DIRIGENTE ESPI RI'IA Veículo da USE -União das Sociedades ... · ISSN OJQ4-6691 Editor Antonio...
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DIRIGENTE ESPI RI'IA Veículo da USE - União das Sociedades
Espíritas do Estado de São Paulo lvnr•intc•N•I ANO V - Nº 29 - MAIO E JUNHO DE 1995 CIRCULAÇÃO: BIMESTRAL - ISSN 0104-6691
Congresso reúne em São Paulo quase mil trabalhadores e dirigentes espíritas
li E_
O grande evento do movimento espírita paulista levou para as dependências da nova sede de Federação Espírita quase mil pessoas. Foram debatidos cerca de 50 temas, todos eles apresentados por diferentes expositores. Autoridades do Estado e do País prestigiaram o acontecimento com suas presenças, juntamente com representantes de uma centena de cidades paulistas, além de cinco outros Estados e um espírita da suécia. Na solenidade de abertura, com palestra de Divaldo Pereira Franco, quase duas mil pessoas lotaram o salão principal, quando ouviram, também, diversos números musicais apresentados pelo Coral e Orquestra da FEESP. Mostra de arte pararrealista, bancas de livros, discos e brindes alusivos ao congresso compuseram o cenário em que espíritas de todas as latitudes do solo paulista se encontraram em elevado clima espiritual. Nesta edição especial do 9º
Congresso Estadual de Espiritismo você tem uma cobertura completa do evento, que aconteceu entre os dias 29 de abril e 1 º de maio de 1995.
Flagrantes do congresso. Acima, o presidente da USE,
Attílio Campanini, na cerimônia de abertura.
Nos demais, os expositores
apresentam e debatem os temas constantes
do programa.
OPINIÃO
Onde Chegar? Quem quer que participe da pre
paração de um evento destinado à coletividade há de perguntar-se: onde se deseja chegar? O 9º Congresso Estadual da USE é, neste momento, um fato integrante do passado histórico do movimento espírita paulista. Do passado histórico, sim, mas não um fato consumado. Embora sua realização tenha sido concluída no instante exato em que os microfones foram desligados, sob as palmas dos participantes e a saudade dos mais sensíveis, a verdade é que, na resposta à pergunta acima está embutida a razão maior, que nos induz a afirmar com segurança: o congresso não esgotou-se em si mesmo. Ele prossegue pelos próximos 730 dias. E até que um novo congresso se instale, deve a coletividade espírita discutir e rediscutir seus temas e as experiências apresentadas, em favor da melhoria da qualidade dos serviços que são prestados pelos centros espíritas.
Isto porque o objetivo maior do Congresso Estadual Espírita foi posicionar-se como meio para a melhoria da qualidade do centro espírita. E isto implica em aumento da consciência de dirigentes e trabalhadores, aprofundamento de conhecimentos doutrinários de todos e capacitação das possibilidades que se oferecem para a evolução individual e social da humanidade. Em vista disso, há de se perguntar sempre, de forma objetiva e prática, em cada centro e em cada região, se a doutrina em seus diversos aspectos está sendo aplicada com o acréscimo das motivações oferecidas aos participantes do congresso.
As oportunidades para isso foram dadas pelo Conselho Deliberativo Estadual, ao aprovar o emprego do
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processo aplicado após a realização do congresso anterior, em Ribeirão Preto, quando se prosseguiu com os seus temas em reanálise nas regiões do Estado. Isto significa que a qualidade dos serviços do centro espírita é, em si mesma, um processo contínuo que funde teoria e experiência, ambas se renovando no quadro dos resultados diários.
Por ser a prática espírita o resultado da interpretação dos conhecimentos doutrinários, está ela em constante mutação. Quem voltar seus olhos para cem anos atrás verá, indiscutivelmente, o centro espírita reduzido em suas atividades, demonstrando com isto que este fulcro de espiritualidade se desenvolveu ao longo do período de forma admirável, convertendo-se naquilo que é hoje. Este é o exemplo mais importante para trabalhadores e dirigentes espíritas, pois que, ao mostrar-se como tal afirma, implicitamente, que o progresso é indispensável paraaqueles que desejam de modo firmeempregar o Espiritismo como umadas alavancas poderosas da evoluçãosocial.
Outra razão, também importante, que deve ser juntada aqui é o fato de formarem os centros espíritas uma coletividade jurídica diversificada, a demonstrar que do mais avançado ao mais simples todos têm o que reformular e melhorar. A doutrina é dinâmica e por isso mesmo impõe movimento e reformulação constante. Quem quer que imagine ter'atingido o ponto ideal estará de fato negandoseu próprio progresso.
É hora, portanto, de meditar e reavaliar o congresso, na tentativa de responder, sempre, se estamos próximos do ponto qualitativo onde ele se propunha levar a todos.
EXPEDIENTE
Veícufo <>flcial de Unifu:ação da USE · União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, destinado especialmente aos dirigentes de centros e instituições espírit,as. ISSN OJQ4-6691
Editor
Antonio Cesar Perri de Carvalho
Secretária
Dehna Crotti
Redação
Carlos Teixeira Ramos
Ivan René Franzolim
José Rodrigues Neto Luiz Alberto Zanardi
Wilson Garcia
A.ssinaturas
Anttal:R$ 7,20 Mantenedor: acima
de R$ 11,00 Numero avulso:
R$ 0,60
Este número
5.000 exemplares
Produção gráju:a e EdiJ(Jração Eletrônica
Wilson Garcia
..
U.S.E. união das sociedades espíritas do estado de São Paulo entidade coordenado/o e representativa do movimento espióla es!OCf\Jal na Conselho F!Klera!lvo Nacional
do Fed111açpa 1;$pirlfo llro�leiro.
Rua Dr. Gabriel Piza, 433 CEP 02036-011 São Paulo-SP
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ENTREVISTA
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DIGNIFICAÇAO DO HOMEM E DA SOCIEDADE Divaldo_1:er�ira Fra_nco fala sobre os temas <:ongresso, violência, pesquisas comportamentais e relata
expenencia de F ezra de Santana. Em seguida ao Congresso viajou para Bolívia. Em maio e junho excursionará pelos Estados Unidos e Europa.
DIRIGENTE: Divaldo, qual a contribuição que o Espiritismo pode oferecer à sociedade de nossos dias?
D1vALDO: A contribuição do Espiritismo para a sociedade dos nossos dias é relevante. O Espiritismo remonta às causas de todos os acontecimentos. Graças à sua conceituação filosófica estribada nas investigações da ciência erradica aquelas causas que perturbam o contexto social. Allan Kardec estabeleceu, com muita propriedade, que o egoísmo é o grande câncerda sociedade. Sendo a Doutrina Espírita uma mensagemaltamente altruísta, eis que vaicombater todos os fatores degenerativos da sociedade nassuas raízes essenciais. Porisso, fazendo uma análise doperíodo de luta, Kardec estabeleceu que o 60. período daimplantação do Espiritismono mundo seria exatamente oda renovação social. Esta contribuição é fazer que o homemtrabalhe pela sua própriatransformação moral, célulado organismo social, e estando ele modificado para melhor, a sociedade, por consequência será mais feliz, expulsando o egoísmo que é umfator degenerativo e que seenraíza no cerne do ser comouma herança atávica de jornada primitivista. O Espiritismo liberta as paisagens humanas para o encontro do indivíduo com a sua consciênciae consequentemente para aconstrução de uma sociedademais justa e mais digna.
DIRIGENTE: Poderia apresentar uma visão sociológica e espírita sobre as práticas assistenciais na atualidade?
D1vALDo: Estamos avançando para a ciência do serviço social. O paternalismo ancestral que caracteriza muitas atividades na área do serviço social, cederá lugar às técnicas modernas de promoção humana. A visão espírita a respeito do homem tem a dizer quanto à construção de uma criatura integral, que
tendo consciência de si mesma, trabalhará no cerne do espírito pelos valores positivos que ainda se encontram em latência. As modernas psicologia e a sociologia trabalham hoje os fatores degenerativos da sociedade para erradicálos, propondo novos comportamentos que são geradores de consequências posilivas e, portanto, libertadoras. A visão sociológica a respeito da prática da assistência na atualidade é a da educação. Sem a educação do indivíduo falecem todos e quaisquer postulados que pretendam socorrêlo, consolá-lo, libertá-lo da ignorância. Através da educação pode-se fazer que o indivíduo desperte para a sua responsabilidade e, tomando consciência de si, programe não apenas a sua, como a vida do agrupamento social no qual se encontra colocado para evoluir. Através de uma educação bem direcionada, a educação do espírito no sentido lato de instrução e desenvolvimento cultural, intelectual e tecnológico pode-se estabelecer uma base para uma assistência social dignificadora em que o indivíduo está sendo promovido e através do trabalho digno ele se liberta dos fatores perturbadores que são as causas da miséria social. Este trabalho tem uma grande amplitude.
DIRIGENTE: o que fazer com relação à violência?
DIVALoo: Em Feira de Santana (Bahia), por exemplo, o serviço social do Espiritismo está trabalhando as causas da violência. Há três anos realiza-se ali um projeto que tem o nosso nome e a Câmara de Vereadores, graças a este projeto, determinou que o último domingo do mês de março seja dedicado à paz. Oprojeto tem uma abrangênciaespírita: um seminário a respeito de um tema psicológicode consequências espiritistas;um encontro com dirigentesespíritas da comunidade e, às16 horas uma marcha pela
paz. Silenciosamente, ou cantando músicas que tenham mensagens edificantes, atravessamos a avenida principal da cidade que fica interditada aos veículos. Conseguimos sensibilizar a sociedade feirense para despertarem não contra a violência como diria Ghandi, mas a favor da paz. Neste ano, no dia 26 de março, a marcha da paz foi apoiada por vários segmentos da sociedade: escolas, Lions, Rotary, Maçonaria, Seicho-no-iê e um número ex-pressivo de quase dez mil indivíduos. Culminou no Ginásio da cidade com uma conferência a respeito da paz. Recordamo-nos de Maha Gosonanda, o "Ghandi do Cambodja" e, estabelecendo como biótipo da paz, é essencial Jesus Cristo que é o modelo e guia da humanidade, conforme os espíritos, na questão 625 do Livro dos Espíritos.
DIRIGENTE: Poderia dar uma mensagem a propósito do tema "O Espiritismo no pensamento e na ação"?
DIVALDO: o Espiritismo tem por meta dignificar o homem para que ele dignifique a sociedade na qual se encontra mergulhado, libertando-o da ignorância através do conhecimento; propiciando-lhe uma fé raciocinada que deflue da experiência do fato oferece-lhe uma filosofia comportamental otimista que tem por base a proposta moderna da psicologia transpessoal. Allan Kardec previu que a ciência contemporânea - a dos nossos dias - iria confirmar os postulados espíritas. E hoje atra-
vês da psico-neuro-imunologia, verificamos que as causas das enfermidades estão no psiquismo, diríamos na linguagem espiritista, no ser imortal. O dr. Joel Whitton teve oportunidade de dizer que a metaciência é a responsável por todos os fatores que podem promover ou perturbar a criatura humana. Por isso, propõe uma terapêutica de natureza otimista para que o indivíduo se liberte das injunções dolorosas do carma. lnjunções essas que resultaram dos seus desconfortos das existências anteriores. Na palavra de um psiquiatra que partiu para as experiências regressivas, com o objelivo de ligar a imortalidade da alma e constatou-a, tem um sentindo muito profundo. O mesmo aconteceu com o investigador inglês Alexander Cannon que constatou a realidade deste fenômeno e depois de haver realizado mais de cinco mil ex -periências regressivas, encontrou a imortalidade da alma, conforme Allan Kardec também por outros processos.
Dirigente Espírita -Maio e Junho de 1995 - 3
MÓDULO "O INDIVÍDUO"
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CERTEZA DA IMORTALIDADE E
O MAIOR INVESTIMENTO Os expositores deixaram claro que o indivíduo atinge sua evolução individual em função da sua
participação junto a outros. O maior investimento que se pode fazer pelo indivíduo é dar-lhe a certeza da vida imortal.
Na palestra sobre o tema "0 Ser interexistencial", Heloísa Pires
(São Paulo) relembrou que "O Livro dos Espíritos", no capítulo sobre "O sonho", esclarece que vivemos a vida de encarnados e, sobretudo durante o sono, a vida no mundo espiritual e asseverou: "Existimos portante em duas dimensões por nós relativamente conhecidas e nos expressamos, provavelmente, em outras dimensões ainda não conhecidas (por nós). Somos, consequentemente interexistenciais. Somos espíritos, cujos atributos são pensamento e vontade".
A expositora ainda situou o capítulo "Laboratório domundo invisível", de "O Livro dos Médiuns", a propósito do nosso pensamento queage sobre os fluidos espirituais, aglomerando-os, dispersando-os, dando-lhes a formaque desejamos, consciente ouinconscientemente.
Porém, Heloísa chamou atenção que "a conscientização de nossas possibilidades interexistenciais facilitará a nossa expressão de encarnados agindo na Terra, auxiliando-nos a transformar o querido planeta em um mundo melhor ... "
Em seguida, Célia Maria Rey de Carvalho (São Paulo) abordou o tema "Vontade,sentimento e pensamento", partindo da premissa que ao reencarnar essas potencialidades se manifestam no dia a dia do relacionamento humano e nas diferentes fases do crescimento: "A vontade, manifesta-se no fazer e são os membros superiores e inferiores do organismo que carac; lerizam bem esta potência. E na infância que esta potência pode ser trabalhada, desenvolvida ou equilibrada - Se
essa fase for bem trabalhada pelos pais e pela escola, o Espírito encarnado terá melhores condições de superar suas dificuldades. A segunda potência da alma é o sentimento.
No desenvolvimento do ser humano ela é bem característica da adolescência, é a fase da adolescência do sentir em exagero, indo de um momento para outro, da alegria desmedida para uma profunda tristeza, melancolia. A maioria das ações são movidas pelo sentimento. É a fase dos sonhos, meditações, das coleções, diário, de uma vida interna muito intensa, sem se preocupar com o mundo porque o mundo inteiro está dentro dela.
A terceir� potência é o pensamento. E mais característico das pessoas intelectualizadas, que pensam muito, articulam bem os dados, são muito inteligentes e normalmente são indicadas para liderarem grupos, porque são capazes de organizar o espaço, os problemas, dinamizar atividades, distribuir tarefas. É uma fase característica da vida adulta e da velhice, onde há um decréscimo da energia vital". A expositora realçou o aspecto educacional destaspotências, ponderando quedurante a vida de relacionamento, as criaturas podem terpredominância de uma dastrês potências. Assim, destacou que estas potências "têmque ser trabalhadas, desenvolvidas, canalizadas de forma aproporcionar um equilíbrio noEspírito que está a caminhoda evolução" pelos pais e pelos professores.
A questão da educação apareceu de forma específica na palestra seguinte: "Espiritismo e educação", proferida por lolanda Húngaro
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(São Paulo), definindo "educação como um processo contínuo de aprendizagem pelo qual passa o espírito desde sua criação até alcançar os elevados cumes evolutivos". Para a expositora a preocupação da Doutrina Espírita é essencialmente educativa. Fez menção à Proposta Espírita de Educação, que está sendo trabalhada pela USE desde 1992: "tem em vista o homem integral, constituído de espírito, perispírito e corpo físico, a qual estuda estes três elementos, preparando o educador para conhecer melhor o educando, sem perder de vista a evolução, o indivíduo.
O estudo do perispírito dá primazia ao processo de sensibilização do educando, através da arte. Procura elevar o nível de aspiração em sala de aula, envolvendo educador/ educando em procedimentos de transformação, crescimento, transcendência. A sala de aula passa a ser uma oficina, em que as potencialidades se transformam em capacidades para ambas as partes".
A expositora comentou que Espiritismo e educação estão a tal ponto relacionados que Kardec foi um preparado educador. Finalizou enfatizando que "é preciso que o educador busque no Espiritismo uma nova concepção do ser humano e do Universo para trabalhar com tais adversidades. A valorização da vida em todos os seus aspectos deve fazer parte da temática nas escolas, nos lares, nas artes plásticas, na música e outras manifestações."
A última palestra deste módulo versou sobre "Vidaapós a morte", por Altivo Ferreira (Santos) que se baseou no sentimento instintivo da vida futura que acompanha o homem desde a sua origem
na Terra, concorrendo para isso a vaga lembrança que a alma traz do estado espiritual anterior: "A continuidade da vida após a morte - crença generalizada em todas as religiões -, está presente nos costumes dos povos antigos, que cercavam os seus mortos com os apetrechos e suprimentos necessários ao prosseguimento da viagem no outro mundo - Somente com a convicção nasobrevivência da alma e noprosseguimento da vida alémda sepultura sentirá ele motivação para mudar a sua conduta, passando a preocuparse realmente com a vida moral, em detrimento da vidamaterial.
Uma nova filosofia norteará a sua existência". Para Altivo, "o maior investimento que se pode fazer em favor do indivíduo, nesta quadra da sociedade terrena, é dar-lhe a certeza da vida após a morte de acordo com o pensamento espírita, levando-o a compreender: a) o que o aguarda no Além-Túmulo, em função de como viveu sua existência na Terra; b) como funciona a Justiça Divina e qual a natureza das penas e recompensas futuras" e ainda advertiu que se o Centro Espírita "não fizer da certeza na vida futura o paradigma de seu trabalho, terá falhado na sua grande e nobre missão de escola da alma". Encerrando, Paulo R. P. da Costa (S. Paulo) asseverou: "É a Doutrina Espírita que nos apresenta, de forma transparente e insofismável, a visão do Homem Integral, constituído de três partes essenciais: corpo físico, perispírito e espírito. A perfeição, o estágio final a atingir, só ocorrerá se esses elementos tiverem sua evolução de forma equilibrada, harmoniosa e integral".
MÓDULO "A SOCIEDADE"
A /
CONVIVENCIA HUMANA E /
INDISPENSA VEL AO PROGRESSO Deus criou o homem para viver em sociedade, por isso ele é dotado dos meios de comunicação. É
necessário que o pensamento e ação espírita sejam voltados para a sociedade no sentido de contribuir para, junto com as demais forças do bem, aperfeiçoá-la. Deve-se preocupar com o tipo de convivência
que uma obra propiciará.
Este módulo foi iniciado com exposição de Maria En y Rossetini Paiva
(Lins), abordando o tema "Re
ligião e Sociedade". Baseou-se nas funções sociais dos movimentos religiosos, de acordo com a Sociologia, como funções: consoladora, de santificar normas e valores da sociedade, de revelar uma relação transcendente, profética, de identificação e de desenvolvimento individual. A conferencista deteve-se mais nestas últimas funções, pois a religião deve auxiliar a auto-compreensão e a auto-definição de cada um, colaborando com a maturação do indivíduo. Porém, alertou que "a realização equilibrada dessas funções é impedida pelas seguintes causas: 1 a.) autoritarismo na liderança das atividades religiosas e no comportamento dos adeptos; 2a.) ritualismo nas atividades e trabalhos das instituições; 3a.) burocratização nas organizações religiosas. Os homens que dirigem os movimentos religiosos, passam a ser respeitados pelos cargos e papéis sociais, perde-se a autenticidade das relações fraternas e iguais. Substitue-se o diálogo por decisões de "especialistas", representantes de organizações ou entidades "espirituais"; 4a.) produção imediatista - o homem dominado pela paixão de fazer, de produzir, quer a obra pela obra, constrói obras gigantescas, sem dividí-las em unidades pequenas que permitam o diálogo e a convivência, sem se preocupar com o tipo de convivência humana, que tal obra vai propiciar".
Na sequência, Ary Lex (São Paulo) dissertou sobre "Os Espiritismo e os problemas humanos", homenageando Deolindo
Amorim e centralizando seus comentários em aspectos da obra "O Espiritismo e os Problemas Humanos" (Edições USE). Citou trechos do capítulo "Definição e opção" deste obra de A motim: "Não queremos pedir à
Doutrina Espírita a solução pronta e acabada de todos os problemas da vida, assim como não alimentamos, nem poderíamos alimentar, a ingênua suposição de ser o Espiritismo a única doutrina capaz de abrir clareiras para o conhecimento espiritual" - "Nem do materialismo, nem tampouco do angelismo ou da beatitude improdutiva, sairá a resposta cabal às questões que estão agitando o mundo e ameaçando a humanidade com o pesadelo de uma convulsão geral, cujas consequências nenhum Jilosófo, nenhum sociólogo ou cientista político seria capaz de prever com exatidão. Cedo ou tarde, o equilíbrio terá de ser procurado no Evangelho, ainda quea muitos se afigure utopia".
O oportuno assunto "A Pá
tria do Evangelho na prática" foi desenvolvido por Pedro Bauduin Nakano (São Paulo), de início, evocando o livro "Bra
sil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", lançado pela FEB em 1938. Apresentou algumas questões para que se avalie o cenário de "Pátria do Evangelho na prática", desde situações governamentais, legislação, facilitação da abertura de Sociedades Espíritas, o emprego da caridade e do respeito dentro das Sociedades Espíritas, os tipos de liderança como os "donos de Centro". O expositor, lembrou que Irmão X, alerta para que os homens não se isolem do mundo, nem se acastelem na posição de "Pátria do Evangelho". Des-
tacou que "o caminhá passa pela educação do povo, tarefa também da Sociedade Espírita. Muito já se fez e muito ainda há por fazer" - "Portanto, cabe a cada um, trabalhador ou dirigente, conscientizar-se das suas responsabilidades e definir no que pode contribuir para facilitar o trabalho da Espiritualidade".
De certa forma, o tema prosseguiu, com outra abordagem, na palestra "0 Centro Espírita como mediador na qualidade das relações sociais" proferida por Aylton Paiva (Lins), entendendo que os pressupostos para a avaliação dessas qualidades estão contidos na obra básica do Espiritismo - "O Livro dos Espíritos" -, principalmente na 3a. parte, esctito por Allan Kardec e demais obras complementares. Com o conhecimento e prática da ética espírita, através dos seus participantes, o Centro atuará para a melhoria da qualidade das relações humanas. Essa responsabilidade está muito clara e definida na questão 573 de "O Livro dos Espíritos": "Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados? R: Em instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as instituições, por meios diretos e materiais". Assim, Paiva enfatizou: "O espírita é o agente da aplicação do Espiritismo nas relações sociais para tomá-las harmônicas com as leis de Justiça e Amor, preconizadas pelo Mestre Jesus - a Doutrina Espírita apresenta de forma muito clara e incisiva a necessidade de os espíritas atuarem de fonna consciente e concreta para a melhoria da qualidade das relações sociais, pois ela deve transformar os hábitos, os usos e as relações sociais". O expositor concluiu: "o Centro Espírita,
através da ação dos espíritas, deverá mediar a qualidade das relações sociais estimulando a realização da reforma íntima, ou aperfeiçoamento individual, mas também juntamente com tal reforma o aprimoramento da própria sociedade em que participa, pois como disse Allan Kardec: "Aos que são progressistas cabe acelerar esse movimento por meio do estudo e da utilização dos meios mais eficientes" ("Obras Póstumas").
No encerramento do módulo, os palestrantes atenderam às perguntas do plenário e o coordenador do painel, Murillo Rodrigues Alves (São Paulo) fez uma síntese sobre o tema "0 espírita na sociedade". Citou André Luiz que a recomendação "viva" - sem dúvida - é a vivência humana dentro dos parâmetros que a Doutrina coloca diante dos nossos sentidos e que · cabe ao nosso livre arbítrio assumí-la, ou não, na nossa convivência em sociedade. Asseverou, concluindo: "As fontes do conhecimento de que hoje necessitamos, aqui já estão jorrando. Os livros aí estão, os divulgadores, expositores os estudiosos estão em franco trabalho. Sociedades Espíritas estão implantadas. Não sabemos porém, se na quantidade suficiente ou se na estrutura adequada. A partir da base cultural doutrinátia, as propostas políticas e sociais deverão conter os princípios da fraternidade e da moralidade, que sabemos somente poderão ser transformadas em realidade se forem conduzidas de forma cristã por indivíduos embasados pelas mesmas puras lições doutrinárias, que seja condizente com aquela almejada para o esperado momento de transição do nosso planeta Terra".
Dirigente Espírita -Maio e Junho de 1995 · 5
MÓDULO "O CENTRO ESPÍRITA"
UM MINI-CURSO SOBRE CENTRO ESPÍRI'IA
O tema central incluiu as
suntos gerais sobre a interação com a sociedade
e sobre a mediação do Centro Espírita nas relações de qualidade com a sociedade. Um rol de temas foram propostos pela própria comunidade, abrangendo a organização e o funcionamento dos Centros. Se no 80. Congresso foram desenvolvidos aspectos mais conceituais e de fundamentação doutrinária, no 9o. Congresso da USE, cm forma de mini-curso, a ênfase foi o como fazer nos Centros. Num mundo dinâmico e dentro das situações extremamente heterogêneas em que vivemos, é incabível a padronização ou a mera imitação de planos de trabalho. As diretrizes básicas, naturalmente, devem ser adaptadas a cada realidade. Daí a necessidade de se planejar as ações do Centro dentro de um contexto. levando-se em consideração as demandas loco-regionais, perfil do frequentador. recursos humanos e físicos, bem como o subsequente acompanhamento ou avaliação dos planos ele trabalho.
ADMINISTRAÇÃO DO CE
(organiza�ão e funcionamento)
Este autêntico mini-curso foi iniciado com exposição feita por Attflio Campanini (presidente ela USE), a respeito de "Administração de Centro Espírita (Organização e funcionamento)". focalizando os aspectos: constituição de Sociedades , o Centro Espírita e a Lei, órgãos constitutivos, registros legais, e organização interna. De início, o expositor se referiu a Kardec: "As pequenas reuniões tem apenas necessidade de um regulamento disciplinar muito simples para a ordem das sessões; as sociedades regularmente constituídas exigem uma organização mais completa; a melhor serâ aquela cujas engrenagens sejam menos complicadas" (O Livro dos Médiuns, ítem 339). O expositor enfatizou que é imprescindível que o Centro funcione de acordo com a lei e que funcione
administrativamente bem, tendo existência jurídica (estatuto registrado), registros (CGC e, na capital, CCM e CADAM), pagamento de taxas anuais em dia. Discorreu sobre as funções adequadas, da Secretaria e da Tesouraria. E de opinião que a Tesouraria e a Secretaria elevam ser exercidas, preferentemente, por pessoas com noções de organização, de arquivo, prática de datilografia ou de computador, etc.
O AUTOFINANCIAMENTO
DO CENTRO ESPÍRITA
Como qualquer instituição terrena, o Centro Espírita precisa de recursos parn se manter materialmente. A preocupação do palestrante Luiz Cláudio da Silva (Santo André) é como honrar compromissos como gasto com água, luz, telefone, impostos, manutenção predial e muitos outros. sem con�lranger, principalmente, seus recém-chegados frequentadores? A primeira preocupação dos dirigentes do Centro Espírita deve ser o oferecimento de um bom atendimento doutrinário. Quando o frequentador se integra nas equipes de trabalhadores da casa, pode se conscientizar da necessidade de recursos para a manutenção da instituição. Espontaneamente. poderá oferecer não só a sua colaboração em dinheiro e em espécie, mas também os seus préstimos profissionais mantendo cada setor da casa: instalações elétricas, telefônicas, hidráulicas, pintura, etc. Por outro lado, apresentou sugestões de campanhas como reciclagem de lixo e de papel de computador. Para o expositor, "a Casa Espírita só se torna auto-suficiente quando atende na essência a finalidade do Espiritismo: iluminar almas··.
ESTUDOS SISTEMATIZADOS
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6 - Dirigente Espí rita - Maio e Junho de /995
Na primeira apresentação sobre o tema, Luiz Alberto Zanardi (São Paulo) focalizou desde a Campanha Comece pelo Começo (USE, 1975). que divulgou a importância do_ conhecimento e estudo das obras básicas da Codificaçfto. Para oferecer e recomendar aos Centros Espíritas uma estrutura de atividades, a USE lançou o opúsculo "Atividades Doutrinárias", que inclui sugestão de reuniões onde o estudo sistemático da Doutrina é apresentado como condição mínima para a participação de outras atividades doutrinárias, principalmente nas reuniões mediúnicas. O expositor considera que "ao repensar o Centro Espírita, em nossosdias, não podemos deixar de priorizar o estudo sistematizadoda Doutrina Espírita. Porém,implantá-lo não significa oferecer e divulgar um determinadocurso, escolhido entre tantosoferecidos, num determinado dia da semana. Entendemos o estudo sistematizado como integrante, entrelaçado e harmônico comas atividades gerais desenvolvidas no Centro Espírita e, particularmente. na� atividades doutrinárias". A própria palestrapública poderá ser o caminhonatural para a formação dos grupos ou reuniões de estudos sistematizados. Depois comentouque "os estudos sistematizadospodem e devem ser oferecidoscom diversas opções. Dependedo objetivo, do público (já foi real izacla pesquisa entre os frequentadores do Centro Espíritapara se identificar: escolaridade.interesse, conhecimento. tempodisponível?)". Diversos programas estão disponíveis e foramapresentados neste Congresso(os incluídos nas obras de Edições USE: "Atividades Doutrinárias", "Subídios para Atividades Doutrinárias", "Famfliae Espiritismo", e, o "EstudoSistematizado de Doutrina Espírita" elaborado pela FEB, entre outros). Todavia, Zanardidestacou que "a implantação doprograma requer a seleção de expositores/monitores. identificados c9m as metodologias propostas. E necessário treiná-los, reciclá-los, indispensável o recurso didático atualizado e compatível com os propósitos do estu-d " o .
ESTUDOS SISTEMATIZADOS
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Numa segunda apresentação sobre o tema, Júlia Nezu de Oliveira (São Paulo) citou Kardec a propósito da importância dos cursos regulares de Espiritismo (Projeto de 1868, "Obras Póstumas"). Em seguida, lembrou que cursos de Espiritismo foram instituídos na Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1950. Em 1985, o programa atual foi implantado com base primordial na Codificação Kardequiana, acrescido de obras complementares espíritas. Após alguns anos de implantação desse programa e do aperfeiçoamento deles, os livrostextos correspondentes aos cursos do chamado ciclo básico do conhecimento, que são os cursos que enfeixam o estudo de todos os livros da Codificação, foram editados didaticamente. A FEESP oferece o Curso Básico, fundamentado cm Kardec: Educação Mediúnica: baseado em Kardec e bibliografia complementar: André Luiz, Emmanuel, Humberto ele Campos, Martins Peralva, Herculano Pires, Edgarcl Armond e outros; Aprendizes do Evangelho: oferece visão geral do Velho e do Novo Testamento, trabalho ele reforma íntima. e visão sobre princípios básicos do Espiritismo. Desenvolvimento Prático Mediúnico: curso paralelo ao Preparatório e Básico, para alunos que têm a mediunidade aflorada ou que já trabalhavam em Centros Espíritas ou religiões com práticas mediúnicas; Passes: curso destinado aos alunos dos cursos de educação mediúnica e aprendizes do Evangelho: Estágios e trabalhos: integração dos alunos nos diferentes trabalhos do Centro Espírita, com estágios em Centros Espíritas. assistência social e assistência espiritual. Ainda há os Cursos de especializações: Filosofia espírita; expositor lo., 2o. e 3o. anos; preparação de dirigentes e monitores para a prá-
MÓDULO "O CENTRO ESPÍRITA"
Nos últimos tempos, a USE intensificou ações voltadas ao Centro Espírita, haja vista a implantação da linha editorial das Edições USE e do jornal "Dirigente Espírita" - lo.
veículo voltado ao dirigente e ao colaborador , os Anais do 80. Congresso Estadual sobre o tema "Dimensão Cósmica do Centro Espírita" e este módulo do 9o. Congresso.
tica mediúnica; preparação de dirigentes para sessões de desobsessão; aprimoramento em psicofon ia e psicografia; aprimoramento em psicopictografia; preparação de expositores para o curso de aprendizes do Evangelho; ciência espírita.
PREPARAÇÃO PARA OS TRABALHOS
MEDIÚNICOS (desenvolvimento
treinamento)
Três aspectos foram destacados por Abel Glaser (São Paulo), com relação à tarefa de preparação para os trabalhos mediúnicos: a) O Centro Espírita -que deve ter uma estrutura mínima adequada, que faculte a tarefa da educação e do desenvolvimento do candidato ao trabalho mediúnico de maneira organizada e metódica, tendo por base preliminar o estudo da obra de Kardec e a assistência espiritual. Admite que a educação mediúnica é fruto do estudo e que o desenvolvimento medianímico faz-se pela intervenção dos Espíritos, um estudo sistematizado da Doutrina Espírita. Entre os diversos cursos ai icerçados nas obras do Codificador, citou o programa rotativo oferecido pela USE, constante no livro "Ativi
dades Doutrinárias"; b) O dirigente dos trabalhos - é preciso que o dirigente seja portador de conhecimentos doutrinários respeitáveis, tanto para ministrar o lado teórico (estudo do Espiritismo) quanto para coordenar otrabalho prático (treinamentomediúnico), a fim de orientarcom propriedade as pessoas quese iniciam na preparação para asatividades mediúnicas; c) O médium cm preparação - a postura ideal desejável do candidato àtarefa mediúnica é que seja estudioso, disciplinado e responsável (buscando ser assíduo às reuniões, cumpridor de horários edeveres) e, desde o início, cons-
ciente da importância de exercitar a sua reforma íntima. O conferencista enfatizou que "preparando-se na teoria e na prática -no pensamento e na ação - para exercer a sua faculdade mediúnica mais ustensi va e espontânea, o candidato exime-se, de regra,de fases difíceis e angustiantesque muitas vezes envolvem osmédiuns sem preparo íntimomoral e doutrinário".
O CENTRO ESPÍRITA COMO
MEIO DE EDUCAÇÃO DAS
NOVAS GERAÇÕES (infância e iuventude)
Esmeralda da Luz Matos (São Paulo) se referiu a conceitos de que instruir implica em formar o espírito de alguém com lições, conhecimento, ensinar, cujo sinônimo é educar. É pela educação, sustentou Kardec, que podemos reformar o homem e o mundo. Citou comentários à questão 685 de "O Livro dos Espíritos": "Educação é o conjunto dos hábitos adquiridos, arte
de formar os caracteres" e aduziu: "O Espiritismo coloca o homem como um ser integral, constituído de corpo físico, seu instrumento de vivência terrena; o perispírito, o corpo espiritual, e o espírito portador de uma bagagem e que tem a evolução comometa". Referiu-se a postura recente, buscando-se "na DoutrinaEspírita a explicação do processo reencarnatório e o estudo,principalmente, do perispírito,para ai icerçarmos as bases paraa nova proposta de trabalho paraa evangelização da criança noCentro Espírita, cujo objetivocontinua sendo a formação dehomens de bem, com formaçãoreligiosa, moral e a assimilaçãoda filosofia espírita. Procuramosdeixar de lado o modelo acadêmico, mas nos baseamos em es-
tudos da área da Educação, e no entendimento do homem como ser integral, capaz de agir, sentir e pensar, potências estas que se destacam em determinadas fases do desenvolvimento do homem. Dessa forma, o Centro Espírita poderá atender a família dando o suporte para a educação dosfilhos, atendendo as crianças segundo as suas necessidades e capacidades, abordando temas deformação moral, religiosa e filosófica, propondo a relação entreos participantes através de vivências e o desenvolvimento da formação de imagens que geramidéias e formam pensamentos,além de utilizar a arte como veículo de sensibilização da alma.Segue-se o trabalho com o jovem,preparando-o para enfrentar odia-a-dia, onde o Espiritismo explica as consequências dos nossos atos, dando-nos a consciência do nosso livre arbítrio, jovempreparado para a vida".
PREPARAÇÃO DO DIRIGENTE
(estrutura do C.E.; educação e
formação do dirigente;
democracia e participação no
C.E.)
O expositor Ivan René Franzolim (São Paulo) partiu do princípio de que trabalhar em equipe rende mais em todos os sentidos e advertiu 'para o cuidado para não enveredar pelo caminho do individualismo: "É preciso saber valorizar as qualidades individuais - suas e dos outros. lembrando porém, que juntas elas adquirem mais força". Situou que a moderna direção valoriza e incentiva o esforço individual, desde que esteja integrado em um esforço de equipe: prefere o trabalho cm grupo porque
sabe que a união faz a força; visa orientar, manter o rumo e zelar pelos resultados; não tem medo de adotar soluções simples, nem cultiva o preciosismo de só fazer alguma coisa quando obtiver lodas as respostas antes. A direção agora é muito menos autoritária que no passado. O dirigente possui a responsabilidade de buscar todos os meios para alcançar o melhor resultado possível, dentro dos objetivos da instituição. Funções básicas do dirigente: l) divulgar os objetivos; 2) discutir amplamente os assuntos com todos os envolvidos; 3) estabelecer prioridades; 4) apreciar e deliberar sobre alternativas de solução; 5) planejar as atividades da instituição; 6) identificar oportunidade de trabalho e de trabalhadores; 7) zelar pela qualidadegeral das atividades.
Vi vemos e trabalhamos em sistemas interativos, interdependentes, em constante processo de mudança. Todos querem e gostam de participar das decisões que os envolvam, devem serestimulados a contribuírem com seu trabalho mental. O Centro Espírita não foge à tendência mundial. A racionalização das atividades administrativas deve estar sempre na pauta dos dirigentes. Estes devem atuar como verdadeiros agentes de mudança que são. não só da educação espiritual dos frequentadores e assistidos, como também das tarefas e serviços imprescindíveis à manutenção do Centro. Franzolim alertou que "o Centro Espírita. enquanto instinüção inserida na sociedade, tem compromissos e deveres, não apenas legais, mas sobretudo éticos que não pode negligenciar. Ao desenvolver suas atividades, en vol vendo pessoas, organizações públicas e privadas, é necessário e imprescindível, prestar contas de suas atividades, de suas despesas e informar periodicamente seus planos. Mais que outras organizações, a instituição espírita tem o dever de esclarecer ao público a origem e o destino dos seus recursos financeiros'·.
Dirige111e Espírila -Maio e Junho de 1995 - 7
NOTAS E FATOS
DNALDO ABRE O CONGRESSO Divaldo Pereira Fran
co proferiu substanciosa palestra sobre a evo-1 ução do pensamento, perante numeroso público que superlotou o auditório, o mezanino e uma outra sala da FEESP, todas dotadas de telão. Sua conferência foi franqueada ao público. O orador atendeu a uma longa fila de interessados em autógrafos nos seus livros psicográficos.
Antecedendo a conferência, a orquestra e o coral da FEESP, regidos pelo maestro Tancredi fizeram excelente apre-. sentação. Na solenidade de abertura fizeram uso da palavra Juvanir Borges de Souza, presidente da FEB, Attílio Campanini, presidente da USE e Antonio Cesar Perri de Carvalho, coordenador da Comissão Organizadora. Attílio destacou a evolução participativa nos preparativos do 9o. Congresso e Perri lembrou que a USE foi fundada no lo. Congresso Estadual, por iniciativa da FEESP, e destacou a retomada das reflexões sobre questões sociais. Murillo Rodrigues Alves, foi o mestre de cerimônias. A mesa foi integrada também pelos vice-presidentes da FEB Nestor J.Masotti e Altivo Ferreira; pelos presidente e vice-presidente da entidade anfitriã - FEESP, Moacir Petrone e Teodoro Lausi S acco; M arlene R.S.Nobre, presidente da AMESP; Eder Fávaro, presidente da Associação de Divulgadores do Espiritismo; Jonas da Costa Barbosa, presidente da União Espírita Paraense. Foram lidas
correspondências do Governador do Estado, do presidente da Assembléia Legislativa , do vice-prefeito no exercício da Prefeitura de São Paulo e do presidente do Tribunal de Justiça.
CONSELHO DA USE DEFINE
CINQUENTENÁRIO E O
10° CONGRESSO
Com boa participação ocorreu uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo Estadual da USE, sendo aprovada a realização de encontros regionais a partir do 2o. semestre para divulgação dos temas e avaliações do 9o. Congresso. Um programa de ação muito importante foi aprovado com base em proposta do Assessor de Comunicação Perri, com emenda de Wilson Garcia e sugestões de Paulo Roberto Pereira da Costa e Cyro Fumagalli, ou seja, a realização de atividades regionais de comemoração do cinquentenário da USE, culminando com o 10º Congresso, na cidade de São Paulo antecipado para junho de 1997 e a publicação de livro sobre os 50 anos da USE, lançado com carimbo comemorativo dos Correios.
CONCURSO PARA LIVRO
DA USE
A proposta aprovada pelo CDE para o cinquentenário da USE prevê a publicação de um livro sobre seus 50 anos
8 · Dirigente Espírila - Maio e Junho de 1995
de existência. A primeira etapa para a elaboração do livro é aberta à participação. Está aberto, desde agora, e até dezembro de 1995, o seguinte concurso; todos os que remeterem à USE fotos, fatos e dados históricos sobre a USE receberão o livro de lembrança e terão seus nomes citados entre os colaboradores do livro. Os três que enviarem colaborações mais significativas, receberão uma coleção de livros espíritas. As contribuições deverão ser remetidas até dezembro/95, para o enderêço da USE, aos cuidados da Comissão de Publicação do Cinquentenário.
NÚMEROS DO CONGRESSO
O encerramento do evento aconteceu imediatamente após a reunião
~
do CDE da USE e suas decisões já foram informadas no encerramento do 9o. Congresso, acresci dos dos dados: 765 inscritos, mas com cerca de 900 participantes, incluindo equipes de apoio e convidados; 94 cidades provenientes de todas as regiões de São Paulo; 5 Estados e um país (Suécia). Cidades do interior com maior contingente de participantes: Santos, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santo André, Guarulhos, Franca, O refeitório da FEESP serviu mais de 1800 refeições e uma incontável quantidade de lanches. No encerramento, o coordenador da Comissão declarou que "os Congressos Estaduais da USE têm que ser vistos como processo e não como eventos estanques, pois, se iniciam
RAZAO DO TEMA "O ESPIRITISMO NO
~
PENSAMENTO ENAAÇAO" Essas reflexões foram os objetivos do tema central
do 9o. Congresso Estadual de Espiritismo: reafirmar a base do pensamento espírita nas Sociedades Espíritas e repensar a sua ação perante os novos tempos. A base do pensamento espírita se encontra na Codificação Kardequiana. Como a Doutrina Espírita não se esgota, mas tem sua base operacional no Centro, na sequência, naturalmente afloram as diversas interações com a sociedade. Daí a relevância do tema central do 9o. Congresso - "O Espiritismo no Pensamento e na Ação". Além desse aspecto, face as mudanças da sociedade moderna, nada mais oportuno do que se discutir as relações entre o pensamento/propostas da Doutrina Espírita e a ação/atitudes individuais e coletivas.
Para a interpretação do pensamento, cotejando-o com a ação, nada mais indicado que o trabalho coletivo, aliando-se conhecimento e experiência. O intercâmbio é uma das características da unificação. Sem dúvida, um Congresso Estadual é um foro adequado para tal.
NOTAS E FATOS
A nova sede da FEESP, onde aconteceu o congresso
com reuniões prévias regionais e depois prosseguem com encontros regionais, reunindo regionalmente também números significativos de participantes".
IMPRENSA NO
CONGRESSO
A USE montou uma
Assessoria de Imprensa, integrada por Murillo Rodrigues Alves, Patrícia dos Santos e José da Conceição Abreu que forneceu dados, releases e falas do Congresso a cerca de 15 jornais e revistas espíritas credenciados e ainda muitos representantes de boletins e programas radiofôni-
UM POUCO DE HISTÓRIA D09ºCONGRESSO
A Comissão Central Organizadora do 9o Congresso Estadual de Espiritismo foi integrada por: Coordenador - Antonio Cesar Perri de Carvalho; Membros -Carlos Teixeira Ramos, José da Conceição de Abreu, José Simões dos Santos Júnior, Júlia Nezu de Oliveira, Marília de Castro, Merhy Seba, Murillo Rodrigues Alves, Waldemar Fabris. E ainda por sub-comissões específicas. Esta Comissão Central e o tema central "O ESPIRITISMO NO PENSAMENTO E NA AÇAO" foram definidos em reunião do Conselho Deliberativo Estadual da USE, em dezembro de 1993. O Conselho aprovou o tema a partir de sugestões coletadas em 8 Encontros Regionais , efetivados entre setembro e outubro de 1993. Em meados de 1994, a Comissão escolheu como sede do evento as novas dependências da FEESP, sita à Rua Maria Paula, 140 - São Paulo. Como preparativos para o Congresso, ocorreram encontros regionais, em outubro/94 e fevereiro/95, respectivamente, 8 e 15 Reuniões Prévias.
cos. A Rádio Boa Nova de
Guarulhos montou equipamentos no local e destacou uma equipe de 11 entrevistadores, repórteres e técnicos. Realizou transmissão ao vivo durante 9h30 horas e entrevistou 17 congressistas, organizadores do Congresso e dirigentes da USE, FEESP e FEB.
O vídeo jornal "TeleVisão Espírita" foi credenciado pela Comissão do Congresso para as gravações em vídeo. Com uma equipe de 5 pessoas, filmaram as palestras e 15 entrevistas. Editarão em vídeo a palestra de Divaldo e, em sistema de reportagem, todos os módulos e temas livres. A equipe dirigida pelo jornalista Sirlei Nogueira (de Araçatuba) já recebeu inúmeras encomendas no próprio evento.
A ARTE NO
EVENTO
Uma mostra de arte pararrealista, da artista plástica Alzira Martins Appollo, foi exposta durante todo o evento. O cantor e compositor Moacyr Camargo alegrou o ambiente com várias apresentações.
CONGRESSISTAS
OPINAM
A Comissão providenciou um 'questionário com 9 ítens, preenchido pelos congressistas, para avaliação do Congresso. Porém, a reportagem de "Dirigente" adiantou algumas entrevistas:
Alkíndar de Oliveira (de Auriflama, SP): "As qualidades de vários ex-
positores impressionaram-me. Com certeza todos nós saímos deste 9o. Congresso mais esclarecidos, cientes e consciente da grande responsabilidade de nós, espíritas, no processo de transformação da humanidade. Em linhas gerais, os organizadores merecem parabéns pelo evento e espero que, no próximo Congresso, prevaleça o espírito democrático e participativo que os atuais organizadores imprimiram neste. Parabéns!".
Jonas da Costa Barbosa (presidente da União Espírita Paraense): "A leitura dos Anais do 80. Congresso me motivaram a vir ao 9o. Valeu a pena. Gostamos muito da organização dos temas e suas distribuição. Em alguns casos, achamos o tempo insuficiente para a abordagem dos temas, dada sua inegável importância e interesse.
Vimos no 9o. Congresso uma valiosa contribuição para o alargamento de nossos horizontes e até abertura de novos. Os nossos parabéns!".
Aylton Paiva (de Lins, SP): "O Congresso teve o poder de viabilizar oencontro das lideranças edirigentes espíritas quepuderam trocar enriquecedoras experiências,quanto à interferência doEspiritismo no indivíduoe na sociedade através dopensamento esclarecidoem tomo de Allan Kardec e preparando suaação na sociedade, fundamentada em "O Livrodos Espíritos", 3a. parte- Das Leis Morais. Foirelevante o entendimento da compreensão ampla do espírita na renovação da sociedade".
Dirigenre Espírita -Maio e Junho de 1995 • 9
MÓDULO "O LAR ESPÍRITA"
,.,
E NECESSÁRIO REPENSAR A FAMÍLIA Esse módulo mereceu seminários e publicações de livros, dentro da programação da Comissão Estadual da Campanha "Viver em Família" da USE, ao longo do "Ano Internacional da Família". A abordagem espírita relacionada a variados enfoques culturais enriquece o entendimento sobre família moderna e
encaminha para a visão sistêmica sobre a família.
Na palestra inicial, Anto nio Cesar Perri de Carvalho (São Paulo) focali
zou "A família em um mundo em transformação (históricas e sócio-culturais)", relembrando as antigas influências da colonização portuguesa, sob influência jesuítica, da miscigenação com índios e negros e, no caso paulista, a partir do final do século passado somaram-se a dos imigrantes europeus e dos asiáticos, princi pai e respectivamente, italianos e japoneses. Mais recentemente, a mulher participa do mercado de trabalho. Houve popularização de recursos anliconcepcionais. A rotina do lar tradicional e da chamada família nuclear está alterada e, sem dúvida, impõem a adequação das Sociedades e do movimento espírita às situações da vida moderna, inclusive das disponibilidades dos colaboradores e dirigentes. Destacou que "o familiar é nosso próximo mais próximo e a vida religiosa está intimamente ligada à família e não apenas ao Centro ou às atividades assistenciais". Observou que numa sociedade que passa por profundas e rápidas transformações - há progressos significativos, "pode-se dizer que a família autoritária transforma-se em mais compreensiva. O Espiritismo. como religião humanista. pode colaborar para a formação da família em clima democrático e participativo. Kardec destaca a importância dos laços de família para o fortalecimento dos laços sociais, caminho natural para se corrigir os ímpetos do individualismo. A colaboração para a melhoria da sociedade se faz com interação. A família participa de um sistema, num contínuo processo de interação e de intercâmbio com o meio. Como a sociedade se assenta em relações inter-pessoais, as relações de "co-operação" e de reciprocidade, são estímulos à consolidação do mundo democrático. O conhecimento da Doutrina Espírita, notadamente da reencarnação, robustece o entendimento da visão sistêmica da família".
Elainc Curti Ramazzini (São Paulo) fez a abordagem sobre "Aspectos psicológicos do lar". Para a expositora, "O lar, personificado na família, é o laboratório em que os ingredientes do sentido de pertencimento e de ser esperado são misturados e administrados e onde ocorre a matriz da identidade". Comentou sobre os contributos da emoção e do sentimento para permear todo o campo das relações pessoais gerando uma sensação agradável ou desagradável no contexto familiar: "A vida no lar não diz respeito somente a um conjunto de papéis socialmente definidos". Elaine enfatizou que as funções de fanúlia atendem a dois diferentes objetivos: interno - a proteção psicossocial de seus membros e externo - a acomodação e a transmissão de uma cultura: "A experiência do homem é determinada pela interação que ocorre entre ele e o seu ambiente, influenciando-o e sendo por ele iníluenciado. O lar é, pois, o lugar adequado para o desenvolvimento integral do ser. Numa existência comum o indivíduo poderá beneficiar-se ou não da atmosfera psíquica e espiritual reinante no ambiente doméstico".
"A família - visão sistêmica" foi o tema desenvolvido por Adalgiza Campos Balíeiro (Ribeirão Preto), baseando-se na "Teoria Geral dos Sistemas". Propõe, não apenas uma visão integrativa para explicar a sobrevivência e desenvolvimento dos organismos vivos, como também a hierarquia de sistemas em relação a ecossistemas e destes ao metassistema, o que nos permite uma visão de longo alcance na compreensão de nossa realidade existencial. Deixou claro que o pensamento sistêmico é pensamento de processo. Assim, a partir desta Teoria afirma que é possível: "perceber a família como um organismo vivo, e como participante de um sistema, o que significa percebê-la num contínuo processo de interação e i nterdependência com o seu meio, ou seja, numa permanente transação. A partir dessa ótica, qual-
10 - Dirigente Espírita - Maio e Junho de 1995
quer fato que ocorra no organismo familiar, quando analisado, estudado e compreendido isoladamente, já perdeu suas qualidades contextuais, resultando daí que qualquer intervenção para corrigí-lo, torna-se inoperante, infrutífera". A palestrante admite que a visão sistêmica propõe integrar os vá,ios aspectos do conhecimento humano, superando as barreiras do individualismo, da fragmentação e do isolacionismo, em busca da compreensão da realidade no sentido de apreendê-la em sua totalidade: "A reorganização de nossas estruturas de pensamento, para compreensão da complexidade da estrutura social através de suas inúmeras instituições, entre elas a família, é uma exigência indiscutível. A Teoria Geral dos Sistemas nos faculta esta compreensão dilatada da realidade, permitindo promover mudanças significativas em nosso comportamento, o que aliás, já se espera dos espíritas".
Na última palestra do módu)o, Carlos Eduardo da Silva (São Paulo) discorreu sobre "O Centro Espírita, o dirigente, o trabalhador e sua família". Depois de discorrer sobre a importância e os papéis dos dirigentes e dos colaboradores, o conferencista passou a relacionar as ações nas atividades doutrinárias e assistenciais do grupo que se se sacrifica pelo bem comum, que procura fazer do amor ao próximo sua bandeira de vida, com o outro grupo - que têm atrás de si -, de dimensões talvez menores, mas de necessidades talvez maiores, que é o grupo consanguíneo, a sua família material: " É nesse cadinho pucificador, que terá o dirigente e os tarefeiros em geral, de aplicar o amor e a caridade aos que, muitas vezes, cheios de problemas, por ali passam". Realçou que "em seu grupo familiar é forçado ao exercício da assistência constante". No f'inal, citou Emmanuel: "Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonslrações de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, os-
tentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou irmãos porque é de tua vitória mora/junto deles que depende a tua omissão definitiva. entre os amados que tem esperam, nas vanguardas de luz em perpetuidade de regozijo na Família Maior".
Ao encerrar o módulo, após as perguntas e respostas entre os expositores e o plenário, o coordenador do painel José Antônio Luiz Balieiro (Ribeirão Preto), fez a síntese sobre o terna "Família - processo de reeducação". Ponderou que atualmente a qualidade de vida ocupa agendas de organismos internacionais: "Ao lado dos estudos que visam a satisfação dos ítens materiais, é privilegiado o bem estar social, são consideradas as emoções e o sentimento humano. O homem volta a ocupar o centro das atenções. O momento de nossa história dedicado à família, foi um dos pontos desta ação. A inovação do "Ano" dedicado à família para o estudo de seus problemas, foi a proposta de se rever a célula básica da sociedade, na sua trajetória pela história, como agente vivo do progresso e evolução de nossa Humanidade". Em seguida historiou o labor intenso sobre família,ocorrido em terras paulistas. Encerrou com os comentários:"Muito se fala de família, difícilapresentar coisas novas. Necessário é repensá-la. O "re", modismo para muitas situações,aqui é necessidade premente,dado o enfoque humanista e evolucionista da Doutrina Espírita.A palavra "processo" é rica noseu significado. É a maneira pelaqual se realiza uma operação,seguindo determinadas normas,método e explicita evolução. Assim, o processo de reeducaçãoprevê uma ação ordenada, seguente, intencionalmente dirigida, com o objetivo específico dereciclar seus elementos constituintes. A consciência deste fato,amplia o significado da fanu1ia,dando a ela o papel de mediadora entre o desenvolvimento individual e as mudanças sociais".
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GRUPO DE TEMAS AFINS
EDUCAÇÃO: PENSE. FAÇA ALGUMA COISA
Temas sobre educaçãobalisaram este grupo,como: a educação de
ontem para o hoje, visão sistémica: uma forma de ver o mundo; aplicando a teoria, visão sistemica da família e da escola; é sistémica a Filosofia Espírila ?; propondo uma metodologia; contribuição da Teoria Sistêmica na construção de uma proposta pedagógica transformadora. A coordenação foi realizada por Adalgiza Campos Balieiro (Ribeirão Preto), contando com a colaboração de Kátia Regina Pires Calciolari (Araçatuba), Márcia Justino Rossini Mutton (Jaboticabal) e Nilza Teresa Rotter Pelá (Ribeirão Preto). No grupo, ficou claro que o conceito de educação que tem norteado a prática pedagógica, denota uma visão fra_gmentada do processo atraves do qual esta prática se desenvolve, concebido apenas em suas manifestações intelectuais e se insere num contexto mais amplo de percepção do mundo, a partir de uma postura científica também dissociativa, isolacionista e fragmentária, baseada na ordem lógica do raciocínio analítico. Outro aspecto é a supervalorização da formaçã _o acadêmica, decorrente da visão dissociativa, em detrimento da observância dos processos vitais de uma vid_a saudável, asfixiam a rnst1tmção escola, tanto quanto as outras das quais ela depende no seu processo de realimentação.
Somente uma visão integrati va, proposta por uma nova forma de ver e conceber o mundo, poderá subsidiar asmudanças que restituirão à vida este organismo que morre a cada dia. A ciência queaponta novos rumos na interpretação dos eventos que ocorrem no Universo, e a Filosofia que conduz o pensamento, através do processo de generalização do conhecimento, conciliando a realidade última do ser, enquanto ser transcendental, às exi�ências de uma nova ordem cosm1ca. Concluiu-se que "essa nova ordem de ver e conceber o mundo, oferecida pela TeOJia Geral dos Sistemas deverá, porquanto utilizada pela ciên-
eia como instrumento de or- que marcarão cst� fi_nal de ganização do conhecimento, século. A conv1venc1a com estar atrelada a uma Filosofia essas mudanças forçará, de progressista e renovadora, forma ordenada, essas ques-como a Filosofia Espírita, tões, oferecendo subsídios te-
práti�a pedagógica que não_sc restnnge apenas ao orgamsmo escolar, mas que, sem dúvida, faz dele seu elemento mediador entre o EU e o NÓS". para subsidiar as mudanças Ólicos para o repensar de uma
COMUNICAÇÃO, ESPIRITISMO E SOCIEDADE Este grneo, sob a coorde
nação de W!lson Garcia (São Paulo), focalizou três aspectos, através de Ivan René Franzolim que abordou "comunicação e o Espiritismo", Jorge Rizzini apresentando sua experiência na produção, comercialização e apresentação do primeiro programa espírita na TV brasileira e o próprio Wilson, falando sobre Espiritismo e sociedade. Sob o enfoque espírita foram discutidos: mídia, jornalismo impresso, rádio jornalismo espírita, TV, informática, o livro na divulgação, debates doutrinários, grande imprensa, etc. Traçou-se um paralelo em torno de duas nuances do termo comunicação - a prática medi única e a divulgação da Doutrina, lembrando que a prática mediúnica, tecnicamente falando, segue os mesmos processos da comunicação social, onde Emissor, Canal, Mensagem e Receptor são figuras fundamentais e onde ocorrem situações típicas. Porém, a comunicação social espírita envolve não apenas aquilo que os Espíritos ditaram, mas, também, todo o conhecimento agregado, interpretativo, especulativo ou comprobatório da informação codificada. Os meios de gue a comunicação social espínta se utiliza são os mesmos da sociedade em geral, pois o seu destino é exatamente a própna sociedade. A mídia espírita, porém, está ainda tateando, principalmente quando se fala dos meios de comunicação de massa, especialmente grande imprensa e TV. Junte-se aí a novidade da Informática, cujo desenvolvimento já permite contatos imediatos com o mundo todo, via redes como a Internet, que está se instalando no Brasil.
Aborda�em muito, i�teressante sur�IU a propos1to da questão oa candade. Conquanto possa parecer alheia ao termo comumcação, está para o assunto como o desafio de
tornar o espírita cuÚuralmente preparado para compreender que o termo não se aplica apenas às obras assistenciais. Ele tem o mesmo peso quando se c1�tendc q_ue � prátic� �a Comunicação Soctal Espmta é o modo pelo qual a Doutnna faz os homens alargarem seus conhecimentos da vida e do Universo, possibilitandolhes a prática da caridade em amplitude. A caridade, enquanto obra social, restringe-se a práticas gue o homem reahza há séculos; mas, enquanto comunicação, real iza aquilo que . só umas poucas msti tui ções, de pouco mais de um século para cá, praticam. Estas,
porém, representam um dos meios mais poderosos de instalação da revolução espírita, que principia na informação e se fundamenta no patrimônio cultural dos indivíduos, quando então deixam de ser passivos para se tornarem agentes do progresso. Wilson Garcia, coordenador, e Ivan Franzolin, no painel da Comunicação
"
MOCIDADE ESPIRITA, UM
ESPAÇO NA DOUTRINA O Departamento de Moci
dades da USE preparou a discussão de um grupo de temas, sob a coordenação de Ana Cecília Del Moro (de Ribeirão Preto) e contando com a participação de Ana Paula dqs Santos Barbosa, Ana Pnsc1-lla dos Santos Barbosa, Elídia Jesus Rodri 0ucs, João Paulo Fontes do Patrocínio e Nara Rebouças.
O tema título teve por objetivo debater este espaço jovem, dentro do Centro, como forma de pesquisa da Doutrina Espírita, fivre do espírito-de-sistema, debatendo-a e questionando-a, sempre com maior profundidade e de forma séria. Criar no jovem uma "paixão" pela Verdade tornando-o um "livrepens�dor". Com. o pr9pósito de exanunar as s1tuaçoes que impedem a "tomada de pos-
se" do Espiritismo e de repensar sobre as formas de comunicação entre a Doutrina ?spírita e seus receptores (frequentadore� do Centro), por meio do emissor (fac11Itador), discutiu-se o "mexa-se - você pode mudar o mundo". Outro ítem de debate foi a percepção do "eu" na part1c1pação, com o_propósito de se tomar consc1encia no processo de participação, quando somos chamados ao trabalho, e que se tomam o mecanismo de integração da Doutrina Espírita nas várias comunidades da sociedade. No final, o assunto girou em torno da "conscientização - a união que falta", debatendo-se esta peça chave, que une a dialetica ação-reflexão, e que constitui o modo de ser e transformaro mundo que caracteriza ohomens: a conscientização.
Dirige111e Espírita -Maio e Junho de 1995 - l l
TEMAS LIVRES
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DA ARTE AO METODO DE ESTUDO Simultaneamente, foram apresentados I 5 temas-livres:
ARTE PARARREALISTA - Alzira Martins Appollo e Elfay
Luiz Appollo (Guarujá). Focalizou-se as artes (plásticas) na Codificação Kardequiana e as relações com o Pararrealismo. Neste ano, completa-se 15 anos de exposições. O lo. Salão foi realizado em julho de 1980, em homenagem à Assembléia da USE.
PROPOSTAS PARA MOTIVAÇÃO DE PALESTRAS - Américo Luís Sucena de Almeida (São Paulo). Houve apresentação de sugestões para dinamizar a reunião pública, métodos para a evangelização infantil, recursos áudio-visuais.
VÍDEO _ JORijAL "TELE-VISAO ESPIRITA": PROJETO DEIXA DE SER PROJETO
Sirlei Nogueira (Araçatuba). Um projeto inédito no movimento espírita brasileiro: o primeiro vídeojornal espírita do Brasil - "Tele-Visão Espírita" nasceu, em 1994, como objetivo de ser um novo canal de comunicação e unificação do movimento.
TÉCNICAS PARA MELHOR RE½ACIONAR-SE COM O PROXIMO -Alkfndar de Oliveira (Jales). O tema abrangeu três técnicas que objetivam a eficiente comunicação interpessoal: todo mundo tem razão, lei do reforço positivo e lei de não resistência.
A I�PORTÂNCI,4. ESTRATEGICA DA RADIO BOA NOVA PARA O ESPIRITISMO - Osmar Marsili (Guarulhos). A Rádio Boa Nova de Guarulhos, das Casas André Luiz, mantém vários programas espíritas, ondas médias em 1 .450 kHz -zyk 591. Apresentou a experiência e o potencial desta Rádio para a difusão do Espiritismo.
O PROGRESSO À LUZ DO ESPIRITISMO - Wladimir Lisso (São Paulo). Fez-se
breve apresentação sobre a evolução através dos reinos da Natureza, até chegar à transição planetária para o terceiro milênio, o período de transição (atual), o mundo de regeneração (a seleção natural determinada pelo padrão vibratório).
O ESQUECIMENTO DO PASSADO E A VIDA EM SOCIEDADE - Manuel de Oliveira Portasio Filho (São Paulo). Discutiu-se por quê o homem nem pode nem deve saber tudo? Que fatores influem no esquecimento do passado? A Providência Divina, assim, através de leis sábias e poderosas, supre o nosso esquecimento, ativando a voz da consciência e permitindo que tenhamos a intuição dos nossos erros passados para corrigirmos o nosso rumo e reenceta1mos a marcha no caminho do bem.
A OBSESSÃO E A DESOBSESSÃO - Waldemar Fabris (São Paulo). Comentou-se os tipos e causas de obsessão, até chegar no tratamento, com passes, evangelização/estudos, esclarecimentos encarnado/desencarnado, muito amor - caridade com Jesus.
O ESPIRITISMO - SINTES� DA TRADIÇÃO FILOSOFICA - Astrid Sayegh (São Paulo). A tradição filosófica constitui o vasto terreno em que podemos descobrir as raízes da Filosofia Espírita em sua ampla e dinâmica conceituação. Na análise em busca das bases da Filosofia Espírita, demonstrou suas múltiplas relações com o pensamento dos mais significativos filósofos do passado. Chegou até o Existencialismo, considerando que o paralelismo com o Espiritismo vai somente até o limite da conceituação da "existência". Depois desse limite o Espiritismo prossegue com a comprovação das existências múltiplas do ser e a vida após morte. A Filosofia Espírita representa um momento de confluência das conquistas culturais do homem, ao mesmo tempo que inicia o novo ciclo dialético da
12 - Dirigente Espírita - Maio e Junho de 1995
civilização em perspectiva. METODOLOGIA E
Dou1:RINA �SPIRITA: SUBSIDIOS A EDUCAÇÃO ESPÍRITA - Dulcídio Dibo (São Paulo). Considerou o tema como uma iniciação ao estudo do Método, em Doutrina Espírita. Explicou que a força que mantém o contínuo conhecimento estána Filosofia, em sua reflexãosobre o homem, a vida o Mundo e, conforme Allan Kardec:"no apelo que dirige à Razão e ao bom senso". Por causa disso, um elemento fundamental que se firma como Educação Espírita, está fundamentado na supremacia do Espírito. Prepara indivíduos em condições de dimensionarem equilibradamente os valores terrenos e os espirituais, demonstrando a precedência dos valores espirituais, do Espírito sobre a Matéria.
VIVER COM AMOR,MEDIUNIDADE E FAMILIA - Erdil Andreata e Norma Andreata (Promissão). Relataram um conto verídico envolvendo perseguição espiritual, até os desvendamento de drama familiar, destacando que o valor do amor para com o semelhante deve ser o tema mais evidenciado dentro de um�a temática geral.
VOCE, NA SUA FAMILIA - Osvaldo Magro Filho (Araçatuba). Apresentou-se pesquisa realizada entre os participantes da Confraternização de Espíritas da Alta Noroeste, em Penápolis (fev./ 95), pela USE Regional de Araçatuba, para se obter dados sobre aspectos inerentes à posição da farru1ia dos espíritas com relação a questões como AIDS, aborto, toxicomania, etc. Verificou-se que a família dos espíritas está vulnerável às dificuldades e propôs o prosseguimento de campanhas que permitam a conscientização dos frequentadores e trabalhadores das Sociedades Espíritas a respeito de temas que atendam as necessidades do momento.
CONHECE SUA FAMILIA, A SOCIEDADE MENOR - Avildo Fioravante
(São Paulo). Você veio de uma família dominadora ou protetora? Qual é o estilo de comportamento junto à sua família? Em função destes questionamento julgou interessante que cada um, em auto-análise, conheça bem sua família, até mesmo para prever seu comportamento futuro junto à esposa e filhos. Apresentou alguns tipos de famílias: dominadora; protetora; simbiótica e caótica. A Doutrina Espírita dá ao homem a possibilidade de conhecer-se a si próprio, de conhecer sua família e adaptar-se a ela. Estará assim, cumprindo o seu papel como indivíduo e como membro da família.
A ARTE ,NO MOVIMiNTO ESPIRITA. FU�ÇAO DO CENTRO ESPIRITA - Moacyr Camargo (São Paulo) e Marcos Candura (Santos) - O movimento assiste hoje a uma produção de arte nunca antes vista. No teatro, artes plásticas, na música, tudo concorrendo para os eventos específicos, como o ENTESPE; o FECEF; o FEMUIN e o ESPIRARTE. Estes eventos são realizados pelos Departamentos de Arte das respectivas USE's. O movimento espírita passa pelo crescimento cultural do Espiritismo, e as artes estão chegando para sua expressão grandiosa de conduzir o Belo, o Bom, condição da Humanidade, do f!jturo.
ORGAO DE UNIFICAÇÃO INTEGRANI)O O �OVIMENTO ESPIRITA A COMUNIDADE - Arnaldo Bueno Espadafora (São Paulo). Apresentou trabalho de interação da USE Distrital Tatuapé com o Conselho Comunitário, destacando que os órgãos de unificação são os legítimos representantes do movimento espírita junto à sociedade. O dirigente espírita, faz pa1te da comunidade, deve estar afinado com ela e deve estar preparado para ocupar os espaços no âmbito social. Enfatizou que o comodismo. a omissão e a falta de criatividade devem ser erradicados de nosso meio.
ACONTECE
ARTE PARARREALISTA EM BIBLIOTECA
PÚBLICA
No período de 13 a 27 de maio, a Biblioteca Municipal Presidente Kennedy (Av.João Dias, 822, bairro Santo Amaro, São Paulo) estará sediando o III Salão Pararrealista de Artes Plásticas, promovido pela Sociedade Pararrealista, homenageando Sérgio Milliet, um dos fundadores da Bienal de Artes de São Paulo.
REUNIÃO DA FEB NO RIO
A cidade do Rio de J aneiro sedia nos dias 12 a 14 de maio a reunião da Comissão Regional Sul do Conselho Federativo Nacional da FEB. O evento contará com representantes das federativas estaduais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e a USE, representando o movimento espírita paulista. O tema básico é ··centro Espírita - projetoglobal e integral"". contando também com reuniõesdas áreas de infância, comunicação social, serviço assistencial e estudo sistematizado.
ENCONTROS SOBRE NOVA
PROPOSTA PARA A INFÂNCIA
O Departamento de Infância da USE, está promovendo vários eventos regionais para a colocação de sua nova proposta de trabalho. Eis os próximos encontros: a) 27 e 28 de maio, em Brotas (USE's Regionais deBauru e J aú) - Informações:Sérgio A.Trombini Pires,fone/rec. (0146) 22-3396;b) 3 e 4 de junho, em Ma-
rília (USE's Regionais de Adarnantina, Assis, Man1ia e Presidente Prudente) - Informações: Mara, fone (0144) 33-5614; c) 17 e 18 de junho, em Lorena (USE's Regionais de Cachoeira Paulista e Taubaté) - Informações: Renata, fone(0125) 52-3285; d) lo. e 2de julho, reunião do grupode estudos do Departamento, em Valinhos; e) 15 e 16
de julho, em São José doRio Preto (USE Regional deS.J.Rio Preto) - Informações: Neusa, fone (0172)32-3394; f) 29 e 30 de julho, em São Vicente (USERegional de Santos)- Informações: Lucimar, fone(0132) 67-3353. Esta sériede eventos regionais seráconcluída com o EncontroEstadual que o Departamento de Infância da USEpromoverá no mês de setembro, em Campinas.
CONGRESSO MÉDICO-ESPÍRITA
A Associação MédicoEspírita de São Paulo pomoverá seu Congresso Nacional. em São Paulo, de 15 a 17 de junho, no auditório Elis Regina do Centro de Convenções Anhembi. Cerca de 30 expositores desenvolverão palestras sobre o tema principal '·Fundamentos da Prática Médico-Espírita". As inscrições custam: R$ 70,00 em maio (podendo ser em duas vezes) ou R$ 80,00 em junho, com desconto de 50% para estudantes universitários. Informações: AMESP -Av.Pedro Severino, 325 CEP 04310-060, São Paulo, fone e FAX (011) 276-9055.
DIRIGENTES DE LONDRES SE UNEM
No ano passado "Dirigente" recebeu a visita de Janet Duncan, do "Allan
Siclair fala sobre Espiritismo em Londres
Kardec Study Group" e envolvida com edições de obras de Kardecx para o inglês. Agora, recepcionamos Ana Cristina Sinclair, ultimamente radicada em Londres. Num diálogo agradável, informou que há cerca de três anos fundou o "Spiritism Family Group", onde as reuniões são todas em inglês, embora metade dos frequentadores sejam brasileiros residentes em Londres. Informou da ftmdação, quase na mesma época, do "Fraternity Spiritist Group", na região oeste de Londres, com frequência predominante de brasileiros e, que se encontram em processo de fundação um 4o. grupo espírita em Londres e o primeiro em Edimburgo (Escócia).
Sinclair relatou à editoria deste jornal, a recente fundação de um órgão unificacionista, o "British Uni-
on of Spiritist Societies" (37 Store Street, Box 166, London, WClE 7BS, Inglaterra)-, com o objetivo de disseminar a Doutrina Espírita na Grã Bretanha. A União já está editando um boletim, desde outubro de 1994, o "B.U.S.S. News", de circulação trimestral. Na edição de jan./95 este boletim noticia o início de evangelização para a infância e a realização bem sucedida de um pic-nic de confraternização, organizado pela "BUSS", com representantes dos vários grupos, ocorrida no Regent's Park de Londres. Está anunciada a visita de Divaldo Pereira Franco, para junho. No bate-papo, Ana Sinclair fez referência às diferenças culturais entre os brasileiros e ingleses, que influem na visão e na reação do inglês
Dirigente Espírita -Maio e Junho de 1995 - 13
ACONTECE
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Atendimento médico em Centro de Santana
co� relaç�o ao Espiritismo. Assim, Smclair comentou que "a mentalidade e a cultura do inglês criam dificuldades para a absorção do a_specto relig�oso do Espiritismo, considerado mais próximo do catolicismo e da cultura latina" e acha que "All�n Kardec desperta atençao na Inglaterra mais pelo seu aspecto racional". Embora haJa edições de algumas obras básicas em inglês, Si�clair destaca que uma antiga e esgotada edição em in�lês de "O Céu e o Inferno ', é xerocada e muito disseminada, pois as men�agens espirituais ali COT).tld�s cha1_11am atenção do mgles. A visitante notou nestes 1 O anos, um eviden� te crescimento de frequentadores nas reuniões e o i níci o de_ uma mudança de mentalidade com relação ao Espiritismo.
BRASÍLIA SEDIARÁ CONGRESSO
MUNDIAL
Promoção do Conselho Espírita Internacional, o lo. Congresso Espírita Mundial, acontecerá em Brasília entre lo. e 5 de outubro, sob os auspícios da FEB. O
tema central "O Centro Espírita - unidade fundamental do movimento espírita", será subdividido em vários sub-temas, com atividades e _m forma de sessões plenánas, sessões simultâneas e exposições. A Comissão Organi_z�dora informa que os part1c1pantes deverão ser �es�oas indicadas por Inst1tmções Espíritas, não havendo limite para as indicações por Instituições. Até dia 30 de junho estão abertas as inscrições para temas livres, com no máximo 8 páginas datilografadas. Inscrições - até 30/6: 90 dólares; até 31/8: 100 dólares. Informações: Comissão Organizadora/FEB - Av. L2 Norte - Quadra 603 - cj. F -CEP 70830-030, Brasília -fone (061) 226- 7399 ou FAX (061) 226-2688.
NOVA CRECHE
Dia 13 de abril, as "Casas André Luiz" de Guarulhos (SP) inauguraram uma �reche com 532m2 e capacidade para 160 crianças, no bairro de Picanço. Do seu programa constam: berçário, maternal, jardim e
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pré-escola.
CENTRO HISTÓRICO EM
SANTANA
Dia l o. de abril, o e.E.Maria de Nazareth(Trav.Maria Nazareth, 91-V.Paiva, Santana,S.Paulo)completou 72 anos de fundação com variada programação. Neste Centro surgiua pioneira União da Juventude Espírita do Distrito deSantana, nos idos de 1932.Além das atividades doutrinárias, este Centro mantémconsultório médico e farmácia para atendimento depessoas carentes .
GINCANA ESPÍRITA EM SÃO PAULO
Organizada pela Mocidade Espírita Carmem Cinira (Av.Henry Janor, 141 -Jaçanã, S.Paulo), acontecerá a 4a. Gincana Espírita de São Paulo, durante o dia 4 de junho, com tarefas, jogos, brincadeiras de inteora-- o
çao e arrecadação de gêne-ros alimentícios. Informações: Marcos, à noite, fone 203-7247.
PRECISA-SE DEVOLUNTÁRIOS
O Centro Espírita Gabriel Ferreira (R.Kaneda, 4 7 4 - Vila Maria - São Paulo, fone 955-0249) necessita de voluntário(a) para iniciar aulas de música voltadas a crianças e jovens.
ASSOCIAÇÃO COMPLETA 60
ANOS A Associação de Estu
dos Espíritas Verdade e Luz, de Atibaia (SP) comemorou seus 60 anos, no dia 16 de abril, incluindo apresentação artística de Moacyr Camargo. Esta Associa-
ção mantém atividades doutrinárias para adultos, jovens e crianças e um serviço assistencial que inclui cursos para gestantes, de artesanato e de costura· atendimento médico; distri� buições de sopa e de cerca de 250 cestas básicas por semana.
ENCONTROS DAS USES DE ILHA SOLTEIRA E DE
MARÍLIA
A USE Rgional de Ilha Solteira programou um Encontro Fraterno sobre Mediunidade, para o dia 11 de junho, com Suely Caldas Shubert e Divaldo Mattos, no CE Amor e Caridade cidade de Pereira Barreto.'
A USE Regional de Marília está definindo a 1 a. Prévia para iniciar os preparativos do 9o. Encontro de Diretores de Centros Espíritas e Dirigentes de Sessões.
PROSSEGUE CAMPANHA DA
FAMÍLIA
A FEESP realizará no d!a 30 de julho um Simpósio sobre "A Família Hoje", em sua nova sede, à rua Maria Paula no. 140. Na oportunidade, haverá uma reunião da Comissão Estadual da Campanha Viver em Família, da USE, com a equipe da FEESP.
ENCONTRO DE CORAIS
O Coral "Unidos à Doutrina Kardequiana" e o Centro Espírita "Jesus Chama-te" (R. João Teixeira 40 - Mogi Guaçu, SP) se� diarão um Encontro Estad�al de Corais Espíritas, no dia 26 de agosto. Informações com Alice, fone (0192) 61-0947.
LIVROS
EDIÇÕES USE RELANÇA OBRAS SOBRE SERVIÇO ASSISTENCIAL
Durante o 9o. Congresso, foi lançada a 3a. edição do livro "Serviço Assistencial Espírita", de autoria de Maria Apparecida Valente (organizadora), Denise M.Ribe1ro Leite, Elaine Curti Ramazzini, Mário da Costa Barbosa e Odair Cretela de Oliveira.
A nova versão está ·atualizada e ampliada, inclusive com temas e legislações recentes. O Grupo de Idosos ganhou espaço na presente edição, acrescentando-se o capítu lo "Posto de Colocação Doméstica". Há capítulos sobre o histórico da assistência social, operacionalização do objetivo, grupo de voluntários, local e equipamento, características das famílias carenciadas, trabalho promocional, principais setores do Serviço Assistencial, Programas e Atividades comuns a todos os grupos. O material é fruto da experiência de várias Instituições, baseando-se em recomendações da FEB e da USE sobre o serviço assistencial espírita.
A obra objetiva atender às necessidades das instituições que desejam iniciar ou aprimorar o trabalho nessa área. Dá-se ênfase à promoção da família com carencias sócioeconômicas. Há uma série de anexos com modelos de fichas, de organogramas, etc. Anti�a apostila, agora em forma ae livro, tamanho 14X21, e com quase 160 _páginas, esta obra traz subsíd10s de extrema importância para o movimento espírita. Os autores estiveram e aliuns prosseguem ligados ao uepartamento de Serviço Assistencial da USE. Na apresentação desta edição, Elaine C.Ramazzini faz referência a Mário da Costa Barbosa que, "do outro la.do, por certo, continua desenvolvendo tarefas nessa área de socorro espiritual, no mundo invisível, ou inspirando tantos quantos as desenvolvem no Serviço Assistencial..." Entre maio e julho, Edições USE lançará reedições das demais obras dessa série: "Grupo de Gestantes", "Grupo de Mães e de Pais", igualmente revistas, ampliadas e apresentadas na forma de livro.
LIVRO ESPÍRITA NASCE DE TESE
ACADÊMICA
Recém-editado pelo C.E.Léon Denis (Rua Abíliodos Santos, 137 - CEP 21331-290, Rio de Janeiro), o livro "Conversa com quem tem dever de educar", de autoria de Theresa Leite de Castro, tem por sub-títulos: "Dos espíritos com o espírito, ou sobre a pedagogia espírita". Em 87 páginas, tamanho 19cm, a autora faz um histórico sobre o pensamento pedagógico brasileiro, seguido de análise sobre o pensamento pedagó�ico espírita, fundamentanaose, princi_palmente em Kardec, Dems, Vinícius, obras psicográficas de Chico Xavier e em Herculano Pires. No final, apresenta um interessante quadro-síntese intitulado "Tendências pedagógicas na prática escolar brasileira" que permite uma comparação com o que ela designa de "pedagogia renovadora para um mundo melhor: peaagogia espírita". Entre outras, comenta a autora que "a influência do meio tem seus determinantes, por certo, mas nessas influências perpassam a Educação e os graus de evidência do estado de espírito. O cerne, é, pois, a Educação dos Espíritos". Fato a ser destacado é que este material, originariamente, era uma monografia apresentada para obtenção do título de especialista em educação, no Instituto Metodista Bennett, no Rio de Janeiro.
CENTRO ESPÍRITA É TEMA DE 11ANAIS"
DE GOIÁS
Os temas do Congresso Espírita do Estado de Goiás, realizado no período do "carnaval" deste ano, constam dos "Anais" publicados pela Federação Espírita do Estado de Goiás(Alameda Ricardo Paranhos c/ rua 1133-Setor Marista-CEP 74180-050, Goiânia), divididos em três partes: O Centro Espírita: visões doutrinária e sistêmica; Dinamização das atividades da Casa Espírita; Temas-livres. Os "Anais" estão disponíveis em forma de livro, com 15 8 páginas.
USE EDITORA Além dos obras de Edições USE, dispomos de obras dos vários Editoras, como distribuidores. Consulte-nos sobre prazos e descontos. Condições especiais poro Feiras do Livro. Os valores dentro dos parênteses referemse a preços em reois:
Livros e opúsculos:
Atividades Doutrinárias - 3a. edição - .................... .. ..... ........ (3, 90) Aulas para o Jardim - ...... ................ ... .... ......... .......... ....... (2,20) Anais do 80. Congresso Estadual de Espiritismo - .................. (11,00) Centros e Dirigentes éspíritas - Autores diversos -...................... (4,50) Centro Espírita (O) - Wilson Garcia - . . ............ ...................... (4,00) Centro Espírita e suas Histórias - Wilson Garcia • ..................... (4,50) Ciência Espírita - J.Herculano Pires - esgotado Como Escrever para a Imprensa Espírita - Ivan René Franzolim - esgotado/em revisão ampliada para reedição
Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas - Diva/do P.Franco - 3a,. edição -.. . ............. . ............. (3.50) Direção de Orgãos de Unificação - Autores diversos -............... (2,00) Dirigentes de Sessões e Práticos Espíritas - Emílio Manso Vieira - 2a. edição - ........... ........... .................. ......................... (3,00) Espiritismo e os Problemas Humanas (O) - Deolindo Amorim/Hermínio C.Miranda - 2a. edição - ......... . ........... ........ (5,50) Estatuto Social da USE - .................................. ................ ..... . (0,60) Evangelização infantil - esgotado/em revisão e adequação para reedição Família e Espiritismo - Autores diversos - 4a. edição -........... .... (6,00) Família, o Espírito e o Tempo (A) - Autores diversos -la. edição-.................................. .................................... ...... (4,50)
Idoso no Centro Espírita (O) - Maria Apparecida Valente/Elaine Curti Ramazzini - la. edição - ........................ ...... (3,50) Laços de Família - Divaldo P.Franco/Autores diversos -2a. edição ............................. .......................................... ....... (4,50)
Manual do Expositor Espírita - 2a. edição -............................... (2,00) Organização Administrativa é Jurídica -.................... .......... ... (0,60) Serviço Assistencial Espírita -Autores diversos .............................. (5,50) Grupo de Gestantes, Grupo de Mães e de Pais, Grupo Mirim e Grupo de Jovens - Esgotados - Em revisão
Subsídios para Atividades Doutrinárias - 2a. edição - ................ (3,20) Videoteca nas Sociedades Espíritas - Osvaldo Magro Filho ..... (2,00)
Vídeos, fitas, discos e outras produções:
Adesivo - Campanha Viver em Família - .................... ............. (0,60) Camiseta - Componho Viver em Família (adulto e infantil) -mediante encomenda Fitas cassete 11) - Palestra de Divaldo P.Franco - Lançamento Campanha Viver em Família - ........................... ................. ... (8,00) Fitas de vídeo (2) - 80. Congresso Estadual de Espiritismo ............................................ ............. .......... ........ ...... - (22,00 cada) Fitas de vídeo (5) - Simpósio do Lançamento da Campanha Viver em Família -.. . ............................. ........................ .......... [23,00 cada) Fitas de vídeo (3) - Seminário "A família, o espírito e o tempo" ..... ........................... .................................. ................ - (22,00 cada) LP "Nos Jardins da Terra Azul" • Moacyr Camorgo -............... 110,00)
Pedidos para:
USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo Rua Dr. Gabriel Piza, 433 - (perto metrô Santana) -CEP 02036-011 - São Paulo - Fone e Fax: (011) 290-8108
PROMOÇÕES DE EDIÇÕES USE
SERVIÇO ASSISTENCIAL ESPÍRITA - Lançamento
VÍDEOS DO 9° CONGRESSO - Mediante encomenda
Dirigente Espírita -Maio e Junho de 1995 - 15
REPORTAGEM
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ORGAO ATUA COM A COMUNIDADE "Dirigente" conheceu o trabalho de interação com a comunidade realizado pela USE Distrital do
Tatuapé, como integrante do Conselho Comunitário deste bairro da capital paulista.
Relacionado com temas do 9o. Congresso Estadual de Espiritismo, este jornal focaliza uma ação efetiva de interação com a sociedade. Há quatro anos, a USE Distrital do Tatuapé (São Paulo), vive uma experiência gratificante junto a comunidade do bairro. Integra o Conselho Comunitário do Tatuapé e vilas adjacentes, ao lado de instituições, como: OAB, Delegacia de Ensino, Lions, Rotary, Secretaria da Cultura, biblioteca pública, clube dos lojistas, administração regional, Senac, imprensa, Caixa Econômica Estadual, Companhia de Engenharia do Trânsito e outros.
O Conselho Comunitário é antigo, está em atividade há 41 anos. Seu presidente, Cleber Onias Guimarães historiou as múltiplas atividades do Conselho, que mantém reuniões quinzenais. Na programação para 1995 inclui: levantamento sócio-econômico do bairro, campanha próteatro do Tatuapé, museu da imagem e do som. O presidente do Conselho Comunitário externou sua satisfação em ver os espíritas "saírem da toca", ou seJa de suas atividades dentro do Centro, para atuarem junto ao bairro. lJurante a visita agresentou à rerortagem de 'Dirigente", a 'Revista IN" e o livro "Tatuapé. Uma história fascinante", resultado do trabalho de pesquisa de jornalista ligado a revista e ao Conselho e ainda matérias publicadas pelo jornal "O Estado de São Paulo" a respeito do bairro e de seu Conselho Comunitário.
O dirigente Espadafora, com o presidente do Conselho Comunitário do Tatuapé
PRESENÇA DE ANÁLIA FRANCO
A revista e o livro citados, trazem informações históricas sobre o Lar Beneficente Anália Franco. A "grande dama da educação brasileira" teve parte de sua vida e obra muito relacionada com o desenvolvimento do Tatuapé, em função da aquisição da então Chácara Paraíso. Pedro Abar-
ca, autor do livro, destinou um capítulo a Anália e, entre outras fontes, se baseia e cita o livro sobre Anália de autoria de Eduardo C. Monteiro.
PARTICIPAÇÃO DA USE
A USE Distrital, participa ativamente da vida do bairro, de suas _reinvindicações, �e seus movimentos culturais, festividades, campanhas, sempre formando opinião e colocando a visão espírita sobre os problemas humanos. Além disto, especificamente, promove palestras, feiras do livro espírita e outros eventos, sempre divulgando o Espiritismo. Para este ano, os espíritas participarão de todas as a9ões do Conselho Comunitario, mas destacamos algumas atividades próximas, como a campanha do agasalho (programada para dia 7 de maio), feira comunitária apresentando a história viva do bairro (em setembro) e os festejos do aniversário do bairro ( entre setembro e novembro). Aliás, este jornal já noticiou
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em outros anos palestras espíritas realizadas dentro de comemorações do bairro, oficializadas pela Administração Regional da Prefeitura de São Paulo. O livro "Tatuapé. Uma história fascinante" traz informações sobre a USE Distrital e relaciona, com endereços, as 13 Sociedades Espíritas que a compõem.
Durante a visita, o dirigente da USE Distrital Arnaldo Bueno Espadafora fez referências a episódios interessantes que demonstram a interação dos espíritas na vida do bairro. Até em competição entre escolas, uma das tarefas de grupos de escolares foi levar o representante da USE para explicar suas tarefas. Isto é, ampJiam-se as formas para se disseminar o Espiritismo e de marcar presença com o seu movimento. Espadafora considerou que "o Espiritismo deve ser citado não como mais uma religião, mas como doutrina renovadora, tal como preconizava Kardec" e faz uma recomendação aos órgãos _dt:: un_ificação ( distrit_ai�, mumc1pa1s e 111termu111c1-pais): "que se integrem à vida da sua comunidade, não fi-
quem encapsulados, limitados ao movimento espírita, mas levem a mensagem espírita através de uma linguagem moderna, escoimada do pieguismo, do radicalismo ou qualquer outro "ismo" que venha obstruir o diálogo fraterno. Nós, espíritas, devemos cultivar o lema "liberdade,igualdade e fraternidade" que, segundo kardec, são três conceitos que resumem todo um programa capaz de promover o progresso social. Dentro desta trilogia é que devemos levar nossa mensagem à sociedade".
A presença de representantes do movimento espírita em atuações comunitárias é da máxima importância, inclusive, com vistas à possibilidade oferecida pela legislação, de participação com Conselhos Municipais nas áreas de educação, saúde, assistência social. Porém, a viabilização de representas:ão nestes órgãos, alem do vies político, é facilitada em função da competência e visibilidade do trabalho executado em favor da comunidade. Isto é, não pode ficar encerrado intramuros.