Carcere da vida

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De que vale partir se nas entranhaslevas os germes de inefáveis dores?Se a vida sob o céu de outras montanhasé a mesma serpe que se oculta em flores?

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De que vale partir como os condorespara fugir das desumanas sanhas,se para a mágoa, a dor dos sofredores,jamais existirão terras estranhas?

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O que me punge sempre é ter sentido

que tudo, em toda parte, tem sofrido

os grilhões do infortúnio indiferente.

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E o que é mais vil? É o cárcere da vidae a dor em nosso peito reprimidaque faz de pedra o coração da gente.

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