SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV ......Estanech, Erasmo Carlos. A importância de batizar os...

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. ASHBEL GREEN SIMONTON ERASMO CARLOS ESTANECH A IMPORTÂNCIA DE BATIZAR OS INFANTES RIO DE JANEIRO 2017 ERASMO CARLOS ESTANECH A IMPORTÂNCIA DE BATIZAR OS INFANTES Monografia apresentada ao Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Ashbel Green Simonton, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Teologia.

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO REV. ASHBEL GREEN

SIMONTON

ERASMO CARLOS ESTANECH

A IMPORTÂNCIA DE BATIZAR OS INFANTES

RIO DE JANEIRO

2017

ERASMO CARLOS ESTANECH

A IMPORTÂNCIA DE BATIZAR OS INFANTES

Monografia apresentada aoSeminário Teológico PresbiterianoRev. Ashbel Green Simonton, comorequisito parcial à obtenção do graude Bacharel em Teologia.

ORIENTADOR: Prof. Rev. SERGIO TUGUIO LADEIRA KITAGAWA

Rio de Janeiro2017

ERASMO CARLOS ESTANECH

A IMPORTÂNCIA DE BATIZAR OS INFANTES

Monografia apresentada aoSeminário Teológico PresbiterianoRev. Ashbel Green Simonton, comorequisito parcial à obtenção do graude Bacharel em Teologia.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________Prof. Rev. DANIEL OLIVEIRA KOZLOWSKI DE FARIAS- Presidente dabanca.Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Ashbel Green Simonton__________________________________________________________Prof. Rev. SERGIO TUGUIO LADEIRA KITAGAWA- OrientadorSeminário Teológico Presbiteriano Rev. Ashbel Green Simonton

Prof. Rev. IGOR ARAÚJO GARCIARepresentante do Presbitério PCGG__________________________________________________________

Estanech, Erasmo Carlos.A importância de batizar os infantes/ Erasmo Carlos Estanech – –Rio de Janeiro, 2017.

58p.Monografia (Bacharelado) Seminário Teológico Presbiteriano

Rev. Ashbel Green Simonton, Rio de Janeiro-RJ, 2017.Orientador: Rev. Sérgio Tuguio Ladeira Kitagawa1. Pedobatismo. 2. Teologia Reformada. 3. Sacramentos. I

Título.CDD 262

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha Esposa RosangelaBelarmindo Alves Estanech por seu amor, compreensão ededicação;

E também as minhas duas filhas Letícia BelarmindoAlves Estanech e Júlia Belarmindo Alves Estanech fontesinesgotáveis de alegria.

AGRADECIMENTOSAgradeço a minha esposa Rosângela Belarmindo Alves Estanech que sempreme apoiou e também por enfrentar comigo os desafios dessa caminhada quese não fosse por Deus estar no controle com certeza eu não teria chegado aofinal. E as minhas duas filhas Letícia Belarmindo Estanech e Júlia BelarmindoEstanech pela compreensão e carinho dispensados a mim.Agradeço aos meus pais Paulo Cícero Estanech e Terezinha Miranda Estanechpelo carinho que dispensaram a mim e também na minha educação. Aos professores do Seminário Presbiteriano Reverendo Ashbel GreenSimonton, pela formação acadêmica e apoio.

Ao Capelão Reverendo Adelino Barros, que sempre que eu precisei de apoioestava pronto a me ajudar. Ao Diretor do Seminário Reverendo Romer Cardosoque tem conduzido o Seminário com dedicação esforço.

Ao Conselho das Igrejas Presbiteriana de Cosmos, Vila Jardim, Vilar Carioca,Congregação de Novo Arraial, Congregação de Ana Gonzaga, Congregação,Congregação do Bairro Maravilha, e a igreja de Boa Esperança pelo amparo emotivação em tempo oportuno, e por suas portas abertas para mim e todaminha família.

Ao Conselho da Igreja Presbiteriana de Cosmos, pelo amparo e em tempooportuno, e por suas portas abertas desde quando eu era criança e que meajudaram na minha formação Aos meus professores da Escola Dominical. D.Iolanda, José Antônio e outros e pelos Pastores que passaram e contribuírampara o meu crescimento Espiritual.

Ao Reverendo Francisco Kinoblock e ao conselho da Igreja, por todo apoio,dedicação e amizade pelos três anos que passamos juntos. Aos meus TutoresRev. Cleidson Pedrosa, Francisco Kinoblock, Igor Garcia, Ederson Félix, eMauro Renato. Ao Presbitério e ao PCGR e ao PCGG que receberam minhacandidatura, me ajudando no sustento financeiro e espiritual.

Ao Reverendo Elias Freire Rangel pelos Anos que trabalhamos juntos noConselho de Cosmos e pelo seu exemplo de humildade e respeito pelaspessoas. Ao bibliotecário Marcos Cardoso pela compreensão e dedicação querealiza seu trabalho e que me ajudou sempre que precisei.

Aos meus amigos o Casal Diácono Luiz Marcelo Aciole e Dayana que meajudou muito na parte da informática e também na parte financeira na hora queeu precisei, e ao casal Marcio Aciole e Elizabete pelo Carinho e pelo apoio nasoras difíceis que passei, e ao casal Presb. Jonatas e Eliza que e sempre

estiveram dispostos em me ajudar em todos os momentos em que precisei.

Aos meus sogros Eleny Belarmindo e Manuel Eduardo pela compreensão eapoio dispensado a toda família inclusive na parte financeira.

Ao meu irmão Presb. Paulo Sergio por sua amizade e apoio e por todos daminha família. Ao meu amigo e irmão em Cristo Marcos Teixeira que me ajudouna formatação do meu trabalho.

Ao meu irmão e Pastor. Gilberto Miranda Estanech. Por me abraçar nosmomentos mais difíceis da minha vida não só como irmão, mas principalmentecomo pastor e amigo que ele sempre foi e também nas horas que eu maisprecisei de ajuda na minha caminhada. Ajudou-me, não só espiritualmentemais também na parte financeira e psicológica.

E a todas as pessoas que direta e indiretamente me ajudaram nestacaminhada.

“No meio das tribulações, das angustias e incompreenções, podemos sempreesperar em Deus, certos da sua ação providente e poderosa. Quandodepositamos nossa esperança no Deus da palavra, não temos com que nospreocupar. Nossa esperança nunca será frustrada, porque Deus é fiel. Ele

sempre cumpre a sua palavra.

Hermisten Maia Pereira da Costa

“O único meio pelo qual, em nossa aflição, podemos obter a vitória é pelaesperança que resplandece sobre nós, em meio às trevas, e pela influênciamantenedora que desponta de nossas expectativa do favor divino.”

João Calvino

RESUMO

A presente monografia versa sobre a importância de batizar os infantes, um

assunto polêmico e, ao mesmo tempo, relevante na vida do crente e da Igreja

como um todo, considerando a responsabilidade de receber (por batismo)

aqueles desejosos de serem batizados, bem como a inserção da criança na

vida da igreja. Este trabalho está referenciado na Teologia Sistemática nas

relações históricas no decorrer dos tempos, por meio de uma pesquisa em

torno do panorama histórico-teológico sobre o assunto, observando os

pensamentos de João Calvino, os manuais, Catecismos e as Confissões de Fé,

como as de Westminster no seu capítulo XXVIII, que fala dos sacramentos:

Batismo e Santa Ceia. Sem querer polemizar o assunto, mas apresentar de

uma forma expositiva e explicativa sobre o pedobatismo, esta pesquisa

monográfica pretende contribuir para um maior entendimento sobre esse tema

complexo e presente na vida dos cristãos e no seio das nossas igrejas. Por

meio de uma leitura da linha reformada, este estudo apresenta bases bíblicas

sobre o pedobatismo, ao analisar a Teologia da aliança, que apontam para uma

noção sobre a necessidade de as crianças serem inseridas na comunidade

cristã por meio do batismo. Certamente este estudo não esgota o assunto, mas

contribui para que se considere a relevância do pedobatismo como uma prática

cristã a ser mantida ou adotada em nossas igrejas.

Palavras-chave: Teologia Reformada; batismo; pedobatismo; infantes.

SUMÁRIO

SUMÁRIO.............................................................................................................8

INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como objetivo apresentar um panorama a respeito do

batismo e suas implicações na prática de muitas igrejas responderem a favor

de batizar os infantes. O teólogo Reformado Herman Bavinck, comenta que o

problema de não batizar as crianças começou a surgir no momento em que o

batismo infantil passa a ser rejeitado por parte das igrejas dentro do

cristianismo. Dentro dessa circunstância temos dois possíveis fatores que

possivelmente contribuíram para que esse problema de não batizar as crianças

tenha começado. O primeiro argumento apresentado é que o batismo infantil

passa a ser rejeitado por parte das igrejas cristãs dizendo que o batismo de

criança não ocorre nas Escrituras em seu propósito original. O segundo

argumento é que, de acordo com seu propósito original, o batismo infantil

sempre pressupõe fé e arrependimento, e isso são coisas que não ocorre com

crianças pequenas, ou de qualquer forma elas não podem se manifestas nem

serem reconhecidas. Portanto, esse trabalho tem como objetivo responder

algumas dúvidas possíveis a serem esclarecidas sobre princípios básicos do

batismo infantil e porque é tão importante para a vida da criança. ( BAVINCK,

2012).

Esse trabalho está referenciado na teologia sistemática e ligado com relações

históricas no decorrer dos tempos. Principalmente sobre o batismo de infantes

que, norteia todo esse trabalho. Também está pautado nos símbolos de fé e

nas Confissões. Na Confissão de fé de Westminster em seu capítulo XXVIII,

que fala dos sacramentos que são Batismo e Santa ceia. Esse assunto é de

suma importância para todos nós. Quero com esse estudo contribuir para

melhor entende-lo que é para o crescimento de todos os cristãos e também

auxiliar no ensino de nossas igrejas.

Esse trabalho foi realizado através de literaturas, da linha reformada. Essas

literaturas ajudaram a formular os pensamentos para escrever sobre o batismo

infantil e sua implicação para a vida da criança e da igreja. Nesse trabalho

foram utilizados grandes autores como: o teólogo e reformador Francês, João

Calvino, tendo como base as Institutas III e outros escritos do próprio Calvino,

e também o teólogo Herman Bavinck, o Teólogo François Turretine, Trabalhei

também com o livro do Charles Hodge, Fhilippe Landes, e com as

Enciclopédias Bíblicas e os Dicionários. Que serão citados na bibliografia junto

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com as outras obras, que dentro da sistemática e da história, me deram apoio

para este trabalho.

O primeiro capítulo tem como objetivo geral demonstrar um panorama bíblico

teológico a respeito do batismo e do pedobatismo no decorrer da história, em

que o batismo sempre foi ministrado. Podemos também ver que o próprio

Jesus foi quem deu a ordem de batizar, no NT. (Mt. 28.19), Ele disse ide e

batizai em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, isso foi uma ordem de

Jesus. Todos devem ser batizados não no sentido de serem salvos mais

porque o batismo é o selo da promessa o pacto que Deus fez com o homem no

decorrer da história. O batismo sela o batizando, dando a ele os benefícios e os

deveres de pertencer à comunidade dos crentes, daqueles que confessaram

Jesus como salvador de sua vida e as crianças na responsabilidade de seus

pais, avós e da igreja. Portanto eles passam a fazer parte do corpo de Cristo. A

igreja universal. No decorrer da história. As igrejas reformadas, deu destaque à

idéia de que, o batismo seria o sinal do pacto; nesse pacto Ele oferece

livremente aos pecadores a vida e a salvação.

Da mesma maneira as crianças deveriam ser admitidas à nova aliança tão

cedo possível, da mesma forma em que no passado os meninos judeus eram

submetidos à circuncisão na antiga aliança, Hoje o batismo representa o pacto

dessa aliança. Dessa forma a teologia Reformada cristã, inclui a criança no

pacto da nova aliança que tem sido identificada como a dispensação da graça

de Deus para todos que crêem. “O conceito da aliança do Antigo Testamento é

por tanto um pacto de vida e amor que Deus Javé estabeleceu com o seu

povo. Uma aliança, um pacto de bondade e amor com a criação

toda.”(GERARD VAN GRONINGEN, 2008 P. 186).

O segundo capítulo trata sobre o batismo no panorama histórico, que irá

ressaltar a importância de observarmos dentro da história este sacramento.

Vamos observar que o meio pelo qual a pessoa se identificava com a igreja e

podia entrar e ter todos os seus privilégios era através do batismo. Ela passa a

ter todos os benefícios redentivos, e passa a fazer parte do corpo de cristo que

é a igreja dos salvos em Jesus Cristo. E conseqüentemente passam a ter uma

vida pautada nos ensinamentos do Senhor Jesus, revelados na Escritura. E

passa a uma vida sobrenatural e eterna, através do Espírito Santo. Também

falaremos um pouco sobre o batismo no pensamento de João Calvino, e o que

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ele diz a respeito do batismo e do pedobatismo.

Esse segundo capítulo tem como objetivo oferecer alguns argumentos sobre o

batismo e o pedobatismo. Em virtude dos fatos mencionados, vamos ver o que

as Confissões de fé têm a nos ensinar e contribuir com esse presente estudo. A

confissão Escocesa diz que: “Reconhecemos e sustentamos que o batismo se

aplica tanto aos filhos dos fiéis como aos fiéis adultos, dotados de

discernimento, e assim condenamos o erro dos anabatistas que negam o

batismo às crianças até que elas tenham compreensão e fé.” (O LIVRO DAS

CONFISSÕES, 1969 P.3.23).

A confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg, de 1563, na cidade do

eleitorado alemão do palatinado. Ele é o segundo dos padrões doutrinários da

Igreja e tornou-se o mais importante símbolo da Igreja Reformada. Traçaremos

também um breve comentário sobre a Confissão Belga que foi escrito no ano

de 1561 e a partir de 1619, adotado pelo sínodo de Dort. “Portanto, rejeitamos

o erro dos anabatistas, que, além disso, condenam o batismo dos filhos

pequenos dos crentes.” (CONFISSÃO BELGA E CATECISMO DE

HEIDELBERG, 2005 p. 31). Portanto temos uma responsabilidade de

reconhecer dentro da história esse cumprimento que passou de geração para

geração, desde Abraão até aos dias de hoje.

No terceiro capítulo nós vamos tratar da importância do batismo para as

crianças e para Igreja. O reformador Herman Bavinck declara que é muito

importante o fato de considerarmos que o batismo infantil depende

exclusivamente de como a Escritura considera os filhos dos crentes. E se a

Escritura fala dessas crianças da mesma forma que fala dos adultos que são

crentes, então ele diz que: o direito de praticar o batismo infantil fica então

estabelecido, pois fica explícito que nós não podemos afastar das crianças

aquilo que concedemos aos adultos. No caso do batismo de adulto temos que

nos ater segundo as Escrituras, pois não podemos ter certeza de sua fé

professada, pode ser que a pessoa que professou a fé seja hipócrita e isso não

dá para nós julgarmos, isso fica inteiramente por conta de Deus.

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1- O BATISMO E O PEDOBATISMO: PANORAMA BÍBLICO-TEOLÓGICO

Na perspectiva bíblica e teológica, o batismo se tornou regra geral entre as

igrejas. Sempre ouve acordo com que diz respeito ao batismo de adulto. Entre

as igrejas cristãs o problema só começou a surgir no momento em que o

batismo infantil é rejeitado por parte das igrejas no meio do cristianismo. Os

fundamentos que norteiam essa rejeição são especialmente dois: “O primeiro é

rejeitado por parte das igrejas no meio do cristianismo. Os fundamentos que

ele não ocorre na Escritura e segundo de acordo com seu propósito original, o

batismo sempre pressupõe fé e arrependimento”. (BAVINCK, 2012 P. 528).

Coisas que não ocorrem em crianças pequenas, ou de qualquer forma elas não

podem manifestar seu querer e nem serem reconhecidas. (BAVINCK, 2012).

Todos os crentes evangélicos concordam em afirmar que nossoSenhor Jesus Cristo instituiu duas ordenanças simbólicas para seremobservadas por sua igreja; a ceia do Senhor e o batismo cristão. Aprimeira comemora a obra redentora de Cristo realizada na cruz docalvário e a segunda celebra a regeneração do pecador os benefíciosda redenção lhe são aplicados pelo Espírito Santo. A morte de Jesussobre a cruz é fato histórico e objetivo, comemorando na santa ceia,mas a regeneração do pecador é uma preciosa realidade espiritual esubjetiva representada pelo batismo. (PHILIPPE LANDES, 1997 P.13).

No entanto podemos observar que existem vários meios pelos quais podemos

aplicar o batismo cristão. O batismo pode ser por aspersão, efusão ou imersão.

O que verdadeiramente tem valor é o sentido do batismo. Por que eu estou

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sendo batizado? Ou para que eu sou batizado? São perguntas que temos que

responder. Por isso não vamos tratar de todas as evidencias sobre o

significado do batismo em um curto espaço de tempo. Basta dizer que há

numerosos exemplos de que a ação do batismo não representa só fato de

imergir em água. Dessa forma podemos então dizer que a palavra batismo não

quer dizer somente imersão. Existem vários textos bíblicos que podem

comprovar essa linha de raciocínio. Os textos que dão argumentação a esta

linha de pensamento são: (Lv 14.6, 51; Mt 15. 2; Mc 7. 2-5; Lc 11.38; 1 Co 10.2;

Hb 9. 10-23). O termo grego “ baptismo” indica certo efeito sem que essa forma

prescreva a forma exata pela qual esse efeito é assegurado. Por isso podemos

administrar o batismo por aspersão, efusão ou mesmo por imersão sem

problema algum, porque o batismo é para nós uma ordenança. Pois o batismo

é muito importante para quem deseja fazer parte de uma igreja cristã. Diante

dos fatos acima citados iremos demonstrar mais argumentos sobre o batismo

cristão, e seu modo de ministrar, não necessariamente precisarmos imergir o

batizando. (BAVINCK, 2012). Vejamos:

Não há nenhuma razão para supor que o batismo com água, quanto omodo da sua administração, fosse diferente do derramamento doEspírito Santo sobre os que cressem no Evangelho. Tendo Jesusempregado a palavra baptizar para significar o baptismo que deviaser administrado com água, a conclusão natural e lógica é que obatismo com água devia ser feito do mesmo modo que se fizera obaptismo com o Espírito Santo, isto é, por derramamento ouaspersão. Os actos de aspergir e derramar, praticamente, sãoidênticos, havendo apenas uma diferença na quantidade de águaempregada, mas nesses dois actos a água desce o baptizando,assim como o Espírito Santo desceu sobre os discípulos. Tratando-sede um acto simbólico, a quantidade de água empregada não faznenhuma diferença. (PHILIPPE LANDES, 1997 P. 36).

Não há nenhuma questão de princípio entre os batistas e os não batistas

quanto às condições necessárias para o batismo de adultos. A verdade é que

em alguns casos tem tido uma diferença de pontos de vista, ou pelo menos de

ênfase sobre as prerrogativas da Igreja na entrada de candidatos para serem

batizados. Essa diferença pode existir entre os batistas e entre os não batistas.

Assim, a linha que demarca não deve ser desenhada simplesmente nestes

termos.

As injunções de Pedro no dia do Pentecostes e a prática seguida na ocasião

tornam claro que o arrependimento, a fé no Evangelho e a aceitação da

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Palavra são as condições sob as quais o batismo pode ou não ser ministrado.

Portanto ressalta-se que, não existe simplesmente uma só forma de batismo.

Para que seja válido, ele tem que seguir critérios específicos. E esses critérios

não são nossos e sim bíblicos e teológicos. (MARRIL C. TENNEY, 2008). O

escritor, Odayr Olivetty, nos traz a seguinte citação:

Como o Breve Catecismo define o batismo? Em sua resposta àpergunta 94, diz o Breve Catecismo: “Batismo é um sacramento noqual o lavar com água, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,significa e sela a união do crente com Cristo, a participação dasbênçãos do pacto da graça e a promessa de pertencermos aoSenhor”(ODAYR OLIVETTY, 2009 P. 65).

O pensamento atual a respeito do batismo é uma ordenança válida para todo o

povo de Deus. Uma vez que o ministério do cristão está centrado na obra

reconciliadora de Cristo. A tradição da Igreja Reformada deu destaque à idéia

de que o batismo seria o sinal do novo pacto e que, portanto, as crianças

deveriam ser admitidas à nova aliança o mais cedo possível. Da mesma forma

que os meninos judeus eram admitidos à antiga aliança mediante a

circuncisão.

O batismo fortaleceria a fé, e daria aos pais a certeza de que seus filhos

estavam inseridos ao novo pacto e, que à criança tem todo o direito à aliança,

mesmo sem ter ainda consciência disso, tornando-se rica fonte de bênçãos e

consolação à medida que a criança ia crescendo. (SINCLAR B. FERGUSON,

2011). Dessa forma traremos um argumento em favor do batismo infantil. O

escritor Charles Hodge em seu livro imersão ou aspersão nos diz que:

Filhos de pais crentes devem ser admitidos na igreja visível por meiodo batismo. São santos, Isto é, consagrados a Deus nãosimplesmente pelo ato formal do pai, que os consagra a Deus, masem virtude do pacto de Deus com o seu povo, pelo qual os incorporaa seu reino visível, com vistas à sua preparação para o reino eterno eespiritual. É o mesmo que ocorre com todos os governos humanos,que ligam os filhos ao Estado por causa de sua relação com os pais,ficando os filhos sob as leis dos mesmos, à espera da cidadaniaplena, que passam a gozar quando alcançam as condições devidas.Por sua constituição original e inalterada, o reino visível de Deus é umorganismo tal, que inclui, dentro de seus termos, os crentes e suasemente. Em conseqüência desta disposição divina, o selo do pactofoi aplicado a ambos nos dias de Abraão, e desde então tem sido feitosempre assim, tanto na antiga como na nova dispensasão.(CHARLES HODGE, 1988 P. 61).

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Podemos destacar que: “O primeiro ponto para o qual queremos chamar a

atenção do leitor, é o seguinte: Na constituição original da Igreja, o pacto que

Deus estabeleceu com o seu povo, inclui os filhos dos mesmos”. (CHALES

HODGE, 1988 P. 39-40).

1.1 A TEOLOGIA DA ALIANÇA

Nessa sessão, trataremos da teologia da aliança no AT e no NT. No Antigo

Testamento a aliança vai tratar de um contrato entre duas partes, que de uma

maneira bem rígida faz com que as partes se prendam umas as outras, como

obrigadas mutuamente a assumirem compromissos uma em prol da outra.

“Teologicamente (usado a respeito dos relacionamentos entre Deus e o

homem) denota um compromisso gracioso da parte de Deus no sentido de

beneficiar e abençoar o homem”. (WALTER A ELWELL, 1988 P. 44).

Podemos observar que no AT, um elemento muito importante dentro das

alianças era observar isso no duplo aspecto de que Deus tinha com Israel, que

era o elemento da condicionalidade ou da incondicionalidade. A pergunta que

fica é: as promessas solenes, que tinha e a natureza de um juramento

obrigatório que é relatado em Deuteronômio (7.8) que diz: “Não vos teve o

Senhor afeição, nem vos escolheu porque fosses mais numerosos do que

qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor

vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais”.

Eles deviam ser considerados, passível de culpa do não cumprimento, no caso

de descumprirem o que Deus tinha ordenado para que cumprissem, e para que

vivesse uma vida a altura das suas obrigações para com Deus? A resposta

para essa pergunta é Deus realizará quando as condições forem propícias em

seu cumprimento. Isto é, que o benefício pessoal mais especificamente o

benefício espiritual e interno da promessa de Deus para seu povo será

creditado e manifestado através da fé verdadeira e viva.

Sendo assim o que podemos entender é que o primeiro aspecto é ressaltado

pela forma inicial da aliança com Abraão. (WALTER A ELWELL, 1988). Dessa

forma podemos ver o que é importante para entendermos esse conceito de

aliança que é um elo entre o homem e Deus. O escritor Gerard Van Groningen

em seu livro Criação e consumação (2008). Traz a seguinte afirmação:

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O conceito da aliança do Antigo Testamento é que é um pacto (cf. Ez20.37) de vida e amor que Deus Javé estabeleceu entre si e osportadores de sua imagem. Mas Deus Javé estabeleceu uma aliança,um pacto de bondade e amor com a criação toda. No contexto dela etrabalhando a partir desse elo do pacto, Deus Javé atua em relação aseus “parceiros de aliança- a humanidade e a criação”. (GERARDVAN GRONINGEN, 2008 P. 186).

Nesse sentido podemos ter um panorama real com toda a criação, Deus Javé,

que é o criador, aquele que de maneira impar fez e guarda a aliança e é Ele

mesmo quem administra todo o seu reino. Tendo o pacto da aliança entre ele e

com toda a sua criação, portanto podemos dizer que ele governa, dirige, provê

e cuida de sua criação no todo. Deste modo podemos dizer que: é assim que

Deus administra pactualmente todas as obras de suas mãos.

Diante do que foi apresentado. Deus redimiu e restaurou sua “criação caída”

diante disso quando Adão e Eva pecaram; eles provocaram um desastre muito

grande para a humanidade, eles na verdade provocaram morte estavam agora

condenados pelo pecado. Ouve uma separação como de um abismo para outro

abismo. Ouve tristeza e muita dor, e isso trouxe conseqüências graves e

trágicas para o elo de amor e vida. Mas Deus em sua infinita bondade

introduziu sua dimensão redentora e trouxe novamente o seu relacionamento

da sua aliança com a humanidade e o cosmos.

Sendo assim, podemos ainda trazer três aspectos para guardarmos em nossas

mentes, esse amor que Deus Javé tem para seu povo, ele para tornar o pacto

uma realidade viva e produtiva incluiu três mandatos para pessoas da aliança,

conhecerem e obedecerem. O primeiro mandato é espiritual, ele trata de uma

forma bem específica o relacionamento entre eu-tu, entre Deus Javé e o povo

da aliança. O segundo aspecto a ser tratado e o social, que é controlado e

passa a dar motivação e desenvolve um relacionamento de edificação entre o

homem e Deus. O terceiro mandato vai trazer a direção com respeito ao

relacionamento do povo pactual em detrimento com os aspectos naturais e

culturais do reino cósmico. (GERARD VAN GRONINGEN, 2008).

No Novo Testamento a aliança é retratada da seguinte maneira, conforme

citação abaixo:

Na teologia cristã de modo geral, a nova aliança tem sidoidentificadas com a dispensação cristã, com a ordem religio-históricaintroduzida por Cristo e pelos apóstolos. Sendo assim, é o

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cumprimento das promessas da antiga aliança, e éconsideravelmente melhor do que a anterior, em virtude de ofereceruma visão mais nítida de Cristo e da redenção, da sua experiênciamais rica do Espírito Santo e da maior liberdade que outorga aoscrentes. (WALTER ELWELL, 1988 p. 47).

Nessa mesma perspectiva podemos demonstrar que, a Teologia da aliança tem

grandes argumentos sobre o batismo infantil. Podemos dizer que nós

batizamos as nossas crianças por obediência a promessa de Deus, que foi feita

no passado e que recebemos também no presente a mesma graça dispensada

por Deus a nós e a nossos filhos. O teólogo Luiz Berkhof nos dá uma

contribuição: Ele nos diz que:

Estão na aliança no sentido de que podem reivindicar as promessasque Deus lhes fez quando estabeleceu a Sua aliança com os crentese sua semente. Paulo chega a dizer dos seus ímpios compatriotas:“pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação,o culto e as promessas” (Rm 9.4). Como regra geral, Deus reúne osSeus eleitos dentre os que se acham nesta relação pactual. (LOUIZBERKHOF, 1998 P.285).

Nessa mesma linha dizer que, com base na aliança, os selos da aliança

pertencem de certa forma também a todos aqueles que, genuinamente,

pertence à aliança divina. Portanto, podemos afirmar que a aliança pertence às

crianças, com base na própria clausula da aliança. O Texto de Gn. 17. 7 diz:

“para ser o teu Deus e de toda a sua descendência”; e também o texto de At. 2.

39 diz: que: “pois para vós é a promessa, para vossos filhos e para quantos

ainda estão longe”. Diante do que foi apresentado podemos observar a aliança

divina tem referência primária e principalmente aos adultos, porque de fato esta

aliança consiste de um acordo recíproco que deve ser voluntário para ambos

os lados. No entanto a sabedoria de Deus ensina que a aliança deve ser

formulada por pessoas plenas e que possam de fato exercer suas operações

em suas faculdades morais.

Desta forma isso não impede de maneira alguma que ela seja pertinente às

crianças. Deus é soberano e quis de maneira amorosa derramar a sua graça, e

que essa graça maravilhosa se estendesse dos pais pra seus filhos.

(TURRETINI, 2011). Nesse mesmo viés o teólogo João Calvino nos dá um

argumento que reforça o que o autor quer nos falar. Ele nos diz que:

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O batismo, assim serve como nosso reconhecimento da fé à vista doshomens, uma vez que trata-se de uma marca pela qual publicamentedeclaramos que desejamos ser contados entre o povo de Deus, paraque, juntos com todos os crentes, possamos servir e honrar com umamesma religião, um Deus. Visto que, assim, principalmente atravésdo batismo, a aliança do Senhor é confirmada conosco, corretamentebatizamos nossos filhos porque eles já são participantes da aliançaeterna pela qual o Senhor promete ( Gn 17. 1-14) que ele será nãoapenas o nosso Deus, mas também de nossa posteridade. (JOÃOCALVINO, INSTRUÇÃO NA FÉ 2003 P. 82).

Deste modo, é importante pensar também nas definições etimológicas e

teológicas sobre a palavra batismo, a fim de melhor compreensão sobre o

tema.

1.2 DEFINIÇÕES ETIMOLÓGICAS E TEOLÓGICAS

Queremos de maneira bem sucinta apresentar as definições da palavra

batismo. De acordo com o dicionário Teológico do Novo Testamento, COLIN

BROWN, a palavra batismo é traduzida para o grego como ( bapto), que

significa “mergulhar”; já a palavra ( baptizo), tem o significado de mergulhar e

que, também contem outros significados que são “imergir”, “submergir”, e a

palavra; ( baptismos) “ato de mergulhar ou lavar”; e ( baptísma); que significa

“batismo”. O batismo é algo que vem de uma tradição antiga que geralmente

estão vinculadas com o lavar com água. No entanto, temos duas palavras-

chaves que são: bapto e baptizo, que indicam imersão. Temos que prestar

atenção às ações que são descritas pelas outras duas palavras que são: louô e

nipto, que tratam de lavagens completas e parciais, que trazem o sentido literal

de purificar, no sentido de puro. (COLIN BROWN, 2000).

No NT já havia um emprego figurativo do termo purificar. No inicio temos o

retrato do significado da providência da pureza cúltica, e depois no AT, o termo

foi estendido para retratar uma renovação completa da existência humana. “Ele

diz também que na gramática secular, a mesma palavra batismo que no grego

é (bapto) tem o significado de “mergulhar” “ mergulhar em tinta”, e, assim

“tingir”e também o sentido de “ tirar” (água). Baptizo é uma forma intensiva de

bapto e significa “mergulhar”, e “fazer perecer”; como por meio de afogar um

homem ou afundar um navio.

Podemos observar que embora a palavra bapto haja alguma evidencia com a

gramática secular com respeito a um banho ritual, isso não tem nenhuma

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conotação de que o verbo baptizo era empregado assim. Talvez isso tenha sido

uma evidencia por causa da sua associação com a idéia de perecer. Palavra

muito mais comum para lavagens religiosas eram louô, que traz a idéia de

“lavar” o corpo inteiro e a palavra niptô, que quer dizer, “lavar” ou “enxaguar”

partes do corpo, e “rhainô”, “aspergir”. E também a palavra sangue, que tem

como artigo (rhantizô).(COLIN BROWN, 2000 ).

No dicionário teológico do novo e velho testamento de KITTEL E FRIEDRCH

(2013) nos traz um exemplo muito importante do significado das palavras,

bapto e baptizô. Ele nos diz que a palavra bapto tem o significado de

“mergulhar em ou embaixo”, “morrer”, “imergir”, “afundar”, “afogar”, “lavar”. O

Novo testamento usa a palavra bapto, apenas no sentido literal, por exemplo, a

palavra “mergulhar” em Lucas 16.24 e a palavra, “morrer” em Apocalipse

19.13. E a palavra baptizô apenas no sentido cerimonial, normalmente com o

sentido de “batizar”. No entanto utros povos já tinham o costume de batizar é o

que vamos observar na citação abaixo.

As lavagens religiosas no helenismo. Fatos gerais. Banhos sacrossão encontrados nos cultos de Elêusis, na religião egípcia naadoração a Ísis e nos mistérios. Batismos de sangue são pós-cristãos. Baptízein no contesto sacroe em contextos similares. Esseuso é raro. Pode ser encontrado em alguns papiros, em Plutarco enos escritos herméticos, mas não num sentido técnico. (GERHARkITTEL E GERHARD FRIEDRCH, 2013 P.101).

Desta forma podemos observar o significado dos ritos através do batismo, e um

dos temas mais praticados no passado são as purificações e lavagens. Uma

visão clara de que vários líquidos são usados para o ritual de purificação,

incluindo a água era usado para limpar a impureza diante de Deus. No entanto,

temos um exemplo de vivificação por meio do afogamento simbólico. Os povos

iam para o rio Nilo para a prática desse costume que tinha como objetivo

principal se conectar com a divindade. O fato é que a idéia de purificação era

predominante, num sentido cultural. De acordo com Platão, Filo, e Josefo, o

termo baptizem, em si mesmo não tem grande importância cultural. (GERHAR

KITTEL E GERHARD FRIEDRCH, 2013).

Temos também a visão do WALTER A ELWELL, Enciclopédia Histórico-

teológica da Igreja Cristã, que diz: o derivado da palavra grega, baptisma, que

tem como o significado principal “batismo”, denota-se a ação de lavar, ou

19

mergulhar na água que desde os períodos mais antigos, tem-se usado como

rito de iniciação cristã. Em At 2.41, podemos ver que suas origens, tem sido

claramente procuradas nas purificações que ocorreram no Antigo Testamento.

As ilustrações das seitas judaicas nos mostra com clareza essa forma de

purificação em suas lavagens pagãs de uma forma paralela em suas formas

mais antigas. Em detrimento a essa visão, o que não podemos é nos afastar de

um princípio muito bem determinado de que o batismo que nós conhecemos

começou conforme o exemplo de João Batista. (WALTER A ELWELL, 1988).

Segundo o Teólogo Louis Berkhof, podemos observar que tudo isso não era

algo novo nos dias de Jesus vejamos:

No mundo gentílico. O batismo não era uma coisa inteiramente novanos dias de Jesus. Os egípcios, os persas e os induz tinham suaspurificações religiosas. Estas mais proeminentes ainda nas religiõesgregas e romanas. Às vezes elas tomavam a forma de banhos no mare às vezes eram efetuadas por aspersões. Diz Tertuliano que, emalguns casos a idéia de um novo nascimento estava ligada a estasilustrações. (LOUIZ BERKHOF, 1998 P. 624).

Podemos então entender, que o batismo era aplicado antes mesmo do

judaísmo pelos povos antigos em vários tipos de purificação. No AT, o

convertido ao judaísmo era submetido ao rito de circuncisão e no início da era

cristã. E este passava por um banho ritual e tinha que oferecer sacrifícios. Os

gentios que eram batizados passavam a se chamar prosélitos. Batismo de

prosélito, assim chamados os textos em hebraico e aramaico que tem como

objetivo empregar o termo tabal, e há poucas referências a ele na literatura

grega.

Nessa questão passam a empregar a palavra bapto, mas não baptizo.

Podemos entender que isso não passa de uma coincidência, no entanto isso

condiz com o fato de que os escritores gregos evitam a palavra baptizo,

quando vão descrever os ritos das purificações. Há uma questão que temos de

avaliar: é que, até que ponto o batismo de prosélitos influenciaram o batismo

de João Batista e também o batismo cristão primitivo.

Podemos então dizer que as informações mais antigas a respeito do batismo

de prosélitos pertencem à segunda metade do século I d.C. Uma parte que

temos que registrar é a importância atribuída à circuncisão pelos judeus.

(GERHAR KITTEL E GERHARD FRIEDRCH, 2013). E ainda é preciso ressaltar

20

que:

A mudança decisiva do paganismo é feita mediante a circuncisão; obanho se enquadra na capacitação do judeu recém-feito para entrarno seu primeiro ato de adoração, i.é, o sacrifício. Se for legítimo tirarinferência destes ditados, no sentido de que a conversão dopaganismo para o judaísmo era considerada como a entrada da vidaao sair da morte, e que esta era a fonte da doutrina cristã da novavida de um convertido a Cristo, deve ser observado que, no judaísmo,o conceito se vincula com o batismo de prosélitos apenas de modosecundário, e que o entendimento cristão do batismo em termos domorrer e ressuscitar é determinado por sua natureza de batismo parao Messias que morreu e ressuscitou, inaugurado, com isso, a “épocavindoura”. No batismo cristão a ênfase recai sobre a ação redentorado Messias e o relacionamento do convertido com ele. ( COLINBROWN, 2000 P 181).

De acordo com todos os argumentos mencionados acima, nós podemos

entender então que o fato é: os batismos aconteciam o tempo todo, mas nem

sempre tinha o mesmo significado. “Os judeus tinham muitas purificações e

abluções, mas estas não tinham caráter sacramental e, portanto, não eram

sinais e selos da aliança. O chamado batismo dos prosélitos tinha maior

semelhança com o batismo cristão”. (LOUIS BERKHOF, 1990 P. 625).

1.3 SINAIS DO PACTO: RELAÇÃO ENTRE O PACTO E BATISMO

Nessa seção o autor apresenta uma visão do que vem a ser essa relação entre

o pacto que Deus fez com Abraão e o batismo. A confissão de Fé de

Westminster, capítulo XXVII, nos diz que, Deus fez com Abraão um pacto e ele

se tornou o representante legal de um povo que foi escolhido por Deus como

sua propriedade exclusiva. A Confissão de fé nos mostra com muita clareza

que o selo ou sinal do respectivo pacto foi à circuncisão. “não se trata de um

conserto legal, como mosaico; mas uma aliança de comunhão, preservada pela

crença em Deus e absoluta demonstração e submissão a Ele”. (CONFISSÃO

DE FÉ DE WESTMINSTER, 1969 P. 282). Portanto Abraão, em decorrência de

uma aliança com o seu Deus de uma demonstração de fé, lealdade e fidelidade

ao Senhor; por isso ele passou a ser chamado de o Pai da fé, aquele que é o

beneficiário ancestral da graça de Deus. Dessa forma podemos observar a

citação abaixo que diz:

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Em conexão com o gracioso pacto abraâmico,Cristo estabelece o dagraça no Novo Testamento, recriando por ele um novo povo zeloso ede boas obras, conferindo-lhe um sinal externo, o Batismo, com osentido e os mesmos objetivos do signo vetotestamentário, acircuncisão sinal de inclusão no povo da promessa e selo deprosperidade divina dos servos incluídos. Não havia judeuincircunciso: não há cristão sem batismo. (CONFISSÃO DE FÉ DEWESTEMINSTER, 1969, p. 282)

Sendo assim podemos crer que o batismo como a circuncisão é um sinal

visível de identidade do servo de Cristo. É também uma marca invisível, que

também é de uma natureza espiritual, com a qual todos terão que se

apresentar diante de Deus, com suas devidas identificações diante do trono de

Deus. Portanto nós somos aceitos em Cristo mediante o baismo do Espírito

Santo, e cremos que precisamos também confessar diante de Deus e diante

dos homens para pertencermos à igreja visível na qual somos inseridos através

do batismo com água. (CONFISSÃO DE FÉ DE WESTEMINSTER, 1969). “O

pacto foi proposto pelo criador do homem. Deus não se beneficia do pacto, pois

ele é auto-suficiente, não carecendo de coisa alguma do homem ou da

natureza. Bem aventurança são dádivas do Deus gracioso.”( CONFISSÃO DE

FÉ DE WESTEMINSTER, 1969 P. 82).

Através dessa bem aventurança, podemos observar que Deus fez um pacto

com Abraão, e a circuncisão foi um meio usado por Deus para que a aliança

fosse estabelecida ao povo de Deus. A circuncisão é uma operação no órgão

masculino de reprodução, para que fosse removida a pele do prepúcio. Um rito

que era também praticado por outras nações.

Dentro de Israel tinha outra conexão, dentro de Israel a circuncisão tem um

significado especifico: é o sinal da aliança que Deus fez com Abraão. Gn 17.

11 diz: “circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança

entre mim e vós.” No entanto participamos das características dessa aliança,

que nos ensinam verdades éticas e espirituais. Também temos o rito externo,

cuja à observância é rigorosamente exigida a todos que quisesse fazer parte

dessa aliança com Deus teria que circuncidar Gn.17. 12 nos diz: “ O que tem

oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o

escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não

for da sua estirpe.”

Esse deve ser o sinal de uma mudança interna, efetuada por Deus e que os

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incircuncisos e todos os impuros, estarão fora da “cidade Santa”. (WALTER A

ELWELL, 1984) Nessa mesma perspectiva vamos ver uma citação que vai nos

esclarecer o pacto entre o VT, e o NT, a citação nos diz que:

O NT reflete este ensino e o completa. Sendo que a circuncisão é umsinal da justiça pela fé (Rm4.10-11) e já que ela perdeu a suarelevância para a justificação, porque Cristo já veio (Gl 5.6), nenhumcrente neotestamentário pode ser obrigado a submeter-se a ela ( At15.3-21;cf. Gl 2.3). À Luz deste cumprimento no NT, a circuncisãoagora se aplica igualmente aos cristãos judeus e gentios (Fp 3.3)visto que na “circuncisão de Cristo” todos os que são batizadosdespojaram-se do corpo da carne (Cl 2. 11-12). (WALTER A ELWELL,1984 P. 28).

No entanto as prefigurações do Antigo Testamento eram tipos, todos os

elementos da graça fora realizado por Cristo no novo Testamento. Portanto

passam a ser suficientes, como estímulos da esperança no messias da

promessa e geradora da fé, digo um dom carismático. Vou trazer para

esclarecimento alguns exemplos de símbolos: O sumo Sacerdote, o único que

era autorizado a entrar no santo dos santos para ser mediador entre Deus e o

povo, o sacerdote fazia um papel, era tipo de Cristo. Pois Jesus é o mediador

exclusivo, o único que entrou no santo dos santos celestes, e lá intercede pelos

seus redimidos. (Hb 4-14-16).

Jesus morreu para nos livrar da morte eterna. A morte do cordeiro era apenas

um substituto e prefigurava o sacrifício expiatório de Cristo em lugar e em favor

de todos os eleitos de Deus. Nesse sentido podemos dizer que, a circuncisão é

um sinal secreto ou invisível do pacto, marca que não se apaga na inclusão do

povo de Deus. Pois:

A necessidade do batismo não é temporária, mas perpétua, na igrejaconstituída bem como na igreja ainda a ser constituída (ou seja, oingresso na igreja e a selagem do pacto, que pertencem a todos oscrentes em todos os tempos, At 2.38; Rm 6.4; Tt 3.5; Cl 2.12).Portanto, visto que este mandamento é universal com respeito apessoas (porque todas as nações devem ser ensinadas e batizadas)e com respeito a lugares (porque deve alcançar a cada um no mundointeiro), bem como a tempos (porque ele tinha de continuar até o fimdo mundo), seria falso restringi-lo somente aos crentes, sejam judeusou gentios, dos quais os apóstolos congregaram a igreja primitiva.(TURRETINI, 2011 P. 464).

Essa marca foi substituída pelo batismo, “sinal visível da graça invisível”.

(CONFISSÃO DE FÉ DE WESTEMINSTER 1969). Para finalizar deixo uma

citação para que essa compreensão fique bem clara aos nossos olhos e

23

corações, a citação nos diz:

Finalmente o batismo é um sinal da obra regeneradora do EspíritoSanto mediante a qual os indivíduos são trazidos à aliança na açãocorrespondente de arrependimento e fé. Mas o Espírito Santo ésoberano (Jo 3:8). Ele freqüentemente está presente antes de seuministério ser percebido e sua operação não precisa sernecessariamente acompanhada por nossa apreensão dela. Enquantohouver oração no espírito e uma disposição de pregar a palavraevangélica quando vier à oportunidade às crianças pequenas podemser consideradas incluídas dentro da esfera desta obra vivificante daqual o batismo deve ser o sinal e o selo (WALTER ELWELL, 1984, p.159).

Neste ponto, relevante é considerar o pedobatismo e como se desenvolveu ao

longo da história da Igreja.

2- O BATISMO E O PEDOBATISMO: PANORAMA HISTÓRICO-TEOLÓGICO

Nessa seção, iremos ressaltar dentro da história a teologia e os sacramentos,

principalmente a que estamos tratando, o sacramento do batismo. E podemos

observar que não foi muito diferente do que é hoje. “O Didaquê, diz que, o meio

pelo qual a pessoa se identificava com a igreja e entrava no gozo de todos os

seus privilégios era através do batismo”(O DIDAQUÊ, 1980 P. 14). Isso é muito

importante lembrar, porque quando a pessoa que é alcançada pelo evangelho,

ela demonstrará seu interesse pelo ensino, e passa a ter uma nova vida com

Cristo.

Podemos observar de maneira efetiva que, a própria pessoa passa a ter

interesse pelo aprendizado. Ela passa a frequentar as reuniões dos crentes em

busca de maior entendimento da palavra e aprendia o que lhes permitia os

costumes atuais. Quando então essas pessoas se decidiam a ser tornar como

os outros irmãos e, juntos cultuar a Deus, elas eram admitidas na classe de

catecúmenos. Na classe de catecúmenos essas pessoas recebem mais

informações detalhadas sobre a vida e doutrina da sua comunidade.

(DIDAQUÊ, VII: 1, 1956). Este documento sem duvidas marca teologicamente

a história no decorrer dos tempos.

24

É fora de duvida que o Didaquê usufrui grande influência epopularidade no seio da igreja durante pelo menos os séculos II E III,em vista do número de escritos e documentos que o citaram ou lhefizeram referências, ou lhe transcreveram trechos. Duas cartaspatrísticas, a de Barnabé e a de Hermas, ambas da primeira metadedo século II, contêm passagens paralelas às do Didaquê, ou sejam,respectivamente, os capítulos, XVIII a XX, e II: 4 a 6. O teólogoClemente de Alexandria ( m. 213) utilizou-o em suas obras Stromatês,Protréptico, o pedagogo e “ Qual é o rico que se salva?” sem obstantereferir-se ao seu nome. Origenes, o mestre inolvidável da escola deAlexandria, o sucessor de Clemente, no seu de Principiis III,2,7 citouDidaquê. III, 10. (DIDAQUÊ, VII:1, 1956 P. 7).

No 2º século em diante temos a discrição que o culto foi dividido em uma parte

pública e a outra parte privada, e que o ministrar do batismo e da Ceia do

Senhor assumiu cada vez mais um caráter misterioso. No entanto, precedido

pelo catecumenato, o batismo foi cercado por uma ampla variedade que,

corresponde às ações simbólicas, como apresentações de crianças ou da

pessoa que recebe o batismo por padrinhos. Era realizada as profissões de fé,

curvatura de cabeça do candidato que estava se submetendo ao batismo e

também a realização do sinal da cruz, a colocação de sal consagrado na boca

do batizando, também era feito o exorcismo, a imersão ou aspersão que era

repetida três vezes, unção com crisma, e era dado um nome e a colocação de

uma vestidura branca, era dada uma concessão de um candelabro aceso, para

que fosse admitido na igreja, depois, dava-se um beijo fraterno, e às vezes era

ministrada a Ceia do Senhor imediatamente após o batismo.

Na era apostólica, o batismo seguia-se imediatamente a conversão e era

ministrado de uma forma mais simples possível. Temos o relato em At 2.38,

que aponta as palavras do Apostolo Pedro quando ele diz: Arrependei-vos, e

cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão de

pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo e também quando ele fala no

versículo trinta e nove quando diz: “Pois para vós outros é a promessa, para

vossos filhos e a todos os que estão longe, isto é, para quantos o Senhor,

nosso Deus chamar”. E também no capítulo oito de Atos. Os versículos trinta e

seis, trinta e oito e versículo trinta e nove que fala sobre a conversa do eunuco

com Felipe, quando o eunuco chega a um lugar que ele avista água, então ele

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pergunta para Filipe o que impede de eu ser batizado, então Filipe responde: é

licito, se creres de todo seu coração. E o eunuco respondendo a Filipe disse:

creio que Jesus Cristo é o filho de Deus. Então Filipe mandou parar o carro, e

ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco. E quando eles saíram da

água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; ele

seguiu o seu caminho cheio de júbilo. E mais o capítulo dez de Atos versículos

quarenta e sete e quarenta e oito quando o Apostolo Pedro diz que:

Porventura, pode alguém recusar água, para que não sejam batizados estes

que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? E então o Apostolo Pedro

ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. (BÍBLIA DE

GENEBRA, 1999). E também podemos observar a respeito de Agostinho nas

palavras de HERMAN BAVINCK, que diz:

Até mesmo Agostinho alimentou o desenvolvimento da doutrina dobatismo ao longo dessas linhas, embora, no caso dos adultos,exigisse fé e arrependimento anteriores ao batismo para que eletivesse efeito benéfico. Em primeiro lugar, ele diz que o batismo sóproduz perdão de pecados e regeneração dentro da igreja. Hereges ecismáticos podem recebê-lo fora da igreja, mas, nesse caso, ele éuma propriedade roubada e ilegítima e não tem efeito benéfico, masem vez disso, tende a ser destrutivo. Segundo, no caso de crianças,ele parece ensinar que o batismo, agindo ex operato, tem um efeitobenéfico. As crianças não batizadas que morrem na infância estãoperdidas, mas, no caso daquelas que são batizadas, o própriobatismo, ou a intercessão da igreja, ou a fé dos pais assume o lugarda fé que as próprias crianças ainda não podem exercer. (HERMANBAVINCK, 2012 P. 513).

Destacamos que, a tradição reformada rejeitou as cerimônias que eram

praticadas pelos antigos e gradualmente se associaram ao batismo e puderam

voltar à simplicidade da Escritura. Dessa forma, ela partiu da idéia de que o

batismo tinha sido instituído, principalmente para os crentes e, portanto ele não

produzia fé, mas no, entanto fortalecia e dessa maneira tentaram sustentá-la.

De maneira que consequentemente, dentro da história o batismo encarou uma

dupla dificuldade e essa dificuldade foi em relação ao batismo infantil. De

maneira que em primeiro lugar, tiveram de demonstrar, contra os anabatistas, e

também contra os católicos romanos e luteranos, que os filhos dos crentes

deveriam ser considerados como crentes antes mesmos de serem batizados e

como tais já tinham o direito ao batismo.

26

Em segundo lugar, elas tiveram que responder a respeito do que consistia a

graça especial do batismo no que diz respeito às crianças pequenas, porque

elas ainda não tinham chegado a idade do entendimento, Portanto eles diziam

que dificilmente poderiam se fortalecidas e confirmadas nessa fé. Dessa forma

não foi dada a atenção necessária a essa segunda questão.

Na verdade os teólogos, geralmente limitavam em falar que o batismo era uma

prova para os pais, de modo que toda sua descendência estava incluída na

aliança de Deus; isso faz com que uma grande fonte de conforto e benefícios,

que automaticamente eram trazidos para os filhos, quando eles se tornavam

maiores.

E mesmo antes de terem consciência disso tudo, o batismo lhes traz todos os

direitos e os benefícios da aliança da graça salvadora de Deus. (HERMAN

BAVINCH, 2012). Nesse mesmo contexto o que podemos observar no batismo

é a promessa divina que diz: todo aquele que crer e for batizado será salvo.

Essa é a pregação que deve ser inculcada ao povo de Deus, com insistência

que essa é a promessa que se há de repetir sem cessar. Precisamos recordar

sempre que o batismo é necessário e se faz excitar e fomentar continuamente

a fé.

A fé foi a circuncisão do prepúcio do coração no espírito, a qualsignificava a circuncisão da carne na letra. Dessa maneira o sacrifíciode Abel não o justificou em absoluto, mas a fé com que se ofereceutotalmente a Deus e que representava o sacrifício externo. Dessemodo o batismo não justifica a ninguém, nem é útil a homem algum,mas a fé na palavra da promessa, à qual se agrega o Batismo, essasim justifica e cumpre o que o Batismo significa, pois a fé é asubmersão do velho homem e a emersão do novo homem. (MARTIMLUTERO, 1520 p.69-70).

A eficácia do batismo, não está tanto na fé e na prática de quem o confere, mas

na fé e na prática de quem recebe o batismo, porem Podemos dizer que a

segunda coisa que pertence ao batismo é o sinal ou sacramento. “Portanto o

Sacramento não justifica, mas a fé nele.” Podemos entender que a circuncisão

não justificou Abraão e sua família ou sua semente, no entanto ele é chamado

pelo Apóstolo como sinalzinho da fé. (MARTIM LUTERO, 1520). Portanto

termino essa sessão com uma citação do teólogo, HERMAN BAVINCK, que

diz:

Para a validade do batismo infantil, eles unanimemente recorreram à

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Escritura, especialmente ao seu ensino sobre aliança da graça. Ascrianças, mas também os adultos, tinham de ser examinados à luz daaliança da graça. A pessoa não tem direito ao batismo por causa doarrependimento e fé, mas por causa da aliança. Os filhos nascidos depais crentes não eram crianças pagãs, não estavam sujeitos à ira deDeus nem estavam debaixo da ira de Satanás, de forma que, em seucaso, um exorcismo tivesse de ser realizado antes do batismo. Aocontrário, mesmo antes do batismo eles eram filhos da aliança. Obatismo, portanto, não era sequer absolutamente necessário àsalvação, nem havia necessidade de que os batismos urgentesfossem realizados por pessoas leigas. (HERMAN BAVINCK, 2012 P.517).

Mas o que pensa Calvino sobre este assunto. Na próxima seção abordaremos

o que diz este importante teólogo reformado.

2.1 O BATISMO NO PENSAMENTO DE JOÃO CALVINO

Nessa seção abordaremos o pensamento do teólogo João Calvino com

respeito ao batismo no AT, partindo da circuncisão. Calvino diz que a

circuncisão, para os judeus, era um sinal que servia para adverti-los de que

tudo provem de semente humana. Ele diz que toda a natureza do homem foi

corrompida, e para tal precisa sofrer uma amputação, ou seja, um corte. Diz

também que era um testemunho e um memorial para que fossem confirmados

na promessa feita a Abraão, de que na semente bendita todas as nações

seriam abençoadas, por isso deviam eles também esperar a mesma benção de

Deus. E diz assim:

Pois bem, aquela semente bendita, de vida e salvação, é JesusCristo, como nos ensina o apóstolo Paulo, unicamente em Quem comeles esperavam recuperar o que tinham perdido em Adão. Daí, aCircuncisão era para eles o que o apóstolo Paulo disse que tinha sidopara Abraão, isto é um “selo da justiça da fé”, pelo qual eles teriamcada vez maior confirmação de que a sua fé, pela qual esperavamaquela semente bendita, lhes era e lhes fosse sempre imputada porDeus para justiça. [1539] Mas noutro lugar, um pouco a diante a,explanaremos mais adequadamente a comparação entre aCircuncisão e o Batismo. (AS INSTITUTAS, III, CAPÍTULO X, 2002 P.147).

Calvino também fala das abluções que lhes tornavam manifestas todas as

imundícies, as impurezas e toda a corrupção, pelas quais a sua natureza tinha

sido maculada e contaminada. O batismo lhes prometia um novo lavamento, o

que os limparia os purificariam das suas manchas e da sua corrupção Esse

novo lavar era Cristo, cujo sangue nos limpa e nos purifica de todas as nossas

28

chagas pela qual fomos sarados. Podemos nesse caso, observar os sacrifícios

que os acusavam e os convenciam de todos os seus pecados.

Também de suas iniquidades e ao mesmo tempo os ensinavam que tinha que

haver alguma expiação para que fosse satisfeita toda justiça de Deus, para

isso era necessário um grande sacerdote. O sacerdote é Jesus, Ele veio para

ser o mediador entre Deus e o homem e prestaria plena satisfação de um

sacrifício aceitável à justiça de Deus, pelo derramamento de seu próprio

sangue, e pela imolação de um sacrifício aceitável e suficiente para remissão

dos pecados. Esse “grande Sumo sacerdote” é Jesus Cristo. Jesus passou a

ser o próprio sacrifício, Ele se ofereceu ao Pai, sendo totalmente obediente até

a morte.

Devido a sua obediência destruiu a desobediência do homem, a qual tinha

provocado à ira e a indignação de Deus. (AS INSTITUTAS, 20012). “O Batismo

nos foi dado por Deus primeiramente para servir à nossa fé naquele que o

instituiu e, em segundo lugar, para servir à nossa confissão dessa fé perante os

homens”. (AS INSTITUTAS, III, CAP. XI, 2002 P. 151). Calvino vai nos dizer que

o Sacramento é um sinal externo pelo qual o Senhor nos apresenta e nos

testifica segundo a sua boa vontade com cada um de nós a fim de nos

sustentar na fraqueza de nossa fé. Ele nos fala resumidamente e claramente,

que o sacramento é um testemunho da imensa graça de Deus declarada

através de um sinal externo. O batismo nos foi dado por Deus, porem o

batismo vai representar particularmente duas coisas: primeiramente a

purificação que obtemos no sangue de Cristo e a segunda é a mortificação da

nossa carne, que obtivemos pela morte de Cristo. ( JOÃO CALVINO, 1537). E

mas, ele nos diz que:

O batismo, assim, serve como nosso reconhecimento da fé à vistados homens, uma vez que trata-se de uma marca pela qualpublicamente declaramos que desejamos ser contados entre o povode Deus, para que, juntos com todos os crentes, possamos servir ehonrar com uma mesma religião, um Deus. Visto que, assimprincipalmente através do batismo, a aliança do Senhor é confirmadaconosco, corretamente batizamos nossos filhos porque eles já sãoparticipantes da aliança eterna pela qual o Senhor promete (Gn 17. 1-14) que ele será não apenas o nosso Deus, mas também de nossaposteridade. (JOÃO CALVINO, INSTRUÇÃO NA FÉ 1537 P. 82).

Calvino em seu comentário aos Romanos ele nos diz que, o batismo significa

que quando morremos para nós mesmos, nos tornamos novas criaturas. O

29

Apóstolo Paulo corretamente diz que, passamos da comunhão da morte de

Cristo para a participação de sua vida. Ele fala também que essas duas se

acham inseparavelmente entrelaçadas, o velho homem é destruído pela morte

de Cristo, para que sua ressurreição venha restaurar nossa justiça e nos

transformar em novas criaturas. (ROMANOS, JOÃO CALVINO 2001).

João Calvino vai nos explicar através do seu comentário em Colossenses (2.

12) ele nos diz que sendo nós sepultados com Cristo, somos participantes de

sua morte. Nisso o apostolo Paulo declara que só obtemos isso por meio do

batismo, para que esteja bem evidente que não há vantagem na circuncisão

sob o reinado de Cristo. (COLOSSENSES, JOÃO CALVINO, 2010).

Pois de outro modo alguém poderia objetar: “Por que você abole acircuncisão sob este pretexto - que sua concretização está em Cristo?Abraão também não foi espiritualmente circuncidado e, no entanto,isto não impediu a adição do sinal à realidade? Portanto, acircuncisão exterior não é supérflua, ainda que Cristo confira aquiloque é interior."Paulo antecipa uma objeção desse gênero fazendomenção do batismo. Cristo, diz ele, realiza em nós uma circuncisãoespiritual, não por meio daquele antigo sinal, o qual estava em vigorsob Moisés, mas por meio do batismo. Portanto, o batismo é um sinalda coisa que nos é apresentada, a qual, ainda que ausente, eraprefigurada pela circuncisão. O argumento é tomado da economiaque Deus designara; pois aqueles que retêm a circuncisão inventamum modo de dispensação diferente daquele que Deus designara.(COLOSSENSES JOÃO CALVINO, 2010 P. 62)

João Calvino vai tratar a relação entre a circuncisão e o Batismo. Tendo em

vista que antes que houvesse a instituição do batismo, o povo de Deus tinha

em seu lugar a circuncisão, de modo vigente no povo do Antigo Testamento.

Consideremos esses dois sinais ou símbolos, para que possamos entender

como de fato sua diferença e sua semelhança e por tanto podemos observar e

tirarmos nossa conclusão de cada um deles. Antes mesmo de Abraão ser

circuncidado Deus fez uma promessa de que Ele seria o seu Deus e também o

Deus de sua descendência, e que nele está à soberania e a plenitude e a fonte

de todas as bênçãos.

Portanto essas palavras incluem a promessa da vida eterna, como podemos

afirmar com relação à palavra de Jesus Cristo ao formular argumento extraído

do fato de que seu Pai é chamado de Deus de Abraão, para que os Saduceus

se convencessem da imortalidade e ressurreição dos crentes. Desse modo fica

bem claro para cada um de nós que Cristo não é Deus de mortos, pelo

contrario Ele é Deus de vivos. João Calvino em seu comentário de Efésios no

30

capítulo dois ele cita o que o Apostolo Paulo diz:

Engana-se, pois todo aquele que conclui que tudo isso e expressocom o fim de manifestar desdém pela circuncisão externa. Ao mesmotempo, reconheço que a frase qualificativa, na carne... feita por mãos[humanas], realça uma dupla circuncisão, como se quisesse moderara glória dos judeus, os quais se vangloriavam futilmente nacircuncisão literal, bem como para livrar os efésios de todos osescrúpulos sobre seu próprio valor, visto que eram cônscios de quepossuíam toda a verdade ou essencial do ritual externo. Ele o intitulade “incircuncisão na carne”, visto que exibia em seu corpo o sinal desua poluição; ao mesmo tempo, porem, o apóstolo insinua que suacircuncisão não mais era desvantagem, portanto havia sidocircuncidado espiritualmente por Cristo. ( EFÉSIOS JOÃO CALVINO,1998 P.66).

Podemos observar que Calvino fecha seu pensamento dizendo o mesmo

sentido e significado da circuncisão agora são transferidos para o batismo que

simboliza a remissão dos pecados e a mortificação da carne, de modo que

possamos viver para a justiça. (AS INSTITUTAS, 2002). De fato fica claro o que

o reformador João Calvino pensa a respeito desse assunto com relação entre

circuncisão e batismo e o seu significado:

Como dissemos que Cristo é o cumprimento de todas estas coisas,como também é o fundamento do Batismo, igualmente o é daCircuncisão. Porque Ele foi prometido a Abraão, e nele foi prometidabênção a todas as famílias da terra, como se o Senhor dissesse quetoda a terra, estando sob maldição, receberia bênção por Seuintermédio. E lhes é acrescentado o sinal da Circuncisão para selar econfirmar dita promessa. (AS INTITUTAS, III CAP. XI 2002 P.169).

De forma bem objetiva podemos dizer que à semelhança da circuncisão as

crianças devem ser batizadas. O batismo pode ser ministrado às crianças na

perspectiva de que elas estão inclusas na ordenação de Deus. Calvino deixa a

seguinte pergunta “quem será tão desprovido de bom senso que queira

restringir-se a resolver o caso só levando em conta a água e a observância

visível, sem considerar o ministério espiritual?”(AS INSTITUTAS III, CAP. XI

2002 P. 170).

A resposta para essa pergunta é que possamos pensar racionalmente olhando

para o pacto que Deus fez com o homem no decorrer de toda a história no AT,

e NT, não teremos dúvida alguma de que às crianças tem o pleno direito ao

batismo. De maneira que foi o próprio Senhor a ordenar que fosse ministrada a

circuncisão a todas as crianças do sexo masculino que na era patriarcal,

representavam também as do sexo feminino. Portanto elas também eram

merecedoras da graça de Deus, e declarou o Senhor explicitamente de tudo o

31

que nela e por ela é representado. ( INSTITUTAS, 2002).

Nesse ponto João Calvino faz uma declaração dura quando diz que: “se não for

assim, com razão se poderia dizer que essa instituição não passa de uma

mentira, e até de uma tremenda farsa. O que não se pode tolerar entre os

crentes”. (AS INTITUTAS III, CAP. XI 2002 P. 170). Podemos então refletir em

uma citação para esclarecer de modo digno essa questão que é muito

importante para todos os cristãos:

Como o Senhor antigamente concedeu a circuncisão às crianças,fazendo-as participantes de tudo o que ela significava, o mesmoacontece no batismo com as crianças. A circuncisão era o selo dapromessa do pacto e esse pacto se estende às crianças cristãs. Apóso Senhor fazer o pacto com Abraão, ordenou-lhe que esse pactofosse selado nos infantis pelo sacramento exterior, o que se aplica àscrianças cristãs de hoje. (JOÃO CALVINO: VIDA E INFLUÊNCIA ETEOLOGIA, 1985 P. 364).

Esta citação de Calvino nos leva a pensar como as confissões reformadas

tratam o batismo. João Calvino vai dizer que a circuncisão para os judeus era

um sinal que servia para adverti-los de que tudo provem de semente humana

ele diz: toda a natureza do homem foi corrompida, e para tal precisa sofrer uma

amputação, ou seja, um corte. Diz também que era um testemunho e um

memorial para que fossem confirmados na promessa feita a Abraão, de que na

semente bendita todas as nações seriam abençoadas, por isso deviam eles

também esperar a mesma benção de Deus. “Como o Senhor antigamente

concedeu a circuncisão às crianças, fazendo-as participantes de tudo o que ela

significava, o mesmo acontece no batismo com as crianças.”(JOÃO CALVINO

VIDA E INFLUÊNCIA E TEOLOGIA, 1985 P. 364).

2.2 O BATISMO NAS CONFISSÕES REFORMADAS

A confissão Escocesa escrita em {1560}, por uma comissão de seis pessoas,

dentre estas seis pessoas, estava João Knox que viveu entre os anos de

(1514- 1571). Foi escrita a pedido do parlamento escocês e no seu capítulo

21, que vai tratar dos sacramentos, que relaciona a circuncisão e a páscoa, da

antiga aliança, com os “dois sacramentos principais” que foram instituídos pelo

próprio Cristo. Os dois sacramentos são: Batismo e Santa Ceia do Senhor.

Como podemos observar a confissão valoriza os sacramentos, e no nosso

32

caso o batismo é o principal motivo do qual estamos escrevendo, por isso a

confissão esta condenando aqueles que os consideram apenas meros sinais

desnudos, ou seja, que não tem nada para oferecer. Mas como vimos acima,

isso não é verdade, muito pelo contrário, a confissão diz que devemos

seguramente crer que pelo batismo somos enxertados em Jesus Cristo, para

que nos tornássemos participantes de sua justiça, pelo qual todos os nossos

pecados foram perdoados. (CARLOS JEREMIAS KLEIN, 2000). Vamos agora

dar uma olhada no Catecismo de Heildelberg e ver o que ele nos fala sobre o

batismo.

Começaremos com a pergunta de numero 69, que diz: Como o Santo Batismo

te recorda e te garante que o sacrifício único de Cristo na cruz te é útil? Ele nos

responde desta maneira:

Cristo instituiu este lavar externo com água e por ele prometeu queme encontro tão seguramente lavado com seu sangue e com seuEspírito das impurezas de minha alma e de todos os meus pecados,como lavado externamente com água que é usada para remover asujeira do meu corpo. (LIVRO DE CONFISSÕES, 1969 P. 4.066-.071).

A pergunta de número 70 nos diz: Que é que significa ser lavado com o sangue

e o Espírito de Cristo? A resposta é:

Significa termos de Deus o perdão dos pecados, mediante a graça,por causa do sangue de Cristo, derramando por nós em seu sacrifíciona cruz, e também sermos renovados pelo Espírito Santo esantificados como membros de Cristo, de modo a podermos, mais emais, morrer para o pecado e viver consagrada e irrepreensivelmente.(LIVRO DE CONFISSÕES, 1969 P. 4. 066-071).

Temos a pergunta 71, que diz: Onde promete Cristo que somos tão certamente

lavados com seu sangue e seu Espírito como com água do Batismo? A

resposta é:

Na instituição do batismo, nestes termos: Ide, por tanto, fazeidiscípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e doFilho e do Espírito Santo Quem crer e for batizado será salvo; quem,porem não crer será condenado. Esta promessa é também repetidaonde as Escrituras chamar o Batismo a água do novo nascimento e olavar dos pecados. (LIVRO DE CONFISSÕES, 1969 P. 4. 066-.071-4. 072-. 075).

Também temos a pergunta 72, que nos ensina da seguinte maneira: Lava dos

pecados o simples lavar externo com água? Resposta: “Não, pois só o sangue

de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todo o pecado”. (LIVRO DE

CONFISSÕES, 1969 P. 4. 066- 071- 4. 072-. 075). A pergunta 73 diz: então por

que chama o Espírito Santo ao batismo “água do novo nascimento” e “lavar dos

33

pecados”? A resposta é:

Deus não fala desta maneira a não ser por uma forte razão. Ele nãosó nos ensina pelo Batismo que extremamente como a sujeira docorpo é removida pela água, assim os nossos pecados são removidospelo sangue e pelo Espírito de Cristo; no entanto, mais importanteainda, pelo divino penhor e sinal ele quer assegurar-nos que somostão verdadeiramente lavados dos nossos pecados, espiritualmente,como nossos corpos o são com água. (LIVRO DE CONFISSÕES,1969 P. 4. 066- 071- 4. 072-. 075).

E por fim a pergunta de número 74, que fecha com uma extrema reflexão a

respeito do batismo infantil: Também as crianças devem ser batizadas? A

resposta é:

Sim, porque elas assim como seus pais, estão incluídas na aliança epertencem ao povo de Deus. Desde que, tanto a redenção do pecadopelo sangue de Cristo como o dom da fé pelo Espírito Santo sãoprometidos a estes filhos não menos que a seus pais, as criançastambém são, pelo batismo, como sinal da Aliança, incorporadas àIgreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos. Isto foi feito naVelha Aliança pela circuncisão. Na nova Aliança foi instituído oBatismo para tomar seu lugar. (LIVRO DE CONFISSÕES, 1969 P. 4.066- 071- 4. 072-. 075).

Para acrescentarmos e reforçarmos o que foi dito pelo Catecismo de

Heidelberg, traremos um breve comentário sobre a Confissão belga que foi

escrita nos anos de (1561) e em 1619- Adotada pelo sínodo de Dort.

(CONFISSÃO BELGA, 2005 P.31). Sobre o batismo de criança. Temos a

seguinte citação:

Portanto, rejeitamos o erro dos anabatistas, que não se contentamcom o batismo que uma vez receberam e que, além disso, condenamo batismo dos filhos pequenos dos crentes. Nós cremos, porém, queeles devem ser batizados e selados com o sinal da aliança, assimcomo as crianças em Israel eram circuncidadas com base nasmesmas promessas que foram feitas aos nossos filhos. (CONFISSÃOBELGA, 2005 P. 31).

Temos agora o relato da Confissão Helvética de (1561-1566) que nos dará uma

grande contribuição para esse trabalho, no qual é de suma importância para

nosso conhecimento sobre o Batismo e principalmente o batismo infantil. Esta

talvez seja a mais importante confissão reformada continental. Na sua forma

original, foi redigida por Heinrich Bullinger em (1504- 1575), e o seu sucessor

foi o reformador Zuínglio na cidade de Zurique, sendo aprovada por um sínodo

de (1566). (CARLOS JEREMIAS KLEIN, 2000). Essa confissão vai dizer sobre

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o batismo a seguinte citação:

Ser batizado em nome de Cristo é ser arrolado, incluído e recebido naaliança e na família e assim na herança dos filhos de Deus; serpurificado também da impureza doa pecados, e receber a multiformegraça de deus para uma vida inocente... Todas essas coisas sãoconsignadas pelo batismo. (O LIVRO DE CONFISSÕES, 1969,5.187).

Segundo a “Confissão Helvética, ela evidencia uma concepção que é

puramente sacramental calvinista, que prevalece sobre a concepção

puramente simbólica do reformador Zuínglio,”(CARLOS JEREMIAS KLEIN,

2000 P. 30). “Pois com relação ao ministro do batismo, a Confissão preceitua

que ele pertence aos “ofícios eclesiásticos” e não deve ser administrado por

mulheres ou parteiras”. (LIVRO DAS CONFISSÕES, 2000). Portanto nós

cremos que a mais perfeita forma de batismo é a forma na qual o próprio Cristo

foi batizado e também pela qual os apóstolos batizaram.

Portanto, tudo o que foi acrescentado posteriormente e que são usados em

determinadas igrejas nós não aceitamos como por ex; o exorcismo, o uso de

velas acesas, óleo, sal, “cuspo” e outras coisas semelhantes como a de que o

batismo tem que ser realizado duas vezes por ano com um grande número de

cerimônias.

Porém nós acreditamos que só existe um batismo e este foi santificado na

primeira instituição que foi realizada por nosso Deus, e que o batismo é

consagrado pela palavra, e, portanto é eficaz ainda hoje, em virtude da primeira

bênção de Deus. (LIVRO DAS CONFISSÕES, 2000). A confissão Helvética

apresenta mais um argumento em favor do batismo e condena os anabatistas

por eles não praticarem o batismo em crianças. Vejamos:

Condenamos os anabatistas, que negam que as criancinhas recém-nascidas dos fiéis devam ser batizadas. Mas segundo o ensinoevangélico, “dos tais é o Reino de Deus”, e as mesmas se encontramna aliança de Deus. Por que, então, não deve o sinal da aliança deDeus ser conferido a elas? Por que não devem aqueles que sãopropriedades de Deus e estão, na sua igreja ser iniciados pelo SantoBatismo? Condenamos os anabatistas em outras de das suasdoutrinas peculiares, que eles sustentam em oposição à palavra deDeus. Não somos, anabatistas e nada temos em comum com eles.(LIVRO DE CONFISSÕES, 1969P. 5. 192).

Podemos dizer que a Confissão de Augsburg é uma pública confissão de fé,

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uma confissão do Senhorio de Jesus Cristo. “A confissão como tal foi

apresentada em hora de perigo. Ali, em Augsburg, nossos pais luteranos

fizeram uma pública confissão de sua fé em Jesus Cristo”. (apud. CONFISSÃO

DE AUSGSBURG, 1580 P. 10).

Lutero descobriu que Deus não é um Deus que quer que o homemmorra, mas viva! Deus não quer condenar, mas salvar o homem.Quando ele fez esta descoberta, o reformador não ficou com issopara si. Ele a anunciou. Sua descoberta se alastrou como pólvora portoda a Alemanha. Sempre que o evangelho se liberta não há quem osegure. Ele tomou conta do Apóstolo Paulo, de Santo Agostinho, e demilhares de contemporâneos de Lutero. Onde o Evangelho age,também surgem mudanças. (apud. A CONFISSÃO DE AUGSBURGO,1980 P. 7).

Portanto a Confissão de Augsburgo trata de forma bem implícita o ensino do

batismo quando diz que: ensinar é extremamente necessário para nossa

salvação e que pelo batismo nos é oferecida a graça de Deus, bem como a

importância e o dever de batizarmos as crianças, as quais são oferecidas a

Deus pelo sacramento do batismo e são recebidas na graça do nosso Deus.

A confissão de Augsburgo condena os anabatistas, que desaprovam o batismo

infantil e afirmam que as crianças são salvas sem o sacramento do batismo.

(CONFISSÃO DE AUGSBURGO, 1530-1980). Iremos apresentar agora a

Confissão de fé de Westminster e seu ensino sobre o batismo:

Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providênciade tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deusque os homens ficam inexcusáveis, contudo não são suficientes paradar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessária paraa salvação. Por isso aprouve ao Senhor, em diversos tempos e pordiferentes modos, revelar-se e declarar ser essa a sua vontade para asua Igreja; e, depois ( para a melhor preservação e propagação daverdade, e para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igrejacontra a corrupção da carne, e contra a malícia de Satanás e domundo), fez com que fosse tudo escrito. Isso torna indispensável àescritura Sagrada, portanto cessaram aqueles primeiros modos derevelar Deus a sua vontade ao seu povo. (LIVRO DE CONFISSÕES,1969 P. 6.001).

Podemos destacar que o batismo é um sacramento do NT, e que foi instituído

por Cristo. Ele não só estabeleceu para admissão solene da pessoa que se

submete ao batismo na Igreja, mas também, para servir-lhe de sinal e selo do

pacto. Esse pacto nos trouxe grandes benefícios como a regeneração, a

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remissão dos pecados e também da sua consagração a Deus por meio de

Jesus Cristo, a fim de que possamos andar em novidade de vida. Este

sacramento, segundo a ordenação do próprio Cristo, há de continuar em

nossas igrejas até quando Jesus retornar. (LIVRO DE CONFISSÕES, 1969). E

também que:

A eficácia do batismo não se limita ao momento em que éadministrado. Contudo, pelo devido uso dessa ordenança, a graçaprometida é não somente oferecida, mas realmente manifestada econferida pelo espírito Santo aqueles a quem ele pertence (adultos oucrianças), segundo o conselho de Deus, em seu tempo apropriado.(LIVRO DE CONFISSÕES, 1969 P. 6.144).

A Confissão de fé de Westminster traz um pano de fundo para que possamos

compreender melhor essa questão do batismo e do pedobatismo no seio de

nossas Igrejas. E também sua contribuição para este estudo importantíssimo

de uma jornada que até hoje vem se desenrolando no decorre dos tempos e

nos ajudará a compreender melhor o que é o batismo e o pedobatismo; e o

que eles simbolizam na vida de quem se submete a ele. (apud. FREME,1988).

Vamos ver agora como ela surgiu:

O parlamento da Inglaterra, sentindo que o país, política ereligiosamente separado de Roma, precisava de uma religião estatalsistematizada, que servisse de parâmetro oficial de fé ecomportamento ético aos seus cidadãos, convocou uma Assembléia(de julho de 1643 a fevereiro de1649 ), que se reuniu na Abadia deWestminster, composta de cento e vinte clérigos, os seus melhoresteólogos, mais dez membros da Casa dos Lordes, vinte da Casa dosComuns e oito representantes puritanos ou puritarizados da Escócia,sem direito a voto. Estes exerceram influência decisiva Foram elesque determinaram o conteúdo reformado e calvinista do documentocontra o arminianismo, fortemente arraigado, especialmente nosseguimentos populares. O antropocentrismo arminiano favorece acrença dos social e intelectualmente desfavorecidos, pois coloca asalvação no âmbito das possibilidades humanas mediante esforçomístico, privações econômicas e renúncias dos prazeres sensoriais,sendo-lhes a fé, não um dom da graça, mas uma virtude natural pelaqual se conquista a benemerência divina da redenção. (apud.FREME, 1988 P. 333).

Em virtude dos fatos mencionados vamos acompanhar no decorrer da história

e ver porque houve essa necessidade de surgir e como foi essa elaboração e

qual efeito fez. E também suas aplicações na vida das pessoas e na vida

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eclesiástica; sustentando uma doutrina verdadeira, pelo fato de estar firmada

em Toda Escritura. (BETTENSON, 1967). Vejamos:

A presbiterianização do texto confessional impediu que secentralizasse o múnus espiritual num clérigo ou clero proeminente,como acontecia no romanismo pontifício, mas que se transferisse aautoridade em matéria de fé e de moral, como entendia Calvino, paraas Escrituras Sagradas, única regra de fé e de conduta, base sobre aqual a Igreja se apóia e se estrutura. Ouve-se a Palavra de Deuspelas Escrituras. Escuta-se o pensamento da Igreja pelos concíliosdemocraticamente instituídos. Sendo a Bíblia o cerne e o centro da férevelada, o texto confessional confere-lhe acentuada proeminência einconfundível destaque não somente no primeiro capítulo, que delatrata especificamente, mas em todos os tópicos de natureza efundamentos doutrinários. A bibliocentricidade da Confissão de Fé deWestminster é fato nitidamente constatável. Tendo e aceitando aConfissão de Fé de Westminster como exposição fiel das EscriturasSagradas à luz do credo reformado, a Igreja Presbiteriana coloca-a nacondição de instrumento parametral de suas postulações teológicas eregenciais comunitárias e baliza mestra de seus cursos de teologia.(apud. BETTENSON H. A, 1967 P. 278-283).

A Confissão de fé de Westminster em seu capitulo XXVIII e seu ensino sobre o

batismo diz que: “O batismo é um sacramento do novo Testamento, instituído

por Jesus Cristo, não só para admissão solene da pessoa batizada na Igreja,

mas também para servir-lhe de sinal do pacto da graça”. (O LIVRO DE

CONFISSÕES, 1969 P. 6.139). E mais do que isso o batismo sela sua união

com Cristo trazendo regeneração e remissão dos pecados. Por isso, temos que

levar em consideração que, através de sua consagração a Deus por meio

Jesus Cristo podemos andar em novidade de vida. Portanto este sacramento,

segundo a ordenação de Cristo continuará em sua Igreja na plenitude dos

tempos até a volta de Jesus Cristo no final dos tempos. (LIVRO DE

CONFISSÕES, 1969). E mais:

Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providênciade tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deusque os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes paradar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessária paraa salvação. Por isso aprouve ao Senhor, em diversos tempos e pordiferentes modos, revelar-se e declarar ser essa a sua vontade para asua Igreja; e, depois ( para a melhor preservação e propagação daverdade, e para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igrejacontra a corrupção da carne, e contra a malícia de Satanás e domundo), fez com que fosse tudo escrito. Isso torna indispensável àescritura Sagrada, portanto cessaram aqueles primeiros modos derevelar Deus a sua vontade ao seu povo. (LIVRO DE CONFISSÕES,1969 P. 6.001).

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Neste sentido, a natureza do batismo para a Igreja no que se refere às crianças

tem sua importância.

3 - A IMPORTÂNCIA DO BATISMO PARA AS CRIANÇAS E PARA IGREJA

O reformador Herman Bavinck declara que o fato de considerarmos que o

batismo infantil depende exclusivamente de como a Escritura considera os

filhos dos crentes. E se a Escritura fala dessas crianças da mesma forma que

fala dos adultos que são crentes, então ele diz que: o direito de praticar o

batismo infantil fica então estabelecido, pois fica explicito que nós não

podemos afastar das crianças aquilo que concedemos aos adultos.

No caso do batismo de adulto temos que nos ater segundo as Escrituras, pois

não podemos ter certeza de sua fé professada, pode ser que a pessoa que

professou a fé seja hipócrita e isso não dá para nós julgarmos, isso fica

inteiramente por conta de Deus. “A igreja não julga a respeito de assuntos

íntimos. Isso é verdadeiro também no caso do batismo de criança. Aqueles que

querem certeza absoluta nunca podem realizar este sacramento” (HERMAN

BAVINCK, 2012 P.532).

Podemos então de acordo com o teólogo reformado dizer que o batismo de

adulto é de fato, o batismo original e o batismo infantil é derivado do batismo

de adulto. No Antigo Testamento o batismo faz uma analogia a circuncisão que

era aplicada aos meninos no seu oitavo dia depois de seu nascimento. Calvino

em seu comentário em Colossenses 2. 11-12 vai dizer que:

Disto transparece que ele mantém uma controvérsia com os falsosapóstolos, os quais confundiam a lei com o evangelho e por essemeio tentavam forjar um Cristo, por assim dizer, de duas faces. Noentanto, ele especifica um caso a guisa de exemplo. Ele prova que acircuncisão de Moisés não é meramente desnecessária, mas éoposta a Cristo, porque destrói a circuncisão espiritual de Cristo. Poisa circuncisão foi dada aos pais para que fosse figura de algo queestava ausente; portanto, os que retêm essa figura depois do adventode Cristo negam a concretização do que ela prefigura. Portanto,tenhamos em mente que a circuncisão externa é aqui comparada

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com a espiritual, justamente como uma figura com a realidade. Afigura é de algo que está ausente; daí ela remover a presença darealidade. O que Paulo discute é isto: visto que o que foi prefiguradopor uma circuncisão feita por mãos já foi completado em Cristo, agoranão existe nenhum fruto ou benefício dele. Daí ele dizer que acircuncisão que é feita no coração é a circuncisão de Cristo, e que poressa conta aquilo que é externo não é mais requerido, porque, onde arealidade se faz presente, desvanece aquele emblema sombrio, vistoque já não tem lugar, exceto na ausência da realidade.(COLOSSENSES, JOÃO CALVINO, 2010 P. 59).

Essa circuncisão ela foi claramente substituída pelo batismo. Os colossenses,

embora fossem cristãos gentios, eles eram tão circuncidados quanto os

Judeus. Nesse contexto eles não foram circuncidados por mãos humanas, mas

pelo fato de uma circuncisão que caracteriza em despir-se do corpo da carne e

de toda natureza carnal pecaminosa. “O batismo, portanto, é mais que a

circuncisão, não em essência, mas em grau. A circuncisão apontava para

frente, para a morte de Cristo; o batismo aponta para morte de Cristo, para

trás. O primeiro termina e o segundo começa com essa morte.” (HERMAN

BAVINCK, 2012 P.533).

Nesse caso a circuncisão como sinal da aliança ela pode e deve; ser

ministrada as crianças. Podemos dizer então que, o batismo nessa perspectiva

não é mais pobre, ele se torna muito mais rico em graça. Outro fato a

considerar é que o sacramento da antiga aliança só era ministrado para as

pessoas do sexo masculino, mas na nova aliança as pessoas do sexo feminino

também se tornam merecedores de igual modo. (BAVINCK, 2012). Nesse

mesmo sentido temos uma confirmação de que, as crianças devem sim ser

batizadas e receber esse benefício em suas vidas. Não podemos negligenciar

esse direito a elas.

A tradição da Igreja Reformada deu destaque à idéia de que obatismo seria o sinal do novo pacto e que, portanto, as criançasdeveriam ser admitidas à nova aliança tão cedo possível, quanto osmeninos judeus eram admitidos à antiga aliança mediante acircuncisão. O batismo fortaleceria a fé, daria aos pais a certeza deque seus filhos estavam incorporados ao novo pacto e, à criança odireito à aliança, mesmo sem ter ainda consciência disso, tornando-serica fonte de bênçãos e consolação à medida que a criança crescia.(SINCLAIR B. FERGUSON, 2011 P. 124-125).

O batismo, portanto, relaciona a criança com a igreja visível, isso coloca a

criança sob os cuidados do povo de Deus e a andarem segundo o teor de seus

40

ensinamentos. O batismo vinculará à criança com a igreja. E essa recebe a

criança como adotiva, e a insere em sua família a família da fé e assim tem a

responsabilidade de cuidar dela procurando capacitá-la de todas as formas

possíveis, para que, ela possa crescer espiritualmente e se tornar herdeira com

Cristo no céu. (HODGE, 1988). O teólogo Louis Berkhof vai dizer que:

O batismo de crianças também é um meio de graça para os pais queapresentam seu filho para o batismo. Serve para fortalecer-lhes a fénas promessas de Deus, para produzir neles a certeza de que acriança pela qual se responsabilizaram tem direito de propriedadequanto à aliança da graça, e para fortalecer neles o senso de suaresponsabilidade pela educação cristã do seu filho ou filha. (LOUISBERKHOF, 1990 P. 645).

Isso vai promover o bem de todos os envolvidos. E assim as crianças e os pais

recebem as bênçãos e ao mesmo tempo cresce também a santidade da igreja

e conseqüentemente a glória de Deus. Por conseguinte, no que diz respeito à

educação secular e, sobretudo na educação moral, a igreja não pode ser

omissa. A igreja tem esse compromisso de ensinar em várias áreas como no

seminário, escolas Dominicais, faculdades para formar pessoas que tenham

conhecimento intelectual e espiritual. A igreja tem o dever de ensinar e viver de

acordo com a palavra de Deus. Isso são exemplos vivos de sabedoria e

maturidade. Portanto vivendo desse modo a igreja cumpre o seu papel de

educadora em prol do Reino de Deus. (HODGE, 1988). Assim podemos ver a

importância da igreja na educação dos infantes e adultos para eles se

fortalecerem na fé.

Pessoas pertencem a uma comunidade cristã porque forambatizadas. Portanto, a Igreja nasce do batismo. Não pode haver açãomais importante na vida de uma igreja do que uma prática abrangentee responsável do batismo. Quanto não ganharia uma igreja secolocasse o exercício de todo o seu ministério numa perspectivabatismal? (LIVRO DE BATISMO, 2008 P. 13).

Nessa perspectiva podemos dizer que as crianças pertencem à igreja, e a

igreja se torna responsável por elas no que diz respeito à educação cristã e o

ensinamento de Jesus, portanto a prática do batismo se fundamenta no

batismo de Jesus e no uso da primeira comunidade cristã, registrado na

Escritura. Ao contrário do que acontece na Ceia do Senhor, os evangelhos não

41

registram uma instituição do batismo por Jesus em vida, até ser morto na cruz.

A única passagem dos evangelhos que traz uma referência relevante ao

batismo é a grande comissão, uma palavra do próprio Jesus ressurreto que

encontramos em Mt 28.18-20.

Esse texto manifesta a convicção da Igreja, de que a autoridade de batizar vem

do próprio Jesus. Para a prática batismal da comunidade cristã dos primórdios,

muito mais importante que o peso de uma passagem bíblica isolada era o fato

de que Jesus mesmo se submeteu ao batismo de João e afirmou, com isso,

“cumprir toda a justiça” (Mt 3.15); concordou que seus discípulos batizassem

(Jo 4.2); e igualou seu batismo com sua morte (Mc 10.38; Lc 12.50).

A comunidade cristã não teria embarcado tão pronta e decididamente na

prática do batismo, caso não estivesse convicta de, com isso, pudesse

corresponder à vontade do próprio Cristo. (LIVRO DE BATISMO, 2008). Eu

termino esta sessão com uma citação do Manual presbiteriano, em seu PL/IPB,

Artigo 11, em seu caput, diz assim: “Os membros da Igreja presbiteriana do

Brasil devem apresentar seus filhos para o batismo, não devendo negligenciar

essa ordenança” (MANUAL PRESBITERIANO, 2013 P. 126). E que em seu

primeiro e segundo parágrafos declaram:

No ato do batismo os pais assumirão a responsabilidade de dar aosfilhos a instrução que puderem e zelar pela sua boa formaçãoespiritual, bem com fazê-los conhecer a Bíblia e a doutrinapresbiteriana como está expressa nos símbolos de fé. Acriança seráapresentada por seus pais ou por um deles, no impedimento do outro,com a declaração formal de que desejam consagrá-la a Deus pelobatismo. (MANUAL PRESBITERIANO, 20013 P. 126).

A presença do pedobatismo no Manual Presbiteriano mostra que tal assunto

deve ser considerado na Igreja. Negligenciá-lo seria uma falta de

responsabilidade.

3.1- A RESPONSABILIDADE E A RENOVAÇÃO DA FÉ DA COMUNIDADEDO PACTO

Os selos da aliança pertencem aqueles a quem pertence a aliança divina. Ora,

é evidente que a aliança pertence às crianças com base na própria cláusula da

42

aliança: “Para ser o teu Deus e da tua descendência” (Gn 17.7); “Pois para vós

é a promessa, para vossos filhos e para quantos ainda estão longe” (At 2.39).

De fato, confesso que a aliança divina tem referência principalmente aos

adultos, porque esta aliança consiste de um acordo que deve ser voluntário de

ambos os lados; e a sabedoria de Deus ensina que uma aliança deve ser

formulada com homens plenos, que possam exercer as operações das

faculdades morais. (TURRETINI, 2011).

Porém isso não impede que ela seja também pertinente às crianças, Com base

na ordem divina, porque Deus quis que sua graça se estendesse dos pais a

seus filhos, Com base na natureza da coisa, porque os filhos são parte dos

pais e da mesma condição que eles. “Entre os homens os pactos envolvem os

filhos das partes contratantes; portanto, da mesma forma acontece na aliança

divina”. (TURRETINI, 2001 P. 501).

As promessas de que os pecados são purificados e apagados nãoprovam que pertença ao batismo o poder de eliminar plenamente ospecados. A Escritura usa essas promessas no Antigo Testamento,antes que o batismo fosse instituído. (2) Podem ser aplicadas commais propriedade à remissão de pecados, porque por ela a culpa éremovida de diante de Deus e a obrigação do pecador é apagada deseu livro (Cl 2.14). Se forem aplicadas à santificação, seucumprimento não deve se concretizar no mesmo tempo e juntas, masgradual e sucessivamente. Do contrário, seguiria que se promete aossantos a impecabilidade, o que não pertence a ninguém nesta vida.No entanto, o batismo nos certifica de que, essa condenação foieliminada, e extirpada de cada um de nós que somos crentes emCristo. Pois o Senhor promete, mediante esse sinal que é o Selo e osímbolo que nos é feita plena e completa a remissão dos nossospecados, tanto da culpa que nos deveria nos ser imputada e tambémquanto à pena que, teríamos de pagar. (TURRETINI, 2011 P. 499).

O batismo, ele nos dá a responsabilidade e renova nossa fé na comunidade do

pacto. Isso porque o batismo é um sinal de iniciação pelo qual somos admitidos

na sociedade da igreja de Cristo. Desse modo somos incorporados, isto é

inserido a cristo, e, portanto somos contados como filhos de Deus. Desse

modo o batismo tem como sua fidelidade promover a nossa fé em Deus e

testificar a nossa confissão perante Ele. Podemos ver três coisas no batismo.

Vejamos:

O Batismo tem como finalidade promover a fé em Deus e testificar anossa confissão perante Ele. Há três coisas no Batismo: primeiro —atestar o perdão dos pecados. O perdão não somente dos pecadospassados, mas também dos futuros, o que não deve ser nenhum

43

encorajamento para continuação no pecado. Segundo — o batismonos ensina que fomos enxertados em Cristo, para a nossamortificação e novidade de vida. Terceiro o Batismo nos ensina queestamos unidos a Cristo e somos participantes de todas as suasbênçãos. (CALVINO, VIDA INFLUÊNCIA E TEOLOGIA, 1985 P. 361).

O batismo nos dá a oportunidade de confessarmos diante dos homens e

declararmos abertamente que desejamos fazer parte do povo de Deus e com

isso participar com todos os cristãos do culto a Deus. Por isso, confessamos

publicamente e declaramos a nossa fé, para que com a nossa língua

confessemos o que vai, no nosso coração.

Nisso temos que entender que o valor do sacramento não está nas mãos de

quem administra, pois o batismo é recebido do próprio Deus: e nesse caso o

batizando não é prejudicado, nem é beneficiado pelas mãos de quem ministra

o batismo, mas é através do poder de Deus, que, nós somos batizados em

nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. (CALVINO, 1985). Vamos ver o que

a Confissão Helvética nos diz:

Ser batizado em nome de Cristo é ser arrolado, incluído e recebido naaliança e na família, e assim na herança dos filhos de Deus; sim, enesta vida ser chamado segundo o nome de Deus, isto é, serchamado filho de Deus; ser purificado também da impureza dospecados, e receber a multiforme graça de Deus para uma vida nova einocente. O batismo, portanto, retém na memória e renova o grandebenefício que Deus dispensou à raça dos mortais. Pois todosnascemos na impureza do pecado e somos filhos da ira. Mas Deus,que é rico em misericórdia, nos purifica gratuitamente dos nossospecados pelo sangue de seu Filho, e, nele nos adota como seusfilhos, e por uma santa aliança nos une a si mesmo e nos enriquececom inúmeros dons, para podermos viver uma nova vida. Todas estascoisas são consignadas pelo batismo. Internamente, somosregenerados, purificados e renovados por Deus mediante o EspíritoSanto; e exteriormente recebemos o selo dos maiores dons na água,pela qual são também representados os maiores benefícios, e comoque colocados diante dos nossos olhos para serem observados.(LIVRO DE CONFISSÕES, 1969 P. 5.187).

Podemos dizer que na Constituição original da Igreja, o pacto que Deus

estabeleceu com o seu povo, com certeza inclui os filhos do mesmo. Por isso

era aplicado o sinal visível ou o selo do pacto e, por esta razão, enquanto não

for demonstrado que o pacto foi abolido ou que os filhos dos fieis foram

excluídos destes benefícios ou disposições, eles ainda tem o mesmo privilégio.

(CHARLES HODGE, 1988). “A simples passagem de tempo ou a mudança de

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circunstância- ou a substituição de um selo por outro- não os afeta. Sua

posição é a mesma de que sempre gozaram desde o princípio, a menos que

tenham sido excluídos do pacto”. (CHARLES HODGE, 1988 P. 40).

Destacamos que, pelo batismo entramos em aliança com nosso Deus, no qual

é a aliança eterna, que Ele mesmo tem ordenado para sempre. Nisso podemos

afirmar que, sobre esta tal fé, com inteligência e zelo e o fiel ensino é que ela

nos inspira. Por isso não fiquemos jamais frustrados e nos sentindo pequenos,

pois o Deus dos nossos pais, segundo a esta fé, será com também o Deus dos

nossos filhos. Ou seja:

Não seja o povo de Deus atemorizados pela extravagância e peloerro, de um lado, nem se disfarça daquilo que lhe pertence,legitimamente, por outro lado. O batismo não regenera ou, seja, não éacompanhado ou seguido pela regeneração. Deus não está atado anenhuma observância cerimonial, nem está limitado à infindávelsucessão de mãos consagradas, através das quais sua graça devafluir. Sem duvida, a obediência à sua vontade e a fé em suaspromessas não são vãs. Entregando- lhe (= nossos filhos), cremos nafidelidade de Deus com que Ele cumpre suas promessas. Nesseespírito, oramos, esperamos, confiamos, aguardamos, expectantes, amanifestação de uma vida renovada. O vento sopra onde quer;porém, mais cedo ou mais tarde soprará sobre estes ossos secos, eeles viverão! Na promessa do pacto, que Deus fez com seu povo esua semente, temos uma sólida rocha sobre a qual nos podemosmanter. (CHARLES HODGE, 1988 P. 73-73).

Conforme vimos, a relação de Deus com seu povo não exclui as crianças.

3.2- A INSERÇÃO DA CRIANÇA NA COMUNIDADE DO PACTO

Nessa seção vamos tratar da inserção da criança no pacto. Os selos da aliança

pertencem também a todos que pertence a aliança divina. Nesse caso é

evidente que as crianças são pertencentes a esta aliança com base na própria

clausula da aliança. Assim afirma:

“Para ser o teu Deus e da tua descendência” (Gn 17.7); “Pois paravós é a promessa, para vossos filhos e para quantos ainda estãolonge” (At 2.39). De fato, confesso que a aliança divina tem referênciaprimária e principalmente aos adultos, porque esta aliança consistede um acordo recíproco que deve ser voluntário de ambos os lados; ea sabedoria de Deus ensina que uma aliança deve ser formulada comhomens plenos, que possam exercer as operações das faculdadesmorais. Porém isso não impede que ela seja também pertinente àscrianças, (a) Com base na ordem divina, porque Deus quis que suagraça se estendesse dos pais a seus filhos, (b) Com base nanatureza da coisa, porque os filhos são parte dos pais e da mesmacondição que eles. (c) Entre os homens os pactos envolvem os filhos

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das partes contratantes; portanto, da mesma forma acontece naaliança divina, (d) Porque às crianças pertence a coisa significada (ouseja, a remissão de pecados, a regeneração, o reino do céu);portanto, também o sinal. (TURRETINI, P. 2011 P. 501).

Podemos dizer que, a necessidade do batismo será a mesma da circuncisão.

Ora, as crianças têm o mesmo direito segundo o mandamento divino que, é

imputado segundo a circuncisão. Portanto da mesma forma devemos ministrar

o batismo infantil de acordo com o mandamento divino. vemos que a graça

divina não é diminuída ou mesmo restringida no Novo Testamento, ao contrário

ela é ampliada. Ou seja, que o batismo e o sinal da aliança são símbolo da

iniciação, pelos quais antigamente os judeus eram distinguidos dos gentios,

agora os cristãos são distinguidos dos incrédulos. (TURRETINI, 2011). De

modo que o Senhor no passado concedeu a circuncisão às crianças e as fez

participantes de tudo o que ela significava, e o mesmo podemos dizer que

acontece ao batismo com crianças. Podemos então de maneira clara observar

que o selo da promessa é o pacto e esse pacto automaticamente se estende

as crianças cristãs de hoje. Por isso Deus após fazer o pacto com Abraão

ordenou que esse pacto fosse selado nos infantes pelo sacramento exterior,

visto que isso se aplica as crianças que são batizadas na fé cristã nos dias de

hoje. (CALVINO, 1985). Vejamos:

Esse símbolo aplicado às crianças confirma a promessa dada aospais crentes pela qual o Senhor declara que será Deus dele e de suasemente. O batismo é um estímulo aos pais para que sejam maisafeiçoados aos seus filhos e os concita ao dever de consagrá-los àIgreja, animando-os a uma confiança maior nas promessas de Deus;as crianças são beneficiadas com o batismo, porque se tornam partedo corpo da igreja e objeto maior de interesse por parte dosmembros. Quando adultas, são estimuladas a servir a Deus, que asrecebeu como filhos pelo símbolo de adoção, antes que elaspudessem reconhecê-Lo como Pai. (CALVINO, VIDA INFLUÊNCIA ETEOLOGIA, 1985 P. 365).

Observemos o que Lucas nos diz, quando João Batista foi santificado mesmo

dentro da barriga de sua mãe. No entanto temos o relato de que ele se

estremeceu estando na barriga de sua mãe. Por isso as crianças são batizadas

para uma fé e um arrependimento futuro, a semente dos quais está nelas pela

operação secreta do Espírito Santo.

Por tanto devemos criar nossas crianças, e educá-las na presença e no temor

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do Senhor, e na observância de sua lei, lembrando que, desde o nascimento

elas são consideradas por Deus como seus filhos. Portanto apresentemos

nossos infantes a Deus pelo batismo, porque o próprio Deus Já designou um

lugar entre os seus amigos que é a sua família, isto é, os membros da Igreja.

(CALVINO, 1985). A confissão de fé de Westminster tem a dizer sobre essa

questão:

Os sacramentos são sinais santos e selos do pacto da graça,imediatamente instituídos por Deus para representar Cristo e os seusbenefícios e confirmar o nosso interesse nele, bem como para fazeruma diferença visível entre os que pertencem à Igreja e o resto domundo e solenemente engajá-los ao serviço de Deus em Cristo,segundo a sua palavra. A eficácia do Batismo não se limita aomomento em que é administrado. Contudo, pelo devido uso dessaordenança, a graça prometida é não somente oferecida, masrealmente manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles aquem ele pertence (adultos ou Crianças)., segundo o conselho davontade de Deus, em seu tempo apropriado. (LIVRO DECONFISSÕES, 1969 CAP. XXVII, P. 6.134- 6.144).

Podemos dizer que, batizamos nossas crianças porque entendemos que o

batismo é um símbolo graça salvadora de Deus. Portanto o batismo é um sinal

e selo da aliança da graça, e isto simboliza uma coisa e sela outra, mas põe o

selo de Deus naquilo que simboliza. Desta maneira consideremos os nossos

padrões confessionais e a nossa forma para ministrar o batismo, isso não

significa que, o batismo simboliza o lavamento dos nossos pecados.

E essa é apenas uma forma que, e usada em lugar da remoção da culpa do

pecado na justificação, e também o da remoção dos nossos pecados na

santificação que, é imperfeita nessa vida. (LOUIS BERKHOF, 1990). E mas:

E se o que é simbolizado é isto, então é também o que é selado. E sedisser, como às vezes ocorre em nossa literatura reformada(calvinista), que o batismo sela a(s) promessa(s) de Deus, isto nãosignifica meramente que ele atesta a veracidade da promessa, mas,sim, que garante aos batizandos que eles são os designadosherdeiros das bênçãos prometidas. Isto não significanecessariamente que eles já estão, em princípio, de posse do bemprometido, embora isto seja possível e até provável, mas certamentesignifica que eles são designados herdeiros e receberão a herança, anão ser que se mostrem indignos dela e a recusem. Dabney chama aatenção para o fato de que muitas vezes selos são apensos aalianças promissórias, nas quais a concessão do benefício prometidoé condicional. (LOUIS BERKHOF, 1990 P. 644).

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Diversos opositores do pedobatismo têm se levantado contra essa prática e

sustentando que há ineficiência e dizendo que as crianças não podem

responder a fé, portanto eles esquecem que a fé do individuo é uma resposta

humana á graça de Deus. Portanto à luz dos ensinos neotestamentários a

atividade humana da fé encontra-se diretamente ligada à graça, salvadora na

justificação. Na verdade, cada uma destas é uma atividade provida pela

soberania divina, que foi livremente iniciada por Deus. Portanto a fé se

relaciona a estas, como sinal espiritual e como canal de recebimento. Notemos,

pois, que ao ressaltarem os antipedobatistas a necessidade de adiamento do

batismo aos infantes, por conta do aguardo do momento humano à fé,

confrontam-se teologicamente, de acordo com os ensinos cuidadosos e

doutrinário do Novo Testamento, com o preceder batismal infantil à vinda da fé.

Portanto o batismo infantil precede o crer de uma resposta do homem.

Tal ênfase foi particularmente e convenientemente elaborada nos mais altos

escritos paulinos, diante do conflito com a doutrina da justificação propostas

pelos judaizantes. (COLIN, BROWN, 2000). Assim fechamos esta sessão com

uma citação, de João Calvino que Diz:

Mas os tais nos pressionam ainda mais, dizendo que o Batismo é osacramento do arrependimento e da fé, como nos ensina a Escritura.E como as crianças pequenas não podem exercer o arrependimentoe a fé, não há propósito em aplicar a elas o sacramento, porque fazê-lo é tornar nula a sua significação. Só que esse argumento vai maiscontra Deus do que contra nós, porque a Circuncisão era símbolo dearrependimento, como o demonstram muitos testemunhos daEscritura, principalmente o que vemos no capítulo quatro deJeremias. E o próprio apóstolo Paulo chama o sacramento daCircuncisão de “selo da justiça da fé”. Que se questione a Deus,então, pedindo-lhe a razão pela qual Ele ordenou que fosse aplicadaaos pequeninos. Porque a razão é a mesma: se foi razoável aplicar aCircuncisão às crianças, não é menos razoável aplicar-lhes oBatismo. Se recorrerem aos seus costumeiros subterfúgios eafirmarem que as crianças na idade representam as que sãoespiritualmente crianças, graças à regeneração, esse recurso já foieliminado. (AS INSTITUTAS, 2002 P. 184-185).

Tal citação apresenta o valor do pedobatismo para a Igreja, ou seja, é um os

sacramentos que a Igreja não deve negligenciar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude dos fatos observados, somos levados a acreditar que esse trabalho

tem como objetivo principal é demonstrar a importância de batizar os infantes,

não porque eles sejam capazes de expressar a sua fé, mas pelo fato de

entender que batizamos os infantes de acordo com a nossa fé. E pelas

promessas que foram feitas através do pacto da aliança no decorrer de toda a

história.

Começando com Adão, passando por Abraão e terminando em Cristo.

Batizamos por obediência a Deus, e pela responsabilidade que os

responsáveis têm com seus filhos, seja pai, mãe ou avós crentes que se

responsabilizem pela educação cristã da criança que será batizada. E a igreja,

no qual tem o dever de auxiliar e zelar também pela educação eclesiástica das

crianças e também dos adultos. Batizamos porque entendemos que é uma

questão de fé, e cremos que através do batismo inserimos o batizando na vida

da igreja visível e pela fé na igreja invisível.

Levando em consideração todos esses aspectos, podemos dizer que é

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imprescindível que todos se conscientizem de que batizar os infantes é

extremamente necessário, para o próprio benefício da criança, dos pais e da

igreja. A criança porque recebe a benção de fazer parte da aliança que foi

estabelecida pelo próprio Deus. Os pais para que possam exercer a sua fé. E a

igreja porque insere a criança na vida pactual através dos sacramentos batismo

e Santa Ceia.

Em virtude do que foi mencionado nesse trabalho, é necessário que olhemos

para trás e vejamos com nossos olhos que o batismo de criança é ministrado

no decorrer de toda a história. Por isso não podemos fechar nossos olhos e

deixar de obedecer a esses princípios extremamente importantes para todos os

cristãos.

Percebemos que, dentro das Confissões de fé, batizar é necessário inclusive

os infantes. Percebe-se que dentro da Teologia Reformada os teólogos no qual

escreveram sobre o assunto exposto, todos chegaram ao mesmo denominador

comum. Batizar é realmente necessário para vida do adulto e também do

infante.

Sabemos que não foi esgotada a pesquisa sobre esse assunto. Cabe terminar

esta monografia com as palavras do teólogo reformado Herman Bavinck que

diz: é muito importante o fato de considerarmos que o batismo infantil depende

exclusivamente de como a Escritura considera os filhos dos crentes. E se a

Escritura fala dessas crianças da mesma forma que fala dos adultos que são

crentes, então ele diz que: o direito de praticar o batismo infantil fica então

estabelecido, pois fica explicito que nós não podemos afastar das crianças

aquilo que concedemos aos adultos.

Portanto, digo não podemos exigir das crianças que elas tenham compreensão

a respeito de entender o que é o batismo, pois a mesma é batizada através da

fé dos seus pais, ou quem se responsabilizar em acompanhar essa criança em

sua educação cristã. No caso do batismo de adulto, esse sim é responsável

pelos seus atos. Se estiver mentindo sofrerá a consequência de sua mentira.

Temos que viver segundo as Escrituras, pois não podemos ter certeza de que

quem foi batizado está de fato regenerado. Pode ser que a pessoa que

professou a fé não tenha realmente tido um encontro com Cristo. E isso não dá

para julgarmos, isso fica inteiramente por conta de Deus. Aqueles que não

batizam crianças esta deixando de dar a elas o benefício de pertencer à igreja

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de Cristo.

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