CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

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CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI<;:Ao A INFLUENCIA DA FALA NA ESC RITA Trabalho de conclusao de curso apresentado para obten.;:ao do titulo de licenciada em Letras Portuguf!!s/Espanhol pela Faculdade de Ci~ncias Humanas, Letras e Artes da Universidade Tuiuti do Parana, para a obtenyao do grau de licenciatura em Letras, sob a orientaryao da Prof. Dra. Solange Mendes de Oliveira. CURITIBA 2009

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CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI<;:Ao

A INFLUENCIA DA FALA NA ESC RITA

Trabalho de conclusao de curso apresentadopara obten.;:ao do titulo de licenciada em LetrasPortuguf!!s/Espanhol pela Faculdade deCi~ncias Humanas, Letras e Artes daUniversidade Tuiuti do Parana, para a obtenyaodo grau de licenciatura em Letras, sob aorientaryao da Prof. Dra. Solange Mendes deOliveira.

CURITIBA2009

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RESUMO

o objetivo deste trabalho foi desenvolver uma pesquisa ligada a Inftuemciada falana escrita que enfatiza a produc;aode textos. Expoe a dificuldade encontrada parparte dos alunos no momenta da adequac;aoda modalidade oral as normas dotexto escrito. Partiu-se da conceitua9clO de linguagem, lingua e escrita. Osprocedimentos metodologicos se resumem em leitura de livros e analise de textosproduzidos espontaneamente por alunos de 5' serie do Ensino Fundamental. Asanalises foram feitas individual mente e registrado todos as passive is errasencontrados, para uma sugestao de adequa~ao e melhora nas produ~oes. E, portim, inserem-se as consideracroes obtidas par meio das analises textuais,confirmando, assim, a real influencia da fala na escrita dos alunos, e anecessidade de urna retextualizaC;8o seguida de muita leitura.

Palavras-chave: lingua; Fala; Escrita.

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SUMARIO

1 INTRODUt;:AO ...

2 FUNDAMENTAt;:AO TEORICA ...

2.1 HISTORIA DA ESCRITA. ..

2.2 liNGUA E LlNGUAGEM ..

2.3 RELAC;;OES ENTRE FALA E ESCRITA ....

. 8

. 10

. 11

. 13

. 16

2.4 INFLU~NCIAS E CARACTERISTICAS DA FALA E ESCRITA 20

3 ANALISE DOS TEXTOS ...

4 CONSIDERAt;:OES FINAlS ...

5 BIBLIOGRAFIA ...

. 29

. 58

. 59

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1 INTRODUC;Ao

o presente trabalho tol construido de maneira continua, ao 10ngo do ano

de 2009, entre as meses de fevereiro e Qutubro, com base, em principia, em

leituras dos autores Matencio (1994), Kato (1998), Favero e Silva (2000), e apes

passar por algumas disciplinas no decorrer da graduac;ao, teve-se a ideia de

tentar responder a seguinte problematiz8980:

De que maneira podemos identificar a influencia da tala na produyao

textual de urn grupo de alunos da 5a. serie do ensina fundamental de uma escola

publica, localizada no bairro do Umbara em Curitiba, no Estado do Parana,

utilizando textos espontilneos?

A rela~o entre tala e escrita e clara, pois aD observarmos 0 ata da escrita

normalmente percebemos a marca da oralidade. Marca esta, muito presente no

dia-a-dia do professor. Entao cabe a este adequar uma ill Dutra, mostrando 80

aluno que a utilizayao correta da tala e da escrita depende do momento e do

contexto social.

Para S8 analisarem as alunos falantes da lingua portuguesa, e necessaria

e importante observar e relevar as quest6es socio-economicas e culturais deles,e

perceber que muitas familias nao tiveram a oportunidade de aprimorar sua fala,

bern como terem acesso ao ambiente escolar ao longo dos anos. Sendo assim,

mantiveram sua forma de falar muito particular e lange da norma padrao,

portanto, dai se da a influencia forte da lingua oral sabre a lingua escrita dos

falantes em gera!. E assim nossos alunos refletem esta situayao em seu dia-a-dia

escolar.

Durante a realizac;ao deste trabalho, foi possivel, atraves das

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observa~6es feitas nos textos, analisar e constatar a grande influencia da

oralidade na escrita dos alunos, dependendo muito do meio no qual estao

inseridos.

o trabalho esta assim dividido: no capitulo 1 introduc;ao, no capitulo 2

aborda a hist6ria da oralidade e escrita, as influemcias que a oralidade exerce

sobre a pratica da escrita, as diferen9as fonmais e funcionais entre a modalidade

oral e a modalidade escrita da lingua.

Em seguida, no capitulo 3, apresenta um conjunto de observa90es e

analises dos textes produzidos, espontaneamente, pelos alunos, com base nas

teorias apresentadas na fundamentac;ao teorica, sabre a oralidade e a escrita.

E, par tim, as Considerac;oes Finais, com sugest6es de uma

retextualiza9ao para uma melhor produc;ao textual destes alunos, onde 0

professor sera 0 mediador deste trabalho de reescrita.

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2 FUNDAMENTAl;Ao TEORICA

Neste capitulo, desenvolvemos estudos a respeito da lingua, linguagem,

oralidade e escrita e suas relac;6es. As definic;6es de cada termo sao importantes

na constru9lio desta pesquisa, para que nao se tome urn termo pelo outro de

forma indistinta. Os autores que serviram de base para a construc;ao te6rica

neste ponto da pesquisa loram: Favero (2000), Bechara (1985), Terra (1997),

Matlencio (2000), Koch (1997) e Marcuschi (2005).

Uma visao dicot6mica entre oralidade e escrita permaneceu par muito

tempo no meio linguistico, sendo mudada a partir dos anos 80, quando as

estudiosos come~ram a ve-Ias como praticas sociais diferentes. A este respeito,

Marcuschi (apud Favero, 2000; p. 17) ressalta que:

hoje predomina a posic;aode que se pode conceber oralidade eletramento como atividades interativas e complementares no contextedas praticas sociais e culturais. Uma vez adotada a posiyao de quelidamos com praticas de letramentos e oralidade, sera fundamentalconsiderar que as IInguas se fundam em usos e nao a contrario.

A gramatica tradicional prioriza a aprendizagem da lingua escrita, au seja,

temas que falar como escrevemas, parem a aralidade esta muita lange de se

igualar a escrita.

Segundo Marcuschi, citado por Favero (2000, p. 63), "os gramaticos

imaginam a fala como a lugar do erro, incarrendo no equivoca de confundir a

lingua com a gramatica codificada".

Antes de fazer um para lela entre as semelhanc;;as, influencias e diferenc;;as

da oralidade e a escrita, falaremos urn pouco sabre a hist6ria da escrita.

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2.1 HIST6RIA DA ESCRITA

A fala precedeu a escrita, como ja e sabido, e a homem sentiu com 0

passar dos anos necessidade de se comunicar expressando ideias e opinioes.

Surgiram entao as primeiras formas de comun;catyao grafadas.

Urn estudo das etapas evolutivas da escrita aparece em Kato (2005). que

abarda a inexistemcia da escrita, percursos da escrita, fase semasiografica,

sistema pictogn3fico, recursos de identificayao mnemonica e escrita plena.

Segundo Kato (2005). para que possamos compreender a evoluyao dos

sistemas, e preciso estudar "rebus~,que e a representayao de palavras ou silabas

par pictogramas. utilizando apenas os sons dos nomes dos objetos

representados.

No seculo X a.C.. ocorre a descoberta do alfabeto quando os gregos

passaram da escrita silabica (utilizada pelos fenicios como simples forma de

colocayao de urna vogal ap6s urna consoante) para a escrita alfabetica, firmada

par eles como urna norma.

A rela~ao entre sinais e simbolos e chamada de fase semasiografica, que

foi complementada no sistema pictografico, no qual surge a etapa lexical-silabica,

por volta de 3100 a.C. Anos rnais tarde houve entao a estilizagao das formas para

facilitar 0 tra98do. Surgem os logogramas au ideogramas que possuem uma

representac;ao fonetica. A principia, os ideogramas eram letras em caixa alta. A

letra cursiva aparece um pouco mais tarde e seu sistema deixa de ser uma

imagem e torna-se urn simbolo.

Favero (2000) relata diferentes abordagens sobre a escrita e para isso

discorre a seguinte sintese de autores:

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Sapir: "a escrita e a simbolismo visual da lala".

Bloomfield: "a escrita nao e linguagem, mas uma forma de gravar a

linguagem par marcas visiveis".

Fillmore: "a comunica~o escrita e derivada da forma convencional face a

face".

Mattoso Camara: "a escrita decorre da fala e e secundaria em referencia

a esta".

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2.2 liNGUA E L1NGUAGEM

Segundo Terra (1997), linguagem e todo sistema de sinais convencionais

que permite realizar atos de comunicac;ao. Observa-se a existencia de inumeras

linguagens: a linguagem dos surdos-mudos, a linguagem das bandeiras em

corridas de autom6veis, a linguagem dos sinais de trans ito, a lingua que se tala

etc.

A lingua e um aspecto da linguagem. Trata-se de um sistema de natureza

gramatical, pertencente a urn grupo de individuos, formado par urn conjunto de

sinais (as palavras) e por um conjunto de regras para a combina~ao destes. E,

portanto, uma instituic;ao social de can~ter abstrato, exterior aDs individuos que a

utilizam, que somente se concretiza atrav8S da fala, que e urn ato individual de

vontade e inteligencia.

o carater social da lingua e facilmente percebido quando levamos em

Gonta que ela existe antes mesmo de nos nascermos: cada urn de n6s ja encontra

a lingua formada e em funcionamento, pronta para ser usada.

Tambem nao devemos confundir lingua com escrita, ja que sao dais

sistemas distintos. A escrita representa urn estagio posterior de uma lingua, tanto

que muitas pessoas utilizam a lingua sem saber utilizar a forma escrita. Basta

lembrar dos analfabetos. Ha, ainda, muitas linguas agrafas, isto e, linguas que

nao sao representadas par nenhuma forma de escrita. Existem no mundo todo

aproximadamente tres millinguas, das quais apenas 110 possuem escrita.

Aprendemos primeiro a fazer a usa da fala para posteriormente fazermos

a usa da escrita.

Embora a linguagem falada seja muito mais largamente utilizada que a

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linguagem escrita (13 56 lembrar que a malaria dos atos de comunica~aosao

realizados atraves da fala; as realizados atraves da linguagem escrita sao

infinitamente menores), as palavras vearn, aquilo que esta escrito permanece.

Para Terra (1997), a lingua como objelo social e exterior aos individuos e,

par iSso, naD pode ser recriada au modificada individual mente. Ela 56 existe em

decorrencia de urna especie de contrato coletivo que se estabeleceu entre as

pessoas e ao qual lodos aderiram. A lingua portuguesa pertence a lodos aqueles

que dela se ulilizam, por exemplo.

Quanlo a escola, segundo Bechara (1985), nao se Irala de "ensinar a

lala", mas de moslrar aos alunos a grande variedade de usos da lala, dando-Ihes

a consciencia de que a lingua nao e homogenea, monolitica e trabalhando com

eles as diferentes niveis (do mais coloquial ao mais formal) das duas

modalidades, escrila e lalada, procurando lorna-los poliglolas denlro de sua

propria lingua.

Para Koch (2001), 0 esludo da linguagem oral e uma preocupa~o que se

tornou mais relevante no meio IingOistico desde que as estudiosos da lingua

recuperaram a fala como objeto de analise, ampliando, assim, a visao dos

estruturalistas para quem a lingua era um sistema, e buscavam a que nela era

homogeneo. Ja as gerativistas, estudavam-na em abstrato, fora de qualquer

contexto de uso. Desta forma, os pesquisadores que escolheram a fala como

objelo de esludo come9aram a levar em conla que a lingua e uma alividade, uma

forma de ayao e fatores como quem falou, em que condi<;2Io falou, e para quem

falou, antes ignorados, passaram a ter especial importancia.

A esle respeilo, Koch (2001, p. 412) afirrna:

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e nesse momento que se criam condi<;6es propfcias para a surgimentode uma lingOistica do textoldiscurso, au seja, uma IingOfstica que seocupa das manifestaco€:s lingO[sticas produzidas pelos falantes de umalingua em situarrOes concretas, sob determinadas condicOes deproducao.

Para Favere (2000), partindo-se do pressuposto de que 0 aprendizado

deve ser construido e trabalhado em conjunto, familia e escola, da mesma forma,

acredita-se que a fala e a escrita tambem possam e devam caminhar

paralelamente em busea de urn bern comum.

Na verdade, vem-se criando a consciemcia de que a oralidade tern urn

papel no ensine de lingua 8, nesse sentido, as Parametres Curriculares Nacionais

afirmam que a questao nao e falar certo ou errado e sim saber que forma utilizar,

considerando as caracteristicas do contexte de comunicayao, ou seja, saber

adequar 0 registro as diferentes situac;oes comunicativas.

Os Parametres Curricula res Nacionais (PCNs - 1997) relatam ainda que 0

ensino de LIngua Portuguesa nas escolas tern sido 0 centro de discussoes ace rca

da necessidade de melhorar a qualidade da educayao no pais. No que se refere a

linguagem oral, nao se trata de ensinar a falar a fala "correta", mas, sim, as falas

adequadas ao contexto de uso.

Segundos os peNs, a Jinguagem se realiza nas praticas sociais

existentes nos diferentes grupos de uma sociedade. A linguagem verbal

possibilita ao homem representar a realidade fisica e social, comunicar ideias,

pensamentos e intenc;oes de diversas naturezas, e influencia a outro

estabeJecendo relac;oes. Ainda, pode-se dizer que produzir linguagem e produzir

discurso. E 0 discurso quando produzido manifesta-se linguisticamente por meio

de textos. Assim pode-se dizer que 0 texto e a prod uta da atividade discursiva oral

ou escrita.

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2.3 RELAC;:OES ENTRE FALA E ESCRITA

Marcuschi (2005) relata que a escrita tern plena importancia em nossa

vida cotidiana e social, pois a texto escrito chega a simbolizar educac;ao,

desenvolvimento e poder em uma sociedade na qual a escrita passou a ser uma

manifestava,o fannal. E ainda apresenta elementos proprios, nao presentes na

fala, como: letras de diferentes tamanhos,formatos, cores e elementos pictaricos.

A escrita e a manifestac;ao formal do letramento, que e adquirida em urn contexte

social, ou seja, na escola, que tern carater prestigioso Gulturalmente, enquanto a

tala, para Marcuschi, e uma manifesta~o da pratica oral que, cotidianamente e

adquirida inserindo 0 individuo na sociedade.

Ainda de acordo com Marcuschi (2005, p. 21-22), a aquisi9ao do escrever

bern S8 da primeiramente no ambiente escolar, todavia, ha a necessidade de

distin9ao entre letramento, alfabetiza9ao e escolariza9ao: 0 letramento e visto

como urn conjunto de praticas, ou seja, urn processo de aprendizagem social e

hist6rica da leitura e da escrita nos contextos para usos utilitarios e informais; a

alfabetizar;ao pode se dar a margem da institui9ao escolar, com base no

aprendizado, compreendendo a dominio ativo e sistematico das habilidades do ler

e escrever; e a esco/arizar;ao visa a uma forma9Bo integral do individuo, como

pratica formal e institucionai, enquanto a alfabetiza9ao e apenas uma das

atribui90es restritas da escola.

Com base no escrever bern, partindo do pressuposto de que a escola e a

principal ag€mcia desta mediat;ao, Marcuschi diferencia a fala da escrita, sendo a

fala uma forma de texto para a comunicat;B.o oral caracterizada pelo usa da lingua

em forma de sam articulado e significativo, envolvendo a expressao e a

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gestualidade, e a escrita como modo de produ~ao textual para comunica~o,

caracterizada per sua constitui~o grafica e manifestada par unidades alfabeticas.

E uma modalidade complementar a tala.

A primeira tend,mcia e de maior tradi~ao entre os IingOistas, segundo

Marcuschi, e a que se dedica if analise da dicotomia entre as duas modalidades

de usa da lingua (tala versus escrita). As diteren~s entre tala e escrita estao

expostas no quadro abaixo (MARCUSCHI 2005, p. 27)

FALA VERSUS ESCRITA

Contextualizada

Dependente

Implicita

Redundante

Nao-planejada

Imprecisa

Nao-nonnatizada

Fragmentaria

Descontextualizada

Autonoma

Explicita

Condensada

Planejada

Precisa

Normatizada

Completa

A perspectiva desta dicotomia estrita, para Marcuschi, tern 0

inconveniente de considerar a tala como 0 lugar do erro e do caos gramatical,

tomando a escrita 0 lugar da norma e do born usa da lingua.

A perspectiva da dicotomia estrita (lingua versus tala) oterece um modele

muito difundido nos manuais escolares, que pade ser caracterizado como a "visao

imanetista", que deu origem a maiaria das gramaticas pedag6gicas que se acham

hoje em uso.

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Para Marcuschi, esta visao de carater estritamente formal, embora de

bons resultados na descric;ao estritamente empirica, manifesta enorme

insensibilidade para com as fen6menos dial6gicos e discursivos. A tendemcia erestringir a nogao de regra, pois a proposta das atuais gramaticas e muito rigida.

Esta maneira de conceber tala e escrita levou a uma visao preconceituDsa

de que a fala e desorganizada, sem planejamento e rudimentar. Marcuschi (2005,

p. 28-33) explicita que alem da visao dicotomica entre tala e escrita, existe ainda a

Gulturalista, que observa multo mais a natureza das praticas da oralidade versus

escrita e faz analises, sobretudo de cunha cognitiv~, antropol6gico ou social e

desenvolve uma fenomenologia da escrita e seus efeitos na forma da organizayao

e produyao do conhecimento.

Outra forma de encarar a questao fala e escrita, apontada pelo autor, e a

variacionista, que trata 0 papel da escrita e da tala sob 0 ponto de vista dos

processos educacionais e faz propostas especificas a respeito do tratamento da

relayao padrao e nao padrao lingOistico nos contextos de ensino formal. Sao

estudos que se dedicam a detectar as variayoes de usos da lingua sob sua fonna

dialetal e sociodialetal.

Uma das perspectivas apontadas por Marcuschi, e a sociointeracionista,

que, segundo ele, "tem a vantagem de perceber com maior clareza a lingua como

fenomeno interativo e dinamico, voltado para atividades dialogicas que marcam

as caracteristicas mais salientes da fala, tais como as estrab§gias de formulayao

em tempo real.

Todavia, e evidente que a fala possui caracterfsticas proprias, tais como 0

fato de ser relativamente nao-planejavel de antemao, po is ao contra rio do que

acontece no texto escrito, 0 oral apresenta-se "em se fazendo". Neste sentido,

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Koch (1997) chama a atenyao para 0 fato de que 0 texto falado apresenta uma

sintaxe caracteristica, contudo a sintaxe geral da lingua serve-Ihe de pano de

fundo. Alem de que a escrita pede ser considerada como resultado de urn

processo, portanto estatica. enquanto a fala e 0 processo, sendo assim, dina mica.

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2.4 INFLU~NCIAS E CARACTERISTICAS DA FALA E ESCRITA

A crianc;a primeiramente aprende a talar com a familia, e 56 depois e que

vai a escola, entao, e evidente que a inftuencia dos pais ou de membras da

familia complementaram e au comprometeram muito 0 aprendizado, seja ele

escrito ou falado.

Pouco se falou e se tala sabre as semelhanc;as e influencias que a

oralidade e a escrita exercem uma sobre a outra. Para a autora Kato (2005),

oralidade e escrita possuem suas particularidades, mas naD deixam de ser

semelhantes, uma vez que sao modalidades discursivas de urn mesma sistema

linguistico. E ainda segundo Matencio (2000, p.26):

no estudo da rela~o entre oralidade e escrita, alguns trabalham ahip6tese de que ha urn continuum entre as duas modalidadeslingOlsticas, pais, de sua perspectiva, urna distincAo entre as duasmodalidades nao daria conta dos elementos comuns ou exclusives deurna OU Qutra. Qutros acreditam que as modalidades saocomplementares e estariam vinculadas a uma norma superior, de ondederiva 0 que explicaria, segundo eles, situacOesem que uma modalidadee mais adequada que a outra.

~ possivel observar a presenya mais acentuada de uma isoformia em

textos (orais e escritos) de individuos que mantem um contado constante com a

escrita e a oralidade, isto e, quanto maior for a pratica do escrever e do falar,

maior sera a semelhanya entre essas praticas Mas, na fase inicial, e a escrita

que recebe infiuencia da fala, dando inicio a urn cicio de simula~es continuas.

Por isso e muito comum encontrarmos marcas da oralidade em produyoes

escritas. Tais marcas apresentam caracteristicas especificas do texto falado,

como, par exemplo: discurso citado, segmentac;ao grafica, grafia correspondente

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a palavra ou sequencia de palavras e auto-corre9iio. (KOCH 1997)

Entretanto algumas marcas da oralidade poderiam ser evitadas com 0 usa

de outros elementos referenciais mais comuns, que sao encontrados na

modalidade escrita, par exemplo, elipses, sinonimias de formas, deiticos que

mantem marcas mais vinculadas, como a nome substitute e repeti96es

convenientes.

Koch aborda tambern que a repetiy80 e muito frequente em produC(oes

orais, 0 que naD e comum em produyoes escritas, nas quais ocorrem Qutros

artificios de coesao referencial, como a sinonimia, a elipse e a parafrase. Os

marcadores discursivos se caracterizam como tais par introduzirem periodos au

paragrafos que se relacionam com Dutro que Ihes preceda normalmente. Para

Koch, na escrita, que tambem tern seus marcadores discursivos, e comum 0 uso

de conectores (conjunc;5es ou locuc;5es conjuntivas) ou pronomes relativos entre

as estruturas oracionais, formando periodos compostos, nonnalmente curtos e

bern estruturados.

Marcuschi (2005) aborda etapas de estudo para a realiza~ao de

retextualizac;ao. Para ele, e necessaria primeiramente a eliminac;ao de marcas

estritamente interacionais: hesitac;5es; elementos lexicalizados ou nao

lexicalizados, tipicamente produzidos pela fala; segmentos de palavras iniciadas e

nao concluidas; sobreposic;6es, 0 usa correto da pontuac;ao e paragrafac;ao; 0 uso

das repetic;6es, reduplicac;6es, redundcimcias e pronomes eg6ticos serao

eliminados, criando assim uma idealizac;ao linguistica. a aluno deve reconstruir

estruturas truncadas, concordancias, reordenac;ao sintetica e encadeamentos,

que, segundo Marcuschi, sao de suma importancia para uma normatizac;:ao da

escrita.

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Para Mattos e Silva (2003), exislem oulros falores que lambem devem ser

considerados no momenta de uma analise au reesenta: urn e a questao do ele

acusativo, que deve ser substituido pelo clitico Bcusativa, como par exemplo:

(1 a) Eu conhe90 ele ha muilos anos ~ ele acusalivo.

(1 b) Eu a conhe9a ha muitos anos ~ clitico acusalivo.

Outro recursa utilizado na fala que nac deve ser considerado na escrita,

para Mattos e Silva (2003, p. 71), "e 0 pan-brasileiro, e 0 da sele9ilo de a gente",

como pronome indeterminador, recurso utilizado para a indeterminacao.

Sao aqui identificados alguns fen6menos centra is na descriC;8o do

portugues brasileiro, citados por Mattos e Silva em seu livre Contradi90es no

Ensino de Portugues (2003):

1. Fen6menos morfofonol6gicos de:

a) simplifica9ao do padrao silabico, com allernancia do [11e [r1 (su/tao /

surtao);

b) nasala9ilo (ingreja, inducai) e desnasala9ao (home, eles come);

c) assimila9ilo de Idl em I-nd/,fbl em I-mbl (cameno andano, escreno);

d) queda da consoanle (fasidade, dino);

e) inserc;oes vocalicas (meli, mari, ca/an);

f) passagem de III a Irl segundo elemento de grupos consonanticos

(framenga, pranta, crube, por flamenga, planta e clube);

g) redu9ilo de dilongos crescenles em silaba final (paciem;a, poliga,

salaro, onde seria paciencia, palicia e saliuio);

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g) vocaliza9iio das eonsoantes palatais 111> fit ( fio,trabaio, oia onde seria

filho, trabalha, olha),

h) quedas vocalicas (marelo, sucra, amarefo e aqucar);

2. Fen6menos sintaticos:

a) usa de ele acusativo; usc de m;m em lugar de eu na funrrao de sujeito,

b) usc de se como reflexivQ universal, como em (eu se alembro);

c) amplia9iio das perifrases verbais, como vou falar em lugar de fafarei;

d) supressao ou alternancia de preposic;:6es, como em ele gosta mata

virge, tern que cuidar em mim;

e) falta de concordancia de genero, como em 0 meu sobrinha, cabefo

grossa;

f) falta de concordiincia de pessoa gramatical entre 0 verba e 0 sujeito,

como em eu fOi, eu apanhou 2 qui/os;

g) falta de concordancia de numera entre 0 verbo e 0 sujeito, como em

lava fa as empregadas.

3. Fen6menos fonetieos:

a) tendencia a anular-se a OPOSiy80 fonol6gica em posic;ao pret6nica,

utilizando urn arquifonema, conforme 0 case (acustumado, sintiu-se);

b) anula,ao da oposi9iio enlre dilongo loul e 101 fechado (foro, popa por

fouro e poupa);

c) anula,ao da oposi9iio leil e lei fechado seguido de chianle na silaba

seguinle (pexe por peixe) e dilonga,ao do lei dianle de chianle na mesma silaba

(Ireis, mais par Ires e mas).

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Outro auter que serviu como base te6rica para a pesquisa foi Luiz Carlos

Cagliari autor do Iivro Alfabetiza~ilo e lingUistica (1997, p.30), que relata alguns

fenomenos e pesquisas aeerca da lingua e da escrita do atune. Segundo 0 autor,

no ensino do portugues e fundamental distinguir tres tipos de atividades ligadas

respectivamente aos fenomenos da fala, da escrita e da leitura. Sao realidades

diferentes da vida de uma lingua, que estao intimamente ligadas em sua

ess€mcia, mas que tern uma relayao propria e independente nos uscs de uma

lingua.

Cagliari (1997, p.137) diz que os alunos ao aprenderem a escrever

produzindo textos espontaneos,

aplicam ne5sa tarefa urn trabalho de refiexao multo grande e se apegama regras que revelam usos possiveis do sistema de escrita do portugu~s.Essas regras sao tiradas dos usos ortogrcUicos que 0 prOprio sistema deesc rita tern au de realidades foneticas, num esfor~ da crianc;a paraaplicar uma relat;ao entre letm e som, que nem e univoca e nemprevislvel, mas que tambem nao e aleat6ria. Esse conjunto depossibilidades de uso se circunscreve aos uscs da lingua e aos fatos daprodu~o da fala.

Para Cagliari (1997) a linguagem existe porque se uniu urn pensamento a

uma forma de expressao, urn significado a urn signmcante. Essa unidade de dupla

face e a signa lingOistica. Ele estill presente na fala, na escrita e na leitura como

principia da propria linguagem, mas se atualiza em cada um desses casas de

maneira diferente. Essa procura das relatyoes entre significado e significante e em

outras palavras saber como uma lingua funciona e quais as usos que tern. A este

respeito, Cagliari (1997, p.35) aprofunda seus estudos e pesquisas, chegando a

conclusao de que a lingua portuguesa, como qualquer lingua, tern 0 certo e 0

errado somente em relatyao a sua estrutura. Com rela9ao a seu usa pelas

comunidades falantes, nao existe 0 certo e 0 errado linguisticamente, mas 0

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diferente. (p.35)

E e com base em algumas de suas pesquisas que podemos identificar

algumas possibilidades da influencia da fala na escrita, vejamos alguns desses

fenomenos (CAGLIARI, 1997, p.137-144):

1. Juntura - A estrutura fonica de palavras pode sofrer altera90es quando

juntamos uma palavra com Dutra em frases ou ate mesmo quando juntamos au

separamos as silabas de uma (mica palavra. Esse fenomeno de juntar silabas em

palavras au juntar palavras em frases e conhecido pelos lingOistas como juntura

sila.bica au intervocabular. Muitas vezes a palavra juntura e usada significando

'juntura intervocabular', ficando especificada como juntura silabica 56 quando S8

referir as silabas.

Quando 0 aluno comeya a escrever textos espontaneos, segundo 0 autor,

verifica-se que costuma juntar todas as palavras.

Esta juntura reflete as criterios que ela usa para analisar a tala. Na fala naD

existe a separayao de palavras, a naD ser quando marcada pela entona':tao do

falante; par exemplo: "eucazicoela" ("eu casei com ela"), "jalicotei" ("ja Ihe contei"),

"mimatou" ("me matou").

2. Segmenta~o - As vezes, devido a acentuayao tonica das palavras,

pode ocorrer uma segmentac;ao indevida, au seja, uma separayao na escrita que

ortograficamente est" incorreta; par exemplo: A gora (agora), A fundou (afundou).

3. Transcric;ao fonetica - 0 erro mais comum dos alunos e caracterizado

par uma transcriC;E1ofonetica da propria tala. Como se pode ver nos exemplos a

seguir:

Page 22: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

26

a) 0 aluno lala i em vez de e, porque lala til e nao tel; por exemplo:

Dici (disse), Qui (que), Tristi (triste).

b) Escreve u em vez de 0, pais lala [u] e nao [0]; par exemplo:

Tudu (tuda), Curraiva (com raiva).

c) Duas vogais em vez de uma, par usaf na sua pronuncia urn ditongo;

Rapaiz (rapaz), Feis (Iez).

d) Escreve uma vogal em vez de duas, porque usa na sua pronuncia urn

manatanga; Mato (matou), Pergunto (perguntou).

e) Nao escreve 0 r, par nao haver som correspondente na sua falar; por

exemplo: Mulhe (mulher), Lava (Iavar).

f) Nao escreve 0 " pais pronuncia a vogal que 0 antecede de forma mais

longa, englabando a sam do r. par exemplo: Poque (porque).

g) Escreve r em vez de I, pois laz essa traca quando lala; por exemplo:

Praneta (planeta).

h) Acrescenta uma vogal, deslazendo 0 grupo consonantal pr, ja que Ii

assim que tala; por exemplo: Parocura (procurar).

i) Nao escreve s, par nao haver som correspondente na sua fala; por

exemplo: Vamu (vamos).

j) Escreve u em lugar de I; por exemplo: Sou (sol), Sauva (salvar).

I) Escreve Ii em vez de Ih, por dizer [Ii] e nao [h]; par exemplo:

Almadilia (arrnadilha), Coelio (coelho).

m) Transcreve sua pronuncia da juntura intervocabular; por exemplo:

"Vaibora" (vai em bora), "Ainsima" (ai em cima).

n) Usa somente a vogal para indicar 0 som nasalizado, sup rim indo a

consoante men, que naD pronuncia; par exemplo:

Page 23: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

27

"Curraiva" (com raiva), "Ode" (onde).

0) Pela razao anterior, nao usam 0 til: Eitau (entao), Vocao (vuleao).

p) Em algumas variedades do portugues nao ocorre [~], nh, em posi~ao

intervocalica seguindo-se it vogal i, ficando apenas nasalizac;ao da vogal;

por exemplo: Patio (patinho), Mioca (minhoca).

4. Usa indevido de letras - a usa indevido de letras se caracteriza pelo fata

de a aluno escolher uma letra passivel para representar urn sam de uma palavra

quando a ortografia usa outra letra.

Por exemplo, 0 som [s] pode ser representado por s (sapo), por z (Iuz), par

ss (disse), por g (caga) etc. Quando 0 aluno em vez de escrever disse com ss

escreve com urn 56, faz usa indevido de letra. Param, esse usa e sempre passive I

dentro do sistema, ocorrendo em muitas palavras; par exemplo: Susego

(sossego), Caro (carro), Licho (Iixo).

5. Hipercorrec;ao - A hipercorrec;ao e muito comum quando 0 aluno jaconhece a forma ortognifica de determinadas palavras e sabe que a pronuncia

destas e diferente; por exemplo: Jogol Uogou), Sootou (soltou).

6. Modificagao da estrutura segmental das palavras - Alguns erros

ortograficos naa refletern uma transcric;ao fonatica, nem de fatc se relacionam

diretamente com a tala. Sao erros de troca, supressao, acrescimo e inversao de

letras.

Nao tem apoio nas possibilidades de uso das letras no sistema de escrita e

representam, as vezes, maneiras de escrever de que 0 aluno lanya mao porque

Page 24: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

28

ainda naD domina bern a usa de certas letras, como a distribuiC;80 de men, ve f

nas palavras; par exemplo: Troca de letras: voi (foi), bida (vida), save (sabe);

Supressao e acrescimo de letras: macao (macaco) sosato (susto).

7. Farma morfol6gica diferente - alguns erros ortograficos acontecem

porque, na variedade dialetal que se usam, certas palavras tern caracteristicas

proprias que dificultam 0 conhecimento, a partir da fala, da sua forma ortografica:

Adepois (depois), Ni um (em um ou num), Pacia (passear), Ta (esta).

8. Forma estranha de tragar as letras - A escrita cursiva apresenta grandes

dificuldades, naD 56 para quem escreve como para quem Ie. As vezes

consideramos que existe uma troca de letras numa palavra, mas na verdade

estamos fazendo uma rna interpretaC;80 do que foi escrito. E 0 caso do aluno que

escreve sabe de tal modo que quem Ie ve escrito save.

9. Acentos graficos - A marcayao de aeentos graficos, em gera[, nao eensinada no inicio da aprendizagem da escrita e, portanto, esses sinais diacriticos

estao em grande parte ausentes dos textos espontaneos; por exemplo: V6 (vou),

Voce (voce), Nao (nao), Leao (Ieao).

10. Sinais de pontuagao e uso indevido de letras maiusculas e minusculas.

Com base nestes elementos, dar-se-ao as analises dos textos, utilizando

os te6ricos citados acima.

Page 25: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

29

3 ANALISE DOS TEXTOS

A educacao brasileira tern extrema necessidade de S8 desenvolver como

um todo, principal mente para 0 crescimento do pr6prio pais; assim sendo, 0

dominic da linguagem oral e escrita e fundamental para a participayc30 social e

efetiva do individua, pois e assim que a homem se comunica, tern acesso a

informa<;oes, expressa e defende pontcs de vista, partilha au constr6i vis6es de

mundo, ou seja, produz conhecimento.

o foco da pesquisa e a rela9ao entre a oralidade e a produ9ao escrita de

urn grupo de 20 alunos com idades variando entre 11e 15 anos, que neste ano

de 2009, frequentam a Sa, serie do ensine fundamental em uma escata publica na

re9iao do Umbara, em Curitiba (re9iao rural) e dessa fonna, expor a dificuldade

encontrada par parte dos alunos no momento da adequa<;c3o da oralidade asnorm as do texto escrito.

Paralelamente, foi realizada uma pequena pesquisa para observar 0 nivel

socioeconomico das familias desses alunos. Mais de 80% sao de nivel

socioeconomico baixo e 20% de nivel socioeconomico medio, com uma renda

familiar em tome de dois salarios minimos. Quanto aos estudos dos pais, a

maioria tem somente 0 antigo primario, alguns poucos concluiram 0 ensino medio

e alguns sao analfabetos (dados informados pela pedagog a da escola).

Com base em Ludke e Andre (1986),0 ambiente de pesquisa refere-se ao

ambiente natural onde ocorre 0 desenvolvimento da pesquisa, ou seja, 0 lugar

onde 0 aluno possa produzir sem a intervenc;ao de ninguem.

Para a realizayao desta pesquisa, foi necessaria a solicitac;ao da

Page 26: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

30

professora para que as alunos realizassem uma produQ8o textual espontanea de

25 linhas. Ap6s recolher e5sa produc;ao, deu-se inicio as observac;oes e ao final

de 90 dias foi nova mente solicitado a eles que realizassem uma nova produC;80,

para perceber S8 houve alguma melhora au mudanc;;a significativa nos textos ap6s

a intervenc;ao realizada pela professora no decorrer das aulas, porem. somente foi

feita a analise dos primeiros text05, as quais sao a objeto de analise deste

trabalho. Os textos produzidos, posteriormente, ficaram com a professora, como

parte das avaliac;6es escolares.

Uma produc;ao autEmtica e quando quem escreve 0 taz de maneira

natural, sem interferencias, sem modelos ou sugest6es de terceiros. Alga que f1ui

naturalmente de suas experiemciasde vida.

Com base nesta ideia, as alunos escreveram um texto com urn tema a

sua escolha, ou seja, urn tema livre, para que pudessem ser 0 mais auiEmticos

possiveis.

A analise dos textos tera como base te6rica as seguintes autores: Rosa

Virginia Mattos e Silva (2003), Antonio Marcuschi (2005), Ingedore Koch (1997) e

Luiz Carlos Cagliari (1997).

Neste momento, as 20 textos produzidos pelos alunos da 5a serie serao

analisados e observados, identificados com numeros de 1 a 20.

Page 27: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

31

TEXTO 1

Q1r< ..li/r ,''';'' .~-~'!'<>¥'~"r'"

~~~}-,,~";-'Y'e",;, _X;~~~;~~;~~.-z:::"~-t;:~~{~~y~~]o/;\I;;;;

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-.J ~;"Vy•..)", •.("J,.v",T.0..; .-Go-IJ,.

rr ...(,'w·

Analise do texto 1 -

Ja no inicio do texto conlorme Cagliari (1997) relata, observou-se 0 usa

indevido de letras "Querida aniga Jessica", na linha 1 " Eslou Ie convidando para

voce ir...." usa indevido de pro names.

Segundo Marcuschi (2005, p.79), uma das marcas de oralidade que

precisam ser necessaria mente eliminadas e a usa dos pronomes eg6ticos, pais, ja

tem sua identifica<;ao marcada pela forma verbal em primeira pessoa, como por

Page 28: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

32

exemplo, na linha 04 "eu pense"', na linha 08 "eu vou levar', na linha 15 "eu se,"

na linha 27 "eu queda ir', U eu queria ver'_

Segundo Cagliari (1997), na tala nao existe separaC;Elo de palavras, entao e

comum encontrarmos 0 fen6meno juntura intervocabular nos textos espontaneos,

como, por exemplo, na linha 13 "vamos descobrirdoque a lua e feita",

Para Koch (1997) e Marcuschi (2005), a questao da repetiyao de palavras

e outra caracteristica da fala, como e a exemplo na linha 16 "ela nao tern luz

propria", na linha 17 "para eJa e outras", nas linhas 05 " nos nao sabemos", 06

"nos fomos icY, e 13 "nos vamos descobrir';

TEXTO 02

-1.L-w._.

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33

Analise do texlo 02-

Como na fala naD se utilizam titulos. 0 aluno 1:mbem nao caloca no texto

escrito, neste caso 0 texto nao possui titulo. Ocorre ai Ida ausencia de paragrafos,

de pontuayiio e de letra maiuscula.

Novamente, a repetiyao esta presente, como -,or exemplo, na linha 04 "e

depois," na linha 05 "e depois" na linha 11 " e depo,.,'" e repete novamente na

linha 14 "e depois" e na linha 17 "e depois". Ocorre tarrbem uso indevido de letras

em "Gostavo" quando seria "Gustavo",

TEXTO 03

,.p" -(::1,,-1

J. .- - - .4' 'l.~-:\~j~ 0- . ,1:.!2.'ill- :~~~~,~I~~~,~~.~~.-:..,:.... ~_..~..,~,.~."',c."-'·.G.~~:."'...L.-:" :.~_..~:~),' " ..<.,.~.•~ku....'.'...•... , .•. '~:-:;.." ..:".' .. ":-!,.:", .:...- :'--'-::.£.! . ;"1bil,'':''•• :••••.••..1...§..1..•.'-_ -.. ~ v_ ·-J ...2:...J~_:" ...•.~~_ ~.,i,:.~~~::t,'~:,.~~

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'·\I...:.._:..,· •.•!-;~:)·~

18. I•• ~:{:---l.l.~ ..ci.:._. ::--==--':';~:"i1. ,._. --,_.-

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34

Analise do texto 03 -

Neste texto se percebeu uma grande ocorrencia de transcric;ao fanatica

da na fala na escrita, que segundo Cagliari (1997) e comum, por exemplo, na

linha 11 "quauquer", na linha 14 "a/mentao", na linha 15" a/mentando", na linha 16

ocorre ausencia de acentu8yao em "ozonio sera" e na linha 17 "acontecera" ;

A repetic;ao novamente e percebida neste texto quando 0 "e" repete-s8 na

linha 14" e fumaqa de carro e 6nibus", na linha 15" e a/mentando".

o pronome "ela" acusativo tarnbam e repeticto indevidamente na linha 07

"vemos ela em", na linha 12 "ajuda a aumentar e/a".

Ocorrem duas anulac;oes a oposiyao fonol6gica entre leI e IiI em posigao

pret6nica, realizando-se urn arquifonema III conforme as exemplos na linha 16 "

ozonio sera distruida , e intao". Ainda percebemos a utiliz8r;ao do sinal "+"

substituindo a palavra "mais", como no exemplo da linha 10 "Por + que nao", esse

sinal nao e usado na escrita.

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1. ~i.".~_'V; .:),.~.--.---:-"~J;....... ~......,;.; .. J.J;,-,"".;.;..~l~_ ,.-..I·\::~..•.•, ,"."~

j- .!i..r:i_~I\""'~}'" ~:-,:""",,",~~.~ -N',i.",~.~-,-~ j.~-_--l.l.'L>.""":::-"-;'::"~ ~~ ~':.}iL.

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TEXTO 04

3S

,.,~:_~.v~."'k::I.:-,l.._~.J.l.i,.,

-,-~~ •..~

",.~-.:r. :-""'--~-"'-'~-"'-_- Ll:~ '__

]l. __ i~'~"A'-o-~'- ..j--J,r •• ..:- ..

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''''''~~~-.l~~:;:~..n..~-"h'-J.'A>-_

Analise do teXlo 04 -

~;i4¥-~,'('r·~

Como Cagliari (1997) relata na fala nao se ul lizam titulos no que e dito,

linhas 1 a 04 nao oeorreu uso de nenhum lipo de pontL "9"0;

nem pontuac;ao, portanto, na escrita deste texto nao Dcorreu, por exemplo, das

Nas linhas 02,07 e 15 oecrre 0 fen6men-; de repeti9ao e juntura

"derepente", erro comum, pois na fala nao existe a neparac;ao como ja vimos

Page 32: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

36

anterionnente.

Na linha 15 ocorre ausEmcia do Irl e urna juntura "cimode" onde seria use

morder"; na linha 25" vai fa" onde seria "vai estar", Novamente percebemos a usa

do "eu" eg6tico, na linha 04 "eu vou".

Percebe-se ainda a modificac;ao da estrutura segmental das palavras,

ocorre a troca de palavras, supressao ou acrescimo de letras, conforme citado par

Cagliari, vejam-se exemplos nas linhas 05 usouco na carra de cada urn escuftou",

15 "comesaro", 18 "pra vale", 24 "masa", 25 "por que".

Expressoes da fala na linha 25 "vai ta" quando seria correto "vai estar"ou

ainda talvez "vai ter".Uso indevido de letras devido a forma de falar, na linha 21

"imbora" quando seria "embera". Conforme Mattos e Silva explica, isto ocorre

devido a tendencia em anular-se a oposiyao fonol69ica. E ainda ausencia de

concordancia verbal na linha 23: "Todos adoram a festa que tivemos".

Ocorre novamente a fen6meno de repetiyao nas lin has 06 "ele pegou",

09 "ele comeqou" e 21 "eles foram".

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37

TEXTO 05

'cc; ••• ..;. -~.,::" !_::-.J;;~-."L·

..•..-.~.-,

Analise do texlo 05 -

Primeiramente,observou-se a ausemcia de titl ) e paragrafayao, comum

nos texlos dos alunos, pois na fala isto nM ocorre. Us:: constante do "eu"eg6tico

nas linhas 1 "eu gosto", na linha 05 "eu mora", na linh' 08 "eu chego", nas linhas

09,11,12 e 16 "eu vou".

Percebeu-se. tambem, a presen9a da oralid"de quando na linha 04

escreveu "barbl' exatamente como e falado. Outro fat: importante e a ausencia

Page 34: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

38

de acenluayao nas linhas 14 "meus avos e tambem la nora".

Uso de repetiyoes na linha 14" e tambem", n, linha16 "Ia tambem" e na

linha 22 "e tambem" e na linha 24 "eu tambem"

Uso do "ele" aeusativo na linha 20 "com meu p "j eu gosto de ajudar ele" .

Nas Iinhas 22 em "arras" e "comdo" e 24 em "co ,,", oeorre uso de forma

morfologica diferente, conforme Gagliari relata ser co'l\um, pois certas palavras

apresentam particularidades que difieultam 0 eonhecim ",10 a partir da fala.

TEXTO 06

J,.

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39

Analise do texto 06 -

Neste texto a presenya da fala e muito perceptivel, par exemplo, na linha

04 com a juntura "vodele" e na linha 21 "emeasa".

E passivel perceber 0 usa indevido de letras na linha 09 "deijal''' aD inves

de "deixar", na linha 09 "imtao" quando serla "enta~", na linha 19 "pusca" para

"busear", na linha 20 "geguel' para "eheguel', na linha 22 "eava/eada" para

"cava/gada" e "ese" para "esse", na linha 25 "acora",

Segundo Mattos e Silva (2003), oeorre a omissao do If I e 0 lsi finais

antes de uma pausa e suas conseqOencias, como vemos no exemplo da linha 14

"eompra" na linha 24 "anda".

Ha amissae do Irl final na morfologia verbal como podemos ver na linha

06 em "and a" par andar en linha 14 "compra" par "comprar".

E linhas 09 "eu nao fui ...eu nao vou", 10 ""eu falei" e 11"deijar eu anda",

uso do "eu" eg6tieo. Uso do se reflexivo em " se impino" na linha 07.

Ocorrem ainda alguns erros ortograficos com a traca de letras, supressao

ou acrescimo como, na linha 14 "mael', na linha 25 "vece", na linha 20 " mie

ganou", na linha 18 "anifersario", na linha 16 "n6s fomom", na linha 23 "agou" e na

linha 21 "eu fi",

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40

TEXTO 07

Analise do texto 07 -

Neste texto, observou-se a ausencia de letras maiusculas em inicio das

frases e pontua9ao adequada.

Na linha 10, "comegamos a se cuidar~, usa inadequado do pronome

reflexive se, que conforme Mattos e Silva (2003) relata usa comum na oralidade.

Temos a repeti9ilo das palavras nas linhas 17 "faziam palhaqadas", 19 "as

palhaqadas", 22 "muilo engraqado" e 23/24 "muito engraqado as palhaqadas".

Presenc;a de marcadores conversacionais na linha 06 "poou eles

dispararam a anna",

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41

TEXTO 08

- - ' ".---- -'--'-"-t~~~~==~~'lCl .....L~_H,_'_'_'_' _- _ . ...L:...... __ '_'_' _a, ,-,_:.z_---...:-.!..a

-'--- -"~-'

::r ,c>~r .I::!.1 '" •...:.':..:.. _' , _

..~: '- ,'.p....;..~----.- --._\.---.--~,

Analise do texlo 08 -

Primeiramente, observou-se 0 fenomeno juntura, como reflexo da fala na

linha 04 "naminha"

Oeorre uso indevido de letras: na linha 1 "serto", na Iinha 07 "fern", na

linha 08 "fami/ha", Iinha 21 "farios", na linha 22 "eu fou", na 23 "meus dios",

Os marcadores conversacionais sao outra caracteristica da fala, pOrt3m

aparecem com muita frequemcia em textes escritos, como par exempla, na linha

17 "hum! e uma de/ieia"

Na linha 13, "vazia" e Iinha 20 "fomos ao Shopen", oeorre transeri9ao

fonetica e usa indevido de letras. Ocorre tarn bam a hipercorre't8o que e comum

quando 0 aluno ja conhece a forma ortografica de determinadas palavras e sabe

que a pronuneia destas e diferente, como por exemplo, na linha 11 "minha tia e

Page 38: CRISTIANE DO RosARIO CARVALHO DA CONCEI

42

minha vo fasiam aumoso", e na linha 14 "confersavamos". Ocorre tambem a

ausencia de pontuac;13o.

TEXTO 09

Analise do texto 09 - Nas linhas 03 "<) a gente estava" e 06 "a gente falou"

aparece 0 usa de a gente como pro nome indeterminado, recurso usado para

indeterminac;ao, propria da fala abordado, por Mattos e Silva, ande deveria ser

substituido per "n6s estavamos enos falamos.

Koch (1997) e Marcuschi (2005) abordam a questao da repeti9ao, outra

caracteristica da fala, que S8 constatou na linha 07 "para ele se ele queria", na

linha 10 "ele ficou", na linha 12 "ele perguntou", nas linhas 18, 19, 22 e 23 "de

mim", Ocorre 0 usa indevido de letras na linha 08 "ele asseitou".

Segundo Marcuschi (2005, p. 79), uma das marcas de oralidade que

precisam 5er necessaria mente eliminadas sao as pronomes eg6ticos que tern sua

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43

identificac;:aomarcada pela forma verbal em primeira pessoa, como par exempla,

na linha 1 "eu eslava", na linha 09 "eu chegue/", nas lin has 11 e 13 "eu eslava", na

linha 14 "eu respond"" na linha 22 "eu gaston, na linha 23 "eu na~ g05tO mais de

voce eu g05(0 ... "

Percebemos ausencia de pontua9ao e paragrafa9ao. Cagliari tambem

relata sobre a forma estranha de tra9ar letras, como na linha 14 "esim". Aqui se

pode perceber uma modificac;:aoda estrutura segmental com supressao de letras

como na linha 09 "chegut e na linha 25 "Femdo" Ocorrem os fen6menos de

juntura na linha 04 "derepente" e uma segmenta9ao na linha 16 "por que". Um

erro ortografico de separa9ao de silabas na linha 03 e 04 "passeando".

TEXTO 10

"'.,,,,.,,,, ~"".,~ ,:.:.-~. ~,~~.

!-i'-~.'·;"m~'=_''"''''''

-'~~ Y.,'~-.> ,,-,-~.~,~'.:-l~

~'~'~':'" -~., ~'--~~,'-/,

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---,--.~.....:......- '-~~'-'-' --~-

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"~'~-'~-' -:.''-..'.r~ ,J ~ - '~~.--:_~"-!.--

Analise do text010-

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44

Comumente ocorre nos textos a ausemcia do titulo. 0 usa do "eu" egotico

foi percebido nas lin has 1 e 25 "eu cheguel' e "eu fui'

Repetigao da vogal "e" quando deveria se usar a "virgula" nas lin has 1 "e

tomei 0 meu cafe", 03 'Jogar bola e 0 meu", 04 "e machucou a perna e a sua"; a

repeti<;ao de palavras desnecessarias na linha 14" a minha mae e a minha mae",

omissao do Irl em "melho" na linha 07;

Ocorre uma segmentayao indevida nas linhas 08 "nem urn" cnde seria

"nenhum", 20 "8 quele" par "aquele" e 23 "em borra" par "embora".

Ha uma transcrigao fonetica, nas lin has 05 "erma" e 13 "erma", Trocou 0

"f' pelo "e" e naD usa 0 "tif' para indicar nasaliz8<;2IO.

Ausemcia de paragrafac;ao e pontuac;ao. Marcador conversacional "dai

passou uns dias" na linha 09.

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TEXTO 11

Analise do texto 11 -

Ausencia do titulo.

45

,~2:~ ..:- ~~:J__:':' ""~~:t>:;~~ ~~I

~-~~\:-'·~~l~"" ~\-;"'.,

Koch (1997) e Marcuschi (2005) abordam a questao da repeti9ao, outra

caracteristica da tala, que se constatou nas linhas 08 e 09 com a repetic;ao de

sentido, ~outras estao passando fome e nao tern 0 que comer'; nao ocorreu a

concordflncia na linha 10 "algumas pessoas tern uma doen,as chamada";

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46

Usc indevido de acentua.;ao foi percebido na linha 20 "pais no mundo",

TEXTO 12

"!C(:1e'~1 ~ __ /~

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'""",,~"2D'OW'roIQ Q ~:.~ -"~'--A- _lL

.!:: ~~~ .~ ~_CC\...-t.i._ ci:2ll-

Amilise do texto 12 -

~ percebido urn dialogo, porem naG taz usc de travessao, nem de

paragrafa9ao e pontua9ao.

Percebe-se 0 usa indevido de letras que conforme Cagliari (1997) relata se

caracteriza petc tato do atuno escolher uma letra passivel para representar urn

som quando a ortografia usa outra, na linha 05 "aWgo" e "disem" nas linhas 04 e

05 "camiao"; nas lin has 16 e 22 "ssim",

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Nas linhas 07 "afazer' e 18 "assegunda" ocorre juntura de palavras.

Oeorre uso indevido de letras nas linhas 07 "emtaon", 10 "entam" e 13

"desde emtam", na linha 22 "sentimetros" e na linha 24 "sumim",

TEXTO 13

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Amilise do texto 13 -

Auseneia de titulo, paragrafayao e pontuayao.

Usa do "eu' eg6tica nas linhas 1 "eu souto", 05 "eu trato", 14 "eu amorro"

e 22 "eu tenho",

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Verificou-se juntura nas linhas 09 "detarde" 15 "parae/e", 20 "quetem".

Erro ortografico em "orta" na linha 17, "serviso" na linha 07, nas linhas 05

e 13 "souto" e na linha 03 "do milho e mato",

Repeti9ao do "e" onde deveria ser virgula na linha 25 "Educag8o Fisica e

Hist6ria e Ci{mcias". Omissao do Irl na linha 15 "morde".

TEXTO 14

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l- ..,l_~.-

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Analise do texto 14-

Novamente ausencia do titulo.

Usc do "eu" eg6tico nas linhas 1 "Eu vau", 02 "eu estava", 11 "eu fui tomar

banho e eu del' e 21 "eu estava indo"

Existe a presenlta de varios dialogos, porem, nao se utilizou travessao,

paragratos e pontua9ao.

Usa do pro nome "n6s" desnecessario e repetido nas linhas 6 e 07 "n6s

fomos, quando nos chegamos".

Observou-se juntura nas linhas 11 "derrepente" e 25 "sesconder". Ainda

se encontrou marcadores conversacionais como, par exemplo, nas linhas 14

"dormircom nos ne mae" e 19 "mas dal. ..".

TEXTO 15

_. •__ L . .

__ ' __ ,_,_ .•0...i-

....'

7.

~J_

to.iL~ -_

n....~L'.

-_.'---------

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50

Analise do texlo 15 -

Neste texto aCorre repetiy80 de palavras e ausemcia de aeentos, ja no

inicio na linha 1 "sera que voce nao sabe sera que voce nao ve"; naD possui titulo.

Falta de concordancia na linha 06 "0 ceu estava estre/ados"; na linha 07

ausencia de letra majuscula "pertuntei a deus",

Na linha 08 ocorre uma segmenta"ao indevida "brilhas e" onde seria

"brilhasse".

Constru"ao estranha que rellete em problema sintatico (concordancia)

segundo Cagliari (1997) e possivel, par exemplo, nas lin has 09 e 10 "Te arno sao

grandes palavras pequenas mas de grade sentimentos tem que saber usa/o na

hora serfa".

Ocorrencia de juntura em "usa/o" na linha 11; e erro ortografico em

"grade" na linha 11 e "serto" na linha 12.

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TEXTO 16

Pl\--,GuE

Z4.

,,-----

Analise do texto 16 -

Ocorre na linha 02 ausEmcia de pontuayao "dais pontos". Na linha 06

omissao do Irl final "para evita".

Na linha 13 troca de letras com USD indevido, "devem sem guardados".

Falta de concordancia na senten,a da linha 19 "mantenha a tampa do

vazos sanitarios sempre fechado"

Ocorrencia de erro ortografico na linha 19 "vazos" E novamente como

Marcuschi (2005) aborda sobre a repeti,ao como elemento da fala, podemos

constatar na linha 22 "Deixe sempre a caixa de agua sempre fechada".

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TEXTO 17

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"'1::'_·;7,C~~,-·,,·:TI, 'LL.r~:/-" ..l.t..:{ ("':.) I: t-L ..."

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.. .. r" .J;.-, ;::;.j.;.I..~~~.;¥LG:-

__i:~:,~C\'$;~\.(T;,,; • '~ __J

;:~r~·-!;~~~:D\rtC~;.';:~':Analise do texto 17 -

Na linha 1 a conjugay<3o verbal esta incorreta, nao concorda com a

sentenya "Antigamente, as pessoas nao jogam as alimentos",

Percebem-se marcadores conversacionais nas linhas 10 "/a nesse

terreno" e 20 "Entao pense".

Na linha 08 oeorre um erro ortogrilfieo de omissao do /r/ "engordava para

vende"

Na linha 04 oeorre um erro ortogn,fieo de supressao da letra "a" em

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"pessos" onde seria "pessoas", na linha 03 usc indevido de letra em "chaman", na

linha 15 ocorre a mesma situac;ao em "eles dexovam numa".

TEXTO 18

Amilise do texto 18 -

Percebeu-se 0 usc indevido de virgula na linha 03 "apareceu urn, rapaz

que, deiehou".

Ausencia de tetra majuscula em nomes proprios nas linhas 13 e 20

"fernando".

Nao fez usc de paragrafa980 e pontua9ao. Oeorre uso indevido de letras

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nas linhas 08 "que vai", 12 "ist6ria", 14 "pra ela", 15 "nao que conta"

Repeti9M e uso indevido do pronome "ela" acusativo, na linha 07 "ela nao

presta a atenq80 nas aulas ela esta".

Na linha 10 ocorreu uma segmenta~aoque ortograficamente esta incorreta

"0 piniao".

TEXTO 19

Analise do texto 19 -

Ausencia de acentuayao em algumas palavras na linha 05 "tambem e",

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na linha 15 "india", na linha 16 "tambem".

Ocorre omissao do Irl nas linhas 18 "joga", 20 "dormi".

Uso indevido de letras ocorre nas linhas 03 "chichI", 07 "comilha", 08

"gara", 09 "ele moreu", 19 "mecher" 21 "rouse", 24 "corida"

Verifica-se uma juntura de palavras na linha 21 "na/am". 0 uso do "eu"

eg6tico esta presente nas linhas 14 "Eu queria", 16 "eu tamMm", 18 "Eu gosto" e

25 "eu odeio".

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TEXTO 20

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Amilise do texto 20 -

Primeiramente ausencia de titulo. Falta de acentuayao grafica nas

palavras das seguintes linhas: 02 "tambem", 03 "e um a/imento", 04, 05 e 06

"familias", 09 "publicos" e 22 "sera".

Conforme Mareusehi (2005) relata, a repetiyao e marea da oralidade, e

oeorre nas linhas 06 e 08 "Brasil', nas lin has 04, 05 e 06 "familias" e nas linhas

23, 24 e 25 "mulheres e erian,8s". E na linha 14 ocorre uso indevido de letra

"envei'.

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Depois de realizadas as analises, concluimos que e muito forte a

presen9'l da oralidade nos lextos, por isso a importancia da conlinuidade e

reafirma<;ao dos conceitos par parte do professor de lingua portuguesa para urn

melhor desempenho e produ{:ao destes text05. Na verdade esperamos que 0

aluno, com as intervenr;oes necessarias e interesse, possa a vir escrever

obedecendo as normas da lingua padrao.

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4 CONSIDERACOES FINAlS

A lingua portuguesa, como qualquer lingua, tern 0 certo e 0 errado

somente em relagao a sua estrutura. Com relaryao a seu usa pelas comunidades

falantes, naD existe a certa e 0 errado linguisticamente, mas 0 diferente.

Eo absolutamente indispensavel que 0 protessor taya um levantamento

das difrculdades dos alunos. IS50 nao pade ser vista atraves de palavras e frases

ja treinadas, de c6pias e atividades dirigidas. E preciso deixar as alunos

escreverem textos livres, espontfmeos, contarem hist6rias como quiserem. E

nesse tipo de material que encontramos os elementos que mostram as reais

dificuldades e facilidades dos alunos no aprendizado da escrita.

Uma forma de intervenryao pro posta pelo te6rico Luiz Antonio Marcuschi e

a retextualizac;ao, na qual 0 aluno ira reescrever e eliminar as marcas de

oralidade apontadas pelo professor e reorganizar a estrutura textual com coesao

e coerencia.

Outra forma de intervenyao e a leitura, que deve ser incentivada e

trabalhada com os alunos sempre que possivel. Cagliari (1997) relata que "a

leitura e a realizayao do objetivo da escrita. Quem escreve, escreve para ser lido.

Entao a objetivo da escrita e a leitura".

Enfim uma precisa necessariamente da outra para estar de acordo com

as normas padrao e culta.

E para que nossos alunos possam chegar realmente a produzir textos de

qualidade dentro das normas, e essencial que criem 0 habito da leitura, e para

isto devem ser estimulados pelos protessores e pais.

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5 BIBLIOGRAFIA

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da /inguagem. 4 ed.Sao Paulo: Hucitec, 1986.BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza.Fundamentos de metod%gia cientifica - 2. ed. ampliada, Sao Paulo: PearsonMakran Books, 2000.BECHARA, Evanildo. Lic;i5esde portugues pe/a analise sintatica.13. ed. Rio deJaneiro: Padrao, 1985.BRASIL, Secreta ria de Educa,ao Fundamental. Parametros Curricu/aresNacionais: lingua portuguesa. BrasiliaCAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizac;ao & LingUistica. Sao Paulo: Scipione, 1997.CASTILHO, A. 1. de. A lingua fa/ada no ensino de portugues. Sao Paulo:Contexto, 2000.CASTILHO, A. T. de. Variac;ao IingO/stica, norma cutta e ensino de linguamaterna. In: Subsidios a praposta curricular de lingua portuguesa para 0 1° e 2°Graus.FAvERO, Leonor Lopes; ANDRADE, Maria Lucia; AQUINO, Zilda. Oralidade eescrita: perspectivas para 0 ensino de lingua materna. Sao Paulo: Cortez, 2000.KATO, Mary A. No mundo da escrita: uma perspectiva psico/ingO/stica. 6 ed. SaoPaulo: Atica, 1998.LUDKE, Menga; ANDRE Marli E. D. A. Pesquisa em educac;ao: abordagensqualitativas. Sao Paulo: EPU, 1986MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fa/a para escrita. Sao Paulo: Cortez, 2005.MATENCIO, Maria de Lourdes M. Leitura, produc;ao de textos e a esco/a. SaoPaulo: Mercado de Letras, 1994.MATIOS e SILVA, Rosa Virginia. Contradic;i5esno ensino de portugues. SaoPaulo: Contexto, 2003.TERRA, Ernani. Linguagem, lingua e fa/a. Sao Paulo: Scipione, 1997.VILELA, Mario; KOCH, Ingedore Villa,a. Gramatica da lingua portuguesa. Lisboa:Almedina, 2001.