecimento.

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APÊNDICES

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APÊNDICE ATermo de Consentimento Livre e Esclarecido

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Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Prezado (a) Professor (a): ________________________________________________

Gostaríamos de convidá-lo a participar de nosso estudo, intitulado: “A

Utilização do Livro Didático Público de Educação Física do Ensino Médio nas escolas

Estaduais de Londrina/Paraná”.

Realizaremos uma pesquisa estabelecida na abordagem qualitativa,

com a realização de entrevistas com docentes que atuam no Ensino Médio da rede

pública estadual do Paraná e que pertençam ao Núcleo Regional da Educação de

Londrina.

Trata-se de uma monografia de graduação, como Trabalho de

Conclusão de Curso de Graduação em Educação Física-Licenciatura desenvolvida por

Ana Emília Manganari e orientada pelo Prof. Dr. José Augusto Victória Palma.

A qualquer momento da realização desse estudo quaisquer dos

participantes/pesquisados e/ou estabelecimentos envolvidos poderão receber

esclarecimentos adicionais que julgarem necessários. Poderá qualquer participante

selecionado (a) se recusar a participar ou se retirar da pesquisa em qualquer fase da

mesma, sem nenhum tipo de penalidade, constrangimento ou prejuízo aos mesmos. O

sigilo das informações será preservado através de adequada codificação dos instrumentos

de coleta de dados. Nenhum nome, identificação de pessoas ou locais especificamente

interessa a esse estudo. Todos os registros efetuados no decorrer desta investigação

científica serão usados para fins acadêmico-científicos (artigo científico).

Em caso de concordância com as considerações expostas, solicitamos

que seja assinado o “Termo de Consentimento de Realização da Pesquisa Científica”

abaixo. Desde já agradeço sua colaboração.

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Em caso de concordância com as considerações expostas, solicitamos que seja

assinado o “Termo de Consentimento de Realização da Pesquisa Científica” abaixo.

Desde já agradeço sua colaboração e fica aqui o compromisso de notificação do

andamento e envio dos resultados desta pesquisa.

Ana Emília ManganariGRADUANDA - UEL

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu, ____________________________________________________________, assino o termo de consentimento, após esclarecimento e concordância com os objetivos e condições da realização da pesquisa “A Utilização do Livro Didático Público de Educação Física do Ensino Médio nas escolas Estaduais de Londrina/Paraná”.

Londrina - PR, ___ de ____________ de 2013.Assinatura do Pesquisado

Qualquer dúvida ou mais esclarecimentos, entrar em contato com os responsáveis pelo estudo: E-mails: [email protected] / [email protected] Telefone: (43)91120990

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APÊNDICE BQuestões Norteadoras Para a Entrevista

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Questões norteadoras da entrevista utilizada para a coleta de dados da

pesquisa.

Nome:______________________________________________________________

Sexo: ( ) FEMININO ( ) MASCULINO

Idade: ______anos

Estado Civil: ____________________

Instituição da Graduação em Ed. Física: ___________________________________

Início:_________ Término:_________

Tempo de atuação como professor de Educação Física na escola: ______anos

Realizou curso de Pós Graduação? Se sim, em que?

( ) SIM: _____________________________________________ ( ) NÃO

Realizou curso de Mestrado? Se sim, em que?

( ) SIM: _____________________________________________ ( ) NÃO

Realizou curso de Doutorado? Se sim, em que?

( ) SIM: _____________________________________________ ( ) NÃO

1) Você utiliza/utilizou o LDP na sua prática pedagógica? Se sim, de qual forma?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

2) Você considera que os conteúdos apresentados no LDP agregaram valor às aulas

de Educação Física? Justifique sua resposta.

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

3) O Livro Didático Publico de Educação Física ajudou no o planejamento de suas

aulas? Por quê?

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_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

4) Quanto à linguagem do livro, você teve alguma dificuldade de adaptação?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

5) Houve alguma resistência por parte dos alunos quanto à utilização do LDP nas

aulas? Como foi?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

________________________________________________________________

6) Mesmo sem a reposição do material, você continua trabalhando com o LDP em

suas aulas? De qual forma?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

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APÊNDICE CTranscrição das Entrevistas

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Transcrição das Entrevistas

1) Você utiliza/utilizou o LDP na sua prática pedagógica? Se sim, de qual forma?

P.1: Sim, como material de apoio para os alunos nas aulas.

P.2: Sim, como forma de ensinar os conteúdos que eu não domino

muito bem.

P.3: Sim, utilizei para planejar algumas aulas que para trazer temas

polêmicos incitando discussão/debates entre os alunos

P.4: Sim, como complemento para algumas matérias vistas ao longo

do ano.

P.5: Sim, para propiciar aos alunos um conhecimento mais

abrangente da disciplina que não se resume apenas em esporte, apenas em aulas

práticas.

2) Você considera que os conteúdos apresentados no LDP agregaram valor às

aulas de Educação Física? Justifique sua resposta.

P.1: Sim, enriquecem as aulas, pois os alunos têm uma forma de

consultar sobre o que estão estudando e aprendem mais com isso.

P.2: Sim, .servem como material de apoio para o conhecimento além

do básico tradicionalista.

P.3: Sim, podemos interagir mais com os alunos em sala e

contextualizar as aulas, fazer relações com outras disciplinas e com os temas

transversais.

P.4: Não muito, entendo que o professor deve ensinar os conteúdos

propostos mesmo sem o auxílio do livro, ele é muito teórico e os alunos preferem

outro tipo de aula.

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P.5: Sim, é um material muito rico e coopera bastante com a ação

docente, nos dá uma direção para o ensino além da quadra esportiva.

3) O Livro Didático Público de Educação Física ajudou no o planejamento de

suas aulas? Como?

P.1: Sim, tem uma variedade de conteúdos e são muito

interessantes, planejei aulas baseadas nos conteúdos e também com outros

materiais de apoio.

P.2: Sim, nos trás algumas situações que podemos criar em sala

para uma abordagem mais crítica.

P.3: Sim, temos uma gama de conteúdos importantes e que às

vezes deixamos de ensinar por falta de conhecimento, mas o livro nos possibilita

uma intervenção direcionada e abrangente.

P.4: Sim, utilizo alguns textos como materiais de apoio.

P.5: Sim, muitas aulas foram planejadas em cima do LDP, temos

assuntos sobre esporte, jogos, ginástica, lutas e dança, o material é bastante

didático e nos possibilita uma intervenção diferenciada que incita a reflexão dos

alunos.

4) Quanto à linguagem do livro, você teve alguma dificuldade de adaptação?

P.1: Não, os temas são conhecidos e bastante didáticos, a

linguagem foi bastante compreensível.

P.2: Não, eu gostei da linguagem adotada.

P.3: Não, é de fácil compreensão em minha opinião.

P.4: Um pouco, acho a linguagem usada um pouco fora da realidade

das Escolas Estaduais.

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P.5: Não, foi muito bem elaborado em minha concepção, ficou de

fácil compreensão por parte dos alunos e professores.

5) Houve alguma resistência por parte dos alunos quanto à utilização do LDP

nas aulas? Como foi?

P.1: Sim, toda mudança onde o indivíduo saia da sua zona de

conforto gera resistência, mas foi questão de tempo para a adaptação.

P.2: Sim, eles temiam que todas as aulas fossem regidas em sala,

mas com o tempo viram que não seria bem assim, que o livro era um auxílio para as

aulas.

P.3: Sim, mas tudo depende da forma com que as coisas são

postas ou impostas, o professor tem que saber vender a idéia de uma forma

positiva, como algo que agregue para o aluno, feito isso, foi fácil trabalhar.

P.4: Sim, eles não compraram a idéia, por isso não utilizo tanto o

material, uso alguns textos apenas, mas ministro poucas aulas direcionadas com o

livro.

P.5: Sim, eles não estavam acostumados co um livro para a disciplia

de Educação Física, mas depois acabaram percebendo o real significado do material

e acabaram se interessando pelos conteúdos propostos.

6) Mesmo sem a reposição do material, você continua trabalhando com o LDP

em suas aulas? De qual forma?

P.1: Sim a escola ficou com alguns exemplares e faço grupos em

sala para discutirmos alguns assuntos.

P.2: Sim, tenho o um exemplar e quando necessário tiro cópias

sobre alguns conteúdos que deseja ministrar com o auxílio do livro, além disso,

continuo utilizando para o planejamento de algumas aulas.

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P.3: Sim, a escola possui exemplares que não foram dados aos

alunos e alguns resolveram doar os livros ao termino do E.M. reaproveitamos os

livros em bom estado para usarmos com as turmas que não receberam o LDP.

P.4: Raramente, pois é melhor trabalhar com um pra cada aluno,

quando trabalho com o LDP tiro cópias para os alunos do material abordado

P.5: Sempre que possível ainda utilizo alguns exemplares que

ficaram no acervo da biblioteca a escola, temos conteúdos ricos que não podemos

deixar de compartilharmos com os alunos, fora que em respeito aos colegas que

elaboraram o LDP, não podemos deixá-lo extinguir.

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APÊNDICE DEntrevista colaborativa com o responsável pela Educação Física no NRE Londrina

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Entrevista colaborativa com o responsável pela Educação Física no NRE Londrina

1) Logo na implantação do L.D. como foi realizada a distribuição do material?

Todos os alunos do EM receberam?

Resposta: Quando os livros foram impressos, foi um para cada aluno

então todos os alunos do ensino médio receberam o livro, ou se não receberam os

livros chegaram ate as escolas e a escola fez outro uso, guardaram para utilizar ou

deixaram o livro na escola para os alunos utilizarem, mas a maioria das escolas

realizaram a distribuição aos alunos.

2) Em quanto tempo todas as escolas receberam o material?

Resposta: Quanto tem impressão de um livro todo esse material

chega no NRE para ser distribuído, são muitos livros e através de um calendário de

distribuição, de uma a duas semanas todas as escolas recebem o material, no caso

do Paraná, todas as escolas que tem ensino médio receberam o L.D. O NRE de

Londrina é responsável por dezenove municípios e todas as escolas que ofertam o

ensino médio receberam um livro de cada disciplina por aluno.

3) Chegou até mim uma noticia que o L.D. havia sido retirado das escolas. Isso

é verdadeiro?

Resposta: Não, o livro não foi retirado, as escolas ainda utilizam o

livro, principalmente da nossa disciplina que é Educação Física, o que ocorreu é o

que o Governador não autorizou a reimpressão do livro, então continuamos com o

mesmo livro de 2010. Algumas escolas possuem uma reserva técnica onde

poderiam ter exemplares para ser distribuídos a novas turmas, ou optaram por não

distribuir, mas sim ficar com os livros em seu poder para utilizar durante as aulas e

recolher após a utilização.

4) O aluno precisa devolver o livro ao final do E.M.?

Resposta: Não, o aluno que recebeu no antigo governo não

precisava devolver, o livro é dele.

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5) Existe algum documento que oficialize a retirada do livro didático público de

Educação Física do EM das escolas?

Resposta: Os livros não foram retirados e as escolas não foram

proibidas de utilizar o material, porem ele não foi reposto e maioria estão nas

bibliotecas das escolas pois conseguiram manter uma certa quantia que não foi

distribuída aos alunos, afim de que o aluno utilize o material quando desejar na

escola.

6) Teve alguma explicação do Governo do Estado para essa decisão?

Resposta: Não houve nenhuma política, o governo teve outras

medidas de trabalho diferente daquela gestão, para outras disciplinas tem adotados

outros livros didáticos, mais para Educação Física não teve outra impressão do LDP.

e nenhum outro recurso.

7) O que está sendo feito com os materiais recolhidos?

Resposta: Os materiais não foram recolhidos, pode ocorrer um

remanejamento de uma escola para outra se não estiverem utilizando, a escola tem

uma autonomia para isso, para se desfazer do material existe todo um regulamento

e é bastante burocrático, pode ocorrer uma doação, mas não a inutilização.

8) O Governo tem um novo projeto em vista para substituir o L.D.?

Resposta: Não, até o momento não, existem alguns projetos de

atividades virtuais e trabalhos de hora-atividade interativo mas em relação à

substituição nada previsto

9) O que, a seu ver, está ocorrendo? As escolas estão ganhando ou perdendo?

Resposta: Ao meu ver as escolas estão perdendo, pois nós não

temos muitas publicações na nossa área para nos ajudarem durante as aulas, o L.D.

é sempre útil ao professor, nas outras disciplinas existem diversas publicações que

norteiam o trabalho dos professores inclusive L.D. enviados pelo governo federal

através do PNLD, porem a Educação Física não entra nesse programa

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10) Havia reclamações por parte de professores referente ao Livro?

Resposta: No inicio com a abordagem pedagógica era diferente da

usada, surgiram algumas criticas pois os professores estavam habituados com o

ensino do esporte na escola, então esboçaram uma certa resistência, mas logo os

professores perceberam que o livro é importante e é um apoio para seu trabalho

docente, todos os professores começaram a usar sem problemas.

11) Essas reclamações se referem a que: conteúdos, forma de apresentação,

pouco material, linguagem inadequada?

Resposta: Sim até por fugir do que o professor estava acostumado e

da sua formação acadêmica, mas que o problema foi minimizando, pois os

professores puderam receber uma capacitação para utilizar um material da forma

mais adequada a disciplina e hoje eles cobram a falta da disponibilização de novos

livros

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