DIRIGENTE ESPI RI'IA Veículo da USE -União das Sociedades ... · ISSN OJQ4-6691 Editor Antonio...

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DGE ESPI IA Veículo da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo l•c•N•I ANO V - Nº 29 - MAIO E JUNHO DE 1995 CIRCULAÇÃO: BIMESTRAL - ISSN 0104-6691 Consso e em São Pꜷlo e os e dgens esps li O grande evento do movimen- to espírita paulista levou para as dependências da nova sede de Fe- deração Espírita quase mil pesso- as. Foram debatidos cerca de 50 temas, todos eles apresentados por direntes expositores. Autorida- des do Estado e do País prestigia- ram o acontecimento com suas presenças, juntamente com repre- sentantes de uma centena de cida- des paulistas, além de cinco ou- tros Estados e um espírita da sué- cia. Na solenidade de abertura, com palestra de Divaldo Pereira Franco, quase duas mil pessoas lotaram o salão principal, quando ouviram, também, diversos núme- ros musicais apresentados pelo Coral e Orquestra da FEESP Mos- tra de arte pararrealista, bancas de livros, discos e brindes alusivos ao congresso compuseram o cenário em que espíritas de todas as lati- tudes do solo paulista se encon- traram em elevado clima espiritu- al. Nesta edição especial do 9 º Congresso Estadual de Espiritis- mo você tem uma cobertura com- pleta do evento, que aconteceu entre os dias 29 de abril e 1 º de maio de 1995. Flagrantes do congresso. Acima, o presidente da USE, Attílio Campanini, na cerimônia de abertura. Nos demais, os expositores apresentam e debatem os temas constantes do programa.

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DIRIGENTE ESPI RI'IA Veículo da USE - União das Sociedades

Espíritas do Estado de São Paulo lvnr•intc•N•I ANO V - Nº 29 - MAIO E JUNHO DE 1995 CIRCULAÇÃO: BIMESTRAL - ISSN 0104-6691

Congresso reúne em São Paulo quase mil trabalhadores e dirigentes espíritas

li E_

O grande evento do movimen­to espírita paulista levou para as dependências da nova sede de Fe­deração Espírita quase mil pesso­as. Foram debatidos cerca de 50 temas, todos eles apresentados por diferentes expositores. Autorida­des do Estado e do País prestigia­ram o acontecimento com suas presenças, juntamente com repre­sentantes de uma centena de cida­des paulistas, além de cinco ou­tros Estados e um espírita da sué­cia. Na solenidade de abertura, com palestra de Divaldo Pereira Franco, quase duas mil pessoas lotaram o salão principal, quando ouviram, também, diversos núme­ros musicais apresentados pelo Coral e Orquestra da FEESP. Mos­tra de arte pararrealista, bancas de livros, discos e brindes alusivos ao congresso compuseram o cenário em que espíritas de todas as lati­tudes do solo paulista se encon­traram em elevado clima espiritu­al. Nesta edição especial do 9º

Congresso Estadual de Espiritis­mo você tem uma cobertura com­pleta do evento, que aconteceu entre os dias 29 de abril e 1 º de maio de 1995.

Flagrantes do congresso. Acima, o presidente da USE,

Attílio Campanini, na cerimônia de abertura.

Nos demais, os expositores

apresentam e debatem os temas constantes

do programa.

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OPINIÃO

Onde Chegar? Quem quer que participe da pre­

paração de um evento destinado à coletividade há de perguntar-se: onde se deseja chegar? O 9º Con­gresso Estadual da USE é, neste momento, um fato integrante do passado histórico do movimento espírita paulista. Do passado histó­rico, sim, mas não um fato consu­mado. Embora sua realização tenha sido concluída no instante exato em que os microfones foram desliga­dos, sob as palmas dos participan­tes e a saudade dos mais sensíveis, a verdade é que, na resposta à per­gunta acima está embutida a razão maior, que nos induz a afirmar com segurança: o congresso não esgo­tou-se em si mesmo. Ele prossegue pelos próximos 730 dias. E até que um novo congresso se instale, deve a coletividade espírita discutir e re­discutir seus temas e as experiênci­as apresentadas, em favor da melho­ria da qualidade dos serviços que são prestados pelos centros espíri­tas.

Isto porque o objetivo maior do Congresso Estadual Espírita foi po­sicionar-se como meio para a me­lhoria da qualidade do centro espí­rita. E isto implica em aumento da consciência de dirigentes e trabalha­dores, aprofundamento de conheci­mentos doutrinários de todos e ca­pacitação das possibilidades que se oferecem para a evolução individu­al e social da humanidade. Em vis­ta disso, há de se perguntar sempre, de forma objetiva e prática, em cada centro e em cada região, se a dou­trina em seus diversos aspectos está sendo aplicada com o acréscimo das motivações oferecidas aos partici­pantes do congresso.

As oportunidades para isso foram dadas pelo Conselho Deliberativo Estadual, ao aprovar o emprego do

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processo aplicado após a realização do congresso anterior, em Ribeirão Preto, quando se prosseguiu com os seus temas em reanálise nas regiões do Estado. Isto significa que a quali­dade dos serviços do centro espírita é, em si mesma, um processo contí­nuo que funde teoria e experiência, ambas se renovando no quadro dos resultados diários.

Por ser a prática espírita o resul­tado da interpretação dos conheci­mentos doutrinários, está ela em constante mutação. Quem voltar seus olhos para cem anos atrás verá, in­discutivelmente, o centro espírita re­duzido em suas atividades, demons­trando com isto que este fulcro de espiritualidade se desenvolveu ao longo do período de forma admirá­vel, convertendo-se naquilo que é hoje. Este é o exemplo mais impor­tante para trabalhadores e dirigentes espíritas, pois que, ao mostrar-se como tal afirma, implicitamente, que o progresso é indispensável paraaqueles que desejam de modo firmeempregar o Espiritismo como umadas alavancas poderosas da evoluçãosocial.

Outra razão, também importante, que deve ser juntada aqui é o fato de formarem os centros espíritas uma coletividade jurídica diversificada, a demonstrar que do mais avançado ao mais simples todos têm o que refor­mular e melhorar. A doutrina é dinâ­mica e por isso mesmo impõe movi­mento e reformulação constante. Quem quer que imagine ter'atingido o ponto ideal estará de fato negandoseu próprio progresso.

É hora, portanto, de meditar e re­avaliar o congresso, na tentativa de responder, sempre, se estamos pró­ximos do ponto qualitativo onde ele se propunha levar a todos.

EXPEDIENTE

Veícufo <>flcial de Unifu:ação da USE · União das Socieda­des Espíritas do Estado de São Paulo, destinado especial­mente aos dirigentes de cen­tros e instituições espírit,as. ISSN OJQ4-6691

Editor

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Secretária

Dehna Crotti

Redação

Carlos Teixeira Ramos

Ivan René Franzolim

José Rodrigues Neto Luiz Alberto Zanardi

Wilson Garcia

A.ssinaturas

Anttal:R$ 7,20 Mantenedor: acima

de R$ 11,00 Numero avulso:

R$ 0,60

Este número

5.000 exemplares

Produção gráju:a e EdiJ(Jração Eletrônica

Wilson Garcia

..

U.S.E. união das sociedades espíritas do estado de São Paulo entidade coordenado/o e representativa do movimento espióla es!OCf\Jal na Conselho F!Klera!lvo Nacional

do Fed111açpa 1;$pirlfo llro�leiro.

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ENTREVISTA

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DIGNIFICAÇAO DO HOMEM E DA SOCIEDADE Divaldo_1:er�ira Fra_nco fala sobre os temas <:ongresso, violência, pesquisas comportamentais e relata

expenencia de F ezra de Santana. Em seguida ao Congresso viajou para Bolívia. Em maio e junho excursionará pelos Estados Unidos e Europa.

DIRIGENTE: Divaldo, qual a contribuição que o Espiritis­mo pode oferecer à sociedade de nossos dias?

D1vALDO: A contribuição do Espiritismo para a socie­dade dos nossos dias é rele­vante. O Espiritismo remon­ta às causas de todos os acon­tecimentos. Graças à sua con­ceituação filosófica estribada nas investigações da ciência erradica aquelas causas que perturbam o contexto social. Allan Kardec estabeleceu, com muita propriedade, que o egoísmo é o grande câncerda sociedade. Sendo a Dou­trina Espírita uma mensagemaltamente altruísta, eis que vaicombater todos os fatores de­generativos da sociedade nassuas raízes essenciais. Porisso, fazendo uma análise doperíodo de luta, Kardec esta­beleceu que o 60. período daimplantação do Espiritismono mundo seria exatamente oda renovação social. Esta con­tribuição é fazer que o homemtrabalhe pela sua própriatransformação moral, célulado organismo social, e estan­do ele modificado para me­lhor, a sociedade, por conse­quência será mais feliz, expul­sando o egoísmo que é umfator degenerativo e que seenraíza no cerne do ser comouma herança atávica de jor­nada primitivista. O Espiritis­mo liberta as paisagens huma­nas para o encontro do indi­víduo com a sua consciênciae consequentemente para aconstrução de uma sociedademais justa e mais digna.

DIRIGENTE: Poderia apre­sentar uma visão sociológica e espírita sobre as práticas as­sistenciais na atualidade?

D1vALDo: Estamos avan­çando para a ciência do ser­viço social. O paternalismo ancestral que caracteriza mui­tas atividades na área do ser­viço social, cederá lugar às técnicas modernas de promo­ção humana. A visão espírita a respeito do homem tem a dizer quanto à construção de uma criatura integral, que

tendo consciência de si mes­ma, trabalhará no cerne do es­pírito pelos valores positivos que ainda se encontram em latência. As modernas psico­logia e a sociologia trabalham hoje os fatores degenerativos da sociedade para erradicá­los, propondo novos compor­tamentos que são geradores de consequências posilivas e, portanto, libertadoras. A vi­são sociológica a respeito da prática da assistência na atu­alidade é a da educação. Sem a educação do indivíduo fale­cem todos e quaisquer postu­lados que pretendam socorrê­lo, consolá-lo, libertá-lo da ig­norância. Através da educa­ção pode-se fazer que o indi­víduo desperte para a sua res­ponsabilidade e, tomando consciência de si, programe não apenas a sua, como a vida do agrupamento social no qual se encontra colocado para evoluir. Através de uma educação bem direcionada, a educação do espírito no sen­tido lato de instrução e desen­volvimento cultural, intelec­tual e tecnológico pode-se es­tabelecer uma base para uma assistência social dignificado­ra em que o indivíduo está sendo promovido e através do trabalho digno ele se liberta dos fatores perturbadores que são as causas da miséria soci­al. Este trabalho tem uma grande amplitude.

DIRIGENTE: o que fazer com relação à violência?

DIVALoo: Em Feira de Santana (Bahia), por exem­plo, o serviço social do Espi­ritismo está trabalhando as causas da violência. Há três anos realiza-se ali um projeto que tem o nosso nome e a Câ­mara de Vereadores, graças a este projeto, determinou que o último domingo do mês de março seja dedicado à paz. Oprojeto tem uma abrangênciaespírita: um seminário a res­peito de um tema psicológicode consequências espiritistas;um encontro com dirigentesespíritas da comunidade e, às16 horas uma marcha pela

paz. Silenciosa­mente, ou can­tando músicas que tenham mensagens edifi­cantes, atraves­samos a avenida principal da ci­dade que fica in­terditada aos ve­ículos. Conse­guimos sensibili­zar a sociedade feirense para despertarem não contra a violên­cia como diria Ghandi, mas a favor da paz. Neste ano, no dia 26 de março, a marcha da paz foi apoiada por vários segmen­tos da sociedade: escolas, Lions, Rotary, Maçona­ria, Seicho-no-iê e um número ex-pressivo de quase dez mil in­divíduos. Culminou no Giná­sio da cidade com uma confe­rência a respeito da paz. Re­cordamo-nos de Maha Goso­nanda, o "Ghandi do Cambo­dja" e, estabelecendo como bi­ótipo da paz, é essencial Je­sus Cristo que é o modelo e guia da humanidade, confor­me os espíritos, na questão 625 do Livro dos Espíritos.

DIRIGENTE: Poderia dar uma mensagem a propósito do tema "O Espiritismo no pensamento e na ação"?

DIVALDO: o Espiritismo tem por meta dignificar o ho­mem para que ele dignifique a sociedade na qual se encon­tra mergulhado, libertando-o da ignorância através do co­nhecimento; propiciando-lhe uma fé raciocinada que deflue da experiência do fato ofere­ce-lhe uma filosofia compor­tamental otimista que tem por base a proposta moderna da psicologia transpessoal. Allan Kardec previu que a ciência contemporânea - a dos nossos dias - iria confirmar os pos­tulados espíritas. E hoje atra-

vês da psico-neuro-imunolo­gia, verificamos que as cau­sas das enfermidades estão no psiquismo, diríamos na lin­guagem espiritista, no ser imortal. O dr. Joel Whitton teve oportunidade de dizer que a metaciência é a respon­sável por todos os fatores que podem promover ou perturbar a criatura humana. Por isso, propõe uma terapêutica de na­tureza otimista para que o in­divíduo se liberte das injun­ções dolorosas do carma. ln­junções essas que resultaram dos seus desconfortos das existências anteriores. Na pa­lavra de um psiquiatra que partiu para as experiências re­gressivas, com o objelivo de ligar a imortalidade da alma e constatou-a, tem um sentin­do muito profundo. O mesmo aconteceu com o investigador inglês Alexander Cannon que constatou a realidade deste fe­nômeno e depois de haver re­alizado mais de cinco mil ex -periências regressivas, encon­trou a imortalidade da alma, conforme Allan Kardec tam­bém por outros processos.

Dirigente Espírita -Maio e Junho de 1995 - 3

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MÓDULO "O INDIVÍDUO"

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CERTEZA DA IMORTALIDADE E

O MAIOR INVESTIMENTO Os expositores deixaram claro que o indivíduo atinge sua evolução individual em função da sua

participação junto a outros. O maior investimento que se pode fazer pelo indivíduo é dar-lhe a certeza da vida imortal.

Na palestra sobre o tema "0 Ser interexisten­cial", Heloísa Pires

(São Paulo) relembrou que "O Livro dos Espíritos", no ca­pítulo sobre "O sonho", escla­rece que vivemos a vida de en­carnados e, sobretudo duran­te o sono, a vida no mundo espiritual e asseverou: "Exis­timos portante em duas di­mensões por nós relativamen­te conhecidas e nos expressa­mos, provavelmente, em ou­tras dimensões ainda não co­nhecidas (por nós). Somos, consequentemente interexis­tenciais. Somos espíritos, cu­jos atributos são pensamento e vontade".

A expositora ainda situou o capítulo "Laboratório domundo invisível", de "O Li­vro dos Médiuns", a propósi­to do nosso pensamento queage sobre os fluidos espiritu­ais, aglomerando-os, disper­sando-os, dando-lhes a formaque desejamos, consciente ouinconscientemente.

Porém, Heloísa chamou atenção que "a conscientiza­ção de nossas possibilidades interexistenciais facilitará a nossa expressão de encarna­dos agindo na Terra, auxili­ando-nos a transformar o que­rido planeta em um mundo melhor ... "

Em seguida, Célia Maria Rey de Carvalho (São Paulo) abordou o tema "Vontade,sentimento e pensamento", partindo da premissa que ao reencarnar essas potencialida­des se manifestam no dia a dia do relacionamento huma­no e nas diferentes fases do crescimento: "A vontade, ma­nifesta-se no fazer e são os membros superiores e inferi­ores do organismo que carac; lerizam bem esta potência. E na infância que esta potência pode ser trabalhada, desen­volvida ou equilibrada - Se

essa fase for bem trabalhada pelos pais e pela escola, o Es­pírito encarnado terá melho­res condições de superar suas dificuldades. A segunda po­tência da alma é o sentimen­to.

No desenvolvimento do ser humano ela é bem carac­terística da adolescência, é a fase da adolescência do sen­tir em exagero, indo de um momento para outro, da ale­gria desmedida para uma pro­funda tristeza, melancolia. A maioria das ações são movi­das pelo sentimento. É a fase dos sonhos, meditações, das coleções, diário, de uma vida interna muito intensa, sem se preocupar com o mundo por­que o mundo inteiro está den­tro dela.

A terceir� potência é o pensamento. E mais caracte­rístico das pessoas intelectu­alizadas, que pensam muito, articulam bem os dados, são muito inteligentes e normal­mente são indicadas para li­derarem grupos, porque são capazes de organizar o espa­ço, os problemas, dinamizar atividades, distribuir tarefas. É uma fase característica da vida adulta e da velhice, onde há um decréscimo da energia vital". A expositora realçou o aspecto educacional destaspotências, ponderando quedurante a vida de relaciona­mento, as criaturas podem terpredominância de uma dastrês potências. Assim, desta­cou que estas potências "têmque ser trabalhadas, desenvol­vidas, canalizadas de forma aproporcionar um equilíbrio noEspírito que está a caminhoda evolução" pelos pais e pe­los professores.

A questão da educação apareceu de forma específica na palestra seguinte: "Espi­ritismo e educação", profe­rida por lolanda Húngaro

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(São Paulo), definindo "edu­cação como um processo con­tínuo de aprendizagem pelo qual passa o espírito desde sua criação até alcançar os eleva­dos cumes evolutivos". Para a expositora a preocupação da Doutrina Espírita é essencial­mente educativa. Fez menção à Proposta Espírita de Educa­ção, que está sendo trabalha­da pela USE desde 1992: "tem em vista o homem integral, constituído de espírito, peris­pírito e corpo físico, a qual estuda estes três elementos, preparando o educador para conhecer melhor o educando, sem perder de vista a evolu­ção, o indivíduo.

O estudo do perispírito dá primazia ao processo de sen­sibilização do educando, atra­vés da arte. Procura elevar o nível de aspiração em sala de aula, envolvendo educador/ educando em procedimentos de transformação, crescimen­to, transcendência. A sala de aula passa a ser uma oficina, em que as potencialidades se transformam em capacidades para ambas as partes".

A expositora comentou que Espiritismo e educação estão a tal ponto relacionados que Kardec foi um preparado educador. Finalizou enfati­zando que "é preciso que o educador busque no Espiritis­mo uma nova concepção do ser humano e do Universo para trabalhar com tais adver­sidades. A valorização da vida em todos os seus aspectos deve fazer parte da temática nas escolas, nos lares, nas ar­tes plásticas, na música e outras manifestações."

A última palestra deste módulo versou sobre "Vidaapós a morte", por Altivo Ferreira (Santos) que se ba­seou no sentimento instintivo da vida futura que acompanha o homem desde a sua origem

na Terra, concorrendo para isso a vaga lembrança que a alma traz do estado espiritual anterior: "A continuidade da vida após a morte - crença ge­neralizada em todas as reli­giões -, está presente nos cos­tumes dos povos antigos, que cercavam os seus mortos com os apetrechos e suprimentos necessários ao prosseguimen­to da viagem no outro mundo - Somente com a convicção nasobrevivência da alma e noprosseguimento da vida alémda sepultura sentirá ele moti­vação para mudar a sua con­duta, passando a preocupar­se realmente com a vida mo­ral, em detrimento da vidamaterial.

Uma nova filosofia norte­ará a sua existência". Para Altivo, "o maior investimen­to que se pode fazer em favor do indivíduo, nesta quadra da sociedade terrena, é dar-lhe a certeza da vida após a mor­te de acordo com o pensamen­to espírita, levando-o a com­preender: a) o que o aguarda no Além-Túmulo, em função de como viveu sua existência na Terra; b) como funciona a Justiça Divina e qual a natu­reza das penas e recompensas futuras" e ainda advertiu que se o Centro Espírita "não fi­zer da certeza na vida futu­ra o paradigma de seu traba­lho, terá falhado na sua gran­de e nobre missão de escola da alma". Encerrando, Paulo R. P. da Costa (S. Paulo) as­severou: "É a Doutrina Espí­rita que nos apresenta, de for­ma transparente e insofismá­vel, a visão do Homem Inte­gral, constituído de três par­tes essenciais: corpo físico, perispírito e espírito. A per­feição, o estágio final a atin­gir, só ocorrerá se esses ele­mentos tiverem sua evolução de forma equilibrada, harmo­niosa e integral".

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MÓDULO "A SOCIEDADE"

A /

CONVIVENCIA HUMANA E /

INDISPENSA VEL AO PROGRESSO Deus criou o homem para viver em sociedade, por isso ele é dotado dos meios de comunicação. É

necessário que o pensamento e ação espírita sejam voltados para a sociedade no sentido de contribuir para, junto com as demais forças do bem, aperfeiçoá-la. Deve-se preocupar com o tipo de convivência

que uma obra propiciará.

Este módulo foi iniciado com exposição de Maria En y Rossetini Paiva

(Lins), abordando o tema "Re­

ligião e Sociedade". Baseou-se nas funções sociais dos movi­mentos religiosos, de acordo com a Sociologia, como fun­ções: consoladora, de santificar normas e valores da sociedade, de revelar uma relação transcen­dente, profética, de identificação e de desenvolvimento individu­al. A conferencista deteve-se mais nestas últimas funções, pois a religião deve auxiliar a auto-compreensão e a auto-de­finição de cada um, colaboran­do com a maturação do indiví­duo. Porém, alertou que "a rea­lização equilibrada dessas fun­ções é impedida pelas seguintes causas: 1 a.) autoritarismo na liderança das atividades religi­osas e no comportamento dos adeptos; 2a.) ritualismo nas ati­vidades e trabalhos das institui­ções; 3a.) burocratização nas or­ganizações religiosas. Os ho­mens que dirigem os movimen­tos religiosos, passam a ser res­peitados pelos cargos e papéis sociais, perde-se a autenticida­de das relações fraternas e iguais. Substitue-se o diálogo por decisões de "especialistas", representantes de organizações ou entidades "espirituais"; 4a.) produção imediatista - o homem dominado pela paixão de fazer, de produzir, quer a obra pela obra, constrói obras gigantescas, sem dividí-las em unidades pe­quenas que permitam o diálogo e a convivência, sem se preocu­par com o tipo de convivência humana, que tal obra vai propi­ciar".

Na sequência, Ary Lex (São Paulo) dissertou sobre "Os Es­piritismo e os problemas huma­nos", homenageando Deolindo

Amorim e centralizando seus comentários em aspectos da obra "O Espiritismo e os Problemas Humanos" (Edições USE). Ci­tou trechos do capítulo "Defini­ção e opção" deste obra de A mo­tim: "Não queremos pedir à

Doutrina Espírita a solução pronta e acabada de todos os problemas da vida, assim como não alimentamos, nem poderí­amos alimentar, a ingênua su­posição de ser o Espiritismo a única doutrina capaz de abrir clareiras para o conhecimento espiritual" - "Nem do materia­lismo, nem tampouco do ange­lismo ou da beatitude improdu­tiva, sairá a resposta cabal às questões que estão agitando o mundo e ameaçando a huma­nidade com o pesadelo de uma convulsão geral, cujas consequ­ências nenhum Jilosófo, ne­nhum sociólogo ou cientista político seria capaz de prever com exatidão. Cedo ou tarde, o equilíbrio terá de ser procu­rado no Evangelho, ainda quea muitos se afigure utopia".

O oportuno assunto "A Pá­

tria do Evangelho na prática" foi desenvolvido por Pedro Bau­duin Nakano (São Paulo), de início, evocando o livro "Bra­

sil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", lançado pela FEB em 1938. Apresentou al­gumas questões para que se ava­lie o cenário de "Pátria do Evan­gelho na prática", desde situa­ções governamentais, legislação, facilitação da abertura de Soci­edades Espíritas, o emprego da caridade e do respeito dentro das Sociedades Espíritas, os tipos de liderança como os "donos de Centro". O expositor, lembrou que Irmão X, alerta para que os homens não se isolem do mun­do, nem se acastelem na posição de "Pátria do Evangelho". Des-

tacou que "o caminhá passa pela educação do povo, tarefa tam­bém da Sociedade Espírita. Muito já se fez e muito ainda há por fazer" - "Portanto, cabe a cada um, trabalhador ou dirigen­te, conscientizar-se das suas res­ponsabilidades e definir no que pode contribuir para facilitar o trabalho da Espiritualidade".

De certa forma, o tema pros­seguiu, com outra abordagem, na palestra "0 Centro Espírita como mediador na qualidade das relações sociais" proferida por Aylton Paiva (Lins), enten­dendo que os pressupostos para a avaliação dessas qualidades estão contidos na obra básica do Espiritismo - "O Livro dos Es­píritos" -, principalmente na 3a. parte, esctito por Allan Kardec e demais obras complementares. Com o conhecimento e prática da ética espírita, através dos seus participantes, o Centro atuará para a melhoria da qualidade das relações humanas. Essa respon­sabilidade está muito clara e definida na questão 573 de "O Livro dos Espíritos": "Em que consiste a missão dos Espíritos encarnados? R: Em instruir os homens, em lhes auxiliar o pro­gresso; em lhes melhorar as ins­tituições, por meios diretos e materiais". Assim, Paiva enfa­tizou: "O espírita é o agente da aplicação do Espiritismo nas re­lações sociais para tomá-las har­mônicas com as leis de Justiça e Amor, preconizadas pelo Mes­tre Jesus - a Doutrina Espírita apresenta de forma muito clara e incisiva a necessidade de os espíritas atuarem de fonna cons­ciente e concreta para a melho­ria da qualidade das relações sociais, pois ela deve transfor­mar os hábitos, os usos e as re­lações sociais". O expositor concluiu: "o Centro Espírita,

através da ação dos espíritas, deverá mediar a qualidade das relações sociais estimulando a realização da reforma íntima, ou aperfeiçoamento individual, mas também juntamente com tal re­forma o aprimoramento da pró­pria sociedade em que partici­pa, pois como disse Allan Kar­dec: "Aos que são progressis­tas cabe acelerar esse movimen­to por meio do estudo e da uti­lização dos meios mais eficien­tes" ("Obras Póstumas").

No encerramento do módu­lo, os palestrantes atenderam às perguntas do plenário e o coor­denador do painel, Murillo Ro­drigues Alves (São Paulo) fez uma síntese sobre o tema "0 espírita na sociedade". Citou André Luiz que a recomendação "viva" - sem dúvida - é a vivên­cia humana dentro dos parâme­tros que a Doutrina coloca di­ante dos nossos sentidos e que · cabe ao nosso livre arbítrio as­sumí-la, ou não, na nossa con­vivência em sociedade. Asseve­rou, concluindo: "As fontes do conhecimento de que hoje ne­cessitamos, aqui já estão jorran­do. Os livros aí estão, os divul­gadores, expositores os estudio­sos estão em franco trabalho. So­ciedades Espíritas estão implan­tadas. Não sabemos porém, se na quantidade suficiente ou se na estrutura adequada. A partir da base cultural doutrinátia, as pro­postas políticas e sociais deve­rão conter os princípios da fra­ternidade e da moralidade, que sabemos somente poderão ser transformadas em realidade se forem conduzidas de forma cris­tã por indivíduos embasados pe­las mesmas puras lições doutri­nárias, que seja condizente com aquela almejada para o espera­do momento de transição do nosso planeta Terra".

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MÓDULO "O CENTRO ESPÍRITA"

UM MINI-CURSO SOBRE CENTRO ESPÍRI'IA

O tema central incluiu as­

suntos gerais sobre a in­teração com a sociedade

e sobre a mediação do Centro Espírita nas relações de qualida­de com a sociedade. Um rol de temas foram propostos pela pró­pria comunidade, abrangendo a organização e o funcionamento dos Centros. Se no 80. Congres­so foram desenvolvidos aspectos mais conceituais e de fundamen­tação doutrinária, no 9o. Con­gresso da USE, cm forma de mini-curso, a ênfase foi o como fazer nos Centros. Num mundo dinâmico e dentro das situações extremamente heterogêneas em que vivemos, é incabível a pa­dronização ou a mera imitação de planos de trabalho. As dire­trizes básicas, naturalmente, de­vem ser adaptadas a cada reali­dade. Daí a necessidade de se planejar as ações do Centro den­tro de um contexto. levando-se em consideração as demandas loco-regionais, perfil do frequen­tador. recursos humanos e físi­cos, bem como o subsequente acompanhamento ou avaliação dos planos ele trabalho.

ADMINISTRAÇÃO DO CE

(organiza�ão e funcionamento)

Este autêntico mini-curso foi iniciado com exposição feita por Attflio Campanini (presidente ela USE), a respeito de "Adminis­tração de Centro Espírita (Or­ganização e funcionamento)". focalizando os aspectos: consti­tuição de Sociedades , o Centro Espírita e a Lei, órgãos constitu­tivos, registros legais, e organi­zação interna. De início, o expo­sitor se referiu a Kardec: "As pequenas reuniões tem apenas necessidade de um regulamento disciplinar muito simples para a ordem das sessões; as socie­dades regularmente constituídas exigem uma organização mais completa; a melhor serâ aquela cujas engrenagens sejam menos complicadas" (O Livro dos Médiuns, ítem 339). O exposi­tor enfatizou que é imprescindí­vel que o Centro funcione de acordo com a lei e que funcione

administrativamente bem, tendo existência jurídica (estatuto re­gistrado), registros (CGC e, na capital, CCM e CADAM), paga­mento de taxas anuais em dia. Discorreu sobre as funções ade­quadas, da Secretaria e da Tesou­raria. E de opinião que a Tesou­raria e a Secretaria elevam ser exercidas, preferentemente, por pessoas com noções de organi­zação, de arquivo, prática de datilografia ou de computador, etc.

O AUTO­FINANCIAMENTO

DO CENTRO ESPÍRITA

Como qualquer instituição terrena, o Centro Espírita preci­sa de recursos parn se manter materialmente. A preocupação do palestrante Luiz Cláudio da Silva (Santo André) é como hon­rar compromissos como gasto com água, luz, telefone, impos­tos, manutenção predial e mui­tos outros. sem con�lranger, prin­cipalmente, seus recém-chegados frequentadores? A pri­meira preocupação dos dirigen­tes do Centro Espírita deve ser o oferecimento de um bom atendi­mento doutrinário. Quando o fre­quentador se integra nas equipes de trabalhadores da casa, pode se conscientizar da necessidade de recursos para a manutenção da instituição. Espontaneamente. poderá oferecer não só a sua co­laboração em dinheiro e em es­pécie, mas também os seus prés­timos profissionais mantendo cada setor da casa: instalações elétricas, telefônicas, hidráuli­cas, pintura, etc. Por outro lado, apresentou sugestões de campa­nhas como reciclagem de lixo e de papel de computador. Para o expositor, "a Casa Espírita só se torna auto-suficiente quando atende na essência a finalidade do Espiritismo: iluminar almas··.

ESTUDOS SISTEMATIZADOS

1

6 - Dirigente Espí rita - Maio e Junho de /995

Na primeira apresentação sobre o tema, Luiz Alberto Za­nardi (São Paulo) focalizou des­de a Campanha Comece pelo Começo (USE, 1975). que di­vulgou a importância do_ conhe­cimento e estudo das obras bá­sicas da Codificaçfto. Para ofe­recer e recomendar aos Centros Espíritas uma estrutura de ati­vidades, a USE lançou o opús­culo "Atividades Doutrinárias", que inclui sugestão de reuniões onde o estudo sistemático da Doutrina é apresentado como condição mínima para a partici­pação de outras atividades dou­trinárias, principalmente nas reuniões mediúnicas. O exposi­tor considera que "ao repensar o Centro Espírita, em nossosdias, não podemos deixar de pri­orizar o estudo sistematizadoda Doutrina Espírita. Porém,implantá-lo não significa ofere­cer e divulgar um determinadocurso, escolhido entre tantosoferecidos, num determinado dia da semana. Entendemos o estu­do sistematizado como integran­te, entrelaçado e harmônico comas atividades gerais desenvolvi­das no Centro Espírita e, parti­cularmente. na� atividades dou­trinárias". A própria palestrapública poderá ser o caminhonatural para a formação dos gru­pos ou reuniões de estudos sis­tematizados. Depois comentouque "os estudos sistematizadospodem e devem ser oferecidoscom diversas opções. Dependedo objetivo, do público (já foi re­al izacla pesquisa entre os fre­quentadores do Centro Espíritapara se identificar: escolaridade.interesse, conhecimento. tempodisponível?)". Diversos progra­mas estão disponíveis e foramapresentados neste Congresso(os incluídos nas obras de Edi­ções USE: "Atividades Doutri­nárias", "Subídios para Ativi­dades Doutrinárias", "Famfliae Espiritismo", e, o "EstudoSistematizado de Doutrina Es­pírita" elaborado pela FEB, en­tre outros). Todavia, Zanardidestacou que "a implantação doprograma requer a seleção de ex­positores/monitores. identifica­dos c9m as metodologias propos­tas. E necessário treiná-los, re­ciclá-los, indispensável o recur­so didático atualizado e compa­tível com os propósitos do estu-d " o .

ESTUDOS SISTEMATIZADOS

li

Numa segunda apresentação sobre o tema, Júlia Nezu de Oli­veira (São Paulo) citou Kardec a propósito da importância dos cur­sos regulares de Espiritismo (Pro­jeto de 1868, "Obras Póstu­mas"). Em seguida, lembrou que cursos de Espiritismo foram ins­tituídos na Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1950. Em 1985, o programa atual foi im­plantado com base primordial na Codificação Kardequiana, acres­cido de obras complementares espíritas. Após alguns anos de im­plantação desse programa e do aperfeiçoamento deles, os livros­textos correspondentes aos cursos do chamado ciclo básico do co­nhecimento, que são os cursos que enfeixam o estudo de todos os li­vros da Codificação, foram edi­tados didaticamente. A FE­ESP oferece o Curso Básico, fun­damentado cm Kardec: Educação Mediúnica: baseado em Kardec e bibliografia complementar: An­dré Luiz, Emmanuel, Humberto ele Campos, Martins Peralva, Herculano Pires, Edgarcl Armond e outros; Aprendizes do Evan­gelho: oferece visão geral do Ve­lho e do Novo Testamento, traba­lho ele reforma íntima. e visão sobre princípios básicos do Espi­ritismo. Desenvolvimento Práti­co Mediúnico: curso paralelo ao Preparatório e Básico, para alu­nos que têm a mediunidade aflo­rada ou que já trabalhavam em Centros Espíritas ou religiões com práticas mediúnicas; Passes: curso destinado aos alunos dos cursos de educação mediúnica e aprendizes do Evangelho: Está­gios e trabalhos: integração dos alunos nos diferentes trabalhos do Centro Espírita, com estágios em Centros Espíritas. assistência so­cial e assistência espiritual. Ain­da há os Cursos de especializa­ções: Filosofia espírita; expositor lo., 2o. e 3o. anos; preparação de dirigentes e monitores para a prá-

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MÓDULO "O CENTRO ESPÍRITA"

Nos últimos tempos, a USE intensificou ações voltadas ao Centro Espírita, haja vista a implantação da linha editorial das Edições USE e do jornal "Dirigente Espírita" - lo.

veículo voltado ao dirigente e ao colaborador , os Anais do 80. Congresso Estadual sobre o tema "Dimensão Cósmica do Centro Espírita" e este módulo do 9o. Congresso.

tica mediúnica; preparação de di­rigentes para sessões de desob­sessão; aprimoramento em psico­fon ia e psicografia; aprimora­mento em psicopictografia; pre­paração de expositores para o curso de aprendizes do Evange­lho; ciência espírita.

PREPARAÇÃO PARA OS TRABALHOS

MEDIÚNICOS (desenvolvimento­

treinamento)

Três aspectos foram destaca­dos por Abel Glaser (São Pau­lo), com relação à tarefa de pre­paração para os trabalhos medi­únicos: a) O Centro Espírita -que deve ter uma estrutura míni­ma adequada, que faculte a tare­fa da educação e do desenvolvi­mento do candidato ao trabalho mediúnico de maneira organiza­da e metódica, tendo por base preliminar o estudo da obra de Kardec e a assistência espiritu­al. Admite que a educação me­diúnica é fruto do estudo e que o desenvolvimento medianímico faz-se pela intervenção dos Es­píritos, um estudo sistematizado da Doutrina Espírita. Entre os diversos cursos ai icerçados nas obras do Codificador, citou o pro­grama rotativo oferecido pela USE, constante no livro "Ativi­

dades Doutrinárias"; b) O di­rigente dos trabalhos - é preci­so que o dirigente seja portador de conhecimentos doutrinários respeitáveis, tanto para ministrar o lado teórico (estudo do Espiri­tismo) quanto para coordenar otrabalho prático (treinamentomediúnico), a fim de orientarcom propriedade as pessoas quese iniciam na preparação para asatividades mediúnicas; c) O mé­dium cm preparação - a postu­ra ideal desejável do candidato àtarefa mediúnica é que seja es­tudioso, disciplinado e responsá­vel (buscando ser assíduo às reu­niões, cumpridor de horários edeveres) e, desde o início, cons-

ciente da importância de exerci­tar a sua reforma íntima. O con­ferencista enfatizou que "prepa­rando-se na teoria e na prática -no pensamento e na ação - para exercer a sua faculdade mediú­nica mais ustensi va e espontânea, o candidato exime-se, de regra,de fases difíceis e angustiantesque muitas vezes envolvem osmédiuns sem preparo íntimomoral e doutrinário".

O CENTRO ESPÍRITA COMO

MEIO DE EDUCAÇÃO DAS

NOVAS GERAÇÕES (infância e iuventude)

Esmeralda da Luz Matos (São Paulo) se referiu a concei­tos de que instruir implica em formar o espírito de alguém com lições, conhecimento, ensinar, cujo sinônimo é educar. É pela educação, sustentou Kardec, que podemos reformar o homem e o mundo. Citou comentários à questão 685 de "O Livro dos Es­píritos": "Educação é o conjun­to dos hábitos adquiridos, arte

de formar os caracteres" e adu­ziu: "O Espiritismo coloca o ho­mem como um ser integral, cons­tituído de corpo físico, seu ins­trumento de vivência terrena; o perispírito, o corpo espiritual, e o espírito portador de uma baga­gem e que tem a evolução comometa". Referiu-se a postura re­cente, buscando-se "na DoutrinaEspírita a explicação do proces­so reencarnatório e o estudo,principalmente, do perispírito,para ai icerçarmos as bases paraa nova proposta de trabalho paraa evangelização da criança noCentro Espírita, cujo objetivocontinua sendo a formação dehomens de bem, com formaçãoreligiosa, moral e a assimilaçãoda filosofia espírita. Procuramosdeixar de lado o modelo acadê­mico, mas nos baseamos em es-

tudos da área da Educação, e no entendimento do homem como ser integral, capaz de agir, sentir e pensar, potências estas que se destacam em determinadas fases do desenvolvimento do homem. Dessa forma, o Centro Espírita poderá atender a família dando o suporte para a educação dosfilhos, atendendo as crianças se­gundo as suas necessidades e ca­pacidades, abordando temas deformação moral, religiosa e filo­sófica, propondo a relação entreos participantes através de vivên­cias e o desenvolvimento da for­mação de imagens que geramidéias e formam pensamentos,além de utilizar a arte como veí­culo de sensibilização da alma.Segue-se o trabalho com o jovem,preparando-o para enfrentar odia-a-dia, onde o Espiritismo ex­plica as consequências dos nos­sos atos, dando-nos a consciên­cia do nosso livre arbítrio, jovempreparado para a vida".

PREPARAÇÃO DO DIRIGENTE

(estrutura do C.E.; educação e

formação do dirigente;

democracia e participação no

C.E.)

O expositor Ivan René Fran­zolim (São Paulo) partiu do prin­cípio de que trabalhar em equi­pe rende mais em todos os senti­dos e advertiu 'para o cuidado para não enveredar pelo caminho do individualismo: "É preciso saber valorizar as qualidades in­dividuais - suas e dos outros. lembrando porém, que juntas elas adquirem mais força". Si­tuou que a moderna direção va­loriza e incentiva o esforço indi­vidual, desde que esteja integra­do em um esforço de equipe: pre­fere o trabalho cm grupo porque

sabe que a união faz a força; visa orientar, manter o rumo e zelar pelos resultados; não tem medo de adotar soluções simples, nem cultiva o preciosismo de só fazer alguma coisa quando obtiver lo­das as respostas antes. A direção agora é muito menos autoritária que no passado. O dirigente pos­sui a responsabilidade de buscar todos os meios para alcançar o melhor resultado possível, den­tro dos objetivos da instituição. Funções básicas do dirigente: l) divulgar os objetivos; 2) discutir amplamente os assuntos com to­dos os envolvidos; 3) estabelecer prioridades; 4) apreciar e delibe­rar sobre alternativas de solução; 5) planejar as atividades da ins­tituição; 6) identificar oportuni­dade de trabalho e de trabalha­dores; 7) zelar pela qualidadegeral das atividades.

Vi vemos e trabalhamos em sistemas interativos, interdepen­dentes, em constante processo de mudança. Todos querem e gos­tam de participar das decisões que os envolvam, devem seres­timulados a contribuírem com seu trabalho mental. O Centro Espírita não foge à tendência mundial. A racionalização das atividades administrativas deve estar sempre na pauta dos diri­gentes. Estes devem atuar como verdadeiros agentes de mudan­ça que são. não só da educação espiritual dos frequentadores e assistidos, como também das ta­refas e serviços imprescindíveis à manutenção do Centro. Fran­zolim alertou que "o Centro Es­pírita. enquanto instinüção inse­rida na sociedade, tem compro­missos e deveres, não apenas le­gais, mas sobretudo éticos que não pode negligenciar. Ao desen­volver suas atividades, en vol ven­do pessoas, organizações públi­cas e privadas, é necessário e imprescindível, prestar contas de suas atividades, de suas despe­sas e informar periodicamente seus planos. Mais que outras or­ganizações, a instituição espíri­ta tem o dever de esclarecer ao público a origem e o destino dos seus recursos financeiros'·.

Dirige111e Espírila -Maio e Junho de 1995 - 7

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NOTAS E FATOS

DNALDO ABRE O CONGRESSO Divaldo Pereira Fran­

co proferiu substancio­sa palestra sobre a evo-1 ução do pensamento, perante numeroso públi­co que superlotou o au­ditório, o mezanino e uma outra sala da FE­ESP, todas dotadas de telão. Sua conferência foi franqueada ao públi­co. O orador atendeu a uma longa fila de inte­ressados em autógrafos nos seus livros psicográ­ficos.

Antecedendo a con­ferência, a orquestra e o coral da FEESP, regidos pelo maestro Tancredi fizeram excelente apre-. sentação. Na solenidade de abertura fizeram uso da palavra Juvanir Bor­ges de Souza, presiden­te da FEB, Attílio Cam­panini, presidente da USE e Antonio Cesar Perri de Carvalho, coor­denador da Comissão Organizadora. Attílio destacou a evolução par­ticipativa nos preparati­vos do 9o. Congresso e Perri lembrou que a USE foi fundada no lo. Congresso Estadual, por iniciativa da FEESP, e destacou a retomada das reflexões sobre questões sociais. Murillo Rodri­gues Alves, foi o mestre de cerimônias. A mesa foi integrada também pelos vice-presidentes da FEB Nestor J.Masotti e Altivo Ferreira; pelos presidente e vice-presi­dente da entidade anfi­triã - FEESP, Moacir Petrone e Teodoro Lau­si S acco; M arlene R.S.Nobre, presidente da AMESP; Eder Fáva­ro, presidente da Asso­ciação de Divulgadores do Espiritismo; Jonas da Costa Barbosa, presi­dente da União Espírita Paraense. Foram lidas

correspondências do Governador do Estado, do presidente da Assem­bléia Legislativa , do vice-prefeito no exercí­cio da Prefeitura de São Paulo e do presidente do Tribunal de Justiça.

CONSELHO DA USE DEFINE

CINQUENTENÁRIO E O

10° CONGRESSO

Com boa participa­ção ocorreu uma reu­nião extraordinária do Conselho Deliberativo Estadual da USE, sendo aprovada a realização de encontros regionais a partir do 2o. semestre para divulgação dos te­mas e avaliações do 9o. Congresso. Um progra­ma de ação muito im­portante foi aprovado com base em proposta do Assessor de Comuni­cação Perri, com emen­da de Wilson Garcia e sugestões de Paulo Ro­berto Pereira da Costa e Cyro Fumagalli, ou seja, a realização de ativida­des regionais de come­moração do cinquente­nário da USE, culminan­do com o 10º Congres­so, na cidade de São Paulo antecipado para junho de 1997 e a publi­cação de livro sobre os 50 anos da USE, lança­do com carimbo come­morativo dos Correios.

CONCURSO PARA LIVRO

DA USE

A proposta aprovada pelo CDE para o cin­quentenário da USE pre­vê a publicação de um livro sobre seus 50 anos

8 · Dirigente Espírila - Maio e Junho de 1995

de existência. A primei­ra etapa para a elabora­ção do livro é aberta à participação. Está aber­to, desde agora, e até de­zembro de 1995, o se­guinte concurso; todos os que remeterem à USE fotos, fatos e dados his­tóricos sobre a USE re­ceberão o livro de lem­brança e terão seus no­mes citados entre os co­laboradores do livro. Os três que enviarem cola­borações mais significa­tivas, receberão uma co­leção de livros espíritas. As contribuições deve­rão ser remetidas até de­zembro/95, para o ende­rêço da USE, aos cuida­dos da Comissão de Pu­blicação do Cinquente­nário.

NÚMEROS DO CONGRESSO

O encerramento do evento aconteceu imedi­atamente após a reunião

~

do CDE da USE e suas decisões já foram infor­madas no encerramento do 9o. Congresso, acres­ci dos dos dados: 765 inscritos, mas com cer­ca de 900 participantes, incluindo equipes de apoio e convidados; 94 cidades provenientes de todas as regiões de São Paulo; 5 Estados e um país (Suécia). Cidades do interior com maior contingente de partici­pantes: Santos, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Santo André, Guarulhos, Franca, O refeitório da FEESP ser­viu mais de 1800 refei­ções e uma incontável quantidade de lanches. No encerramento, o co­ordenador da Comissão declarou que "os Con­gressos Estaduais da USE têm que ser vistos como processo e não como eventos estan­ques, pois, se iniciam

RAZAO DO TEMA "O ESPIRITISMO NO

~

PENSAMENTO ENAAÇAO" Essas reflexões foram os objetivos do tema central

do 9o. Congresso Estadual de Espiritismo: reafirmar a base do pensamento espírita nas Sociedades Espíritas e repensar a sua ação perante os novos tempos. A base do pensamento espírita se encontra na Codificação Kardequiana. Como a Doutrina Espírita não se esgota, mas tem sua base operacional no Centro, na sequência, naturalmente afloram as diversas interações com a so­ciedade. Daí a relevância do tema central do 9o. Con­gresso - "O Espiritismo no Pensamento e na Ação". Além desse aspecto, face as mudanças da sociedade moderna, nada mais oportuno do que se discutir as re­lações entre o pensamento/propostas da Doutrina Es­pírita e a ação/atitudes individuais e coletivas.

Para a interpretação do pensamento, cotejando-o com a ação, nada mais indicado que o trabalho coleti­vo, aliando-se conhecimento e experiência. O intercâm­bio é uma das características da unificação. Sem dúvi­da, um Congresso Estadual é um foro adequado para tal.

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NOTAS E FATOS

A nova sede da FEESP, onde aconteceu o congresso

com reuniões prévias regionais e depois pros­seguem com encontros regionais, reunindo regi­onalmente também nú­meros significativos de participantes".

IMPRENSA NO

CONGRESSO

A USE montou uma

Assessoria de Imprensa, integrada por Murillo Rodrigues Alves, Patrí­cia dos Santos e José da Conceição Abreu que forneceu dados, releases e falas do Congresso a cerca de 15 jornais e re­vistas espíritas credenci­ados e ainda muitos re­presentantes de boletins e programas radiofôni-

UM POUCO DE HISTÓRIA D09ºCONGRESSO

A Comissão Central Organizadora do 9o Congres­so Estadual de Espiritismo foi integrada por: Coorde­nador - Antonio Cesar Perri de Carvalho; Membros -Carlos Teixeira Ramos, José da Conceição de Abreu, José Simões dos Santos Júnior, Júlia Nezu de Oliveira, Marília de Castro, Merhy Seba, Murillo Rodrigues Al­ves, Waldemar Fabris. E ainda por sub-comissões es­pecíficas. Esta Comissão Central e o tema central "O ESPIRITISMO NO PENSAMENTO E NA AÇAO" foram definidos em reunião do Conselho Deliberativo Estadual da USE, em dezembro de 1993. O Conselho aprovou o tema a partir de sugestões coletadas em 8 Encontros Regionais , efetivados entre setembro e ou­tubro de 1993. Em meados de 1994, a Comissão esco­lheu como sede do evento as novas dependências da FEESP, sita à Rua Maria Paula, 140 - São Paulo. Como preparativos para o Congresso, ocorreram encontros regionais, em outubro/94 e fevereiro/95, respectivamen­te, 8 e 15 Reuniões Prévias.

cos. A Rádio Boa Nova de

Guarulhos montou equi­pamentos no local e des­tacou uma equipe de 11 entrevistadores, repórte­res e técnicos. Realizou transmissão ao vivo du­rante 9h30 horas e entre­vistou 17 congressistas, organizadores do Con­gresso e dirigentes da USE, FEESP e FEB.

O vídeo jornal "Tele­Visão Espírita" foi cre­denciado pela Comissão do Congresso para as gravações em vídeo. Com uma equipe de 5 pessoas, filmaram as palestras e 15 entrevis­tas. Editarão em vídeo a palestra de Divaldo e, em sistema de reporta­gem, todos os módulos e temas livres. A equipe dirigida pelo jornalista Sirlei Nogueira (de Ara­çatuba) já recebeu inú­meras encomendas no próprio evento.

A ARTE NO

EVENTO

Uma mostra de arte pararrealista, da artista plástica Alzira Martins Appollo, foi exposta du­rante todo o evento. O cantor e compositor Mo­acyr Camargo alegrou o ambiente com várias apresentações.

CONGRESSISTAS

OPINAM

A Comissão provi­denciou um 'questioná­rio com 9 ítens, preen­chido pelos congressis­tas, para avaliação do Congresso. Porém, a re­portagem de "Dirigente" adiantou algumas entre­vistas:

Alkíndar de Oliveira (de Auriflama, SP): "As qualidades de vários ex-

positores impressiona­ram-me. Com certeza to­dos nós saímos deste 9o. Congresso mais esclare­cidos, cientes e conscien­te da grande responsabi­lidade de nós, espíritas, no processo de transfor­mação da humanidade. Em linhas gerais, os or­ganizadores merecem parabéns pelo evento e espero que, no próximo Congresso, prevaleça o espírito democrático e participativo que os atu­ais organizadores impri­miram neste. Parabéns!".

Jonas da Costa Barbo­sa (presidente da União Espírita Paraense): "A leitura dos Anais do 80. Congresso me motiva­ram a vir ao 9o. Valeu a pena. Gostamos muito da organização dos temas e suas distribuição. Em al­guns casos, achamos o tempo insuficiente para a abordagem dos temas, dada sua inegável impor­tância e interesse.

Vimos no 9o. Con­gresso uma valiosa con­tribuição para o alarga­mento de nossos hori­zontes e até abertura de novos. Os nossos para­béns!".

Aylton Paiva (de Lins, SP): "O Congresso teve o poder de viabilizar oencontro das lideranças edirigentes espíritas quepuderam trocar enrique­cedoras experiências,quanto à interferência doEspiritismo no indivíduoe na sociedade através dopensamento esclarecidoem tomo de Allan Kar­dec e preparando suaação na sociedade, fun­damentada em "O Livrodos Espíritos", 3a. parte- Das Leis Morais. Foirelevante o entendimen­to da compreensão am­pla do espírita na reno­vação da sociedade".

Dirigenre Espírita -Maio e Junho de 1995 • 9

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MÓDULO "O LAR ESPÍRITA"

,.,

E NECESSÁRIO REPENSAR A FAMÍLIA Esse módulo mereceu seminários e publicações de livros, dentro da programação da Comissão Estadual da Campanha "Viver em Família" da USE, ao longo do "Ano Internacional da Família". A abordagem espírita relacionada a variados enfoques culturais enriquece o entendimento sobre família moderna e

encaminha para a visão sistêmica sobre a família.

Na palestra inicial, Anto nio Cesar Perri de Car­valho (São Paulo) focali­

zou "A família em um mundo em transformação (históricas e sócio-culturais)", relembrando as antigas influências da coloni­zação portuguesa, sob influência jesuítica, da miscigenação com índios e negros e, no caso pau­lista, a partir do final do século passado somaram-se a dos imi­grantes europeus e dos asiáticos, princi pai e respectivamente, ita­lianos e japoneses. Mais re­centemente, a mulher participa do mercado de trabalho. Houve popularização de recursos anli­concepcionais. A rotina do lar tradicional e da chamada famí­lia nuclear está alterada e, sem dúvida, impõem a adequação das Sociedades e do movimento es­pírita às situações da vida mo­derna, inclusive das disponibili­dades dos colaboradores e diri­gentes. Destacou que "o famili­ar é nosso próximo mais próxi­mo e a vida religiosa está inti­mamente ligada à família e não apenas ao Centro ou às ativida­des assistenciais". Observou que numa sociedade que passa por profundas e rápidas transforma­ções - há progressos significati­vos, "pode-se dizer que a famí­lia autoritária transforma-se em mais compreensiva. O Espiritis­mo. como religião humanista. pode colaborar para a formação da família em clima democráti­co e participativo. Kardec desta­ca a importância dos laços de família para o fortalecimento dos laços sociais, caminho natural para se corrigir os ímpetos do in­dividualismo. A colaboração para a melhoria da sociedade se faz com interação. A família par­ticipa de um sistema, num contí­nuo processo de interação e de intercâmbio com o meio. Como a sociedade se assenta em rela­ções inter-pessoais, as relações de "co-operação" e de reciproci­dade, são estímulos à consolida­ção do mundo democrático. O co­nhecimento da Doutrina Espíri­ta, notadamente da reencarnação, robustece o entendimento da vi­são sistêmica da família".

Elainc Curti Ramazzini (São Paulo) fez a abordagem sobre "Aspectos psicológicos do lar". Para a expositora, "O lar, perso­nificado na família, é o laborató­rio em que os ingredientes do sentido de pertencimento e de ser esperado são misturados e admi­nistrados e onde ocorre a matriz da identidade". Comentou sobre os contributos da emoção e do sentimento para permear todo o campo das relações pessoais ge­rando uma sensação agradável ou desagradável no contexto fami­liar: "A vida no lar não diz res­peito somente a um conjunto de papéis socialmente definidos". Elaine enfatizou que as funções de fanúlia atendem a dois dife­rentes objetivos: interno - a pro­teção psicossocial de seus mem­bros e externo - a acomodação e a transmissão de uma cultura: "A experiência do homem é deter­minada pela interação que ocor­re entre ele e o seu ambiente, in­fluenciando-o e sendo por ele in­íluenciado. O lar é, pois, o lugar adequado para o desenvolvimen­to integral do ser. Numa existên­cia comum o indivíduo poderá beneficiar-se ou não da atmosfe­ra psíquica e espiritual reinante no ambiente doméstico".

"A família - visão sistêmi­ca" foi o tema desenvolvido por Adalgiza Campos Balíeiro (Ri­beirão Preto), baseando-se na "Teoria Geral dos Sistemas". Propõe, não apenas uma visão integrativa para explicar a sobre­vivência e desenvolvimento dos organismos vivos, como também a hierarquia de sistemas em re­lação a ecossistemas e destes ao metassistema, o que nos permite uma visão de longo alcance na compreensão de nossa realidade existencial. Deixou claro que o pensamento sistêmico é pensa­mento de processo. Assim, a par­tir desta Teoria afirma que é pos­sível: "perceber a família como um organismo vivo, e como par­ticipante de um sistema, o que significa percebê-la num contí­nuo processo de interação e i n­terdependência com o seu meio, ou seja, numa permanente tran­sação. A partir dessa ótica, qual-

10 - Dirigente Espírita - Maio e Junho de 1995

quer fato que ocorra no organis­mo familiar, quando analisado, estudado e compreendido isola­damente, já perdeu suas qualida­des contextuais, resultando daí que qualquer intervenção para corrigí-lo, torna-se inoperante, infrutífera". A palestrante admi­te que a visão sistêmica propõe integrar os vá,ios aspectos do co­nhecimento humano, superando as barreiras do individualismo, da fragmentação e do isolacionis­mo, em busca da compreensão da realidade no sentido de apreen­dê-la em sua totalidade: "A reor­ganização de nossas estruturas de pensamento, para compreensão da complexidade da estrutura social através de suas inúmeras instituições, entre elas a família, é uma exigência indiscutível. A Teoria Geral dos Sistemas nos faculta esta compreensão dilata­da da realidade, permitindo pro­mover mudanças significativas em nosso comportamento, o que aliás, já se espera dos espíritas".

Na última palestra do módu­)o, Carlos Eduardo da Silva (São Paulo) discorreu sobre "O Cen­tro Espírita, o dirigente, o tra­balhador e sua família". Depois de discorrer sobre a importância e os papéis dos dirigentes e dos colaboradores, o conferencista passou a relacionar as ações nas atividades doutrinárias e assis­tenciais do grupo que se se sa­crifica pelo bem comum, que pro­cura fazer do amor ao próximo sua bandeira de vida, com o ou­tro grupo - que têm atrás de si -, de dimensões talvez menores, mas de necessidades talvez mai­ores, que é o grupo consanguí­neo, a sua família material: " É nesse cadinho pucificador, que terá o dirigente e os tarefeiros em geral, de aplicar o amor e a cari­dade aos que, muitas vezes, chei­os de problemas, por ali passam". Realçou que "em seu grupo fa­miliar é forçado ao exercício da assistência constante". No f'inal, citou Emmanuel: "Ainda mesmo ao preço de todos os valores da existência física, refaze milhares de vezes, as tuas demonslrações de humildade e serviço, perante as criaturas que te cercam, os-

tentando os títulos de pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou ir­mãos porque é de tua vitória mora/junto deles que depende a tua omissão definitiva. entre os amados que tem esperam, nas vanguardas de luz em perpetui­dade de regozijo na Família Maior".

Ao encerrar o módulo, após as perguntas e respostas entre os expositores e o plenário, o coor­denador do painel José Antônio Luiz Balieiro (Ribeirão Preto), fez a síntese sobre o terna "Fa­mília - processo de reeduca­ção". Ponderou que atualmente a qualidade de vida ocupa agen­das de organismos internacio­nais: "Ao lado dos estudos que visam a satisfação dos ítens ma­teriais, é privilegiado o bem es­tar social, são consideradas as emoções e o sentimento huma­no. O homem volta a ocupar o centro das atenções. O momento de nossa história dedicado à fa­mília, foi um dos pontos desta ação. A inovação do "Ano" de­dicado à família para o estudo de seus problemas, foi a proposta de se rever a célula básica da socie­dade, na sua trajetória pela his­tória, como agente vivo do pro­gresso e evolução de nossa Hu­manidade". Em seguida historiou o labor intenso sobre família,ocorrido em terras paulistas. En­cerrou com os comentários:"Muito se fala de família, difícilapresentar coisas novas. Neces­sário é repensá-la. O "re", mo­dismo para muitas situações,aqui é necessidade premente,dado o enfoque humanista e evo­lucionista da Doutrina Espírita.A palavra "processo" é rica noseu significado. É a maneira pelaqual se realiza uma operação,seguindo determinadas normas,método e explicita evolução. As­sim, o processo de reeducaçãoprevê uma ação ordenada, se­guente, intencionalmente dirigi­da, com o objetivo específico dereciclar seus elementos constitu­intes. A consciência deste fato,amplia o significado da fanu1ia,dando a ela o papel de mediado­ra entre o desenvolvimento indi­vidual e as mudanças sociais".

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GRUPO DE TEMAS AFINS

EDUCAÇÃO: PENSE. FAÇA ALGUMA COISA

Temas sobre educaçãobalisaram este grupo,como: a educação de

ontem para o hoje, visão sis­témica: uma forma de ver o mundo; aplicando a teoria, visão sistemica da família e da escola; é sistémica a Filo­sofia Espírila ?; propondo uma metodologia; contribuição da Teoria Sistêmica na constru­ção de uma proposta pedagó­gica transformadora. A coor­denação foi realizada por Adalgiza Campos Balieiro (Ribeirão Preto), contando com a colaboração de Kátia Regina Pires Calciolari (Ara­çatuba), Márcia Justino Ros­sini Mutton (Jaboticabal) e Nilza Teresa Rotter Pelá (Ri­beirão Preto). No grupo, ficou claro que o conceito de edu­cação que tem norteado a prá­tica pedagógica, denota uma visão fra_gmentada do proces­so atraves do qual esta práti­ca se desenvolve, concebido apenas em suas manifestações intelectuais e se insere num contexto mais amplo de per­cepção do mundo, a partir de uma postura científica tam­bém dissociativa, isolacionis­ta e fragmentária, baseada na ordem lógica do raciocínio analítico. Outro aspecto é a supervalorização da formaçã _o acadêmica, decorrente da vi­são dissociativa, em detri­mento da observância dos processos vitais de uma vid_a saudável, asfixiam a rnst1tm­ção escola, tanto quanto as outras das quais ela depende no seu processo de realimen­tação.

Somente uma visão inte­grati va, proposta por uma nova forma de ver e conceber o mundo, poderá subsidiar asmudanças que restituirão à vida este organismo que mor­re a cada dia. A ciência queaponta novos rumos na inter­pretação dos eventos que ocorrem no Universo, e a Fi­losofia que conduz o pensa­mento, através do processo de generalização do conheci­mento, conciliando a realida­de última do ser, enquanto ser transcendental, às exi�ências de uma nova ordem cosm1ca. Concluiu-se que "essa nova ordem de ver e conceber o mundo, oferecida pela TeOJia Geral dos Sistemas deverá, porquanto utilizada pela ciên-

eia como instrumento de or- que marcarão cst� fi_nal de ganização do conhecimento, século. A conv1venc1a com estar atrelada a uma Filosofia essas mudanças forçará, de progressista e renovadora, forma ordenada, essas ques-como a Filosofia Espírita, tões, oferecendo subsídios te-

práti�a pedagógica que não_sc restnnge apenas ao orgams­mo escolar, mas que, sem dú­vida, faz dele seu elemento mediador entre o EU e o NÓS". para subsidiar as mudanças Ólicos para o repensar de uma

COMUNICAÇÃO, ESPIRITISMO E SOCIEDADE Este grneo, sob a coorde­

nação de W!lson Garcia (São Paulo), focalizou três aspec­tos, através de Ivan René Franzolim que abordou "co­municação e o Espiritismo", Jorge Rizzini apresentando sua experiência na produção, comercialização e apresenta­ção do primeiro programa es­pírita na TV brasileira e o pró­prio Wilson, falando sobre Es­piritismo e sociedade. Sob o enfoque espírita foram discu­tidos: mídia, jornalismo im­presso, rádio jornalismo espí­rita, TV, informática, o livro na divulgação, debates doutri­nários, grande imprensa, etc. Traçou-se um paralelo em tor­no de duas nuances do termo comunicação - a prática me­di única e a divulgação da Doutrina, lembrando que a prática mediúnica, tecnica­mente falando, segue os mes­mos processos da comunica­ção social, onde Emissor, Ca­nal, Mensagem e Receptor são figuras fundamentais e onde ocorrem situações típicas. Po­rém, a comunicação social espírita envolve não apenas aquilo que os Espíritos dita­ram, mas, também, todo o co­nhecimento agregado, inter­pretativo, especulativo ou comprobatório da informação codificada. Os meios de gue a comunicação social espínta se utiliza são os mesmos da so­ciedade em geral, pois o seu destino é exatamente a própna sociedade. A mídia espírita, porém, está ainda tateando, principalmente quando se fala dos meios de comunicação de massa, especialmente grande imprensa e TV. Junte-se aí a novidade da Informática, cujo desenvolvimento já permite contatos imediatos com o mundo todo, via redes como a Internet, que está se insta­lando no Brasil.

Aborda�em muito, i�teres­sante sur�IU a propos1to da questão oa candade. Con­quanto possa parecer alheia ao termo comumcação, está para o assunto como o desafio de

tornar o espírita cuÚuralmen­te preparado para compreen­der que o termo não se aplica apenas às obras assistenciais. Ele tem o mesmo peso quan­do se c1�tendc q_ue � prátic� �a Comunicação Soctal Espmta é o modo pelo qual a Doutn­na faz os homens alargarem seus conhecimentos da vida e do Universo, possibilitando­lhes a prática da caridade em amplitude. A ca­ridade, enquanto obra social, res­tringe-se a práti­cas gue o homem reahza há sécu­los; mas, en­quanto comuni­cação, real iza aquilo que . só umas poucas ms­ti tui ções, de pou­co mais de um século para cá, praticam. Estas,

porém, representam um dos meios mais poderosos de ins­talação da revolução espírita, que principia na informação e se fundamenta no patrimô­nio cultural dos indivíduos, quando então deixam de ser passivos para se tornarem agentes do progresso. Wilson Garcia, coordenador, e Ivan Franzolin, no painel da Comunicação

"

MOCIDADE ESPIRITA, UM

ESPAÇO NA DOUTRINA O Departamento de Moci­

dades da USE preparou a dis­cussão de um grupo de temas, sob a coordenação de Ana Cecília Del Moro (de Ribei­rão Preto) e contando com a participação de Ana Paula dqs Santos Barbosa, Ana Pnsc1-lla dos Santos Barbosa, Elí­dia Jesus Rodri 0ucs, João Paulo Fontes do Patrocínio e Nara Rebouças.

O tema título teve por objetivo debater este espaço jovem, dentro do Centro, como forma de pesquisa da Doutrina Espírita, fivre do espírito-de-sistema, debaten­do-a e questionando-a, sem­pre com maior profundidade e de forma séria. Criar no jo­vem uma "paixão" pela Ver­dade tornando-o um "livre­pens�dor". Com. o pr9pósito de exanunar as s1tuaçoes que impedem a "tomada de pos-

se" do Espiritismo e de repen­sar sobre as formas de comu­nicação entre a Doutrina ?s­pírita e seus receptores (fre­quentadore� do Centro), por meio do emissor (fac11Itador), discutiu-se o "mexa-se - você pode mudar o mundo". Ou­tro ítem de debate foi a per­cepção do "eu" na part1c1pa­ção, com o_propósito de se to­mar consc1encia no processo de participação, quando so­mos chamados ao trabalho, e que se tomam o mecanismo de integração da Doutrina Espírita nas várias comunida­des da sociedade. No final, o assunto girou em torno da "conscientização - a união que falta", debatendo-se esta peça chave, que une a dialetica ação-reflexão, e que constitui o modo de ser e transformaro mundo que caracteriza ohomens: a conscientização.

Dirige111e Espírita -Maio e Junho de 1995 - l l

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TEMAS LIVRES

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DA ARTE AO METODO DE ESTUDO Simultaneamente, foram apresentados I 5 temas-livres:

ARTE PARARREA­LISTA - Alzira Mar­tins Appollo e Elfay

Luiz Appollo (Guarujá). Fo­calizou-se as artes (plásticas) na Codificação Kardequiana e as relações com o Pararrea­lismo. Neste ano, completa-se 15 anos de exposições. O lo. Salão foi realizado em julho de 1980, em homenagem à Assembléia da USE.

PROPOSTAS PARA MOTIVAÇÃO DE PALES­TRAS - Américo Luís Suce­na de Almeida (São Paulo). Houve apresentação de suges­tões para dinamizar a reunião pública, métodos para a evan­gelização infantil, recursos áudio-visuais.

VÍDEO _ JORijAL "TELE-VISAO ESPIRI­TA": PROJETO DEIXA DE SER PROJETO

Sirlei Nogueira (Araçatu­ba). Um projeto inédito no movimento espírita brasileiro: o primeiro vídeojornal espíri­ta do Brasil - "Tele-Visão Es­pírita" nasceu, em 1994, como objetivo de ser um novo ca­nal de comunicação e unifi­cação do movimento.

TÉCNICAS PARA ME­LHOR RE½ACIONAR-SE COM O PROXIMO -Alkfn­dar de Oliveira (Jales). O tema abrangeu três técnicas que objetivam a eficiente comuni­cação interpessoal: todo mundo tem razão, lei do re­forço positivo e lei de não re­sistência.

A I�PORTÂNCI,4. ES­TRATEGICA DA RADIO BOA NOVA PARA O ESPI­RITISMO - Osmar Marsili (Guarulhos). A Rádio Boa Nova de Guarulhos, das Ca­sas André Luiz, mantém vá­rios programas espíritas, on­das médias em 1 .450 kHz -zyk 591. Apresentou a expe­riência e o potencial desta Rádio para a difusão do Espi­ritismo.

O PROGRESSO À LUZ DO ESPIRITISMO - Wladi­mir Lisso (São Paulo). Fez-se

breve apresentação sobre a evolução através dos reinos da Natureza, até chegar à transi­ção planetária para o terceiro milênio, o período de transi­ção (atual), o mundo de rege­neração (a seleção natural de­terminada pelo padrão vibra­tório).

O ESQUECIMENTO DO PASSADO E A VIDA EM SOCIEDADE - Manuel de Oliveira Portasio Filho (São Paulo). Discutiu-se por quê o homem nem pode nem deve saber tudo? Que fatores influem no esquecimento do passado? A Providência Divi­na, assim, através de leis sá­bias e poderosas, supre o nos­so esquecimento, ativando a voz da consciência e permi­tindo que tenhamos a intui­ção dos nossos erros passados para corrigirmos o nosso rumo e reenceta1mos a mar­cha no caminho do bem.

A OBSESSÃO E A DE­SOBSESSÃO - Waldemar Fabris (São Paulo). Comen­tou-se os tipos e causas de ob­sessão, até chegar no trata­mento, com passes, evangeli­zação/estudos, esclarecimen­tos encarnado/desencarnado, muito amor - caridade com Jesus.

O ESPIRITISMO - SIN­TES� DA TRADIÇÃO FI­LOSOFICA - Astrid Sayegh (São Paulo). A tradição filo­sófica constitui o vasto terre­no em que podemos descobrir as raízes da Filosofia Espírita em sua ampla e dinâmica con­ceituação. Na análise em bus­ca das bases da Filosofia Es­pírita, demonstrou suas múl­tiplas relações com o pensa­mento dos mais significativos filósofos do passado. Chegou até o Existencialismo, consi­derando que o paralelismo com o Espiritismo vai somen­te até o limite da conceitua­ção da "existência". Depois desse limite o Espiritismo prossegue com a comprovação das existências múltiplas do ser e a vida após morte. A Filosofia Espírita represen­ta um momento de confluên­cia das conquistas culturais do homem, ao mesmo tempo que inicia o novo ciclo dialético da

12 - Dirigente Espírita - Maio e Junho de 1995

civilização em perspectiva. METODOLOGIA E

Dou1:RINA �SPIRITA: SUBSIDIOS A EDUCA­ÇÃO ESPÍRITA - Dulcí­dio Dibo (São Paulo). Consi­derou o tema como uma ini­ciação ao estudo do Método, em Doutrina Espírita. Expli­cou que a força que mantém o contínuo conhecimento estána Filosofia, em sua reflexãosobre o homem, a vida o Mun­do e, conforme Allan Kardec:"no apelo que dirige à Razão e ao bom senso". Por causa disso, um elemento funda­mental que se firma como Educação Espírita, está fun­damentado na supremacia do Espírito. Prepara indivíduos em condições de dimensiona­rem equilibradamente os va­lores terrenos e os espirituais, demonstrando a precedência dos valores espirituais, do Espírito sobre a Matéria.

VIVER COM AMOR,­MEDIUNIDADE E FAMI­LIA - Erdil Andreata e Nor­ma Andreata (Promissão). Relataram um conto verídico envolvendo perseguição espi­ritual, até os desvendamento de drama familiar, destacan­do que o valor do amor para com o semelhante deve ser o tema mais evidenciado den­tro de um�a temática geral.

VOCE, NA SUA FAMI­LIA - Osvaldo Magro Filho (Araçatuba). Apresentou-se pesquisa realizada entre os participantes da Confraterni­zação de Espíritas da Alta Noroeste, em Penápolis (fev./ 95), pela USE Regional de Araçatuba, para se obter da­dos sobre aspectos inerentes à posição da farru1ia dos espí­ritas com relação a questões como AIDS, aborto, toxico­mania, etc. Verificou-se que a família dos espíritas está vulnerável às dificuldades e propôs o prosseguimento de campanhas que permitam a conscientização dos frequen­tadores e trabalhadores das Sociedades Espíritas a respei­to de temas que atendam as necessidades do momento.

CONHECE SUA FAMI­LIA, A SOCIEDADE ME­NOR - Avildo Fioravante

(São Paulo). Você veio de uma família dominadora ou prote­tora? Qual é o estilo de com­portamento junto à sua famí­lia? Em função destes questi­onamento julgou interessan­te que cada um, em auto-aná­lise, conheça bem sua famí­lia, até mesmo para prever seu comportamento futuro junto à esposa e filhos. Apresentou alguns tipos de famílias: do­minadora; protetora; simbió­tica e caótica. A Doutrina Es­pírita dá ao homem a possi­bilidade de conhecer-se a si próprio, de conhecer sua fa­mília e adaptar-se a ela. Es­tará assim, cumprindo o seu papel como indivíduo e como membro da família.

A ARTE ,NO MOVI­MiNTO ESPIRITA. FU�­ÇAO DO CENTRO ESPI­RITA - Moacyr Camargo (São Paulo) e Marcos Candu­ra (Santos) - O movimento assiste hoje a uma produção de arte nunca antes vista. No teatro, artes plásticas, na mú­sica, tudo concorrendo para os eventos específicos, como o ENTESPE; o FECEF; o FE­MUIN e o ESPIRARTE. Es­tes eventos são realizados pe­los Departamentos de Arte das respectivas USE's. O mo­vimento espírita passa pelo crescimento cultural do Espi­ritismo, e as artes estão che­gando para sua expressão grandiosa de conduzir o Belo, o Bom, condição da Humani­dade, do f!jturo.

ORGAO DE UNIFICA­ÇÃO INTEGRANI)O O �OVIMENTO ESPIRITA A COMUNIDADE - Arnal­do Bueno Espadafora (São Paulo). Apresentou trabalho de interação da USE Distrital Tatuapé com o Conselho Co­munitário, destacando que os órgãos de unificação são os legítimos representantes do movimento espírita junto à sociedade. O dirigente espíri­ta, faz pa1te da comunidade, deve estar afinado com ela e deve estar preparado para ocupar os espaços no âmbito social. Enfatizou que o como­dismo. a omissão e a falta de criatividade devem ser erra­dicados de nosso meio.

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ACONTECE

ARTE PARARREALISTA EM BIBLIOTECA

PÚBLICA

No período de 13 a 27 de maio, a Biblioteca Mu­nicipal Presidente Kennedy (Av.João Dias, 822, bairro Santo Amaro, São Paulo) estará sediando o III Salão Pararrealista de Artes Plás­ticas, promovido pela Soci­edade Pararrealista, home­nageando Sérgio Milliet, um dos fundadores da Bie­nal de Artes de São Paulo.

REUNIÃO DA FEB NO RIO

A cidade do Rio de J a­neiro sedia nos dias 12 a 14 de maio a reunião da Co­missão Regional Sul do Conselho Federativo Naci­onal da FEB. O evento con­tará com representantes das federativas estaduais do Rio Grande do Sul, Santa Ca­tarina, Paraná, Rio de Ja­neiro e a USE, representan­do o movimento espírita paulista. O tema básico é ··centro Espírita - projetoglobal e integral"". contan­do também com reuniõesdas áreas de infância, comu­nicação social, serviço as­sistencial e estudo sistema­tizado.

ENCONTROS SOBRE NOVA

PROPOSTA PARA A INFÂNCIA

O Departamento de In­fância da USE, está promo­vendo vários eventos regio­nais para a colocação de sua nova proposta de trabalho. Eis os próximos encontros: a) 27 e 28 de maio, em Bro­tas (USE's Regionais deBauru e J aú) - Informações:Sérgio A.Trombini Pires,fone/rec. (0146) 22-3396;b) 3 e 4 de junho, em Ma-

rília (USE's Regionais de Adarnantina, Assis, Man1ia e Presidente Prudente) - In­formações: Mara, fone (0144) 33-5614; c) 17 e 18 de junho, em Lorena (USE's Regionais de Ca­choeira Paulista e Taubaté) - Informações: Renata, fone(0125) 52-3285; d) lo. e 2de julho, reunião do grupode estudos do Departamen­to, em Valinhos; e) 15 e 16

de julho, em São José doRio Preto (USE Regional deS.J.Rio Preto) - Informa­ções: Neusa, fone (0172)32-3394; f) 29 e 30 de ju­lho, em São Vicente (USERegional de Santos)- Infor­mações: Lucimar, fone(0132) 67-3353. Esta sériede eventos regionais seráconcluída com o EncontroEstadual que o Departa­mento de Infância da USEpromoverá no mês de se­tembro, em Campinas.

CONGRESSO MÉDICO-ESPÍRITA

A Associação Médico­Espírita de São Paulo po­moverá seu Congresso Na­cional. em São Paulo, de 15 a 17 de junho, no auditório Elis Regina do Centro de Convenções Anhembi. Cer­ca de 30 expositores desen­volverão palestras sobre o tema principal '·Fundamen­tos da Prática Médico-Es­pírita". As inscrições cus­tam: R$ 70,00 em maio (po­dendo ser em duas vezes) ou R$ 80,00 em junho, com desconto de 50% para es­tudantes universitários. In­formações: AMESP -Av.Pedro Severino, 325 CEP 04310-060, São Pau­lo, fone e FAX (011) 276-9055.

DIRIGENTES DE LONDRES SE UNEM

No ano passado "Diri­gente" recebeu a visita de Janet Duncan, do "Allan

Siclair fala sobre Espiritismo em Londres

Kardec Study Group" e en­volvida com edições de obras de Kardecx para o inglês. Agora, recepciona­mos Ana Cristina Sinclair, ultimamente radicada em Londres. Num diálogo agradável, informou que há cerca de três anos fundou o "Spiritism Family Group", onde as reuniões são todas em inglês, embora metade dos frequentadores sejam brasileiros residentes em Londres. Informou da ftm­dação, quase na mesma época, do "Fraternity Spi­ritist Group", na região oes­te de Londres, com frequ­ência predominante de bra­sileiros e, que se encontram em processo de fundação um 4o. grupo espírita em Londres e o primeiro em Edimburgo (Escócia).

Sinclair relatou à edito­ria deste jornal, a recente fundação de um órgão uni­ficacionista, o "British Uni-

on of Spiritist Societies" (37 Store Street, Box 166, Lon­don, WClE 7BS, Inglater­ra)-, com o objetivo de dis­seminar a Doutrina Espíri­ta na Grã Bretanha. A União já está editando um boletim, desde outubro de 1994, o "B.U.S.S. News", de circulação trimestral. Na edição de jan./95 este bole­tim noticia o início de evan­gelização para a infância e a realização bem sucedida de um pic-nic de confrater­nização, organizado pela "BUSS", com representan­tes dos vários grupos, ocor­rida no Regent's Park de Londres. Está anunciada a visita de Divaldo Pereira Franco, para junho. No bate-papo, Ana Sinclair fez referência às diferenças cul­turais entre os brasileiros e ingleses, que influem na vi­são e na reação do inglês

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ACONTECE

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Atendimento médico em Centro de Santana

co� relaç�o ao Espiritismo. Assim, Smclair comentou que "a mentalidade e a cul­tura do inglês criam dificul­dades para a absorção do a_specto relig�oso do Espiri­tismo, considerado mais próximo do catolicismo e da cultura latina" e acha que "All�n Kardec desperta atençao na Inglaterra mais pelo seu aspecto racional". Embora haJa edições de al­gumas obras básicas em in­glês, Si�clair destaca que uma antiga e esgotada edi­ção em in�lês de "O Céu e o Inferno ', é xerocada e muito disseminada, pois as men�agens espirituais ali COT).tld�s cha1_11am atenção do mgles. A visitante notou nestes 1 O anos, um eviden� te crescimento de frequen­tadores nas reuniões e o i ní­ci o de_ uma mudança de mentalidade com relação ao Espiritismo.

BRASÍLIA SEDIARÁ CONGRESSO

MUNDIAL

Promoção do Conselho Espírita Internacional, o lo. Congresso Espírita Mundi­al, acontecerá em Brasília entre lo. e 5 de outubro, sob os auspícios da FEB. O

tema central "O Centro Es­pírita - unidade fundamen­tal do movimento espírita", será subdividido em vários sub-temas, com atividades e _m forma de sessões plená­nas, sessões simultâneas e exposições. A Comissão Organi_z�dora informa que os part1c1pantes deverão ser �es�oas indicadas por Ins­t1tmções Espíritas, não ha­vendo limite para as indica­ções por Instituições. Até dia 30 de junho estão aber­tas as inscrições para temas livres, com no máximo 8 páginas datilografadas. Ins­crições - até 30/6: 90 dóla­res; até 31/8: 100 dólares. Informações: Comissão Organizadora/FEB - Av. L2 Norte - Quadra 603 - cj. F -CEP 70830-030, Brasília -fone (061) 226- 7399 ou FAX (061) 226-2688.

NOVA CRECHE

Dia 13 de abril, as "Ca­sas André Luiz" de Guaru­lhos (SP) inauguraram uma �reche com 532m2 e capa­cidade para 160 crianças, no bairro de Picanço. Do seu programa constam: ber­çário, maternal, jardim e

14 - Dirigente Espírita - Maio e Junho de 1995

pré-escola.

CENTRO HISTÓRICO EM

SANTANA

Dia l o. de abril, o e.E.Maria de Nazareth(Trav.Maria Nazareth, 91-V.Paiva, Santana,S.Paulo)completou 72 anos de fun­dação com variada progra­mação. Neste Centro surgiua pioneira União da Juven­tude Espírita do Distrito deSantana, nos idos de 1932.Além das atividades doutri­nárias, este Centro mantémconsultório médico e farmá­cia para atendimento depessoas carentes .

GINCANA ESPÍRITA EM SÃO PAULO

Organizada pela Moci­dade Espírita Carmem Ci­nira (Av.Henry Janor, 141 -Jaçanã, S.Paulo), acontece­rá a 4a. Gincana Espírita de São Paulo, durante o dia 4 de junho, com tarefas, jo­gos, brincadeiras de inteora-- o

çao e arrecadação de gêne-ros alimentícios. Informa­ções: Marcos, à noite, fone 203-7247.

PRECISA-SE DEVOLUNTÁRIOS

O Centro Espírita Ga­briel Ferreira (R.Kaneda, 4 7 4 - Vila Maria - São Pau­lo, fone 955-0249) necessi­ta de voluntário(a) para ini­ciar aulas de música volta­das a crianças e jovens.

ASSOCIAÇÃO COMPLETA 60

ANOS A Associação de Estu­

dos Espíritas Verdade e Luz, de Atibaia (SP) come­morou seus 60 anos, no dia 16 de abril, incluindo apre­sentação artística de Moa­cyr Camargo. Esta Associa-

ção mantém atividades dou­trinárias para adultos, jo­vens e crianças e um servi­ço assistencial que inclui cursos para gestantes, de artesanato e de costura· atendimento médico; distri� buições de sopa e de cerca de 250 cestas básicas por semana.

ENCONTROS DAS USES DE ILHA SOLTEIRA E DE

MARÍLIA

A USE Rgional de Ilha Solteira programou um En­contro Fraterno sobre Me­diunidade, para o dia 11 de junho, com Suely Caldas Shubert e Divaldo Mattos, no CE Amor e Caridade cidade de Pereira Barreto.'

A USE Regional de Marília está definindo a 1 a. Prévia para iniciar os pre­parativos do 9o. Encontro de Diretores de Centros Es­píritas e Dirigentes de Ses­sões.

PROSSEGUE CAMPANHA DA

FAMÍLIA

A FEESP realizará no d!a 30 de julho um Simpó­sio sobre "A Família Hoje", em sua nova sede, à rua Maria Paula no. 140. Na oportunidade, haverá uma reunião da Comissão Esta­dual da Campanha Viver em Família, da USE, com a equipe da FEESP.

ENCONTRO DE CORAIS

O Coral "Unidos à Doutrina Kardequiana" e o Centro Espírita "Jesus Cha­ma-te" (R. João Teixeira 40 - Mogi Guaçu, SP) se� diarão um Encontro Esta­d�al de Corais Espíritas, no dia 26 de agosto. Informa­ções com Alice, fone (0192) 61-0947.

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LIVROS

EDIÇÕES USE RELANÇA OBRAS SOBRE SERVIÇO ASSISTENCIAL

Durante o 9o. Congresso, foi lançada a 3a. edição do livro "Serviço Assistencial Espírita", de autoria de Ma­ria Apparecida Valente (orga­nizadora), Denise M.Ribe1ro Leite, Elaine Curti Ramazzi­ni, Mário da Costa Barbosa e Odair Cretela de Oliveira.

A nova versão está ·atua­lizada e ampliada, inclusive com temas e legislações re­centes. O Grupo de Idosos ganhou espaço na presente edição, acrescentando-se o ca­pítu lo "Posto de Colocação Doméstica". Há capítulos so­bre o histórico da assistência social, operacionalização do objetivo, grupo de voluntári­os, local e equipamento, ca­racterísticas das famílias ca­renciadas, trabalho promoci­onal, principais setores do Serviço Assistencial, Progra­mas e Atividades comuns a todos os grupos. O material é fruto da experiência de vári­as Instituições, baseando-se em recomendações da FEB e da USE sobre o serviço assis­tencial espírita.

A obra objetiva atender às necessidades das instituições que desejam iniciar ou apri­morar o trabalho nessa área. Dá-se ênfase à promoção da família com carencias sócio­econômicas. Há uma série de anexos com modelos de fi­chas, de organogramas, etc. Anti�a apostila, agora em for­ma ae livro, tamanho 14X21, e com quase 160 _páginas, esta obra traz subsíd10s de extre­ma importância para o movi­mento espírita. Os autores es­tiveram e aliuns prosseguem ligados ao uepartamento de Serviço Assistencial da USE. Na apresentação desta edição, Elaine C.Ramazzini faz refe­rência a Mário da Costa Bar­bosa que, "do outro la.do, por certo, continua desenvolven­do tarefas nessa área de so­corro espiritual, no mundo invisível, ou inspirando tan­tos quantos as desenvolvem no Serviço Assistencial..." Entre maio e julho, Edições USE lançará reedições das demais obras dessa série: "Grupo de Gestantes", "Gru­po de Mães e de Pais", igual­mente revistas, ampliadas e apresentadas na forma de li­vro.

LIVRO ESPÍRITA NASCE DE TESE

ACADÊMICA

Recém-editado pelo C.E.Léon Denis (Rua Abíliodos Santos, 137 - CEP 21331-290, Rio de Janeiro), o livro "Conversa com quem tem de­ver de educar", de autoria de Theresa Leite de Castro, tem por sub-títulos: "Dos espíritos com o espírito, ou sobre a pe­dagogia espírita". Em 87 pá­ginas, tamanho 19cm, a au­tora faz um histórico sobre o pensamento pedagógico bra­sileiro, seguido de análise so­bre o pensamento pedagó�i­co espírita, fundamentanao­se, princi_palmente em Kar­dec, Dems, Vinícius, obras psicográficas de Chico Xavi­er e em Herculano Pires. No final, apresenta um interes­sante quadro-síntese intitula­do "Tendências pedagógicas na prática escolar brasileira" que permite uma comparação com o que ela designa de "pe­dagogia renovadora para um mundo melhor: peaagogia espírita". Entre outras, co­menta a autora que "a influ­ência do meio tem seus deter­minantes, por certo, mas nes­sas influências perpassam a Educação e os graus de evi­dência do estado de espírito. O cerne, é, pois, a Educação dos Espíritos". Fato a ser des­tacado é que este material, originariamente, era uma monografia apresentada para obtenção do título de especi­alista em educação, no Insti­tuto Metodista Bennett, no Rio de Janeiro.

CENTRO ESPÍRITA É TEMA DE 11ANAIS"

DE GOIÁS

Os temas do Congresso Espírita do Estado de Goiás, realizado no período do "car­naval" deste ano, constam dos "Anais" publicados pela Fe­deração Espírita do Estado de Goiás(Alameda Ricardo Para­nhos c/ rua 1133-Setor Maris­ta-CEP 74180-050, Goiânia), divididos em três partes: O Centro Espírita: visões dou­trinária e sistêmica; Dinami­zação das atividades da Casa Espírita; Temas-livres. Os "Anais" estão disponíveis em forma de livro, com 15 8 pá­ginas.

USE EDITORA Além dos obras de Edições USE, dispomos de obras dos vários Editoras, como distribuidores. Consulte-nos sobre prazos e descontos. Condições especiais poro Feiras do Livro. Os valores dentro dos parênteses referem­se a preços em reois:

Livros e opúsculos:

Atividades Doutrinárias - 3a. edição - .................... .. ..... ........ (3, 90) Aulas para o Jardim - ...... ................ ... .... ......... .......... ....... (2,20) Anais do 80. Congresso Estadual de Espiritismo - .................. (11,00) Centros e Dirigentes éspíritas - Autores diversos -...................... (4,50) Centro Espírita (O) - Wilson Garcia - . . ............ ...................... (4,00) Centro Espírita e suas Histórias - Wilson Garcia • ..................... (4,50) Ciência Espírita - J.Herculano Pires - esgotado Como Escrever para a Imprensa Espírita - Ivan René Franzolim - esgotado/em revisão ampliada para reedição

Diálogo com Dirigentes e Trabalhadores Espíritas - Diva/do P.Franco - 3a,. edição -.. . ............. . ............. (3.50) Direção de Orgãos de Unificação - Autores diversos -............... (2,00) Dirigentes de Sessões e Práticos Espíritas - Emílio Manso Vieira - 2a. edição - ........... ........... .................. ......................... (3,00) Espiritismo e os Problemas Humanas (O) - Deolindo Amorim/Hermínio C.Miranda - 2a. edição - ......... . ........... ........ (5,50) Estatuto Social da USE - .................................. ................ ..... . (0,60) Evangelização infantil - esgotado/em revisão e adequação para reedição Família e Espiritismo - Autores diversos - 4a. edição -........... .... (6,00) Família, o Espírito e o Tempo (A) - Autores diversos -la. edição-.................................. .................................... ...... (4,50)

Idoso no Centro Espírita (O) - Maria Apparecida Valente/Elaine Curti Ramazzini - la. edição - ........................ ...... (3,50) Laços de Família - Divaldo P.Franco/Autores diversos -2a. edição ............................. .......................................... ....... (4,50)

Manual do Expositor Espírita - 2a. edição -............................... (2,00) Organização Administrativa é Jurídica -.................... .......... ... (0,60) Serviço Assistencial Espírita -Autores diversos .............................. (5,50) Grupo de Gestantes, Grupo de Mães e de Pais, Grupo Mirim e Grupo de Jovens - Esgotados - Em revisão

Subsídios para Atividades Doutrinárias - 2a. edição - ................ (3,20) Videoteca nas Sociedades Espíritas - Osvaldo Magro Filho ..... (2,00)

Vídeos, fitas, discos e outras produções:

Adesivo - Campanha Viver em Família - .................... ............. (0,60) Camiseta - Componho Viver em Família (adulto e infantil) -mediante encomenda Fitas cassete 11) - Palestra de Divaldo P.Franco - Lançamento Campanha Viver em Família - ........................... ................. ... (8,00) Fitas de vídeo (2) - 80. Congresso Estadual de Espiritismo ............................................ ............. .......... ........ ...... - (22,00 cada) Fitas de vídeo (5) - Simpósio do Lançamento da Campanha Viver em Família -.. . ............................. ........................ .......... [23,00 cada) Fitas de vídeo (3) - Seminário "A família, o espírito e o tempo" ..... ........................... .................................. ................ - (22,00 cada) LP "Nos Jardins da Terra Azul" • Moacyr Camorgo -............... 110,00)

Pedidos para:

USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo Rua Dr. Gabriel Piza, 433 - (perto metrô Santana) -CEP 02036-011 - São Paulo - Fone e Fax: (011) 290-8108

PROMOÇÕES DE EDIÇÕES USE

SERVIÇO ASSISTENCIAL ESPÍRITA - Lançamento

VÍDEOS DO 9° CONGRESSO - Mediante encomenda

Dirigente Espírita -Maio e Junho de 1995 - 15

Page 16: DIRIGENTE ESPI RI'IA Veículo da USE -União das Sociedades ... · ISSN OJQ4-6691 Editor Antonio Cesar Perri Carvalho Secretária Dehna Crotti Redação Carlos Teixeira Ramos Ivan

REPORTAGEM

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ORGAO ATUA COM A COMUNIDADE "Dirigente" conheceu o trabalho de interação com a comunidade realizado pela USE Distrital do

Tatuapé, como integrante do Conselho Comunitário deste bairro da capital paulista.

Relacionado com temas do 9o. Congresso Estadual de Espiritismo, este jornal foca­liza uma ação efetiva de inte­ração com a sociedade. Há quatro anos, a USE Distrital do Tatuapé (São Paulo), vive uma experiência gratificante junto a comunidade do bair­ro. Integra o Conselho Comu­nitário do Tatuapé e vilas ad­jacentes, ao lado de institui­ções, como: OAB, Delegacia de Ensino, Lions, Rotary, Se­cretaria da Cultura, bibliote­ca pública, clube dos lojistas, administração regional, Se­nac, imprensa, Caixa Econô­mica Estadual, Companhia de Engenharia do Trânsito e ou­tros.

O Conselho Comunitário é antigo, está em atividade há 41 anos. Seu presidente, Cle­ber Onias Guimarães histo­riou as múltiplas atividades do Conselho, que mantém reuniões quinzenais. Na pro­gramação para 1995 inclui: levantamento sócio-econômi­co do bairro, campanha pró­teatro do Tatuapé, museu da imagem e do som. O presi­dente do Conselho Comuni­tário externou sua satisfação em ver os espíritas "saírem da toca", ou seJa de suas ativida­des dentro do Centro, para atuarem junto ao bairro. lJu­rante a visita agresentou à re­rortagem de 'Dirigente", a 'Revista IN" e o livro "Tatu­apé. Uma história fascinan­te", resultado do trabalho de pesquisa de jornalista ligado a revista e ao Conselho e ain­da matérias publicadas pelo jornal "O Estado de São Pau­lo" a respeito do bairro e de seu Conselho Comunitário.

O dirigente Espadafora, com o presidente do Conselho Comunitário do Tatuapé

PRESENÇA DE ANÁLIA FRANCO

A revista e o livro citados, trazem informações históricas sobre o Lar Beneficente Aná­lia Franco. A "grande dama da educação brasileira" teve parte de sua vida e obra mui­to relacionada com o desen­volvimento do Tatuapé, em função da aquisição da então Chácara Paraíso. Pedro Abar-

ca, autor do livro, destinou um capítulo a Anália e, entre ou­tras fontes, se baseia e cita o livro sobre Anália de autoria de Eduardo C. Monteiro.

PARTICIPAÇÃO DA USE

A USE Distrital, partici­pa ativamente da vida do bair­ro, de suas _reinvindicações, �e seus movimentos culturais, festividades, campanhas, sempre formando opinião e colocando a visão espírita so­bre os problemas humanos. Além disto, especificamente, promove palestras, feiras do livro espírita e outros eventos, sempre divulgando o Espiri­tismo. Para este ano, os espí­ritas participarão de todas as a9ões do Conselho Comuni­tario, mas destacamos algu­mas atividades próximas, como a campanha do agasa­lho (programada para dia 7 de maio), feira comunitária apre­sentando a história viva do bairro (em setembro) e os fes­tejos do aniversário do bairro ( entre setembro e novembro). Aliás, este jornal já noticiou

16 - Dirigente Espirita - Maio e Junho de 1995

em outros anos palestras es­píritas realizadas dentro de comemorações do bairro, ofi­cializadas pela Administração Regional da Prefeitura de São Paulo. O livro "Tatuapé. Uma história fascinante" traz infor­mações sobre a USE Distrital e relaciona, com endereços, as 13 Sociedades Espíritas que a compõem.

Durante a visita, o diri­gente da USE Distrital Arnal­do Bueno Espadafora fez re­ferências a episódios interes­santes que demonstram a in­teração dos espíritas na vida do bairro. Até em competição entre escolas, uma das tare­fas de grupos de escolares foi levar o representante da USE para explicar suas tarefas. Isto é, ampJiam-se as formas para se disseminar o Espiritismo e de marcar presença com o seu movimento. Espadafora con­siderou que "o Espiritismo deve ser citado não como mais uma religião, mas como dou­trina renovadora, tal como preconizava Kardec" e faz uma recomendação aos ór­gãos _dt:: un_ificação ( distrit_ai�, mumc1pa1s e 111termu111c1-pais): "que se integrem à vida da sua comunidade, não fi-

quem encapsulados, limitados ao movimento espírita, mas levem a mensagem espírita através de uma linguagem moderna, escoimada do pie­guismo, do radicalismo ou qualquer outro "ismo" que venha obstruir o diálogo fra­terno. Nós, espíritas, devemos cultivar o lema "liberdade,igualdade e fraternidade" que, segundo kardec, são três conceitos que resumem todo um programa capaz de pro­mover o progresso social. Dentro desta trilogia é que devemos levar nossa mensa­gem à sociedade".

A presença de represen­tantes do movimento espírita em atuações comunitárias é da máxima importância, in­clusive, com vistas à possibi­lidade oferecida pela legisla­ção, de participação com Con­selhos Municipais nas áreas de educação, saúde, assistên­cia social. Porém, a viabiliza­ção de representas:ão nestes órgãos, alem do vies político, é facilitada em função da competência e visibilidade do trabalho executado em favor da comunidade. Isto é, não pode ficar encerrado intra­muros.