Artesanato e Desing

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7/28/2019 Artesanato e Desing http://slidepdf.com/reader/full/artesanato-e-desing 1/68 Programa de Artesanato SEBRAE/RO

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Realização

Sebrae/RO

Coordenação do Projeto

Glenny Paes Salles

Comité do Artesanato

Maria Tereza de Oliveira MarangonJayna CouceiroSilvia Feliciano

Richardeson Maia

Suely Maria Sobreira de LucenaLiliane Cougo Dionísio

Design

Terra Design, São PauloLars DiederichsenGerfried Gaulhofer

Fotografias

Lars Diederichsen

Parceiros

IbamaSenai

Madeireira AndradeImplemaq

Centro Despertar

Amazon ArtsLammyExcell Madeiras

CeplacMóveis Curitiba

Central LaminaçõesMadeireira Isabela

Sest / SenatApae

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Programa de Artesanato SEBRAE/RO

  Lars Diederichsen

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Conselho Deliberativo Estadual do SEBRAE/RO

PresidenteJulio Augusto Miranda Filho

FIERO - Federação das Indústrias do Estado de RondôniaFECOMÉRCIO - Federação do Comércio do Estado de Rondônia

FAPERON - Federação da Agricultura e Pecuária de RondôniaFACER - Federação das Associações Comerciais

BB - Banco do BrasilBASA - Banco da AmazôniaCEF - Caixa Econômica Federal

SEBRAE/NA - Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro e Pequenas EmpresasAMPERON - Associação de Pequenas e Micro e Pequenas Empresas de Rondônia

UNIR - Universidade Federal de RondôniaSEAPES - Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento

Econômico e SocialADHIMA - Agência de Desenvolvimento da Hidrovia do Madeira/Amazonas

SEFIN - Secretaria de Estado de Finanças

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Conselho Fiscal 

FACER - Federação das Associações Comerciais de RondôniaSEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

AMPERON - Associação das Micro e Pequenas Empresas de RondôniaFAPERON - Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia

UNIR - Universidade Federal de Rondônia

Diretoria ExecutivaPedro Teixeira Chaves

Diretor Superintendente

Osvino JuraszekDiretor Administrativo e Financeiro

Maria Valdecy Caminha Benicasa

Diretora Técnica

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Apresentação

 A capacidade criativa no artesanato é muito maior que a vocação gerencial para empreendimentos, apesar desuas formas de negociação acontecerem de acordo com o interesse dos participantes envolvidos. A buscade soluções para compatibilizar a criatividade dos artesãos e suas aptidões como gerentes de negócios, tem

sua importância redobrada quando consideramos seu espaço na geração de postos de trabalho e renda paraas comunidades.

Para manter uma convivência harmoniosa entre as manifestações artesanais e o aporte de receitas nacomercialização de seus produtos, o SEBRAE vem trabalhando com as lideranças destes segmentos nashabilidades de gestão. Além de fazer parte da cultura e tradição, a produção artesanal é alternativa desobrevivência para um considerável número de pessoas. Ela apresenta características especiais na economialocal, fortalecendo outras iniciativas que vão desde o turismo à exportação de produtos com valoresagregados.

O programa de artesanato deste Agente espera consolidar esforços preparando profissionais de maneira aincentivar o espírito empreendedor, estimulando comportamentos associativos. Com o objetivo de catalisarestas atividades estamos levantando oportunidades e óbices, para que através de um diagnóstico possamosestabelecer procedimentos que permitam o desenvolvimento destas ações. Nesta publicação, podemosverificar que o potencial é de relevante significado para atingirmos o aprimoramento necessário à conquistade um mercado promissor. As peças produzidas com melhor design e conteúdo simbólico de nossosreferenciais, poderão ser elementos de divulgação e promoção de outras oportunidades de negócios nocenário das empresas de micro e pequeno portes de Rondônia.

 Julio Augusto Miranda FilhoPresidente do Conselho Deliberativo do Sebrae em Rondônia

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Desde 1996 trabalho com comunidades de produção artesanal no Brasil e por acaso fui convidado por GiulioVinaccia e Malba Trindade de Aguiar a participar do primeiro Workshop “Tradição e Renovação”, organizadopelo SEBRAE. Como mexicano sempre tive muito contato com o artesanato, e creio que todo mexicano

é apaixonado pela arte popular presente no nosso dia a dia. No Brasil nasceu a paixão pela madeira,principalmente a madeira da região amazônica, única nas cores e texturas. Há um fator que considerofundamental e que quero repassar nestas páginas: o designer como “facilitador” de processos criativos, ondea visão global é fundamental, unindo os fatores clássicos como forma, função, tecnologia e mercado comfatores relativamente novos como responsabilidade sócio-ambiental.

Neste trabalho nasceu em mim a paixão pelas pessoas, pessoas simples que moram na região amazônica eque precisam dela para sobreviver; pessoas simples ávidas por informações e cheias de esperança; pessoasque somente tem as mãos para ganhar o seu sustento; pessoas sensíveis e criativas, que transformam amatéria em obras de arte.

Este trabalho mostra outra área do design, além de transformar idéias em produtos, interage com pessoasfacilitando o processo de criação de redes de artesãos, que possam garantir a geração de renda com produtosecologicamente corretos. O SEBRAE está fazendo um trabalho exemplar, tal vez a nível internacional, ajudandoa manter a nossa cultura, mas principalmente, a fomentar um ofício tão digno e belo como é o artesanato.Cabe à sociedade fazer a sua parte, valorizando o trabalho destes mestres.

Lars Diederichsen

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   i  n   t  r  o   d

  u  ç   ã  o

 A produção artesanal é ao mesmo tempouma atividade econômica e uma manifestação

ideológica e cultural de um amplo setor dapopulação. Do ponto de vista econômico, oartesanato está imerso na crise agrícola de auto-subsistência, que obriga ao artesão diversificara sua fonte de renda com outras atividades. Oartesanato na região rural pode ser assim umaimportante atividade para o complemento darenda familiar. Nas zonas urbanas encontramosdois tipos de artesãos: os artesãos de tempocompleto, que dependem exclusivamente daprodução artesanal e encontram-se mais pertoda imagem do operário/empresário do que daimagem arquetípica do artesão que trabalhasomente com ferramentas manuais e elaboraprodutos rústicos com materiais locais; ooutro tipo de artesão urbano é aquele que nãodepende da produção artesanal como forma

de subsistência, tendo outras fontes de rendaalternativas.

Histórica e culturalmente o artesanato brasileironasce de várias culturas: desde a culturaindígena, as culturas africanas dos escravos, asculturas dos imigrantes europeus e asiáticos atéa cultura moderna norte-americana e a influênciada globalização. Estas culturas interagem

durante quase 500 anos transformando ecombinando-se constantemente.

Embora os artesãos de todo o país enfrentemproblemas similares, existe, no entanto, umagrande perspectiva para o produto artesanalnas próximas décadas. Ele pode ser um

fator importante no desenvolvimento rural,como fonte de renda alternativa, diminuindo

o êxodo rural e o desemprego, aumentando onível de vida no campo e nas cidades. Comoatividade que absorve um grande número detrabalhadores, pode ajudar a diminuir o temidodesemprego, especialmente nas cidades. Oartesanato é também, um fator importanteno desenvolvimento do turismo, em francaexpansão no Brasil.

Os produtos artesanais deverão, noentanto, atender a novos mercados, quedemandam cada vez mais, produtos naturaise personalizados, além de ótima qualidade eacabamento. Os consumidores procuram umreflexo de seu estilo de vida e imagem nosprodutos. O artesanato tem a possibilidade deresgatar valores culturais e ajudar na busca de

nossa identidade. A produção artesanal de Rondônia é umreflexo da diversidade cultural do Brasil. Comas atividades extrativistas, principalmente daborracha, e a construção da estrada de ferroMadeira-Mamoré, o Estado recebeu imigrantesdo nordeste brasileiro, europeus, barbadianos,americanos e mais recentemente gaúchos,

paranaenses, capixabas, etc, além de abrigarimportantes populações indígenas.

O Estado de Rondônia encontra-se na Região Amazônica e portanto possui uma grandevariedade de flora e fauna, que influencia aprodução artesanal, além de prover o artesãocom abundante matéria-prima, principalmente

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madeira, sementes, fibras naturais, pedrassemipreciosas e derivados como a borracha

e o barro. As grandes quantidades de refugode serrarias de diversos tipos de madeirapodem ser transformadas em peças artesanais,gerando fonte de renda para a população local,incluindo todos os membros da família.

O artesanato de Rondônia pode complementaro alto potencial turístico, principalmente oturismo ecológico, expressando a cultura local

na transformação de materiais naturais. Enfim,todos estes fatores, que serão detalhadosneste relatório, mostram que existe um grandepotencial para a produção de peças artesanais.

Foram encontrados problemas que merecematenção, mas considero a baixa auto-estimado artesãos, decorrente da pouca valorização

do seu trabalho pela sociedade, o fator maiscrítico.

i  n t  r  o

 d  u ç ã  o

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sensibilização

oficinas

logomarca

embalagens

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# 29

# 55

# 61

diagnóstico # 13

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Obtenção de madeiraO Brasil é um dos países que apresenta maior

diversidade biológica, tanto animal como vegetale, consequentemente, detém nas suas florestasnativas uma imensa variedade de espécies demadeiras. Tal heterogeneidade chega a ser umobstáculo à comercialização mais intensa demadeiras, visto que os mercados concentram-se naquelas espécies mais conhecidas e,portanto, mais aceitas pelos consumidores.Esse fato, aliado às flutuações das preferências

de mercado e moda, tem ocasionado, nosmais diversos segmentos de uso da madeiradesde a construção civil, embalagens, papel emobiliário, a concentração em apenas algumasespécies. Assim, pelo uso intensivo, essasmadeiras tornaram-se caras e escassas, e atémesmo proibidas.

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a utilização destas madeiras no Estado, poisainda há uma grande variedade e quantidade

disponível, especialmente refugo de serrarias emadeireiras.

 A grande maioria dos artesãos entrevistadosutiliza madeiras nativas, principalmente asespécies mais procuradas como a cerejeira,o mogno e o cedro. Estas madeiras, além docusto elevado e acesso cada vez mais difícil,não oferecem uma ampla gama de cores,

característica favorável na confecção depequenos objetos em madeira.

 A coleta de resíduos e aparas é viável paraa fabricação de peças artesanais como porexemplo, brinquedos e utilitários pequenos. Osartesãos devem organizar este tipo de coletapreferencialmente em grupo, diminuindo ocusto do transporte.

Embora a obtenção de madeira seja fácil,encontramos alguns problemas como asecagem da madeira. Madeira “seca” é um

Existem basicamente duas formas de obtençãode madeira:

1.- Madeira de reflorestamento, utilizada pelaindústria de embalagens, papel e chapas demadeira, começa a ser utilizada na fabricaçãode peças artesanais. No Estado de Rondôniaainda não existem zonas de reflorestamentoimportantes com espécies como Eucalipto erecentemente a Teca e madeiras nativas (aindaem fase inicial de reflorestamento).2.- Madeira de florestas nativas, dentrodeste grupo devemos destacar as madeirasalternativas, que são aquelas que não sofremgrandes pressões por parte do mercado edentro de um manejo florestal apropriado,ajudam a manter as nossas florestas nativas.Estas madeiras oferecem ao artesão umaampla gama de cores e usos, ajudando a

comercialização dos produtos ao agregarum valor único e “brasileiro”, tornando-os especialmente atrativos no mercadointernacional. Não encontramos problemas com

m a d 

 ei  r  a s

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privilégio no Brasil. A maioria dos artesãos epequenas oficinas de marcenaria trabalham

com madeira úmida. Existem poucasmadeireiras que possuem estufas de secagem,obrigando ao consumidor secar sua madeiraao ar livre. Este processo é demorado epraticamente inviável para aqueles artesãos,que não têm condições financeiras de manterum estoque por muito tempo. Os gruposde produção artesanal devem identificar asserrarias com estufa e dar preferência a estas

na coleta de resíduos.Fomentar a utilização de madeiras alternativas,enriquece o trabalho e contribui para o plano demanejo tornar-se economicamente viável.

 As madeiras mencionadas na próxima páginadevem ser priorizadas.

 A certificação dos produtos artesanais emmadeira será seguramente um dos maiores

desafios para o setor madeireiro e moveleironos próximos anos. A exportação de madeira

para muitos países exige uma certificaçãocomo o selo FSC, por exemplo. O selo FSC,Forest Stewardship Council ou Conselho doManejo Florestal é um organismo certificadorinternacional com sistema de rotulagem queconfere um selo de garantia aos produtos quetêm sua origem no manejo de florestas deforma ecologicamente sustentável, socialmenteapropriada e economicamente viável.

O setor artesanal também se beneficiará com ascertificações das madeireiras, fazendo parte dacadeia de custódia. Até o momento existem trêsmadeireiras em processo de certificação: umalocalizada em Cabixi, outra em Costa Marquese Alta Floresta.

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Amarela: Abiu, Garapa, Pau-amarelo/Amarelão,Tatajuba

 Vermelha:Maçaranduba, Muirapiranga, Muiracatiara

Oliva:Ipê

Marrom:  Andiroba, Angelim-pedra,Cedro, Cedrinho, Copaíba, Jatobá, Louro,

Louro-vermelho, Pequiá, Sucupira, Peroba,Cabreúva, Cumarú

Branca:Marupá/Caxeta, Tauari

Castanho:Guariuba, Macacaúba, Faveira, Louro faia,

 Amezclão, Cedroarana

Roxo:Roxinho

Sugestão de madeiras alternativasFonte: Madeiras tropicais brasileiras (MMA/IBAMA/LPF)

m a d  ei  r  a s

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Foram colhidas informações referentes aatividade dos artesãos e seus produtos para

avaliação do impacto das oficinas em termosde produto, produtividade, aumento de nívelde vida, capacitação e consciência ecológicaapós o término das oficinas. A visita técnica foirealizada em julho de 2002.

 As cidades visitadas foram Porto Velho, Ariquemes e Ji-Paraná.

AnáliseOs dados a seguir mostram a situação atual dosartesãos que participam do programa em cadacidade. Os dados servirão de base para medire avaliar as transformações deste trabalho, nãosomente do ponto de vista do produto, masprincipalmente as transformações socioculturaiscomo aumento de renda, formação de gruposde produção, etc.

Perfil dos artesãosNão há em Rondônia, além do artesanatoindígena, um artesanato “típico”. A imigraçãorecente fez com que o artesanato tenhavárias origens: desde o artesanato nordestino,presente na cestaria, até o artesanato do sul,exemplificado na confecção das guampas.

Muitos produtos carecem de elementos culturaisda região, fazendo com que os artesãos migrempara as manualidades.

 A maioria dos artesãos ganha até 400 reaispor mês. Trabalham no quintal com poucasferramentas e organização deficiente. O trabalhoenvolve a família, mas os jovens preferem seguir

outra profissão, pois não acreditam no potencialde geração de renda do artesanato.

 A falta de união entre os artesãos impedea compra conjunta de matéria-prima emanutenção de estoques de madeira. O uso dematéria-prima e insumos de baixa qualidade,repercutem diretamente sobre a qualidade finaldo produto, principalmente no acabamento daspeças. Os artesãos possuem poucas máquinas.

 A manutenção das máquinas é deficiente. A

grande maioria das oficinas são desorganizadase carecem de lay-out adequado, aumentando,assim o desperdício e o tempo de produção.Há pouco intercâmbio com artesãos de outrasáreas, a fim de diversificar os produtos comoutros materiais.Quase todos os artesãos entrevistados vendemprodutos para o mercado local, que nãovaloriza o artesanato. Não existem linhas deprodutos adequados para o mercado nacionalou internacional mais exigente.São poucos os locais de comercializaçãoou exposição nas cidades visitadas. AsCasas dos Artesãos são mal organizadas. Osprodutos são expostos deficientemente. Faltamembalagens adequadas, certificados de origeme informações sobre o produto e artesão. A

falta de catálogos dificulta a divulgação dostrabalhos.Os artesãos muitas vezes ignoram a legislaçãoda categoria, e noventa por cento dos artesãostrabalha na informalidade.

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As técnicas e produtosEncontramos em Porto Velho diversas técnicas:

o “industrianato”, entalhe, marchetaria e belotrabalho com sementes do açaí. Em Ariquemesdevemos destacar o entalhe e o trabalho emtorno, e em Ji-Paraná a produção de pequenosobjetos em madeira.

 Visita às oficinasForam efetuadas visitas às oficinas de produção,para definir o local das oficinas a serem

realizadas na fase posterior. O curso deveráocorrer em uma oficina que tenha espaçopara 25 pessoas, disponibilidade na datanegociada e que sobretudo possua máquinase ferramentas similares à dos artesãos, aspectomuito importante pois nos produtos serãoutilizadas técnicas e tecnologias similares aosda própria oficina.

 d i   a gn ó  s t  i   c o

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Porto Velho

Matéria-prima:Madeira (pode ser refugo de madeireiras emarcenarias), semente de tucumã e açaí,cipó titica. Outras matérias-primas que forammencionadas: osso, palha de bananeira e cascade coco. Estes materiais somente deverão serutilizados na oficina se houver artesãos quedominem a técnica.

Nível técnico dos artesãos:Em geral o nível técnico dos artesãos ébom, gostei da idéia de inserir as sementesde açaí, matéria-prima em abundância, dereaproveitamento pois é refugo na elaboraçãoda polpa do açaí. O Sr. Carmosino Lustosa

 Andrade dedica-se especialmente ao lixamentodestas sementes. Proponho fazer testes com

tingimento natural.

Oficina:Em Porto Velho foi realizada a oficina no SEST/SENAT. Neste local trabalham presidiários eex-presidiários na confecção de bandejas.Um aspecto interesante é que para muitos ex-presidiários o artesanato é uma fonte de rendaimportante, pois a exclusão social os obriga a

trabalhar como autônomos por não encontraremprego fixo.

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Ji-Paraná

Nível técnico dos artesãos:Em geral o nível técnico dos artesãos é bom.

Matéria-prima:Madeiras (pode ser refugo de madeireiras emarcenarias), sementes, couro e cipó. Existeum curtume na região.

Oficina:Em Ji-Paraná a oficina foi realizada namarcenaria da APAE. Foram convidadosartesãos de Ouro Preto D’Oeste e Cacoal.

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Ariquemes

Matéria-prima:Madeiras (pode ser refugo de madeireiras emarcenarias), sementes e couro. Algumasmadeireiras colocaram a disposição as sobrase aparas, inclusive sobras de tábuas secas emestufa.

Nível técnico dos artesãos:Em geral o nível técnico dos artesãos é bom.

 A indústria madeiro-moveleira é tradiçãona cidade. Muitos artesãos trabalham emmarcenarias. Existe um pólo moveleiro nacidade, onde alguns artesãos instalaram suasoficinas. O artesanato pode ser uma atividadeparalela à marcenaria. As sobras de madeirapodem ser transformadas em produtosartesanais.

Oficina: A oficina foi realizada em uma marcenariadesativada e na oficina do Sr. RaimundoNonato.

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 am az  ô ni   a

Algumas informações importantes sobre a Amazônia

70% da população da Amazônia é urbana e a maioria vive em condições precárias, desempregados,sem saneamento básico. Sem alternativas ou canais para comercializar os frutos do seu trabalhoextrativista, as populações rurais se tornam vulneráveis às ações predatórias e migram para asperiferias das cidades. Os jovens vão buscar na cidade novo paradigma cultural globalizado eencontram o desemprego e a violência. Por isso se diz que o problema ambiental tem forte origemsocial.

84% da madeira extraída ilegalmente da Amazônia é destinada ao mercado nacional, principalmenteSão Paulo.

Quanto maior o número de espécies aproveitadas numa mesma área, maior a possibilidade doplano de manejo tornar-se economicamente viável.

Existe na Amazônia cerca de 5 mil espécies de árvores maiores que 15 cm de diâmetro. Adiversidade de árvores na Amazônia varia entre 40 e 300 espécies diferentes por hectare. Na América do Norte a proporção é de 4 a 25 espécies por hectare.

 A Amazônia é, também, a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil. O setor florestalcontribuiu com 15% a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) dos estados do Pará, Mato Grosso eRondônia.

Os métodos tradicionais de extração de madeira causam grande desperdício de árvores com valor

comercial para cada árvore extraída. O manejo florestal reduz a perda em quase 50%.Dados: wwf e Amazônia.br

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O polimento da sementedo açaí 

 A semente do açaí é umsubproduto da obtenção dapolpa, consumida devido àssuas excelentes característicasnutricionais.

  s  e  m  e  n   t  e   d  o  a  ç  a   í

 A seguir mostramos os passospara a obtenção da sementepolida, utilizada com ou semtingimento.

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# 25

  s  e  n  s   i   b

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Objetivos

O objetivo específico desta etapa é aconscientização dos artesãos quanto anecessidade de aumento de qualidade eprodutividade, perspectivas e conhecimentosobre o mercado e inovação do produtoartesanal através das oficinas de “design &artesanato”, previstas na etapa posterior.

Palestras de conscientização

Em cada cidade foi ministrada uma palestracom o tema “A importância do design nodesenvolvimento do artesanato”, abordando ostemas específicos a seguir:

“A importância e o papel do design noartesanato”Neste bloco foi abordado o papel do designna valorização do artesanato desde a escolhada matéria-prima, organização da produção,uso de técnicas artesanais, resgate de valorestradicionais e culturais, o design como valoragregado, até a criação de linhas de produtos.Foi dada ênfase especial na importância dacriação de grupos de trabalho, assim como aimportância da inovação e racionalização doproduto artesanal.

“Design – ponte entre o produto e o mercado”Este bloco abordou o tema mercado:necessidade de conhecer mercados e formasde comercialização, adequação dos produtosao mercado pretendido, o design como ponteentre o artesão e o consumidor, assim comoa potencialidade do artesanato brasileiro no

mercado nacional e internacional.Nos dois temas foram mostrados exemplos(cases) bem sucedidos de trabalhos entreartesãos e designers.

  s  e  n  s   i   b   i   l   i

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  s en s

i   b i  l  i  z  a ç ã  o

conceitoque produto?quais técnicas?quem vai usar?

quais matérias-primas?

Projetodesenho

famílias de produtosmedidasmateriais

forma

Protótipoverificaçãomostruário

custos

Produção e técnicasaprimoramento da qualidade

planejamentoprodutividade

respeito ao meio ambiente

Mercadoinspiração e verificação

embalagem e apresentação

Identidadecultura, história, resgate, etc

CooperativaAssociação

Grupos organizados

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Objetivo das oficinas

Sobre a produção:>Valorizar as técnicas tradicionais>Resgatar e valorizar aspectos culturais ehistóricos da região>Estimular o uso de madeiras alternativas>Repassar informações sobre ecologia ecertificação>Conscientizar aos artesãos quanto anecessidade de melhorar a qualidade dos

produtos>Transferir novas tecnologias>Aproveitar ao máximo refugos de madeireirasda região

Sobre a organização:>Conscientizar os artesãos quanto ànecessidade de organização do grupo deprodução

>Incentivar a divisão de tarefas>Inserção dos artesãos na economia formalmediante a produção e venda dos produtospara mercados importantes do país, dentro deuma estrutura organizada

Sobre o produto:>Criar produtos com apelo de mercadoutilizando-se das matérias-primas locais>Desenvolver famílias de produtos>Repasse de informações sobre certificadosde origem, embalagem e apresentação

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 As oficinas de Design & Artesanato em PortoVelho, Ariquemes e Ji-Paraná foram realizadasde setembro a dezembro de 2002. Em cadacidade foram realizados dois módulos de 40horas cada.

Atividades realizadas

 A metodologia aplicada em cada curso diferemuito, em função da realidade e o perfil

dos artesãos participantes. A idéia básicaé desenvolver e resgatar técnicas junto aosartesãos, e não desenvolver produtos para oartesão. Isto é muito importante, pois parto dapremissa que o artesão deve desenvolver a suacapacidade criativa e não depender futuramentede visitas regulares de especialistas paradesenvolver os produtos. Neste caso a minhafunção foi de facilitador do processo em busca

da inovação do artesanato local.

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Para estas oficinas foram trabalhados osseguintes temas:

> detectar valores culturais que possamidentificar o artesanato local.Os valores culturais, a “mensagem”, são aimpressão digital de uma cultura que fazem adiferença entre o artesanato e as manualidades.Geralmente é transmitida de geração emgeração. É importante mencionar que nenhum

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produto foi “projetado” antes da oficina. Todosos produtos nasceram junto aos artesãos, emum processo de busca da identidade local.

> detectar técnicas artesanais importantes esua aplicação.

 As técnicas artesanais nasceram da necessidadede transformar a matéria-prima local em objetosutilitários. Algumas técnicas tradicionais foramaplicadas nos produtos, outras nasceramdurante as oficinas. Neste caso é importante

descobrir a vocação de cada grupo.Em Porto Velho nasceram produtos coma semente do açaí e com o entalhe. NoSEST/SENAT foi trabalhado com a cerâmica,desenvolvendo um “selo” em madeira queé impresso na argila úmida, formando umbaixo relevo. O ícone escolhido foi um peixeestilizado, encontrado na cerâmica do artesão.

Em Ariquemes foi trabalhado com uma técnicade desbaste, desenvolvida por um artesão eque permite a elaboração de fruteiras, colheres,etc.

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> análise das matérias-primas a disposição. A matéria-prima principal é a madeira. Rondôniatem um alto potencial desta matéria-prima. Osartesãos trabalham com resíduos encontradosfacilmente em madeireiras, serrarias emarcenarias locais. Esta matéria-prima é refugoque em muitos casos nem sequer é utilizadapara a elaboração de carvão. Em Ariquemesresgatamos a madeira do fogo. A certificaçãoda madeira (FSC) a médio prazo faz parte daestratégia, mas o processo de certificação ainda

é caro para os artesãos e portanto inviável noprimeiro momento. As matérias-primas complementares comoo couro, a cerâmica e as sementes, foraminseridas no trabalho.

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> realidade produtiva. A maioria dos artesãos não possui umacapacidade produtiva para satisfazermercados nacionais. A união dos artesãos emassociações, cooperativas ou grupos informais,é fundamental para construir uma base deprodução que possa aumentar a produtividadee qualidade. As oficinas proporcionam umadinâmica importante, pois pela primeira vezhá um intercâmbio de idéias e trabalho decooperação e não de competição. Os produtos

foram desenvolvidos segundo o perfil deconhecimentos e domínio de técnicas de cadagrupo. Sempre procuro trabalhar com soluçõessimples, até para não encarecer o produto efacilitar a produção.O acabamento é um tema fundamental. Naoficina foram utilizados materiais alternativospara o acabamento em madeira.

> comercialização.Os produtos devem ser comercializadosno mercado local, regional, nacional einternacional. O tamanho reduzido das peçasfacilita o transporte.

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Atividades paralelas

Os módulos de Associativismo e Cooperativismoforam ministrados antes da oficina, assim osartesãos puderam se conhecer, facilitandoo processo de formação do grupo e oestabelecimento de metas. Foram apresentadasaos artesãos várias formas de cooperação eformação de grupos de produção, assim cadagrupo aplicará a melhor forma de produzir ecomercializar as peças. Em cada grupo foram

nomeadas 3 pessoas como responsáveis pelorepasse de informações.

Foi assinado um termo de compromisso, ondecada artesão se comprometeu a participar detodas as fases do projeto. Uma exigência foi ade manter as peças juntas. Desta forma cria-seum mostruário, tanto para o consumidor, comopara duplicar as peças. As peças substituem as

fichas técnicas, geralmente mais complexas. Apartir das oficinas será estipulado o preço de

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venda das peças.

 A implantação da marca requer ainda muitoplanejamento como a elaboração de um manualsimples de aplicação e regras para seleção dosprodutos. A comercialização das peças requertambém algumas ações importantes como acriação de centros de comercializacão em cadaregião, participação em feiras, etc.

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“Aprendi que o maquinário que tenho é capazde fazer o que não imaginava. Percebi a uniãoentre os artesãos. A pessoa tem que entenderque o problema está dentro da própria pessoa.Não podemos desistir no primeiro momento.Estou muito empolgado com a idéia demontarmos uma cooperativa. Acredito no outro

e sei que lutando juntos dará certo.”Farias, artesão, Porto Velho

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“Foi muito proveitoso. O instrutor faz pensarantes de preparar a peça. Dá alternativasquando não temos o material apropriado. Abriumuito a minha visão, o meu horizonte.”

 Jefferson Lyra, artesão, Porto Velho

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“100%. Fantástico, ampliei conhecimentos.

Esperava fazer trabalhos cópias.” José Rodrigues Salomão, artesão, Ji-Paraná

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“Foi uma grande de experiência trabalharentalhamento regional. Vi que o entalhoregional talvez dê tanta renda quanto o entalhoem móveis.”

 Agmar Costa Rosa, artesão, Porto Velho

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“Estou sentindo uma felicidade enorme de estartendo essa oportunidade. Faço por amor.”

David Vieira, artesão, Porto Velho

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“Gostei do método de estimulo à criatividade,trabalhamos nos grupos a questão da

resistência à inovar.”Marli Oliveira Cavalhares, artesã, Ji-Paraná

“Devemos manter a união do grupo paraproduzir e comercializar.”

Eliane Silva Costa, artesã, Ji-Paraná

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“Gostei da fusão e aproveitamento dos materiaisnão aproveitados da região. As expectativashoje são enormes, agora é fazer, fazer, fazer...”

Ivo Esmecelato, artesão, Ji-Paraná

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“O que esperava da oficina de criação?Esperava receber peças prontas à seremcopiadas, surpresa com metodologia.O que mais gostou da oficina de criação?Estimulo à criatividade, à valorização dosmateriais da região e criação de peçasutilitárias.O que acha que poderia melhorar, na oficina decriação e no projeto?Qualidade dos produtos resultantes da oficina,

trabalhar quesito acabamento com o grupo,importância para o mercado.Quais suas expectativas hoje, após se integrarno projeto de artesanato do SEBRAE?Manter união do grupo e desenvolver novaspeças.”

Regina Maria Malta da Silva Vilas Boas, artesã, Ji-Paraná

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“Quais expectativas se tinha sobre o projeto?De não estar apto.E hoje, após ser participante?É um projeto completo.O que esperava da oficina de criação?Trabalhar individualmente.”

  Josimar Rodrigues da Silva, artesão, Ji-Paraná

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“Quais expectativas se tinha sobre oprojeto?Desinteresse.

E hoje, após ser participante?Hoje tenho perspectiva.”

Ledir José Estrela, artesão, Ji-Paraná

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“Antes da oficina não tinha mais interesse, hojetenho perspectiva.”

Ledir José Estrela, artesão, Ji-Paraná

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A logomarca foi desenvolvida ar  c  a

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migração de nordestinos, sobretudo de cearenses, para a Região Amazônica, também devido à situação do Nordeste ter se agravadocom seca de 1870/1877. “Os registros históricos, dão conta de quecerca de 160 mil nordestinos se deslocaram para a Amazonia

entre 1877 e 1900”. Eles foram percorrendo os rios e as florestasde toda Região Amazônica em busca do novo ouro. Durante a 2ªGuerra Mundial, o Oriente trancou o fornecimento de borrachapara os países aliados do Ocidente. Porém, a borracha era umproduto necessário em tempo de paz e mais ainda em tempo deguerra. Diante dessa urgência, nasceu um acordo bilateral entre ogoverno brasileiro e o norte-americano, para explorar a borrachada Amazônia. Foi criado, assim, no dia 1º de setembro de 1943 oBatalhão da Borracha. O governo chamou 56 mil jovens nordestinosprometendo emprego, subsídios e ajudas. Em embarcações saíamdo Nordeste, passavam por Belém e chegavam a Manaus, ondeeram entregues às garras dos seringalistas, senhores absolutos,que os mantinham em regime de escravidão e de endividamento.Estima-se que metade dos 56 mil imigrantes soldados daborracha, submetidos a condições precárias, morreu até o fim daguerra. Conforme afirma Antônio Pereira de Lima, presidente da

 A logomarca foi desenvolvida apartir de um ícone que encontrei emvários quadros entalhados durante

a realização do diagnóstico.Este ícone representa a extraçãoda borracha, atividade muitoimportante no fim do século XIXcomeço do século XX. O ciclo daborracha foi um período muitoimportante para Rondônia e para aRegião Amazônia em geral.Por que a borracha?

Com o avanço da industrializaçãoe o grande aproveitamento evalorização do látex da seringueira,aconteceu a primeira grande

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Associação dos Soldados da Borracha de Porto Velho morreram no período da guerra cerca de

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 Associação dos Soldados da Borracha de Porto Velho, morreram no período da guerra, cerca de27 mil soldados da borracha, e os outros foram esquecidos e abandonados na floresta.Estudos recentes mostram que existe potencial de crescimento da extração da borracha, com

o aumento do preço, e principalmente com a transformação da borracha em produtos semi-manufaturados pelas próprias comunidades de seringueiros.Com os projetos de seqüestro do CO2 e a possibilidade de uso da madeira da seringueiraem marcenaria fina, descartada ao término do ciclo produtivo (após 30 a 35 anos),aumentará a área plantada de seringueiras. Aprovada nos testes de qualidade levados aefeito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), a madeirada seringueira apresenta-se como uma alternativa interessante, pois já possui o chamado“Selo Verde”, é ambientalmente produzida dentro dos padrões de sustentabilidade,inclusive pela indústria madeireira, que enfrenta dificuldades de obtenção de matéria-prima.

A MarcaO ícone da seringueira representa alguns aspectos muito importantes: nos últimos anos estãosendo ampliandos os estudos para a transformação desta matéria-prima em produto manufaturado,ou seja, fazer com que os seringueiros não somente extraiam o látex, mas sim o transformem emprodutos ou insumos com maior valor agregado. Neste caso o desenvolvimento tecnológico, acriação de cooperativas e o design como ferramenta de transformação desta matéria-prima emprodutos industrializados são fatores importantes para a criação de emprego e renda na região

e é válido para todo trabalho artesanal, ou seja a transformação das matérias-primas locais emprodutos artesanais com alto valor agregado. O próprio “ entalhe” que o seringueiro faz na árvore,simbolizando com isso o trabalho em madeira é muito encontrado nos quadros entalhados peloartesãos locais.

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O projeto previu a realização de mostras emPorto Velho, na Unir e Ji-Paraná no CentroCultural Esportivo Gerivaldo José de Souza,

que ocorreram em dezembro de 2002, coma finalidade de difundir os resultados dasoficinas e promover a comercialização nomercado local.

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Porque embalar?

Podemos destacar três características básicasdas embalagens. A importância de cadauma varia de acordo com o produto, localde comercialização, transporte, etc. Estascaracterísticas são:. proteçãoO produto precisa ser protegido contra osdanos de transporte.. comunicação

 A embalagem é portadora de informaçõescomo conteúdo, peso, fabricante, etc.. valor psicológico

 A embalagem transmite uma “mensagem”, deforma consciente ou inconsciente.

Situação atual

Os artesãos na sua grande maioria não temembalagens. Este fato é comum em todo oBrasil, e deve-se principalmente porque nãohá uma estrutura comercial minimamenteorganizada. O artesanato é uma profissão desubsistência, os produtos são vendidos nomercado local, em feiras ou vendidas para aslojas como Casa do Artesão da cidade, ondeas mesmas não possuem embalagens. Muitas

vezes os produtos são embalados em jornal oucaixas reutilizadas, em alguns casos o clientesimplesmente sai da loja com o produto emmãos, sem embalagem.Durante o diagnóstico observamos que a maioriados artesãos utiliza caixas reaproveitadas,que encontra em supermercados ou outros

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é álid i t ã itO conceito da embalagem

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é válido, pois o artesão reaproveita umaembalagem, que do ponto de vista ecológico

é bastante coerente com o conceito dosprodutos. Neste caso existe a preocupaçãocom a imagem e com a informação.Existem dois fatores que dificultam aespecificação de embalagens padronizadas: oconteúdo variado, não somente pelo tamanho,mas também pelo material. Um vaso de cerâmicaprecisa de mais cuidados na embalagem doque uma bandeja de madeira. O outro fator é a

logística, que considero fundamental: partindodo pressuposto que irão existir no Estado deRondônia vários grupos de produção artesanal,cada um com produtos de matéria-primadiferente, alguns grupos produzindo em lugaresde difícil acesso, devemos nos preocupar emcomo o material para embalagem será levado aeles. O que acontece se este material acaba, ounecessita de reposição? No meu ponto de vistadevemos pensar na realidade destes gruposde artesãos após terem concluído a fase decapacitação e o SEBRAE não poderá apoiá-los mais com todos os recursos. Neste casodevemos reduzir os custos da embalagem e osproblemas de logística. Com estas informaçõesfoi desenvolvido o conceito de embalagens aseguir:

Para estabelecer critérios para embalar os

produtos devemos analisar primeiramentesua comercialização. Este projeto prevê duassituações de comercialização:. venda ao consumidor. Por exemplo a vendado artesão diretamente ao consumidor naoficina, em feiras locais e nacionais, etc. Nestecaso o consumidor leva o produto artesanal nahora da compra e geralmente em quantidadesmenores.

. venda à lojistas. Neste caso o lojista encomendaas peças aos artesãos. A embalagem nestecaso não chegará ao consumidor final, a suaimportância reside principalmente na proteçãopara o transporte. A quantidade e tipo deprodutos embalados é maior que no primeirocaso.

O conceito da embalagem compõe-se de:. sacolas para venda direta ao consumidor. etiqueta com marca e espaço para identificaro artesão e inserir informações como conteúdo,peso, etc.. papel kraft impresso que serve para embrulharcaixas.

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sobre o consultor

Lars Jorge Diederichsen nasce na Cidade do México em 1966. Forma-se na faculdade FH Kiel, Alemanha, em Desenho Industrial, após um curso técnico de marcenaria e madeiras, na empresaHeuer, Kiel, Alemanha. Em 1990 trabalha no Studio Raul Barbieri em Milão, Italia. De volta aoMéxico elabora projetos de sinalização, comunicação, imagem corporativa e produtos para váriasempresas mexicanas, entre elas Estafeta Mexicana.Em 1993 funda o escritório Terra Design em São Paulo, onde elabora projetos para empresas do

ramo moveleiro, como a Arredamento, Remantec, Probjeto, Azzurra, Tecnoseating, MarcenariaBrasileira, Italma; do ramo de iluminação como a Torfa, Cap e Lightdesign. Trabalha a váriosanos como consultor do SEBRAE elaborando projetos junto a comunidades artesanais em váriosEstados do Brasil.Participa em várias mostras nacionais e internacionais e ganhou importantes prêmios como oDupont Design Award, Prêmio Abilux e Museu da Casa Brasileira, entre outros.Presta consultoria para empresas e instutuições como Sebrae, Usp, Senai, Senac e Pnud.

Virgilio Viana, Jóias da floresta, 2002

A ô i b Eth l L 2002

 b i   b l  i   o

Bezerra Marques, Márcia Helena. Madeiras da Amazônia- Características e utilização, IBAMA, Brasília, 1997

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 Amazônia .br, Ethel Leon, 2002

Sistema de informações de madeiras brasileiras - SIMBSão Paulo: IPTU 1989. não paginado Mainieri, Calvino; Chimelo, J. P. Fichas de característicasdas madeiras brasileiras, 2 ed. São Paulo, 1989. 418 p.(Publicação IPT, 179I)

Souza, Maria Helena de. Incentivo ao uso de novasmadeiras para a fabricação de móveis. Brasília: Ibama,1997. 70 p.

Souza, Maria Helena de. Madeiras tropicais brasileiras.Basília: Ibama: 1997. 150 p.

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Marialva, Valber Gomes. Diagnóstico Socioeconômico:Rolim de Moura, Porto Velho, R: SEBRAE/RO- SériePRODER, 1997.

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Diagnóstico do setor Madeiro/Moveleiro de Rondônia/PSISebrae, Porto Velho : SEBRAE, 2002

sites

www.sebrae.com.brwww.terradesign.com.brwww.amazoniabr.netwww.amazonia.org.brwww.terradesign.com.brwww.wwf.org.com.brwww.fsc.org.brwww.imaflora.org.brwww.mact.gov.brwww.ibama.gov.brwww.guiaderondonia.com.brwww.panafloro.ro.gov.brwww.ro.gov.brwww.imazon.gov.brwww.acasa.org.brwww.comunidadesolidaria.org.brwww.socioambiental.orgwww.inpa.gov.brwww.imazon.org.br

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